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VIOLÊNCIAOBSTÉTRICANOBRASIL
Atorturaobstétricaemmulheresmãesbrasileiras
Medicina Kallawaya Itinerante Andina
Luqiqamam Tink’uLuqiqamam Tink’u
As relações entre as grandes emanações
das forças elétricas vibratórias e os
movimentos magnéticos universais (eletroímã)
Mallku Chanez Pacha LeaMallku Chanez Pacha Lea
Chanez
VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA NO BRASIL
Angústia, Medo e Sofrimento da Mulher Mãe
A tortura obstétrica em mulheres mães brasileiras
Mulheres Mães vítimas da repressão obstétrica, da impunidade
estatal e particular não são exceções, são regras.
Uma temática da política psicossocial autoritária com as
vítimas de assédio, do preconceito, da discriminação,
da repressão obstétrica e da omissão estatal.
Jaxy Pya’Hu, Lua Nova, 13082018
Não há Mãe do Corpo (útero) mais vasto que o ventre energético da Mãe d’Água.
Ainda que o mundo se transforme, os meninos homens jamais conceberão óvulos.
Dados Internacionais de Catalogação da Publicação
(Instituto Kallawaya de Pesquisa Andina, Brasil)
Mallku Chanez
Violência Obstétrica no Brasil  Mallku Chanez
Tortura obstétrica em mulheres mães brasileiras
– São Paulo, Mallku Chanez. 2018 -
1.Obstetrícia na – América do Sul – Brasil
2. Violência Obstétrica no Brasil - Cultura
3. Tortura Obstétrica em Mulheres Mães - Brasil –
-Violência Obstétrica no Brasil-
07 – 2018 Cdd – 000. 01
Índices para catálogo sistemático:
1. Brasil Violência Obstétrica: Medicina 000.01
2. Tortura Obstétrica no Brasil: Medicina 000. 01
-
Dedicado a
Lara, Nayara, Yara, Negão, Hugo, Chihiro,
Pacha Lea (Jaxy Pya’ Hu), Atsuko
Agradecimentos
Estas sementes e raízes foram concebidas e fecundadas nas águas quentes e fluentes das
Olhos d’Água, prenhas nuas e das Mães d’Água, prenhas vestidas da Amazônia.
Enquanto as mulheres mães davam à luz, davam vida a este tema
através de seus mais íntimos sentimentos.
Elas foram recepcionadas, assistidas, modeladas e amparadas por Mônica Kayomi Shinjo
que me incentivou durante anos com a sua valiosa colaboração nas leituras, nos
questionamentos e na revisão desta empreitada.
Quero, também, estender meus mais profundos agradecimentos à constelação de meninas
mulheres, de mulheres mães e mama’es, pois sem as suas colaborações teria sido
impossível reconstruir e resgatar a origem e o ninho destes nascimentos.
Elas dedicaram-me seu tempo, cederam-me seu espaço, confiaram seus suspiros, suas
superstições, seus valores pessoais, suas crenças e suas práticas naturais a minha pessoa
nos inúmeros e prolongados diálogos, entrevistas, gravações e atendimentos clínicos.
Deste modo, ressurgiu o avesso, o outro lado da lógica da razão, da cultura patriarcal, fria,
calculista, salvadora, religiosa, castradora, angustiante e reparadora da medicina cosmopolita
civilizada: a germinação dos opostos complementares, a arte da sobrenatureza feminina – as
iniciações da menina mulher, a Olho d’Água e a Mãe do Fogo, a Mãe d’Umbigo Raizeira e a
Mãe d’Água. Ainda que tivéssemos conhecimento de sua existência, não a reconhecíamos
como parte da grande medicina prática sobrenatural amazônica.
Sinopse
O que as Mães d’Água, as prenhas dos povos originários, as grávidas das
periferias, as gestantes metropolitanas, isto é, as mulheres mães que procuram o
serviço de saúde básico ou o serviço unificado de saúde, SUS, em busca de apoio,
recepção, assistência, sentimento, solidariedade, generosidade, alívio, conforto,
orientação e prevenção sentem e pensam a respeito do tipo de “assistência obstétrica”
que lhes é oferecido nas maternidades brasileiras?
A opressão, a repressão, as humilhações, as torturas obstétricas em meninas
mulheres e em mulheres mães são algumas das atuais exigências da realidade viva a
serem questionadas.
Esta obra apresenta quatro partes: a primeira parte resgata as práticas e as rezas
das benzedeiras parteiras e outras. Na segunda parte, resgata-se o universo visível e
invisível das parteiras obstetras. A terceira parte coloca em evidência o uso serviçal da
menina mulher e da mulher mãe como objetos descartáveis nas tramas obstétricas,
anulando-se, de fato, os valores energéticos de utilidade social feminino. A quarta parte
descreve o universo trágico inviabilizado: a tortura obstétrica, o sofrimento psicológico
e físico da menina mulher e da mulher mãe, vítimas da repressão e da omissão estatal.
Diagrama 1
Nossas origens
--- Parte ll
Universo visível e invisível das parteiras obstetras
-.‘Ser curiosa’ foi a base para ser parteira diplomada
-. Entrevista com uma parteira curiosa, diplomada na Universidade de São Paulo, USP
-. Origens de uma parteira diplomada:
experiências práticas de uma parteira curiosa até se tornar uma parteira diplomada
pela Universidade de São Paulo, USP
-. Formação empírica da parteira diplomada:
a prática empírica é um bom estímulo para uma aprimorada formação acadêmica
-. Parteira de linha baixa ou parteira de via baixa na mesa ginecológica:
parto natural é fazer tudo natural, é dar tempo e espaço para a mãe e a criança
-. Consultório particular da parteira diplomada
-. Exame de gravidez
-. Tipos de diagnóstico: sonar, pinar, ouvido direto, ultrassom, estetoscópio
-. Parto a domicílio: a mecânica do ‘ovo’ na residência
-. Episiotomia: não ruptura do períneo em casa!
-. Hemorragia pós-parto e distensão uterina: a conservação do globo de seguridade
garante a retração uterina e evita hemorragias
-. A fragmentação da medicina institucional: “nós, parteiras, temos mais prática que os
próprios médicos”
-. Abortos: declínio e desaparecimento da arte das parteiras diplomadas
-. Entrevista com uma enfermeira obstetriz diplomada na Universidade de São Paulo,
USP: “ vire enfermeira obstetriz para ser parteira”
--- Parte III
O siwayru social da Pachakana: o valor energético para uso próprio
-. A bipolaridade complementar da Pachakana
-. O valor energético e o valor social
-. O valor energético de uso próprio
-. A realidade social só aparece numa inter-relação viva
-. Valores de utilidade social
-. O uso da menina mulher e da mulher mãe como objetos descartáveis nas
tramas obstétricas
--- Parte lV
Universo Trágico Inviabilizado: a tortura obstétrica, o sofrimento psicológico e
físico da menina mulher e da mulher mãe, vítimas da repressão e da omissão
estatal
-. A tortura obstétrica não é uma exceção, é uma regra
-. Venda de ilusões ventrais: ‘nascimentos naturais’, ‘nascimentos humanizados’.
Pague, mas não leve!
