SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 10
Descargar para leer sin conexión
1
               O Uso da TV/Vídeo e Informática como Incentivo à Aprendizagem
                     Na Escola M. E. F. Maria Socorro Viana de Almeida

                                  Daiani L. Barth1, Jucelino Gabriel da Cruz2



              Resumo: Este artigo é o resultado do projeto pedagógico “Conhecendo a História de Cacoal”, com
              ações e pesquisas que enfatizam a temática “O Uso das Tics e Mídias como Incentivo à
              Aprendizagem”. Projeto este desenvolvido com os alunos do 9º ano do Ensino Fundamental da
              Escola M.E.F Maria Socorro Viana de Almeida, escola pública do município de Cacoal-RO.
              Objetiva-se com o presente trabalho, demonstrar como o uso das mídias TV e Vídeo e Informática
              podem culminar numa aprendizagem significativa. Propiciar a descoberta e a produção de
              conhecimento, é possível, adotando recursos audiovisuais. Principalmente se a cultura digital que o
              educando possui for aproveitada.


Palavras-chave: Educação; Mídias; TV/Vídeo; Informática; Aprendizagem.



Introdução

           Tratar do emprego das Tecnologias da Informação e da Comunicação é algo demasia-
damente amplo. Assim, abordamos o uso da TV/Vídeo e informática, mais especificamente na
produção audiovisual, onde o aluno se lança na descoberta de fatos importantes da vida de al-
guns pioneiros do município de Cacoal, fatos estes que se confundem com a história do pró-
prio município, constituindo assim, os limites dados a este trabalho.

           Estudar o emprego das mídias e das tecnologias da informação e da comunicação na
educação, por meio do E-ProInfo, trouxe uma gama de conhecimentos importantes.

           Adotar produtos audiovisuais em sala de aula que tenham relação com o conteúdo a
ser trabalhado torna o ensino dinâmico, como considera Moran: “As linguagens da TV e do
vídeo respondem à sensibilidade dos jovens e da grande maioria da população adulta. São di-
nâmicas, dirigem-se antes à afetividade do que à razão.” (1995, p. 27 a 35). Propiciam assim,
o trabalho interdisciplinar e transdisciplinar na escola. Enquanto muitos educadores reclamam
que não existe motivação nem interesse por parte dos alunos aos conteúdos abordados em su-
as aulas, Moran sugere que: “Os alunos podem ser incentivados a produzir dentro de uma de-
terminada matéria, ou dentro de um trabalho interdisciplinar.”


1
    daiani.barth@unir.br, Fundação Universidade Federal de Rondônia.
2
    jdgabrielcacoal@gmail.com, Secretaria Municipal de Educação, município de Cacoal-RO.
2
         Pretende-se que as discussões aqui tratadas, o seu cunho social e educativo, possam
interessar a estudantes de pedagogia, a pedagogos, a professores, enfim, a todos os educadores
que objetivam fazer de sua prática pedagógica uma constante inovação, bem como debater es-
se tema no ambiente educativo em que atua, enriquecendo-o ainda mais. É seguir o longo ca-
minho na busca por uma aprendizagem dinâmica, contínua e significativa.

         Ora, se a aprendizagem acontece num processo contínuo e dinâmico, o ensino tam-
bém deve sê-lo. Salas de aula onde os professores eram os donos do conhecimento e os alunos
apenas ouviam passivamente e tentavam reproduzir, já não são mais concebidas. Os conheci-
mentos de mundo que o aluno possui devem ser valorizados3. A cultura digital4 pode ser usa-
da em favor da aprendizagem, já que convivemos com inúmeras tecnologias e mídias, que
convergem e que transmitem informações em todos os momentos. Assim, propiciar espaços
onde o aluno possa produzir conhecimentos ao confrontar com os previamente elaborados, é
ideal.

         Por meio da presente pesquisa buscou-se identificar os moradores mais antigos dos
bairros e colher informações e depoimentos sobre suas histórias de vida e sobre a história do
município de Cacoal. O objetivo almejado com a referida pesquisa foi, principalmente, de in-
centivar a aprendizagem dos estudantes, com o uso das mídias TV, vídeo e informática, con-
forme trataremos a seguir.

