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Saúde na mídia                                                                                          Brasília, 26 de maio de 2011
                                                                                                              Correio Braziliense/BR
                                                                                                   Ministério da Saúde | Institucional



                                                  Vacinas do futuro
                                                                         SAÚDE
                                            Edgard Garrido/Reuters - 23/3/10
                                                                               Edição da Nature mostra a importância da imu-
                                                                               nização para prevenir e erradicar doenças, mas aler-
                                                                               ta que novas estratégias precisam ser desenvolvidas
                                                                               contra males como a Aids, a tuberculose e a malária.
                                                                               Novidades devem sair dos laboratórios na próxima
                                                                               década

                                                                               PALOMA OLIVETO

                                                                               Até o século 18, a varíola era uma doença letal. Ter as
                                                                               marcas das temidas bexigas espalhadas pelo corpo
                                                                               era quase assinar o próprio atestado de óbito. So-
 Vacinação em Honduras: cena que se tornou comum no mundo graças à
               descoberta da imunização, há 215 anos                           mente na Inglaterra, 10% da população morreu nos
                                                                               anos 1700 devido à infecção pelo orthopoxvirus. En-
                                                                               tão uma descoberta mudou a forma como o mundo li-
                                                                               dava não somente com essa moléstia, mas com todos
                                                                               os outros males transmitidos por micro-organismos.
                                                                               O médico britânico Edward Jenner observou que pes-
                                                                               soas infectadas por um vírus bovino muito se-
                                                                               melhante ao da varíola, o cowpoxvirus, estavam
                                           Joseph Okanga/Reuters - 15/12/10
                                                                               imunes contra a forma letal da doença. Em 14 de
                                                                               maio de 1796, ele fez um experimento que re-
                                                                               volucionou a medicina: retirou uma pequena quan-
                                                                               tidade de sangue de uma mulher doente e inoculou a
                                                                               amostra em uma criança. Ocorria a descoberta da va-
                                                                               cina.

                                                                               Passados 215 anos, a varíola já não preocupa a saúde
                                                                               pública. Ela foi considerada erradicada pela
                                                                               Organização Mundial de Saúde (OMS ).Mas ou-
                                                                               tras doenças precisam urgentemente de estratégias
Teste de vacina contra a malária no Quênia: mais da metade dos casos da
                                                                               semelhantes, dizem cientistas na edição de hoje da re-
doença ocorrem no continente africano, e as crianças com menos de 5 anos       vista Nature. Um especial sobre imunologia reflete
                          são as mais afetadas
                                                                               os avanços e os desafios da área, elegendo três doen-
                                                                               ças prioritárias para o desenvolvimento de vacinas:
                                                                               Aids, malária e tuberculose. Juntas, elas provocam
                                                                               mais de5 milhões demortes anuais em todoo mundo.

                                                                               Confinados em seus laboratórios, pesquisadores têm
                                                                               buscado incessantemente uma resposta rápida de pre-
                                                                               venção a esses males. Apesar dos esforços, ainda não
                                                                               se chegou a um produto eficaz. Mas, na próxima dé-

Saúde na mídia                                                                                                                   pg.2
Saúde na mídia                                                                     Brasília, 26 de maio de 2011
                                                                                         Correio Braziliense/BR
                                                                              Ministério da Saúde | Institucional

                                                                                         Continuação: Vacinas do futuro


cada, o cenário pode mudar. "Novos avanços con-           os aminoácidos específicos existentes nas proteínas
ceituais e tecnológicos indicam que será possível         dos vírus", conta ao Correio Barton Haynes, diretor
desenvolver vacinas contra essas doenças em 10            do Centro de Imunologia e Vacinas para HIV/Aids da
anos. Esses avanços incluem novos regimes de imu-         Universidade de Duke, que lidera o consórcio. "A no-
nização prime-boost (doses de reforço sucessivas à        va abordagem, porém, é composta de muitas se-
primeira vacina), novos adjuvantes (compostos far-        quências cridas em computador que podem fazer
macêuticos), bem como novos métodos de apre-              com que o organismo responda à grande variedade de
sentação de antígenos", escreveram na Nature Rino         cepas do HIV", explica. Ele diz que a expectativa da
Rappuoli e Alan Aderem, pesquisadores da Novartis         equipe é já começar os testes em humanos no ano que
Vacinas e Diagnósticos da Itália e do Instituto de Pes-   vem. "Estamos muito empolgados, pois os ensaios
quisa Biomédica de Seattle, respectivamente.              em animais foram muito promissores", diz Haynes.

