1. A Memória
A articulação aprendizagem-memória
(Um ponto prévio)
Aprendizagem e memória são processos indissociáveis na medida
em que uma conduta só se considera aprendida se for retida, isto
é, memorizada pelo sujeito; e só se pode reter o que foi adquirido
ou aprendido. O próprio conceito de aprendizagem como mudança
sistemática da conduta supõe implicitamente a memória como
condição de conservação da resposta aprendida.
A memória e a aprendizagem são aspectos complementares do
mesmo processo geral. Se não houvesse retenção dos resultados
da prática anterior, cada tentativa de aprendizagem resultaria no
mesmo comportamento da primeira. Não haveria aprendizagem
sem os efeitos de "conservação" da experiência prévia. A
aprendizagem diz respeito a modificações, presumivelmente
nervosas, resultantes da experiência; memória é o termo que se
aplica à persistência dessas modificações (...)
A lembrança de uma experiência pode ser insignificante, parcial ou completa. As
variáveis que influem na retenção são, essencialmente, as mesmas que afectam a
aquisição, de sorte que as coisas que facilitam a aprendizagem, também facilitam a
retenção.
C. Telford, e J. Sawrey, Psychologie
Já todos dissemos, certamente, acerca de alguém: "É uma pessoa muito experiente!"
Ter experiência é sinónimo de já ter aprendido muito e, portanto, estar apetrechado
com saberes que permitem enfrentar com eficácia as novas situações que surgem.
Sem memória, as aprendizagens teriam de estar constantemente a ser adquiridas, o
que equivaleria a dizer que estávamos sempre no ponto zero. Não ter memória seria
o mesmo que não ter aprendido nada.
A memória é o sustentáculo da vida humana, dado que o homem é um ser que evolui
em função das constantes aprendizagens que faz. É a memória que faz com que as
aprendizagens, ao serem conservadas, se constituam como plataformas de novas
aprendizagens qualitativamente superiores.
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2. Procure imaginar por um momento que não tem memória. As nossas lembranças
operam com tanta ligeireza e automatismo que poucas pessoas ( ... ) tomam
consciência da sua presença invasiva. No entanto, perceber, estar consciente,
aprender, falar e resolver problemas, tudo isso requer aptidão para armazenar
informações. A percepção e a consciência muitas vezes dependem de comparações
entre o presente e o passado.
A aprendizagem exige a retenção de hábitos ou de novas informações. Para falar é
preciso lembrar-se das palavras e de pelo menos algumas regras gramaticais. A
solução de problemas baseia-se na retenção de cadeias de ideias. Mesmo as
actividades geralmente consideradas não intelectuais, tais como mexericar ou lavar
pratos, dependem da capacidade de recordar. De facto, quase tudo o que se faz
depende da memória.
A memória é, portanto, o suporte essencial de todos os processos de
aprendizagem e permite ao organismo manter continuadamente um sistema de
referência da experiência vivida. E, no caso do homem, é o factor básico da
capacidade de reconhecer a sua identidade como pessoa.
INTRODUÇÃO
A memória é o processo cognitivo que nos permite ter acesso ao passado,
estruturar o presente e projectarmo-nos no futuro
Algumas questões comuns sobre a memória
Porque é que um facto desagradável, que gostaríamos de não recordar, permanece
na nossa mente, como se tivesse sucedido ontem? Porque é que certos
acontecimentos se apresentam de forma tão nítida, enquanto outros permanecem
escondidos numa mistura de passado e de imaginário? Até que ponto podemos
confiar nas recordações de uma criança? Até que ponto os testemunhos de quem
depõe em tribunal são fiáveis? Com a idade esquecemos mais facilmente, ou isto não
passa de um preconceito? Que relações se estabelecem entre a memória individual e
a memória colectiva?
Quando desconfio da minha memória, escreve Freud num artigo que data de 1925,
posso recorrer à caneta e ao papel. O papel converte-se, então, numa parte externa
da minha memória e retém algo que, de contrário, estaria invisível dentro de mim.
