Os clássicos da sociologia: Marx, Durkheim e Weber
1. OS CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA : MARX, DURKHEIM E WEBEROS CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA : MARX, DURKHEIM E WEBER
2. No século XIX, três pensadores desenvolveram teorias buscando
explicar a sociedade capitalista: Karl Marx , Emile Durkheim que
continuou o positivismo de Augusto Comte e Max Weber . Estes três
pensadores são denominados os clássicos da Sociologia.
Os Clássicos da Sociologia
1818-1883 1858-1917 1864-1920
3. Os Clássicos da Sociologia
Emile Durkheim
(1857 – 1917)
Max Weber
(1864 – 1920)
Karl Marx (1818
– 1883)
Objeto da
Sociologia Método
Classes Sociais
Fato Social
Ação Social
Dialética
Explicação
Compreensão
Social
5. CONCEITOS BÁSICOS
FATO SOCIAL
COERÇAO SOCIAL
CONSCIÊNCIA COLETIVA
DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO
SOLIDARIEDADE MECÂNICA
SOLIDARIEDADE ORGÂNICA
DIREITO REPRESSIVO
NORMAL E PATOLÓGICO DIREITO RESTITUTIVO
SUICÍDIOANOMIA
6. 1ªcontribuição
As Regras do Método Sociológico
A preocupação
em estabelecer
para a Sociologia
Objeto
Metodo
Fato
Social
Explicação
7. Fato
Social
“ Fato social é toda maneira de fazer, fixa ou
não,suscetível de exercer sobre o indivíduo uma
coação exterior;ou ainda, que é geral no conjunto de
cada sociedade tendo ao mesmo tempo existência
própria, independente de suas manifestações
individuais.”
Fato social consiste em “maneiras coletivas de
pensar, sentir e agir, exteriores ao indivíduo e
dotadas de um poder de coerção em virtude do qual
se lhe impõem”
9. Independente de qualquer
filosofia, visando apenas o
principio da causalidade
Garantia da objetividade
Um fato social só pode ser
explicado por outro fato social
Características
do método
MÉTODO
11. A explicação científica exige que o pesquisador mantenha
certa distância e neutralidade em relação ao fato a ser
estudado.
O sociólogo deve deixar de lado suas pré-noções, isto é,
seus valores e sentimento pessoais. Não pode haver
envolvimento afetivo ou interferência do sujeito em
relação ao objeto.
Enfatiza a posição de neutralidade e objetividade que o
pesquisador deve ter em relação à sociedade: deve
descrever a realidade social sem deixar que suas idéias e
opiniões interfiram na observação dos fatos sociais
MÉTODO
12. CONSCIÊNCIA COLETIVA
Trata-se da idéia do que seja o psíquico social.
A consciência coletiva é objetiva (não vem de uma só pessoa), é
exterior (é o que a sociedade pensa), age de uma forma
coercitiva.
A consciência coletiva manifesta-se nos sistemas jurídicos, nos
códigos legais, na arte, na religião, nas crenças, nos modos de
sentir, nas ações humanas. Existe difundida na sociedade e é
interiorizada pelos indivíduos.
É, de certo modo a moral vigente da sociedade.
Para Durkheim, a sociedade è mais do que a soma dos
indivíduos e o todo (a sociedade) prevalece sobre as partes(os
indivíduos).
14. Em sua obra A Divisão do Trabalho Social procura
compreender as repercussões da divisão do trabalho
e do aumento do individualismo na integração social.
Durkheim tenta entender o funcionamento da
sociedade da mesma forma que a Biologia entende o
funcionamento de um corpo. Cada indivíduo tem uma
função a cumprir que é importante para o
funcionamento de todo o corpo social.
A Divisão do Trabalho Social
15. Daí o efeito mais importante da divisão do trabalho
não é o seu aspecto econômico (aumento de
produtividade) mas a integração e a união entre os
membros, que Durkheim denomina
SOLIDARIEDADE.
Quanto mais for especializada sua atividade, mais o membro
de uma sociedade passa a depender dos outros membros.
Divisão Social do trabalho vem a ser a especialização
de funções entre os indivíduos de uma sociedade.
A Divisão do Trabalho Social
17. SOCIEDADE PRE-CAPITALISTA SOCIEDADE CAPITALISTA
Tradicional
Não diversificada
Pré-industrial
Semelhanças de funções:
união
Simples
Pouca divisão do trabalho
Solidariedade mecânica
Moderna
Diversificada
Industrial
Especialização de funções:
dependência
Complexa
Muita divisão do trabalho
Solidariedade orgânica
Causa da coesão social :
Solidariedade
Causa da coesão social :
Solidariedade
18. Solidariedade
Mecânica
divisão do trabalho pouco desenvolvida
Não havia um grande número de
especializações
As pessoas se uniam não porque
dependiam do trabalho das outras
Todos tinham a mesma religião, as
mesmas tradições, os mesmos
sentimentos, os mesmos valores
A consciência coletiva era forte e
pesava sobre o comportamento de
todos.
Predominava o Direito Repressivo (Penal)
pois o crime feria os sentimentos coletivos.
19. Solidariedade
Orgânica
Há divisão de trabalho porque há mais
especialização de funções..
O que une as pessoas é a interdependência
das funções sociais.
A consciência coletiva é fraca pois é difusa,
difundindo-se pelas diversas instituições
Predomina o Direito Restitutivo (Civil) , pois a
função do Direito mais do que punir o
criminoso, é restabelecer a ordem que foi
violada.
20. As causa sociais do aumento da divisão do trabalho nas sociedade
complexas decorre de uma combinação de fatores que envolvem : o
volume populacional e a densidade natural e moral da população
Causas do
aumento da
divisão do
trabalho
um aumento do volume da população
uma maior aproximação dos membros da
sociedade no espaço físico
uma maior comunicação e interdependência
dos indivíduos no espaço social
21. FATO PATOLÓGICO E ANOMIA
O crescente desenvolvimento da industria e da
tecnologia faz com que Durkheim tivesse uma
visão otimista sobre o futuro do capitalismo.
O capitalismo é uma sociedade perfeita, pois a maior
divisão de trabalho aumenta a especialização de funções
que aumenta a dependência, tendo maior solidariedade.
Como explicar os problemas sociais, tais como favela,
criminalidade, suicídio, fome, miséria, poluição,
desemprego?
A crise da sociedade é moral. Ou as normas estão
falhando (fato patológico) ou há ausência de
normas (anomia)
22. A sociedade, como todo organismo, apresenta estados normais e
patológicos, saudáveis e doentios.
Fato
Social
Normal
quando se encontra generalizado na
sociedade ou desempenha alguma
função social importante.
Fato Social
Patolológico
aquele que se encontra fora dos limites
permitidos pela ordem social e pela
moral vigente
23. Para Durkheim, um fenômeno quando agride os preceitos
morais, pode ser considerado normal desde que encontrado
na sociedade de forma generalizada desde que não coloque
em risco a integração social..
Considerou o crime um
fato social normal porque
é encontrado em todas
as sociedades e serve de
parâmetro para a
sociedade. Se o crime
põe em risco a
integração social é
considerado patológico
24. ANOMIA
Carência de regulamentação social, ausência de
regras sociais. As crises econômicas e conflitos
capital-trabalho se devem a uma situação de
anomia..
Atribui essa crise moral às mudanças rápidas
ocorridas na sociedade no final do século XIX e
ao descompasso entre o avanço material e as
normas morais e jurídicas.
Ao estudar o suicidio, refere-se ao suicídio
anômico que acontece devido ao
enfraquecimento das regras morais.
Tal estado deanomia se deve à propria sociedade
que apresenta uma situação de desregramento
levando os indivíduos a pedrderem a noção dos
fins individuais e dos limites
25. ANOMIA EM DURKHEIM
Aparece na análise que Durkheim faz do suicídio: as
causas do suicídio seriam sociais, dependendo do maior
ou menor grau de coesão social.