         2. O uso da TV/Vídeo e informática como incentivo à aprendizagem

         Adotar a TV e o vídeo como ferramenta de incentivo à aprendizagem é algo relevante,
uma vez que ele possui múltiplas linguagens, como destaca Moran, “O vídeo é sensorial, vi-
sual, linguagem falada, linguagem musical e escrita” (1995, p. 27 a 35), acrescentando, tam-
bém, que estas linguagens se dão de forma interativa. Esse destaque, segundo Moran, é para
justificar o poder que ele exerce sobre os jovens e adultos.

         Posto isso, faz parte de uma tendência, almejar espaços educativos mais modernos,
mais dinâmicos e interativos, onde a aprendizagem ocorra de fato e que seja significativa,




3
 Um dos idealizadores dessa inovação é o educador Paulo Freire.
4
 O termo cultura digital, vem sendo usado em diferentes situações por diversos autores, para falar do impacto
das tecnologias digitais na sociedade.
3
                                   5
com vistas à educomunicação , onde as novas tecnologias podem ser utilizadas a serviço do
processo de ensino-aprendizagem.
        A metodologia adotada, foi a do Paradigma Qualitativo, e, considerando o aspecto da
maneira de coleta de dados, a tipologia de pesquisa é a pesquisa-ação, definida por Gil, (2002,
p. 55 apud Thiollent, 1995, p. 14):
                                    ...um tipo de pesquisa com base empírica que é concebida e realizada em
                           estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no
                           qual os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema
                           estão envolvidos de modo cooperativo e participativo.
        Ações que envolvem o uso das TIC’s e Mídias no ambiente escolar são colocadas em
prática país afora. Tais ações podem e devem ser discutidas com a comunidade escolar, a fim
de concordar seu melhor emprego e objetivos. O uso dessas tecnologias deve respeitar as ca-
racterísticas e necessidades de cada instituição educativa, como compartilha OROFINO: “Não
existe uma fórmula a ser seguida. Devemos, isto sim, possibilitar a apropriação de um conhe-
cimento, que deve então ser traduzido, a fim de oferecer propostas às necessidades de cada
contexto, cada escola...” (2005, p. 116)
        Iniciativas do governo federal, em parceria com os estados e municípios, têm sinaliza-
do novos rumos a serem seguidos, como por exemplo, a formação de professores para o uso
das Tecnologias da Informação e da Comunicação no ambiente educativo. Nessa perspectiva,
Orofino aponta algumas diretrizes, segundo ela:
                                    A educação escolar precisa de uma perspectiva crítica para o uso das mi
                           dias que avance para além da proposta de leitura crítica dos meios e que proponha a
                           produção criativa no próprio espaço escolar como construção de respostas sociais
                           aos meios de comunicação de massa e que propicie modos de construção de visibili-
                           dade para as culturas locais e para as diferentes identidades socioculturais. (2005, p.
                           117)
        As instituições escolares, nesta última década, estão sendo preparadas para receber a
clientela da atual era da comunicação. Laboratórios de informática e conexão com a internet
não são autosuficientes para que estes alunos sejam “letrados midiaticamente”. O material
humano preparado por meio do ProInfo6 ainda não contempla as demandas. Este programa
tem a função de formar professores. Estes, por sua vez, é que teriam a função de promover a



5
  O conceito da educomunicação propõe a construção de ecossistemas comunicativos abertos, dialógicos e criati-
vos, nos espaços educativos, quebrando a hierarquia na distribuição do saber.
6
  Programa educacional que tem objetivo de promover o uso pedagógico da informática na rede pública de edu-
cação básica.
4
“alfabetização crítica da mídia”. Aqui, para concordar com Orofino, citamos Mocellin, onde
destaca que:
                                      [...] é extremamente atual – apesar da defasagem brasileira neste campo – a
                             discussão sobre a urgente necessidade do letramento midiático, alcançado por meio
                             da alfabetização crítica da mídia, visando dar poderes aos alunos para que possam
                             ampliar sua participação na sociedade e promover a democracia e a justiça social.
                             (2009, p. 34 e 35)
          Em relação aos gêneros televisuais, o projeto adota, segundo Fechine, o “formato fun-
dado no diálogo”, uma vez que “é aquele fundado essencialmente na conversação interpesso-
al, na exploração das situações de interlocução direta e nas suas diferentes manifestações.”
(2001, p. 20), e, de fato, os estudantes buscaram desenvolver a habilidade do diálogo, e perce-
beram-se como cidadãos participativos e construtores de conhecimento.