-. A ilegitimidade da violência obstétrica praticada nos porões das maternidades e
dos hospitais brasileiros
-. Tortura: sofrimento psicológico e físico
-. Análise das instituições fechadas: frustrações e imposições na maternidade
-. Estando dentro ou fora do paradigma do ‘bem-viver’ institucional, as meninas
mulheres e as mulheres mães serão sempre punidas
-. A prática da distorcida medicina cosmopolita
-. Tipos de torturas nos procedimentos médicos: o tipo ventral e o tipo períneo-genital
-. Dilaceração da menina mulher e da mulher mãe com as manobras ou os trancos
pesados de Kristeller
-. Minhas mamas e o meu peito oprimidos e o ventre comprimido e dilacerado:
cinco tipos de alavancas que reprimem piedosamente e castigam pesadamente as
mulheres mães
-. Descrição de alguns casos de vitimização e de mutilação institucional das Mães
d’Água
-. Realizar curetagem a sangue frio, sem anestesia? Por quê?
-. Episiotomias e rupturas sem necessidade na sala de parto: o obstetra manda
cortar o períneo para que a estagiária possa treinar torturando
-. A ruptura de um projeto de vida: repressão e dano psicossocial na mulher mãe
-. O renascimento da Mãe d’Água e o nascimento da Y’Agury em casa
-. A concepção das águas vivas e das águas mortas
-. ‘Favo de Mel da Mãe d’Umbigo: aparar, segurar a recém-nascida, o oposto do
“parto de ferro”, realizado pelo sangue frio’
-. Mãos amarradas e a metodologia do improviso no colapso institucional de saúde:
flagelação médica física e mental
-. O conceito de saúde da Organização Mundial de Saúde: saúde, salute, salvação
-. O corporativismo obstétrico e a hegemonia médica no parto com sessões de tortura
numa menina mãe de dezesseis anos
-. Análise de caso publicado pelo Jornal o Estado de São Paulo, 26022016
-. Para uma política psicossocial transformadora
-. Vocabulário
-. Prefixos e sufixos em terminologia médica ocidental
-. Bibliografia
-. Índice remissivo
Diagrama 2
Honi da ari’ranha
A energia que circunda a ari’ranha entra na criança pelo umbigo e
flui harmonizando as energias TU’Y, positivo, e PU’Y, negativo.
Introdução
Quando se coloca em pauta a proteção das gerações jovens, o futuro das
pessoas de um país ‘democrático’ e ‘laico’ como é o Brasil, inevitavelmente surge a
preocupação com a vida das meninas mulheres, das mulheres e das mulheres mães: as
prenhas das etnias originárias, as grávidas das periferias e do interior, e as gestantes
metropolitanas. Essas pessoas acabam sendo colocadas em situações de risco e de
vulnerabilidade quando alguma forma de repressão, opressão ou discriminação é
exercida sobre elas em razão de sua classe social, de sua origem étnica ou de seu
êthos e de seus valores culturais.
2. Desde os primórdios do Pau-Brasil, a violência obstétrica tem se mostrado
recorrente em todo o Brasil, abrangendo métodos de intervenção contra os fluidos
energéticos espontâneos das mulheres mães. Até hoje, muitas meninas mulheres e
mulheres mães padeceram e continuam padecendo como vítimas da violência
obstétrica, a qual provoca angústia, susto, medo e sofrimento psicológico, por lhes
negarem o direito de liberdade de escolha.
3. Escolher uma *Mãe d’Umbigo Raizeira*, uma parteira tradicional ou uma parteira
obstetra, dar à luz em casa, no rio ou em um hospital-maternidade, desejar ser assistida
sentada no banco ou no cepinho, deitada na ‘cama de ferro’, mesa obstétrica,
‘amordaçada’, amarrada e drogada, decidir se deseja estar sozinha ou acompanhada
quando sua criança chegar a este mundo são direitos inquestionáveis e intangíveis
da mulher mãe.
8. Semelhantemente, a política psicossocial autoritária de omissão do estado se mostra
questionável por dar oportunidade para a demolição, a destruição e a retaliação das
mulheres mães através de repressões e de torturas praticadas nas maternidades estatais e
privadas, deixando problemas físicos e sequelas psicossociais irreversíveis.
9. Estas são algumas das reflexões sobre os dramas provocados pelas políticas-psicossociais
autoritárias. Temos como ponto de partida a demolição, a destruição da prenha, da grávida
e da gestante como experiência individual e, em seguida, abordamos os efeitos
psicossomáticos como traumas, angústias, medo e sofrimento que elas produzem na
psicologia coletiva.
Esta obra traz uma visão da realidade viva e crua das mulheres mães ameaçadas pela
DELINQUÊNCIA OBSTÉTRICA BRASILEIRA.
Diagrama 3
Uma só flor não atrai as abelhas e nem esconde os pássaros.
Que o aturdido obstetra não ofenda e nem ridicularize a Mãe d’Água, já que a
chupança nunca ficou sobre uma flor como um orvalho.
Justificativa
As mulheres mães contemporâneas cosmopolitas perderam a transcendência
energética, a sensibilidade, a flexibilidade, a elasticidade e a dilatação pélvica, assim como
os povos originários amazônicos, Tairapé, foram surrupiados de suas cerimônias de
nascimento, de suas qualidades, de seus valores, de seus costumes e de seus fluidos
energéticos num processo histórico secular de intervenção, repressão, opressão, destruição,
controle, escravidão e negação.
2. Essa realidade é concreta e foi construída meticulosamente e minuciosamente pela
cultura patriarcal religiosa, sendo sistematicamente aplicada no Pau-Brasil, começando
pelas tradições das Olhos d’Água, as prenhas nuas do Amazonas, as quais foram
perseguidas, enlaçadas, fisicamente mutiladas, feridas, discriminadas e banidas até terem
seus ossos abalados e se quedarem mentalmente perturbadas, mortas em vida nas
reservas indígenas.
3. A banalização da Mãe d’Água, a prenha vestida amazônica, da grávida da periferia e da
gestante cosmopolita, ou seja, a mulher mãe, a falta do direito de ir e de vir até o rompimento
da bolsa d’água, a falta do direito de expressão e de escolha são sofrimentos e pesadelos
que atingem as mulheres mães até hoje, e tudo se deve ao preconceito em relação aos
valores sociais dos povos originários, às velhas artes, às velhas verdades, às práticas dos
ritos tradicionais femininos do renascimento da mulher mãe e do nascimento de sua
criança, e à aceitação passiva e conformista das normas patriarcais como se fossem
normais.
4. Em geral, as mulheres mães buscam assistências, orientações, apoio, segurança e
estímulos nos obstetras, mas não raramente acontece o contrário: acabam ficando
magoadas, amarradas e amortecidas.
5. A experiência única de dar à luz a uma criança tão desejada e esperada, através dos
movimentos de inspiração de muito amor e especial carinho, acaba se transformando num
pesadelo repugnante que lhe resulta numa grande baixa estima. Tais estigmas e
marginalizações, como uma fogueira inquisitória masculina, condenam as mulheres à perda
das sensações transcendentais energéticas e se perpetuam ao longo da história,
chegando às salas frias de parto.
