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Graduação em Administração
Administração
Financeira e
Orçamentária I
Professor Gerson Leite Bezerra
gersonjlbs@gmail.com
SUMÁRIO
1. O PAPEL DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ..............................................................3
2. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL (SFN) ....................................................................6
3. ADMINISTRAÇÃO DO ATIVO CIRCULANTE E PASSIVO CIRCULANTE ...................20
4. FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA E PONTO DE EQUILÍBRIO ..............................40
6. ALAVANCAGEM OPERACIONAL, FINANCEIRA E TOTAL .........................................48
5. POLÍTICA DE DIVIDENDO............................................................................................53
BIBLIOGRAFIAS ...............................................................................................................57
AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA
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1. O PAPEL DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Quando se pretende administrar financeiramente uma empresa, tem-se que ter em mente
todo um conjunto de decisões que norteará seu rumo. Estas decisões são calcadas no
estudo da movimentação de fundos, e pressupõem duas rotas básicas: as decisões de
financiamento e as de investimento. A primeira está correlacionada com as atividades de
captação de recursos e a segunda com as atividades de aplicação de recursos. Ambas
podem ser estudadas no curto ou no longo prazo, dependendo de suas características.
Os recursos captados, por sua vez, podem ser próprios ou de terceiros, o que implica
num estudo mais aprofundado para determinar qual o mais viável.
Assim sendo, podemos definir FINANÇAS, como a arte e a ciência de administrar o
dinheiro, ou a ciência que estuda a movimentação financeira entre os agentes
econômicos. Estes agentes podem ser instituições, mercados ou instrumentos envolvidos
na transferência de dinheiro entre pessoas, empresas e órgãos governamentais.
A ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA, por sua vez, é a ciência cuja finalidade é maximizar a
riqueza dos proprietários, gerindo com competência seus recursos. A empresa deverá
proporcionar aos seus donos o maior retorno possível sobre seus investimentos.
A administração financeira, juntamente com a administração de pessoal, de compras ou
materiais, de vendas ou marketing e da produção, forma as cinco grandes áreas
funcionais da administração. A cada uma dessas áreas cabem as funções básicas de
planejar, organizar, coordenar, dirigir e controlar. À administração financeira compete a
gestão operacional dos recursos financeiros da empresa. Uma vez que os recursos são
escassos, cabe ao departamento financeiro tomar as decisões a fim de obter deles os
melhores benefícios no futuro. Decisões sempre implicam numa escolha entre duas ou
mais alternativas ou cursos de ação, e mesmo se há uma única alternativa, deve-se
decidir entre colocá-la em prática ou não.
OBJETIVO DO ADMINISTRADOR FINANCEIRO
Os administradores financeiros administram ativamente as finanças de todos os tipos de
empresas, sejam elas financeiras ou não financeiras, grandes ou pequenas, privadas ou
públicas. Eles desempenham uma variedade de tarefas, tais como: orçamentos, previsões
financeiras, administração do caixa, administração do crédito, análise de investimentos.
Ele é um membro da alta administração, pois o bom ou mau desempenho do mesmo
pode ocasionar êxito ou insucesso para a empresa. Minimizar risco e Maximizar lucro.
FATORES INTERNOS E EXTERNOS
Fatores Internos que alteram o panorama financeiro da empresa: Insumos, pessoas,
materiais, máquinas, processo de trabalho, informações.
Fatores Externos que alteram o panorama financeiro da empresa: Bancos, Fornecedores,
Governo, Concorrência, Demanda de Clientes.
CARACTERÍSTICAS DOS GASTOS
Gasto: é o valor dos insumos adquiridos pela empresa num determinado período.
Ex.: Comprei uma mesa hoje no valor de R$ 150,00 para pagamento daqui a 28 dias.
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Desembolso: é o valor devidamente pago pelos insumos adquiridos pela empresa num
determinado período.
Ex.: Comprei uma mesa hoje no valor de R$ 150,00 e realizei o pagamento no ato da
compra.
Despesa: é o valor dos insumos consumidos com o funcionamento da empresa e não
identificados com a fabricação. Ex.: Uma indústria automobilística adquiriu material de
escritório, informática, telefones, correios etc.
Custo: é o valor dos insumos (matéria-prima) consumidos pela empresa com a fabricação
do bem ou serviço proposto.
Ex.: Uma indústria automobilística adquiriu aço, tinta, borracha, vidros etc.
Investimento: é o valor dos insumos adquiridos pela empresa não utilizados no período,
mas que poderão ser empregados em períodos futuros. Ex.: Máquinas, carros, terrenos
etc.
Exemplos de Gastos:
Compra de matéria prima para pagamento daqui a 60 dias – Custo sem desembolso.
Compra de embalagens para pagamento à vista – Custo com desembolso.
Compra de um terreno em nome da empresa – Investimento.
Pagamento à vista de crachás para os funcionários de uma metalúrgica - Despesa com
desembolso.
Uma indústria de pneus adquiriu para pagamento em 28 dias uma assinatura de revista –
Despesa sem desembolso.
CARACTERÍSTICAS DOS INVESTIMENTOS
Liquidez: Um investimento líquido é aquele que é de fácil vendagem, fácil solvência, isto
é, pode ser rapidamente trocado por moeda.
Rentabilidade: Um investimento é rentável quando tem um alto retorno sobre o capital
investido.
Segurança: Um investimento é seguro quando o risco é minimizado, isto é, com menor
chance de “perder” o investimento.
OBS: É quase impossível fazer um investimento com as três características acima, se
conseguires pode investir, pois estará fazendo um belo negócio.
EXEMPLOS DE INVESTIMENTOS
Poupança: alta liquidez, baixa rentabilidade, média segurança.
Ações: alta liquidez, alta rentabilidade, baixa segurança. (pode variar de acordo com o
mercado).
Imóveis: baixa liquidez, alta rentabilidade, alta segurança. (pode variar de acordo com a
localização).
Carro: alta liquidez, baixa rentabilidade, baixa segurança.
Máquinas e Equipamentos: baixa liquidez, alta rentabilidade, alta segurança.
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EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO
1) Qual o papel da Administração Financeira?
2) Como podemos definir finanças?
3) Qual a finalidade da Administração Financeira?
4) Quais são as cinco grandes áreas da administração?
5) Qual o objetivo do Administrador financeiro?
6) Quais são os fatores externos e internos?
7) Quais são os gastos e suas características? Dê exemplos.
8) Quais são as características de investimento? Dê exemplos.
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2. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL (SFN)
O Sistema Financeiro Nacional (SFN) não é um órgão, nem uma instituição. Pode-se
definir como sendo o conjunto de instituições financeiras que geram a política e a
instrumentação econômico-financeira do país. É composto por um conjunto de instituições
financeiras que mantém o fluxo monetário entre poupadores, e investidores.
Segundo Nyama e Gomes (2006, p. 1-3) ―até 1964, O Sistema Financeiro Nacional
(SFN) carecia de uma estrutura adequada a necessidades e carência da sociedade. A
partir de então, foi editada uma série de leis que possibilitaram esse reordenamento:
Instrumento Problema Solução
Lei da Correção
Monetária (4.357/64)
Historicamente, a inflação
brasileira superava os 12% a.a e,
com base no Direito Canônico, a
lei de usura limitava juro a 12%
a.a. As empresas e indivíduos
preferiam aplicar seus recursos
disponíveis em outras
alternativas, adiando, inclusive,o
pagamento de suas obrigações
tributárias.
A mesma limitava a capacidade
do Poder Público de financiar-se
mediante a emissão de títulos
próprios, impondo a emissão
primária de moeda para
satisfazer às necessidades
financeiras. Além disso, os
valores históricos de
demonstrativos financeiros
deixavam de espelhar
adequadamente a realidade
econômica, novamente com
consequências para o Tesouro –
tendo em vista a redução da
carga tributária – e para os
potenciais investidores.
A lei instituiu normas para
indexação de débitos fiscais,
criou títulos públicos federais
com cláusula de correção
monetária (ORTN) – destinados
a antecipar receitas, cobrir
défict público e promover
investimentos.
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Lei Plano Nacional da
Habitação (4.380/64)
A recessão econômica dos anos
60 aumentava a massa de
trabalhadores com pouca
qualificação e o Estado não tinha
condições de criar ou fomentar
diretamente postos de trabalho
para essa mão de obra. Uma
alternativa seria a criação de
empregos na construção civil.
Foi criado o Lei nº 4.357 (BNH),
órgão gestor do também criado
Sistema Brasileiro de Poupança
e Empréstimo (SBPE), destinado
a fomentar a construção de
casas populares e obras de
saneamento e infraestrutura
urbana, com moeda própria
(Unidade Padrão de Capital –
UPC) e seus próprios
instrumentos de captação de
recursos – Cédulas Hipotecárias,
Letras Imobiliárias e Caderneta
de Poupança. Posteriormente, a
esses recursos foram
adicionados os do Fundo de
Garantia por Tempo de Serviço
(FGTS).
Lei da Reforma do
Sistema Financeiro
nacional (4.595/64)
Os órgãos de aconselhamento e
gestão da política monetária, de
crédito e finanças públicas
concentravam-se no Ministério
da Fazenda, na
Superintendência da Moeda e do
Crédito (Sumoc) e no Banco do
Brasil, e essa estrutura não
correspondia aos crescentes
encargos e responsabilidades na
condução da política econômica.
Criado O Conselho Monetário
nacional (CMN) e o Banco
Central do Brasil, bem como
estabelecidas as normas
operacionais, rotinas de
funcionamento e procedimentos
de qualificação aos quais as
entidades do sistema financeiro
deveriam subordinar-se.
Lei de Mercado de
Capitais (4.728/65)
O processo de popularização do
investimento estava contido em
função da nítida preferência dos
investidores por imóveis de
renda e de reserva de valor. Ao
governo interessava a evolução
dos níveis de poupança internos
e seu direcionamento para
investimentos produtivos.
Estabelecidas normas e
regulamentos básicos para a
estruturação de um sistema de
investimentos destinado a apoiar
o desenvolvimento nacional e
atender à crescente demanda
por crédito.
Lei da CVM (6.385/76)
Criar uma entidade que
absorvesse a regulamentação e
a fiscalização do mercado de
capitais, especialmente no que
se referia às sociedades de
capital aberto.
Criada a Comissão de Valores
Mobiliários (CVM), transferida do
Banco Central a
responsabilidade pela
regulamentação e fiscalização
das atividades relacionadas ao
mercado de valores mobiliários
(ações, debêntures, etc.).
Lei das S.A. (6.404/76)
Atualizar a legislação sobre as
sociedades anônimas brasileiras,
especialmente quanto aos
aspectos relativos à composição
acionária, negociação de valores
mobiliários (ações, debêntures,
etc.) e modernização do fluxo de
Estabeleceu regras claras
quanto a características, formas
de constituição, composição
acionária, estrutura de
demonstrações financeiras,
obrigações societárias, direitos e
obrigações de acionistas e
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informações. órgãos estatutários e legais.
Lei 10.303/01
Aprimorar a legislação sobre as
sociedades anônimas (Lei
6.404/76), especialmente quanto
aos aspectos relativos ao direito
do acionista minoritário, e da Lei
nº 6.385/76, relativamente a
algumas atribuições da CVM.
Estabeleceu novos direitos de
acionistas minoritários, tais como
o tag along mínimo de 80% e a
composição de ações (limitando
o percentual de ações
preferencial em 50%). Além
disso, dentre as alterações na
Lei 6.385/76 destaca-se a
transferência para a CVM da
competência para regular e
supervisionar os fundos de
investimentos e os derivativos.
Lei 11.638/07
Adequar a legislação societária
tendo em vista a padronização
das normas contábeis brasileiras
face ao padrão internacional.
Alterou e revogou dispositivos da
Lei 6.404/76 e da Lei 6.385/76 e
estendeu às sociedades de
grande porte disposições
relativas à elaboração e
divulgação de demonstrações
financeiras.
De acordo ainda com Niyama e Gomes (2006) a estrutura do SFN é decorrente desse
conjunto de instrumentos legais, inspirada no modelo de especialização de instituições
existente nos Estados Unidos, sendo cada seguimento identificado de acordo com o
objetivo das destinações dos recursos captados:
 Crédito de curto e curtíssimo prazos: Bancos Comerciais, Caixa Econômica
Federal, Cooperativas de Crédito e Bancos Múltiplos com carteira comercial;
 Crédito de médio e longo prazo: Bancos de Investimentos, Bancos de
Desenvolvimento, Caixa Econômica Federal e Bancos Múltiplos com carteira de
investimentos e Desenvolvimentos;
 Crédito ao consumidor: Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento
(“Financeiras”) e Bancos Múltiplos com carteira de crédito, financiamento e investimento;
 Crédito habitacional: Caixa Econômica Federal, Associação de Poupança e
Empréstimo, companhias Hipotecárias, Sociedades de Crédito Imobiliário e Bancos
Múltiplos com carteira de crédito imobiliário;
 Intermediação de títulos e valores mobiliários: Sociedades Corretoras e
Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Bancos de Investimentos e Bancos
Múltiplos com carteira de investimento;
 Arrendamento mercantil: Sociedades de Arrendamento Mercantil e Bancos
Múltiplos com carteira de arrendamento mercantil.
Niyama e Gomes (2006) destaca, ainda, que outras entidades, caracterizadas como
detentoras de volume significativo de recursos do público em geral ou especializadas em
determinados segmentos, têm tido representatividade crescente no âmbito do SFN,
apesar de não participarem diretamente do processo clássico de intermediação financeira
ou de distribuição de títulos e valores mobiliários, quais sejam:
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 Seguradoras;
 Companhias de capitalização;
 Entidades fechadas e abertas de previdências privada;
 Empresas de factoring;
 Consórcios;
 Companhias hipotecárias;
 Agência de fomento e de desenvolvimento;
 Sociedade de crédito ao microempreendedor;
 Bancos de câmbio.
ÓRGÃOS NORMATIVOS
Conselho Monetário Nacional (CMN)
O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão deliberativo máximo do Sistema
Financeiro Nacional. Ao CMN compete: estabelecer as diretrizes gerais das políticas
monetária, cambial e creditícia; regular as condições de constituição, funcionamento e
fiscalização das instituições financeiras e disciplinar os instrumentos de política monetária
e cambial.
O CMN é constituído pelo Ministro de Estado da Fazenda (Presidente), pelo Ministro de
Estado do Planejamento e Orçamento e Gestão e pelo Presidente do Banco Central do
Brasil (Bacen). Os serviços de secretaria do CMN são exercidos pelo Bacen.
Niyama e Gomes (2006) destacam que as principais atribuições do CMN são:
 Adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da economia
nacional e seu processo de desenvolvimento;
 Regular os valores interno e externo da moeda e o equilíbrio no balanço de
pagamento do país;
 Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras;
 Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros;
 Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras;
 Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida
pública, interna e externa;
 Fixar as diretrizes e normas da política cambial;
 Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as operações creditícias em
todas as suas formas;
 Regular a constituição, funcionamento e fiscalização dos que exercerem
atividades subordinadas à Lei nº 4.595, de 1964, bem como as penalidades previstas;
 Expedir normas gerais de contabilidade e estatística a serem observadas pelas
instituições financeiras;
 Determinar recolhimentos compulsórios e encaixes obrigatórios de depósitos à
vista, do total dos depósitos e/ou outros títulos contábeis das instituições financeiras,
função também atribuída ao Banco Central do Brasil pela Lei nº 7.730, de 31 de janeiro de
1989;
 Disciplinas as atividades das bolsas de valores e dos corretores de fundos
públicos.
FINALIDADE PRINCIPAL: formulação de toda a política de MOEDA e do CRÉDITO,
objetivando atender aos interesses econômicos e sócias do país.
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Conselho de Recursos do SFN (CRSFN)
Criado em 1985 para julgar, em segunda e última instância, os recursos relacionados às
penalidades aplicadas pelo Bacen e CVM.
É integrado por oito conselheiros, designados pelo Ministro da Fazenda, com mandatos
de dois anos, podendo ser reconduzidos uma vez, observada a seguinte composição:
Dois representantes do Ministério da Fazenda
Um representante do Banco Central do Brasil
Um representante da CVM
Quatro representantes das entidades de classe, dos mercados financeiro e de capitais,
por elas indicados em lista tríplice, por solicitação do Ministro da Fazenda
Além desses, o CRSFN conta com um Procurador da Fazenda Nacional, designado pelo
Procurador Geral da Fazenda Nacional, com a atribuição de zelar pela fiel observância
das leis, decretos, regulamentos e demais atos normativos.
Banco Central do Brasil
A função clássica de um banco central é a de controlar a oferta da moeda e do crédito,
desempenhando a função de executor das políticas monetárias e cambial de um país.
O Decreto lei de nº 7,293, de 2 de fevereiro de 1945, criou a Superintendência da Moeda
e do Crédito (Sumoc), com o objetivo de exercer o controle do mercado monetário e
preparar a organização do Bacen, sendo que a Lei nº 4.595, de 1964, transformou a
Sumoc no Banco Central do Brasil.
O Bacen está sediado em Brasília, possuindo representações regionais em Belém, Belo
Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
Niyama e Gomes (2006) destacam que as principais atribuições do Banco Central do
Brasil são:
Emitir papel moeda e moeda metálica;
Executar os serviços de meio circulante;
Determinar os percentuais de recolhimentos de compulsórios;
Receber os recolhimentos compulsórios e também os depósitos voluntários a vista
das instituições financeiras;
Realizar operações de redesconto e empréstimos a instituições financeiras;
Efetuar o controle de capitais estrangeiros;
Ser depositário das reservas oficiais de ouro e moeda estrangeira e de direitos
especiais de saque;
Exercer fiscalização das instituições financeiras e aplicar as penalidades previstas;
Conceder autorização às instituições financeiras, a fim de que possam:
Funcionar no país;
Instalar ou transferir suas sedes ou dependências, inclusive no exterior;
Ser transformadas, fundidas, incorporadas, cindidas ou encampadas;
Praticar operações de câmbio crédito rural e venda habitual de títulos da
dívida pública federal, estadual e municipal, ações, debêntures, letras hipotecárias e
outros títulos de crédito ou mobiliários;
Ter prorrogados os prazos concedidos para funcionamento, alterar seus
estatutos;
Estabelecer condições para a posse em quaisquer cargos de administração de
instituições financeiras privadas, assim como para o exercício de quaisquer funções em
órgãos consultivos, fiscais e semelhantes, segundo normas que forem expedidas pelo
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CMN;
Efetuar como instrumento de política monetária, operações de compra e venda de
títulos públicos federais;
Entender-se, em nome do governo brasileiro, com as instituições financeiras
estrangeiras e internacionais;
Regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis;
Exercer permanente vigilância nos mercados financeiros e de capitais sobre
empresas que, direta ou indiretamente, interfiram nesses mercados e em relação a
modalidades ou processos operacionais que utilizem.
Comissão de Valores Mobiliários
A Comissão de Valores Mobiliários - CVM é uma autarquia especial, vinculada ao
Ministério da Fazenda, com a responsabilidade de disciplinar, fiscalizar e promover o
mercado de valores mobiliários. Criada pela Lei 6.385, de 07 de dezembro de 1976, a
CVM exerce atividade de fiscalização e normatização do mercado de valores mobiliários,
de modo a assegurar o exercício de práticas equitativas e coibir qualquer tipo de
irregularidade. Ao mesmo tempo, desenvolve estudos e pesquisas, dos quais obtém
elementos necessários à definição de políticas e iniciativas capazes de promover o
desenvolvimento do mercado. No exercício de suas atribuições, a Comissão de Valores
Mobiliários poderá examinar registros contábeis, livros e documentos de pessoas e/ou
empresas sujeitas à sua fiscalização, intimá-las a prestar declarações ou esclarecimentos,
sob pena de multa; requisitar informações de órgãos públicos, outras autarquias e
empresas públicas; determinar às companhias abertas a republicação de demonstrações
financeiras e dados diversos; apurar infração mediante inquéritos administrativos e aplicar
penalidade.
Niyama e Gomes (2006) destacam que as principais atribuições da CVM são:
 Disciplinas e fiscalizar:
A emissão e distribuição de valores mobiliários no mercado;
A negociação e intermediação no mercado de valores mobiliários;
A organização, o funcionamento e as operações das bolsas de valores;
A administração de carteiras e a custódia de valores mobiliários;
A auditoria de companhia abertas;
Os serviços de consultor e analista de valores mobiliários;
 Regulamentar matérias previstas nas Leis nº 6.385, de 1976, 6.404, de 1976, e
10.303, de 2002;
 Administrar registros instituídos pela Lei nº 6.385, de 1976;
 Fixar limites máximos de preços e comissões cobradas pelos intermediários;
 Fiscalizar companhias abertas, dando prioridade às que não pagam dividendos;
 Suspender a negociação de determinado valor mobiliário;
 Decretar recesso das bolsas de valores;
 Divulgar informações para orientar os participantes do mercado;
 Conceder registro para negociação em bolsa e no mercado de balcão.
Instituições Financeiras Bancárias (ou Monetárias)
Howells e Bain (2001) destacam que as instituições financeiras apresentam de várias
formas diferentes e oferecem uma variedade de serviços. De maneira geral, pode-se dizer
que as instituições financeiras se especializam em uma ou mais das seguintes funções:
 Provisão de um mecanismo de pagamentos;
 Fornecimentos de um meio de emprestar e tomar emprestado; e
 Outros serviços; como câmbio, seguros e assim por diante.
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Acrescentamos a lei 11.638 de 2007 que fez alterações na Lei 6.404 de 1976. No entanto,
as instituições financeiras bancárias caracterizam pelo fato de terem a capacidade de
criação de moeda.
Bancos comerciais
Instituições especializadas em operações de curto e médio prazos, que oferecem capital
de giro para o comércio, indústria, empresas prestadoras de serviços e pessoas físicas,
bem como concedem crédito rural.
Niyama e Gomes (2006) destacam que as operações autorizadas a essas instituições
podem ser divididas em: ativas, passivas, especiais, acessórias, e de prestação de
serviços, sendo as principais (i) aplicações em títulos e valores mobiliários, (ii) operações
de crédito, (iii) captação de depósito à vista, de poupança e a prazo, (iv) gestão de
recursos de terceiros, (v) cobrança e recebimentos e pagamentos por conta de terceiros.
Esse processo chama-se monetização. Monetização é a criação de moeda pelos bancos
comerciais. Os bancos de depósito criam moeda usando os valores dos depósitos. Os
depósitos bancários são a fonte abundante da moeda escritural. Os bancos utilizam os
fundos que lhes são emprestados pelos correntistas, os depositantes, para conceder
empréstimos. Esses valores concedidos em empréstimos são, por sua vez, também
depositados em banco. Daí vem o processo multiplicador de moeda. Dessa forma, o
crédito é o que permite a criação de moeda escritural. Boa parte dos depósitos feitos num
banco são valores obtidos por empréstimos (operação de crédito) tomados anteriormente
em outros bancos. É óbvio que o processo de criação não é lento e nem tão simples
como descrito aqui. Os estudiosos do tema ilustram o mecanismo de criação de moeda
com fórmulas e cálculos complexos, mas para nós o importante é conhecer a noção
básica do fenômeno.
Lembrete: Não devemos fazer confusão com emissão, criação e fabricação da moeda.
Quem emite é o Banco Central, quem cria são os bancos comerciais e quem fabrica as
cédulas e cunha as moedas metálicas é a Casa da Moeda.
Cooperativas de crédito
Cooperativas de crédito são instituições financeiras constituídas sob a forma de sociedade
cooperativa, tendo por objeto a prestação de serviços financeiros aos associados, como
concessão de crédito, captação de depósitos à vista e a prazo, cheques, prestação de
serviços de cobrança, de custódia, de recebimentos e pagamentos por conta de terceiros,
sob o convênio com instituições financeiras públicas e privadas e de correspondente no
País, além de outras operações específicas e atribuições estabelecidas na legislação em
vigor.
Constituídas sob a forma de sociedade de pessoas de natureza civil, que se classifica em:
Singulares: mínimo de 20 (vinte) cooperados;
Cooperativas centrais ou federações de cooperativas: formadas por, no mínimo 3
(três) cooperativas singulares;
Confederação de cooperativas: formadas por, no mínimo, 3 (três) cooperativas
contrais.
Quanto ao objetivo ou natureza das atividades desenvolvidas, podem ser dos seguintes
tipos; de economia e crédito mútuo; Luzzati ou popular; de crédito rural.