3. Do trabalho prático com a mídia TV e Vídeo e Informática


          Os alunos conheceram o trabalho a ser desenvolvido no segundo bimestre/2012 ao ler
a webquest7, onde se encontrava os detalhes do projeto pedagógico. Estudariam a história do
município de Cacoal de uma forma diferente, que fariam visitas aos bairros circunvizinhos da
escola com a finalidade de localizar o morador mais antigo. Este seria convidado a gravar
uma entrevista onde os próprios alunos seriam os apresentadores. Estava programada, tam-
bém, uma visita a um canal de TV da cidade. Em seguida, os grupos foram formados.


3.1. Da visita aos bairros circunvizinhos da escola e identificação dos moradores mais antigos


          Um olhar diferente à própria realidade em que viviam. Tal constatação ocorreu ao ver
os “pesquisadores” andando com seus colegas pelas ruas do bairro onde moravam. Tínha-se
ainda a missão de localizar um morador mais antigo do bairro e convencê-lo a narrar sua his-
tória de vida e o que acompanhou da história do município – e foram localizados em todas as
visitas realizadas. Três bairros foram visitados por cada turma: Bairro Vitória, Bairro Habitar
Brasil e Bairro BNH. A escolha foi pautada observando: Bairros circunvizinhos da escola,
bairros recém-formados, bairros de classe média. Esta última característica pertence ao bairro
BNH, que fica mais afastado da escola. Os demais bairros foram visitados apenas pelo grupo

7
    Termo dado roteiros de trabalhos disponíveis em rede. A webquest mencionada se encontra no endereço:
<http://www.webquestbrasil.org/criador2/webquest/soporte_tablon_w.php?id_actividad=11182&id_pagina=1>
5
responsável por encontrar um dos pioneiros do bairro e convidá-lo a participar da entrevista.
Alguns deles não aceitaram gravar entrevistas, essa foi uma das dificuldades encontradas. Op-
tou-se por não entrevistar presidentes de bairro, para que houvesse imparcialidade nas infor-
mações adquiridas. Em um segundo momento, realizou-se uma mesa redonda com a finalida-
de de debater sobre os pontos observados.


3.2. Da visita ao canal de TV


         Ampliar conhecimentos acerca do funcionamento de uma emissora de televisão fazia-
se necessário, não simplesmente por conhecer, mas porque deveriam, posteriormente, colocar
em prática conhecimentos adquiridos nas observações e nos diálogos com os diversos profis-
sionais que ali trabalhavam. Entrevistar alguém e editar vídeos assustava um pouco, por ser
algo novo e que exigia certa perícia.




Figura 1: Alunos do 9º ano A, prontos para conhecer a sede da TV Alamanda, emissora afiliada ao Sistema
Brasileiro de Televisão.




         A emissora eleita foi a TV Alamanda, localizada no município de Cacoal-RO, Emisso-
ra afiliada ao Sistema Brasileiro de Televisão. Foram realizadas perguntas aos profissionais
que ali se encontravam. Mesmo sendo falas com conteúdos técnicos, compreenderam o neces-
6
sário.
         Percebeu-se surpresa por parte dos estudantes quanto ao número de profissionais que
havia ali. Tomou-se nota do que julgaram importante nas falas. Fotos e autógrafos dos apre-
sentadores não faltaram. Após a visita, foram elaborados relatórios individuais e houve parti-
lha do que foi observado.


3.3. Da entrevista aos pioneiros do município


         Em cada bairro, foram identificados pelos estudantes os moradores mais antigos. A
princípio, as entrevistas seriam gravadas na escola, porém era inconveniente para alguns, de-
vido a sua fragilidade física ou outras dificuldades de mobilidade. Para estes, as entrevistas
foram gravadas em suas próprias casas, depois de autorizadas.




Figura 2: Alunos do 9º ano C, em entrevista à moradora do Bairro Habitar Brasil, Dona Alaís dos Santos Silva.



