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A TECNICA DA DESCRIÇÃO
LINGUISTICA
A Técnica da descrição linguística
A descrição linguística assenta necessariamente numa análise, ou de composição,
do que é enunciado ou escrito. Para fazer tal análise os gramáticos gregos e
romanos partiam da unidade do vocábulo.
Chomsky prefere partir da sentença, isto é, de um enunciado que se basta si
mesmo para fim de comunicação, e decompô-la em grupos de vocábulos (ing.
phrases) e vocábulos.
Partindo indutivamente do mínimo para o máximo o vocábulo não é o termo
inicial que se impõe. Ele se analisa, ou decompõe, em formas mínimas
constituintes, que são os «morfemas». Foi o que estabeleceu (evidentemente sem
usar o termo), desde o séc. VII aC, o gramático hindu Pânini para o sânscrito.
Saussure e seus discípulos e Jogo depois Bloomfield retomaram a tradicão
sincrônica e passaram a entender os morfemas como os elementos constitutivos
atuais do vocábulo, sejam eles ou não elementos simples indivisíveis originários.
Em latim: stella decomposição da raiz srell- e desinência –a
Diacronicamente em português: e + ste(r) [com intercalação de –r- depois de –
st-] +la
Na sincronia da língua portuguesa: estrela se decompõe em estrel –a
Vistos como reuniões de morfemas, os vocábulos são unidades compósitas, que
por sua vez se agrupam em locuções (ing. phrases). E tem-se afinal a sentença.
Esta, por seu lado, não é a unidade máxima. Reúne-se a mais uma, ou a várias,
para constituir o discurso. Mas a técnica descritiva não costuma ascender até lá.
Um aspecto de suma importância, na caracterização das línguas humanas, é o que o
linguista francês André Martinet chamou «a dupla articulação da linguagem»
Na primeira articulação – o enunciado se divide em frases, vocábulos morfemas. Assim
no enunciado: Nós falávamos bem, temos três vocábulos:
Nós e Bem – indivisíveis em unidades menores
Fal-á-va-mos – decompõem-se em quatro morfemas
Na segunda articulação: cada morfema se articula em unidades menores desprovidas de
significados: os fonemas. Assim o morfema NÓS, divide-se em três fonemas /n/ /ó/ /s/
cada um dos quais pode ser substituído por outros (VÓS) ou combinar-se com outros
para formar morfemas diferentes (ANO, NÃO)
Os morfemas podem ser de duas naturezas:
a) Morfema lexical, associa o morfema com uma coisa do mundo bio-social que nos
envolve e recebe expressão na língua. Os morfemas estrel-, de estrela, e com-, de comer,
são morfemas lexicais, que constituem o cerne do vocábulo.
b) Morfema gramatical, entra na configuração formal da gramática da língua, como -a, da
classe nominal de estrela, ou -e-, indicativo da 2• conjugação de comer, oposto à 1ª
conjugação de amar e à 3ª de partir ou -r, que indica em português uma forma verbal
determinada, dita «infinitivo», a qual só se emprega em condições específicas dentro da
sentença.
Criança – morfema lexical para designar um ser humano em sua primeira fase de
crescimento
Homem – morfema lexical para designar pessoa já desenvolvida
Gatinho – morfema gramatical (-inho) animal pequeno
Gata – morfema gramatical oposto a gata.
Mulher – morfema lexical diverso de homem
Franz Boas – os morfemas gramaticais permitem uma melhor estruturação da língua. É
o princípio da economia expressional.
“Se toda a massa de conceitos, com todas as suas variantes, fosse expressa nas línguas
por complexos de sons inteiramente heterogêneos e não-relacionados entre si” (isto é,
por morfemas lexicais) «surgiria a consequência de que ideias intimamente relacionadas
não mostrariam a sua relação pela relação correspondente dos seus símbolos fonéticos»
(Boas 1911, 25).