Quando escrevo numa folha de papel, estou certo de que disponho de uma
recordação permanente resguardada das deformações que talvez a minha memória
tenha sofrido. O inconveniente é que não posso desfazer-me dessa recordação
quando já não preciso dela, e a folha de papel está cheia. Já não há espaço para
escrever. Estes inconvenientes não existem se utilizo outro método: uma ardósia e
giz. Uma ardósia pode usar-se sempre de novo e portanto tem uma capacidade
ilimitada. Mas o inconveniente de uma ardósia é que, para escrever uma nota nova, é
preciso apagar a anterior. Então, parece que uma capacidade ilimitada e a presença
de traços indeléveis se excluem mutuamente no caso dos recursos que utilizamos
para substituir a nossa memória. As folhas de papel e as ardósias carecem, por
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3. conseguinte, dessa característica que faz com que a memória humana seja tão
incrivelmente eficaz, segundo Freud, porque o nosso aparelho psíquico consegue
fazer, precisamente, o que não podem fazer estes outros instrumentos; tem uma
capacidade ilimitada para assimilar novas percepções e deixa traços duradouros,
ainda que não inalteráveis, na memória.
D. Draaisma, Las metáforas de la memória. Una historia de la mente., 1998, p.27
A memória tem tido uma história peculiar na psicologia. Há um século atrás para poder
ser estudada cientificamente, Ebbinghauss partiu-a em bocados tão pequeninos, que
se tornou quase invisível. Tão invisível que os comportamentalistas fizeram-na
desaparecer a favor da aprendizagem. Quase a meio do século Bartlett, num estudo
que hoje em dia seria considerado ecológico, clamava no deserto que a memória era
um processo activo, e os seus "esquemas cognitivos” foram considerados fantasmas.
Com a chegada do computador, parecia que a hora da memória tinha chegado. Os
diferentes armazéns da memória invadiam as investigações e as publicações. Mas o
que é que explicava esta concepção de memória? Muito pouco. Não permitia entender
os seus fundamentos biológicos nem as suas patologias. Também não se podia
estudar o desenvolvimento da memória porque ao computador dá-se tudo feito, não
tem evolução nem crescimento. A emoção, importante na memória humana, foi
ignorada, tal como as influências sociais e culturais. A memória funcionava da mesma
maneira em qualquer contexto.
Por fim, parece que o estudo da memória encontrou um caminho no qual
abandonaram as metodologias reducionistas e se puseram de lado as analogias
inadequadas. A memória humana é agora olhada em toda a sua complexidade
Uma memória que tem uma base cerebral, predisposições inatas, que se
desenvolve, que aprende, que se engana e se emociona, se perturba, se atrofia,
que recupera e que envelhece. Numa palavra, que vive.
Características da memória
Todos os sistemas cognitivos, naturais ou artificiais, são sistemas dotados de
memória. A memória foi considerada durante muito tempo como um processo muito
simples da cognição, especializado na retenção do passado. Hoje sabemos que isto
não é assim. A memória é, provavelmente, a própria forma da cognição. Aliás, ela
é ainda mais primária do que a cognição porque um sistema cognitivo só pode emergir
de um sistema com memória. Tendo em conta a investigação recente, não é por acaso
que a memória será o primeiro processo cognitivo a ser compreendido num contínuo
que vai das moléculas à mente.
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4. Os processos mnésicos permitem o acesso aos acontecimentos do passado, mas as
memórias, transitórias ou permanentes, constroem também o nosso presente
psicológico e o que será codificado, representado e armazenado no futuro. Podemos
dizer que memória não é somente o passado, é também o presente e o futuro. A
memória é o processo cognitivo que nos permite codificar a informação
resultante da experiência, armazená-la num formato apropriado, recuperá-la e
utilizá-la em operações ou acções sobre o mundo.
