1. Saúde na mídia Brasília, 22 de novembro de 2011
Correio Braziliense/BR
Ministério da Saúde | Alexandre Padilha
Exemplo brasileiro
MUNDO
desafio do diagnóstico do Brasil, especialmente nas
regiões Norte e Nordeste, onde o número de pessoas
/>O documento divulgado ontem destaca o Brasil co- que têm a doença e não sabem é alto", avalia Padilha.
mo um exemplo de políticas públicas de sucesso no "Também temos que agir com mais efetividade entre
combate à Aids. "O Brasil tem investido de forma as mulheres e os jovens, grupos nos quais a doença
adequada há anos e foi um dos pioneiros em garantir o vem crescendo", completou o ministro, apontando o
acesso à prevenção do HIV e a tratamento para os segundo grupo como o principal foco das políticas
mais vulneráveis e marginalizados. Em 2008, o país públicas da área.
investiu cerca de US$ 600 milhões, um valor pró-
ximo do estimado ser necessário para uma resposta Para fazer frente à epidemia - que deixa de atingir
em larga escala", elogia o relatório, comparando a adultos e bebês para crescer entre os jovens -, o mi-
qualidade dos gastos brasileiros com os feitos pela nistério anunciou uma mudança na estratégia de
Rússia, que gastou um valor semelhante e não con- ação. "No lugar das campanhas antigas, estamos fa-
segue controlar o avanço rápido da doença. zendo ações mais específicas, por exemplo, em redes
sociais, programas populares de tevê e festivais, co-
O sucesso brasileiro se deve em parte ao foco de suas mo a Festa do Peão de Barretos e o Rock in Rio", afir-
campanhas direcionadas a populações mais vul- ma o ministro. "A epidemia mudou, e a forma de
neráveis. "O Brasil foi o primeiro país a investir para enfrentá-la também tem que mudar."
a disponibilização do tratamento antirretroviral em
larga escala, quando cientistas do próprio Banco Quanto mais cedo, melhor
Mundial questionavam essa prática", afirmou o
ministro da Saúde, Alexandre Padilha. "Além dis- O Unaids recomenda que, aos 6 anos, as crianças co-
so, o país é o único entre os que têm mais de 100 mi- mecem a receber informações sobre educação sexual
lhões de habitantes a manter um sistema público, e prevenção contra doenças. No Brasil, a re-
completo e universal de saúde, o SUS, que foi es- comendação do Ministério da Saúde é de que esse ti-
sencial para a interiorização do tratamento", contou. po de conteúdo seja introduzido a partir dos 12 anos -
medida considerada por alguns setores da sociedade
Os dados nacionais em relação à Aids só serão di- como um estímulo à sexualidade dos adolescentes. A
vulgados em 1º de dezembro, quando é comemorado ação, no entanto, foi novamente defendida pelo
o Dia Nacional da Luta Anti-Aids. "Podemos, no en- ministro Padilha, que criticou a posição da Igreja de
tanto, adiantar que a epidemia no Brasil segue o mes- pregar a abstinência sexual como forma de controle
mo ritmo da situação mundial, cada vez mais do vírus. "Não é ético assumir posições filosóficas e
próxima de ser controlada", afirmou o ministro. "Nos moralistas que não contribuem para a redução da epi-
últimos 10 anos, por exemplo, conseguimos reduzir demia."
em 45% o número de crianças com menos de 5 anos
com HIV", exemplificou.
Mesmo com os avanços no combate, a doença ainda
preocupa em outros aspectos. "Precisamos vencer o
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