Rede nacional vai apoiar criação de drogas anticâncer
1. Saúde na mídia Brasília, 03 de janeiro de 2012
Folha de S. Paulo/BR
Ministério da Saúde | Institucional
Rede nacional vai apoiar criação de drogas
anticâncer
SAÚDE
Nacional de Desenvolvimento e Inovação de Fár-
macos Anticâncer), criada para fomentar o de-
senvolvimento de drogas oncológicas no país.
O Brasil, que nunca desenvolveu um remédio contra
o câncer, gastou em 2010 R$ 1,9 bilhão com me-
dicamentos para a doença no SUS.
Em 2011, a estimativa é que esse valor tenha al-
cançado R$ 2,2 bilhões. Isso representa 3% do or-
çamento de R$ 70 bilhões do Ministério da Saúde
para ações e serviços de saúde no mesmo período.
SUSTENTABILIDADE
"O investimento em pesquisa é fundamental para a
sustentabilidade do SUS", diz Zich Moysés Júnior,
do Departamento do Complexo Industrial e Inovação
em Saúde do ministério. "Desde 1999 o gasto com ra-
DENISE MENCHEN dioterápicos mais do que dobrou, e o com qui-
mioterápicos aumentou seis vezes."
Verba do Ministério da Saúde servirá para mapear
as moléculas mais promissoras já estudadas no Bra- Após o mapeamento, que tem previsão de durar até
sil um ano, um comitê avaliará o potencial científico e de
mercado das substâncias identificadas. As mais pro-
Com recursos de outras fontes e parceria com em- missoras passarão a receber apoio direto do governo.
presas, plano é chegar à fase de testes clínicos e de
produção AJUDA DA INDÚSTRIA
A ajuda pode vir por meio da articulação com outros
O Brasil começará neste ano a fazer um mapeamento centros com expertise para tocar as etapas seguintes
de instituições de pesquisa oncológica e de mo- da pesquisa, do financiamento de estudos e registros
léculas já identificadas por cientistas que tenham po- de patente e da costura de acordos com a indústria far-
tencial como arma contra o câncer. macêutica, principalmente na fase de pesquisa clí-
nica, quando o candidato a medicamento é testado
A ideia é encontrar candidatos para receber apoio téc- em seres humanos.
nico e financeiro do governo, com o objetivo de me-
lhorar tratamentos e diminuir a dependência das "A etapa clínica é uma fase com custo muito alto", diz
importações na área no futuro. o coordenador de pesquisa clínica do Inca (Instituto
Nacional de Câncer), Carlos Gil Ferreira, res-
A iniciativa é o ponto de partida da Redefac (Rede
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Continuação: Rede nacional vai apoiar criação de drogas anticâncer
ponsável pela operacionalização da rede. Ele diz que R$ 8 milhões virão do BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social),
"Mundialmente, a tendência é que os governos di- e o restante, do Fundo Setorial de Saúde da Finep (Fi-
vidam os riscos, e também os lucros, com a iniciativa nanciadora de Estudos e Projetos, órgão do governo
privada. O plano é trazer esse modelo para o país", federal).
afirma Ferreira.
Procurado, o BNDES confirmou ter recebido pedido
Segundo ele, ao vender a patente para o setor pri- de financiamento, mas disse que ainda espera pro-
vado, a rede irá acertar formas de acesso facilitado à posta mais detalhada para análise.
nova droga pelo SUS. "Não faria sentido fazer todo
esse esforço se o acesso ao remédio não fosse ga- Moysés Júnior não soube precisar quanto é investido
rantido", afirma. hoje no setor, explicando que os recursos são dis-
tribuídos de forma dispersa. Para ele, uma das van-
Para começar os trabalhos, a rede conta com R$ 1 mi- tagens da Redefac será organizar as decisões de
lhão do Ministério da Saúde. Até 2014, deve re- investimento, priorizando estudos considerados
ceber outros R$ 16 milhões, segundo Moysés Júnior, mais importantes para o país.
do ministério.
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