6. A total hegemonia da cultura do custo-benefício e do modelo corporativista racional e
irracional, médico e científico converte alguns obstetras em técnicos contemporâneos
medíocres e em delinquentes acadêmicos.
7. As experiências educacionais da saúde (a salvação visionária civilizada) nas práticas
biomédicas e laboratoriais, nas laqueaduras, nas episiotomias nos períneos, nas cesáreas,
nos abortos clínicos clandestinos e nas curetagens a sangue frio - castigo e punição aplicado
às meninas mulheres e mulheres mães pelo seu pecado e pela sua culpa -realizadas até os
anos oitenta por alguns obstetras perversos no Hospital das Clínicas da Universidade de
São Paulo, USP, são alguns dos exemplos de como o sistema machista institucionalizado
mantém o status quo na sociedade civilizada.
8. Esse sistema unilateral fechado resulta na destruição dos fluidos energéticos dos povos
originários que objetiva dar reconhecimento à terapêutica de Omopuã Pacha, a qual utiliza o
método do renascimento da Mãe d’Água e do nascimento da criança por via baixa em casa.
9. No momento em que a Olho d’Água, a prenha nua, dá à luz nos rios e a Mãe d’Água em
casa, a sobrenatureza cintilante promove maravilhosamente o encontro delas com a Mãe
Natureza e a Mãe Cósmica. Esse é um tipo de ensino bilateral complementar ao qual não se
dá a mínima importância nas escolas, nos colégios e menos ainda nas universidades com
métodos intervencionistas europeus.
10. Hoje, as autoridades instituídas se importam somente com a domesticação das pessoas
e com a promoção da cor da pele através de incentivos econômicos. A sociedade se
submete ao Estado, quando deveria ser o inverso, o Estado é que deveria ser regido pela
sociedade. Neste mundo cego, com tais fundamentos educacionais, as realidades
sensitivas, intuitivas, físicas, energéticas, orgânicas, políticas e psicossociais são
ignoradas e incompreendidas pelos que se opõem à integridade étnica dos povos originários,
povos minoritários desconhecidos e oprimidos do Aywa-Yala (hoje, América Latina).
11. O sistema fechado racional e irracional gineco-obstétrico controla artificialmente os
fluidos menstruais, nulificando o óvulo com a falácia de que “além dos fluidos serem
desnecessários, ocasionam ainda um incômodo permanente para a mulher varonil”. Elimina
fisiologicamente, mecanicamente e iatroquimicamente as experiências e as evoluções pré-
natais e natais para intervir e desencadear o trabalho de parto prematuro com dia, hora e
lugar marcado. Além disso, expõe desnecessariamente as mulheres mães e as crianças ao
risco de infecções hospitalares mesmo nas melhores maternidades.
12. A lógica racional e irracional da ciência ocidental patriarcal se desenvolveu durante a
Idade Média, na Europa, quando se consolidava a Inquisição. A “morte (na fogueira) sem
derramamento de sangue é tão piedosa quanto possível para as (mulheres) privilegiadas”.
Nessa época, os médicos ocidentais passaram a dominar o corpo de todos, inclusive o das
mulheres. Os métodos materialistas e concretos para a destruição das mulheres possuem
inúmeros ângulos matemáticos e mecânicos. A medicina contemporânea recebeu a herança
masculina religiosa e arrogante do domínio mental e corporal. A maneira como essa herança
é aplicada nas mulheres até hoje é um drama a ser observado, questionado, refletido,
criticado e não ignorado.
13. A medicina (escuela) moderna, ao se transformar numa ciência divina masculina
perversa, foi fazendo valer o direito de propriedade do corpo e da mente feminina; foi
arrancando as capacidades energéticas, orgânicas e sensoriais das meninas mulheres e das
mulheres mães, mutilando-as mecanicamente e levando-as a perda da identidade orgânica
e estrutural do seu Ventre Energético.
14 Antigamente, as obesas mórbidas europeias ao entrarem em trabalho de parto eram
colocadas deitadas na cama e eram trabalhadas, manipuladas e “salvas” à beira da morte.
Essas técnicas perversas herdadas pelos defensores da repressão, opressão, passividade e
imobilidade feminina foram sendo institucionalizadas e aplicadas nas salas inibitórias e nas
mesas ginecológicas de parto nas maternidades brasileiras.
15. No livro de medicina “De humani corporis fabrica”, de 1543, época da abertura de corpos
e da descrição detalhada de pesquisas em cadáveres, pode-se observar que a mulher era
vista como uma imagem invertida do homem. Essa visão filosófica do movimento mecânico
invertido não é uma exceção, é uma regra geral nas escolas de formações superiores. Essa
visão obscurantista se tornou o alicerce para o surgimento da medicina mecânica moderna
dos trancos braçais, tranco dos joelhos, tranco dos punhos, e do tranco do cavalo,
manobras ultrajantes, dando oportunidade para a ocorrência de numerosos casos de
violências obstétricas.
16. A lógica da mutilação dos corpos femininos pelos trancos e manobras de tortura, a
lógica da passividade das obesas mórbidas europeias e a lógica da masculinização mental
das mulheres caracterizam a história da dominação masculina. Nela se vê a submissão, a
repressão, a opressão e a substituição das aptidões e dos valores femininos pelos
masculinos.
17. Esses tipos de lógica e políticas-psicossociais unilaterais de informação e de educação
científica ocidental restringiram sempre as medicinas práticas naturais femininas como as
das Mães d’Umbigo Raizeiras, das Mães d’Água amazônicas, das parteiras tradicionais, das
parteiras técnicas e das parteiras obstétricas consideravelmente “inovadoras” e eficientes
diante do cotidiano contemporâneo repressivo do Estado e das instituições particulares de
saúde.
18. Essas práticas transcendentais que poderiam contribuir para a comunidade, para a
sociedade são barradas por motivos preconceituosos, corporativismos médicos,
acadêmicos, filosóficos, religiosos, moralistas, psicológicos, econômicos, culturais e pelo
absoluto desconhecimento do eletromagnetismo do ventre feminino.
Diagrama 4
Ainda que existam obstetras que se façam de surdos para não ouvirem os
trovões das nuvens prenhas (os gritos das mães), não lhes é
impossível enxergar a chuva fluir via baixo para germinar os frutos.
19. No universo da autoafirmação masculina, a dominação e o corporativismo médico
obstétrico se fazem presentes nos diferentes espaços habilitados da institucionalidade
fechada, tanto no campo administrativo como nos serviços de assistências, dificultando
a atuação das obstetrizes, das parteiras diplomadas, das enfermeiras, das psicólogas
e de outras profissionais.
20. A iatrogenia cultural e a iatroquímica campeiam livres, criando doenças e sequelas
que ultrapassam quaisquer estatísticas. Isto se deve ao profundo abismo intercultural e
institucional que se estende infinitamente entre as silenciadas exiladas internas pelos
oligopólios acadêmicos e pelas várias instituições de assistências masculinas.
21. As propostas desenvolvidas pelas instituições civilizadas evidenciam a dominação,
mutilação e vitimização do útero, a Mãe do Corpo. A ciência masculina europeia
usurpou e rapinhou espaços tradicionalmente valorizados pelas Mães d’Umbigo
Raizeiras amazônicas e outras mestres conhecedoras das propriedades medicinais do
mundo vegetal.