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As operações autorizadas às cooperativas são semelhantes às praticadas pelos bancos
comerciais, limitadas aos seus associados.
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS NÃO BANCÁRIAS (ou não Monetárias)
Mishkin (2000) relata que embora os bancos possam ser as instituições financeiras com
as quais lidamos mais frequentemente, não são as únicas com as quais temos contato.
Suponha que você obtenha um seguro de uma seguradora, consiga um empréstimo de
uma financeira para adquirir um carro novo, ou compre ação ordinária com ajuda de um
corretor. Em cada uma dessas transações, você está lidando com uma instituição
financeira não bancária também desempenham um papel importante na canalização de
recursos de emprestadores (poupadores) para tomadores (gastadores).
Bancos de investimentos
Os bancos de investimento são instituições financeiras privadas especializadas em
operações de participação societária de caráter temporário, de financiamento da atividade
produtiva para suprimento de capital fixo e de giro e de administração de recursos de
terceiros. Devem ser constituídos sob a forma de sociedade anônima e adotar,
obrigatoriamente, em sua denominação social, a expressão “Banco de Investimento”.
Não possuem contas correntes e captam recursos via depósitos a prazo, repasses de
recursos externos, internos e venda de cotas de fundos de investimento por eles
administrados. As principais operações ativas são financiamento de capital de giro e
capital fixo, subscrição ou aquisição de títulos e valores mobiliários, depósitos
interfinanceiros e repasses de empréstimos externos (Resolução CMN 2.624, de 1999).
*O lease back (leasing de retorno) é uma operação em que a empresa vende um bem de
sua propriedade para o banco, que por sua vez o arrenda ao próprio cliente, permitindo
assim liberação de recursos para outros investimentos. Empresa interessada em liberar
capital de giro ou que tenham importado bens por conta própria e deseja arrendá-lo.
Bancos de desenvolvimentos
Os bancos de desenvolvimento são instituições financeiras controladas pelos governos
estaduais, e têm como objetivo precípuo proporcionar o suprimento oportuno e adequado
dos recursos necessários ao financiamento, em médio e em longo prazo, de programas e
projetos que visem a promover o desenvolvimento econômico e social do respectivo
Estado.
As operações passivas são depósitos a prazo, empréstimos externos, emissão ou
endosso de cédulas hipotecárias, emissão de cédulas pignoratícias de debêntures e de
Títulos de Desenvolvimento Econômico. As operações ativas são empréstimos e
financiamentos, dirigidos prioritariamente ao setor privado.
Devem ser constituídos sob a forma de sociedade anônima, com sede na capital do
Estado que detiver seu controle acionário, devendo adotar, obrigatória e privativamente,
em sua denominação social, a expressão "Banco de Desenvolvimento", seguida do nome
do Estado em que tenha sede (Resolução CMN 394, de 1976).
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Sociedade de Arrendamento Mercantil (leasing)
As sociedades de arrendamento mercantil são constituídas sob a forma de sociedade
anônima, devendo constar obrigatoriamente na sua denominação social a expressão
“Arrendamento Mercantil”.
As operações passivas dessas sociedades são emissão de debêntures, dívida externa,
empréstimos e financiamentos de instituições financeiras. Suas operações ativas são
constituídas por títulos da dívida pública, cessão de direitos creditórios e, principalmente,
por operações de arrendamento mercantil de bens móveis, de produção nacional ou
estrangeira, e bens imóveis adquiridos pela entidade arrendadora para fins de uso próprio
do arrendatário. São supervisionadas pelo Banco Central do Brasil (Resolução CMN
2.309, de 1996).
Sociedades de crédito, financiamento e investimentos (“financeiras”)
As sociedades de crédito, financiamento e investimento, também conhecidas por
financeiras, foram instituídas pela Portaria do Ministério da Fazenda 309, de 30 de
novembro de 1959. São instituições financeiras privadas que têm como objetivo básico a
realização de financiamento para a aquisição de bens, serviços e capital de giro.
Devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima e na sua denominação social
deve constar a expressão “Crédito, Financiamento e Investimento”.
Tais entidades captam recursos por meio de aceite e colocação de Letras de Câmbio
(Resolução CMN 45, de 1966) e Recibos de Depósitos Bancários (Resolução CMN 3454,
de 2007).
Sociedade de Crédito Imobiliário
As sociedades de crédito imobiliário são instituições financeiras criadas pela Lei 4.380, de
21 de agosto de 1964, para atuar no financiamento habitacional. Constituem operações
passivas dessas instituições os depósitos de poupança, a emissão de letras e cédulas
hipotecárias e depósitos interfinanceiros.
Suas operações ativas são: financiamento para construção de habitações, abertura de
crédito para compra ou construção de casa própria, financiamento de capital de giro a
empresas incorporadoras, produtoras e distribuidoras de material de construção.
Devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima, adotando obrigatoriamente
em sua denominação social a expressão “Crédito Imobiliário”. (Resolução CMN 2.735, de
2000).
Associação de Poupança e Empréstimo (APE)
As associações de poupança e empréstimo são constituídas sob a forma de sociedade
civil, sendo de propriedade comum de seus associados. Suas operações ativas são,
basicamente, direcionadas ao mercado imobiliário e ao Sistema Financeiro da Habitação
(SFH). As operações passivas são constituídas de emissão de letras e cédulas
hipotecárias, depósitos de cadernetas de poupança, depósitos interfinanceiros e
empréstimos externos. Os depositantes dessas entidades são considerados acionistas da
associação e, por isso, não recebem rendimentos, mas dividendos. Os recursos dos
depositantes são, assim, classificados no patrimônio líquido da associação e não no
passivo exigível (Resolução CMN 52, de 1967).
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Bancos múltiplos
Os bancos múltiplos são instituições financeiras privadas ou públicas que realizam as
operações ativas, passivas e acessórias das diversas instituições financeiras, por
intermédio das seguintes carteiras: comercial, de investimento e/ou de desenvolvimento,
de crédito imobiliário, de arrendamento mercantil e de crédito, financiamento e
investimento. Essas operações estão sujeitas às mesmas normas legais e
regulamentares aplicáveis às instituições singulares correspondentes às suas carteiras. A
carteira de desenvolvimento somente poderá ser operada por banco público.
O banco múltiplo deve ser constituído com, no mínimo, duas carteiras, sendo uma delas,
obrigatoriamente, comercial ou de investimento, e ser organizado sob a forma de
sociedade anônima. As instituições com carteira comercial podem captar depósitos à
vista. Na sua denominação social deve constar a expressão “Banco” (Resolução CMN
2.099, de 1994).
Sistema distribuidor de títulos e valores mobiliários
Sistema distribuidor de títulos e valores mobiliários é constituído pelas bolsas de valores,
bolsas de mercadoria, sociedades corretoras de títulos de valores mobiliários, sociedade
corretora de câmbio, agentes autônomos de investimento, e caixa de registro e liquidação.
Bolsa de valores
As bolsas de valores são locais que oferecem condições e sistemas necessários para a
realização de negociação de compra e venda de títulos e valores mobiliários de forma
transparente. Além de seu papel básico de oferecer um mercado para a cotação dos
títulos nelas registrados, orientar e fiscalizar os serviços prestados por seus
intermediários, facilitar a divulgação constante de informações sobre as empresas e sobre
os negócios que se realizam sob seu controle, as bolsas de valores propiciam liquidez às
aplicações de médio e longo prazos, por intermédio de um mercado contínuo,
representado por seus pregões diários. É por meio das bolsas de valores que se pode
viabilizar um importante objetivo de capitalismo moderno: o estímulo à poupança do
grande público e ao investimento em empresas em expansão, que, diante deste apoio,
poderão assegurar as condições para seu desenvolvimento.
Sociedades corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários
As sociedades corretoras são instituições financeiras, devidamente credenciadas pelo
Banco Central do Brasil, pela CVM e pelas próprias bolsas, e estão habilitadas a negociar
valores mobiliários em pregão. As corretoras podem ser definidas como intermediárias
especializadas na execução de ordens e operações por conta própria e determinadas por
seus clientes, além da prestação de uma série de serviços a investidores e empresas, tais
como:
 diretrizes para seleção de investimentos;
 intermediação de operações de câmbio;
 assessoria a empresas na abertura de capital, emissão de debêntures e
debêntures conversíveis em ações, renovação do registro de capital etc.
As sociedades corretoras contribuem para um fundo de garantia, mantido pelas bolsas de
valores, com o propósito de assegurar a seus clientes eventual reposição de títulos e
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valores negociados em pregão, e atender a outros casos previstos pela legislação. As
sociedades corretoras são fiscalizadas pelas bolsas de valores, representando a certeza
de uma boa orientação e da melhor execução dos negócios de seus investidores.
Distribuidoras
As sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários são constituídas sob a forma
de sociedade anônima ou por quotas de responsabilidade limitada, devendo constar na
sua denominação social a expressão “Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários”.
Algumas de suas atividades: intermedeiam a oferta pública e distribuição de títulos e
valores mobiliários no mercado; administram e custodiam as carteiras de títulos e valores
mobiliários; instituem, organizam e administram fundos e clubes de investimento; operam
no mercado acionário, comprando, vendendo e distribuindo títulos e valores mobiliários,
inclusive ouro financeiro, por conta de terceiros; fazem a intermediação com as bolsas de
valores e de mercadorias; efetuam lançamentos públicos de ações; operam no mercado
aberto e intermedeiam operações de câmbio. São supervisionadas pelo Banco Central do
Brasil (Resolução CMN 1.120, de 1986).
Agentes especiais
Os agentes especiais são instituições que complementam funções do subsistema
normativo e operam em nome do Tesouro Nacional.
Banco do Brasil S.A
Segundo Fortuna (1995) o Banco do Brasil é um banco comercial que opera na prática
como agente financeiro do Governo Federal. Além disso, é o principal executor da política
oficial de crédito rural e industrial. Conserva, portanto. Algumas funções que não são
próprias de um banco comercial, como o Departamento de Comércio Exterior (DECEX)
que desempenha funções nitidamente governamentais; a Câmara de Compensação de
Cheques e Outros Papéis; a execução de serviços ligados ao orçamento geral da União;
a execução do serviço da dívida pública consolidada, a aquisição de estoques de
produção exportável e a execução de política de preços mínimos dos produtos
agropecuários.
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
Fortuna (1995) destaca que o BNDES é a instituição responsável pela política de
investimentos de longo prazo do Governo Federal, sendo a principal instituição financeira
de fomento do País, tendo como objetivos básicos:
 Impulsionar o desenvolvimento econômico e social do País;
 Fortalecer o setor empresarial nacional;
 Atenuar os desequilíbrios regionais, criando novos polos de produção;
 Promover o desenvolvimento integrado das atividades agrícolas, industriais e de
serviços;
 Promover o crescimento e a diversificações das exportações.
Banco do Nordeste do Brasil
O Banco do Nordeste do Brasil S. A. é o maior banco de desenvolvimento regional da
América Latina e diferencia-se das demais instituições financeiras pela missão que tem a
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cumprir: atuar, na capacidade de instituição financeira pública, como agente catalisador
do desenvolvimento sustentável do Nordeste, integrando-o na dinâmica da economia
nacional.
Sua visão é a de ser referência como agente indutor do desenvolvimento sustentável da
Região Nordeste. Sua preocupação básica é executar uma política de desenvolvimento
ágil e seletiva, capaz de contribuir de forma decisiva para a superação dos desafios e
para a construção de um padrão de vida compatível com os recursos, potencialidades e
oportunidades da Região.
Banco da Amazônia
O Banco da Amazônia é uma instituição financeira federal de fomento com a missão de
promover o desenvolvimento da região amazônica. Possui papel relevante tanto no apoio
à pesquisa quanto no crédito de fomento, respondendo por mais de 60% do crédito de
longo prazo da Região. Com sua atuação, o Banco se articula com diversos órgãos
vinculados ao Governo Federal, Estadual e Municipal, através de parcerias com diversas
entidades, universidades, Sebrae, organizações não governamentais ligadas ao fomento
sustentável e aquelas representativas dos diversos segmentos do empresariado e dos
pequenos produtores rurais.
Caixa Econômica Federal
Criada em 1861, a CAIXA é um agente das políticas públicas do governo federal. Atende
não só os seus clientes bancários, mas todos os trabalhadores formais do Brasil, estes
por meio do pagamento de FGTS, PIS e seguro-desemprego; beneficiários de programas
sociais e apostadores das Loterias.
Além disso, ao priorizar setores como habitação, saneamento básico, infraestrutura e
prestação de serviços, a Caixa Econômica Federal exerce um papel fundamental na
promoção do desenvolvimento urbano e social no país, contribuindo para melhorar a
qualidade de vida da população, especialmente a de baixa renda. A atuação da CAIXA
também se estende aos palcos, salas de aula e pistas de corrida, com o apoio a
iniciativas artístico-culturais, educacionais e desportivas.
Fontes: http://www.bnb.gov.br/content/aplicacao/O_Banco/Principal/gerados/o_banco.asp
Fonte: http://www.bancoamazonia.com.br/
Fonte: http://www.caixa.gov.br/acaixa/index.asp
MERCADO FINANCEIRO: FUNCIONAMENTO E INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA
Em um sistema econômico existe a interação por meio de fluxos reais, produtos e
serviços, e de fluxos monetários, pagamentos, entre indivíduos, empresas, governo e
setor externo. É neste cenário em que destaca-se o papel do Mercado Financeiro ao
promover a intermediação de recursos entre os agentes superavitários e os agentes
deficitários de uma sociedade. Os agentes superavitários por possuírem excedentes de
capital recebem juros para a aplicação dos mesmos, ou seja, são remunerados ao “adiar”
o consumo. Por outro lado, os agentes na condição de deficitários estão dispostos a
pagar juros pelo capital a ser obtido sob a forma de empréstimo, ou seja, pagam para
usufruir de uma receita antecipada.
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Pré-requisitos da Intermediação Financeira
 Maturidade, complexidade e desenvolvimento do sistema de trocas, com a
superação do estágio primitivo do escambo e de outras formas de transação sem
intervenção monetária;
 Existência de agentes econômicos superavitários e deficitários, dispostos a ofertar
seus excedentes financeiros;
 Criação de instituições para a regulação e funcionamento do mercado de
intermediação.
OS TRES PILARES DE SUSTENTAÇÃO DO SISTEMA FINANCEIRO – ACORDO DE
BASILEIA II
***Acordo de Capital de Basileia (cidade Suíça) II, também conhecido como Basileia II, foi
um acordo assinado no âmbito do Comitê de Supervisão Bancária de Basileia em 2004
para substituir o acordo de Basileia I. O Basileia II fixa-se em três pilares e 29 princípios
básicos sobre contabilidade e supervisão bancária.
PILAR 1:
 Fortalecimento da estrutura de capitais das Instituições Financeiras;
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 Abordagens padronizadas de modelos internos.
PILAR 2:
 Adoção das melhores práticas de gestão de riscos;
 Processo de avaliação pela IF quanto a adequação de seu capital X estrutura e
exposição;
 Revisão e avaliação pelo órgão Supervisor quanto a adequação do capital
econômico.
PILAR 3:
 Transparência na divulgação de informações sobre os riscos e gestão por parte
dos bancos.
 Redução de assimetria de informação e favorecimento da disciplina de mercado.
RISCO NO SETOR BANCÁRIO
No setor bancário, a exposição ao risco é elevada, pois os bancos atuam como
intermediadores de recursos.
Dessa forma, para minimizar as perdas e assegurar bons resultados, é primordial
gerenciar o risco por meio de sua identificação, mensuração e do controle da exposição.
O conceito primordial de existência da atividade bancária é o risco ajustado ao retorno
(rentabilidade).
O resultado do Banco, inclusive pela responsabilidade que lhe cabe sobre recursos de
terceiros que lhe foram confiados, exige total zelo por sua segurança e rentabilidade, o
que depende fundamentalmente de um processo eficaz de gerenciamento de riscos,
controles internos e análises conjunturais.
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3. ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DE CURTO PRAZO
CAPITAL DE GIRO
O capital de giro é conhecido também como capital circulante e corresponde aos recursos
aplicados em ativos circulantes, que se transformam constantemente dentro do ciclo
operacional. Como o próprio nome dá a entender, o capital de giro fica girando dentro da
empresa e, a cada vez que sofre transformação em seu estado patrimonial, produz reflexo
na contabilidade. Até se transformar finalmente (novamente) em dinheiro, o valor inicial do
capital de giro vai sofrendo acréscimo a cada transformação, de modo que, quando o
capital retornar ao “estado de dinheiro”, ao completar o ciclo operacional, deverá estar
maior do que o valor inicial. (HOJI, 2012).
CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO (CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO)
A diferença entre o ativo circulante (corrente) e o passivo circulante (corrente) é o capital
circulante líquido (CCL), ou capital de giro líquido (CGL). Quando a soma dos elementos
do ativo corrente é maior do que a soma dos elementos do passivo corrente, o CCL é
positivo. Em caso contrário, o CCL é negativo. Quando a soma dos elementos do ativo
corrente é igual à soma dos elementos do passivo corrente, o CCL é nulo. (HOJI, 2012).
AC > PC AC < PC AC = PC
ATIVO PASSIVO ATIVO PASSIVO ATIVO PASSIVO
AC PC AC PC AC PC
CCL
PÑC AÑC
CCL
AÑC PÑC
AÑC PÑC
CCL POSITIVO CCL NEGATIVO CCL NULO
FÓRMULA: CCL = ATIVO CIRCULANTE – PASSIVO CIRCULANTE
Exemplo:
ANO AC - PC = CCL
2010 1.000 - 800 = 200
2011 1.100 - 700 = 400
2012 1.000 - 1.100 = - 100
Através do cálculo, observa-se que durante os exercícios 2010 e 2011, a empresa possui
recursos disponíveis após saldar seus compromissos de curto prazo, em contrapartida no
exercício 2012 a empresa apresenta uma incapacidade de pagar suas contas.
Exercício
1. Calcule e analise Capital Circulante Líquido da empresa conforme dados da tabela
abaixo.
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ANO AC - PC = CCL
2010 10.000 - 10.500 =
2011 12.100 - 12.000 =
2012 14.000 - 13.100 =
CICLOS ECONÔMICO, OPERACIONAL E FINANCEIRO
Utilizadas para mensurar o tempo em que as atividades da empresa são desenvolvidas.
De fundamental importância no controle gerencial e gestão de negócios, refletem a cultura
organizacional da empresa, dentro do seu ramo de negócios. Seus valores dependem dos
processos de produção, capacidade de vendas e recebimentos de clientes. No caso do
ciclo financeiro considera-se também o pagamento a fornecedores.
CICLO ECONÔMICO
O ciclo econômico é o tempo em que a mercadoria permanece em estoque. Vai desde a
aquisição dos produtos até o ato da venda, não levando em consideração o recebimento
das mesmas (encaixe).
Fórmula: Ciclo Econômico = Prazo Médio de Estocagem (PME)
Exemplo: Ciclo Econômico = 40 dias
CICLO OPERACIONAL
O ciclo operacional inicia com a compra até o recebimento das vendas. Quanto mais
idênticos forem o ciclo financeiro e o ciclo operacional mais recursos serão necessários
para financiar o ciclo operacional.
Exemplo:
CO = PME + PMR
CO = 40 + 30 = 70 dias.
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CICLO DE CAIXA (FINANCEIRO)
O Ciclo de Caixa (ou Ciclo Financeiro) é definido como o período de tempo existente
desde um gasto inicial até o recebimento da venda do produto. Para uma empresa
industrial, por exemplo, esse ciclo corresponde ao intervalo de tempo existente entre a
aquisição de insumos para a industrialização e o recebimento pela venda dos produtos
industrializados. O termo Ciclo de Caixa refere-se ao tempo em dias, que o caixa da
empresa, realmente renova-se. Para uma empresa, quanto menor for o seu ciclo, melhor,
pois ela consegue fazer toda a sua operação em menos tempo, isto é, ela gira muito mais
vezes num determinado período.
Exemplo:
CC = CO – PMP
CC = 70 – 30 = 40 dias.
GIRO DE CAIXA
É o número de vezes que o caixa de uma empresa é restabelecido, ou girado, num ano.
O giro de caixa é calculado da seguinte forma:
GC =
CaixadeCiclo
dias360
Exemplo:
Utilizando os dados anteriores, onde o ciclo de caixa da empresa é de 40 dias. Qual o giro
de caixa dessa empresa?
GC =
40
360
= 9 vezes.
Isso significa que gira o seu caixa em 9 vezes no período comercial de 360 dias. Quanto
mais vezes renovam-se o ciclo melhor para a empresa.
CAIXA MÍNIMO NECESSÁRIO
Determina-se a quantia mínima de caixa necessária para uma empresa manter suas
operações. Obtêm-se por meio da seguinte equação:
CMN =
CaixadeGiro
anuaisisoperacionadispêndios
Exemplo:
Suponha que o giro de caixa de uma empresa seja de 9 vezes (exemplo anterior). Admita
dispêndios anuais de R$ 72.000,00. Determine o caixa mínimo necessário.
CMN =
9
72.000,00
= R$ 8.000,00
Portanto, essa empresa deve manter um saldo mínimo de caixa de R$ 8.000,00 durante o
ano (360 dias) para manter sua liquidez. Com saldo inferior a R$ 8.000,00, ela enfrentará
uma insuficiência de caixa que, possivelmente a levará à falência.
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Exercícios
1) Uma empresa apresenta dispêndios anuais de R$ 90.000,00. Com prazo médio de
pagamento 60 dias, prazo médio de estoques 77 dias e prazo médio de recebimento de
55 dias. Determine: o ciclo operacional e de caixa, o giro de caixa e o caixa mínimo
necessário dessa companhia. Faça o esboço gráfico.
2) Uma empresa apresenta dispêndios anuais de R$ 96.000,00. Com prazo médio de
pagamento 60 dias, prazo médio de estoques 70 dias e prazo médio de recebimento de
50 dias. Determine: o ciclo operacional e de caixa, o giro de caixa e o caixa mínimo
necessário dessa companhia. Faça o esboço gráfico.
ADMINISTRANDO OS ESTOQUES
O principal propósito da administração de estoques é determinar e manter um nível de
estoque que assegure o atendimento pontual dos pedidos dos clientes em quantidade
satisfatória. Entretanto, manter estoques é dispendioso porque imobiliza um dinheiro que
não rende juros nem gera renda. Em outras palavras, o custo do estoque impede o
aproveitamento de outras oportunidades lucrativas.
Se houver uma oportunidade de obter 15% de lucro sobre o investimento, a manutenção
de um nível de estoque de R$ 10.000,00 custa R$ 1.500,00 anualmente. Visto de outro
ângulo, a empresa obteria um lucro de R$ 1.500,00 se pudesse investir R$ 10.000,00, em
vez de usá-los na compra de estoques.
LOTE ECONÔMICO DE COMPRAS (LEC)
O lote econômico de compras, mais conhecido como LEC, é a quantidade de um item
que, quando pedido regularmente, resulta em custos mínimos de pedido e de estocagem.
O custo do pedido de compra inclui os salários e ordenados dos empregados efetivos e
temporários do departamento de compras e o custo do tempo de uso do computador e de
suprimentos para preparar os pedidos de compras. Quanto mais vezes os pedidos são
feitos, mais dispendioso é o processo de compra. O custo do pedido seria mínimo se
fosse feito um pedido, no início do ano, para atender a demanda de todo ano.
(GROPPELLI, NIKBAKHT, 2012).
Equação que determina o LEC é: LEC =
m
P
C
2Q.C
, em que:
Q = número de unidades requeridas por pedido de tempo;
CP = custo por pedido de compras;
Cm = custo de manutenção.
Exemplo:
O consumo anual de um item é de 10.000 unidades, o custo de um pedido de compra é
de R$ 120,00, e o custo de manutenção por unidade é de R$ 4,00. Sob essas condições,
o LEC pode ser rapidamente encontrado:
LEC =
m
P
C
2Q.C
=>
4
)(120)(2)(10.000
=> 600.000 = 774 unidades.
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A empresa minimizará o custo total de pedir e estocar se 774 unidades forem requisitadas
em cada pedido de compra. Já que o consumo anual é de 10.000 unidades, a empresa
deve emitir 13 pedidos de compra, solicitando 774 unidades de cada vez:
Número de pedidos por ano =
LEC
anualConsumo
=
774
10.000
= 12,91 = 13 vezes.