         O que se tinha em mãos era uma pequena filmadora e um tripé, que gentilmente foram
emprestados. Contava-se com uma caixa de som e um microfone, pertencentes à escola.
         Apesar da timidez, de algumas falhas de gravação, de sugestões e soluções encontra-
das, mais uma etapa foi cumprida. Esta etapa foi a mais difícil delas, porém a mais gratifican-
te. Ficou evidenciado o que considera Moran: “As crianças adoram fazer vídeo e a escola pre-
cisa incentivar o máximo possível a produção de pesquisas em vídeo pelos alunos. A produ-
ção em vídeo tem uma dimensão moderna, lúdica.” (1995, p. 27 a 35). E em se tratando de
pesquisa, quando solicitada por professores, dificilmente é realizada corretamente, conforme
destaca Campos, onde “o trabalho de pesquisa se resume à mera cópia de partes de livros ou
sites da internet – muitas vezes sem conexão alguma -, e não resulta em aprendizagem efeti-
7
va.” (2009, p. 116). Na execução do projeto pedagógico, oportunizou-se o conhecimento de
uma nova forma de se fazer pesquisa. Alunos considerados rebeldes estavam concentrados
nas suas tarefas e dispostos a colaborar para o êxito do trabalho do grupo.
       Acerca disso, também é importante que se destaque que algumas capacidades foram
trabalhadas nos alunos, como por exemplo, mais que aprender a formular perguntas, exerci-
tou-se a paciência e o dom de “saber ouvir”.


4. Da edição dos produtos audiovisuais


       A ideia primeira era de que os vídeos fossem editados pelos próprios alunos, com a u-
tilização do recém-montado laboratório de informática da escola ou do telecentro comunitá-
rio. Entretanto, devido a alguns contratempos, os mesmos não puderam ser utilizados. A situ-
ação não era favorável. Apenas 14,6% dos alunos tinham computador com conexão com a in-
ternet. Dos demais, 33,3% utilizavam Lan House.
       Assim, com o objetivo de que os alunos tivessem alguns conhecimentos básicos de e-
dição de produtos audiovisuais, foram oferecidas oficinas no decorrer das aulas, com o pró-
prio material que eles produziram. Para isso utilizou-se o projetor de imagens de propriedade
da escola. Com apenas um computador, coube apenas estabelecer alguns diálogos e orientá-
los basicamente, sobre como: 1 - Localizar e/ou baixar o Windows Live Movie Maker, 2 –
Capturar as imagens da câmera filmadora, 3 – Localizar imagens e selecionar as partes a se-
rem utilizadas (cortar), já com o Movie Maker, 4 – Inserir legendas, 5 – Inserir áudio (músi-
cas), e 6 - Inserir título créditos. Foi lembrado do editor “Vegas 9”, utilizado pelos editores da
TV Alamanda. Certamente que, quando forem oferecidas condições, se interessarão, mais a-
inda, pelo assunto.


3.5. Da apresentação dos produtos audiovisuais à comunidade escolar


       Tem-se a previsão de que o projeto pedagógico seja apresentado na próxima Mostra
do Conhecimento que a Secretaria de Educação promoverá em parceria com a escola. Em e-
vidência estarão não somente os relatos das histórias de vida dos pioneiros, moradores dos
bairros contemplados pela pesquisa, os importantes fatos que compõem a história do municí-
pio de Cacoal, mas também a experiência que estes alunos tiveram em trabalhar com a TV e
o vídeo e, para alguns, também com a informática. Provavelmente compreenderam as vanta-
gens destas mídias para o ensino e para a aprendizagem.
8
Conclusão


       Percebeu-se que os alunos tomam iniciativas e mostram-se motivados quando sentem-
se responsáveis pelos resultados a serem adquiridos na ação educativa. Não só por isso, mas
também por que, quando se faz uso das mídias e tecnologias da informação e comunicação,
torna-se algo que foge às suas experiências do que é o “estudar”. A escola fez a sua parte,
uma vez que, como concorda Orofino, oportunizando a participação do educando, “que
potencialize suas vozes, no pronunciamento daquilo que eles acreditam que seja relevante
para sua emancipação.” (2005, p. 123). Considera-se os desafios propostos serviram de
combustível para a aprendizagem. De fato as novidades encantam, apesar de assustar, em
primeiro momento, logo são justificadas pelos resultados alcançados posteriormente.
       As experiências vivenciadas pelos alunos, a percepção da realidade que os cerca, o
olhar crítico às produções audiovisuais, o trabalho coletivo, tornam-se agentes motivacionais
e construtores de conhecimentos importantes para a vida pessoal e estudantil.