26. Três tipos de suicídio:
EGOÍSTA Falta de integração
ALTRUÍSTA Excesso de
integração
ANÔMICO Falta de limites e
regras
27. Direito e anomia
a coesão é garantida
por um conjunto de
princípios, ou seja,
uma moral e um
conjunto de regras e
normas, ou seja ,o
direito, porque todos se
conhecem
A função do direito é
punir aquele que,
com suas
transgressão, ofende
todo o conjunto. É o
que conhecemos por
direito penal.
Sociedade
simples
28. Sociedade
complexa
Precisamos ser solidários
não porque somos iguais
mas porque somos
diferentes. A falta, o
rompimento da regra não
afeta o coletivo e sim as
pessoas separadamente.
A punição será dirigida
para a devolução,
`aquele que foi
prejudicado, daquilo
que lhe foi tirado. É o
direito restitutivo.
29. CONCLUSÃO
A Sociologia tem por finalidade não só explicar a sociedade
como também encontrar soluções para a vida social.
Trata-se apenas de conhecer os seus problemas e de buscar
uma solução científica para eles: curar as suas doenças.
Os problemas sociais não se resolveriam dentro de uma luta
política e sim através da ciência, ou seja, da Sociologia.
Foi com Durkheim que a Sociologia passou a ser
considerada propriamente uma ciência, dotada de um
objeto especifico, os fatos sociais, e de uma metodologia.
31. Marxismo
1. KARL MARX (1818-1883) VIDA E OBRAS
2. FONTES DO MARXISMO
•DIALÉTICA
•SOCIALISMO
•ECONOMIA POLÍTICA
3. CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE
4. ANÁLISE DA MERCADORIA
5. CONCLUSÃO
32. CONCEITOS BÁSICOS
Socialismo Comunismo Dialética
Forças de Produção Relações de Produção
Infra-estrutura
Super-estrutura
Estado
Classes sociais
Ideologia
Alienação
Mercadoria
Fetichismo da Mercadoria
Força de Trabalho
Valor de Uso
Valor de troca
Mais-valia
33. Nasceu na cidade de Treves , na Alemanha.
Doutorou-se em Filosofia.
Foi redator de um jornal liberal em Colônia.
Em 1842 foi obrigado a sair da Alemanha, foi para Paris, onde conheceu
Friedrich Engels, seu companheiro de idéias e publicações.
Expulso da França em 1845, foi para Bruxelas onde participou da recém
fundada Liga dos Comunistas.Foi expulso da Bélgica.
Engels (1820-1895)
KARL MARX (1818-1883 )KARL MARX (1818-1883 )
VIDA E OBRASVIDA E OBRAS
34. KARL MARX (1818-1883 )KARL MARX (1818-1883 )
VIDA E OBRASVIDA E OBRAS
Em 1848, escreveu, com Engels, "O Manifesto Comunista", obra fundadora do
"marxismo", enquanto movimento político e social a favor do proletariado.
Com o malogro das revoluções de 1848, Marx mudou-se para Londres onde se
dedicou a um grandioso estudo crítico da economia política.
Marx foi um dos fundadores da Associação Internacional dos Operários ou
Primeira Internacional.
Morreu em 1883, após intensa vida política e intelectual.
Obras principais : A Ideologia Alemã, A Miséria da Filosofia, Contribuição à
Crítica da Economia Política, A Luta de Classes na França, O Capital.
36. 2.1 FONTES DO MARXISMO2.1 FONTES DO MARXISMO
SOCIALISMO Movimento Operário
Francês
Devido as conseqüências sociais da
Revolução, alguns pensadores propõem uma
nova maneira de conceber a sociedade e
reivindicam a igualdade entre todos, não só do
ponto de vista político, mas também quanto às
condições sociais de vida
37. depende do convencimento da
burguesia na distribuição de
seus bens.
não supõe um instrumento de
poder para atingir seu
objetivo
SOCIALISMO
PRÉ-
MARXISTA
utópico
apolítico
2.1. FONTES DO MARXISMO2.1. FONTES DO MARXISMO
38. conhecimento das leis que regem
o mecanismo do sistema
capitalista
supõe um instrumento de
poder, a organização da classe
operária
SOCIALISMO
MARXISTA
científico
político
2.1. FONTES DO MARXISMO2.1. FONTES DO MARXISMO
39. ECONOMIA POLÍTICA Economia Política
Inglesa -
Para Marx, a riqueza não é resultado
do trabalho de homens isolados
(Individualismo) que buscam
interesses particulares, mas sim do
trabalho coletivo (coletivismo)
Segundo Adam Smith a riqueza de uma
nação é o resultado de homens que
buscam seus interesses: “cada indivíduo
busca apenas o seu próprio ganho...
Perseguindo os seus interesses promove
os interesses da própria sociedade”
2.2. FONTES DO MARXISMO2.2. FONTES DO MARXISMO
Adam Smith
1723-1790
40. 2.3. FONTES DO MARXISMO2.3. FONTES DO MARXISMO
DIALÉTICA Filosofia Clássica alemã: Hegel
DIA + LEGEIN : pensar o contrario
Método de apreensão da realidade
Idealismo
O real é contraditório,mutável,
em movimento
Tese, antítese, síntese
todo real é racional
todo racional é real
HEGEL
41. 2.3. FONTES DO MARXISMO2.3. FONTES DO MARXISMO
DIALÉTICA MARX: Rompimento com o Idealismo
A dialética hegeliana, idealista, é “corrigida
e aplicada ao materialismo existente que
era essencialmente mecanicista”.
As leis da dialética são as leis do
mundo material.
A realidade social vista através de
suas contradições.
MATERIALISMO HISTÓRICO E
DIALÉTICO
42. CARACTERÍSTICAS
DA DIALÉTICA
1. Tudo se relaciona (lei da ação recíproca e
da conexão universal)
2. Tudo se transforma (lei da
transformação universal e do
desenvolvimento incessante)
3. A mudança qualitativa
4. A luta dos contrários
43. TUDO SE RELACIONA
A dialética não olha a realidade como um
amontoado acidental de objetos, de
fenômenos isolados, mas como um todo
unido, coeso, dependentes uns dos outros.
Não se pode compreender nenhum
fenômeno se o encaramos isoladamente.
Esta característica da dialética se verifica
universalmente, na natureza e na
sociedade.
44. TUDO SE TRANSFORMA
A dialética marxista vê a realidade não como um estado de
repouso, de imutabilidade, mas com um estado de movimento e
mudança, de renovação, onde sempre qualquer coisa nasce e
se desenvolve, qualquer coisa se desagrega e desaparece.
O movimento não é pois um aspecto secundário da realidade.A
realidade é processo, é movimento.
Movimento não é apenas mudança de lugar, mas transformação da
realidade e de suas propriedades
Não há regimes sociais “imutaveis”, “principios eternos” que
assegurem, por exemplo,o direito à propriedade privada ou que
obriguem a existência de pobres e ricos, de empregados e
patrões.
Isto estimula a ação, empurra o homem para modificar a
realidade, pois ela é susceptivel de modificação.
45. A MUDANÇA QUALITATIVA
O processo dialetico considera um desenvolvimento que passa de
mudanças quantitativas para mudanças qualitativas.
A mudança quantitativa é o mero aumento de quantidade. A
mudança qualitativa é a passagem de uma qualidade para outra,
pelo acumulo de mudanças quantitativas (tudo se transforma). Ex.
o aquecimento da água.
A dialetica considera que essa relação entre mudança quantitativa
e mudança qualitativa é uma lei universal da natureza e da
sociedade.
46. A LUTA DOS CONTRÁRIOS
Os fenômenos da natureza supõem contradições internas, porque todos
têm uma lado negativo e um lado positivo. Elementos que desaparecem
e elementos que se desenvolvem.
A luta dos contrários, a luta entre o velho e o novo,entre o que morre e o
que nasce, entre o que perece e o que evolui é o conteúdo interno do
processo de desenvolvimento. É o motor de toda mudança
A luta dos contários, ou contradição, é universal. Sendo uma
realidade objetiva, encontra-se tambem no “sujeito”, no homem que
faz parte do mundo.