Os morfemas gramaticais têm três funções na língua:
1) indicam classificações formais, meramente, como as vogais temáticas das
conjugações ou as classes nominais (-a, -e, -o)
2 ) marcam, pela sua oposição entre si ou pela sua presença em face da sua ausência, as
relações que a língua estabelece entre coisas diversas, vistas como relacionadas na ideia
que delas fazemos. Lobo (singular) Lobos (plural)
Caso Singular Plural
Nominativo stella stellae
Genitivo stellae stellārum
Dativo stellae stellīs
Acusativo stellam stellās
Ablativo stellā stellīs
Vocativo stella stellae
3) estabelecem as relações dos vocábulos dentro da sentença, como em latim o «nominativo» assinala o sujeito do
verbo e o «acusativo» o seu «objeto direto». Vejamos o exemplo de estrela, stella em latim:
Os morfemas gramaticais, sistemas mais ou menos fechados, que constituem a
gramática de uma língua. Os morfemas lexicais constituem uma série aberta, que,
no núcleo dos vocábulos, ou conjuntos léxicos, se alinham nos dicionários.
A questão da variabilidade linguística. Ela se manifesta tanto na primeira como na segunda articulação das
línguas.
Exemplos da primeira articulação
1. o elemento lexical de estrela apresenta uma variante, sem -r- medial, no adjetivo estelar
2. Ao lado de gatinho, temos cãozinho, com o sufixo gramatical variante ou «alomórfico», -zinho em vez
de -inho.
Variante alomórfico: Alomorfes são as diversas realizacoes de um unico morfema. Um morfema pode
apresentar variacoes formais. Se observarmos os vocabulos dizer, disse, digo e direi, parece evidente que
ha em todos um mesmo morfema que se realiza nas formas
Dizer - [diz]
Disse - [diss]
Digo - [dig]
Direi - [di]
Muitas vezes o alomorfe é um zero (Ø), como no infinitivo verbal pôr, em que falta a vogal temática da
conjugação, pois a vogal -o- pertence à raiz, ou morfema lexical, como se vê na divisão:
ponho (ponh + o), am + o, tem + o, part + o (a vogal -o final é o morfema gramatical que indica
a 1• pessoa do singular do presente indicativo em qualquer conjugação portuguesa).
A realizacao concreta de um morfema se denomina morfe
e, quando ha mais de um morfe para o mesmo morfema,
ocorre alomorfia
Na segunda articulação da língua portuguesa, as chamadas «vogais reduzidas»,
por exemplo, não são mais do que variantes, ou «alofones», em posição átona, das
vogais que aparecem com o seu timbre pleno quando são tônicas.
Os alofones são sons da fala que constituem uma variante ou realização fonética de
um mesmo fonema, como é o caso do S:
DESCER: o segmento /s/ tem realização não sonora [ʃ], porque o som que o
segue é não vozeado (o [s] da sílaba -cer).
RASGAR: o segmento /s/ tem realização sonora [ʒ] porque o som que o segue é
uma consoante vozeada, [g].
NA SEQUÊNCIA «OS OLHOS»: /s/ é pronunciado [z] entre duas palavras,
quando a segunda começa por vogal, que por definição é um som vozeado.
Chegamos assim a uma conclusão preliminar referente à invariabilidade profunda cm meio da superficial
variabilidade linguística.
1. Na primeira articulação, o morfema representa o elemento variável, ou seja os alomorfes ou
variantes concretas, que é o que se pronuncia. Esses alomorfes podem ser:
a) Livres como em estel – de estrelar ao lado de estrel- de estrela
b) Determinados pelo contexto fonético. Usamos a forma pôr e não põr. [Poer → Pôr] Esse caso
justifica-se porque não existe em português vogal nasal seguida de R
c) Há alomorfes morfologicamente livres e fonologicamente condicionados, ou pode ser alomorfe zero:
Livre: noite/ noturno; cabelo/capilar
Fonologicamente condicionados: estudávamos/estudáveis
Alomorfe zero: português + Ø ≠ português+a (gênero)
Greve + Ø ≠ greve+s (plural)
(nos) estud + a + re + mos
(ele) estud + a + ra + Ø
(tu) estud + a + Ø + s
(ele) estud + a + Ø + Ø
Na segunda articulação, ou seja, a fonologia, o fonema invariante se desdobra em alofones. Alguns são
condicionados pelo contexto fonológico, como cada uma das vogais átonas portuguesas, em face da
correspondente vogal tônica.
