O poema descreve uma mulher escrava chamada Bárbara que possui uma beleza extraordinária tanto física quanto moral. Sua presença parece acalmar a todos ao seu redor, incluindo a natureza. O poeta se declara cativo da mulher, invertendo os papéis tradicionais onde o homem domina. Ao longo do poema, há várias referências hiperbólicas que enfatizam a perfeição e o poder que Bárbara exerce sobre todos.
2. Situação apresentada no poema: existência de uma mulher de beleza
extraordinária.
Endechas: cinco oitavas em redondilha menor; rima — abbacbbc.
Sujeito poético Enamorado
Rubrica explicativa
por «ũa cativa»
3. «olhos sossegados / pretos e cansados» (vv. 14 e 15)
«fermosa» (v. 8)
«rosto singular» (v. 13)
«pretos os cabelos» (v. 21)
«Leda mansidão» (v. 29)
«siso» (v. 30)
«presença serena» (v. 33)
Caracterização da cativa:
Retrato
físico Bárbora
Retrato
psicológico
«ũa graça viva / que neles lhe mora» (vv. 14 e 15)
Alegria
Tranquilidade
Serenidade
Calma
Bom senso
Doçura
Formosura
Beleza única
Beleza original
Fusão de características físicas e psicológicas
Perfeição moral
e comportamental
Transgressão ou fidelidade ao modelo feminino petrarquista?
Perfeiçao
física
«Pretidão de amor / tão doce a figura» (vv. 25 e 26)
Cor negra
Diferença
4. O sujeito poético e a amada — inversão de posição:
Cativo
Eu
Servidor da mulher
amada
Submissão
Cativa
Amada
Dominadora
do admirador
Soberania
5. Hiperbolização da figura de Bárbora através de recursos expressivos.
• Jogo de palavras «Aquela cativa / que me tem cativo» (vv. 1 e 2)
«vivo […] viva» (vv. 3 e 4)
• Comparação «rosa» (v. 5); «flores» (v. 9); «estrelas» (v. 10)
• Uso expressivo
de partículas de negação
«nunca» (v. 5); «nem» (v. 9); «nem» (v. 10)
• Personificação
e uso expressivo
da oração consecutiva
«tão doce a figura / que a neve lhe jura / que trocara a cor»
(vv. 36-28)
• Hipérbole «Presença serena / que a tormenta amansa» (vv. 33 e 34)
• Adjetivação Todos os traços caracterizadores de Bárbora, em particular
a adjetivação tripla dos olhos
6. Circularidade do poema: semelhança entre o início e o final da composição.
Marca a dependência do sujeito poético:
é necessário que viva na amada
1.ª quadra Última quadra
7. O ideal de mulher petrarquista:
Bárbora
A beleza de Bárbara
modifica
o mundo ao seu redor
Perfeita
• A mulher como fonte de poder sobre o que a rodeia (o sujeito
poético dominado)
• A mulher como causa de modificação no mundo que a observa
(a Natureza — a neve e a tormenta)
Fisicamente = noção de beleza que é especial,
que é «singular» (v. 13)
Moralmente = noção de sensatez, serenidade
e doçura expressa ao longo do poema