1. Saúde na mídia Brasília, 12 de julho de 2011
Valor Econômico/BR
Ministério da Saúde | Alexandre Padilha
Saúde economizou R$ 603 milhões com novo
sistema de compras, diz ministro
BRASIL
política federal de compras públicas para a saúde pas-
sa pela adoção de um banco de preços com referência
internacional para produtos importados de Austrália,
Canadá, Espanha, Estados Unidos, França, Grécia,
Itália, Nova Zelândia e Portugal. Também inclui a
formação de equipes do ministério para a negociação
diretacom os fabricantes demedicamentos.Em acor-
do com Estados e municípios, a pasta centralizou a
aquisição de 40 tipos de remédios de alto custo. Por
fim, os procedimentos de compra seguem orien-
tações do Tribunal de Contas da União (TCU), o que
evita fraudes e dá mais transparência ao processo.
Alexandre Padilha: A centralização da compra na verdade reduz a Segundo Padilha, a substituição das licitações de Es-
possibilidade de fraudes que poderiam existir nos hospitais
tados e municípios pela compra direta pelo
Ministério da Saúde resultou em economia de R$
Luciano Máximo 220 milhões. Escolhemos os 40 medicamentos do
grupo especializado, que são os mais caros - para tra-
As novas políticas de compras governamentais do tamento de câncer, aids, hipertensão, doenças in-
Ministério da Saúde adotadas no início do ano co- flamatórias crônicas -, e fizemos uma associação
meçam a dar resultados. No primeiro semestre, a pas- com Estados e municípios. Em vez de cada um deles
ta economizou R$ 603 milhões com aquisições de fazer uma licitação, o ministério fecha a compra, o
remédios e insumos médicos distribuídos em hos- quenos permite umenorme ganhodeescala.Em mui-
pitais e postos do Sistema Único de Saúde de todo o tos casos reduzimos o preço pela metade, diz Pa-
país. Basicamente, o governo federal está ne- dilha.
gociando mais com produtores e centralizando as
compras de Estados e municípios, o que gera forte ga- O secretário estadual de Saúde do Amazonas, Wil-
nho de escala. son Duarte Alecrim, conta que o esquema funciona
há três meses no Estado da região Norte. Pagávamos
Cálculos do ministro Alexandre Padilha mostram R$ 8 mil por caixa de Glivec, um remédio da Novartis
que o gasto do governo federal com cerca de 80 itens, para tratamento de câncer. Desde abril, o ministério
como seringas e diferentes tipos de medicamentos, montou esse sistema, e o preço do remédio caiu para
atingiu R$ 1,711 bilhão de janeiro a junho. Sem as R$ 3 mil, R$ 3,5 mil, relata Alecrim. Segundo ele, o
nossas ações para centralizar as compras no mi- abastecimento não foi afetado. O ministério contrata
nistério e também para coibir fraudes em licitações, o o serviço de uma empresa de logística para fazer a
valor teria ficado acima de R$ 2,3 bilhões, diz Pa- distribuição, que tem funcionado regularmente.
dilha.
Padilha esclarece que o Ministério da Saúde tem um
Elaborada com apoio do Instituto de De- sistema informatizado que facilita a distribuição des-
senvolvimento Gerencial (INDG), que era co- ses medicamentos em todo o país. Pelo fato de serem
mandado pelo empresário Jorge Gerdau, a nova
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2. Saúde na mídia Brasília, 12 de julho de 2011
Valor Econômico/BR
Ministério da Saúde | Alexandre Padilha
Continuação: Saúde economizou R$ 603 milhões com novo sistema de compras, diz ministro
remédios muito caros e que tratam de problemas sé- didas racionalizam o processo de compras, mas o
rios de saúde, o paciente preenche uma ficha es- ministério também precisa ser controlado.
pecífica para passar a recebê-los. Sabemos
exatamente quem são as pessoas que precisam e até O ministro também disse que o dinheiro eco-
onde elas moram. Houve rumores de que a cen- nomizado será investido na ampliação da assistência
tralização da compra poderia prejudicar o abas- farmacêutica do SUS, com a oferta de mais me-
tecimento, mas, na verdade, reduz a possibilidade de dicamentos em hospitais e postos de saúde. Já in-
fraudes que poderiam existir nos hospitais, com- corporamos um novo remédio para tratamento da
plementa Padilha. hepatite C e estudamos a compra direta de outros dez
produtos.
Para a médica Lígia Bahia, professora da Uni-
versidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), as me-
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