Novas abordagens                                          [FOTO2]

Os cientistas defendem que o sucesso do de-               Reengenharia
senvolvimento de vacinas inovadoras depende, em
grande parte, da "habilidade de usar novas abor-          No casodaMycobacterium tuberculosis, o bacilores-
dagens", além de aumentar a quantidade de ensaios         ponsável pela tuberculose, já existe uma vacina, a
clínicos. Graças aos avanços das pesquisas sobre o        BCG, desenvolvida há um século. Apesar de evitar o
DNA e na área de biologia molecular, o desafio pode       contágio e a mortalidade em crianças, a imunização é
ser vencido, acreditam Rappuoli e Aderem. No ar-          incapaz de proteger adultos e idosos. Em todo o mun-
tigo, eles lembram que as vacinas contra o vírus da       do, cerca de 6 bilhões de pessoas são portadoras de
Aids começaram a ser desenvolvidas ainda na década        uma infecção latente que, em 10% dos casos, evolui
de 1980. Dez anos depois, iniciaram os testes que, po-    para a doença ativa. O futuro do combate à doença po-
rém, falharam. Os cientistas observaram que, in vi-       de estar na reengenharia genética, sugerem os au-
tro, os anticorpos da imunização neutralizava apenas      tores.
a cepa usada para a produção da vacina. Eles não
combatiam uma das características mais brutais do         Apesar de associada aos poetas do romantismo, mo-
vírus: sua diversidade genética.                          vimento literário do século 19, a tuberculose ainda é
                                                          uma doença contemporânea. Mesmo a Inglaterra, a
"Foram fracassos atrás de fracassos, que sempre es-       terra de Lord Byron, talvez o principal expoente do
barraram em diversos problemas, como baixa efi-           mal em sua época, ainda registra 9 mil casos por ano,
cácia e ampla resistência do HIV. Mas tentativas          com um aumento de 50% na incidência desde 1999.
estão sendo feitas para alcançar novas estratégias        No Brasil, a partir de 1990, a prevalência da tu-
mais positivas", afirma ao Correio Alan Aderem. É o       berculose diminuiu 26%, com queda de 32% na taxa
que vem acontecendo nos laboratórios vinculados a         de mortalidade, mas ainda surgem 72 mil casos por
um consórcio internacional de pesquisas para com-         ano, com 4,7 mil mortes em decorrência da doença,
bate ao HIV. Os cientistas trabalham no desenho da        de acordo com o Ministério da Saúde.
primeira vacina de mosaico - composta por se-
quências sintéticas de proteínas que combatem a va-       O Instituto Nacional de Coração e Pulmão do Im-
riedade genética do vírus.                                perial College de Londres vem trabalhando para er-
                                                          radicar o mal. Há dois meses, o professor Ajij
"As vacinas tradicionais contra o HIV são de-             Lalvani, que lidera o projeto, publicou um artigo des-
senhadas para que o sistema imunológico reconheça         crevendo uma descoberta que poderá acabar de vez

Saúde na mídia                                                                                                   pg.3
Saúde na mídia                                                                    Brasília, 26 de maio de 2011
                                                                                        Correio Braziliense/BR
                                                                             Ministério da Saúde | Institucional

                                                                                        Continuação: Vacinas do futuro


com a tuberculose. Os pesquisadores identificaram        A edição especial da Nature também faz um alerta.
uma proteína, a EspC, que desencadeia uma forte res-     De nada adianta os cientistas se esforçarem para ob-
posta imunológica em pessoas infectadas pela Myco-       ter novas vacinas se médicos, enfermeiros e a po-
bacterium tuberculosis. "É a resposta mais rápida já     pulação em geral não entenderem os benefícios e
provocada por qualquer outra molécula conhecida",        mesmo os riscos associados à imunização. Uma pes-
comemora Lalvani, em entrevista ao Correio. "Essa        quisa feita na Comunidade Europeia mostrou que um
proteína é secretada pela bactéria da tuberculose, mas   quinto dos pais têm dúvidas se vacinam ou não seus
não pela vacina BCG. Como resultado, essa vacina         filhos. "As estratégias têm de focar os grupos em que
não induz uma resposta imune à EspC. Então, ao de-       os ganhos reais podem ser feitos: os pais que têm dú-
senvolvermos uma nova vacina podemos combater            vidas mas se preocupam também, mais do que aque-
melhor a doença", diz.                                   les que se recusam terminantemente a vacinar as
                                                         crianças", escreveu na revista Julie Leask, do Centro
Proteína                                                 de Imunização da Universidade de Sidney.

