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Por Suelen Miura - Analista do MZ Group
O que dizem investidores e analisas
estrangeiros sobre teleconferências
com tradução simultânea?
Atlanta Chicago Hong Kong New York Rio de Janeiro San Diego São Paulo Sydney Taipei Vancouver
As companhias de capital aberto normalmente realizam teleconferências trimestrais após
a divulgação de seus resultados, com prazo de até 45 dias após o fechamento do primeiro,
segundo e terceiro trimestres e 90 dias após o fechamento do quarto trimestre. Além dessas
teleconferências regulares, também são comum teleconferências relacionadas a fatos
relevantes (fusões, aquisições, joint-ventures, novos projetos etc.). A teleconferência não é
uma obrigação da empresa, mas se tornou comum por ser considerada uma boa prática
de Governança Corporativa, quando o mercado tem a oportunidade de fazer perguntas
diretamente ao management.
Dentre as teleconferências, há o modelo com tradução simultânea, onde o management
faz o discurso em português (ou inglês, em alguns casos) e um intérprete traduz em tempo
real. Devido ao aumento de teleconferências realizadas com esse modelo – apenas no último
ano elas cresceram 90% – o MZ Group decidiu realizar um estudo para verificar a opinião do
mercado. Dentre os clientes do MZ Group, 29% já utilizam esse formato.
O estudo foi realizado em abril de 2013, por meio da análise das opiniões de analistas e
investidores estrangeiros que participaram de teleconferências com tradução simultânea nos
últimos quatro trimestres. Dentre os entrevistados, 59,38% são analistas e 31,25% são investidores.
Clientes MZ Group
Tipo de usuário
Clientes que fazem teleconferência
15% Tradução simultanêa
9,38% Outros
49% Não faz call
59,38% Analista
71% Não fazem tradução simultanêa36% Faz call
31,25% Investidor
29% Fazem tradução simultanêa
Atlanta Chicago Hong Kong New York Rio de Janeiro San Diego São Paulo Sydney Taipei Vancouver
Segundo a opinião de mais da metade dos entrevistados (53,13%), a teleconferência com
tradução simultânea para o inglês não é útil. Alguns desistem de ouvir depois de cinco minutos
e aqueles que têm algum conhecimento da língua portuguesa dizem até preferir ouvir o Q&A
em português para evitar erros de entendimento na tradução simultânea. Em depoimentos,
dizem não ter palavras para expressar o quão ruim são as teleconferências traduzidas.
Você acha útil quando as empresas conduzem suas
teleconferências com tradução simultânea para o inglês?
Qual a sua opinião sobre teleconferências com
tradução simultânea para o Português?
Mesmo no caso de teleconferência em inglês com tradução simultânea para o português,
o estudo revela que essa modalidade não é bem aceita. 48,39% dos entrevistados não
recomendam esse formato.
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%
Indiferente
22,58%
Ruim
48,39%
Bom
29,03%
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Não
53,13%
Sim
46,88%
O estudo demonstrou que a maioria dos participantes estrangeiros das teleconferências,
ou 68,75%, prefere escutar o management da companhia em vez de uma intérprete, por
acreditarem que teleconferências com tradução simultânea requerem muita atenção, uma vez
que os tradutores não passam emoção e falam como máquinas, dificultando a compreensão.
Qual você prefere?
68,75% Teleconferência
	 ao vivo com o management
31,25% Teleconferência
	 com tradução simultânea
Acompanhe novidades em
facebook.com/MZGroupBrasil
Atlanta Chicago Hong Kong New York Rio de Janeiro San Diego São Paulo Sydney Taipei Vancouver
Suelen Miura
Analista do MZ Group
suelen.miura@mzgroup.com
+ 55 11 3529-3767
www.mzgroup.com
Para os analistas e investidores brasileiros, essa mudança de hábito pode parecer neutra ou
até positiva, uma vez que não precisam se preocupar em entrar na teleconferência em inglês
para garantir a absorção de todas as informações divulgadas ao mercado. Porém, o estudo
demonstra que a tradução simultânea não é muito bem vista por analistas e investidores
estrangeiros, que julgam a qualidade técnica das transmissões ruim, prejudicando, assim, o
acesso às informações.