Exercício
A Empresa ALFA Ltda. tem consumo anual de 12.000 unidades, o custo de um pedido de
compra é de R$ 400,00, e o seu custo de manutenção por unidade é de R$ 10,00. Com
base nessas informações calcule o LEC e o número de pedidos no ano.
ADMINISTRANDO CONTAS A RECEBER
O volume de contas a receber é, basicamente, determinado pelos de crédito da
companhia. Se esses padrões forem rigorosos, muito poucos clientes estarão qualificados
ao crédito, as vendas irão declinar e, como resultado, as contas a receber diminuirão. Por
outro lado, se os padrões de crédito forem mais flexíveis, a empresa atrairá mais clientes,
as vendas crescerão e haverá mais contas a receber. Dar flexibilidade aos padrões de
crédito para aumentar as contas a receber tem vantagens e desvantagens. As vantagens
são os aumentos nas vendas e nos lucros. As desvantagens se refletem numa maior
probabilidade de mais contas incobráveis e no custo do financiamento adicional de contas
a receber.
Exemplo:
A Empresa Eletrônico vende atualmente 100.000 unidades de aparelhos eletrônicos.
Cada unidade é vendida por R$ 50,00. O custo variável é de R$ 40,00 por unidade.
Portanto, a margem de contribuição é de R$ 10,00. (A margem de contribuição é igual ao
preço de venda menos o custo variável.) Se os padrões de crédito forem relaxados,
espera-se que o volume existente de contas a receber vá crescer em R$ 500.000,00. As
vendas devem também crescer em 30.000 unidades, das quais espera-se que 5% não
seja recebido, devido aos maus pagadores. Supondo que o custo de produtos vendidos
seja de 80% das vendas e que os custos de financiamento sejam de 12%, determine se o
relaxamento dos padrões de crédito seria uma decisão lucrativa para a Eletrônico.
SOLUÇÃO:
A solução é uma simples análise de custo-benefício. Os benefícios são os lucros das
vendas adicionais de R$ 300.00,00 (30.000 unidades adicionais x margem de contribuição
de R$ 10,00); os custos de R$ 75.000,00 correspondem a dívidas incobráveis e a um
custo de financiamento de R$ 48.000,00 das novas contas a receber, como calculado
abaixo:
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Análise de custo/benefício para novas contas a receber
Benefícios
Lucros de vendas adicionais
(30.000 unidades x R$ 10,00 margem de contribuição) R$ 300.000,00
Custos
Custo de dívidas incobráveis adicionais
[(30.000 unidades x R$ 50,00 preço de venda)(5% devedores incobráveis)]
(R$ 75.000,00)
Custo do financiamento adicional [(R$ 500.000,00 contas a receber
adicionais x 80% custos dos produtos vendidos) x
(12% custo do financiamento)] (R$ 48.000,00)
Lucro Líquido R$ 177.000,00
Subtraindo os custos dos benefícios vê-se que a Eletrônico obterá um lucro líquido de R$
177.000,00 se baixar seus padrões de crédito. Porém, nem sempre se consegue esse
efeito reduzindo os padrões de crédito. Algumas vezes, os custos adicionais de dívidas
incobráveis e o custo de financiamento das novas contas a receber superam os lucros
das vendas adicionais. O resultado é um adicional de novas contas a receber com o
cúmulo das anteriores devido à maior lentidão da cobrança. Nesse caso, é lógico, a
decisão correta é deixar a política de crédito como está – isto é, não relaxar os padrões
de crédito. (GROPPELLI, NIKBAKHT, 2012).
Exercício
A Empresa ALFA vende atualmente 80.000 unidades de aparelhos eletrônicos. Cada
unidade é vendida por R$ 60,00. O custo variável é de R$ 45,00 por unidade. Portanto, a
margem de contribuição é de R$ 15,00. (A margem de contribuição é igual ao preço de
venda menos o custo variável.) Se os padrões de crédito forem relaxados, espera-se que
o volume existente de contas a receber á crescer em R$ 600.000,00. As vendas devem
também crescer em 20.000 unidades, das quais espera-se que 5% não seja recebido,
devido aos maus pagadores. Supondo que o custo de produtos vendidos seja de 75% das
vendas e que os custos de financiamento sejam de 15%, determine se o relaxamento dos
padrões de crédito seria uma decisão lucrativa para a ALFA.
ADMINISTRANDO CONTAS A PAGAR
Contas a pagar podem ser vistas como empréstimos sem juros dos fornecedores. Na
ausência de contas a pagar, a empresa precisa tomar emprestado ou usar seu próprio
capital para pagar as faturas de seus fornecedores. Portanto, o benefício das contas a
pagar está na economia de despesas de juros que precisariam ser pagos se não
houvesse o crédito dado pelo fornecedor. Entretanto, a aceitação do crédito e a utilização
das contas a pagar nem sempre são interessantes para a empresa compradora. Os
fornecedores geralmente oferecem generosos descontos em dinheiro se as faturas forem
pagas na entrega ou poucos dias após o seu recebimento. Nesse caso a opção crucial é
aproveitar o desconto à vista e pagar imediatamente, ou comprar a prazo e usar as contas
a pagar. Se o desconto à vista for utilizado, a vantagem é o desconto por si só e as
desvantagens são o custo de tomar emprestado para pagar à vista e a perda de um
empréstimo sem juro. A oferta do desconto à vista deve ser aceita se o benefício exceder
o custo. (GROPPELLI, NIKBAKHT, 2012).
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Exemplo:
A Companhia ABC é favorecida por um desconto à vista de 3% se a fatura de R$
100.000,00 da mercadoria for paga imediatamente em dinheiro. Entretanto, a companhia
tem também a opção de usar seu crédito e pagar a fatura daqui a 60 dias. A Companhia
ABC entrou em contato com o banco local e soube que o dinheiro para pagar à vista a
fatura pode ser tomado à taxa de 14%, o que lhe permitirá aproveitar a vantagem dos 3%
de desconto à vista. Qual opção é a mais econômica: usar o desconto à vista ou comprar
a prazo?
SOLUÇÃO:
Usando o desconto à vista ou contas a pagar.
Benefícios do desconto à vista (3% desconto a vista x R$ 100.000,00 da fatura)
R$ 3.000,00
Custo do desconto à vista (despesa de juro sobre R$ 97.000,00 por 60 dias a 14%)
Taxa de juro R$ 97.000,00 x 14% x(60 dias / 360 dias)
(R$ 2.263,33)
Benefício Líquido R$ 737,67
Aproveitando o desconto à vista de 3% a empresa captará apenas R$ 97.000,00, em vez
de R$ 100.000,00. Neste caso, usar contas a pagar em vez de aproveitar o desconto à
vista significa rejeitar uma oferta do fornecedor de R$ 737,67 em dinheiro livre de juros.
Sendo o resultado líquido uma economia de R$ 737,67, a Companhia ABC deve
aproveitar o desconto à vista. Tomar o desconto à vista de 3% requer um pagamento
imediato de R$ 97.000,00, valor que deve ser tomado emprestado ou retirado dos fundos
existentes.
Exercício
A Companhia DELTA é favorecida por um desconto à vista de 3% se a fatura de R$
200.000,00 da mercadoria for paga imediatamente em dinheiro. Entretanto, a companhia
tem também a opção de usar seu crédito e pagar a fatura daqui a 90 dias. A Companhia
DELTA entrou em contato com o banco local e soube que o dinheiro para pagar à vista a
fatura pode ser tomado à taxa de 15%, o que lhe permitirá aproveitar a vantagem dos 3%
de desconto à vista. Qual opção é a mais econômica: usar o desconto à vista ou comprar
a prazo?
ÍNDICES ECONÔMICOS/FINANCEIROS
O uso de índices financeiros permite que as partes interessadas façam uma avaliação de
certos aspectos do desempenho de uma Empresa. As partes interessadas incluem
geralmente, acionistas e financiadores reais e potenciais bem como a Administração da
Empresa. Para julgar o desempenho global da Empresa, é necessário requerer-se um
conjunto de índices. Estes índices devem ser aplicados consistentemente, a período de
tempo semelhante, de modo a obterem-se as comparações mais precisas. Os índices
financeiros podem ser subdivididos em quatro grupos básicos:
 Índices de liquidez;
 Índices de Atividade;
 Índices de Rentabilidade
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 Índices de Lucratividade;
 Índices de Endividamento.
Como regra geral, os insumos necessários para uma boa análise financeira incluem, no
mínimo, a Demonstração de Resultado e o Balanço Patrimonial. Os elementos
importantes, a curto prazo são: liquidez, rentabilidade e atividade pois dão as informações
críticas à operação da Empresa a curto prazo. E se a Empresa não puder sobreviver a
curto prazo, não é preciso preocupar-se com suas informações a longo prazo. Os índices
de endividamento só são úteis se a Empresa resistir com sucesso a curto prazo.
Além dos dados internos, existem os dados externos, que são obtidos de Empresas do
mesmo ramo de atividade. É mediante estes dados externos que a empresa poderá
visualizar o progresso ou o retrocesso ocorrido.
ANÁLISE DE LIQUIDEZ (ÍNDICES DE LIQUIDEZ)
A liquidez de uma empresa é medida pela sua capacidade para satisfazer suas
obrigações de curto prazo, na data de vencimento. A liquidez refere-se à solvência da
situação financeira da empresa, a facilidade com a qual ela pode pagar suas contas. A
análise da liquidez está concentrada no estudo detalhado da composição de seus ativos e
passivos, em determinado momento, isto é, na data do levantamento dos valores, pois
estes estão em constante mudança, em função de sua dinamicidade. Os índices de
liquidez têm por finalidade medir a capacidade de pagamento de uma empresa, ou seja, a
sua capacidade de cumprir suas obrigações passivas assumidas.
ÍNDICE DE LIQUIDEZ IMEDIATA (ILM)
Elimina também a necessidade do esforço de “cobrança” para honrar as obrigações. Com
o desenvolvimento do mercado de crédito, esse índice passou a ter pouca relevância na
maior parte das empresas. Nos dias atuais, não é aconselhável manter disponibilidades
muito elevadas, deixando de investir na própria atividade.
Exemplo:
ANO Dis / PC = ILC
2010 700 / 800 = 0,875
2011 800 / 700 = 1,14
2012 1.000 / 1.000 = 1,00
ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE
Representa que para cada real de dívida, deverá haver no mínimo o equivalente no ativo
circulante para quitarmos as obrigações.
A empresa pode ter um índice de liquidez corrente alto e estar em crise de liquidez, pois
este índice não dá uma noção sobre a qualidade destes ativos. A empresa pode ter um
CirculantePassivo
CirculanteAtivo
ILC 
CirculantePassivo
Disponível
ILI
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estoque super dimensionado com muitos itens fora de validade ou contas à receber
incobráveis.
Exemplo:
ANO AC / PC = ILC
2010 1.000 / 800 = 1,25
2011 1.100 / 700 = 1,57
2012 1.000 / 1.100 = 0,91
Analisando, comparativamente, os três exercícios, verifica-se um aumento significativo na
capacidade de pagamento a curto prazo. A maior disponibilidade apresentou-se no
período de 2011, pois a cada R$ 1,00 de exigibilidade a curto prazo, a Empresa dispõe de
R$ 1,57 para saldá-la, ou seja, possuí um respaldo financeiro de R$ 0,57 para cada R$
1,00 de dívida.
ÍNDICE DE LIQUIDEZ SECA
Representa que para cada real de dívida, deverá haver no mínimo o equivalente no ativo
circulante, sem considerarmos os estoques, ou seja, para pagarmos as dívidas não
precisaremos vender o estoque a preço de custo ou na hipótese de não conseguir vender
nada.
Exemplo:
AC - Estoques / PC = ILS
2010 4.000 – 1.000 / 3.500 = 0,86
2011 6.000 – 1.500 / 4.000 = 1,13
2012 10.000 – 3000 / 5.000 = 1,40
Verificando os três exercícios, notamos um crescimento satisfatório, sendo o melhor
resultado apresentando no ano de 2012. A Empresa não precisa vender seu estoque para
saldar dívidas de curto prazo nos períodos de 2011 e 2012. Já no período de 2010, é
necessário vender o estoque para poder quitar suas obrigações.
ÍNDICE DE LIQUIDEZ TOTAL
Representa quanto em reais à empresa dispõe de realizáveis (a curto e longo prazo) para
cobrir cada real de dívidas contraídas (a curto e longo prazo), considerando o estoque.
Exemplo:
PrazoLongoExigívelCirculantePassivo
PrazoLongoRealizávelCirculanteAtivo
ILT



CirculantePassivo
Estoques-CirculanteAtivo
ILS 
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ANO AC + RLP / PC + ELP = ILT
2010 4.092 + 2.529 / 3.412 + 1.690 = 1,29
2011 6.308 + 1.029 / 4.281 + 2.773 = 1,04
2012 10.755 + 775 / 5.819 + 4.924 = 1,07
Verificando o resultado dos três exercícios, nota-se uma redução no período de 2011 e
2012 em relação a 2010. A redução deve-se, principalmente, ao aumento de seus
investimentos.
Análise dos índices
Para uma ampla e correta análise de liquidez da empresa é aconselhável o estudo dos 4
índices de forma simultânea e comparativa, sempre observando quais são as
necessidades da empresa, qual o ramo do mercado em que ela está inserida e quais as
respostas que os gestores procuram ao calcular estes índices. Um balanço patrimonial
bem estruturado com a correta classificação das contas pela contabilidade irá gerar
índices de qualidade para uma melhor tomada de decisão dos gestores.
Exercício
1. Uma empresa apresentou o seguinte balanço patrimonial:
Ativo R$ Passivo R$
Ativo Circulante 16.000 Passivo Circulante 10.000
Caixa e bancos 1.000 Fornecedores 4.000
Duplicatas a Receber 10.000 Contas a pagar 6.000
Estoque 5.000 Passivo Não Circulante 18.000
Ativo não Circulante 35.000 Financiamento (E.L.P.) 18.000
Realizável a longo prazo 15.000 Patrimônio Líquido 23.000
Imobilizado 20.000 Capital social 23.000
Ativo Total 51.000 Passivo Total 51.000
Calcular os índices de liquidez dessa empresa.
ÍNDICES DE ATIVIDADE
Os índices de atividade são usados para medir a rapidez com que várias contas são
convertidas em caixa, pois os índices de liquidez não avaliam a diferença na composição
dos ativos circulantes e passivos circulantes que podem afetar significativamente a
“verdadeira” liquidez da empresa.
Giro de Estoque
Mede a quantidade de vezes que o estoque gira no período analisado, isto é, mede a
liquidez dos estoques na empresa.
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Estoques
VendidaMercadoriadaCusto
GE 
Prazo Médio de Estoque
Mede o período de tempo em dias que o estoque gira.
GE
dias360
PME , o resultado pode ser obtido, assim: x360
CMV
Estoques
PME
O giro resultante é significativo somente quando comparado ao de outras empresas
pertencentes ao mesmo segmento ou comparado aos giros de estoques passados da
empresa. O giro de estoques pode ser facilmente convertido no prazo médio de
estoque, ao ser dividido por 360, o número de dias do ano contábil. Esse valor também
pode ser visto como o número médio de dias de venda em estoque ou, ainda, o período
em que se processa a renovação dos estoques da empresa.
Exemplo: Números aleatórios !!!
Giro de Estoques =
280.000,00
904.000,00
= 3,23 vezes.
x360
904.000,00
280.000,00
PME = 111,50 dias.
Prazo Médio de Recebimento
Indica a média de dias em que as contas (duplicatas, títulos) são recebidas pela empresa.
Avalia o tempo entre o faturamento e o recebimento. É útil na avaliação das políticas de
crédito e cobrança.
x360
LíquidalOperacionaReceita
ReceberaDuplicatas
PMR 
Exemplo:
PMR = x360
001.897.000,
203.000,00
= 38,52 dias.
O prazo médio de recebimento resultante só é significativo em relação às condições de
crédito da empresa. Se por exemplo, a empresa concede crédito de 30 dias a seus
clientes e o período médio de recebimento aponta 38,52 dias, indicará uma má
administração do crédito, isto é, um afrouxamento intencional das condições de crédito,
para suportar as pressões da concorrência.
Prazo Médio de Pagamento (Compras)
Indica a média de dias em que as contas (duplicatas, títulos) são pagas pela empresa.
Avalia o tempo entre a compra e o pagamento. É útil na avaliação das políticas de crédito
e cobrança.
x360
VendidaMercadoriadaCusto
sForncedore
PMP 
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Exemplo:
PMP = x360
904.000,00
225.000,00
= 89,60 dias
O prazo médio de pagamento resultante só é significativo em comparação com as
condições médias de crédito concedidas à empresa. Quanto mais dilatado for o prazo
obtido junto aos fornecedores, maior será o ônus financeiro por aplicação deste capital.
Exercício
Uma empresa apresentou os seguintes demonstrativos contábeis após um ano de
atividades:
BALANÇO PATRIMONIAL
Ativo R$ Passivo R$
Ativo Circulante 16.000 Passivo Circulante 10.000
Caixa e bancos 1.000 Fornecedores 4.000
Duplicatas a Receber 10.000 Contas a pagar 6.000
Estoque 5.000 Passivo Não Circulante 18.000
Ativo não Circulante 35.000 Financiamento (E.L.P.) 18.000
Realizável a longo prazo 15.000 Patrimônio Líquido 23.000
Imobilizado 20.000 Capital social 23.000
Ativo Total 51.000 Passivo Total 51.000
Demonstração de Resultados do Exercício (R$)
VENDAS 70.000
Custo de Mercadorias Vendidas (45.000)
Lucro Bruto 25.000
Despesas Operacionais (14.000)
LAJIR (LUCRO ANTES DE JUROS E IMPOSTOS DE RENDA) 11.000
Despesas Financeiras (2.100)
LAIR (Lucro Antes de Imposto de Renda) 8.900
(-) Impostos sobre o lucro (3.560)
Lucro Líquido 5.340
Calcular os índices de atividades e fazer uma análise.
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ÍNDICES DE LUCRATIVIDADE
Tem por objetivo avaliar o desempenho final da Empresa. A rentabilidade é o reflexo das
decisões adotadas pelos seus administradores, expressando, objetivamente, o nível de
eficiência e o grau do êxito econômico financeiro atingido.
Margem Bruta
A margem bruta mede a porcentagem que restou das vendas após a empresa ter pago os
impostos sobre as vendas e o custo da mercadoria vendida. Demonstra a capacidade da
empresa em cobrir seus custos de fabricação através do lucro bruto gerado por ela.
Quanto mais alta é a margem bruta, melhor é para a empresa.
Exemplo: Números aleatórios !!!
Margem Bruta = 100x
Vendas
BrutoLucro
Margem Bruta =
,0010.000.000
005.000.000,
= 0,50 x 100 = 50%
Margem Operacional
A margem operacional mede a porcentagem que restou das vendas após a empresa ter
pago os impostos sobre as vendas, o custo da mercadoria vendida e as despesas
operacionais. A margem operacional mede o que com frequência, se denomina lucro
puro. O lucro operacional é puro, pois ignora quaisquer receitas e/ou despesas não
operacionais ou obrigações governamentais como Imposto de Renda e considera
somente o lucro auferido pela própria operação da empresa. Quanto mais alta é a
margem operacional, melhor é para a empresa.
Exemplo: Números aleatórios !!!
Margem Operacional = 100x
Vendas
l(LAJIR)OperacionaLucro
Margem Operacional =
,0010.000.000
002.500.000,
= 0,25 x 100 = 25%
Margem Líquida
A margem líquida mede a porcentagem que restou das vendas após a empresa ter pago
os impostos sobre vendas, o custo das mercadorias vendidas, as despesas operacionais
e o Imposto de Renda Retido na Fonte. Quanto maior for à margem líquida da empresa,
melhor.
Exemplo: Números aleatórios !!!
Margem Líquida = 100x
Vendas
LíquidoLucro
Margem Líquida =
,0010.000.000
001.000.000,
= 0,10 x 100 = 10%
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ÍNDICES DE RENTABILIDADE
Retorno sobre o Ativo (ou ROA Return On Assets)
Com isso medimos quanto rendeu para a empresa colocar todos os seus ativos à
disposição da geração de lucro (pois é a finalidade de uma empresa capitalista).
Exemplo: Números aleatórios !!!
ROA =
TotalAtivo
LíquidoLucro
x 100
ROA =
584.711.428,
001.000.000,
x 100 = 21,22%
Retorno sobre o Capital Próprio (ou ROE Return On Equity)
Com isso medimos quanto rendeu para os sócios, que são os detentores do Capital
Próprio (Patrimônio Líquido), colocar este capital à disposição da sociedade para a
geração de lucro.
ROE =
LíquidoPatrimnio
LíquidoLucro
x 100
Exemplo: Números aleatórios !!!
ROE =
003.000.000,
001.000.000,
x 100 = 33,33%
Giro dos Ativos
Com isso medimos em quantas vezes os Ativos colocados à disposição da empresa para
vender produtos e serviços efetivamente produzem estes itens ou quantas vezes
conseguem ser renovados tomando-se como base esta receita.
GA =
TotalAtivo
LíquidaReceita
Ao gerir ou avaliar uma empresa, é necessário se atentar para estes indicadores, pois
eles mostram a eficiência econômica do negócio.
É válido estabelecer metas (realistas) para o empreendimento e comparar se ao longo do
tempo elas são batidas. Também é necessário que se compare os resultados com
empresas de atividade semelhantes à luz da situação econômica regional.
Exemplo: Números aleatórios !!!
GA =
TotalAtivo
LíquidaReceita
=> GA =
584.711.428,
,0010.000.000
=> GA = 2,1225
Isso significa que para cada real investido no ativo, a empresa gerou R$ 2,12 de receita
de vendas.
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Taxa de Retorno sobre Investimento
Pode ser obtida por meio da multiplicação da Margem de Lucro pelo Giro do Ativo. As
empresas que ganham mais na margem, normalmente ganham no preço. As empresas
que ganham mais no giro visam quantidade. A rentabilidade de uma empresa é obtida por
meio de uma boa conjugação entre preço e quantidade, ou seja, entre Margem
(Lucratividade) e Giro (Produtividade):
Margem de Lucro x Giro do Ativo = TRI.
Vê-se : Margem de Lucro x Giro do Ativo = ?
LíquidaReceita
LíquidoLucro
x
TotalAtivo
LíquidaReceita
= TRI (TIR)
TotalAtivo
LíquidoLucro
= TRI
Assim: Margem de Lucro x Giro do Ativo = TRI = ROI
Exemplo: Números aleatórios !!!
TRI =
TotalAtivo
LíquidoLucro
=> TRI =
740.644,00
185.161,00
=>
TRI = 0,25 ou 25%
Os valores do exemplo acima são aleatórios !!!
Poder de ganho da empresa: para cada R$ 1,00 investido há um ganho de R$ 0,25.
Isso significa que, em média, haverá uma demora de quatro anos para que a empresa
obtenha de volta seu investimento (100% / 25%), ou seja, o payback do investimento total
é calculado dividindo-se 100% pela TRI (payback = tempo médio de retorno).
Retorno sobre Investimentos (ou ROI Return On Investments)
Com isso medimos quanto rendeu, apenas operacionalmente, para a empresa colocar à
disposição da geração de lucro.
Exemplo: Números aleatórios !!!
ROI =
TotalAtivo
LíquidoLucro
= 





LíquidaReceita
LíquidoLucro
x 





TotalAtivo
LíquidaReceita
ROI = Taxa de Retorno sobre Investimentos
ROI =
584.711.428,
001.000.000,
x 100 = 21,22%
ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO
A situação de endividamento de uma empresa indica o montante de recursos de terceiros
que está sendo usado, na tentativa de gerar lucros. Em geral o analista financeiro está
mais interessado nas dívidas de longo prazo da empresa, uma vez que esses
empréstimos comprometem a empresa com o pagamento de juros a longo prazo, assim
como são empréstimos de valores maiores.
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Índice de Endividamento Total
O Índice de Endividamento Geral mede a proporção dos ativos totais da empresa
financiada pelos credores. Quanto maior for este índice, maior será o montante do capital
de terceiros que vem sendo utilizado para gerar lucros.
IET = 100x
PermanenteAtivoPrazoLongoaRealizávelCirculanteAtivo
PrazoLongoExigívelCirculantePassivo


Exemplo: Números aleatórios !!!
IET =
3.597,00
1.643,00
= 0,4567 x 100 = 45,67%
Isso indica que a empresa financia 45,67% dos ativos com capital de terceiros.