Todo processo natural ou social se explica pela contradição. Na
sociedade, a contradição é produto, inicialmente, das relações homem
e natureza. O conteúdo concreto desta luta é o trabalho.
A contradição fundamental é entre as forças de produção novas e as
relações de produção envelhecidas. A partir de certo momento a
contradição é entre as classes: luta de classes.
48. CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE
HOMEM ser de
necessidades
satisfação das
necessidades
produção
de bens
materiais
produção de
bens materiais TRABALHO
49. CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE
Relações
A ) com a Natureza Forças de Produção
(instrumentos de produção)
B ) dos Homens entre si Relações de
Produção((((divisão do trabalho)
modo de produção
+
História
CapitalistaAntigo Feudal
50. “A história humana é a história das relações dos
homens com a natureza e dos homens entre si.”
Nesses dois tipos de relação aparece
como intermediário um elemento
essencial: O TRABALHO HUMANO
Assim como Darwin havia descoberto a
lei da evolução das espécies, Marx
descobriu as leis da HISTÓRIA
51. CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE
SUPER ESTRUTURA
IDEOLÓGICA
POLÍTICA
ESTADO
JURÍDICA
DIREITO
FORÇAS DE PRODUÇÃO + RELAÇÕES DE PRODUÇÃO
(MODO DE PRODUÇÃO)
INFRA ESTRUTURA ECONÔMICA
IDEOLÓGICA
52. Forças de
Produção
O trabalho do homem, o trabalho do
animal a serviço do homem, a natureza, os
instrumentos de produção. Toda
capacidade humana de produzir.
Relações de
Produção
(materiais)
São os modos específicos de
organização do trabalho e da
propriedade, devido a divisão do
trabalho.
(sociais)
Modo de
Produção
Cada época histórica possui um
conjunto de forças produtivas a que
correspondem determinadas
relações de produção.
INFRA-ESTRUTURA ECONÔMICA
53. CONSCIÊNCIA
EXISTÊNCIA
CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE
SUPER ESTRUTURA
IDEOLÓGICA
POLÍTICA
ESTADO
JURÍDICA
DIREITO
FORÇA DE PRODUÇÃO + RELAÇÕES DE PRODUÇÃO
(MODO DE PRODUÇÃO)
INFRA ESTRUTURA ECONÔMICA
IDEOLÓGICA
54. “O modo de produção da vida material CONDICIONA o processo da vida social,
política e espiritual em geral”
“Não é a consciência do homem que DETERMINA a sua existência, mas ao
contrário, é a sua existência que determina a sua consciência”
“Ao mudar a base econômica revoluciona-se, mais ou menos, toda a imensa
superestrutura erigida sobre ela”
Prefácio à Contribuição à Crítica da Economia
Política
A explicação das formas jurídicas, políticas, espirituais e de
consciência, encontra-se na base econômica e material da
sociedade, no modo como os homens estão organizados no
processo produtivo
56. CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE
RELAÇÕES DE PROPRIEDADE
PROPRIETÁRIOS
CLASSE DOMINADACLASSE DOMINANTE
PROLETARIADOBURGUESIA
NÃO PROPRIETÁRIOS
RELAÇÕES DE DOMINAÇÃO
MPC
57. CONSCIÊNCIA
EXISTÊNCIA
CONCEPÇÃO MARXISTA DE SOCIEDADE
SUPER ESTRUTURA
IDEOLÓGICA
POLÍTICA
ESTADO
JURÍDICA
DIREITO
FORÇA DE PRODUÇÃO + RELAÇÕES DE PRODUÇÃO
(MODO DE PRODUÇÃO)
INFRA ESTRUTURA ECONÔMICA
IDEOLÓGICAIDEOLÓGICA
58. MODO DE
PRODUÇÃO
Prefacio à Contribuição à Crítica da Economia Política
A determinadas forças de produção correspondem
determinadas relações de produção que se expressam em
relações jurídicas e que constituem um modo de produção
As forças de produção são dinâmicas porque são dialéticas e as
relações de produção não acompanham o ritmo de seu
desenvolvimento
As forças de produção se chocam com as relações de produção
existentes, ou o que não é senão sua expressão jurídica, com as
relações de propriedade dentro das quais se desenvolveram até
ali. De formas de desenvolvimento das forças produtivas, estas
relações se convertem em obstáculos a elas. E se abrem assim na
época de revolução social.
FORÇAS DE
PRODUÇÃO (FP)
RELAÇÕES DE
PRODUÇÃO (RP)
59. ANÁLISE DA MERCADORIAANÁLISE DA MERCADORIA
1. O duplo valor dos bens materiais
2. A determinação do valor de troca
3. Os processos históricos de troca
4. A força de trabalho como mercadoria
5. O processo da mais valia
6. O fetichismo da mercadoria
• Valor de uso
• Valor de troca
60. 1. O duplo valor dos bens materiais
Valor de uso
Valor de troca
homem
necessidades
satisfação
produção de
bens materiais
valor dos bens
Utilidade do bem material para o seu produtor
Quando o bem produzido não tem valor de uso para o seu produtor e este
o coloca no mercado para troca: MERCADORIA
Toda mercadoria é essencialmente valor de troca, mas tem
embutido nela um valor de uso
61. 2. A determinação do valor de troca
O que determina o valor de troca de uma MERCADORIA ?
QUANTIDADE
?
NECESSIDADE
?
FINALIDADE ?
EQUIVALÊNCIA (valores
iguais)
62. 2. A determinação do valor de
troca
trabalho
02
horas
04
horas
02
horas
tempo de trabalho
necessário para a sua
equivalência
equivalência
63. 2. A determinação do valor de troca
Socialmente
Tempo médio
Tempo social
Tempo de trabalho SOCIALMENTE necessário para a sua
produção
Trabalho da sociedade: ao trocar as
mercadorias, há uma comparação de trabalho humano.
Logo toda mercadoria expressa relações sociais
Exemplo : compra no supermercado
Pacote de arroz = 10 reais
O preço é o que aparece. O que significa?
64. “Ao equiparar os seus diversos produtos na troca como
valores, os homens equiparam os seus diversos trabalhos
como trabalho humano. Não se dão conta, mas fazem-no”.
O que é comum a todas as mercadorias não é trabalho
concreto de um ramo de produção determinado,não é o
trabalho de um gênero particular, mas o trabalho
humano abstrato, o trabalho humano geral.
65. 3. Os processos históricos de troca
I) Processo Pré-Capitalista
a) Processo de circulação simples (troca direta)
b) Processo de circulação complexa (troca indireta)
M M
M D(equivalente geral) M
A troca direta não dinamiza a troca
Há necessidade de um equivalente geral
O processo Pré-Capitalista não tem como objetivo o LUCROO processo Pré-Capitalista não tem como objetivo o LUCRO
66. II) Processo Capitalista
Qual a vantagem ?D M D
D M D
+
Dinheiro tem valor de uso ?
D M D
+
M D+
+
M D++
+ ...
3. Os processos históricos de troca
67. O processo pré-capitalista
começa com M
a mercadoria é produto do
trabalho
O processo capitalista
começa com D
o dinheiro é necessariamente
produto do trabalho ?
3. Os processos históricos de
troca
68. “Se o dinheiro .... vem ao mundo com uma
mancha congênita de sangue numa das faces, o
capital vem pingando da cabeça aos pés, de
todos os poros, sangue e lama” (Marx, O
Capital, vol 1)
Comércio = troca de mercadoria, conquista,
pirataria, saque, exploração, suborno,
fraude ...
De onde veio o dinheiro para o início do
capitalismo?