Referências



CAMPOS, Helena Guimarães, História e Linguagens. Volume único: Livro do Professor. São
Paulo: FTD, 128p., 2009.


FECHINE, Yvana, Gêneros televisuais: A dinâmica dos formatos, Revista SymposiuM, Ano
05 nº 01 janeiro-junho 2001. Disponível em: <http://www.maxwell.lambda.ele.puc-
rio.br/3195/3195.PDF>. Acesso em 18 out. 2012.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2002.


KEMPER, Lourdes, Cacoal: sua história sua gente. Goiânia-GO: Grafopel, 2002



MOCELLIN, Renato, História e cinema: educação para as mídias. São Paulo: editora do Bra-
sil, 88p.,2009.
9
MORAN, José Manoel, O Vídeo na Sala de Aula, Revista Comunicação & Educação. São
Paulo,   ECA-Ed.    Moderna,     [2]:   27   a   35,   jan./abr.   de   1995.   Disponível   em:
<http://www.eca.usp.br/moran/vidsal.htm#tvideo>, Acesso em 18 out. 2012.


OROFINO, Maria Izabel, MÍDIAS E MEDIAÇÃO ESCOLAR: pedagogia dos meios, parti-
cipação e visibilidade, Vol. 12, São Paulo, Cortez, 176p., 2005.
10
Apêndice

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

“O USO DA TECNOLOGIA NO ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS: breve retrospectiva h...
“O USO DA TECNOLOGIA NO ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS: breve retrospectiva h...“O USO DA TECNOLOGIA NO ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS: breve retrospectiva h...
“O USO DA TECNOLOGIA NO ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS: breve retrospectiva h...AngelMarcoposufg
 
O ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA MEDIADO PELAS NOVAS TECNOLOGIAS: DA SALA DE AULA...
O ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA MEDIADO PELAS NOVAS TECNOLOGIAS: DA SALA DE AULA...O ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA MEDIADO PELAS NOVAS TECNOLOGIAS: DA SALA DE AULA...
O ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA MEDIADO PELAS NOVAS TECNOLOGIAS: DA SALA DE AULA...Elaine Teixeira
 
Mídia e Educação: novos olhares para a aprendizagem sem fronteiras
Mídia e Educação: novos olhares para a aprendizagem sem fronteirasMídia e Educação: novos olhares para a aprendizagem sem fronteiras
Mídia e Educação: novos olhares para a aprendizagem sem fronteirasPimenta Cultural
 
O facebook como nova face de leitura e de escrita que tem a escola a ver com ...
O facebook como nova face de leitura e de escrita que tem a escola a ver com ...O facebook como nova face de leitura e de escrita que tem a escola a ver com ...
O facebook como nova face de leitura e de escrita que tem a escola a ver com ...maar santanna
 
Apresentação ntics - ifrn - valkley hollanda
Apresentação   ntics - ifrn - valkley hollandaApresentação   ntics - ifrn - valkley hollanda
Apresentação ntics - ifrn - valkley hollandavalkley
 
APRESENTAÇÃO TIE
APRESENTAÇÃO TIEAPRESENTAÇÃO TIE
APRESENTAÇÃO TIEsuelicameta
 
Tecnologias-Mídias na Educação
Tecnologias-Mídias na EducaçãoTecnologias-Mídias na Educação
Tecnologias-Mídias na Educação161913
 
Informática na educação - 1
Informática na educação - 1Informática na educação - 1
Informática na educação - 1rafael_neves
 
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS NA WEB: PIXTON FERRRAMENTA MEDIADORA NO PROCESSO DE E...
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS NA WEB: PIXTON FERRRAMENTA MEDIADORA NO PROCESSO DE E...HISTÓRIAS EM QUADRINHOS NA WEB: PIXTON FERRRAMENTA MEDIADORA NO PROCESSO DE E...
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS NA WEB: PIXTON FERRRAMENTA MEDIADORA NO PROCESSO DE E...Ana Paula Ó
 
Três de Maio - Maria Iraci Cardoso Tuzzin
Três de Maio - Maria Iraci Cardoso TuzzinTrês de Maio - Maria Iraci Cardoso Tuzzin
Três de Maio - Maria Iraci Cardoso TuzzinCursoTICs
 
Recursos Tecnologicos
Recursos TecnologicosRecursos Tecnologicos
Recursos Tecnologicosguestd3cbbd
 