Os entrevistados mostraram-se insatisfeitos com o fato de muitas empresas brasileiras
não terem nenhum executivo que fale bem inglês e comentam que, em muitos casos, as
companhias optam por fazer teleconferência com tradução simultânea mesmo quando
o management fala inglês por uma questão de economia de tempo, reforçando que não
recomendam essa prática. Como exemplo de modelo ideal, foi citado o das empresas
europeias, que realizam uma teleconferência no idioma local e em seguida a teleconferência
para analistas sell side em inglês, prática que já vem sendo adotada por muitas empresas
brasileiras.
Outro alvo de críticas pelos participantes foi a baixa qualidade do som na tradução
simultânea. Além disso, muitas vezes se escuta o áudio em português ao fundo com o
tradutor falando em inglês em cima, o que dificulta ainda mais o entendimento. Um dos
entrevistados, bastante incomodado com esse modelo, alerta que uma empresa não deve
pensar em economia no momento de prover seus acionistas com informações relevantes,
salientando que os problemas causados pelo mau entendimento do que foi dito pode
prejudicar, inclusive, o acompanhamento da empresa por analistas e investidores.
Do lado das companhias, a razão para a adoção desse modelo, além da divulgação de
informação de uma maneira simultânea para os dois idiomas, é que a prática facilita a
organização da agenda do management, principalmente quando há a participação da maioria
dos diretores da companhia na teleconferência.
 
Em conclusão, o estudo apontou diversos pontos negativos relacionados ao modelo
de teleconferências com tradução simultânea, incluindo a qualidade ruim do som, a
comunicação “indireta” com o management e a falta de emoção no speech, o que torna a
teleconferência cansativa e de difícil entendimento e pode prejudicar o acompanhamento da
empresa por parte dos analistas estrangeiros. Dessa forma, os RIs das empresas brasileiras
precisam avaliar com muita cautela a escolha desse modelo, lembrando que a participação
dos investidores estrangeiros no volume total do segmento Bovespa da BM&FBOVESPA
no mês de abril de 2013 foi de 44,87%, segundo a própria BM&FBOVESPA, número bem
relevante para que suas opiniões sejam deixadas de lado.
Participação de investidores na BM&FBOVESPA
31,85% Institucionais
0,03% Outros
6,47% Instituições fInanceiras
16,05% Pessoas físicas
0,71% Empresas publicas e privadas
44,87% Investidores Estrangeiros

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  • 1. Por Suelen Miura - Analista do MZ Group O que dizem investidores e analisas estrangeiros sobre teleconferências com tradução simultânea? Atlanta Chicago Hong Kong New York Rio de Janeiro San Diego São Paulo Sydney Taipei Vancouver As companhias de capital aberto normalmente realizam teleconferências trimestrais após a divulgação de seus resultados, com prazo de até 45 dias após o fechamento do primeiro, segundo e terceiro trimestres e 90 dias após o fechamento do quarto trimestre. Além dessas teleconferências regulares, também são comum teleconferências relacionadas a fatos relevantes (fusões, aquisições, joint-ventures, novos projetos etc.). A teleconferência não é uma obrigação da empresa, mas se tornou comum por ser considerada uma boa prática de Governança Corporativa, quando o mercado tem a oportunidade de fazer perguntas diretamente ao management. Dentre as teleconferências, há o modelo com tradução simultânea, onde o management faz o discurso em português (ou inglês, em alguns casos) e um intérprete traduz em tempo real. Devido ao aumento de teleconferências realizadas com esse modelo – apenas no último ano elas cresceram 90% – o MZ Group decidiu realizar um estudo para verificar a opinião do mercado. Dentre os clientes do MZ Group, 29% já utilizam esse formato. O estudo foi realizado em abril de 2013, por meio da análise das opiniões de analistas e investidores estrangeiros que participaram de teleconferências com tradução simultânea nos últimos quatro trimestres. Dentre os entrevistados, 59,38% são analistas e 31,25% são investidores. Clientes MZ Group Tipo de usuário Clientes que fazem teleconferência 15% Tradução simultanêa 9,38% Outros 49% Não faz call 59,38% Analista 71% Não fazem tradução simultanêa36% Faz call 31,25% Investidor 29% Fazem tradução simultanêa