Índice de Composição do endividamento
Este índice tem o objetivo de demonstrar a política adotada para captação de recursos de
terceiros. Pode-se identificar através desse índice se a empresa concentra seu
endividamento a curto ou longo prazo.
ICE = 100x
PrazoLongoaExigívelPassivoCirculantePassivo
CirculantePassivo

Exemplo: Números aleatórios !!!
ICE = 100x
001.643.000,
620.000,00
=> ICE = 37,74%
Índice de Garantia do Capital Próprio
O Índice de Garantia do Capital Próprio indica o percentual de capital próprio sobre o total
de capital de terceiros.
IGCP = 100x
ELPCirculantePassivo
LíquidoPatrimônio

Exemplo: Números aleatórios !!!
IGCP =
001.643.000,
002.464.500,
x 100 = 150,0%
Isso indica que esta empresa tem uma boa garantia de capital próprio em relação ao
capital de terceiros. Ou seja, ela cobre o capital de terceiros e sobra 50%.
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Índice de Cobertura de Juros
O Índice de Cobertura de Juros mede a capacidade da empresa para realizar pagamentos
de juros contratuais. Quanto maior for este índice, maior será a capacidade da empresa
para liquidar suas obrigações de juros.
ICJ =
sFinanceiraDespesas
LAJIR
Exemplo: Números aleatórios !!!
ICJ =
93.000,00
418.500,00
= 4,5 vezes.
Isso indica que em cima do Lucro Operacional a empresa tem condições de pagar 4,5
vezes o valor dos juros no período estudado. Os analistas financeiros sugerem um
mínimo de 1,5 para que a empresa tenha uma margem de segurança.
Exercício
1. Calcular os índices de rentabilidade e endividamento com base nos demonstrativos
abaixo e analise os resultados encontrados.
BALANÇO PATRIMONIAL
Ativo R$ Passivo R$
Ativo Circulante 16.000 Passivo Circulante 10.000
Caixa e bancos 1.000 Fornecedores 4.000
Duplicatas a Receber 10.000 Contas a pagar 6.000
Estoque 5.000 Passivo Não Circulante 18.000
Ativo não Circulante 35.000 Financiamento (E.L.P.) 18.000
Realizável a longo prazo 15.000 Patrimônio Líquido 23.000
Imobilizado 20.000 Capital social 23.000
Ativo Total 51.000 Passivo Total 51.000
Demonstração de Resultados R$
VENDAS 70.000
Custo dos Produtos Vendidos (45.000)
Lucro Bruto 25.000
Despesas Operacionais (14.000)
LAJIR (Lucro Operacional) 11.000
Despesas Financeiras (2.100)
LAIR 8.900
(-) Impostos Renda (3.560)
Lucro Líquido 5.340
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ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA
A análise de balanços visa relatar, com base nas informações contábeis fornecidas pelas
empresas, a posição econômico-financeira atual, as causas que determinaram a evolução
apresentada e as tendências futuras. Em outras palavras, pela análise de balanços
extraem-se informações sobre a posição passada, presente e futura (projetada) de uma
empresa.
ANÁLISE VERTICAL
A análise vertical é uma interpretação gráfica usada para medir a liquidez de uma
empresa. É o estudo das alterações das composições, dos principais conjuntos de contas
(ativo e passivo), extraindo indicadores para ajudar a identificar o andamento da empresa
no período analisado.
Exemplo:
2010 2011 2012
Ativo Passivo Ativo Passivo Ativo Passivo
AC 43.000 PC 41.000 AC 68.000 PC 67.000 AC 72.000 PC 56.000
RLP 1.000 ELP 15.000 RLP 2.500 ELP 5.000 RLP 500 ELP 11.000
IMO 56.000 PL 44.000 IMO 29.500 PL 28.000 IMO 27.500 PL 33.000
TA 100.000 TP 100.000 TA 100.000 TP 100.000 TA 100.000 TP 100.000
Para traçar a Análise Vertical, devemos transformar os valores em percentuais. Vamos
utilizar o ano de 2008, como exemplo e transformar as seis contas utilizadas na análise
vertical em percentuais:
PROCEDIMENTO DE CÁLCULO
Ativo Circulante ÷ Total Ativo x 100 => 43.000 ÷ 100.000 x 100 = 43%
Realizável LP ÷ Total Ativo x 100 => 1.000 ÷ 100.000 x 100 = 1%
Imobilizado ÷ Total Ativo x 100 => 56.000 ÷ 100.000 x 100 =56%
Passivo Circulante ÷ Total Passivo x 100 => 41.000 ÷ 100.000 x 100 = 41%
Exigível LP ÷ Total Passivo x 100 = > 15.000 ÷ 100.000 x 100 = 15%
Patrimônio Líquido ÷ Total Passivo x 100 => 44.000 ÷ 100.000 x 100 = 44%
O ano de 2012 foi o melhor ano para esta empresa, pois o ativo circulante paga todo o
passivo circulante, paga todo o exigível a longo prazo e ainda sobra capital de giro
próprio.
ANÁLISE HORIZONTAL
Visa o estudo da evolução dos componentes das demonstrações contábeis ao longo dos
exercícios sociais, através de quocientes, também chamados de números índices, sendo
obtidos a partir de um exercício social tomado como base, onde todos os itens das
demonstrações contábeis nesse exercício são fixados em 100 e, a partir daí, são
determinados os demais índices referentes às demonstrações dos outros exercícios
sociais subsequentes ao exercício tomado como base.
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Exemplo:
BALANÇO PATRIMONIAL (R$)
ATIVO 2010 % 2011 % 2012 %
Circulante 520 100 612 118 780 150
Realizável a longo prazo 100 100 80 080 114 114
Imobilizado 530 100 840 158 990 187
Total 1.150 100 1.532 133 1.884 164
PASSIVO
Circulante 285 100 330 116 395 139
Exigível a longo prazo 250 100 240 096 280 112
Patrimônio Líquido 615 100 962 156 1.209 197
Total 1.150 100 1.532 133 1.884 164
Exercício
Calcule a análise vertical e horizontal do Balanço Patrimonial e da Demonstração dos
Resultados e comente os resultados.
31-12-11 V H 31-12-12 V H
ATIVO R$ % % R$ % %
Ativo Circulante 23.741 32.053
Disponibilidades 3.433 15.017
Contas a receber 12.636 9.519
Estoques 7.672 7.517
Ativo Não Circulante 63.297 67.422
Realizável a longo prazo 1.830 1.548
Empréstimos a Controladas 589 1.400
Títulos a receber 1.241 148
Imobilizado 61.467 65.874
Veículos 9.440 9.291
Terrenos 52.027 56.583
Ativo Total 87.038 99.475
PASSIVO R$ % R$ %
Passivo Circulante 22.182 27.224
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Fornecedores 8.764 10.086
Financiamentos 9.292 12.300
Impostos a recolher 126 515
Salários e Contribuições 4.000 4.323
Passivo Não Circulante 64.856 72.251
Exigível a Longo Prazo 9.777 11.062
Financiamentos 6.410 7.455
Outras contas a pagar 3.367 3.607
Patrimônio Líquido 55.079 61.189
Passivo Total 87.038 99.475
31-12-11 V H 31-12-12 V H
Demonstração de Resultados R$ % R$ %
Receita Líquida 109.416 156.893
(-) Custo dos Produtos Vendidos 91.660 118.660
Lucro Bruto 17.756 38.233
(-) Despesas Operacionais (22.789) (29.447)
Administrativa e Comerciais (25.956) (26.890)
Financeiras Líquidas 3.167 2.557
Lucro Operacional (5.033) 8.786
Equivalência Patrimonial (250) (2.149)
Resultados Não Operacionais 508 588
Imposto de Renda (114) (1.115)
Lucro Líquido (4.889) 6.110
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4. FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA
Como calcular o preço de venda do meu produto? Como saber se o preço praticado está
satisfatório? Com base em que precifico meu produto?
Estas questões são respondidas estudando a Formação do Preço de Venda, cujo cálculo
deve levar a um valor:
1. Que traga à empresa a maximização dos lucros;
2. Que seja possível manter a qualidade dos produtos;
3. Que atenda aos anseios do mercado;
4. Que melhor aproveite os níveis de produção.
LEVANTAMENTOS PRELIMINARES PARA O CÁLCULO DO PREÇO DE VENDA:
a. Primeiro, é necessário definir e levantar os gastos globais da empresa, classificando-
os em custos diretos e custos indiretos;
b. Determinar a quantidade de matéria-prima e outros materiais utilizados para produzir
uma unidade do produto.
c. Determinar o número de horas de mão de obra direta necessária para produzir uma
unidade do produto.
d. Levantar os custos indiretos mensais de produção, tais como: combustíveis, aluguéis,
manutenção, mão de obra indireta, seguros, energia, etc.
e. Elaborar para auxiliar no cálculo, uma planilha de custos para cada produto.
f. Elaborar uma ficha de controle dos custos indiretos.
g. Determinação das despesas de comercialização. As despesas de comercialização são
todas aquelas que incidem diretamente sobre o preço de venda, tais como: despesas
financeiras, comissão de vendas, impostos sobre vendas, despesas de propaganda,
expedição, transportadoras. Normalmente estas despesas representam um percentual
que incide sobre o preço de vendas, por isso, sugere-se determiná-lo através de índices.
h. Definição da margem de lucro. A margem de lucro desejada é definida de acordo com
as estratégias de mercado da empresa, que deve levar em consideração a situação dos
concorrentes.
i. Calcular o mark-up que é igual à 1 – (despesas de comercialização + lucro desejado /
100)
j. Calcular o preço de venda que é igual a:
PV =
up-mark
ProdutodoCusto
FINALIDADE DO MARK-UP
O mark-up tem por finalidade cobrir as seguintes contas:
 impostos sobre vendas;
 taxas variáveis sobre vendas;
 despesas administrativas fixas;
 despesas de vendas fixas;
 custos indiretos de produção fixos;
 lucro.
Exemplo:
Formação do mark-up para venda à vista para fixação
Vamos admitir que determinada empresa tenha incorrido nos seguintes gastos para
produzir e vender determinado produto:
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 Matéria-prima R$ 700,00;
 Outros custos (MOD + CIP variável) R$ 300,00;
 Total dos custos = R$ 1.000,00.
PEDE-SE:
 Formação de Preço de venda;
 Comprovação da margem de contribuição de 27%.
CONTAS COMPOSIÇÃO DAS CONTAS
Preço de venda 100,00%
(-) ICMS 17,00%
(-) PIS 0,65%
(-) COFINS 3,00%
(-) Comissão s/vendas 4,90%
(-) Despesas Administrativas fixas 2,00%
(-) Despesas de vendas fixas 5,00%
(-) Custos indiretos de produção fixos 5,00 %
(-) Lucro 15,00 %
TOTAL 52,55%
SOLUÇÃO:
Utilizando a fórmula:
PV =
100)/(52,55-1
1.000,00
=> PV =
0,4745
1.000,00
=> PV = R$ 2.107,50
Demonstração de resultado ( por unidade)
Preço de venda R$ 2.107,50 100,00%
(-) ICMS R$ 358,28 17,00%
(-) PIS R$ 13,70 0,65%
(-) COFINS R$ 63,23 3,00%
(=) Preço líquido de venda R$ 1.672,30 79,35 %
(-) Total dos custos diretos R$ 1.000,00 47,45%
(-) Comissão s/ vendas R$ 103,27 4,90%
(=) Margem de contribuição R$ 569,03 27,00%
Utilizando a fórmula:
PV =
100)/(52,55-1
1.000,00
=> PV =
0,4745
1.000,00
=> PV = R$ 2.107,50
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Exercícios
1. A empresa Alfa incorreu nos seguintes gastos para produzir e vender um determinado
produto:
Matéria-prima: R$ 800,00
Mão de obra direta R$ 200,00
Custos indiretos de fabricação: R$ 100,00 (manutenção, energia, aluguel)
ICMS: 17,00%
PIS: 0,65%
COFINS: 3,00%
Comissão de vendas: 10%
Despesas financeiras: 4% (juros pagos, emissão de boletos, tarifas bancárias)
Lucro desejado: 9%
Com base nesses dados calcule o preço de venda.
2. Uma empresa apresenta os seguintes percentuais sobre a receita líquida:
Despesas comerciais: 7,3%
Despesas administrativas: 5,4%
Custo financeiro: 2,9%
Margem de lucro desejada: 4,6%
Os impostos incidentes sobre vendas são:
ICMS: 18%
PIS: 1,65%
COFINS: 3,0%
Calcule o Mark-up e obtenha o preço de venda com impostos para um produto que tem
um custo industrial de R$ 1.500,00.
3. Uma em tem os seguintes percentuais médios sobre vendas líquidas:
Despesas comerciais: 12%
Despesas administrativas: 11%
Custo financeiro: 6%
Margem de lucro: 17%
Os impostos incidentes sobre as vendas são:
ICMS: 17%
PIS: 1,65%
COFINS: 7,6%
Calcule o Mark-up e obtenha o preço de venda com impostos para um produto que tem
um custo industrial de R$ 1.000,00.
FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA X VOLUME DE PRODUÇÃO
A formação do preço de venda também deve levar em consideração o volume de
produção para o produto que está se tentando precificar, pois no moderno ambiente
concorrencial a formação do preço de venda é cada dia mais dependente do mercado, em
outras palavras, é o mercado que passa a fixar o preço e não mais a empresa. Por isso o
volume de produção é muito importante, pois quanto maior for o volume de produção,
menor será o meu custo e consequentemente, menor poderá ser o meu preço de venda e
assim deixar meu produto competitivo no mercado.
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Exemplos:
1. A Empresa ALFA tem um custo variável de R$ 5,00 por unidade produzida. Os custos e
despesas fixas totalizam R$ 100.000,00, sendo sua capacidade de produção de 10.000
unidades. Essa empresa vem trabalhando considerando o seu nível de produção e,
assim, o custo unitário do produto é:
Custo =
ProduçãodeCapacidade
FixasDespesaseCusto
+ Custo Variável por unidade
Custo =
10.000
100.000,00
+ 5,00 => Custo = 10,00 + 5,00 = R$ 15,00 por unidade produzida
O preço de venda é determinado fixando-se um lucro de 20%, despesas financeiras 10%
e comissão sobre vendas de 10% e então ficará:
Markup = 1 –
 
100
101020 
= 0,60
Preço de Venda =
Markup
ProdutodoCusto
=> Preço de Venda =
0,60
15,00
= R$ 25,00
2. Agora, vamos simular que em um período de recessão, as vendas caíram 37,5%
atingindo 6.250 unidades produzidas, como ficará o custo e o preço de venda?
Custo =
ProduçãodeCapacidade
FixasDespesaseCusto
+ Custo Variável por unidade.
Custo =
6.250
100.000,00
+ 5,00 => Custo = 16,00 + 5,00 = R$ 21,00 por unidade produzida.
O preço de venda é determinado fixando-se um lucro de 20%, despesas financeiras 10%
e comissão sobre vendas de 10% e então ficará:
Markup = 1 –
 
100
101020 
= 0,60
Preço de Venda =
Markup
ProdutodoCusto
=> Preço de Venda =
0,60
21,00
= R$ 35,00
Com tal preço, a Empresa ALFA perde competitividade no mercado, pois o preço
proposto está muito acima do normalmente praticado. Caso a concorrência mantenha o
preço de venda anterior, a empresa MK terá sérias dúvidas sobre o que fazer para vender
o seu produto. Por isso, a empresa deve sempre tentar maximizar o volume de produção
para conseguir reduzir o seu custo e manter um preço de venda competitivo.
Exercícios
1) Uma determinada empresa tem um custo variável de R$ 10,00 por unidade produzida.
Os custos e despesas fixas totalizam R$ 84.000,00, sendo sua capacidade de produção
de 12.000 unidades. Essa empresa vem trabalhando considerando o seu nível de
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produção, onde preço de venda determina um lucro de 25%, despesas financeiras 15% e
comissão sobre vendas de 10%. De posse desses dados, calcule o custo e preço de
venda unitário do produto.
2) Com dados do exercício anterior, simule que em um período de recessão, as vendas
caíram 35% atingindo 7.800 unidades produzidas, como ficará o custo e o preço de
venda?
3) Agora admita que essa empresa em um determinado período, aumentou suas vendas
em 15%, atingindo 13.800 unidades produzidas, em virtude do aquecimento da economia,
calcule o custo e o preço de venda?
PONTO DE EQUILÍBRIO FINANCEIRO
O Ponto de Equilíbrio Financeiro é definido como o nível de receitas onde todos os custos
(fixos e variáveis) e todas as despesas operacionais são cobertos. Acima deste ponto
existe lucro e abaixo deste ponto, o prejuízo. É muito importante para a empresa, pois lhe
possibilita:
a) determinar o nível de operações que precisa manter para cobrir todos os custos e
despesas operacionais;
b) avaliar a lucratividade associada a vários níveis de vendas.
Representação gráfica:
TIPOS DE CUSTOS
O custo das mercadorias vendidas (CMV) e as despesas operacionais da empresa
contêm componentes de custos operacionais fixos e variáveis. Os dois tipos de custos
são definidos por:
a) Custo Fixo: em geral são contratuais, são os que se mantêm constantes para qualquer
volume de vendas ou produção.
Exemplo de Custo: mão de obra, aluguéis, depreciação.
Exemplo de Despesa: despesas administrativas.
b) Custo Variável: são os que sofrem alterações diretamente relacionadas com o volume
de vendas ou de produção.
Exemplo de Custo: matéria-prima, embalagens.
Exemplo de Despesa: despesas com vendas.
As empresas devem fazer um estudo detalhado para caracterizar quais são seus custos e
despesas fixas e quais são seus custos e despesas variáveis, mas podemos caracterizar
da seguinte forma:
Indústria: Custo de Produto Vendido, como 60% são custos variáveis e 40% são custos
fixos.
RECEITAS CUSTOS=
EQUILÍBRIO
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Comércio: Custo da Mercadoria Vendida como, 40% são custos variáveis e 60% são
custos fixos.
Prestação de Serviços: Custo da Prestação de Serviço, como 30% são custos variáveis
e 70% são custos fixos.
Quanto as Despesas Operacionais elas podem ser classificadas, independentes do
segmento em:
Despesas Administrativas: são consideradas despesas fixas
Despesas de Vendas: são consideradas despesas variáveis.
Despesas Financeiras: são consideradas despesas variáveis.
CÁLCULO DO PONTO DE EQUILÍBRIO FINANCEIRO
Ponto de Equilíbrio Financeiro =
Vendas)/VariáveisDespesase(Custos-1
FixasDespesaseCustos
=>
Exemplo:
PEF =
20.625,00)/(12.133,00-1
6.885,00
=
0,59-1
6.885,00
=
0,41
6.885,00
= 16.792,68 =>
PEF= R$ 16.792,68
Análise do Ponto de Equilíbrio Financeiro
Para esta empresa cobrir seus custos e despesas fixas e variáveis, a mesma deve vender
no período estudado, R$ 16.792,68. Se ela vender abaixo deste valor, esta empresa terá
prejuízo e se vender acima, terá lucro.
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA
R$ RT
CT
CDF6.885,00
x
16.792,68
0 Período
Área de
Prejuízo
Área de
Lucro
Ponto de
Equilíbrio
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Exercícios
1. Uma indústria apresenta os seguintes dados:
Venda = R$ 229.265,00
Custo da Mercadoria Vendida = [(Custo Variável 60% = R$ 62.488,80) + (Custo Fixo 40%
= R$ 41.659,20)]
Custo da Mercadoria Vendida = R$ 104.148,00
Despesas Administrativas = R$ 11.899,00 (Despesa Fixa)
Despesas de Vendas= R$ 27.400,00 (Despesa Variável)
Despesas Financeira = R$ 965,00 (Despesa Variável)
Calcular o ponto de equilíbrio financeiro dessa empresa, representar graficamente e
comentar o resultado.
2. Em um determinado período uma empresa apurou os seguintes dados financeiros:
Vendas = R$ 320.000,00
Custo da Mercadoria Vendida = R$ 200.000,00 (custo variável = 65% e custo fixo = 35%)
Despesas administrativas = R$ 20.000,00
Despesas com vendas = R$ 30.000,00
Despesas financeiras = R$ 15.000,00
Com base nesses dados, pede-se para calcule o ponto de equilíbrio, construa o gráfico e
comente.
PONTO DE EQUILÍBRIO POR PRODUTO
Da mesma forma como verificamos o ponto de equilíbrio financeiro da empresa, podemos
descobrir qual o ponto de equilíbrio por produto, também considerando os custos e
despesas fixas e os custos e despesas variáveis. Com o ponto de equilíbrio por produto o
administrador financeiro colabora com o administrador da produção para definir qual o
volume de fabricação e o volume de vendas de um determinado produto para que ele
cubra seus custos e despesas fixas e variáveis.
Fórmulas:
Ponto de Equilíbrio (unid.) =
(unit.)VariáveisDespesaseCusto-VendadePreço
FixasDespesaseCustos
Ponto de Equilíbrio (%) =
Vendas
Vendas)/VariáveisDespesase(Custos-1
FixasDespesaseCustos






x 100 =>
Exemplo:
Uma empresa tem sua produção estimada em 8.000 unidades. Os custos e despesas
fixas totalizam R$ 3.000,00. Os custos e despesas variáveis por unidade produzida
somam R$ 0,70 e o preço de venda por unidade será de 2,20. Determine:
a. A estimativa de lucro operacional nos seguintes níveis de produção 100%;
b. O ponto de equilíbrio em unidades;
c. A porcentagem de produção onde ocorre o equilíbrio;
d. Construa o gráfico.
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Ponto de Equilíbrio (unid.) =
(unit.)VariáveisDespesaseCusto-VendadePreço
FixasDespesaseCustos
PE (unid.) =
0,70-2,20
3.000,00
=> PE =
1,50
3.000,00
=> PE = 2.000 unidades
Ponto de Equilíbrio (%) =
Vendas
Vendas)/VariáveisDespesase(Custos-1
FixasDespesaseCustos






x 100 =>
Ponto de Equilíbrio (%) =
17.600,00
17.600,00)/(5.600,00-1
3.000,00






x 100 =>
PEP =
17.600,00
0,3182-1
3.000,00






x 100 =>
PEP =
17.600,00
0,6818
3.000,00






x 100 => PEP =
17.600,00
4.400,12
x 100 =>
PEP = 0,25 x 100 = 25%
REPRESENTAÇÃO GRÁFICA
Exercício
1. Uma empresa tem sua produção estimada em 10.000 unidades. Os custos e despesas
fixas totalizam R$ 4.500,00. Os custos e despesas variáveis por unidade produzida
somam R$ 0,80 e o preço de venda por unidade será de R$ 2,60. Determine:
a. A estimativa de lucro operacional nos seguintes níveis de produção 100%;
b. O ponto de equilíbrio em unidades;
c. A porcentagem de produção onde ocorre o equilíbrio;
d. Construa o gráfico.
R$
Ponto de
Equilíbrio Área de
Lucro
Área de
Prejuízo
RT
CT
CDF3.000,00
2.000
0
4.400,00
0 Unidades
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5. ALAVANCAGEM OPERACIONAL, FINANCEIRA E TOTAL
Alavancagem Operacional
O uso potencial de custos operacionais fixos para aumentar os efeitos das mudanças nas
vendas sobre os lucros da empresa antes dos juros e dos impostos (LAJIR).
A alavancagem operacional pode ser definida também como a variação no lucro
operacional decorrente de uma alteração no volume de produção (e de vendas) da
empresa.
Esse fenômeno deriva da existência de custos e despesas operacionais fixos, que
permanecem sem alteração dentro de certos intervalos nos níveis de produção.
À medida que somente seriam alteradas as receitas e os custos variáveis, quanto maior
for a participação dos custos fixos nos custos totais, maior será a variação proporcional
no lucro operacional.
A magnitude do efeito dessa alteração no volume de produção sobre o lucro operacional
é medida através do grau de alavancagem operacional (GAO), conforme fórmula
apresentada a seguir:
VENDASDEVOLUMEDO%VAR.
LAJIRDO%VAR.
GAO 
A partir desta fórmula, podemos deduzir que:
LAJIR
ÃOCONTRIBUIÇDEMARGEM
GAO 
Alavancagem Financeira
A capacidade da empresa usar encargos financeiros fixos a fim de maximizar os efeitos
de variações no lucro antes dos juros e impostos (LAJIR).