Porco / porcos
Outros são variantes determinadas pela flutuação que impera na língua em referência à realização sônica do
fonema. Estão neste último caso temos os alofones do /r/
Erra/ Era
Ferro / fero
Carro/caro
Corre/core
Um problema delicado da descrição linguística, ligado à função distintiva
dos fonemas, é o da homonímia e da polissemia, que todas as línguas
apresentam.
A homonímia - trata-se de formas distintas, do ponto de vista significativo, mas
constituídas do mesmo segmento fônico. Assim, temos em português
Pata(membro de locomoção de um quadrúpede); Pata (fêmea do pato)
Canto (substantivo) e canto (1• pessoa do indicativo presente do ve1·bo cantar)
A polissemia- a possibilidade de uma forma ter variações de sentido muito nítidas.
Os critérios levantados por Matoso Câmara Júnior para fazer a distinção
entre homonímia e polissemia. Considerando a diacrônia na descrição
sincrônica. Assim se pode alegar que
1. há honímia em:
canto (substantivo) vem do lat. cantus e canto (verbo) do lat. canto.
Em latim são formas fonicamente distintas e a homonímia se estabeleceu
em português.
pata, como muitas outras formas em português, é de etimologia
desconhecida, e talvez os dois homônimos tenham a mesma origem, de
fundo onomatopaico.
2- há polissemia em:
cabo ( cidente geográfico) e cabo (posto das forças armadas) vem do lat.
caput (cabeça) ao passo que cabo (peça para segurar um instrumento) vem
do lat. caplilus, derivado de capere. «segurar». Cabo é uma forma
polissêmica pois sua distribuição como substantivo é a mesma na sentença
A homonímia na língua escrita
mudando a letra, ou «grafema», para representar o mesmo fonema. Assim se
distinguem graficamente cheque «título bancário» e xeque «ameaça ao Rei no
jogo de xadrez».
Permite efeitos estilísticos vedados à língua oral:
O ministro foi empoçado
Pai, afasta de mim esse cálice

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  • 2. A Técnica da descrição linguística A descrição linguística assenta necessariamente numa análise, ou de composição, do que é enunciado ou escrito. Para fazer tal análise os gramáticos gregos e romanos partiam da unidade do vocábulo. Chomsky prefere partir da sentença, isto é, de um enunciado que se basta si mesmo para fim de comunicação, e decompô-la em grupos de vocábulos (ing. phrases) e vocábulos. Partindo indutivamente do mínimo para o máximo o vocábulo não é o termo inicial que se impõe. Ele se analisa, ou decompõe, em formas mínimas constituintes, que são os «morfemas». Foi o que estabeleceu (evidentemente sem usar o termo), desde o séc. VII aC, o gramático hindu Pânini para o sânscrito.
  • 3. Saussure e seus discípulos e Jogo depois Bloomfield retomaram a tradicão sincrônica e passaram a entender os morfemas como os elementos constitutivos atuais do vocábulo, sejam eles ou não elementos simples indivisíveis originários. Em latim: stella decomposição da raiz srell- e desinência –a Diacronicamente em português: e + ste(r) [com intercalação de –r- depois de – st-] +la Na sincronia da língua portuguesa: estrela se decompõe em estrel –a Vistos como reuniões de morfemas, os vocábulos são unidades compósitas, que por sua vez se agrupam em locuções (ing. phrases). E tem-se afinal a sentença. Esta, por seu lado, não é a unidade máxima. Reúne-se a mais uma, ou a várias, para constituir o discurso. Mas a técnica descritiva não costuma ascender até lá.