Questão Básica
70. Camponeses = expulsos do campo
Artesãos = destituídos de suas
ferramentas
No capitalismo a força de trabalho tornou-
se uma mercadoria. Antes, o trabalhador
era dono de sua força de trabalho:
camponeses e artesãos
Capitalismo
71. 4. A força de trabalho como mercadoria
Qual o valor desta mercadoria ?
a) o valor de uma mercadoria é determinado pelo tempo de
trabalho necessário para que ela exista
b) ora, a força de trabalho é uma mercadoria
c) logo, o valor da força de trabalho é determinado pelos
meios necessários para que ela exista
d) ora, a força de trabalho não existe desvinculada de seu
dono, o trabalhador
f) ora, um dia o trabalhador vai morrer
g) logo o valor da força de trabalho é determinado pelos
meios necessários à subsistência do trabalhador e sua
reprodução
e) Logo, o valor da força de trabalho é determinado pelos
meios necessários para que o trabalhador exista
72. Enquanto cresce, estuda e trabalha, o homem consome uma certa
quantidade de mercadorias, que pode ser medida em tempo de
trabalho.
MEDINDO ESTE VALOR, ESTAREMOS MEDINDO, INDIRETAMENTE,
O VALOR DA FORÇA DE TRABALHO
PORTANTO, O VALOR DA FORÇA DE TRABALHO É IGUAL AO
VALOR DOS MEIOS DE SUBSISTÊNCIA, PRINCIPALMENTE
GÊNEROS DE PRIMEIRA NECESSIDADE, INDISPENSÁVEIS À
REPRODUÇÃO DA CLASSE OPERÁRIA
Esse valor é pago no salário, que deve dar apenas para o
estritamente necessário ao futuro trabalhador.
Capitalismo
73. É esse o circulo vicioso do capitalismo, em que o
assalariado vende a sua força de trabalho para sobreviver e
o capitalista lhe compra a força de trabalho para enriquecer.
A razão do circulo vicioso esta no processo de MAIS VALIA
Capitalismo
74. Primeiro Modo Hipótese: 08 horas
5. O processo da mais valia
Tempo Necessário:
o tempo de trabalho necessário para produzir mercadorias cujo valor é
igual ao valor da força de trabalho
Tempo Excedente:
o tempo de trabalho que excede, que vale mais que a força de trabalho:
mais valia. O trabalhador, embora tenha feito juridicamente um contrato
de trabalho de 08 horas, trabalha 04 horas de graça
75. Mais Valia Relativa: Se o capitalista investir em novas
tecnologias diminuirá o tempo necessário estará aumentando
a mais valia
Mais Valia Absoluta: Se o capitalista exigir aumento das
horas, ainda que pague mais, estará aumentando a mais
valia:
76. Segundo Modo
5. Exemplo Produção de um par de sapatos
100 unid de
moeda
Matéria Prima
=
Desgaste
Instrumentos
Salário Diário
Como o capitalista
obtém o lucro?
5. O processo da mais valia
20 unid de
moeda
30 unid de
moeda
O valor de um par de sapatos é a soma de todos os
valores representados pelas diversas mercadorias que
entraram na produção
Não é no âmbito da
compra e venda
É no âmbito da produção
=
=
77. 09 horas de
trabalho
01 par a cada
03 horas
Nessas 03h o
trabalhador cria uma
quantidade de valor
correspondente ao seu
salário
Nas outras 06h produz
mais mercadorias que
geram um valor maior do
que lhe foi pago na
forma de salário
5. O processo da mais valia
78. +
salário
Meios de Produção 120
30
150
+
=
+
salário
Meios de Produção 120
30
390
+
=
x 03
03
130
=
5. O processo da mais valia
79. MAIS VALIA
Ao final da jornada, o trabalhador recebe 30 unidades
de moeda e o seu trabalho rendeu o dobro ao
capitalista: 20 unidades de moeda em cada um dos
pares de sapato. Este valor a mais não retorna ao
operário: incorpora-se ao produto e é apropriado pelo
capitalista
Assim como um boi produz mais do que consome e
enriquece o seu dono, a classe trabalhadora produz mais
valia do que consome e enriquece os proprietários dos meios
de produção. Os trabalhadores são os bois do sistema
capitalista
80. Síntese de muitas determinações
A realidade social é feita de
contradições
Mas a árvore não pode esconder o
arvoredo
Vem um grande analista e revela o
segredo
Da acumulação de capital
É mais valia pra cá
É mais valia pra lá
Capitalismo é selvagem e global
É mais valia pra cá
É mais valia pra lá
Tempo roubado do trabalho social
Mercadoria é alienação
Trabalho e salário, a danação
A grana diz: trabalho sozinha
A fórmula é d –m - d’
Síntese de muitas determinações
a realidade brasileira é feita de
contradições
Mas o grande analista indicou o
caminho
Ninguém pode vencer esta luta
sozinho
É luta de classe e exploração
Tem a novela, meu bem,
E tem a Xuxa também
SAMBA DA MAIS VALIA Sergio Silva
81. Pro demitido tem no Jornal Nacional
Tem desemprego, meu bem,
E tem a dengue também
Desigualdade e tortura federal
No Brasil tudo foi ti-ti-ti
Todo mundo pensando do Gianotti à
Chauí
Mas agora é hora de transformação
O Carnaval traz nossa revolução
Tem a novela, meu bem,
E tem a Xuxa também
Síntese de muitas determinações
A realidade social é feita de
contradições
Mas a árvore não pode esconder o
arvoredo
Vem o grande analista e revela o
segredo da acumulação de
capital
82. O Manifesto falou,
O comunista escutou
Tem que seguir o movimento
popular
O grande mestre mostrou
A grande escola ensinou
De ver o samba no pé se revoltar
Lá no Rio, os herdeiros da filosofia
Descobriram o pandeiro e a cuíca
vazia
Mas agora é hora de
transformação
O Carnaval traz nossa revolução
83. O FETICHISMO DA MERCADORIA
FETICHISMO
FETICHE
FREUD
Adoração ou culto de fetiches
Objeto animado ou inanimado, feito pelo homem ou produzido
pela natureza, ao qual o homem da o caráter de sagrado e
presta culto
A aplicação do processo de
fetichismo ao
comportamento individual:
fetiches sexuais
MARX
A aplicação do processo do
fetichismo ao
comportamento social: a
mercadoria e o dinheiro são
fetiches
(1856 – 1939)
(1818 – 1883)
84. O que é MERCADORIA ?
Trabalho humano concentrado e não pago. Ao trocar mercadorias,
o homem compara trabalho humano. A mercadoria expressa, pois,
relações sociais
Aparece como uma coisa dotada de valor de uso (utilidade) e de
valor de troca (preço)
Exemplo de relações:
a mercadoria 3,00 se relaciona com a mercadoria sabonete Gessy,
a mercadoria 200,00 se relaciona com a mercadoria menino-
que-faz-pacotes
As coisas-mercadorias começam a se relacionar umas com as
outras como se fossem sujeitos sociais, dotados de vida própria:
01 apartamento estilo “mediterrâneo” = um modo de viver
01 cigarro marca X = um estilo de vida
01 calça jeans griffe X = um vida jovem
85. As coisas-mercadorias aparecem como sujeitos sociais,
dotados de vida própria e os homens-mercadorias aparecem
como coisas
A mercadoria é um fetiche no sentido religioso da palavra:
uma coisa que existe por si e em si
A mercadoria, como fetiche, tem poder sobre seus crentes
O FETICHISMO DA MERCADORIA
As relações sociais de trabalho aparecem como relações
materiais entre as pessoas e como relações sociais entre
coisas
COMO ENTÃO APARECEM AS RELAÇÕES SOCIAIS DE TRABALHO ?
Os homens são transformados em coisas e as coisas são
transformadas em “gente”
86. O FETICHISMO DA MERCADORIA
trabalhador
trabalho
proprietário
Os homens são transformados em coisas:
uma coisa chamada mercadoria que possui
outra
coisa chamada preço
uma coisa chamada capital que possui outra
coisa chamada capacidade de ter lucros.
Produzir, distribuir, comerciar, acumular, consumir, investir,
poupar, trabalhar = funcionam e operam sozinhas, por si
mesmas, independente dos homens que as realizam
Desaparecem os seres humanos, ou melhor, eles existem
sob a forma de coisas: reificação (Lucaks)
Uma coisa chamada força de trabalho
E a coisas são transformadas em “gente”:
87. Questões Finais
Por que os homens conservam essa realidade ?
Como se explica que não percebam a reificação ?