Conforme conceituado, as despesas financeiras são decorrentes dos empréstimos e
financiamentos obtidos pela empresa e das respectivas taxas de encargos contratados.
Estas despesas são deduzidas ao lucro operacional para se apurar o montante dos lucros
antes do provisionamento do Imposto de Renda.
Assim, o volume de despesas financeiras existentes determinará o impacto que uma
variação no lucro operacional causará sobre o lucro antes do Imposto de Renda.
O grau de alavancagem financeira (GAF), considerando o volume de produção e os
preços de venda e custos operacionais fixos e variáveis, determina a variação ocorrida no
lucro líquido (à medida que o Imposto de Renda corresponde a um percentual do lucro
antes do provisionamento do imposto) decorrente de determinada variação no lucro
operacional.
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  • 1. Graduação em Administração Administração Financeira e Orçamentária I Professor Gerson Leite Bezerra gersonjlbs@gmail.com
  • 2. SUMÁRIO 1. O PAPEL DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ..............................................................3 2. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL (SFN) ....................................................................6 3. ADMINISTRAÇÃO DO ATIVO CIRCULANTE E PASSIVO CIRCULANTE ...................20 4. FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA E PONTO DE EQUILÍBRIO ..............................40 6. ALAVANCAGEM OPERACIONAL, FINANCEIRA E TOTAL .........................................48 5. POLÍTICA DE DIVIDENDO............................................................................................53 BIBLIOGRAFIAS ...............................................................................................................57
  • 3. AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA www.consultefinancas.com.br Página 3 1. O PAPEL DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA Quando se pretende administrar financeiramente uma empresa, tem-se que ter em mente todo um conjunto de decisões que norteará seu rumo. Estas decisões são calcadas no estudo da movimentação de fundos, e pressupõem duas rotas básicas: as decisões de financiamento e as de investimento. A primeira está correlacionada com as atividades de captação de recursos e a segunda com as atividades de aplicação de recursos. Ambas podem ser estudadas no curto ou no longo prazo, dependendo de suas características. Os recursos captados, por sua vez, podem ser próprios ou de terceiros, o que implica num estudo mais aprofundado para determinar qual o mais viável. Assim sendo, podemos definir FINANÇAS, como a arte e a ciência de administrar o dinheiro, ou a ciência que estuda a movimentação financeira entre os agentes econômicos. Estes agentes podem ser instituições, mercados ou instrumentos envolvidos na transferência de dinheiro entre pessoas, empresas e órgãos governamentais. A ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA, por sua vez, é a ciência cuja finalidade é maximizar a riqueza dos proprietários, gerindo com competência seus recursos. A empresa deverá proporcionar aos seus donos o maior retorno possível sobre seus investimentos. A administração financeira, juntamente com a administração de pessoal, de compras ou materiais, de vendas ou marketing e da produção, forma as cinco grandes áreas funcionais da administração. A cada uma dessas áreas cabem as funções básicas de planejar, organizar, coordenar, dirigir e controlar. À administração financeira compete a gestão operacional dos recursos financeiros da empresa. Uma vez que os recursos são escassos, cabe ao departamento financeiro tomar as decisões a fim de obter deles os melhores benefícios no futuro. Decisões sempre implicam numa escolha entre duas ou mais alternativas ou cursos de ação, e mesmo se há uma única alternativa, deve-se decidir entre colocá-la em prática ou não. OBJETIVO DO ADMINISTRADOR FINANCEIRO Os administradores financeiros administram ativamente as finanças de todos os tipos de empresas, sejam elas financeiras ou não financeiras, grandes ou pequenas, privadas ou públicas. Eles desempenham uma variedade de tarefas, tais como: orçamentos, previsões financeiras, administração do caixa, administração do crédito, análise de investimentos. Ele é um membro da alta administração, pois o bom ou mau desempenho do mesmo pode ocasionar êxito ou insucesso para a empresa. Minimizar risco e Maximizar lucro. FATORES INTERNOS E EXTERNOS Fatores Internos que alteram o panorama financeiro da empresa: Insumos, pessoas, materiais, máquinas, processo de trabalho, informações. Fatores Externos que alteram o panorama financeiro da empresa: Bancos, Fornecedores, Governo, Concorrência, Demanda de Clientes. CARACTERÍSTICAS DOS GASTOS Gasto: é o valor dos insumos adquiridos pela empresa num determinado período. Ex.: Comprei uma mesa hoje no valor de R$ 150,00 para pagamento daqui a 28 dias.
  • 4. AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA www.consultefinancas.com.br 4 Desembolso: é o valor devidamente pago pelos insumos adquiridos pela empresa num determinado período. Ex.: Comprei uma mesa hoje no valor de R$ 150,00 e realizei o pagamento no ato da compra. Despesa: é o valor dos insumos consumidos com o funcionamento da empresa e não identificados com a fabricação. Ex.: Uma indústria automobilística adquiriu material de escritório, informática, telefones, correios etc. Custo: é o valor dos insumos (matéria-prima) consumidos pela empresa com a fabricação do bem ou serviço proposto. Ex.: Uma indústria automobilística adquiriu aço, tinta, borracha, vidros etc. Investimento: é o valor dos insumos adquiridos pela empresa não utilizados no período, mas que poderão ser empregados em períodos futuros. Ex.: Máquinas, carros, terrenos etc. Exemplos de Gastos: Compra de matéria prima para pagamento daqui a 60 dias – Custo sem desembolso. Compra de embalagens para pagamento à vista – Custo com desembolso. Compra de um terreno em nome da empresa – Investimento. Pagamento à vista de crachás para os funcionários de uma metalúrgica - Despesa com desembolso. Uma indústria de pneus adquiriu para pagamento em 28 dias uma assinatura de revista – Despesa sem desembolso. CARACTERÍSTICAS DOS INVESTIMENTOS Liquidez: Um investimento líquido é aquele que é de fácil vendagem, fácil solvência, isto é, pode ser rapidamente trocado por moeda. Rentabilidade: Um investimento é rentável quando tem um alto retorno sobre o capital investido. Segurança: Um investimento é seguro quando o risco é minimizado, isto é, com menor chance de “perder” o investimento. OBS: É quase impossível fazer um investimento com as três características acima, se conseguires pode investir, pois estará fazendo um belo negócio. EXEMPLOS DE INVESTIMENTOS Poupança: alta liquidez, baixa rentabilidade, média segurança. Ações: alta liquidez, alta rentabilidade, baixa segurança. (pode variar de acordo com o mercado). Imóveis: baixa liquidez, alta rentabilidade, alta segurança. (pode variar de acordo com a localização). Carro: alta liquidez, baixa rentabilidade, baixa segurança. Máquinas e Equipamentos: baixa liquidez, alta rentabilidade, alta segurança.
  • 5. AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA www.consultefinancas.com.br 5 EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 1) Qual o papel da Administração Financeira? 2) Como podemos definir finanças? 3) Qual a finalidade da Administração Financeira? 4) Quais são as cinco grandes áreas da administração? 5) Qual o objetivo do Administrador financeiro? 6) Quais são os fatores externos e internos? 7) Quais são os gastos e suas características? Dê exemplos. 8) Quais são as características de investimento? Dê exemplos.
  • 6. AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA www.consultefinancas.com.br 6 2. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL (SFN) O Sistema Financeiro Nacional (SFN) não é um órgão, nem uma instituição. Pode-se definir como sendo o conjunto de instituições financeiras que geram a política e a instrumentação econômico-financeira do país. É composto por um conjunto de instituições financeiras que mantém o fluxo monetário entre poupadores, e investidores. Segundo Nyama e Gomes (2006, p. 1-3) ―até 1964, O Sistema Financeiro Nacional (SFN) carecia de uma estrutura adequada a necessidades e carência da sociedade. A partir de então, foi editada uma série de leis que possibilitaram esse reordenamento: Instrumento Problema Solução Lei da Correção Monetária (4.357/64) Historicamente, a inflação brasileira superava os 12% a.a e, com base no Direito Canônico, a lei de usura limitava juro a 12% a.a. As empresas e indivíduos preferiam aplicar seus recursos disponíveis em outras alternativas, adiando, inclusive,o pagamento de suas obrigações tributárias. A mesma limitava a capacidade do Poder Público de financiar-se mediante a emissão de títulos próprios, impondo a emissão primária de moeda para satisfazer às necessidades financeiras. Além disso, os valores históricos de demonstrativos financeiros deixavam de espelhar adequadamente a realidade econômica, novamente com consequências para o Tesouro – tendo em vista a redução da carga tributária – e para os potenciais investidores. A lei instituiu normas para indexação de débitos fiscais, criou títulos públicos federais com cláusula de correção monetária (ORTN) – destinados a antecipar receitas, cobrir défict público e promover investimentos.
  • 7. AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA www.consultefinancas.com.br 7 Lei Plano Nacional da Habitação (4.380/64) A recessão econômica dos anos 60 aumentava a massa de trabalhadores com pouca qualificação e o Estado não tinha condições de criar ou fomentar diretamente postos de trabalho para essa mão de obra. Uma alternativa seria a criação de empregos na construção civil. Foi criado o Lei nº 4.357 (BNH), órgão gestor do também criado Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), destinado a fomentar a construção de casas populares e obras de saneamento e infraestrutura urbana, com moeda própria (Unidade Padrão de Capital – UPC) e seus próprios instrumentos de captação de recursos – Cédulas Hipotecárias, Letras Imobiliárias e Caderneta de Poupança. Posteriormente, a esses recursos foram adicionados os do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Lei da Reforma do Sistema Financeiro nacional (4.595/64) Os órgãos de aconselhamento e gestão da política monetária, de crédito e finanças públicas concentravam-se no Ministério da Fazenda, na Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc) e no Banco do Brasil, e essa estrutura não correspondia aos crescentes encargos e responsabilidades na condução da política econômica. Criado O Conselho Monetário nacional (CMN) e o Banco Central do Brasil, bem como estabelecidas as normas operacionais, rotinas de funcionamento e procedimentos de qualificação aos quais as entidades do sistema financeiro deveriam subordinar-se. Lei de Mercado de Capitais (4.728/65) O processo de popularização do investimento estava contido em função da nítida preferência dos investidores por imóveis de renda e de reserva de valor. Ao governo interessava a evolução dos níveis de poupança internos e seu direcionamento para investimentos produtivos. Estabelecidas normas e regulamentos básicos para a estruturação de um sistema de investimentos destinado a apoiar o desenvolvimento nacional e atender à crescente demanda por crédito. Lei da CVM (6.385/76) Criar uma entidade que absorvesse a regulamentação e a fiscalização do mercado de capitais, especialmente no que se referia às sociedades de capital aberto. Criada a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), transferida do Banco Central a responsabilidade pela regulamentação e fiscalização das atividades relacionadas ao mercado de valores mobiliários (ações, debêntures, etc.). Lei das S.A. (6.404/76) Atualizar a legislação sobre as sociedades anônimas brasileiras, especialmente quanto aos aspectos relativos à composição acionária, negociação de valores mobiliários (ações, debêntures, etc.) e modernização do fluxo de Estabeleceu regras claras quanto a características, formas de constituição, composição acionária, estrutura de demonstrações financeiras, obrigações societárias, direitos e obrigações de acionistas e
  • 8. AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA www.consultefinancas.com.br 8 informações. órgãos estatutários e legais. Lei 10.303/01 Aprimorar a legislação sobre as sociedades anônimas (Lei 6.404/76), especialmente quanto aos aspectos relativos ao direito do acionista minoritário, e da Lei nº 6.385/76, relativamente a algumas atribuições da CVM. Estabeleceu novos direitos de acionistas minoritários, tais como o tag along mínimo de 80% e a composição de ações (limitando o percentual de ações preferencial em 50%). Além disso, dentre as alterações na Lei 6.385/76 destaca-se a transferência para a CVM da competência para regular e supervisionar os fundos de investimentos e os derivativos. Lei 11.638/07 Adequar a legislação societária tendo em vista a padronização das normas contábeis brasileiras face ao padrão internacional. Alterou e revogou dispositivos da Lei 6.404/76 e da Lei 6.385/76 e estendeu às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações financeiras. De acordo ainda com Niyama e Gomes (2006) a estrutura do SFN é decorrente desse conjunto de instrumentos legais, inspirada no modelo de especialização de instituições existente nos Estados Unidos, sendo cada seguimento identificado de acordo com o objetivo das destinações dos recursos captados:  Crédito de curto e curtíssimo prazos: Bancos Comerciais, Caixa Econômica Federal, Cooperativas de Crédito e Bancos Múltiplos com carteira comercial;  Crédito de médio e longo prazo: Bancos de Investimentos, Bancos de Desenvolvimento, Caixa Econômica Federal e Bancos Múltiplos com carteira de investimentos e Desenvolvimentos;  Crédito ao consumidor: Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento (“Financeiras”) e Bancos Múltiplos com carteira de crédito, financiamento e investimento;  Crédito habitacional: Caixa Econômica Federal, Associação de Poupança e Empréstimo, companhias Hipotecárias, Sociedades de Crédito Imobiliário e Bancos Múltiplos com carteira de crédito imobiliário;  Intermediação de títulos e valores mobiliários: Sociedades Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Bancos de Investimentos e Bancos Múltiplos com carteira de investimento;  Arrendamento mercantil: Sociedades de Arrendamento Mercantil e Bancos Múltiplos com carteira de arrendamento mercantil. Niyama e Gomes (2006) destaca, ainda, que outras entidades, caracterizadas como detentoras de volume significativo de recursos do público em geral ou especializadas em determinados segmentos, têm tido representatividade crescente no âmbito do SFN, apesar de não participarem diretamente do processo clássico de intermediação financeira ou de distribuição de títulos e valores mobiliários, quais sejam:
  • 9. AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA www.consultefinancas.com.br 9  Seguradoras;  Companhias de capitalização;  Entidades fechadas e abertas de previdências privada;  Empresas de factoring;  Consórcios;  Companhias hipotecárias;  Agência de fomento e de desenvolvimento;  Sociedade de crédito ao microempreendedor;  Bancos de câmbio. ÓRGÃOS NORMATIVOS Conselho Monetário Nacional (CMN) O Conselho Monetário Nacional (CMN) é o órgão deliberativo máximo do Sistema Financeiro Nacional. Ao CMN compete: estabelecer as diretrizes gerais das políticas monetária, cambial e creditícia; regular as condições de constituição, funcionamento e fiscalização das instituições financeiras e disciplinar os instrumentos de política monetária e cambial. O CMN é constituído pelo Ministro de Estado da Fazenda (Presidente), pelo Ministro de Estado do Planejamento e Orçamento e Gestão e pelo Presidente do Banco Central do Brasil (Bacen). Os serviços de secretaria do CMN são exercidos pelo Bacen. Niyama e Gomes (2006) destacam que as principais atribuições do CMN são:  Adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da economia nacional e seu processo de desenvolvimento;  Regular os valores interno e externo da moeda e o equilíbrio no balanço de pagamento do país;  Orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras;  Propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros;  Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras;  Coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária, fiscal e da dívida pública, interna e externa;  Fixar as diretrizes e normas da política cambial;  Disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as operações creditícias em todas as suas formas;  Regular a constituição, funcionamento e fiscalização dos que exercerem atividades subordinadas à Lei nº 4.595, de 1964, bem como as penalidades previstas;  Expedir normas gerais de contabilidade e estatística a serem observadas pelas instituições financeiras;  Determinar recolhimentos compulsórios e encaixes obrigatórios de depósitos à vista, do total dos depósitos e/ou outros títulos contábeis das instituições financeiras, função também atribuída ao Banco Central do Brasil pela Lei nº 7.730, de 31 de janeiro de 1989;  Disciplinas as atividades das bolsas de valores e dos corretores de fundos públicos. FINALIDADE PRINCIPAL: formulação de toda a política de MOEDA e do CRÉDITO, objetivando atender aos interesses econômicos e sócias do país.
  • 10. AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA www.consultefinancas.com.br 10 Conselho de Recursos do SFN (CRSFN) Criado em 1985 para julgar, em segunda e última instância, os recursos relacionados às penalidades aplicadas pelo Bacen e CVM. É integrado por oito conselheiros, designados pelo Ministro da Fazenda, com mandatos de dois anos, podendo ser reconduzidos uma vez, observada a seguinte composição: Dois representantes do Ministério da Fazenda Um representante do Banco Central do Brasil Um representante da CVM Quatro representantes das entidades de classe, dos mercados financeiro e de capitais, por elas indicados em lista tríplice, por solicitação do Ministro da Fazenda Além desses, o CRSFN conta com um Procurador da Fazenda Nacional, designado pelo Procurador Geral da Fazenda Nacional, com a atribuição de zelar pela fiel observância das leis, decretos, regulamentos e demais atos normativos. Banco Central do Brasil A função clássica de um banco central é a de controlar a oferta da moeda e do crédito, desempenhando a função de executor das políticas monetárias e cambial de um país. O Decreto lei de nº 7,293, de 2 de fevereiro de 1945, criou a Superintendência da Moeda e do Crédito (Sumoc), com o objetivo de exercer o controle do mercado monetário e preparar a organização do Bacen, sendo que a Lei nº 4.595, de 1964, transformou a Sumoc no Banco Central do Brasil. O Bacen está sediado em Brasília, possuindo representações regionais em Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Niyama e Gomes (2006) destacam que as principais atribuições do Banco Central do Brasil são: Emitir papel moeda e moeda metálica; Executar os serviços de meio circulante; Determinar os percentuais de recolhimentos de compulsórios; Receber os recolhimentos compulsórios e também os depósitos voluntários a vista das instituições financeiras; Realizar operações de redesconto e empréstimos a instituições financeiras; Efetuar o controle de capitais estrangeiros; Ser depositário das reservas oficiais de ouro e moeda estrangeira e de direitos especiais de saque; Exercer fiscalização das instituições financeiras e aplicar as penalidades previstas; Conceder autorização às instituições financeiras, a fim de que possam: Funcionar no país; Instalar ou transferir suas sedes ou dependências, inclusive no exterior; Ser transformadas, fundidas, incorporadas, cindidas ou encampadas; Praticar operações de câmbio crédito rural e venda habitual de títulos da dívida pública federal, estadual e municipal, ações, debêntures, letras hipotecárias e outros títulos de crédito ou mobiliários; Ter prorrogados os prazos concedidos para funcionamento, alterar seus estatutos; Estabelecer condições para a posse em quaisquer cargos de administração de instituições financeiras privadas, assim como para o exercício de quaisquer funções em órgãos consultivos, fiscais e semelhantes, segundo normas que forem expedidas pelo
  • 11. AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA www.consultefinancas.com.br 11 CMN; Efetuar como instrumento de política monetária, operações de compra e venda de títulos públicos federais; Entender-se, em nome do governo brasileiro, com as instituições financeiras estrangeiras e internacionais; Regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis; Exercer permanente vigilância nos mercados financeiros e de capitais sobre empresas que, direta ou indiretamente, interfiram nesses mercados e em relação a modalidades ou processos operacionais que utilizem. Comissão de Valores Mobiliários A Comissão de Valores Mobiliários - CVM é uma autarquia especial, vinculada ao Ministério da Fazenda, com a responsabilidade de disciplinar, fiscalizar e promover o mercado de valores mobiliários. Criada pela Lei 6.385, de 07 de dezembro de 1976, a CVM exerce atividade de fiscalização e normatização do mercado de valores mobiliários, de modo a assegurar o exercício de práticas equitativas e coibir qualquer tipo de irregularidade. Ao mesmo tempo, desenvolve estudos e pesquisas, dos quais obtém elementos necessários à definição de políticas e iniciativas capazes de promover o desenvolvimento do mercado. No exercício de suas atribuições, a Comissão de Valores Mobiliários poderá examinar registros contábeis, livros e documentos de pessoas e/ou empresas sujeitas à sua fiscalização, intimá-las a prestar declarações ou esclarecimentos, sob pena de multa; requisitar informações de órgãos públicos, outras autarquias e empresas públicas; determinar às companhias abertas a republicação de demonstrações financeiras e dados diversos; apurar infração mediante inquéritos administrativos e aplicar penalidade. Niyama e Gomes (2006) destacam que as principais atribuições da CVM são:  Disciplinas e fiscalizar: A emissão e distribuição de valores mobiliários no mercado; A negociação e intermediação no mercado de valores mobiliários; A organização, o funcionamento e as operações das bolsas de valores; A administração de carteiras e a custódia de valores mobiliários; A auditoria de companhia abertas; Os serviços de consultor e analista de valores mobiliários;  Regulamentar matérias previstas nas Leis nº 6.385, de 1976, 6.404, de 1976, e 10.303, de 2002;  Administrar registros instituídos pela Lei nº 6.385, de 1976;  Fixar limites máximos de preços e comissões cobradas pelos intermediários;  Fiscalizar companhias abertas, dando prioridade às que não pagam dividendos;  Suspender a negociação de determinado valor mobiliário;  Decretar recesso das bolsas de valores;  Divulgar informações para orientar os participantes do mercado;  Conceder registro para negociação em bolsa e no mercado de balcão. Instituições Financeiras Bancárias (ou Monetárias) Howells e Bain (2001) destacam que as instituições financeiras apresentam de várias formas diferentes e oferecem uma variedade de serviços. De maneira geral, pode-se dizer que as instituições financeiras se especializam em uma ou mais das seguintes funções:  Provisão de um mecanismo de pagamentos;  Fornecimentos de um meio de emprestar e tomar emprestado; e  Outros serviços; como câmbio, seguros e assim por diante.
  • 12. AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA www.consultefinancas.com.br 12 Acrescentamos a lei 11.638 de 2007 que fez alterações na Lei 6.404 de 1976. No entanto, as instituições financeiras bancárias caracterizam pelo fato de terem a capacidade de criação de moeda. Bancos comerciais Instituições especializadas em operações de curto e médio prazos, que oferecem capital de giro para o comércio, indústria, empresas prestadoras de serviços e pessoas físicas, bem como concedem crédito rural. Niyama e Gomes (2006) destacam que as operações autorizadas a essas instituições podem ser divididas em: ativas, passivas, especiais, acessórias, e de prestação de serviços, sendo as principais (i) aplicações em títulos e valores mobiliários, (ii) operações de crédito, (iii) captação de depósito à vista, de poupança e a prazo, (iv) gestão de recursos de terceiros, (v) cobrança e recebimentos e pagamentos por conta de terceiros. Esse processo chama-se monetização. Monetização é a criação de moeda pelos bancos comerciais. Os bancos de depósito criam moeda usando os valores dos depósitos. Os depósitos bancários são a fonte abundante da moeda escritural. Os bancos utilizam os fundos que lhes são emprestados pelos correntistas, os depositantes, para conceder empréstimos. Esses valores concedidos em empréstimos são, por sua vez, também depositados em banco. Daí vem o processo multiplicador de moeda. Dessa forma, o crédito é o que permite a criação de moeda escritural. Boa parte dos depósitos feitos num banco são valores obtidos por empréstimos (operação de crédito) tomados anteriormente em outros bancos. É óbvio que o processo de criação não é lento e nem tão simples como descrito aqui. Os estudiosos do tema ilustram o mecanismo de criação de moeda com fórmulas e cálculos complexos, mas para nós o importante é conhecer a noção básica do fenômeno. Lembrete: Não devemos fazer confusão com emissão, criação e fabricação da moeda. Quem emite é o Banco Central, quem cria são os bancos comerciais e quem fabrica as cédulas e cunha as moedas metálicas é a Casa da Moeda. Cooperativas de crédito Cooperativas de crédito são instituições financeiras constituídas sob a forma de sociedade cooperativa, tendo por objeto a prestação de serviços financeiros aos associados, como concessão de crédito, captação de depósitos à vista e a prazo, cheques, prestação de serviços de cobrança, de custódia, de recebimentos e pagamentos por conta de terceiros, sob o convênio com instituições financeiras públicas e privadas e de correspondente no País, além de outras operações específicas e atribuições estabelecidas na legislação em vigor. Constituídas sob a forma de sociedade de pessoas de natureza civil, que se classifica em: Singulares: mínimo de 20 (vinte) cooperados; Cooperativas centrais ou federações de cooperativas: formadas por, no mínimo 3 (três) cooperativas singulares; Confederação de cooperativas: formadas por, no mínimo, 3 (três) cooperativas contrais. Quanto ao objetivo ou natureza das atividades desenvolvidas, podem ser dos seguintes tipos; de economia e crédito mútuo; Luzzati ou popular; de crédito rural.