A memória implica criar representações. Já há muito tempo, mais precisamente no
ano 400, Santo Agostinho referia-se à memória como uma imagem ou representação.
Dizia ele que seria impossível falar das montanhas, dos rios e dos astros, que ele tinha
contemplado, ou do oceano, de que tinha ouvido falar, se interiormente não os
«visse». A memória era um recinto interno imaginário que se convertia num reflexo do
mundo exterior, do seu mundo exterior. Como uma cópia do exterior no interior.
Hoje a ciência demonstrou que é impossível perceber o comportamento sem ter em
conta as representações que construímos do mundo. As representações, sejam
ícones, retratos, mapas ou ficheiros de dados tomam o lugar de objectos existentes na
realidade. Estas entidades têm uma função de substituição e estão intimamente
ligadas à memória porque são o local onde a experiência é conservada.
A memória é um conjunto de representações. As representações são construídas a
partir da informação categorizada e arrumada em esquemas cognitivos. Uma
representação pode fazer uso de tipos diferentes de esquemas cognitivos.
As representações não são cópias da realidade exterior como pensava Santo
Agostinho. Ao criarmos imagens interiores dos objectos exteriores, elas são tratadas e
modificadas pelos processos cognitivos. A capacidade de fazer face a questões novas,
que implica o uso de informação que está na memória, depende da capacidade que
temos de criar e de transformar representações. As representações não podem ser
comparadas a fotografias ou à transcrição mecânica das experiências no tecido
nervoso porque implicam um trabalho de atenção, de selecção e de codificação que
tem por base significados e conhecimentos anteriores. Uma experiência qualquer, por
exemplo, uma notícia de jornal, uma história, um livro, deixa uma marca na medida em
que é catalogada a partir de experiências semelhantes, dos nossos interesses, de
expectativas ou de emoções, ou seja, de sistemas de referência anteriores. Nenhuma
recordação é totalmente neutra ou independente de outras recordações.
As representações permitem substituir uma informação externa, ausente, por uma
informação interna, presente e conservada no seu interior. A partir daqui podemos
substituir as acções concretas sobre o real por acções simbólicas, puramente internas,
o que se traduz num aumento muito importante das nossas capacidades de adaptação
ao meio.
A memória é um processo activo. Para nossa surpresa, ao revermos um filme que
tínhamos visto há muito tempo, constatamos que muitos dos pormenores nos parecem
diferentes daquilo que nos lembrávamos, embora antes tivéssemos a certeza absoluta
do que tínhamos visto. Bartlett, em 1932, avançou com a ideia de que a memória é
um processo activo e não uma recordação factual do que aconteceu. Mais do que
gravar a informação, organizamos as nossas memórias de forma a que elas se
encaixem nas nossas expectativas e no nosso conhecimento. O que lembramos pode
não ser exactamente o que aconteceu. Bartlett estudou este assunto através da
reprodução de histórias. As pessoas liam ou ouviam uma história e depois contavam-
na. Verificou que as histórias reproduzidas apresentavam imprecisões.