Como entender que o trabalhador não se revolte contra
uma situação na qual não só lhe foi roubada a condição
humana, mas ainda é explorado naquilo que faz ?
Como explicar que essa realidade nos apareça como
natural, normal, racional, aceitável ?
De onde vem o obscurecimento da existência das
contradições e dos antagonismos sociais ?
De onde vem a não percepção da existência das
contradições e dos antagonismos sociais ?
A resposta a essas questões nos conduz diretamente ao
fenômeno da ALIENAÇÃO e da IDEOLOGIA
88. ALIENAÇÃO alienum = alheio - outro
Alienar um imóvel
ALIENAÇÃO ECONÔMICA
Os trabalhadores são expropriados dos seus meios de
produção da vida material e do saber do qual dependia a
fabricação de um produto e a própria posição social do artesão
Vender = separar o proprietário da propriedade
CAPITALISMO
O capitalismo reduziu o trabalhador à execução de tarefas
simplificadas, parciais e repetitivas na linha de produção da
fábrica
O trabalhador só aprende que deve trabalhar para receber o
salário e viver, pois esta é a percepção que tem da realidade
na vida cotidiana
O trabalho é percebido pelo trabalhador como algo fora de
si, que pertence a outros. Daí adquire uma consciência
falsa do mundo em que vive: IDEOLOGIA
89. IDEOLOGIA
É aquele sistema ordenado de idéias e concepções, de normas
e de regras (com base no qual as leis jurídicas são feitas) que
obriga os homens a comportarem-se segundo a vontade do
“sistema”, como se estivessem se comportando segundo suacomo se estivessem se comportando segundo sua
própria vontadeprópria vontade
A ideologia dominante numa dada época histórica é a ideologia
da classe dominante nessa época.
Ao contrário de outras épocas históricas (escravidão e
servidão), no capitalismo o trabalhador acha que é justo que
ele seja separado do produto de seu trabalho, mediante o
pagamento de seu salário.
Para Marx, o salário não remunera todo o trabalho, pois uma
parte é apropriada pelo capitalista e se transforma em lucro.
O trabalhador não percebe isso por causa da ideologia que é
uma concepção de mundo gerada pela classe dominante e
assumida pela classe dominada como se fosse sua.
91. A HISTORICIDADE E A TOTALIDADE
1. A teoria marxista repercutiu de maneira decisiva não só na Europa
como também nas colônias européias e em movimentos de
independência. Organizou partidos políticos, sindicatos, levou
intelectuais à crítica da realidade e influenciou as atividades
científicas, de um modo geral, e as ciências humanas em
particular.
2. Marx conseguiu, como nenhum outro, com sua obra, estabelecer
relações profundas entre a realidade, a filosofia e a ciência.
3. Por sua formação filosófica, concebia a realidade social como uma
concretude histórica, isto é, como um conjunto de relações de
produção que caracteriza cada sociedade num tempo espaços
determinados.
4. Por outro lado, cada sociedade representava para ele uma
totalidade, isto é, um conjunto único e integrado de diversas
formas de organização humana, nas suas mais diversas
instâncias: família, poder, religião, etc., de tal maneira que suas
análises, apesar de históricas, trazem conclusões de caráter geral
e aplicáveis a formações históricas diferentes.
92. A AMPLITUDE DA CONTRIBUIÇÃO DE MARX
1. O sucesso e a penetração do materialismo histórico, quer no
campo da ciência, quer no campo da organização política, se
deve ao universalismo de seus princípios e ao caráter
totalizador que imprimiu às suas idéias
2. Alem desse universalismo da teoria marxista, outras questões
adquiriram no marxismo novas dimensões. Uma delas foi a
questão da objetividade científica, tão perseguida pelas
ciências humanas. Para Marx, a questão da objetividade só se
coloca enquanto consciência crítica. A ciência, assim como a
ação política, só pode ser verdadeira e não ideológica se
refletir uma situação de classe e, conseqüentemente, uma
visão crítica da realidade. Assim a objetividade não é uma
questão de método, mas de como o pensamento se insere no
contexto das relações de produção e na história.
93. A AMPLITUDE DA CONTRIBUIÇÃO DE MARX
3. A idéia de uma sociedade “doente” ou “normal”,
preocupação dos cientistas sociais positivistas, desaparece
em Marx. Para ele, a sociedade é constituída de relações de
conflito e é de sua dinâmica que surge a mudança social.
Fenômenos como luta, conflito, revolução e exploração são
constituintes dos diversos momentos históricos e não
disfunções sociais.
4. Suas idéias marcaram de maneira definitiva o
pensamento científico e a ação política de sua época bem das
posteriores, formando duas maneiras de atuação sob a
bandeira do marxismo:
1. Abraçar o ideal comunista e lutar por uma sociedade onde
estejam abolidas as classes sociais e a propriedade privada
dos meios de produção.
2. Exercer a crítica da realidade social, procurando suas
contradições, desvendando as relações de exploração e
expropriação do homem pelo homem, de modo a entender o
papel dessas relações no processo histórico.
94. A AMPLITUDE DA CONTRIBUIÇÃO DE MARX
5. Contribuições da teoria marxista para o desenvolvimento das
ciências sociais
1. A abordagem do conflito, da dinâmica histórica, da
relação entre consciência e realidade e da correta
inserção do homem e de sua práxis no contexto social.
2. A habilidade com que o método marxista possibilita
o constante deslocamento do geral para o particular,
das leis macrosociais para suas manifestações
históricas, do movimento estrutural da sociedade para
a ação humana individual e coletiva.
95. A SOCIOLOGIA, O SOCIALISMO E O MARXISMO
1. A teoria marxista teve ampla aceitação teórica e
metodológica, assim como política e revolucionária. Já em
1864, junto com Engels, Marx estruturou a Primeira
Associação Internacional de Operários, ou Primeira
Internacional. Extinguida em 1873, a difusão das idéias
marxistas ficou por conta dos sindicatos e nos partidos,
especialmente, os social-democratas.
2. A Segunda Internacional surgiu na época do centenário da
Revolução Francesa (1889). A Primeira Guerra Mundial pôs
fim á Segunda Internacional em 1014.
96. 3. Em 1917, uma revolução inspirada nas idéias marxistas, a
Revolução Bolchevique, na Rússia, criava o primeiro Estado
operário.
A SOCIOLOGIA, O SOCIALISMO E O MARXISMO
4. Em 1919, inaugurava-se a Terceira Internacional ou Cominten
que procurou difundir as idéias marxistas e organizar os partidos
e a luta dos operários pela tomada do poder. Continua atuante
até hoje, enfrentando intensa crise provocada pelo fim da União
Soviética e pela expansão mundial do neoliberalismo.
97. A SOCIOLOGIA, O SOCIALISMO E O MARXISMO
5. Á formação do operariado no mundo se deu com a
organização de sindicatos e partidos marxistas. Os ideais
marxistas se adequaram á luta pela independência que surgia
nas colônias européias da África e da Ásia, após as Guerras
Mundiais, assim como á luta pela soberania e autonomia
existente nos países latino-americanos.
6. Em 1919, surgiram partidos comunistas na América do
Norte, na China e no México. Em 1020, no Uruguai, em
1022, no Brasil e no Chile, em 1925, em Cuba.
98. 7. O movimento revolucionário se tornou mais forte á medida que
os Estados Unidos e a URSS emergiram como potências
mundiais e passaram a disputar a sua influência no mundo.
Várias revoluções, como a chinesa, a cubana, a vietnamita e a
coreana organizaram sistemas políticos com algumas
características comuns : forte centralização, economia planejada,
coletivização dos meios de produção, fiscalismo, uso intenso de
propaganda ideológica e de culto ao dirigente.
8. A polarização política e ideológica foi transferida para o
conjunto do método e da teoria marxista. O marxismo deixou
de ser um método de análise da realidade social para
transformar-se em ideologia, perdendo assim parte de sua
capacidade de elucidar os homens em relação ao seu
momento histórico e mobilizá-los para uma tomada de
consciência de posição.