  • 4. Um aspecto de suma importância, na caracterização das línguas humanas, é o que o linguista francês André Martinet chamou «a dupla articulação da linguagem» Na primeira articulação – o enunciado se divide em frases, vocábulos morfemas. Assim no enunciado: Nós falávamos bem, temos três vocábulos: Nós e Bem – indivisíveis em unidades menores Fal-á-va-mos – decompõem-se em quatro morfemas Na segunda articulação: cada morfema se articula em unidades menores desprovidas de significados: os fonemas. Assim o morfema NÓS, divide-se em três fonemas /n/ /ó/ /s/ cada um dos quais pode ser substituído por outros (VÓS) ou combinar-se com outros para formar morfemas diferentes (ANO, NÃO)
  • 5. Os morfemas podem ser de duas naturezas: a) Morfema lexical, associa o morfema com uma coisa do mundo bio-social que nos envolve e recebe expressão na língua. Os morfemas estrel-, de estrela, e com-, de comer, são morfemas lexicais, que constituem o cerne do vocábulo. b) Morfema gramatical, entra na configuração formal da gramática da língua, como -a, da classe nominal de estrela, ou -e-, indicativo da 2• conjugação de comer, oposto à 1ª conjugação de amar e à 3ª de partir ou -r, que indica em português uma forma verbal determinada, dita «infinitivo», a qual só se emprega em condições específicas dentro da sentença. Criança – morfema lexical para designar um ser humano em sua primeira fase de crescimento Homem – morfema lexical para designar pessoa já desenvolvida Gatinho – morfema gramatical (-inho) animal pequeno Gata – morfema gramatical oposto a gata. Mulher – morfema lexical diverso de homem
  • 6. Franz Boas – os morfemas gramaticais permitem uma melhor estruturação da língua. É o princípio da economia expressional. “Se toda a massa de conceitos, com todas as suas variantes, fosse expressa nas línguas por complexos de sons inteiramente heterogêneos e não-relacionados entre si” (isto é, por morfemas lexicais) «surgiria a consequência de que ideias intimamente relacionadas não mostrariam a sua relação pela relação correspondente dos seus símbolos fonéticos» (Boas 1911, 25). Os morfemas gramaticais têm três funções na língua: 1) indicam classificações formais, meramente, como as vogais temáticas das conjugações ou as classes nominais (-a, -e, -o) 2 ) marcam, pela sua oposição entre si ou pela sua presença em face da sua ausência, as relações que a língua estabelece entre coisas diversas, vistas como relacionadas na ideia que delas fazemos. Lobo (singular) Lobos (plural)
  • 7. Caso Singular Plural Nominativo stella stellae Genitivo stellae stellārum Dativo stellae stellīs Acusativo stellam stellās Ablativo stellā stellīs Vocativo stella stellae 3) estabelecem as relações dos vocábulos dentro da sentença, como em latim o «nominativo» assinala o sujeito do verbo e o «acusativo» o seu «objeto direto». Vejamos o exemplo de estrela, stella em latim: Os morfemas gramaticais, sistemas mais ou menos fechados, que constituem a gramática de uma língua. Os morfemas lexicais constituem uma série aberta, que, no núcleo dos vocábulos, ou conjuntos léxicos, se alinham nos dicionários.
  • 8. A questão da variabilidade linguística. Ela se manifesta tanto na primeira como na segunda articulação das línguas. Exemplos da primeira articulação 1. o elemento lexical de estrela apresenta uma variante, sem -r- medial, no adjetivo estelar 2. Ao lado de gatinho, temos cãozinho, com o sufixo gramatical variante ou «alomórfico», -zinho em vez de -inho. Variante alomórfico: Alomorfes são as diversas realizacoes de um unico morfema. Um morfema pode apresentar variacoes formais. Se observarmos os vocabulos dizer, disse, digo e direi, parece evidente que ha em todos um mesmo morfema que se realiza nas formas Dizer - [diz] Disse - [diss] Digo - [dig] Direi - [di] Muitas vezes o alomorfe é um zero (Ø), como no infinitivo verbal pôr, em que falta a vogal temática da conjugação, pois a vogal -o- pertence à raiz, ou morfema lexical, como se vê na divisão: ponho (ponh + o), am + o, tem + o, part + o (a vogal -o final é o morfema gramatical que indica a 1• pessoa do singular do presente indicativo em qualquer conjugação portuguesa). A realizacao concreta de um morfema se denomina morfe e, quando ha mais de um morfe para o mesmo morfema, ocorre alomorfia
  • 9. Na segunda articulação da língua portuguesa, as chamadas «vogais reduzidas», por exemplo, não são mais do que variantes, ou «alofones», em posição átona, das vogais que aparecem com o seu timbre pleno quando são tônicas. Os alofones são sons da fala que constituem uma variante ou realização fonética de um mesmo fonema, como é o caso do S: DESCER: o segmento /s/ tem realização não sonora [ʃ], porque o som que o segue é não vozeado (o [s] da sílaba -cer). RASGAR: o segmento /s/ tem realização sonora [ʒ] porque o som que o segue é uma consoante vozeada, [g]. NA SEQUÊNCIA «OS OLHOS»: /s/ é pronunciado [z] entre duas palavras, quando a segunda começa por vogal, que por definição é um som vozeado.