22. O fato de o ventre feminino estar sendo mutilado se deve à falta de uma referência
prática, falha na gestão da educação, deficiência do ensino profissionalizante e
irresponsabilidade da intelectualidade fechada racional e irracional que duvida da
eficácia da medicina prática tradicional amazônica e de outras medicinas naturais como
a das parteiras tradicionais.
23. Ocorrem descasos, abandono e extermínio do conhecimento da essência dos
reinos naturais, como a farmacopeia vegetal, animal e mineral, nas escolas de formação
superior, pelos padrões dogmáticos obstetricamente estabelecidos nos serviços de
saúde.
24. A medicina cosmopolita favorece o rompimento, a ruptura dos vínculos afetivos com
o mundo instintivo e sensitivo, com as possibilidades terapêuticas naturais das
comunidades de onde as Mães d’Água são originárias. Embora isto seja percebido
pelos tecnocratas e políticos partidários que coordenam setores de saúde, eles não
demonstram interesse real em resolver esse dramático problema latente. A seiva, a vida
está enraizada no eletroímã social e não na glória, no status e no poder político
fantoche.
25. Alguns dos médicos obstetras se encontram desorientados em relação ao seu trabalho e
outros encaram-no apenas como um divertimento, agredindo, humilhando, esmagando
órgãos e ossos, torturando e fazendo as mulheres mães sofrerem.
26. A alienação profissional e emocional por alucinógenos é uma outra decadência
institucional que acarreta consequentemente a falta de grandes compromissos ou de
responsabilidades duradouras dos profissionais de saúde com os resultados de seu trabalho
com as pessoas. Há um afastamento muito grande de sua prática que por ser de assistência
a seus semelhantes poderia ser muito mais afetiva e gratificante. O resultado é uma
constante penumbra latente silenciosa. Para que a insanidade médica obstétrica não
aconteça, deve-se nascer médico e não fingir ou fazer de conta que é um médico ou uma
médica.
27. O que as Mães d’Água, as prenhas dos povos originários, as grávidas das periferias,
as gestantes metropolitanas, ou seja, as mulheres mães, que procuram o serviço de
saúde básico ou o serviço unificado de saúde, SUS, em busca de apoio, recepção,
assistência, sentimento, solidariedade, generosidade, alívio, conforto, orientação e
prevenção, sentem e pensam a respeito do tipo de assistência obstétrica que lhes é
oferecido nas maternidades? Essa é a maior das incógnitas para não dizer o maior dos
enigmas. Essas mulheres mães desiludidas acabam buscando sua autoafirmação no
mundo mágico da cura, mas não encontram a sua integração orgânica.
28. Diversas crenças tradicionais do universo oculto, em particular a Umbanda
e o Candomblé, potencializam a ação mágica medicinal do bom senso
Os terreiros religiosos são procurados pelos clientes dos serviços de assistência à
saúde por serem inviabilizados pelo universo racionalista e irracionalista da salvação.
Identicamente, as gestantes frustradas procuram o outro extremo para resolver suas
dificuldades fisiológicas e psicossociais: instituições clandestinas de aborto (a charada
médica do custo-benefício) muitas vezes administradas por discípulos acadêmicos
fúnebres, cruéis e gananciosos. O Estado, a Igreja e a medicina patriarcal ortodoxa,
quando questionados, hipocritamente adquirem cegueira, mudez, surdez aguda e
crônica. A razão irracional dessa charada talvez esteja na ausência de útero nos
mesmos? Eles ventilam tal genocídio endêmico como um enigma da saúde e do bem-
estar e do bem viver social
29. Aos “sistemas de salvação” chegam clientes em busca de soluções objetivas, mas na
realidade lhes são oferecidos apenas tratamentos de choque ou paliativos e, ainda, exames
e medicamentos momentaneamente miraculosos que junto com as cirurgias são os
instrumentos básicos dos doutores. O uso do medicamento artificial Tamoxifen, por exemplo,
usado para ajudar na prevenção de câncer de mama, pode causar efeitos colaterais que a
longo prazo poderiam inclusive incidir na formação de câncer uterino. As mulheres,
desesperadas, aceitam participar de tais experimentos como cobaias humanas, sem se
darem conta das reais consequências dos mesmos.
30. Outras pessoas, com expectativas menores nas diversas crenças naturais profiláticas e
mais confiantes no saber racional religioso, entregam seus parentes e amigos aos cuidados
dos técnicos (médicos, ginecologistas, obstetras, psicólogos, psiquiatras, etc.), assumindo
para si a impotência e a incapacidade frente a problemas tão complicados. Falamos aqui de
parentes e amigos dos postergados e inviabilizados, os quais compõem a maior parte da
clientela abandonada.
31. Deitada, desesperada, o silêncio lhe grita a mil vozes sua condição de ‘delinquente’, de
‘marginal’; de ‘objeto de terceira’ e aí começa a sua demolição, a sua destruição como
pessoa e como mulher mãe, provocando-lhe danos irreparáveis que jamais serão tratados.
Quando a mulher mãe prestes a dar à luz é nivelada a delinquentes comuns por
delinquentes acadêmicos, ela se vê diante de provas evidentes de que está sendo excluída
da sociedade civilizada como um todo, por um Estado opressor, repressor, vazio e mentiroso
que provoca desprezo, preconceito e discriminação.
Diagrama 5
A Mãe d’Água é como um rio que segue seu trajeto sem aguardar o sedento e
atordoado obstetra. Ainda que a tigela da menina mulher seja a palma de suas mãos,
ela sempre considerará o rugido do trovão e aguardará pacientemente a chuva fluir.
35. Em geral, as equipes de terapeutas e técnicos indiferentes ou ignorantes seguem
reproduzindo a norma ortodoxa ocidental, repudiando os procedimentos naturais e
sobrenaturais da Olho d’Água, prenha nua da época áurea do Amazonas, considerando-os
desviantes e estigmatizando-os como bruxaria ou mágica, como sanguinários, feios,
doentios ou selvagens, com pouca ou duvidosa eficácia terapêutica. Rotularam os
nascimentos naturais e sobrenaturais fase a fase de Força d’Alento Energético criado,
praticado e valorizado pela Olho d’Água, a Mãe d’Umbigo e a Mãe d’Água amazônicas.
36. Os nascimentos eram praticados ao redor de uma irmã árvore e à beira dos fluidos do
rio. Os nascimentos de assento das Olhos d’Água eram praticados pela dilatação e
flexibilidade da ilíacopélvis, poderes energéticos principais adquiridos pelas mulheres
mães durante milênios de desenvolvimento no Universo energético aberto.
37. O renascimento da Força d’Alento Energético com a Mãe d’Água sentada no Cepinho
do Raio, em casa, resultou de uma adaptação do desenvolvimento universal das velhas
verdades da Olho d’Água, assimiladas e recicladas com verdades novas por suas
descendentes, as Mães d’Umbigo Raizeiras e as Mães d’Água.
38. Quando as grávidas, as gestantes contemporâneas e as remanescentes Mães d’Água
procuram qualquer “centro industrial de trabalho de parto”, simplesmente lhes dizem:
“você não está em sua casa. Aqui é um hospital e aqui se deve obedecer às ordens do
doutor. Dirija-se imediatamente para a ‘sala de dor’ e suba na cama de parto”.