Considerada uma doença negligenciada, a malária          Casca de ferida
mata 900 mil pessoas por ano, sendo que a maioria
das mortes ocorrem em crianças com menos de 5            No século 11, a medicina chinesa desenvolveu um
anos na região da África subsaariana. Estratégias de     método para imunizar crianças contra a varíola. As
prevenção, como o uso de mosquiteiros, não têm sido      cascas das bexigas eram raspadas e aspiradas para
suficientes para frear a fome do mosquito vetor da       evitar o contágio. Mas Jenner é considerado o pai da
doença. Também graças a uma proteína, poderá ser         imunologia moderna. Segundo a Fundação Oswal-
possível desenvolver uma vacina contra o mal. Em         do Cruz, a etimologia da palavra vacina está di-
parceria, o laboratório Merck, a Iniciativa PATH Ma-     retamente ligada à descoberta de Edward Jenner.
lária e o Centro Médico Langone NYU, de Nova             Vacina vem do latim vaccinus, cujo radical é vacca
York, estão buscando uma nova abordagem para evi-        (vaca).
tar que o parasita chegue ao fígado. Nessa fase, a
doença se desenvolve, devastando o organismo.            Menor proteção

Os cientistas advogam que uma vacina poderá in-          Durante um congresso da Liga Europeia contra o
terromper o ciclo. A proteína circunsporozoíta de-       Reumatismo, foi apresentada, ontem, uma pesquisa
sempenha um papel crítico no desenvolvimento da          da Universidade de São Paulo mostrando que pa-
malária. Conseguir boloqueá-la pode significar a pre-    cientes de reumatismo respondem menos à vacina
venção da doença, já que, se o parasita não chegar ao    contra o vírus H1N1, causador popularmente cha-
fígado, a pessoa pode até ser picada pelo mosquito,      mada gripe suína. Um estudo sobre a eficácia da imu-
masnãosofrerádos sintomas dadoença. Ostestes ini-        nização em 340 portadores de reumatismo e 234
ciais destinam-se à aplicação da vacina em crianças      pessoas saudáveis mostrou que a eficácia da vacina é
com menos de 1 ano, mas os pesquisadores acreditam       20% mais baixa no primeiro grupo.
que a abordagem também poderá ajudar a prevenir o
mal em adultos vulneráveis ao Plasmodium fal-
ciparum, mais letal parasita da malária.




Saúde na mídia                                                                                                  pg.4

