Aula externa com alunosdos Porfs Graça Taguti e Rafael Rocha da Estácvio. Oarticipação pa palestra de Pierre Lévy no Oi Futuro Flamengo, RJ, em 25/08.2011. O evento contou com a presença de Gilberto Gil e foi registrado pela aluna e fotógrafa Felen Hoffmann,
2. No último 25 de agosto, Pierre Lévy e Gilberto Gil se reuniram no OI Futuro para
discutir a temática "O poder da palavra na cibercultura". Um dos destaques foi a
explicação de Pierre Lévy para o conceito de "internet semântica". A palestra, aberta
ao público e foi concorridíssima, contando em sua maioria com profissionais,da área
de comunicação, acadêmicos e universitários entre outros.
3. • "Ainda estamos na infância da cibercultura", afirma o filósofo
tunisiano Pierre Lévy de 53 anos.
• Para ele, as principais transformações sociais provocadas pela
tecnologia ainda estão por vir.
4. • Após dez anos da publicação de seu livro no Brasil
quais mudanças o senhor destaca nas redes digitais?
• Pierre Lévy – A mais importante mudança é a demográfica:
mais e mais pessoas estão participando da comunicação
digital a cada dia. Em dez anos, a maioria das pessoas estará
conectada.
• Não posso deixar de mencionar o aumento da facilidade de criar
conteúdos e remixar todos os tipos de informação multimídia. Outro
aspecto são as múltiplas utilizações da tecnologia sem fio e a presença
dos ultraportáteis e netbooks.
• Quais as tendências para o futuro próximo?
• P.L. – Vejo o crescimento das tendências em direção à criação
distribuída, conteúdos gerados por usuários, o compartilhamento em
rede global e a categorização social.
5. • Do ponto de vista técnico, deve crescer o uso da computação em
nuvem e das tecnologias de realidade ampliada. Jogos on-line,
abrangendo multi jogadores ficarão mais populares. Em resumo, a
tendência básica é o aumento de poder da inteligência coletiva.
• As tentativas de restringir a liberdade na internet terão êxito?
• P.L. – Eu não acredito que controles e restrições irão ter êxito. Há
um movimento bem mais forte em direção à interconexão além de
todas as fronteiras, liberdade de criação de comunidades e
aumento das faculdades cognitivas coletivas e pessoais.
• A inteligência coletiva livre é a real plataforma do desenvolvimento
humano e da prosperidade econômica, então todos possuem
interesse em sua expansão irrestrita.
6. • Quais os principais problemas no caminho da cibercultura?
• P.L. – Eu vejo dois principais problemas. Primeiro, a parte física da
interconexão digital já está pronta ou estará em breve. Mas a
interconexão semântica ainda é um grande problema: pessoas
falam diferentes línguas, sistemas de classificação diferentes e
possuem distintas experiências disciplinares e culturais. Eu acredito
que precisamos uma metalínguagem computável universal, que irá
nos ajudar a traduzir, procurar, analisar e sintetizar informação de
forma colaborativa e aberta. O segundo problema é a evolução de
todo sistema de mídia, político e educacional. Se as pessoas
continuarem a se prender à velha forma estática e centralizada de
comunicação (isso inclui estruturas legais) algumas transformações
serão muito dolorosas.
7. • Como define a cibercultura?
• P.L. – Nós ainda estamos na infância da cibercultura. Nossos
sistemas econômicos, políticos e educacionais serão
profundamente modificados no próximo século. Por isso, eu a
defino da mesma forma que em 1997, quando o
livro Cibercultura foi publicado em francês.
• Existe uma cibercultura hoje em dia exatamente como existia uma
cultura hieroglífica no tempo dos antigos egípcios, de manuscrito
alfabético no tempo do império romano, ou de impressão no fim do
século 18 na Europa.
• No caso da comunicação digital, as principais características são a
onipresença da informação, a interconexão geral de documentos e
pessoas, e a automatização da manipulação simbólica (força
computacional, software).
8. sobre formigas e processos
• A intrincada teoria ganhou contornos poéticos
• nas palavras de Gil, para quem seria interessante
• a ideia de uma inteligência coletiva que falasse
• "através de todos nós", mas que nunca tentasse dizer
• o que devemos fazer.
• Estimulado pelo público, o francês deixou a abstração de lado
para dar exemplos mais concretos. Comparando a
Humanidade às formigas, ele disse que essa nova "camada"
que a web propõe nos daria asas e, uma vez transformados
em águias, poderíamos enxergar os processos - ou os
caminhos traçados no formigueiro - como um todo, e não
apenas uma parte. Gil gostou:
• - As formigas criarão asas e poderão percorrer e enxergar o
espaço - disse o ex-ministro, para quem nada "é impossível"
quando se trata da curiosidade humana.
9. Uma aula diferente
• A professora Graça Taguti, de Mídias Digitais e o Professor
Rafael Rocha de Cultura das mídias reuniram suas turmas da
UNESA, do curso de Comunicação Social, para uma aula
diferente, “externa” . Apesar de alguns contratempos, devido à
superlotação da palestra, algo que realmente surpreendeu , o
local não comportou o frisson da demanda No mais é sempre
importante incentivar os alunos a participarem desse tipo de
evento, que compareceram em peso, oriundos de diversos
Campi da Estácio , além da considerável presença de ex-alunos
um encontro como esse é, sem dúvida, memorável.
Helen Hoffmann
Aluna Campus Rebouças