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NO BRASIL
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Violência obstétrica no Brasil: tortura e sofrimento das mulheres

  • 2.
  • 3. Medicina Kallawaya Itinerante Andina Luqiqamam Tink’uLuqiqamam Tink’u As relações entre as grandes emanações das forças elétricas vibratórias e os movimentos magnéticos universais (eletroímã) Mallku Chanez Pacha LeaMallku Chanez Pacha Lea Chanez
  • 4. VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA NO BRASIL Angústia, Medo e Sofrimento da Mulher Mãe A tortura obstétrica em mulheres mães brasileiras Mulheres Mães vítimas da repressão obstétrica, da impunidade estatal e particular não são exceções, são regras. Uma temática da política psicossocial autoritária com as vítimas de assédio, do preconceito, da discriminação, da repressão obstétrica e da omissão estatal. Jaxy Pya’Hu, Lua Nova, 13082018
  • 5. Não há Mãe do Corpo (útero) mais vasto que o ventre energético da Mãe d’Água. Ainda que o mundo se transforme, os meninos homens jamais conceberão óvulos.
  • 6. Dados Internacionais de Catalogação da Publicação (Instituto Kallawaya de Pesquisa Andina, Brasil) Mallku Chanez Violência Obstétrica no Brasil Mallku Chanez Tortura obstétrica em mulheres mães brasileiras – São Paulo, Mallku Chanez. 2018 - 1.Obstetrícia na – América do Sul – Brasil 2. Violência Obstétrica no Brasil - Cultura 3. Tortura Obstétrica em Mulheres Mães - Brasil – -Violência Obstétrica no Brasil- 07 – 2018 Cdd – 000. 01 Índices para catálogo sistemático: 1. Brasil Violência Obstétrica: Medicina 000.01 2. Tortura Obstétrica no Brasil: Medicina 000. 01 -
  • 7. Dedicado a Lara, Nayara, Yara, Negão, Hugo, Chihiro, Pacha Lea (Jaxy Pya’ Hu), Atsuko
  • 8. Agradecimentos Estas sementes e raízes foram concebidas e fecundadas nas águas quentes e fluentes das Olhos d’Água, prenhas nuas e das Mães d’Água, prenhas vestidas da Amazônia. Enquanto as mulheres mães davam à luz, davam vida a este tema através de seus mais íntimos sentimentos. Elas foram recepcionadas, assistidas, modeladas e amparadas por Mônica Kayomi Shinjo que me incentivou durante anos com a sua valiosa colaboração nas leituras, nos questionamentos e na revisão desta empreitada. Quero, também, estender meus mais profundos agradecimentos à constelação de meninas mulheres, de mulheres mães e mama’es, pois sem as suas colaborações teria sido impossível reconstruir e resgatar a origem e o ninho destes nascimentos. Elas dedicaram-me seu tempo, cederam-me seu espaço, confiaram seus suspiros, suas superstições, seus valores pessoais, suas crenças e suas práticas naturais a minha pessoa nos inúmeros e prolongados diálogos, entrevistas, gravações e atendimentos clínicos. Deste modo, ressurgiu o avesso, o outro lado da lógica da razão, da cultura patriarcal, fria, calculista, salvadora, religiosa, castradora, angustiante e reparadora da medicina cosmopolita civilizada: a germinação dos opostos complementares, a arte da sobrenatureza feminina – as iniciações da menina mulher, a Olho d’Água e a Mãe do Fogo, a Mãe d’Umbigo Raizeira e a Mãe d’Água. Ainda que tivéssemos conhecimento de sua existência, não a reconhecíamos como parte da grande medicina prática sobrenatural amazônica.
  • 9. Sinopse O que as Mães d’Água, as prenhas dos povos originários, as grávidas das periferias, as gestantes metropolitanas, isto é, as mulheres mães que procuram o serviço de saúde básico ou o serviço unificado de saúde, SUS, em busca de apoio, recepção, assistência, sentimento, solidariedade, generosidade, alívio, conforto, orientação e prevenção sentem e pensam a respeito do tipo de “assistência obstétrica” que lhes é oferecido nas maternidades brasileiras? A opressão, a repressão, as humilhações, as torturas obstétricas em meninas mulheres e em mulheres mães são algumas das atuais exigências da realidade viva a serem questionadas. Esta obra apresenta quatro partes: a primeira parte resgata as práticas e as rezas das benzedeiras parteiras e outras. Na segunda parte, resgata-se o universo visível e invisível das parteiras obstetras. A terceira parte coloca em evidência o uso serviçal da menina mulher e da mulher mãe como objetos descartáveis nas tramas obstétricas, anulando-se, de fato, os valores energéticos de utilidade social feminino. A quarta parte descreve o universo trágico inviabilizado: a tortura obstétrica, o sofrimento psicológico e físico da menina mulher e da mulher mãe, vítimas da repressão e da omissão estatal.
  • 11.
  • 12.
  • 13. --- Parte ll Universo visível e invisível das parteiras obstetras -.‘Ser curiosa’ foi a base para ser parteira diplomada -. Entrevista com uma parteira curiosa, diplomada na Universidade de São Paulo, USP -. Origens de uma parteira diplomada: experiências práticas de uma parteira curiosa até se tornar uma parteira diplomada pela Universidade de São Paulo, USP -. Formação empírica da parteira diplomada: a prática empírica é um bom estímulo para uma aprimorada formação acadêmica -. Parteira de linha baixa ou parteira de via baixa na mesa ginecológica: parto natural é fazer tudo natural, é dar tempo e espaço para a mãe e a criança -. Consultório particular da parteira diplomada -. Exame de gravidez -. Tipos de diagnóstico: sonar, pinar, ouvido direto, ultrassom, estetoscópio -. Parto a domicílio: a mecânica do ‘ovo’ na residência -. Episiotomia: não ruptura do períneo em casa! -. Hemorragia pós-parto e distensão uterina: a conservação do globo de seguridade garante a retração uterina e evita hemorragias -. A fragmentação da medicina institucional: “nós, parteiras, temos mais prática que os próprios médicos” -. Abortos: declínio e desaparecimento da arte das parteiras diplomadas -. Entrevista com uma enfermeira obstetriz diplomada na Universidade de São Paulo, USP: “ vire enfermeira obstetriz para ser parteira”
  • 14.