A SOCIOLOGIA, O SOCIALISMO E O MARXISMO
99. A SOCIOLOGIA, O SOCIALISMO E O MARXISMO
8. Entre 1989 e 1991, desfazia-se o bloco soviético após uma
crise interna e externa:
1. dificuldade em conciliar as diferenças regionais e
étnicas
2. falta de recursos para manter um estado de
permanente beligerância
3. atraso tecnológico
4. excesso de burocracia
5. baixa produtividade
6. escassez de produtos
7. inflação e corrupção
O fim da URSS provocou um abalo nos partidos de esquerda do
mundo todo o redimensionamento das forças internacionais
100. A SOCIOLOGIA, O SOCIALISMO E O MARXISMO
10. Toda essa explicação a respeito do marxismo se faz
necessária por diversas razões :
1. A sociologia se confundiu com o socialismo em muitos
países, em especial nos países subdesenvolvidos ou em
desenvolvimento. Nesses países, intelectuais e líderes
políticos associaram de maneira categórica o
desenvolvimento da sociologia ao desenvolvimento da
luta política e dos partidos marxistas. A derrocada do
império soviético foi sentida como uma condenação
quase como a inviolabilidade da própria ciência.
101. 2. A teoria marxista transcende o momento histórico no
qual foi concebida e tem uma validade que extrapola toda
iniciativa concreta. É preciso lembrar que a ausência da
propriedade privada dos meios de produção é condição
necessária mas não suficiente da sociedade comunista
teorizada por Mar
3. Também é improcedente confundir a ciência com o
ideário político de qualquer partido. Pode haver
integração entre um e outro mas nunca identidade.
A SOCIOLOGIA, O SOCIALISMO E O MARXISMO
102. A SOCIOLOGIA, O SOCIALISMO E O MARXISMO
4. É preciso entender que a história não termina em
qualquer de suas manifestações particulares, quer na
vitória comunista, quer na capitalista. Assim em termos
científicos e marxistas, é preciso voltar o olhar para a
compreensão da emergência de novas forças sociais e
novas contradições.
5. Hoje se vive nas ciências um momento de particular cautela.
Após dois ou três séculos de crença absoluta na capacidade
redentora da ciência, em sua capacidade de explicar a
realidade, já não se acredita na infalibilidade dos modelos.
Não poderia ser diferente com as ciências sociais que, do
contrario,adquiriram um estatuto de religião e de fé, uma vez
que se apoiariam em verdades eternas e imutáveis.
103. A SOCIOLOGIA, O SOCIALISMO E O MARXISMO
6. O fim da União Soviética não significou o fim da historia
ou da sociologia, nem o esgotamento do marxismo
como postura teórica. Nem terminou, com a derrubada
do Muro de Berlim, o ideário de uma sociedade justa e
igualitária. O que é preciso fazer é rever essa sociedade
cujas relações de produção se organizam sob novos
princípios : enfraquecimento dos Estados nacionais,
mundialização do capitalismo, formação de blocos
econômicos, organização política de minorias étnicas,
religiosas e até sexuais, entendendo que as
contradições não desapareceram mas se expressam em
novas instâncias
108. OBJETO DA SOCIOLOGIAOBJETO DA SOCIOLOGIA
AÇÃO SOCIAL
“A ação humana é social na
medida em que, em função
da significação subjetiva que
o indivíduo que age lhe
atribui, toma em
consideração o
comportamento dos outros e
é por ele afetada no seu
curso”.
109. 2. OBJETO DA SOCIOLOGIA2. OBJETO DA SOCIOLOGIA
AÇÃO SOCIAL
PRESENÇA DO OUTRO
SIGNIFICADO
SER AFETADA
PELO OUTRO
110. FUNÇÃO DA SOCIOLOGIA
Investigar a ação social e
ressaltar os elementos mais
gerais de cada fase do
processo histórico da
sociedade
111. A B
AÇÃO SOCIAL : MOTIVAÇÃO, SENTIDO E
VALORES
RELAÇÃO SOCIAL : O SENTIDO TEM QUE
SER COMPARTILHADO
112. WEBER
A B
A ---- B A ---- B A ---- B A ---- B
A ---- B A ---- B A ---- BA ---- B
SOCIEDADE: UMA TOTALIDADE
CONSTITUÍDA DE UMA MULTIPLICIDADE DE
INTERAÇÕES SOCIAIS
114. COMPREENSÃO
SOCIAL
Um ator age sempre em
função de sua motivação e
da consciência de agir em
relação a outros atores.
Impossível descartar-se das
pré-noções, como queria
Durkheim. Existe uma
parcialidade na análise
sociológica.Não há
neutralidade científica.
METODO
115. S O S O
DURKHEIM WEBER
A REALIDADE NUMA
PERSPECTIVA OBJETIVA
A REALIDADE NUMA
PERSPECTIVA SUBJETIVA
116. TIPO IDEAL
É um instrumento de análise
proposto por Weber para a
compreensão das ações
sociais
Na construção de um tipo
ideal, o sociólogo seleciona
aspectos da ação humana
que considera culturalmente
relevantes para o estudo. E o
faz segundo seus próprios
valores.
É uma construção teórica
abstrata - tipo ideal = tipo
puro
118. AÇÃO
TRADICIONAL
AÇÃO
AFETIVA
AÇÃO RACIONAL
COM RELAÇÃO
A VALORES
AÇÃO RACIONAL
COM RELAÇÃO A
FINS
determinada por um costume arraigado”
Ex. – Trocas de presentes no Natal,
Dia da mães, Dia dos namorados
especialmente emotiva,
determinada por afetos e estados
sentimentais atuais”.
Ex. Torcida de futebol
determinada pela crença
consciente em valores (ético,
estético, religioso ou qualquer
outra forma)”
ex. trabalho voluntario
determinada por expectativas,
condições ou meios para
alcançar fins próprios,
racionalmente perseguidos.
Ex. Empresa Capitalista
TIPOLOGIA DA AÇÃO SOCIAL
119. Esses tiposEsses tipos
de ação sede ação se
apresentamapresentam
comcom
intensidade
diferenciadadiferenciada
emem
diferentesdiferentes
sociedades:sociedades:
tradição e afetividade
são dominantes :
família e religião.
racionalidade em
relação aos valores
e aos fins
Sociedades antigas
Sociedades modernas
120. TIPOLOGIA DA DOMINAÇÃO
A
QUESTÃO
DO PODER
Por que um determinado
indivíduo ou conjunto de
indivíduos detém a
capacidade de dirigir a
sociedade?
Por que ao Estado é dado
o direito de estabelecer e
aplicar as leis e controlar
os meios de controle
social ?
121. O Estado ou alguém detem a
capacidade de dominar a
sociedade porque são
reconhecidos como legítimos
pelos indivíduos.
122. TIPOLOGIA DA DOMINAÇÃO LEGÍTIMA
DOMINAÇÃO
TRADICIONAL
refere-se à autoridade pessoal
do governante, investida por
força do costume.
DOMINAÇÃO
CARISMÁTICA
É baseada no carisma. Ou
seja, na capacidade
excepcional de liderança de
alguém
DOMINAÇÃO
RACIONAL-
LEGAL
baseada no direito que
se liga a aspectos
racionais e técnicos de
administração
124. PATRIMONIALISMO
Culto à personalidade
Não há distinção entre o
público e o privado
Compromissos de fidelidade
e honra
Nepotismo - compadrio
Relações sociais de poder :
familiares
Ex. o coronelismo político
“O Brasil é um Estado
Patrimonial”( Raymundo Faoro)
125. CARISMA
Surgimento num momento de uma ruptura:
utilizado na subversão ou na abolição de um
regime tradicional ou legal
Nem todas as revoluções são carismáticas e
nem todos os domínios carismáticos são
revolucionários
Fanatismo de seus seguidores : relações
sociais quase que religiosas.
Dificuldades na sucessão: não há
continuidade
Ex. Che Guevara, Eva Peron, Vargas,
Hitler, Aiatolá Khomeini. João Paulo II,
Lula.