  • 2. Atlanta Chicago Hong Kong New York Rio de Janeiro San Diego São Paulo Sydney Taipei Vancouver Segundo a opinião de mais da metade dos entrevistados (53,13%), a teleconferência com tradução simultânea para o inglês não é útil. Alguns desistem de ouvir depois de cinco minutos e aqueles que têm algum conhecimento da língua portuguesa dizem até preferir ouvir o Q&A em português para evitar erros de entendimento na tradução simultânea. Em depoimentos, dizem não ter palavras para expressar o quão ruim são as teleconferências traduzidas. Você acha útil quando as empresas conduzem suas teleconferências com tradução simultânea para o inglês? Qual a sua opinião sobre teleconferências com tradução simultânea para o Português? Mesmo no caso de teleconferência em inglês com tradução simultânea para o português, o estudo revela que essa modalidade não é bem aceita. 48,39% dos entrevistados não recomendam esse formato. 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% Indiferente 22,58% Ruim 48,39% Bom 29,03% 0% 20% 40% 60% 80% 100% Não 53,13% Sim 46,88% O estudo demonstrou que a maioria dos participantes estrangeiros das teleconferências, ou 68,75%, prefere escutar o management da companhia em vez de uma intérprete, por acreditarem que teleconferências com tradução simultânea requerem muita atenção, uma vez que os tradutores não passam emoção e falam como máquinas, dificultando a compreensão. Qual você prefere? 68,75% Teleconferência ao vivo com o management 31,25% Teleconferência com tradução simultânea
  • 3. Acompanhe novidades em facebook.com/MZGroupBrasil Atlanta Chicago Hong Kong New York Rio de Janeiro San Diego São Paulo Sydney Taipei Vancouver Suelen Miura Analista do MZ Group suelen.miura@mzgroup.com + 55 11 3529-3767 www.mzgroup.com Para os analistas e investidores brasileiros, essa mudança de hábito pode parecer neutra ou até positiva, uma vez que não precisam se preocupar em entrar na teleconferência em inglês para garantir a absorção de todas as informações divulgadas ao mercado. Porém, o estudo demonstra que a tradução simultânea não é muito bem vista por analistas e investidores estrangeiros, que julgam a qualidade técnica das transmissões ruim, prejudicando, assim, o acesso às informações. Os entrevistados mostraram-se insatisfeitos com o fato de muitas empresas brasileiras não terem nenhum executivo que fale bem inglês e comentam que, em muitos casos, as companhias optam por fazer teleconferência com tradução simultânea mesmo quando o management fala inglês por uma questão de economia de tempo, reforçando que não recomendam essa prática. Como exemplo de modelo ideal, foi citado o das empresas europeias, que realizam uma teleconferência no idioma local e em seguida a teleconferência para analistas sell side em inglês, prática que já vem sendo adotada por muitas empresas brasileiras. Outro alvo de críticas pelos participantes foi a baixa qualidade do som na tradução simultânea. Além disso, muitas vezes se escuta o áudio em português ao fundo com o tradutor falando em inglês em cima, o que dificulta ainda mais o entendimento. Um dos entrevistados, bastante incomodado com esse modelo, alerta que uma empresa não deve pensar em economia no momento de prover seus acionistas com informações relevantes, salientando que os problemas causados pelo mau entendimento do que foi dito pode prejudicar, inclusive, o acompanhamento da empresa por analistas e investidores. Do lado das companhias, a razão para a adoção desse modelo, além da divulgação de informação de uma maneira simultânea para os dois idiomas, é que a prática facilita a organização da agenda do management, principalmente quando há a participação da maioria dos diretores da companhia na teleconferência.   Em conclusão, o estudo apontou diversos pontos negativos relacionados ao modelo de teleconferências com tradução simultânea, incluindo a qualidade ruim do som, a comunicação “indireta” com o management e a falta de emoção no speech, o que torna a teleconferência cansativa e de difícil entendimento e pode prejudicar o acompanhamento da empresa por parte dos analistas estrangeiros. Dessa forma, os RIs das empresas brasileiras precisam avaliar com muita cautela a escolha desse modelo, lembrando que a participação dos investidores estrangeiros no volume total do segmento Bovespa da BM&FBOVESPA no mês de abril de 2013 foi de 44,87%, segundo a própria BM&FBOVESPA, número bem relevante para que suas opiniões sejam deixadas de lado. Participação de investidores na BM&FBOVESPA 31,85% Institucionais 0,03% Outros 6,47% Instituições fInanceiras 16,05% Pessoas físicas 0,71% Empresas publicas e privadas 44,87% Investidores Estrangeiros