  • 15. --- Parte III O siwayru social da Pachakana: o valor energético para uso próprio -. A bipolaridade complementar da Pachakana -. O valor energético e o valor social -. O valor energético de uso próprio -. A realidade social só aparece numa inter-relação viva -. Valores de utilidade social -. O uso da menina mulher e da mulher mãe como objetos descartáveis nas tramas obstétricas --- Parte lV Universo Trágico Inviabilizado: a tortura obstétrica, o sofrimento psicológico e físico da menina mulher e da mulher mãe, vítimas da repressão e da omissão estatal -. A tortura obstétrica não é uma exceção, é uma regra -. Venda de ilusões ventrais: ‘nascimentos naturais’, ‘nascimentos humanizados’. Pague, mas não leve! -. A ilegitimidade da violência obstétrica praticada nos porões das maternidades e dos hospitais brasileiros -. Tortura: sofrimento psicológico e físico -. Análise das instituições fechadas: frustrações e imposições na maternidade
  • 16. -. Estando dentro ou fora do paradigma do ‘bem-viver’ institucional, as meninas mulheres e as mulheres mães serão sempre punidas -. A prática da distorcida medicina cosmopolita -. Tipos de torturas nos procedimentos médicos: o tipo ventral e o tipo períneo-genital -. Dilaceração da menina mulher e da mulher mãe com as manobras ou os trancos pesados de Kristeller -. Minhas mamas e o meu peito oprimidos e o ventre comprimido e dilacerado: cinco tipos de alavancas que reprimem piedosamente e castigam pesadamente as mulheres mães -. Descrição de alguns casos de vitimização e de mutilação institucional das Mães d’Água -. Realizar curetagem a sangue frio, sem anestesia? Por quê? -. Episiotomias e rupturas sem necessidade na sala de parto: o obstetra manda cortar o períneo para que a estagiária possa treinar torturando -. A ruptura de um projeto de vida: repressão e dano psicossocial na mulher mãe -. O renascimento da Mãe d’Água e o nascimento da Y’Agury em casa -. A concepção das águas vivas e das águas mortas -. ‘Favo de Mel da Mãe d’Umbigo: aparar, segurar a recém-nascida, o oposto do “parto de ferro”, realizado pelo sangue frio’
  • 17. -. Mãos amarradas e a metodologia do improviso no colapso institucional de saúde: flagelação médica física e mental -. O conceito de saúde da Organização Mundial de Saúde: saúde, salute, salvação -. O corporativismo obstétrico e a hegemonia médica no parto com sessões de tortura numa menina mãe de dezesseis anos -. Análise de caso publicado pelo Jornal o Estado de São Paulo, 26022016 -. Para uma política psicossocial transformadora -. Vocabulário -. Prefixos e sufixos em terminologia médica ocidental -. Bibliografia -. Índice remissivo
  • 18. Diagrama 2 Honi da ari’ranha A energia que circunda a ari’ranha entra na criança pelo umbigo e flui harmonizando as energias TU’Y, positivo, e PU’Y, negativo.
  • 19. Introdução Quando se coloca em pauta a proteção das gerações jovens, o futuro das pessoas de um país ‘democrático’ e ‘laico’ como é o Brasil, inevitavelmente surge a preocupação com a vida das meninas mulheres, das mulheres e das mulheres mães: as prenhas das etnias originárias, as grávidas das periferias e do interior, e as gestantes metropolitanas. Essas pessoas acabam sendo colocadas em situações de risco e de vulnerabilidade quando alguma forma de repressão, opressão ou discriminação é exercida sobre elas em razão de sua classe social, de sua origem étnica ou de seu êthos e de seus valores culturais. 2. Desde os primórdios do Pau-Brasil, a violência obstétrica tem se mostrado recorrente em todo o Brasil, abrangendo métodos de intervenção contra os fluidos energéticos espontâneos das mulheres mães. Até hoje, muitas meninas mulheres e mulheres mães padeceram e continuam padecendo como vítimas da violência obstétrica, a qual provoca angústia, susto, medo e sofrimento psicológico, por lhes negarem o direito de liberdade de escolha. 3. Escolher uma *Mãe d’Umbigo Raizeira*, uma parteira tradicional ou uma parteira obstetra, dar à luz em casa, no rio ou em um hospital-maternidade, desejar ser assistida sentada no banco ou no cepinho, deitada na ‘cama de ferro’, mesa obstétrica, ‘amordaçada’, amarrada e drogada, decidir se deseja estar sozinha ou acompanhada quando sua criança chegar a este mundo são direitos inquestionáveis e intangíveis da mulher mãe.
  • 20.
  • 21. 8. Semelhantemente, a política psicossocial autoritária de omissão do estado se mostra questionável por dar oportunidade para a demolição, a destruição e a retaliação das mulheres mães através de repressões e de torturas praticadas nas maternidades estatais e privadas, deixando problemas físicos e sequelas psicossociais irreversíveis. 9. Estas são algumas das reflexões sobre os dramas provocados pelas políticas-psicossociais autoritárias. Temos como ponto de partida a demolição, a destruição da prenha, da grávida e da gestante como experiência individual e, em seguida, abordamos os efeitos psicossomáticos como traumas, angústias, medo e sofrimento que elas produzem na psicologia coletiva. Esta obra traz uma visão da realidade viva e crua das mulheres mães ameaçadas pela DELINQUÊNCIA OBSTÉTRICA BRASILEIRA.
  • 22. Diagrama 3 Uma só flor não atrai as abelhas e nem esconde os pássaros. Que o aturdido obstetra não ofenda e nem ridicularize a Mãe d’Água, já que a chupança nunca ficou sobre uma flor como um orvalho.
  • 23. Justificativa As mulheres mães contemporâneas cosmopolitas perderam a transcendência energética, a sensibilidade, a flexibilidade, a elasticidade e a dilatação pélvica, assim como os povos originários amazônicos, Tairapé, foram surrupiados de suas cerimônias de nascimento, de suas qualidades, de seus valores, de seus costumes e de seus fluidos energéticos num processo histórico secular de intervenção, repressão, opressão, destruição, controle, escravidão e negação. 2. Essa realidade é concreta e foi construída meticulosamente e minuciosamente pela cultura patriarcal religiosa, sendo sistematicamente aplicada no Pau-Brasil, começando pelas tradições das Olhos d’Água, as prenhas nuas do Amazonas, as quais foram perseguidas, enlaçadas, fisicamente mutiladas, feridas, discriminadas e banidas até terem seus ossos abalados e se quedarem mentalmente perturbadas, mortas em vida nas reservas indígenas. 3. A banalização da Mãe d’Água, a prenha vestida amazônica, da grávida da periferia e da gestante cosmopolita, ou seja, a mulher mãe, a falta do direito de ir e de vir até o rompimento da bolsa d’água, a falta do direito de expressão e de escolha são sofrimentos e pesadelos que atingem as mulheres mães até hoje, e tudo se deve ao preconceito em relação aos valores sociais dos povos originários, às velhas artes, às velhas verdades, às práticas dos ritos tradicionais femininos do renascimento da mulher mãe e do nascimento de sua criança, e à aceitação passiva e conformista das normas patriarcais como se fossem normais.
  • 24. 4. Em geral, as mulheres mães buscam assistências, orientações, apoio, segurança e estímulos nos obstetras, mas não raramente acontece o contrário: acabam ficando magoadas, amarradas e amortecidas. 5. A experiência única de dar à luz a uma criança tão desejada e esperada, através dos movimentos de inspiração de muito amor e especial carinho, acaba se transformando num pesadelo repugnante que lhe resulta numa grande baixa estima. Tais estigmas e marginalizações, como uma fogueira inquisitória masculina, condenam as mulheres à perda das sensações transcendentais energéticas e se perpetuam ao longo da história, chegando às salas frias de parto. 6. A total hegemonia da cultura do custo-benefício e do modelo corporativista racional e irracional, médico e científico converte alguns obstetras em técnicos contemporâneos medíocres e em delinquentes acadêmicos. 7. As experiências educacionais da saúde (a salvação visionária civilizada) nas práticas biomédicas e laboratoriais, nas laqueaduras, nas episiotomias nos períneos, nas cesáreas, nos abortos clínicos clandestinos e nas curetagens a sangue frio - castigo e punição aplicado às meninas mulheres e mulheres mães pelo seu pecado e pela sua culpa -realizadas até os anos oitenta por alguns obstetras perversos no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, USP, são alguns dos exemplos de como o sistema machista institucionalizado mantém o status quo na sociedade civilizada.
