O documento reflete sobre as diferenças entre as identidades virtuais e reais das pessoas, notando como características e relacionamentos apresentados online nem sempre correspondem à realidade. O autor lembra de experiências em que pessoas se mostraram de forma falsa no virtual e como suas verdadeiras personalidades eram diferentes no mundo real.
2. Para muitos, a passagem do virtual para
o real é bastante dura.
Para outros,
impossível. Lembro-
me dela, que não era ela, era ele.
Lembro-me dele que não tinha charme
algum, embora fosse um verdadeiro Don
Juan no virtual.
Sabia muito bem lidar
com as palavras escritas...
DE GALVES
3. Lembro-me de toda aquela falsa
alegria que vários deixaram
transparecer durante
anos através das letras
e que no real, rolou ladeira abaixo.
Lembro-me de opções sexuais que
não eram verdadeiras e de amizades
DE GALVES não foram
que
sinceras...
4. Lembro-me daquela loira fatal, sexy,
sensual que enviava sempre suas fotos
causando frisson em
muitos.
Trinta, quarenta, quarenta e
cinco anos, talvez?
Não!
Já era avó e beirava
seus DE GALVES cinquenta
e poucos anos...
5. Lembro-me de críticos literários,
viviam de um sonho que
possivelmente jamais
concretizaram.
Lembro-me dos exaltados,
ferozes provocadores, verdadeiras
ovelhinhas no real.
Lembro-me de profissões virtuais,
Médicos, Advogados, Engenheiros,
seres reais que sequer tiveram
a oportunidade GALVES de passar na
DE
porta de uma faculdade...
6. Lembro-me dos donos da verdade virtuais,
apenas virtuais, no real, não tinham
opinião a respeito de nada, perdiam-se
dentro das suas próprias dúvidas. Lembro-
me dos vários intelectuais,
a maioria de porta de buteco.
Lembro-me de
amores que jamais passaram
para o real, pois no virtual já eram
impossíveis, se bem
que necessários...
DE GALVES
7. Lembro-me do caráter dos seres
virtuais, como distinguir os
bons e os maus?
Ainda não existe em nenhum
computador uma peça que se
encaixe e faça uma luz vermelha ou
verde piscar a cada e-mail que entra
na nossa caixa de correio nos dando a
informação que precisamos...
DE GALVES
8. Lembro-me dela que tomou ele da
outra e dessa mesma outra
que nunca foi dele, mas havia quem
dissesse: Ele é meu! Ela é minha!
No virtual, ninguém nunca
foi de ninguém e quando
chegaram ao real,
poucos foram de alguém...
DE GALVES
9. Lembro-me dos formadores de opinião e
das vaquinhas de presépio.
Lembro-me da
unanimidade virtual, talvez a
única coisa real.
Lembro-me de enigmas.
É assim ou assado?
É falso ou
verdadeiro?
E lembro-me dos especialistas
DEem enganar, trapacear,
GALVES
provocar...
10. Lembro-me dos ofendidos, feridos que
sangravam virtualmente até não poder
mais. Lembro-me das
doenças virtuais (?) , das mortes (?) , das
fugas (?) e dos sumiços(?) , seres que nem
mesmo no virtual conseguiram sustentar
seus personagens. Lembro-me dos ódios e
intrigas. Quem seria
o vilão e a vítima?
Jamais saberei...
DE GALVES
11. Lembro-me de mim, em meio a um tiroteio
invisível e a um carinho duvidoso.
Lembro-me tão bem das carências excessivas
que desabrochavam em palavras
dolorosas. Lembro-me da
criança que era um adulto
e do adulto que era uma criança.
Lembro-me da
ofensa, da necessidade de
denegrir a imagem de pessoas que incomodavam
as outras DE GALVES pelo simples
fato de se destacarem virtualmente...
12. Lembro-me finalmente,
que o virtual jamais
conseguiu ser real e que o
real vivia a anos luz do virtual.
Depois de
lembrar-me de tudo isso chego
à conclusão que apenas sei
que nada sei sobre o mundo
virtual, DE GALVES
assim como ninguém sabe.!