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5. Estas imprecisões eram típicas e sistemáticas:
Mudanças de significado – As pessoas tendiam a centrar-se num aspecto da
história, tornando essa parte a mais importante, mesmo que isso não fosse assim no
original
Distorções afectivas – Os sentimentos e as emoções das pessoas face à história
influenciavam aquilo de que se lembravam
Desvios – O significado da história mudava regularmente de uma reprodução para
outra
Encurtamento – A história tornava-se cada vez mais pequena; os detalhes eram
omitidos; os detalhes mais facilmente omitidos eram os que não interessavam para a
compreensão da história
Coerência – As mudanças eram feitas de modo a que a história tivesse mais sentido
para a pessoa; podia incluir a introdução de novo material ou mudanças na sequência
de acontecimentos
Convencionalidade – Temas ou clichés bem conhecidos substituíam a ideia original
de modo a que a história se tornasse mais convencional, indo ao encontro do contexto
cultural e social da pessoa
Perda de nomes e de números – Os números e os nomes próprios tendiam a ser
perdidos ou mudados para outros mais familiares
http://neurociencia.tripod.com/testes.htm
No quotidiano, um exemplo comum desta característica da memória é a transmissão
de boatos ou de rumores. As pessoas ouvem histórias ou bocadinhos de notícias e
passam essa informação a outros. A natureza activa dos processos de memória
implica que uma mensagem, especialmente se é ambígua, pode ser bastante
distorcida. Se as pessoas não têm muita informação vão preencher o que falta de
forma a construírem uma história consistente. Quer dizer que tendemos a adaptar a
informação de modo a que ela se encaixe num esquema mental, esquecendo os
detalhes que nele não se encaixam. Por exemplo, se não gostamos de alguém,
dificilmente admitimos que há alguma coisa boa nessa pessoa, mesmo que tenhamos
ouvido dizer que ela fez alguma coisa de bom. Os esquemas cognitivos, como vimos
atrás, são grelhas mentais que utilizamos para dar sentido à vida de todos os dias. Isto
não significa que somos incapazes de nos lembrar de informação que não esperamos
ou que não desejamos, mas lembramo-nos mais facilmente de informação que faz
sentido para nós, que se encaixa nos nossos esquemas. Este processo é muitas
vezes inconsciente.
A ideia da memória baseada em esquemas e representações é concordante com os
estudos da percepção que nos mostram que os esquemas antecipatórios ou
preexistentes dirigem a busca perceptiva. Os esquemas cognitivos dirigem a nossa
memória, preparando-nos para lembrar melhor algumas coisas e não outras, embora a
informação que estamos a receber influencie a forma como o esquema se vai
modificando e desenvolvendo. Por isso é um processo activo.
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6. A confabulação é outro dos processos pelos quais adaptamos as memórias aos
nossos esquemas ou expectativas. Loftus, em 1975, fez um estudo onde mostrava
aos participantes um filme de um acidente de tráfego. Dividiu as pessoas em dois
grupos. Ao primeiro perguntava: «A que velocidade iam os carros quando
chocaram?». Ao segundo: «A que velocidade iam os carros quando se esmagaram?».
Uma semana mais tarde, perguntou se tinha havido algum vidro partido, como
resultado do acidente. Embora não tenha havido nenhum, o grupo 2 lembrava-se
claramente de vidros partidos. Quer isto dizer que o modo como a pergunta foi feita
influenciou as respostas. Os participantes produziram memórias activas consonantes
com as suas expectativas, lembrando-se do acidente como tendo sido mais sério do
que realmente foi.
Muitas vezes as pessoas tendem a insistir na veracidade das suas memórias, mesmo
quando lhes é mostrado que não estão correctas. Uma vez produzida uma memória,
que vai ao encontro das nossas ideias, tendemos a mantê-Ia. Isto é um problema para
a lei, especialmente quando se trata de testemunhas presenciais de acidentes ou de
outros acontecimentos dramáticos. Interpretamos o que vemos em função do que
esperamos que aconteça e as nossas memórias reflectem isso. Na polícia, costuma
dizer-se que, se houver vinte testemunhas de um acidente, há realmente vinte
acidentes diferentes.
Perceber o que aconteceu envolve um processo muito cuidadoso de comparação e de
análise dos diferentes depoimentos. As pessoas convencem-se de que o que têm na
memória foi o que se passou. A confabulação não tem nada a ver com a mentira,
porque a pessoa está honestamente convencida de que o que está a dizer é verdade.
Pode ser capaz de visualizar a cena e de se lembrar de pequenos pormenores da
mesma maneira que os participantes da investigação anterior se lembravam de vidros
partidos. Os pequenos sinais dados pelo interrogador, muitas vezes subtis e
inconscientes, juntamente com a imaginação e com o desejo de querer ajudar, podem
alterar a memória de uma situação.