  • 25. 8. Esse sistema unilateral fechado resulta na destruição dos fluidos energéticos dos povos originários que objetiva dar reconhecimento à terapêutica de Omopuã Pacha, a qual utiliza o método do renascimento da Mãe d’Água e do nascimento da criança por via baixa em casa. 9. No momento em que a Olho d’Água, a prenha nua, dá à luz nos rios e a Mãe d’Água em casa, a sobrenatureza cintilante promove maravilhosamente o encontro delas com a Mãe Natureza e a Mãe Cósmica. Esse é um tipo de ensino bilateral complementar ao qual não se dá a mínima importância nas escolas, nos colégios e menos ainda nas universidades com métodos intervencionistas europeus. 10. Hoje, as autoridades instituídas se importam somente com a domesticação das pessoas e com a promoção da cor da pele através de incentivos econômicos. A sociedade se submete ao Estado, quando deveria ser o inverso, o Estado é que deveria ser regido pela sociedade. Neste mundo cego, com tais fundamentos educacionais, as realidades sensitivas, intuitivas, físicas, energéticas, orgânicas, políticas e psicossociais são ignoradas e incompreendidas pelos que se opõem à integridade étnica dos povos originários, povos minoritários desconhecidos e oprimidos do Aywa-Yala (hoje, América Latina). 11. O sistema fechado racional e irracional gineco-obstétrico controla artificialmente os fluidos menstruais, nulificando o óvulo com a falácia de que “além dos fluidos serem desnecessários, ocasionam ainda um incômodo permanente para a mulher varonil”. Elimina fisiologicamente, mecanicamente e iatroquimicamente as experiências e as evoluções pré- natais e natais para intervir e desencadear o trabalho de parto prematuro com dia, hora e lugar marcado. Além disso, expõe desnecessariamente as mulheres mães e as crianças ao risco de infecções hospitalares mesmo nas melhores maternidades.
  • 26. 12. A lógica racional e irracional da ciência ocidental patriarcal se desenvolveu durante a Idade Média, na Europa, quando se consolidava a Inquisição. A “morte (na fogueira) sem derramamento de sangue é tão piedosa quanto possível para as (mulheres) privilegiadas”. Nessa época, os médicos ocidentais passaram a dominar o corpo de todos, inclusive o das mulheres. Os métodos materialistas e concretos para a destruição das mulheres possuem inúmeros ângulos matemáticos e mecânicos. A medicina contemporânea recebeu a herança masculina religiosa e arrogante do domínio mental e corporal. A maneira como essa herança é aplicada nas mulheres até hoje é um drama a ser observado, questionado, refletido, criticado e não ignorado. 13. A medicina (escuela) moderna, ao se transformar numa ciência divina masculina perversa, foi fazendo valer o direito de propriedade do corpo e da mente feminina; foi arrancando as capacidades energéticas, orgânicas e sensoriais das meninas mulheres e das mulheres mães, mutilando-as mecanicamente e levando-as a perda da identidade orgânica e estrutural do seu Ventre Energético. 14 Antigamente, as obesas mórbidas europeias ao entrarem em trabalho de parto eram colocadas deitadas na cama e eram trabalhadas, manipuladas e “salvas” à beira da morte. Essas técnicas perversas herdadas pelos defensores da repressão, opressão, passividade e imobilidade feminina foram sendo institucionalizadas e aplicadas nas salas inibitórias e nas mesas ginecológicas de parto nas maternidades brasileiras.
  • 27. 15. No livro de medicina “De humani corporis fabrica”, de 1543, época da abertura de corpos e da descrição detalhada de pesquisas em cadáveres, pode-se observar que a mulher era vista como uma imagem invertida do homem. Essa visão filosófica do movimento mecânico invertido não é uma exceção, é uma regra geral nas escolas de formações superiores. Essa visão obscurantista se tornou o alicerce para o surgimento da medicina mecânica moderna dos trancos braçais, tranco dos joelhos, tranco dos punhos, e do tranco do cavalo, manobras ultrajantes, dando oportunidade para a ocorrência de numerosos casos de violências obstétricas. 16. A lógica da mutilação dos corpos femininos pelos trancos e manobras de tortura, a lógica da passividade das obesas mórbidas europeias e a lógica da masculinização mental das mulheres caracterizam a história da dominação masculina. Nela se vê a submissão, a repressão, a opressão e a substituição das aptidões e dos valores femininos pelos masculinos. 17. Esses tipos de lógica e políticas-psicossociais unilaterais de informação e de educação científica ocidental restringiram sempre as medicinas práticas naturais femininas como as das Mães d’Umbigo Raizeiras, das Mães d’Água amazônicas, das parteiras tradicionais, das parteiras técnicas e das parteiras obstétricas consideravelmente “inovadoras” e eficientes diante do cotidiano contemporâneo repressivo do Estado e das instituições particulares de saúde. 18. Essas práticas transcendentais que poderiam contribuir para a comunidade, para a sociedade são barradas por motivos preconceituosos, corporativismos médicos, acadêmicos, filosóficos, religiosos, moralistas, psicológicos, econômicos, culturais e pelo absoluto desconhecimento do eletromagnetismo do ventre feminino.
  • 28. Diagrama 4 Ainda que existam obstetras que se façam de surdos para não ouvirem os trovões das nuvens prenhas (os gritos das mães), não lhes é impossível enxergar a chuva fluir via baixo para germinar os frutos.
  • 29. 19. No universo da autoafirmação masculina, a dominação e o corporativismo médico obstétrico se fazem presentes nos diferentes espaços habilitados da institucionalidade fechada, tanto no campo administrativo como nos serviços de assistências, dificultando a atuação das obstetrizes, das parteiras diplomadas, das enfermeiras, das psicólogas e de outras profissionais. 20. A iatrogenia cultural e a iatroquímica campeiam livres, criando doenças e sequelas que ultrapassam quaisquer estatísticas. Isto se deve ao profundo abismo intercultural e institucional que se estende infinitamente entre as silenciadas exiladas internas pelos oligopólios acadêmicos e pelas várias instituições de assistências masculinas. 21. As propostas desenvolvidas pelas instituições civilizadas evidenciam a dominação, mutilação e vitimização do útero, a Mãe do Corpo. A ciência masculina europeia usurpou e rapinhou espaços tradicionalmente valorizados pelas Mães d’Umbigo Raizeiras amazônicas e outras mestres conhecedoras das propriedades medicinais do mundo vegetal. 22. O fato de o ventre feminino estar sendo mutilado se deve à falta de uma referência prática, falha na gestão da educação, deficiência do ensino profissionalizante e irresponsabilidade da intelectualidade fechada racional e irracional que duvida da eficácia da medicina prática tradicional amazônica e de outras medicinas naturais como a das parteiras tradicionais.