126. BUROCRACIA
Caráter estatutário : todos
devem basear seu
comportamento em estatutos
e normas
Racionalidade técnica : os
cargos são preenchidos por
competência, a promoção é
por mérito e tempo de serviço
Relações sociais formais :
impessoalidade
Distinção entre o público
e o privado
Dificuldade : pode se tornar
uma “gaiola de ferro”
127. POR QUE, NO OCIDENTE, HAVIA COINCIDÊNCIA
ENTRE AS ÁREAS DE EXPANSÃO DO
PROTESTANTISMO PURITANO E AS ÁREAS ONDE
PROSPERAVA O CAPITALISMO INDUSTRIAL?
RELIGIÃO E CAPITALISMO
128. arnaldolemos@uol.com.b
r
Tres
contribuições
Quakers
Luteranos
Puritanos
A preocupação com o
desperdício do tempo, pois,
sendo a vida breve, cada hora
perdida é uma hora não
trabalhada a serviço de Deus
A divisão de trabalho
como vontade de Deus.
Deus dá a cada homem
missão e vocação
A oportunidade de trabalho
disponibilizada por Deus não
pode ser rejeitada, e se a Ele
apresenta essa possibilidade
como lucro, o faz com
proposito sobreano. Ao
homem resta obedecer.
129. RELIGIÃO E CAPITALISMORELIGIÃO E CAPITALISMO
“A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo” (1904)
ÉTICA PROTESTANTEÉTICA PROTESTANTE
ETICA DAETICA DA
SALVAÇÃOSALVAÇÃO
ETICAETICA
CALVINISTACALVINISTA
ASCETISMOASCETISMO
RACIONALIDADERACIONALIDADE
BUSCABUSCA
RACIONAL DO LUCRORACIONAL DO LUCRO
VALORIZAÇÃOVALORIZAÇÃO
DA PROFISSÃODA PROFISSÃO
DISCIPLINADISCIPLINA
PARCIMÔNIAPARCIMÔNIA
DISCRIÇÃODISCRIÇÃO
POUPANÇAPOUPANÇA
ESPIRITO DO CAPITALSIMO
130. RACIONALIDADE
É marca da cultura
ocidental
O “impulso para o ganho”
ou a “ânsia de lucro” nada
tem a ver em si com o
capitalismo
Há dois elementos no
capitalismo ocidental: a
formação de um mercado de
trabalho formalmente livre o uso
da contabilidade racional
Sem estes dois elementos, a
moderna organização racional
da empresa capitalista não
seria viável no Ocidente.
O ESPIRITO DO
CAPITALISMO
131. “Espírito do Capitalismo” : um
conjunto de convicções e valores
defendidos pelos primeiros
mercadores e industriais
capitalistas
Para Weber, as atitudes envolvidas
no espírito capitalismo tinham sua
origem na teologia protestante
O ESPIRITO DO
CAPITALISMO
RACIONALIDADE
132. arnaldolemos@uol.com.b
r
ETICA
CALVINISTA
levou, ao extremo, a noção delevou, ao extremo, a noção de
predestinação : o homem épredestinação : o homem é
salvo por vontade de Deus.salvo por vontade de Deus.
Nenhum homem merece aNenhum homem merece a
salvação porque ninguém ésalvação porque ninguém é
digno dela. A salvação existedigno dela. A salvação existe
para a maior glória de Deus.para a maior glória de Deus.
Weber relaciona o papel doWeber relaciona o papel do
protestantismo, principalmente daprotestantismo, principalmente da
ética calvinista, na formação doética calvinista, na formação do
comportamento típico docomportamento típico do
capitalismo ocidental moderno.capitalismo ocidental moderno.
ETICA
PROTESTANTE
133. ETICA
CALVINISTA
No protestantismo, o termo
“vocação” passou a significar
“profissão”
O homem é “chamado” por Deus
não apenas para que tenha uma
atitude contemplativa, mas sim
para cumprir sua missão no
mundo através do trabalho e de
sua profissão
.O calvinismo difunde uma ética
segundo a qual o homem deve
manter uma contabilidade diária de
seu tempo.
O desperdício do tempo é pecado
pois o homem deve empregá-lo para
servir a Deus e assegurar o seu
lugar de “eleito”
134. A ETICA
PROTESTANTE
E
O ESPIRITO DO
CAPITALISMO
A vivência espiritual da
doutrina e da conduta
religiosa exigida pelo
protestantismo organizou uma
maneira de agir econômica,
necessária para a realização
de um lucro sistemático e
racional.
Weber descobre que os
valores do protestantismo,
como a disciplina ascética, a
poupança, a austeridade, a
vocação, o dever e a
propensão ao trabalho
atuavam de maneira decisiva
sobre os indivíduos
135. A ETICA
PROTESTANTE
E
O ESPIRITO DO
CAPITALISMO
O objetivo do capitalismo é
aumentar a riqueza
alcançada, aumentar o
capital. Esse processo de
enriquecimento constitui
uma indicação segura de
que se está “predestinado”
O calvinismo traz a
formação de uma nova
mentalidade, um ethos
(visão de mundo) propício
ao capitalismo, em
oposição ao “alheamento”
e à atitude contemplativa
do catolicismo.
136. CATOLICISMO
Desprendimento dos bens
materiais deste mundo
Trabalho como verdadeira
maldição, somente para
sobrevivência e não como meio
de salvação
A contemplação como
elemento fundamental
137. arnaldolemos@uol.com.b
r
PROTESTANTISMO
A vocação comoA vocação como
sinônimosinônimo
de profissãode profissão
A realização de uma vocaçãoA realização de uma vocação
por meio do trabalhopor meio do trabalho
Renúncia de todos osRenúncia de todos os
prazeres do desperdício doprazeres do desperdício do
tempo e da ociosidadetempo e da ociosidade
Valorização positiva doValorização positiva do
trabalho e da riqueza criadatrabalho e da riqueza criada
pelo trabalhopelo trabalho
Reinvestimento daReinvestimento da
riqueza: assegurar oriqueza: assegurar o
lugar de eleito, de “salvo”lugar de eleito, de “salvo”
138. O capitalismo é a cristalização objetiva destas
premissas teológicas e éticas, segundo as quais o
homem, em virtude de seu trabalho e da riqueza
criada por este trabalho, encontra um modo completo
e sensível de conquistar sua salvação individual.
139. - O importante neste mundo é trabalhar
para criar riqueza e criar riqueza não
para o desfrute pessoal e
esbanjamento, mas para que se crie
novamente trabalho. Esta é a base da
salvação do homem.
- Esta mentalidade acabou
configurando a tipologia do empresário
moderno.
140. CONCLUSÃO
teve uma contribuição
importantíssima para o
desenvolvimento da
Sociologia.
Em meio a uma tradição
filosófica peculiar, a alemã,
e vivendo os problemas de
seu país, diferente da
França de Durkheim, pode
trazer uma nova visão não
influenciada pelo
racionalismo positivista.
WEBER
142. arnaldolemos@uol.com.b
r
CONCLUSÃO
Seus trabalhos abriram
as portas para as
particularidades
historicas das
sociedades e para o
papel da subjetividade
na ação e na pesquisa
social, fazendo analises
independentes das
ciências naturais.
WEBER
143. arnaldolemos@uol.com.b
r
Para ele, o ser humano é um ser
diferente dos demais e portanto
sujeito a leis de ação e
comportamento proprios. Daí a
especificidade das ciências
humanas.
Ao contrario de Marx e Durkheim,
acreditava que a Sociologia deveria
se concentrar na ação social e não
nas estruturas..
WEBER
144. arnaldolemos@uol.com.b
r
WEBER
Não defendia que as
estruturas sociais existiam
externa e independente dos
indivíduos.
Ao contrario, as estruturas
da sociedade eram formadas
por uma complexa interação
de ações.
Idéia e valores culturais
ajudam a modela a
sociedade e modela as
nossas ações individuais.