A memória tem um valor adaptativo.
Para que serve a memória? No reino animal encontramos uma vasta gama de
capacidades de memória. Os protozoários têm programas de comportamento tão
organizados que poderíamos pensar que possuem memória. E realmente têm
memória, mas é basicamente uma memória genética. São programas
predeterminados de comportamento, que estão contidos nos genes e que permitem a
relação do organismo com o ambiente. Isto significa que estes seres vivos têm uma
capacidade de mudança muito pequena para responderem adaptativamente ao meio,
embora a memória genética seja complementada com aprendizagens muito
rudimentares.
A espécie humana está menos dependente da memória genética e, por isso, está mais
apta a aprender. Temos capacidade para adquirir e armazenar a experiência, utilizá-Ia
para alterar o comportamento e responder adaptativamente quando as exigências do
ambiente o requeiram. O ser humano é um organismo com uma imensa capacidade
de adaptação e, portanto, está muito dependente da aprendizagem e de uma memória
diferente da memória genética.
Nas primeiras semanas ou meses de vida do bebé desaparecem os reflexos primários
ou arcaicos. A espécie tem necessidade de se libertar de certos vestígios da memória
genética, ficando disponível para a aprendizagem. Quando nasce, o bebé possui
apenas informação rudimentar. Este facto pode ser considerado um sucesso
filogenético porque, por um lado, suprime a rigidez característica dos programas de
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7. comportamento inatos e, por outro, permite-nos alcançar níveis superiores de
flexibilidade adaptativa, como seres inacabados.
A memória permite-nos ter o conhecimento necessário para organizarmos
comportamentos adaptativos independentemente da complexidade da
situação.
Se pensarmos que qualquer comportamento implica vários processos mentais,
definição de metas, planos para as alcançar, avaliação dos recursos disponíveis e dos
custos/benefícios, processos de avaliação, de raciocínio e de solução de problemas,
utilizando o conhecimento armazenado na memória, fica patente a necessidade desta
e o papel crucial que desempenha na global idade e na complexidade da mente.
O ser humano necessita de memória, não para armazenar e reter informação "porque
sim", mas porque a imensa diversidade e complexidade de situações com que se
defronta exige que essa base de conhecimento recuperável esteja a aumentar e a
reorganizar-se continuamente.
Muitos factores influenciam a memória.
Já vimos, por exemplo, como as nossas expectativas influenciam aquilo que retemos.
Muitos factores estão relacionados com a memória como os fisiológicos, os
emocionais ou os culturais.
Se centrarmos isto em nós próprios e na nossa vida do quotidiano, verificamos que ao
nível dos factores fisiológicos o bem-estar cerebral depende, em grande parte, da
oxigenação dos tecidos nervosos e que o exercício físico, a qualidade da alimentação
e do sono influenciam o estado da nossa memória. Ao nível dos factores emocionais,
pode colocar-se, por exemplo, a questão da concentração. Estados emocionais
perturbadores, situações de pressão e de stress dificultam a concentração criando
«ruído mental" e impedindo-nos de prestar atenção.
Ao nível cultural sabemos que é a partir do contexto em que vivemos e das nossas
experiências como membros de uma cultura específica, que construímos
representações do mundo que influenciam o que memorizamos e como memorizamos.
Por exemplo, as sociedades sem escrita confiam unicamente nas suas memórias para
se lembrarem de informações do passado, possuindo tradições orais muito ricas e
processos próprios de as memorizarem.
Existe um conjunto de estratégias que facilitam a memorização como, por exemplo, a
fixação de conceitos-chave através de esquemas, e daí a importância dos mapas
conceptuais. A visualização de conceitos concretos ou abstractos através de imagens
facilita a evocação da informação. É o caso, por exemplo, de pedir às crianças que
desenhem os países que estão a aprender em Geografia. Não interessa a qualidade
do desenho mas o mapa mental que estão a construir sobre a sua localização no
espaço.
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