  • 30. 23. Ocorrem descasos, abandono e extermínio do conhecimento da essência dos reinos naturais, como a farmacopeia vegetal, animal e mineral, nas escolas de formação superior, pelos padrões dogmáticos obstetricamente estabelecidos nos serviços de saúde. 24. A medicina cosmopolita favorece o rompimento, a ruptura dos vínculos afetivos com o mundo instintivo e sensitivo, com as possibilidades terapêuticas naturais das comunidades de onde as Mães d’Água são originárias. Embora isto seja percebido pelos tecnocratas e políticos partidários que coordenam setores de saúde, eles não demonstram interesse real em resolver esse dramático problema latente. A seiva, a vida está enraizada no eletroímã social e não na glória, no status e no poder político fantoche. 25. Alguns dos médicos obstetras se encontram desorientados em relação ao seu trabalho e outros encaram-no apenas como um divertimento, agredindo, humilhando, esmagando órgãos e ossos, torturando e fazendo as mulheres mães sofrerem. 26. A alienação profissional e emocional por alucinógenos é uma outra decadência institucional que acarreta consequentemente a falta de grandes compromissos ou de responsabilidades duradouras dos profissionais de saúde com os resultados de seu trabalho com as pessoas. Há um afastamento muito grande de sua prática que por ser de assistência a seus semelhantes poderia ser muito mais afetiva e gratificante. O resultado é uma constante penumbra latente silenciosa. Para que a insanidade médica obstétrica não aconteça, deve-se nascer médico e não fingir ou fazer de conta que é um médico ou uma médica.
  • 31. 27. O que as Mães d’Água, as prenhas dos povos originários, as grávidas das periferias, as gestantes metropolitanas, ou seja, as mulheres mães, que procuram o serviço de saúde básico ou o serviço unificado de saúde, SUS, em busca de apoio, recepção, assistência, sentimento, solidariedade, generosidade, alívio, conforto, orientação e prevenção, sentem e pensam a respeito do tipo de assistência obstétrica que lhes é oferecido nas maternidades? Essa é a maior das incógnitas para não dizer o maior dos enigmas. Essas mulheres mães desiludidas acabam buscando sua autoafirmação no mundo mágico da cura, mas não encontram a sua integração orgânica. 28. Diversas crenças tradicionais do universo oculto, em particular a Umbanda e o Candomblé, potencializam a ação mágica medicinal do bom senso Os terreiros religiosos são procurados pelos clientes dos serviços de assistência à saúde por serem inviabilizados pelo universo racionalista e irracionalista da salvação. Identicamente, as gestantes frustradas procuram o outro extremo para resolver suas dificuldades fisiológicas e psicossociais: instituições clandestinas de aborto (a charada médica do custo-benefício) muitas vezes administradas por discípulos acadêmicos fúnebres, cruéis e gananciosos. O Estado, a Igreja e a medicina patriarcal ortodoxa, quando questionados, hipocritamente adquirem cegueira, mudez, surdez aguda e crônica. A razão irracional dessa charada talvez esteja na ausência de útero nos mesmos? Eles ventilam tal genocídio endêmico como um enigma da saúde e do bem- estar e do bem viver social
  • 32. 29. Aos “sistemas de salvação” chegam clientes em busca de soluções objetivas, mas na realidade lhes são oferecidos apenas tratamentos de choque ou paliativos e, ainda, exames e medicamentos momentaneamente miraculosos que junto com as cirurgias são os instrumentos básicos dos doutores. O uso do medicamento artificial Tamoxifen, por exemplo, usado para ajudar na prevenção de câncer de mama, pode causar efeitos colaterais que a longo prazo poderiam inclusive incidir na formação de câncer uterino. As mulheres, desesperadas, aceitam participar de tais experimentos como cobaias humanas, sem se darem conta das reais consequências dos mesmos. 30. Outras pessoas, com expectativas menores nas diversas crenças naturais profiláticas e mais confiantes no saber racional religioso, entregam seus parentes e amigos aos cuidados dos técnicos (médicos, ginecologistas, obstetras, psicólogos, psiquiatras, etc.), assumindo para si a impotência e a incapacidade frente a problemas tão complicados. Falamos aqui de parentes e amigos dos postergados e inviabilizados, os quais compõem a maior parte da clientela abandonada. 31. Deitada, desesperada, o silêncio lhe grita a mil vozes sua condição de ‘delinquente’, de ‘marginal’; de ‘objeto de terceira’ e aí começa a sua demolição, a sua destruição como pessoa e como mulher mãe, provocando-lhe danos irreparáveis que jamais serão tratados. Quando a mulher mãe prestes a dar à luz é nivelada a delinquentes comuns por delinquentes acadêmicos, ela se vê diante de provas evidentes de que está sendo excluída da sociedade civilizada como um todo, por um Estado opressor, repressor, vazio e mentiroso que provoca desprezo, preconceito e discriminação.
  • 33. Diagrama 5 A Mãe d’Água é como um rio que segue seu trajeto sem aguardar o sedento e atordoado obstetra. Ainda que a tigela da menina mulher seja a palma de suas mãos, ela sempre considerará o rugido do trovão e aguardará pacientemente a chuva fluir.
  • 34.
  • 35. 35. Em geral, as equipes de terapeutas e técnicos indiferentes ou ignorantes seguem reproduzindo a norma ortodoxa ocidental, repudiando os procedimentos naturais e sobrenaturais da Olho d’Água, prenha nua da época áurea do Amazonas, considerando-os desviantes e estigmatizando-os como bruxaria ou mágica, como sanguinários, feios, doentios ou selvagens, com pouca ou duvidosa eficácia terapêutica. Rotularam os nascimentos naturais e sobrenaturais fase a fase de Força d’Alento Energético criado, praticado e valorizado pela Olho d’Água, a Mãe d’Umbigo e a Mãe d’Água amazônicas. 36. Os nascimentos eram praticados ao redor de uma irmã árvore e à beira dos fluidos do rio. Os nascimentos de assento das Olhos d’Água eram praticados pela dilatação e flexibilidade da ilíacopélvis, poderes energéticos principais adquiridos pelas mulheres mães durante milênios de desenvolvimento no Universo energético aberto. 37. O renascimento da Força d’Alento Energético com a Mãe d’Água sentada no Cepinho do Raio, em casa, resultou de uma adaptação do desenvolvimento universal das velhas verdades da Olho d’Água, assimiladas e recicladas com verdades novas por suas descendentes, as Mães d’Umbigo Raizeiras e as Mães d’Água. 38. Quando as grávidas, as gestantes contemporâneas e as remanescentes Mães d’Água procuram qualquer “centro industrial de trabalho de parto”, simplesmente lhes dizem: “você não está em sua casa. Aqui é um hospital e aqui se deve obedecer às ordens do doutor. Dirija-se imediatamente para a ‘sala de dor’ e suba na cama de parto”.
  • 36.
  • 37. VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA NO BRASIL Angústia, Medo, e Sofrimento da Mulher Mãe Mallku Chanez R$ 25.00
  • 38. www.mallkuchanez.com e-mail: mallkuchanez.site@gmail.com Facebook: Mallku Chanez IKA: Instituto Kallawaya de Pesquisa Andino