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  • 1. Saúde na mídia Brasília, 26 de maio de 2011 Correio Braziliense/BR Ministério da Saúde | Institucional Vacinas do futuro SAÚDE Edgard Garrido/Reuters - 23/3/10 Edição da Nature mostra a importância da imu- nização para prevenir e erradicar doenças, mas aler- ta que novas estratégias precisam ser desenvolvidas contra males como a Aids, a tuberculose e a malária. Novidades devem sair dos laboratórios na próxima década PALOMA OLIVETO Até o século 18, a varíola era uma doença letal. Ter as marcas das temidas bexigas espalhadas pelo corpo era quase assinar o próprio atestado de óbito. So- Vacinação em Honduras: cena que se tornou comum no mundo graças à descoberta da imunização, há 215 anos mente na Inglaterra, 10% da população morreu nos anos 1700 devido à infecção pelo orthopoxvirus. En- tão uma descoberta mudou a forma como o mundo li- dava não somente com essa moléstia, mas com todos os outros males transmitidos por micro-organismos. O médico britânico Edward Jenner observou que pes- soas infectadas por um vírus bovino muito se- melhante ao da varíola, o cowpoxvirus, estavam Joseph Okanga/Reuters - 15/12/10 imunes contra a forma letal da doença. Em 14 de maio de 1796, ele fez um experimento que re- volucionou a medicina: retirou uma pequena quan- tidade de sangue de uma mulher doente e inoculou a amostra em uma criança. Ocorria a descoberta da va- cina. Passados 215 anos, a varíola já não preocupa a saúde pública. Ela foi considerada erradicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS ).Mas ou- tras doenças precisam urgentemente de estratégias Teste de vacina contra a malária no Quênia: mais da metade dos casos da semelhantes, dizem cientistas na edição de hoje da re- doença ocorrem no continente africano, e as crianças com menos de 5 anos vista Nature. Um especial sobre imunologia reflete são as mais afetadas os avanços e os desafios da área, elegendo três doen- ças prioritárias para o desenvolvimento de vacinas: Aids, malária e tuberculose. Juntas, elas provocam mais de5 milhões demortes anuais em todoo mundo. Confinados em seus laboratórios, pesquisadores têm buscado incessantemente uma resposta rápida de pre- venção a esses males. Apesar dos esforços, ainda não se chegou a um produto eficaz. Mas, na próxima dé- Saúde na mídia pg.2
  • 2. Saúde na mídia Brasília, 26 de maio de 2011 Correio Braziliense/BR Ministério da Saúde | Institucional Continuação: Vacinas do futuro cada, o cenário pode mudar. "Novos avanços con- os aminoácidos específicos existentes nas proteínas ceituais e tecnológicos indicam que será possível dos vírus", conta ao Correio Barton Haynes, diretor desenvolver vacinas contra essas doenças em 10 do Centro de Imunologia e Vacinas para HIV/Aids da anos. Esses avanços incluem novos regimes de imu- Universidade de Duke, que lidera o consórcio. "A no- nização prime-boost (doses de reforço sucessivas à va abordagem, porém, é composta de muitas se- primeira vacina), novos adjuvantes (compostos far- quências cridas em computador que podem fazer macêuticos), bem como novos métodos de apre- com que o organismo responda à grande variedade de sentação de antígenos", escreveram na Nature Rino cepas do HIV", explica. Ele diz que a expectativa da Rappuoli e Alan Aderem, pesquisadores da Novartis equipe é já começar os testes em humanos no ano que Vacinas e Diagnósticos da Itália e do Instituto de Pes- vem. "Estamos muito empolgados, pois os ensaios quisa Biomédica de Seattle, respectivamente. em animais foram muito promissores", diz Haynes. Novas abordagens [FOTO2] Os cientistas defendem que o sucesso do de- Reengenharia senvolvimento de vacinas inovadoras depende, em grande parte, da "habilidade de usar novas abor- No casodaMycobacterium tuberculosis, o bacilores- dagens", além de aumentar a quantidade de ensaios ponsável pela tuberculose, já existe uma vacina, a clínicos. Graças aos avanços das pesquisas sobre o BCG, desenvolvida há um século. Apesar de evitar o DNA e na área de biologia molecular, o desafio pode contágio e a mortalidade em crianças, a imunização é ser vencido, acreditam Rappuoli e Aderem. No ar- incapaz de proteger adultos e idosos. Em todo o mun- tigo, eles lembram que as vacinas contra o vírus da do, cerca de 6 bilhões de pessoas são portadoras de Aids começaram a ser desenvolvidas ainda na década uma infecção latente que, em 10% dos casos, evolui de 1980. Dez anos depois, iniciaram os testes que, po- para a doença ativa. O futuro do combate à doença po- rém, falharam. Os cientistas observaram que, in vi- de estar na reengenharia genética, sugerem os au- tro, os anticorpos da imunização neutralizava apenas tores. a cepa usada para a produção da vacina. Eles não combatiam uma das características mais brutais do Apesar de associada aos poetas do romantismo, mo- vírus: sua