  • 13. AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA www.consultefinancas.com.br 13 As operações autorizadas às cooperativas são semelhantes às praticadas pelos bancos comerciais, limitadas aos seus associados. INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS NÃO BANCÁRIAS (ou não Monetárias) Mishkin (2000) relata que embora os bancos possam ser as instituições financeiras com as quais lidamos mais frequentemente, não são as únicas com as quais temos contato. Suponha que você obtenha um seguro de uma seguradora, consiga um empréstimo de uma financeira para adquirir um carro novo, ou compre ação ordinária com ajuda de um corretor. Em cada uma dessas transações, você está lidando com uma instituição financeira não bancária também desempenham um papel importante na canalização de recursos de emprestadores (poupadores) para tomadores (gastadores). Bancos de investimentos Os bancos de investimento são instituições financeiras privadas especializadas em operações de participação societária de caráter temporário, de financiamento da atividade produtiva para suprimento de capital fixo e de giro e de administração de recursos de terceiros. Devem ser constituídos sob a forma de sociedade anônima e adotar, obrigatoriamente, em sua denominação social, a expressão “Banco de Investimento”. Não possuem contas correntes e captam recursos via depósitos a prazo, repasses de recursos externos, internos e venda de cotas de fundos de investimento por eles administrados. As principais operações ativas são financiamento de capital de giro e capital fixo, subscrição ou aquisição de títulos e valores mobiliários, depósitos interfinanceiros e repasses de empréstimos externos (Resolução CMN 2.624, de 1999). *O lease back (leasing de retorno) é uma operação em que a empresa vende um bem de sua propriedade para o banco, que por sua vez o arrenda ao próprio cliente, permitindo assim liberação de recursos para outros investimentos. Empresa interessada em liberar capital de giro ou que tenham importado bens por conta própria e deseja arrendá-lo. Bancos de desenvolvimentos Os bancos de desenvolvimento são instituições financeiras controladas pelos governos estaduais, e têm como objetivo precípuo proporcionar o suprimento oportuno e adequado dos recursos necessários ao financiamento, em médio e em longo prazo, de programas e projetos que visem a promover o desenvolvimento econômico e social do respectivo Estado. As operações passivas são depósitos a prazo, empréstimos externos, emissão ou endosso de cédulas hipotecárias, emissão de cédulas pignoratícias de debêntures e de Títulos de Desenvolvimento Econômico. As operações ativas são empréstimos e financiamentos, dirigidos prioritariamente ao setor privado. Devem ser constituídos sob a forma de sociedade anônima, com sede na capital do Estado que detiver seu controle acionário, devendo adotar, obrigatória e privativamente, em sua denominação social, a expressão "Banco de Desenvolvimento", seguida do nome do Estado em que tenha sede (Resolução CMN 394, de 1976).
  • 14. AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA www.consultefinancas.com.br 14 Sociedade de Arrendamento Mercantil (leasing) As sociedades de arrendamento mercantil são constituídas sob a forma de sociedade anônima, devendo constar obrigatoriamente na sua denominação social a expressão “Arrendamento Mercantil”. As operações passivas dessas sociedades são emissão de debêntures, dívida externa, empréstimos e financiamentos de instituições financeiras. Suas operações ativas são constituídas por títulos da dívida pública, cessão de direitos creditórios e, principalmente, por operações de arrendamento mercantil de bens móveis, de produção nacional ou estrangeira, e bens imóveis adquiridos pela entidade arrendadora para fins de uso próprio do arrendatário. São supervisionadas pelo Banco Central do Brasil (Resolução CMN 2.309, de 1996). Sociedades de crédito, financiamento e investimentos (“financeiras”) As sociedades de crédito, financiamento e investimento, também conhecidas por financeiras, foram instituídas pela Portaria do Ministério da Fazenda 309, de 30 de novembro de 1959. São instituições financeiras privadas que têm como objetivo básico a realização de financiamento para a aquisição de bens, serviços e capital de giro. Devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima e na sua denominação social deve constar a expressão “Crédito, Financiamento e Investimento”. Tais entidades captam recursos por meio de aceite e colocação de Letras de Câmbio (Resolução CMN 45, de 1966) e Recibos de Depósitos Bancários (Resolução CMN 3454, de 2007). Sociedade de Crédito Imobiliário As sociedades de crédito imobiliário são instituições financeiras criadas pela Lei 4.380, de 21 de agosto de 1964, para atuar no financiamento habitacional. Constituem operações passivas dessas instituições os depósitos de poupança, a emissão de letras e cédulas hipotecárias e depósitos interfinanceiros. Suas operações ativas são: financiamento para construção de habitações, abertura de crédito para compra ou construção de casa própria, financiamento de capital de giro a empresas incorporadoras, produtoras e distribuidoras de material de construção. Devem ser constituídas sob a forma de sociedade anônima, adotando obrigatoriamente em sua denominação social a expressão “Crédito Imobiliário”. (Resolução CMN 2.735, de 2000). Associação de Poupança e Empréstimo (APE) As associações de poupança e empréstimo são constituídas sob a forma de sociedade civil, sendo de propriedade comum de seus associados. Suas operações ativas são, basicamente, direcionadas ao mercado imobiliário e ao Sistema Financeiro da Habitação (SFH). As operações passivas são constituídas de emissão de letras e cédulas hipotecárias, depósitos de cadernetas de poupança, depósitos interfinanceiros e empréstimos externos. Os depositantes dessas entidades são considerados acionistas da associação e, por isso, não recebem rendimentos, mas dividendos. Os recursos dos depositantes são, assim, classificados no patrimônio líquido da associação e não no passivo exigível (Resolução CMN 52, de 1967).
  • 15. AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA www.consultefinancas.com.br 15 Bancos múltiplos Os bancos múltiplos são instituições financeiras privadas ou públicas que realizam as operações ativas, passivas e acessórias das diversas instituições financeiras, por intermédio das seguintes carteiras: comercial, de investimento e/ou de desenvolvimento, de crédito imobiliário, de arrendamento mercantil e de crédito, financiamento e investimento. Essas operações estão sujeitas às mesmas normas legais e regulamentares aplicáveis às instituições singulares correspondentes às suas carteiras. A carteira de desenvolvimento somente poderá ser operada por banco público. O banco múltiplo deve ser constituído com, no mínimo, duas carteiras, sendo uma delas, obrigatoriamente, comercial ou de investimento, e ser organizado sob a forma de sociedade anônima. As instituições com carteira comercial podem captar depósitos à vista. Na sua denominação social deve constar a expressão “Banco” (Resolução CMN 2.099, de 1994). Sistema distribuidor de títulos e valores mobiliários Sistema distribuidor de títulos e valores mobiliários é constituído pelas bolsas de valores, bolsas de mercadoria, sociedades corretoras de títulos de valores mobiliários, sociedade corretora de câmbio, agentes autônomos de investimento, e caixa de registro e liquidação. Bolsa de valores As bolsas de valores são locais que oferecem condições e sistemas necessários para a realização de negociação de compra e venda de títulos e valores mobiliários de forma transparente. Além de seu papel básico de oferecer um mercado para a cotação dos títulos nelas registrados, orientar e fiscalizar os serviços prestados por seus intermediários, facilitar a divulgação constante de informações sobre as empresas e sobre os negócios que se realizam sob seu controle, as bolsas de valores propiciam liquidez às aplicações de médio e longo prazos, por intermédio de um mercado contínuo, representado por seus pregões diários. É por meio das bolsas de valores que se pode viabilizar um importante objetivo de capitalismo moderno: o estímulo à poupança do grande público e ao investimento em empresas em expansão, que, diante deste apoio, poderão assegurar as condições para seu desenvolvimento. Sociedades corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários As sociedades corretoras são instituições financeiras, devidamente credenciadas pelo Banco Central do Brasil, pela CVM e pelas próprias bolsas, e estão habilitadas a negociar valores mobiliários em pregão. As corretoras podem ser definidas como intermediárias especializadas na execução de ordens e operações por conta própria e determinadas por seus clientes, além da prestação de uma série de serviços a investidores e empresas, tais como:  diretrizes para seleção de investimentos;  intermediação de operações de câmbio;  assessoria a empresas na abertura de capital, emissão de debêntures e debêntures conversíveis em ações, renovação do registro de capital etc. As sociedades corretoras contribuem para um fundo de garantia, mantido pelas bolsas de valores, com o propósito de assegurar a seus clientes eventual reposição de títulos e
  • 16. AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA www.consultefinancas.com.br 16 valores negociados em pregão, e atender a outros casos previstos pela legislação. As sociedades corretoras são fiscalizadas pelas bolsas de valores, representando a certeza de uma boa orientação e da melhor execução dos negócios de seus investidores. Distribuidoras As sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários são constituídas sob a forma de sociedade anônima ou por quotas de responsabilidade limitada, devendo constar na sua denominação social a expressão “Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários”. Algumas de suas atividades: intermedeiam a oferta pública e distribuição de títulos e valores mobiliários no mercado; administram e custodiam as carteiras de títulos e valores mobiliários; instituem, organizam e administram fundos e clubes de investimento; operam no mercado acionário, comprando, vendendo e distribuindo títulos e valores mobiliários, inclusive ouro financeiro, por conta de terceiros; fazem a intermediação com as bolsas de valores e de mercadorias; efetuam lançamentos públicos de ações; operam no mercado aberto e intermedeiam operações de câmbio. São supervisionadas pelo Banco Central do Brasil (Resolução CMN 1.120, de 1986). Agentes especiais Os agentes especiais são instituições que complementam funções do subsistema normativo e operam em nome do Tesouro Nacional. Banco do Brasil S.A Segundo Fortuna (1995) o Banco do Brasil é um banco comercial que opera na prática como agente financeiro do Governo Federal. Além disso, é o principal executor da política oficial de crédito rural e industrial. Conserva, portanto. Algumas funções que não são próprias de um banco comercial, como o Departamento de Comércio Exterior (DECEX) que desempenha funções nitidamente governamentais; a Câmara de Compensação de Cheques e Outros Papéis; a execução de serviços ligados ao orçamento geral da União; a execução do serviço da dívida pública consolidada, a aquisição de estoques de produção exportável e a execução de política de preços mínimos dos produtos agropecuários. Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social Fortuna (1995) destaca que o BNDES é a instituição responsável pela política de investimentos de longo prazo do Governo Federal, sendo a principal instituição financeira de fomento do País, tendo como objetivos básicos:  Impulsionar o desenvolvimento econômico e social do País;  Fortalecer o setor empresarial nacional;  Atenuar os desequilíbrios regionais, criando novos polos de produção;  Promover o desenvolvimento integrado das atividades agrícolas, industriais e de serviços;  Promover o crescimento e a diversificações das exportações. Banco do Nordeste do Brasil O Banco do Nordeste do Brasil S. A. é o maior banco de desenvolvimento regional da América Latina e diferencia-se das demais instituições financeiras pela missão que tem a
  • 17. AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA www.consultefinancas.com.br 17 cumprir: atuar, na capacidade de instituição financeira pública, como agente catalisador do desenvolvimento sustentável do Nordeste, integrando-o na dinâmica da economia nacional. Sua visão é a de ser referência como agente indutor do desenvolvimento sustentável da Região Nordeste. Sua preocupação básica é executar uma política de desenvolvimento ágil e seletiva, capaz de contribuir de forma decisiva para a superação dos desafios e para a construção de um padrão de vida compatível com os recursos, potencialidades e oportunidades da Região. Banco da Amazônia O Banco da Amazônia é uma instituição financeira federal de fomento com a missão de promover o desenvolvimento da região amazônica. Possui papel relevante tanto no apoio à pesquisa quanto no crédito de fomento, respondendo por mais de 60% do crédito de longo prazo da Região. Com sua atuação, o Banco se articula com diversos órgãos vinculados ao Governo Federal, Estadual e Municipal, através de parcerias com diversas entidades, universidades, Sebrae, organizações não governamentais ligadas ao fomento sustentável e aquelas representativas dos diversos segmentos do empresariado e dos pequenos produtores rurais. Caixa Econômica Federal Criada em 1861, a CAIXA é um agente das políticas públicas do governo federal. Atende não só os seus clientes bancários, mas todos os trabalhadores formais do Brasil, estes por meio do pagamento de FGTS, PIS e seguro-desemprego; beneficiários de programas sociais e apostadores das Loterias. Além disso, ao priorizar setores como habitação, saneamento básico, infraestrutura e prestação de serviços, a Caixa Econômica Federal exerce um papel fundamental na promoção do desenvolvimento urbano e social no país, contribuindo para melhorar a qualidade de vida da população, especialmente a de baixa renda. A atuação da CAIXA também se estende aos palcos, salas de aula e pistas de corrida, com o apoio a iniciativas artístico-culturais, educacionais e desportivas. Fontes: http://www.bnb.gov.br/content/aplicacao/O_Banco/Principal/gerados/o_banco.asp Fonte: http://www.bancoamazonia.com.br/ Fonte: http://www.caixa.gov.br/acaixa/index.asp MERCADO FINANCEIRO: FUNCIONAMENTO E INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA Em um sistema econômico existe a interação por meio de fluxos reais, produtos e serviços, e de fluxos monetários, pagamentos, entre indivíduos, empresas, governo e setor externo. É neste cenário em que destaca-se o papel do Mercado Financeiro ao promover a intermediação de recursos entre os agentes superavitários e os agentes deficitários de uma sociedade. Os agentes superavitários por possuírem excedentes de capital recebem juros para a aplicação dos mesmos, ou seja, são remunerados ao “adiar” o consumo. Por outro lado, os agentes na condição de deficitários estão dispostos a pagar juros pelo capital a ser obtido sob a forma de empréstimo, ou seja, pagam para usufruir de uma receita antecipada.
  • 18. AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA www.consultefinancas.com.br 18 Pré-requisitos da Intermediação Financeira  Maturidade, complexidade e desenvolvimento do sistema de trocas, com a superação do estágio primitivo do escambo e de outras formas de transação sem intervenção monetária;  Existência de agentes econômicos superavitários e deficitários, dispostos a ofertar seus excedentes financeiros;  Criação de instituições para a regulação e funcionamento do mercado de intermediação. OS TRES PILARES DE SUSTENTAÇÃO DO SISTEMA FINANCEIRO – ACORDO DE BASILEIA II ***Acordo de Capital de Basileia (cidade Suíça) II, também conhecido como Basileia II, foi um acordo assinado no âmbito do Comitê de Supervisão Bancária de Basileia em 2004 para substituir o acordo de Basileia I. O Basileia II fixa-se em três pilares e 29 princípios básicos sobre contabilidade e supervisão bancária. PILAR 1:  Fortalecimento da estrutura de capitais das Instituições Financeiras;
  • 19. AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA www.consultefinancas.com.br 19  Abordagens padronizadas de modelos internos. PILAR 2:  Adoção das melhores práticas de gestão de riscos;  Processo de avaliação pela IF quanto a adequação de seu capital X estrutura e exposição;  Revisão e avaliação pelo órgão Supervisor quanto a adequação do capital econômico. PILAR 3:  Transparência na divulgação de informações sobre os riscos e gestão por parte dos bancos.  Redução de assimetria de informação e favorecimento da disciplina de mercado. RISCO NO SETOR BANCÁRIO No setor bancário, a exposição ao risco é elevada, pois os bancos atuam como intermediadores de recursos. Dessa forma, para minimizar as perdas e assegurar bons resultados, é primordial gerenciar o risco por meio de sua identificação, mensuração e do controle da exposição. O conceito primordial de existência da atividade bancária é o risco ajustado ao retorno (rentabilidade). O resultado do Banco, inclusive pela responsabilidade que lhe cabe sobre recursos de terceiros que lhe foram confiados, exige total zelo por sua segurança e rentabilidade, o que depende fundamentalmente de um processo eficaz de gerenciamento de riscos, controles internos e análises conjunturais.
  • 20. AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA www.consultefinancas.com.br 20 3. ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DE CURTO PRAZO CAPITAL DE GIRO O capital de giro é conhecido também como capital circulante e corresponde aos recursos aplicados em ativos circulantes, que se transformam constantemente dentro do ciclo operacional. Como o próprio nome dá a entender, o capital de giro fica girando dentro da empresa e, a cada vez que sofre transformação em seu estado patrimonial, produz reflexo na contabilidade. Até se transformar finalmente (novamente) em dinheiro, o valor inicial do capital de giro vai sofrendo acréscimo a cada transformação, de modo que, quando o capital retornar ao “estado de dinheiro”, ao completar o ciclo operacional, deverá estar maior do que o valor inicial. (HOJI, 2012). CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO (CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO) A diferença entre o ativo circulante (corrente) e o passivo circulante (corrente) é o capital circulante líquido (CCL), ou capital de giro líquido (CGL). Quando a soma dos elementos do ativo corrente é maior do que a soma dos elementos do passivo corrente, o CCL é positivo. Em caso contrário, o CCL é negativo. Quando a soma dos elementos do ativo corrente é igual à soma dos elementos do passivo corrente, o CCL é nulo. (HOJI, 2012). AC > PC AC < PC AC = PC ATIVO PASSIVO ATIVO PASSIVO ATIVO PASSIVO AC PC AC PC AC PC CCL PÑC AÑC CCL AÑC PÑC AÑC PÑC CCL POSITIVO CCL NEGATIVO CCL NULO FÓRMULA: CCL = ATIVO CIRCULANTE – PASSIVO CIRCULANTE Exemplo: ANO AC - PC = CCL 2010 1.000 - 800 = 200 2011 1.100 - 700 = 400 2012 1.000 - 1.100 = - 100 Através do cálculo, observa-se que durante os exercícios 2010 e 2011, a empresa possui recursos disponíveis após saldar seus compromissos de curto prazo, em contrapartida no exercício 2012 a empresa apresenta uma incapacidade de pagar suas contas. Exercício 1. Calcule e analise Capital Circulante Líquido da empresa conforme dados da tabela abaixo.
  • 21. AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA www.consultefinancas.com.br 21 ANO AC - PC = CCL 2010 10.000 - 10.500 = 2011 12.100 - 12.000 = 2012 14.000 - 13.100 = CICLOS ECONÔMICO, OPERACIONAL E FINANCEIRO Utilizadas para mensurar o tempo em que as atividades da empresa são desenvolvidas. De fundamental importância no controle gerencial e gestão de negócios, refletem a cultura organizacional da empresa, dentro do seu ramo de negócios. Seus valores dependem dos processos de produção, capacidade de vendas e recebimentos de clientes. No caso do ciclo financeiro considera-se também o pagamento a fornecedores. CICLO ECONÔMICO O ciclo econômico é o tempo em que a mercadoria permanece em estoque. Vai desde a aquisição dos produtos até o ato da venda, não levando em consideração o recebimento das mesmas (encaixe). Fórmula: Ciclo Econômico = Prazo Médio de Estocagem (PME) Exemplo: Ciclo Econômico = 40 dias CICLO OPERACIONAL O ciclo operacional inicia com a compra até o recebimento das vendas. Quanto mais idênticos forem o ciclo financeiro e o ciclo operacional mais recursos serão necessários para financiar o ciclo operacional. Exemplo: CO = PME + PMR CO = 40 + 30 = 70 dias.
  • 22. AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA www.consultefinancas.com.br 22 CICLO DE CAIXA (FINANCEIRO) O Ciclo de Caixa (ou Ciclo Financeiro) é definido como o período de tempo existente desde um gasto inicial até o recebimento da venda do produto. Para uma empresa industrial, por exemplo, esse ciclo corresponde ao intervalo de tempo existente entre a aquisição de insumos para a industrialização e o recebimento pela venda dos produtos industrializados. O termo Ciclo de Caixa refere-se ao tempo em dias, que o caixa da empresa, realmente renova-se. Para uma empresa, quanto menor for o seu ciclo, melhor, pois ela consegue fazer toda a sua operação em menos tempo, isto é, ela gira muito mais vezes num determinado período. Exemplo: CC = CO – PMP CC = 70 – 30 = 40 dias. GIRO DE CAIXA É o número de vezes que o caixa de uma empresa é restabelecido, ou girado, num ano. O giro de caixa é calculado da seguinte forma: GC = CaixadeCiclo dias360 Exemplo: Utilizando os dados anteriores, onde o ciclo de caixa da empresa é de 40 dias. Qual o giro de caixa dessa empresa? GC = 40 360 = 9 vezes. Isso significa que gira o seu caixa em 9 vezes no período comercial de 360 dias. Quanto mais vezes renovam-se o ciclo melhor para a empresa. CAIXA MÍNIMO NECESSÁRIO Determina-se a quantia mínima de caixa necessária para uma empresa manter suas operações. Obtêm-se por meio da seguinte equação: CMN = CaixadeGiro anuaisisoperacionadispêndios Exemplo: Suponha que o giro de caixa de uma empresa seja de 9 vezes (exemplo anterior). Admita dispêndios anuais de R$ 72.000,00. Determine o caixa mínimo necessário. CMN = 9 72.000,00 = R$ 8.000,00 Portanto, essa empresa deve manter um saldo mínimo de caixa de R$ 8.000,00 durante o ano (360 dias) para manter sua liquidez. Com saldo inferior a R$ 8.000,00, ela enfrentará uma insuficiência de caixa que, possivelmente a levará à falência.
  • 23. AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA www.consultefinancas.com.br 23 Exercícios 1) Uma empresa apresenta dispêndios anuais de R$ 90.000,00. Com prazo médio de pagamento 60 dias, prazo médio de estoques 77 dias e prazo médio de recebimento de 55 dias. Determine: o ciclo operacional e de caixa, o giro de caixa e o caixa mínimo necessário dessa companhia. Faça o esboço gráfico. 2) Uma empresa apresenta dispêndios anuais de R$ 96.000,00. Com prazo médio de pagamento 60 dias, prazo médio de estoques 70 dias e prazo médio de recebimento de 50 dias. Determine: o ciclo operacional e de caixa, o giro de caixa e o caixa mínimo necessário dessa companhia. Faça o esboço gráfico. ADMINISTRANDO OS ESTOQUES O principal propósito da administração de estoques é determinar e manter um nível de estoque que assegure o atendimento pontual dos pedidos dos clientes em quantidade satisfatória. Entretanto, manter estoques é dispendioso porque imobiliza um dinheiro que não rende juros nem gera renda. Em outras palavras, o custo do estoque impede o aproveitamento de outras oportunidades lucrativas. Se houver uma oportunidade de obter 15% de lucro sobre o investimento, a manutenção de um nível de estoque de R$ 10.000,00 custa R$ 1.500,00 anualmente. Visto de outro ângulo, a empresa obteria um lucro de R$ 1.500,00 se pudesse investir R$ 10.000,00, em vez de usá-los na compra de estoques. LOTE ECONÔMICO DE COMPRAS (LEC) O lote econômico de compras, mais conhecido como LEC, é a quantidade de um item que, quando pedido regularmente, resulta em custos mínimos de pedido e de estocagem. O custo do pedido de compra inclui os salários e ordenados dos empregados efetivos e temporários do departamento de compras e o custo do tempo de uso do computador e de suprimentos para preparar os pedidos de compras. Quanto mais vezes os pedidos são feitos, mais dispendioso é o processo de compra. O custo do pedido seria mínimo se fosse feito um pedido, no início do ano, para atender a demanda de todo ano. (GROPPELLI, NIKBAKHT, 2012). Equação que determina o LEC é: LEC = m P C 2Q.C , em que: Q = número de unidades requeridas por pedido de tempo; CP = custo por pedido de compras; Cm = custo de manutenção. Exemplo: O consumo anual de um item é de 10.000 unidades, o custo de um pedido de compra é de R$ 120,00, e o custo de manutenção por unidade é de R$ 4,00. Sob essas condições, o LEC pode ser rapidamente encontrado: LEC = m P C 2Q.C => 4 )(120)(2)(10.000 => 600.000 = 774 unidades.