  • 10. Chegamos assim a uma conclusão preliminar referente à invariabilidade profunda cm meio da superficial variabilidade linguística. 1. Na primeira articulação, o morfema representa o elemento variável, ou seja os alomorfes ou variantes concretas, que é o que se pronuncia. Esses alomorfes podem ser: a) Livres como em estel – de estrelar ao lado de estrel- de estrela b) Determinados pelo contexto fonético. Usamos a forma pôr e não põr. [Poer → Pôr] Esse caso justifica-se porque não existe em português vogal nasal seguida de R c) Há alomorfes morfologicamente livres e fonologicamente condicionados, ou pode ser alomorfe zero: Livre: noite/ noturno; cabelo/capilar Fonologicamente condicionados: estudávamos/estudáveis Alomorfe zero: português + Ø ≠ português+a (gênero) Greve + Ø ≠ greve+s (plural) (nos) estud + a + re + mos (ele) estud + a + ra + Ø (tu) estud + a + Ø + s (ele) estud + a + Ø + Ø
  • 11. Na segunda articulação, ou seja, a fonologia, o fonema invariante se desdobra em alofones. Alguns são condicionados pelo contexto fonológico, como cada uma das vogais átonas portuguesas, em face da correspondente vogal tônica. Porco / porcos Outros são variantes determinadas pela flutuação que impera na língua em referência à realização sônica do fonema. Estão neste último caso temos os alofones do /r/ Erra/ Era Ferro / fero Carro/caro Corre/core
  • 12. Um problema delicado da descrição linguística, ligado à função distintiva dos fonemas, é o da homonímia e da polissemia, que todas as línguas apresentam. A homonímia - trata-se de formas distintas, do ponto de vista significativo, mas constituídas do mesmo segmento fônico. Assim, temos em português Pata(membro de locomoção de um quadrúpede); Pata (fêmea do pato) Canto (substantivo) e canto (1• pessoa do indicativo presente do ve1·bo cantar) A polissemia- a possibilidade de uma forma ter variações de sentido muito nítidas.
  • 13. Os critérios levantados por Matoso Câmara Júnior para fazer a distinção entre homonímia e polissemia. Considerando a diacrônia na descrição sincrônica. Assim se pode alegar que 1. há honímia em: canto (substantivo) vem do lat. cantus e canto (verbo) do lat. canto. Em latim são formas fonicamente distintas e a homonímia se estabeleceu em português. pata, como muitas outras formas em português, é de etimologia desconhecida, e talvez os dois homônimos tenham a mesma origem, de fundo onomatopaico. 2- há polissemia em: cabo ( cidente geográfico) e cabo (posto das forças armadas) vem do lat. caput (cabeça) ao passo que cabo (peça para segurar um instrumento) vem do lat. caplilus, derivado de capere. «segurar». Cabo é uma forma polissêmica pois sua distribuição como substantivo é a mesma na sentença
  • 14. A homonímia na língua escrita mudando a letra, ou «grafema», para representar o mesmo fonema. Assim se distinguem graficamente cheque «título bancário» e xeque «ameaça ao Rei no jogo de xadrez». Permite efeitos estilísticos vedados à língua oral: O ministro foi empoçado Pai, afasta de mim esse cálice