diversidade genética. vimento literário do século 19, a tuberculose ainda é uma doença contemporânea. Mesmo a Inglaterra, a "Foram fracassos atrás de fracassos, que sempre es- terra de Lord Byron, talvez o principal expoente do barraram em diversos problemas, como baixa efi- mal em sua época, ainda registra 9 mil casos por ano, cácia e ampla resistência do HIV. Mas tentativas com um aumento de 50% na incidência desde 1999. estão sendo feitas para alcançar novas estratégias No Brasil, a partir de 1990, a prevalência da tu- mais positivas", afirma ao Correio Alan Aderem. É o berculose diminuiu 26%, com queda de 32% na taxa que vem acontecendo nos laboratórios vinculados a de mortalidade, mas ainda surgem 72 mil casos por um consórcio internacional de pesquisas para com- ano, com 4,7 mil mortes em decorrência da doença, bate ao HIV. Os cientistas trabalham no desenho da de acordo com o Ministério da Saúde. primeira vacina de mosaico - composta por se- quências sintéticas de proteínas que combatem a va- O Instituto Nacional de Coração e Pulmão do Im- riedade genética do vírus. perial College de Londres vem trabalhando para er- radicar o mal. Há dois meses, o professor Ajij "As vacinas tradicionais contra o HIV são de- Lalvani, que lidera o projeto, publicou um artigo des- senhadas para que o sistema imunológico reconheça crevendo uma descoberta que poderá acabar de vez Saúde na mídia pg.3
  • 3. Saúde na mídia Brasília, 26 de maio de 2011 Correio Braziliense/BR Ministério da Saúde | Institucional Continuação: Vacinas do futuro com a tuberculose. Os pesquisadores identificaram A edição especial da Nature também faz um alerta. uma proteína, a EspC, que desencadeia uma forte res- De nada adianta os cientistas se esforçarem para ob- posta imunológica em pessoas infectadas pela Myco- ter novas vacinas se médicos, enfermeiros e a po- bacterium tuberculosis. "É a resposta mais rápida já pulação em geral não entenderem os benefícios e provocada por qualquer outra molécula conhecida", mesmo os riscos associados à imunização. Uma pes- comemora Lalvani, em entrevista ao Correio. "Essa quisa feita na Comunidade Europeia mostrou que um proteína é secretada pela bactéria da tuberculose, mas quinto dos pais têm dúvidas se vacinam ou não seus não pela vacina BCG. Como resultado, essa vacina filhos. "As estratégias têm de focar os grupos em que não induz uma resposta imune à EspC. Então, ao de- os ganhos reais podem ser feitos: os pais que têm dú- senvolvermos uma nova vacina podemos combater vidas mas se preocupam também, mais do que aque- melhor a doença", diz. les que se recusam terminantemente a vacinar as crianças", escreveu na revista Julie Leask, do Centro Proteína de Imunização da Universidade de Sidney. Considerada uma doença negligenciada, a malária Casca de ferida mata 900 mil pessoas por ano, sendo que a maioria das mortes ocorrem em crianças com menos de 5 No século 11, a medicina chinesa desenvolveu um anos na região da África subsaariana. Estratégias de método para imunizar crianças contra a varíola. As prevenção, como o uso de mosquiteiros, não têm sido cascas das bexigas eram raspadas e aspiradas para suficientes para frear a fome do mosquito vetor da evitar o contágio. Mas Jenner é considerado o pai da doença. Também graças a uma proteína, poderá ser imunologia moderna. Segundo a Fundação Oswal- possível desenvolver uma vacina contra o mal. Em do Cruz, a etimologia da palavra vacina está di- parceria, o laboratório Merck, a Iniciativa PATH Ma- retamente ligada à descoberta de Edward Jenner. lária e o Centro Médico Langone NYU, de Nova Vacina vem do latim vaccinus, cujo radical é vacca York, estão buscando uma nova abordagem para evi- (vaca). tar que o parasita chegue ao fígado. Nessa fase, a doença se desenvolve, devastando o organismo. Menor proteção Os cientistas advogam que uma vacina poderá in- Durante um congresso da Liga Europeia contra o terromper o ciclo. A proteína circunsporozoíta de- Reumatismo, foi apresentada, ontem, uma pesquisa sempenha um papel crítico no desenvolvimento da da Universidade de São Paulo mostrando que pa- malária. Conseguir boloqueá-la pode significar a pre- cientes de reumatismo respondem menos à vacina venção da doença, já que, se o parasita não chegar ao contra o vírus H1N1, causador popularmente cha- fígado, a pessoa pode até ser picada pelo mosquito, mada gripe suína. Um estudo sobre a eficácia da imu- masnãosofrerádos sintomas dadoença. Ostestes ini- nização em 340 portadores de reumatismo e 234 ciais destinam-se à aplicação da vacina em crianças pessoas saudáveis mostrou que a eficácia da vacina é com menos de 1 ano, mas os pesquisadores acreditam 20% mais baixa no primeiro grupo. que a abordagem também poderá ajudar a prevenir o mal em adultos vulneráveis ao Plasmodium fal- ciparum, mais letal parasita da malária. Saúde na mídia pg.4