  • 24. AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA www.consultefinancas.com.br 24 A empresa minimizará o custo total de pedir e estocar se 774 unidades forem requisitadas em cada pedido de compra. Já que o consumo anual é de 10.000 unidades, a empresa deve emitir 13 pedidos de compra, solicitando 774 unidades de cada vez: Número de pedidos por ano = LEC anualConsumo = 774 10.000 = 12,91 = 13 vezes. Exercício A Empresa ALFA Ltda. tem consumo anual de 12.000 unidades, o custo de um pedido de compra é de R$ 400,00, e o seu custo de manutenção por unidade é de R$ 10,00. Com base nessas informações calcule o LEC e o número de pedidos no ano. ADMINISTRANDO CONTAS A RECEBER O volume de contas a receber é, basicamente, determinado pelos de crédito da companhia. Se esses padrões forem rigorosos, muito poucos clientes estarão qualificados ao crédito, as vendas irão declinar e, como resultado, as contas a receber diminuirão. Por outro lado, se os padrões de crédito forem mais flexíveis, a empresa atrairá mais clientes, as vendas crescerão e haverá mais contas a receber. Dar flexibilidade aos padrões de crédito para aumentar as contas a receber tem vantagens e desvantagens. As vantagens são os aumentos nas vendas e nos lucros. As desvantagens se refletem numa maior probabilidade de mais contas incobráveis e no custo do financiamento adicional de contas a receber. Exemplo: A Empresa Eletrônico vende atualmente 100.000 unidades de aparelhos eletrônicos. Cada unidade é vendida por R$ 50,00. O custo variável é de R$ 40,00 por unidade. Portanto, a margem de contribuição é de R$ 10,00. (A margem de contribuição é igual ao preço de venda menos o custo variável.) Se os padrões de crédito forem relaxados, espera-se que o volume existente de contas a receber vá crescer em R$ 500.000,00. As vendas devem também crescer em 30.000 unidades, das quais espera-se que 5% não seja recebido, devido aos maus pagadores. Supondo que o custo de produtos vendidos seja de 80% das vendas e que os custos de financiamento sejam de 12%, determine se o relaxamento dos padrões de crédito seria uma decisão lucrativa para a Eletrônico. SOLUÇÃO: A solução é uma simples análise de custo-benefício. Os benefícios são os lucros das vendas adicionais de R$ 300.00,00 (30.000 unidades adicionais x margem de contribuição de R$ 10,00); os custos de R$ 75.000,00 correspondem a dívidas incobráveis e a um custo de financiamento de R$ 48.000,00 das novas contas a receber, como calculado abaixo:
  • 25. AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA www.consultefinancas.com.br 25 Análise de custo/benefício para novas contas a receber Benefícios Lucros de vendas adicionais (30.000 unidades x R$ 10,00 margem de contribuição) R$ 300.000,00 Custos Custo de dívidas incobráveis adicionais [(30.000 unidades x R$ 50,00 preço de venda)(5% devedores incobráveis)] (R$ 75.000,00) Custo do financiamento adicional [(R$ 500.000,00 contas a receber adicionais x 80% custos dos produtos vendidos) x (12% custo do financiamento)] (R$ 48.000,00) Lucro Líquido R$ 177.000,00 Subtraindo os custos dos benefícios vê-se que a Eletrônico obterá um lucro líquido de R$ 177.000,00 se baixar seus padrões de crédito. Porém, nem sempre se consegue esse efeito reduzindo os padrões de crédito. Algumas vezes, os custos adicionais de dívidas incobráveis e o custo de financiamento das novas contas a receber superam os lucros das vendas adicionais. O resultado é um adicional de novas contas a receber com o cúmulo das anteriores devido à maior lentidão da cobrança. Nesse caso, é lógico, a decisão correta é deixar a política de crédito como está – isto é, não relaxar os padrões de crédito. (GROPPELLI, NIKBAKHT, 2012). Exercício A Empresa ALFA vende atualmente 80.000 unidades de aparelhos eletrônicos. Cada unidade é vendida por R$ 60,00. O custo variável é de R$ 45,00 por unidade. Portanto, a margem de contribuição é de R$ 15,00. (A margem de contribuição é igual ao preço de venda menos o custo variável.) Se os padrões de crédito forem relaxados, espera-se que o volume existente de contas a receber á crescer em R$ 600.000,00. As vendas devem também crescer em 20.000 unidades, das quais espera-se que 5% não seja recebido, devido aos maus pagadores. Supondo que o custo de produtos vendidos seja de 75% das vendas e que os custos de financiamento sejam de 15%, determine se o relaxamento dos padrões de crédito seria uma decisão lucrativa para a ALFA. ADMINISTRANDO CONTAS A PAGAR Contas a pagar podem ser vistas como empréstimos sem juros dos fornecedores. Na ausência de contas a pagar, a empresa precisa tomar emprestado ou usar seu próprio capital para pagar as faturas de seus fornecedores. Portanto, o benefício das contas a pagar está na economia de despesas de juros que precisariam ser pagos se não houvesse o crédito dado pelo fornecedor. Entretanto, a aceitação do crédito e a utilização das contas a pagar nem sempre são interessantes para a empresa compradora. Os fornecedores geralmente oferecem generosos descontos em dinheiro se as faturas forem pagas na entrega ou poucos dias após o seu recebimento. Nesse caso a opção crucial é aproveitar o desconto à vista e pagar imediatamente, ou comprar a prazo e usar as contas a pagar. Se o desconto à vista for utilizado, a vantagem é o desconto por si só e as desvantagens são o custo de tomar emprestado para pagar à vista e a perda de um empréstimo sem juro. A oferta do desconto à vista deve ser aceita se o benefício exceder o custo. (GROPPELLI, NIKBAKHT, 2012).
  • 26. AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA www.consultefinancas.com.br 26 Exemplo: A Companhia ABC é favorecida por um desconto à vista de 3% se a fatura de R$ 100.000,00 da mercadoria for paga imediatamente em dinheiro. Entretanto, a companhia tem também a opção de usar seu crédito e pagar a fatura daqui a 60 dias. A Companhia ABC entrou em contato com o banco local e soube que o dinheiro para pagar à vista a fatura pode ser tomado à taxa de 14%, o que lhe permitirá aproveitar a vantagem dos 3% de desconto à vista. Qual opção é a mais econômica: usar o desconto à vista ou comprar a prazo? SOLUÇÃO: Usando o desconto à vista ou contas a pagar. Benefícios do desconto à vista (3% desconto a vista x R$ 100.000,00 da fatura) R$ 3.000,00 Custo do desconto à vista (despesa de juro sobre R$ 97.000,00 por 60 dias a 14%) Taxa de juro R$ 97.000,00 x 14% x(60 dias / 360 dias) (R$ 2.263,33) Benefício Líquido R$ 737,67 Aproveitando o desconto à vista de 3% a empresa captará apenas R$ 97.000,00, em vez de R$ 100.000,00. Neste caso, usar contas a pagar em vez de aproveitar o desconto à vista significa rejeitar uma oferta do fornecedor de R$ 737,67 em dinheiro livre de juros. Sendo o resultado líquido uma economia de R$ 737,67, a Companhia ABC deve aproveitar o desconto à vista. Tomar o desconto à vista de 3% requer um pagamento imediato de R$ 97.000,00, valor que deve ser tomado emprestado ou retirado dos fundos existentes. Exercício A Companhia DELTA é favorecida por um desconto à vista de 3% se a fatura de R$ 200.000,00 da mercadoria for paga imediatamente em dinheiro. Entretanto, a companhia tem também a opção de usar seu crédito e pagar a fatura daqui a 90 dias. A Companhia DELTA entrou em contato com o banco local e soube que o dinheiro para pagar à vista a fatura pode ser tomado à taxa de 15%, o que lhe permitirá aproveitar a vantagem dos 3% de desconto à vista. Qual opção é a mais econômica: usar o desconto à vista ou comprar a prazo? ÍNDICES ECONÔMICOS/FINANCEIROS O uso de índices financeiros permite que as partes interessadas façam uma avaliação de certos aspectos do desempenho de uma Empresa. As partes interessadas incluem geralmente, acionistas e financiadores reais e potenciais bem como a Administração da Empresa. Para julgar o desempenho global da Empresa, é necessário requerer-se um conjunto de índices. Estes índices devem ser aplicados consistentemente, a período de tempo semelhante, de modo a obterem-se as comparações mais precisas. Os índices financeiros podem ser subdivididos em quatro grupos básicos:  Índices de liquidez;  Índices de Atividade;  Índices de Rentabilidade
  • 27. AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA www.consultefinancas.com.br 27  Índices de Lucratividade;  Índices de Endividamento. Como regra geral, os insumos necessários para uma boa análise financeira incluem, no mínimo, a Demonstração de Resultado e o Balanço Patrimonial. Os elementos importantes, a curto prazo são: liquidez, rentabilidade e atividade pois dão as informações críticas à operação da Empresa a curto prazo. E se a Empresa não puder sobreviver a curto prazo, não é preciso preocupar-se com suas informações a longo prazo. Os índices de endividamento só são úteis se a Empresa resistir com sucesso a curto prazo. Além dos dados internos, existem os dados externos, que são obtidos de Empresas do mesmo ramo de atividade. É mediante estes dados externos que a empresa poderá visualizar o progresso ou o retrocesso ocorrido. ANÁLISE DE LIQUIDEZ (ÍNDICES DE LIQUIDEZ) A liquidez de uma empresa é medida pela sua capacidade para satisfazer suas obrigações de curto prazo, na data de vencimento. A liquidez refere-se à solvência da situação financeira da empresa, a facilidade com a qual ela pode pagar suas contas. A análise da liquidez está concentrada no estudo detalhado da composição de seus ativos e passivos, em determinado momento, isto é, na data do levantamento dos valores, pois estes estão em constante mudança, em função de sua dinamicidade. Os índices de liquidez têm por finalidade medir a capacidade de pagamento de uma empresa, ou seja, a sua capacidade de cumprir suas obrigações passivas assumidas. ÍNDICE DE LIQUIDEZ IMEDIATA (ILM) Elimina também a necessidade do esforço de “cobrança” para honrar as obrigações. Com o desenvolvimento do mercado de crédito, esse índice passou a ter pouca relevância na maior parte das empresas. Nos dias atuais, não é aconselhável manter disponibilidades muito elevadas, deixando de investir na própria atividade. Exemplo: ANO Dis / PC = ILC 2010 700 / 800 = 0,875 2011 800 / 700 = 1,14 2012 1.000 / 1.000 = 1,00 ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE Representa que para cada real de dívida, deverá haver no mínimo o equivalente no ativo circulante para quitarmos as obrigações. A empresa pode ter um índice de liquidez corrente alto e estar em crise de liquidez, pois este índice não dá uma noção sobre a qualidade destes ativos. A empresa pode ter um CirculantePassivo CirculanteAtivo ILC  CirculantePassivo Disponível ILI
  • 28. AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA www.consultefinancas.com.br 28 estoque super dimensionado com muitos itens fora de validade ou contas à receber incobráveis. Exemplo: ANO AC / PC = ILC 2010 1.000 / 800 = 1,25 2011 1.100 / 700 = 1,57 2012 1.000 / 1.100 = 0,91 Analisando, comparativamente, os três exercícios, verifica-se um aumento significativo na capacidade de pagamento a curto prazo. A maior disponibilidade apresentou-se no período de 2011, pois a cada R$ 1,00 de exigibilidade a curto prazo, a Empresa dispõe de R$ 1,57 para saldá-la, ou seja, possuí um respaldo financeiro de R$ 0,57 para cada R$ 1,00 de dívida. ÍNDICE DE LIQUIDEZ SECA Representa que para cada real de dívida, deverá haver no mínimo o equivalente no ativo circulante, sem considerarmos os estoques, ou seja, para pagarmos as dívidas não precisaremos vender o estoque a preço de custo ou na hipótese de não conseguir vender nada. Exemplo: AC - Estoques / PC = ILS 2010 4.000 – 1.000 / 3.500 = 0,86 2011 6.000 – 1.500 / 4.000 = 1,13 2012 10.000 – 3000 / 5.000 = 1,40 Verificando os três exercícios, notamos um crescimento satisfatório, sendo o melhor resultado apresentando no ano de 2012. A Empresa não precisa vender seu estoque para saldar dívidas de curto prazo nos períodos de 2011 e 2012. Já no período de 2010, é necessário vender o estoque para poder quitar suas obrigações. ÍNDICE DE LIQUIDEZ TOTAL Representa quanto em reais à empresa dispõe de realizáveis (a curto e longo prazo) para cobrir cada real de dívidas contraídas (a curto e longo prazo), considerando o estoque. Exemplo: PrazoLongoExigívelCirculantePassivo PrazoLongoRealizávelCirculanteAtivo ILT    CirculantePassivo Estoques-CirculanteAtivo ILS 
  • 29. AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA www.consultefinancas.com.br 29 ANO AC + RLP / PC + ELP = ILT 2010 4.092 + 2.529 / 3.412 + 1.690 = 1,29 2011 6.308 + 1.029 / 4.281 + 2.773 = 1,04 2012 10.755 + 775 / 5.819 + 4.924 = 1,07 Verificando o resultado dos três exercícios, nota-se uma redução no período de 2011 e 2012 em relação a 2010. A redução deve-se, principalmente, ao aumento de seus investimentos. Análise dos índices Para uma ampla e correta análise de liquidez da empresa é aconselhável o estudo dos 4 índices de forma simultânea e comparativa, sempre observando quais são as necessidades da empresa, qual o ramo do mercado em que ela está inserida e quais as respostas que os gestores procuram ao calcular estes índices. Um balanço patrimonial bem estruturado com a correta classificação das contas pela contabilidade irá gerar índices de qualidade para uma melhor tomada de decisão dos gestores. Exercício 1. Uma empresa apresentou o seguinte balanço patrimonial: Ativo R$ Passivo R$ Ativo Circulante 16.000 Passivo Circulante 10.000 Caixa e bancos 1.000 Fornecedores 4.000 Duplicatas a Receber 10.000 Contas a pagar 6.000 Estoque 5.000 Passivo Não Circulante 18.000 Ativo não Circulante 35.000 Financiamento (E.L.P.) 18.000 Realizável a longo prazo 15.000 Patrimônio Líquido 23.000 Imobilizado 20.000 Capital social 23.000 Ativo Total 51.000 Passivo Total 51.000 Calcular os índices de liquidez dessa empresa. ÍNDICES DE ATIVIDADE Os índices de atividade são usados para medir a rapidez com que várias contas são convertidas em caixa, pois os índices de liquidez não avaliam a diferença na composição dos ativos circulantes e passivos circulantes que podem afetar significativamente a “verdadeira” liquidez da empresa. Giro de Estoque Mede a quantidade de vezes que o estoque gira no período analisado, isto é, mede a liquidez dos estoques na empresa.
  • 30. AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA www.consultefinancas.com.br 30 Estoques VendidaMercadoriadaCusto GE  Prazo Médio de Estoque Mede o período de tempo em dias que o estoque gira. GE dias360 PME , o resultado pode ser obtido, assim: x360 CMV Estoques PME O giro resultante é significativo somente quando comparado ao de outras empresas pertencentes ao mesmo segmento ou comparado aos giros de estoques passados da empresa. O giro de estoques pode ser facilmente convertido no prazo médio de estoque, ao ser dividido por 360, o número de dias do ano contábil. Esse valor também pode ser visto como o número médio de dias de venda em estoque ou, ainda, o período em que se processa a renovação dos estoques da empresa. Exemplo: Números aleatórios !!! Giro de Estoques = 280.000,00 904.000,00 = 3,23 vezes. x360 904.000,00 280.000,00 PME = 111,50 dias. Prazo Médio de Recebimento Indica a média de dias em que as contas (duplicatas, títulos) são recebidas pela empresa. Avalia o tempo entre o faturamento e o recebimento. É útil na avaliação das políticas de crédito e cobrança. x360 LíquidalOperacionaReceita ReceberaDuplicatas PMR  Exemplo: PMR = x360 001.897.000, 203.000,00 = 38,52 dias. O prazo médio de recebimento resultante só é significativo em relação às condições de crédito da empresa. Se por exemplo, a empresa concede crédito de 30 dias a seus clientes e o período médio de recebimento aponta 38,52 dias, indicará uma má administração do crédito, isto é, um afrouxamento intencional das condições de crédito, para suportar as pressões da concorrência. Prazo Médio de Pagamento (Compras) Indica a média de dias em que as contas (duplicatas, títulos) são pagas pela empresa. Avalia o tempo entre a compra e o pagamento. É útil na avaliação das políticas de crédito e cobrança. x360 VendidaMercadoriadaCusto sForncedore PMP 
  • 31. AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA www.consultefinancas.com.br 31 Exemplo: PMP = x360 904.000,00 225.000,00 = 89,60 dias O prazo médio de pagamento resultante só é significativo em comparação com as condições médias de crédito concedidas à empresa. Quanto mais dilatado for o prazo obtido junto aos fornecedores, maior será o ônus financeiro por aplicação deste capital. Exercício Uma empresa apresentou os seguintes demonstrativos contábeis após um ano de atividades: BALANÇO PATRIMONIAL Ativo R$ Passivo R$ Ativo Circulante 16.000 Passivo Circulante 10.000 Caixa e bancos 1.000 Fornecedores 4.000 Duplicatas a Receber 10.000 Contas a pagar 6.000 Estoque 5.000 Passivo Não Circulante 18.000 Ativo não Circulante 35.000 Financiamento (E.L.P.) 18.000 Realizável a longo prazo 15.000 Patrimônio Líquido 23.000 Imobilizado 20.000 Capital social 23.000 Ativo Total 51.000 Passivo Total 51.000 Demonstração de Resultados do Exercício (R$) VENDAS 70.000 Custo de Mercadorias Vendidas (45.000) Lucro Bruto 25.000 Despesas Operacionais (14.000) LAJIR (LUCRO ANTES DE JUROS E IMPOSTOS DE RENDA) 11.000 Despesas Financeiras (2.100) LAIR (Lucro Antes de Imposto de Renda) 8.900 (-) Impostos sobre o lucro (3.560) Lucro Líquido 5.340 Calcular os índices de atividades e fazer uma análise.
  • 32. AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA www.consultefinancas.com.br 32 ÍNDICES DE LUCRATIVIDADE Tem por objetivo avaliar o desempenho final da Empresa. A rentabilidade é o reflexo das decisões adotadas pelos seus administradores, expressando, objetivamente, o nível de eficiência e o grau do êxito econômico financeiro atingido. Margem Bruta A margem bruta mede a porcentagem que restou das vendas após a empresa ter pago os impostos sobre as vendas e o custo da mercadoria vendida. Demonstra a capacidade da empresa em cobrir seus custos de fabricação através do lucro bruto gerado por ela. Quanto mais alta é a margem bruta, melhor é para a empresa. Exemplo: Números aleatórios !!! Margem Bruta = 100x Vendas BrutoLucro Margem Bruta = ,0010.000.000 005.000.000, = 0,50 x 100 = 50% Margem Operacional A margem operacional mede a porcentagem que restou das vendas após a empresa ter pago os impostos sobre as vendas, o custo da mercadoria vendida e as despesas operacionais. A margem operacional mede o que com frequência, se denomina lucro puro. O lucro operacional é puro, pois ignora quaisquer receitas e/ou despesas não operacionais ou obrigações governamentais como Imposto de Renda e considera somente o lucro auferido pela própria operação da empresa. Quanto mais alta é a margem operacional, melhor é para a empresa. Exemplo: Números aleatórios !!! Margem Operacional = 100x Vendas l(LAJIR)OperacionaLucro Margem Operacional = ,0010.000.000 002.500.000, = 0,25 x 100 = 25% Margem Líquida A margem líquida mede a porcentagem que restou das vendas após a empresa ter pago os impostos sobre vendas, o custo das mercadorias vendidas, as despesas operacionais e o Imposto de Renda Retido na Fonte. Quanto maior for à margem líquida da empresa, melhor. Exemplo: Números aleatórios !!! Margem Líquida = 100x Vendas LíquidoLucro Margem Líquida = ,0010.000.000 001.000.000, = 0,10 x 100 = 10%
  • 33. AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA www.consultefinancas.com.br 33 ÍNDICES DE RENTABILIDADE Retorno sobre o Ativo (ou ROA Return On Assets) Com isso medimos quanto rendeu para a empresa colocar todos os seus ativos à disposição da geração de lucro (pois é a finalidade de uma empresa capitalista). Exemplo: Números aleatórios !!! ROA = TotalAtivo LíquidoLucro x 100 ROA = 584.711.428, 001.000.000, x 100 = 21,22% Retorno sobre o Capital Próprio (ou ROE Return On Equity) Com isso medimos quanto rendeu para os sócios, que são os detentores do Capital Próprio (Patrimônio Líquido), colocar este capital à disposição da sociedade para a geração de lucro. ROE = LíquidoPatrimnio LíquidoLucro x 100 Exemplo: Números aleatórios !!! ROE = 003.000.000, 001.000.000, x 100 = 33,33% Giro dos Ativos Com isso medimos em quantas vezes os Ativos colocados à disposição da empresa para vender produtos e serviços efetivamente produzem estes itens ou quantas vezes conseguem ser renovados tomando-se como base esta receita. GA = TotalAtivo LíquidaReceita Ao gerir ou avaliar uma empresa, é necessário se atentar para estes indicadores, pois eles mostram a eficiência econômica do negócio. É válido estabelecer metas (realistas) para o empreendimento e comparar se ao longo do tempo elas são batidas. Também é necessário que se compare os resultados com empresas de atividade semelhantes à luz da situação econômica regional. Exemplo: Números aleatórios !!! GA = TotalAtivo LíquidaReceita => GA = 584.711.428, ,0010.000.000 => GA = 2,1225 Isso significa que para cada real investido no ativo, a empresa gerou R$ 2,12 de receita de vendas.
  • 34. AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA www.consultefinancas.com.br 34 Taxa de Retorno sobre Investimento Pode ser obtida por meio da multiplicação da Margem de Lucro pelo Giro do Ativo. As empresas que ganham mais na margem, normalmente ganham no preço. As empresas que ganham mais no giro visam quantidade. A rentabilidade de uma empresa é obtida por meio de uma boa conjugação entre preço e quantidade, ou seja, entre Margem (Lucratividade) e Giro (Produtividade): Margem de Lucro x Giro do Ativo = TRI. Vê-se : Margem de Lucro x Giro do Ativo = ? LíquidaReceita LíquidoLucro x TotalAtivo LíquidaReceita = TRI (TIR) TotalAtivo LíquidoLucro = TRI Assim: Margem de Lucro x Giro do Ativo = TRI = ROI Exemplo: Números aleatórios !!! TRI = TotalAtivo LíquidoLucro => TRI = 740.644,00 185.161,00 => TRI = 0,25 ou 25% Os valores do exemplo acima são aleatórios !!! Poder de ganho da empresa: para cada R$ 1,00 investido há um ganho de R$ 0,25. Isso significa que, em média, haverá uma demora de quatro anos para que a empresa obtenha de volta seu investimento (100% / 25%), ou seja, o payback do investimento total é calculado dividindo-se 100% pela TRI (payback = tempo médio de retorno). Retorno sobre Investimentos (ou ROI Return On Investments) Com isso medimos quanto rendeu, apenas operacionalmente, para a empresa colocar à disposição da geração de lucro. Exemplo: Números aleatórios !!! ROI = TotalAtivo LíquidoLucro =       LíquidaReceita LíquidoLucro x       TotalAtivo LíquidaReceita ROI = Taxa de Retorno sobre Investimentos ROI = 584.711.428, 001.000.000, x 100 = 21,22% ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO A situação de endividamento de uma empresa indica o montante de recursos de terceiros que está sendo usado, na tentativa de gerar lucros. Em geral o analista financeiro está mais interessado nas dívidas de longo prazo da empresa, uma vez que esses empréstimos comprometem a empresa com o pagamento de juros a longo prazo, assim como são empréstimos de valores maiores.
  • 35. AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA www.consultefinancas.com.br 35 Índice de Endividamento Total O Índice de Endividamento Geral mede a proporção dos ativos totais da empresa financiada pelos credores. Quanto maior for este índice, maior será o montante do capital de terceiros que vem sendo utilizado para gerar lucros. IET = 100x PermanenteAtivoPrazoLongoaRealizávelCirculanteAtivo PrazoLongoExigívelCirculantePassivo   Exemplo: Números aleatórios !!! IET = 3.597,00 1.643,00 = 0,4567 x 100 = 45,67% Isso indica que a empresa financia 45,67% dos ativos com capital de terceiros. Índice de Composição do endividamento Este índice tem o objetivo de demonstrar a política adotada para captação de recursos de terceiros. Pode-se identificar através desse índice se a empresa concentra seu endividamento a curto ou longo prazo. ICE = 100x PrazoLongoaExigívelPassivoCirculantePassivo CirculantePassivo  Exemplo: Números aleatórios !!! ICE = 100x 001.643.000, 620.000,00 => ICE = 37,74% Índice de Garantia do Capital Próprio O Índice de Garantia do Capital Próprio indica o percentual de capital próprio sobre o total de capital de terceiros. IGCP = 100x ELPCirculantePassivo LíquidoPatrimônio  Exemplo: Números aleatórios !!! IGCP = 001.643.000, 002.464.500, x 100 = 150,0% Isso indica que esta empresa tem uma boa garantia de capital próprio em relação ao capital de terceiros. Ou seja, ela cobre o capital de terceiros e sobra 50%.