145. arnaldolemos@uol.com.b
r
Na concepção de Weber, os
fatores econômicos são
importantes, mas as ideias e os
valores têm exatamente o mesmo
impacto na mudança social. Daí
sua analise das relações entre a
religião protestante e o
desenvolvimento do capitalismo
ser hoje um estudo clássico da
Sociologia.
Outra contribuição: a ideia de
indeterminismo histórico. Para ele
não há lei preexistente que regula o
desenvolvimento da sociedade. Daí
o estudo das particularidades,
procurando entender as formações
sociais e suas singularidades.
WEBER
146. O trabalho na sociedade moderna
capitalista
O pensamento de dois autores
clássicos, Karl Marx e Émile
Durkheim, marca perspectivas
distintas sobre a divisão do
trabalho nas sociedades
modernas.
Para Marx, a divisão social do
trabalho, realizada no
processo de desenvolvimento
das sociedades, gera a divisão
em classes.
Karl Marx e a divisão social do trabalho
Oficina de manutenção de máquinas nos Estados Unidos em 1965.
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147. O trabalho na sociedade moderna
capitalista
Nas sociedades modernas, com o surgimento
das fábricas, duas classes foram definidas pela
divisão social do trabalho: a dos proprietários
das máquinas e a de seus operadores.
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148. O trabalho na sociedade moderna
capitalista
Subordinado à máquina e
ao proprietário dela, o
trabalhador só tem,
segundo Marx, sua força
para vender. Ao pagar
pela força de trabalho,
o capitalista passa a ter
o direito de utilizá-la
na fábrica.
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149. O trabalho na sociedade moderna
capitalista
O operário trabalha mais horas por dia
do que o necessário para produzir o
referente ao valor de seu salário. O que
ele produz nessas horas a mais é o que
Marx chama de mais-valia.
O valor das horas trabalhadas e não
pagas é acumulado e reaplicado na
produção, o que enriquece o
capitalista. Esse processo é
denominado acumulação de capital.
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150. O trabalho na sociedade moderna
capitalista
Quando os trabalhadores verificam que
trabalham muito e estão cada dia mais
miseráveis, entram em conflito com os
capitalistas.
Diversos tipos de enfrentamento
entre classes sociais marcaram o
desenvolvimento do capitalismo.
151. O trabalho na sociedade moderna
capitalista
Émile Durkheim e a coesão social
SherwinCrasto/Reuters//Latinstock
Para Durkheim, a
crescente especialização
do trabalho promovida
pela produção industrial
moderna trouxe uma
forma superior de
solidariedade,
e não de conflito.
Centro de atendimento ao cliente na Índia,
em 2004. Para Durkheim, a especialização e
divisão do trabalho geram a coesão social.
152. O trabalho na sociedade moderna
capitalista
Para Durkhein, há duas formas de solidariedade:
Solidariedade mecânica o que une as pessoas não
é o fato de uma depender do trabalho da outra, mas
a aceitação de um conjunto de crenças, tradições e
costumes comuns.
Solidariedade orgânica o que une as pessoas é a
necessidade que umas têm das outras, em virtude
da divisão social do trabalho.
153. O trabalho na sociedade
moderna capitalista
A interdependência em razão da crescente divisão do
trabalho gera solidariedade, pois faz a sociedade
funcionar e lhe dá coesão.
Se a divisão do trabalho
não produz
solidariedade, as
relações entre os
diversos setores da
sociedade não são
regulamentadas pelas
instituições existentes.
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154. O trabalho na sociedade moderna
capitalista
Fordismo – Taylorismo - Toyotismo
TAYLORISMO
Criado pelo engenheiro mecânico Frederick Winslow
Taylor, o taylorismo é um sistema que consiste na divisão
do trabalho e especialização do operário em uma só
tarefa.
Pelos preceitos tayloristas, o trabalhador não teria mais a
necessidade de conhecer todo o processo de produção,
devendo conhecer apenas um, procurando um
aperfeiçoamento constante apenas desta parte.
155. Em outras palavras, em uma fábrica que fabrica
sapatos, por exemplo, o operário não precisa
saber toda a produção, deste a formação do
molde até a colocação dos cadarços. Se um
trabalhador for designado para colar as solas do
sapato, este vai aprender apenas esta função e
vai procurar aperfeiçoar suas técnicas. O
conhecimento de todo processo ficaria apenas
com o gerente, que fiscalizaria todos os ramos da
produção.
156. O trabalho na sociedade moderna
capitalista
O taylorismo, ao mesmo tempo que aumentava a
produção, barateava o preço dos produtos
industrializados e especializava um funcionário a um
serviço, criava uma alienação mental do empregado, já
que não só o meio de produção era sistematizado, mas
também os horários de trabalho e a cobrança para
sempre produzir mais e mais.
157. O trabalho na sociedade moderna
capitalista
ORDISMO
riado por Henry Ford, o fordismo nada mais é que uma junção
rática do sistema taylorista e da facilidade das máquinas.
ord criou uma espécie de "esteira rolante", onde as peças dos
utomóveis passavam em frente ao trabalhador, este que tinha
ue fazer seu serviço dentro de um curto espaço de tempo.
O fordismo propiciou um aumento da produção de carros, o que
az com que os próprios funcionários pudessem comprá-lo,
umentando o mercado consumidor do patrão.
158. O trabalho na sociedade moderna
capitalista
TOYOTISMO
Criado depois da Segunda Guerra Mundial pelo
japonês Taiichi Ohno, este sistema de produção foi
implementado pela primeira vez na fábrica da Toyota.
Na década de 40, o Japão tinha uma economia pequena se
comparado aos países europeus e aos EUA. Além disso, o
pequeno território do país impedia as estocagem de produtos.
Desta forma, o Toyotismo, também conhecido como just-in-
time, agia de forma que fosse produzido apenas o necessário.
159. O trabalho na sociedade moderna
capitalista
TOYOTISMO
Nas fábricas que seguiam este modelo, a produção estava
em sintonia com a entrada de matéria-prima e com o
mercado consumidor. Quando a procura era alta, eram
produzidos mais produtos, quando ela diminuía, a produção
caia. Assim, tornava-se desnecessário o espaço com estoque.
Outra vantagem do toyotismo é que, pelo fato de sempre agir
conforme a configuração do mercado, é mais fácil garantir
sempre a atualização da produção. A cada tecnologia
lançada, o sistema era atualizado, algo que se tornaria
impossível com as técnicas anteriores.
160. O trabalho na sociedade moderna
capitalista
O trabalhador fabril também assumia outras funções. Ao
contrário do sistema fordista-taylorista,o operário precisaria
conhecer amplamente o processo produtivo e as novas
tecnologias. Isto necessitava de uma mão-de-obra mais
qualificada e reduzia a quantidade de trabalhadores dentro da
indústria. Sendo assim, o toyotismo provocou, entre outros
problemas, o aumento do desemprego.
161. O trabalho na sociedade moderna
capitalista
As transformações recentes no mundo do trabalho
Novas transformações aconteceram na sociedade
capitalista, principalmente depois da década de
1970, e todas têm que ver com a busca desenfreada
por mais lucros. Surgiram, por exemplo, formas de
flexibilização do trabalho e do mercado.
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162. O trabalho na sociedade moderna
capitalista
Flexibilização dos processo de trabalho e de produção
Ocorre com a automação e a consequente eliminação do controle manual
por parte do trabalhador. A informática a análise de sistemas e a
programação eletrônica passam a ser fundamental dentro das indústrias e
empresas.
Por outro lado, com a automação não existem mais os trabalhadores
específicos para funções específicas, tornando o trabalhador indispensável.
Como consequência, o trabalhador deve se adaptar as mais diversas
unções. É claro que essa nova configuração cria uma grande pressão e
nsegurança no trabalhador, um contínuo fantasma do desemprego.
163. O trabalho na sociedade moderna
capitalista
Flexibilização e mobilidade dos mercados de trabalho
Pressionado os trabalhadores passam a utilizar as
mais diversas formas de trabalho: doméstico, familiar,
autônomo, temporário, de curto prazo, por hora, etc.
Trata-se de formas de trabalho com baixo nível de
especialização e quase nenhum direito trabalhista.