  • 36. AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA www.consultefinancas.com.br 36 Índice de Cobertura de Juros O Índice de Cobertura de Juros mede a capacidade da empresa para realizar pagamentos de juros contratuais. Quanto maior for este índice, maior será a capacidade da empresa para liquidar suas obrigações de juros. ICJ = sFinanceiraDespesas LAJIR Exemplo: Números aleatórios !!! ICJ = 93.000,00 418.500,00 = 4,5 vezes. Isso indica que em cima do Lucro Operacional a empresa tem condições de pagar 4,5 vezes o valor dos juros no período estudado. Os analistas financeiros sugerem um mínimo de 1,5 para que a empresa tenha uma margem de segurança. Exercício 1. Calcular os índices de rentabilidade e endividamento com base nos demonstrativos abaixo e analise os resultados encontrados. BALANÇO PATRIMONIAL Ativo R$ Passivo R$ Ativo Circulante 16.000 Passivo Circulante 10.000 Caixa e bancos 1.000 Fornecedores 4.000 Duplicatas a Receber 10.000 Contas a pagar 6.000 Estoque 5.000 Passivo Não Circulante 18.000 Ativo não Circulante 35.000 Financiamento (E.L.P.) 18.000 Realizável a longo prazo 15.000 Patrimônio Líquido 23.000 Imobilizado 20.000 Capital social 23.000 Ativo Total 51.000 Passivo Total 51.000 Demonstração de Resultados R$ VENDAS 70.000 Custo dos Produtos Vendidos (45.000) Lucro Bruto 25.000 Despesas Operacionais (14.000) LAJIR (Lucro Operacional) 11.000 Despesas Financeiras (2.100) LAIR 8.900 (-) Impostos Renda (3.560) Lucro Líquido 5.340
  • 37. AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA www.consultefinancas.com.br 37 ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA A análise de balanços visa relatar, com base nas informações contábeis fornecidas pelas empresas, a posição econômico-financeira atual, as causas que determinaram a evolução apresentada e as tendências futuras. Em outras palavras, pela análise de balanços extraem-se informações sobre a posição passada, presente e futura (projetada) de uma empresa. ANÁLISE VERTICAL A análise vertical é uma interpretação gráfica usada para medir a liquidez de uma empresa. É o estudo das alterações das composições, dos principais conjuntos de contas (ativo e passivo), extraindo indicadores para ajudar a identificar o andamento da empresa no período analisado. Exemplo: 2010 2011 2012 Ativo Passivo Ativo Passivo Ativo Passivo AC 43.000 PC 41.000 AC 68.000 PC 67.000 AC 72.000 PC 56.000 RLP 1.000 ELP 15.000 RLP 2.500 ELP 5.000 RLP 500 ELP 11.000 IMO 56.000 PL 44.000 IMO 29.500 PL 28.000 IMO 27.500 PL 33.000 TA 100.000 TP 100.000 TA 100.000 TP 100.000 TA 100.000 TP 100.000 Para traçar a Análise Vertical, devemos transformar os valores em percentuais. Vamos utilizar o ano de 2008, como exemplo e transformar as seis contas utilizadas na análise vertical em percentuais: PROCEDIMENTO DE CÁLCULO Ativo Circulante ÷ Total Ativo x 100 => 43.000 ÷ 100.000 x 100 = 43% Realizável LP ÷ Total Ativo x 100 => 1.000 ÷ 100.000 x 100 = 1% Imobilizado ÷ Total Ativo x 100 => 56.000 ÷ 100.000 x 100 =56% Passivo Circulante ÷ Total Passivo x 100 => 41.000 ÷ 100.000 x 100 = 41% Exigível LP ÷ Total Passivo x 100 = > 15.000 ÷ 100.000 x 100 = 15% Patrimônio Líquido ÷ Total Passivo x 100 => 44.000 ÷ 100.000 x 100 = 44% O ano de 2012 foi o melhor ano para esta empresa, pois o ativo circulante paga todo o passivo circulante, paga todo o exigível a longo prazo e ainda sobra capital de giro próprio. ANÁLISE HORIZONTAL Visa o estudo da evolução dos componentes das demonstrações contábeis ao longo dos exercícios sociais, através de quocientes, também chamados de números índices, sendo obtidos a partir de um exercício social tomado como base, onde todos os itens das demonstrações contábeis nesse exercício são fixados em 100 e, a partir daí, são determinados os demais índices referentes às demonstrações dos outros exercícios sociais subsequentes ao exercício tomado como base.
  • 38. AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA www.consultefinancas.com.br 38 Exemplo: BALANÇO PATRIMONIAL (R$) ATIVO 2010 % 2011 % 2012 % Circulante 520 100 612 118 780 150 Realizável a longo prazo 100 100 80 080 114 114 Imobilizado 530 100 840 158 990 187 Total 1.150 100 1.532 133 1.884 164 PASSIVO Circulante 285 100 330 116 395 139 Exigível a longo prazo 250 100 240 096 280 112 Patrimônio Líquido 615 100 962 156 1.209 197 Total 1.150 100 1.532 133 1.884 164 Exercício Calcule a análise vertical e horizontal do Balanço Patrimonial e da Demonstração dos Resultados e comente os resultados. 31-12-11 V H 31-12-12 V H ATIVO R$ % % R$ % % Ativo Circulante 23.741 32.053 Disponibilidades 3.433 15.017 Contas a receber 12.636 9.519 Estoques 7.672 7.517 Ativo Não Circulante 63.297 67.422 Realizável a longo prazo 1.830 1.548 Empréstimos a Controladas 589 1.400 Títulos a receber 1.241 148 Imobilizado 61.467 65.874 Veículos 9.440 9.291 Terrenos 52.027 56.583 Ativo Total 87.038 99.475 PASSIVO R$ % R$ % Passivo Circulante 22.182 27.224
  • 39. AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA www.consultefinancas.com.br 39 Fornecedores 8.764 10.086 Financiamentos 9.292 12.300 Impostos a recolher 126 515 Salários e Contribuições 4.000 4.323 Passivo Não Circulante 64.856 72.251 Exigível a Longo Prazo 9.777 11.062 Financiamentos 6.410 7.455 Outras contas a pagar 3.367 3.607 Patrimônio Líquido 55.079 61.189 Passivo Total 87.038 99.475 31-12-11 V H 31-12-12 V H Demonstração de Resultados R$ % R$ % Receita Líquida 109.416 156.893 (-) Custo dos Produtos Vendidos 91.660 118.660 Lucro Bruto 17.756 38.233 (-) Despesas Operacionais (22.789) (29.447) Administrativa e Comerciais (25.956) (26.890) Financeiras Líquidas 3.167 2.557 Lucro Operacional (5.033) 8.786 Equivalência Patrimonial (250) (2.149) Resultados Não Operacionais 508 588 Imposto de Renda (114) (1.115) Lucro Líquido (4.889) 6.110
  • 40. AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA www.consultefinancas.com.br 40 4. FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA Como calcular o preço de venda do meu produto? Como saber se o preço praticado está satisfatório? Com base em que precifico meu produto? Estas questões são respondidas estudando a Formação do Preço de Venda, cujo cálculo deve levar a um valor: 1. Que traga à empresa a maximização dos lucros; 2. Que seja possível manter a qualidade dos produtos; 3. Que atenda aos anseios do mercado; 4. Que melhor aproveite os níveis de produção. LEVANTAMENTOS PRELIMINARES PARA O CÁLCULO DO PREÇO DE VENDA: a. Primeiro, é necessário definir e levantar os gastos globais da empresa, classificando- os em custos diretos e custos indiretos; b. Determinar a quantidade de matéria-prima e outros materiais utilizados para produzir uma unidade do produto. c. Determinar o número de horas de mão de obra direta necessária para produzir uma unidade do produto. d. Levantar os custos indiretos mensais de produção, tais como: combustíveis, aluguéis, manutenção, mão de obra indireta, seguros, energia, etc. e. Elaborar para auxiliar no cálculo, uma planilha de custos para cada produto. f. Elaborar uma ficha de controle dos custos indiretos. g. Determinação das despesas de comercialização. As despesas de comercialização são todas aquelas que incidem diretamente sobre o preço de venda, tais como: despesas financeiras, comissão de vendas, impostos sobre vendas, despesas de propaganda, expedição, transportadoras. Normalmente estas despesas representam um percentual que incide sobre o preço de vendas, por isso, sugere-se determiná-lo através de índices. h. Definição da margem de lucro. A margem de lucro desejada é definida de acordo com as estratégias de mercado da empresa, que deve levar em consideração a situação dos concorrentes. i. Calcular o mark-up que é igual à 1 – (despesas de comercialização + lucro desejado / 100) j. Calcular o preço de venda que é igual a: PV = up-mark ProdutodoCusto FINALIDADE DO MARK-UP O mark-up tem por finalidade cobrir as seguintes contas:  impostos sobre vendas;  taxas variáveis sobre vendas;  despesas administrativas fixas;  despesas de vendas fixas;  custos indiretos de produção fixos;  lucro. Exemplo: Formação do mark-up para venda à vista para fixação Vamos admitir que determinada empresa tenha incorrido nos seguintes gastos para produzir e vender determinado produto:
  • 41. AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA www.consultefinancas.com.br 41  Matéria-prima R$ 700,00;  Outros custos (MOD + CIP variável) R$ 300,00;  Total dos custos = R$ 1.000,00. PEDE-SE:  Formação de Preço de venda;  Comprovação da margem de contribuição de 27%. CONTAS COMPOSIÇÃO DAS CONTAS Preço de venda 100,00% (-) ICMS 17,00% (-) PIS 0,65% (-) COFINS 3,00% (-) Comissão s/vendas 4,90% (-) Despesas Administrativas fixas 2,00% (-) Despesas de vendas fixas 5,00% (-) Custos indiretos de produção fixos 5,00 % (-) Lucro 15,00 % TOTAL 52,55% SOLUÇÃO: Utilizando a fórmula: PV = 100)/(52,55-1 1.000,00 => PV = 0,4745 1.000,00 => PV = R$ 2.107,50 Demonstração de resultado ( por unidade) Preço de venda R$ 2.107,50 100,00% (-) ICMS R$ 358,28 17,00% (-) PIS R$ 13,70 0,65% (-) COFINS R$ 63,23 3,00% (=) Preço líquido de venda R$ 1.672,30 79,35 % (-) Total dos custos diretos R$ 1.000,00 47,45% (-) Comissão s/ vendas R$ 103,27 4,90% (=) Margem de contribuição R$ 569,03 27,00% Utilizando a fórmula: PV = 100)/(52,55-1 1.000,00 => PV = 0,4745 1.000,00 => PV = R$ 2.107,50
  • 42. AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA www.consultefinancas.com.br 42 Exercícios 1. A empresa Alfa incorreu nos seguintes gastos para produzir e vender um determinado produto: Matéria-prima: R$ 800,00 Mão de obra direta R$ 200,00 Custos indiretos de fabricação: R$ 100,00 (manutenção, energia, aluguel) ICMS: 17,00% PIS: 0,65% COFINS: 3,00% Comissão de vendas: 10% Despesas financeiras: 4% (juros pagos, emissão de boletos, tarifas bancárias) Lucro desejado: 9% Com base nesses dados calcule o preço de venda. 2. Uma empresa apresenta os seguintes percentuais sobre a receita líquida: Despesas comerciais: 7,3% Despesas administrativas: 5,4% Custo financeiro: 2,9% Margem de lucro desejada: 4,6% Os impostos incidentes sobre vendas são: ICMS: 18% PIS: 1,65% COFINS: 3,0% Calcule o Mark-up e obtenha o preço de venda com impostos para um produto que tem um custo industrial de R$ 1.500,00. 3. Uma em tem os seguintes percentuais médios sobre vendas líquidas: Despesas comerciais: 12% Despesas administrativas: 11% Custo financeiro: 6% Margem de lucro: 17% Os impostos incidentes sobre as vendas são: ICMS: 17% PIS: 1,65% COFINS: 7,6% Calcule o Mark-up e obtenha o preço de venda com impostos para um produto que tem um custo industrial de R$ 1.000,00. FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA X VOLUME DE PRODUÇÃO A formação do preço de venda também deve levar em consideração o volume de produção para o produto que está se tentando precificar, pois no moderno ambiente concorrencial a formação do preço de venda é cada dia mais dependente do mercado, em outras palavras, é o mercado que passa a fixar o preço e não mais a empresa. Por isso o volume de produção é muito importante, pois quanto maior for o volume de produção, menor será o meu custo e consequentemente, menor poderá ser o meu preço de venda e assim deixar meu produto competitivo no mercado.
  • 43. AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA www.consultefinancas.com.br 43 Exemplos: 1. A Empresa ALFA tem um custo variável de R$ 5,00 por unidade produzida. Os custos e despesas fixas totalizam R$ 100.000,00, sendo sua capacidade de produção de 10.000 unidades. Essa empresa vem trabalhando considerando o seu nível de produção e, assim, o custo unitário do produto é: Custo = ProduçãodeCapacidade FixasDespesaseCusto + Custo Variável por unidade Custo = 10.000 100.000,00 + 5,00 => Custo = 10,00 + 5,00 = R$ 15,00 por unidade produzida O preço de venda é determinado fixando-se um lucro de 20%, despesas financeiras 10% e comissão sobre vendas de 10% e então ficará: Markup = 1 –   100 101020  = 0,60 Preço de Venda = Markup ProdutodoCusto => Preço de Venda = 0,60 15,00 = R$ 25,00 2. Agora, vamos simular que em um período de recessão, as vendas caíram 37,5% atingindo 6.250 unidades produzidas, como ficará o custo e o preço de venda? Custo = ProduçãodeCapacidade FixasDespesaseCusto + Custo Variável por unidade. Custo = 6.250 100.000,00 + 5,00 => Custo = 16,00 + 5,00 = R$ 21,00 por unidade produzida. O preço de venda é determinado fixando-se um lucro de 20%, despesas financeiras 10% e comissão sobre vendas de 10% e então ficará: Markup = 1 –   100 101020  = 0,60 Preço de Venda = Markup ProdutodoCusto => Preço de Venda = 0,60 21,00 = R$ 35,00 Com tal preço, a Empresa ALFA perde competitividade no mercado, pois o preço proposto está muito acima do normalmente praticado. Caso a concorrência mantenha o preço de venda anterior, a empresa MK terá sérias dúvidas sobre o que fazer para vender o seu produto. Por isso, a empresa deve sempre tentar maximizar o volume de produção para conseguir reduzir o seu custo e manter um preço de venda competitivo. Exercícios 1) Uma determinada empresa tem um custo variável de R$ 10,00 por unidade produzida. Os custos e despesas fixas totalizam R$ 84.000,00, sendo sua capacidade de produção de 12.000 unidades. Essa empresa vem trabalhando considerando o seu nível de
  • 44. AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA www.consultefinancas.com.br 44 produção, onde preço de venda determina um lucro de 25%, despesas financeiras 15% e comissão sobre vendas de 10%. De posse desses dados, calcule o custo e preço de venda unitário do produto. 2) Com dados do exercício anterior, simule que em um período de recessão, as vendas caíram 35% atingindo 7.800 unidades produzidas, como ficará o custo e o preço de venda? 3) Agora admita que essa empresa em um determinado período, aumentou suas vendas em 15%, atingindo 13.800 unidades produzidas, em virtude do aquecimento da economia, calcule o custo e o preço de venda? PONTO DE EQUILÍBRIO FINANCEIRO O Ponto de Equilíbrio Financeiro é definido como o nível de receitas onde todos os custos (fixos e variáveis) e todas as despesas operacionais são cobertos. Acima deste ponto existe lucro e abaixo deste ponto, o prejuízo. É muito importante para a empresa, pois lhe possibilita: a) determinar o nível de operações que precisa manter para cobrir todos os custos e despesas operacionais; b) avaliar a lucratividade associada a vários níveis de vendas. Representação gráfica: TIPOS DE CUSTOS O custo das mercadorias vendidas (CMV) e as despesas operacionais da empresa contêm componentes de custos operacionais fixos e variáveis. Os dois tipos de custos são definidos por: a) Custo Fixo: em geral são contratuais, são os que se mantêm constantes para qualquer volume de vendas ou produção. Exemplo de Custo: mão de obra, aluguéis, depreciação. Exemplo de Despesa: despesas administrativas. b) Custo Variável: são os que sofrem alterações diretamente relacionadas com o volume de vendas ou de produção. Exemplo de Custo: matéria-prima, embalagens. Exemplo de Despesa: despesas com vendas. As empresas devem fazer um estudo detalhado para caracterizar quais são seus custos e despesas fixas e quais são seus custos e despesas variáveis, mas podemos caracterizar da seguinte forma: Indústria: Custo de Produto Vendido, como 60% são custos variáveis e 40% são custos fixos. RECEITAS CUSTOS= EQUILÍBRIO
  • 45. AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA www.consultefinancas.com.br 45 Comércio: Custo da Mercadoria Vendida como, 40% são custos variáveis e 60% são custos fixos. Prestação de Serviços: Custo da Prestação de Serviço, como 30% são custos variáveis e 70% são custos fixos. Quanto as Despesas Operacionais elas podem ser classificadas, independentes do segmento em: Despesas Administrativas: são consideradas despesas fixas Despesas de Vendas: são consideradas despesas variáveis. Despesas Financeiras: são consideradas despesas variáveis. CÁLCULO DO PONTO DE EQUILÍBRIO FINANCEIRO Ponto de Equilíbrio Financeiro = Vendas)/VariáveisDespesase(Custos-1 FixasDespesaseCustos => Exemplo: PEF = 20.625,00)/(12.133,00-1 6.885,00 = 0,59-1 6.885,00 = 0,41 6.885,00 = 16.792,68 => PEF= R$ 16.792,68 Análise do Ponto de Equilíbrio Financeiro Para esta empresa cobrir seus custos e despesas fixas e variáveis, a mesma deve vender no período estudado, R$ 16.792,68. Se ela vender abaixo deste valor, esta empresa terá prejuízo e se vender acima, terá lucro. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA R$ RT CT CDF6.885,00 x 16.792,68 0 Período Área de Prejuízo Área de Lucro Ponto de Equilíbrio
  • 46. AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA www.consultefinancas.com.br 46 Exercícios 1. Uma indústria apresenta os seguintes dados: Venda = R$ 229.265,00 Custo da Mercadoria Vendida = [(Custo Variável 60% = R$ 62.488,80) + (Custo Fixo 40% = R$ 41.659,20)] Custo da Mercadoria Vendida = R$ 104.148,00 Despesas Administrativas = R$ 11.899,00 (Despesa Fixa) Despesas de Vendas= R$ 27.400,00 (Despesa Variável) Despesas Financeira = R$ 965,00 (Despesa Variável) Calcular o ponto de equilíbrio financeiro dessa empresa, representar graficamente e comentar o resultado. 2. Em um determinado período uma empresa apurou os seguintes dados financeiros: Vendas = R$ 320.000,00 Custo da Mercadoria Vendida = R$ 200.000,00 (custo variável = 65% e custo fixo = 35%) Despesas administrativas = R$ 20.000,00 Despesas com vendas = R$ 30.000,00 Despesas financeiras = R$ 15.000,00 Com base nesses dados, pede-se para calcule o ponto de equilíbrio, construa o gráfico e comente. PONTO DE EQUILÍBRIO POR PRODUTO Da mesma forma como verificamos o ponto de equilíbrio financeiro da empresa, podemos descobrir qual o ponto de equilíbrio por produto, também considerando os custos e despesas fixas e os custos e despesas variáveis. Com o ponto de equilíbrio por produto o administrador financeiro colabora com o administrador da produção para definir qual o volume de fabricação e o volume de vendas de um determinado produto para que ele cubra seus custos e despesas fixas e variáveis. Fórmulas: Ponto de Equilíbrio (unid.) = (unit.)VariáveisDespesaseCusto-VendadePreço FixasDespesaseCustos Ponto de Equilíbrio (%) = Vendas Vendas)/VariáveisDespesase(Custos-1 FixasDespesaseCustos       x 100 => Exemplo: Uma empresa tem sua produção estimada em 8.000 unidades. Os custos e despesas fixas totalizam R$ 3.000,00. Os custos e despesas variáveis por unidade produzida somam R$ 0,70 e o preço de venda por unidade será de 2,20. Determine: a. A estimativa de lucro operacional nos seguintes níveis de produção 100%; b. O ponto de equilíbrio em unidades; c. A porcentagem de produção onde ocorre o equilíbrio; d. Construa o gráfico.
  • 47. AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA www.consultefinancas.com.br 47 Ponto de Equilíbrio (unid.) = (unit.)VariáveisDespesaseCusto-VendadePreço FixasDespesaseCustos PE (unid.) = 0,70-2,20 3.000,00 => PE = 1,50 3.000,00 => PE = 2.000 unidades Ponto de Equilíbrio (%) = Vendas Vendas)/VariáveisDespesase(Custos-1 FixasDespesaseCustos       x 100 => Ponto de Equilíbrio (%) = 17.600,00 17.600,00)/(5.600,00-1 3.000,00       x 100 => PEP = 17.600,00 0,3182-1 3.000,00       x 100 => PEP = 17.600,00 0,6818 3.000,00       x 100 => PEP = 17.600,00 4.400,12 x 100 => PEP = 0,25 x 100 = 25% REPRESENTAÇÃO GRÁFICA Exercício 1. Uma empresa tem sua produção estimada em 10.000 unidades. Os custos e despesas fixas totalizam R$ 4.500,00. Os custos e despesas variáveis por unidade produzida somam R$ 0,80 e o preço de venda por unidade será de R$ 2,60. Determine: a. A estimativa de lucro operacional nos seguintes níveis de produção 100%; b. O ponto de equilíbrio em unidades; c. A porcentagem de produção onde ocorre o equilíbrio; d. Construa o gráfico. R$ Ponto de Equilíbrio Área de Lucro Área de Prejuízo RT CT CDF3.000,00 2.000 0 4.400,00 0 Unidades
  • 48. AFO I PROFESSOR GERSON LEITE BEZERRA www.consultefinancas.com.br 48 5. ALAVANCAGEM OPERACIONAL, FINANCEIRA E TOTAL Alavancagem Operacional O uso potencial de custos operacionais fixos para aumentar os efeitos das mudanças nas vendas sobre os lucros da empresa antes dos juros e dos impostos (LAJIR). A alavancagem operacional pode ser definida também como a variação no lucro operacional decorrente de uma alteração no volume de produção (e de vendas) da empresa. Esse fenômeno deriva da existência de custos e despesas operacionais fixos, que permanecem sem alteração dentro de certos intervalos nos níveis de produção. À medida que somente seriam alteradas as receitas e os custos variáveis, quanto maior for a participação dos custos fixos nos custos totais, maior será a variação proporcional no lucro operacional. A magnitude do efeito dessa alteração no volume de produção sobre o lucro operacional é medida através do grau de alavancagem operacional (GAO), conforme fórmula apresentada a seguir: VENDASDEVOLUMEDO%VAR. LAJIRDO%VAR. GAO  A partir desta fórmula, podemos deduzir que: LAJIR ÃOCONTRIBUIÇDEMARGEM GAO  Alavancagem Financeira A capacidade da empresa usar encargos financeiros fixos a fim de maximizar os efeitos de variações no lucro antes dos juros e impostos (LAJIR). Conforme conceituado, as despesas financeiras são decorrentes dos empréstimos e financiamentos obtidos pela empresa e das respectivas taxas de encargos contratados. Estas despesas são deduzidas ao lucro operacional para se apurar o montante dos lucros antes do provisionamento do Imposto de Renda. Assim, o volume de despesas financeiras existentes determinará o impacto que uma variação no lucro operacional causará sobre o lucro antes do Imposto de Renda. O grau de alavancagem financeira (GAF), considerando o volume de produção e os preços de venda e custos operacionais fixos e variáveis, determina a variação ocorrida no lucro líquido (à medida que o Imposto de Renda corresponde a um percentual do lucro antes do provisionamento do imposto) decorrente de determinada variação no lucro operacional.