A informática educativa no aprendizado digital infantil e na prática cidadã
A informática educativa no aprendizado digital infantil e na prática cidadãA informática educativa no aprendizado digital infantil e na prática cidadã
A informática educativa no aprendizado digital infantil e na prática cidadãGlaucia Almeida Reis
 
PIXTON Histórias em quadrinhos na web
PIXTON Histórias em quadrinhos na webPIXTON Histórias em quadrinhos na web
PIXTON Histórias em quadrinhos na webAna Paula Ó
 
Comunicação individual
Comunicação individual Comunicação individual
Comunicação individual Luiz Antônio
 
Marcelinomarcolino unid04ativ43producaodetextoreflexivo
Marcelinomarcolino unid04ativ43producaodetextoreflexivoMarcelinomarcolino unid04ativ43producaodetextoreflexivo
Marcelinomarcolino unid04ativ43producaodetextoreflexivomarcolinosilva
 

La actualidad más candente (19)

“O USO DA TECNOLOGIA NO ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS: breve retrospectiva h...
“O USO DA TECNOLOGIA NO ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS: breve retrospectiva h...“O USO DA TECNOLOGIA NO ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS: breve retrospectiva h...
“O USO DA TECNOLOGIA NO ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS: breve retrospectiva h...
 
O ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA MEDIADO PELAS NOVAS TECNOLOGIAS: DA SALA DE AULA...
O ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA MEDIADO PELAS NOVAS TECNOLOGIAS: DA SALA DE AULA...O ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA MEDIADO PELAS NOVAS TECNOLOGIAS: DA SALA DE AULA...
O ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA MEDIADO PELAS NOVAS TECNOLOGIAS: DA SALA DE AULA...
 
Mídia e Educação: novos olhares para a aprendizagem sem fronteiras
Mídia e Educação: novos olhares para a aprendizagem sem fronteirasMídia e Educação: novos olhares para a aprendizagem sem fronteiras
Mídia e Educação: novos olhares para a aprendizagem sem fronteiras
 
O facebook como nova face de leitura e de escrita que tem a escola a ver com ...
O facebook como nova face de leitura e de escrita que tem a escola a ver com ...O facebook como nova face de leitura e de escrita que tem a escola a ver com ...
O facebook como nova face de leitura e de escrita que tem a escola a ver com ...
 
Apresentação ntics - ifrn - valkley hollanda
Apresentação   ntics - ifrn - valkley hollandaApresentação   ntics - ifrn - valkley hollanda
Apresentação ntics - ifrn - valkley hollanda
 
APRESENTAÇÃO TIE
APRESENTAÇÃO TIEAPRESENTAÇÃO TIE
APRESENTAÇÃO TIE
 
Projeto multimídia
Projeto multimídiaProjeto multimídia
Projeto multimídia
 
Projeto pde
Projeto pdeProjeto pde
Projeto pde
 
Tecnologias-Mídias na Educação
Tecnologias-Mídias na EducaçãoTecnologias-Mídias na Educação
Tecnologias-Mídias na Educação
 
Informática na educação - 1
Informática na educação - 1Informática na educação - 1
Informática na educação - 1
 
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS NA WEB: PIXTON FERRRAMENTA MEDIADORA NO PROCESSO DE E...
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS NA WEB: PIXTON FERRRAMENTA MEDIADORA NO PROCESSO DE E...HISTÓRIAS EM QUADRINHOS NA WEB: PIXTON FERRRAMENTA MEDIADORA NO PROCESSO DE E...
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS NA WEB: PIXTON FERRRAMENTA MEDIADORA NO PROCESSO DE E...
 
Três de Maio - Maria Iraci Cardoso Tuzzin
Três de Maio - Maria Iraci Cardoso TuzzinTrês de Maio - Maria Iraci Cardoso Tuzzin
Três de Maio - Maria Iraci Cardoso Tuzzin
 
Recursos Tecnologicos
Recursos TecnologicosRecursos Tecnologicos
Recursos Tecnologicos
 
A informática educativa no aprendizado digital infantil e na prática cidadã
A informática educativa no aprendizado digital infantil e na prática cidadãA informática educativa no aprendizado digital infantil e na prática cidadã
A informática educativa no aprendizado digital infantil e na prática cidadã
 
PIXTON Histórias em quadrinhos na web
PIXTON Histórias em quadrinhos na webPIXTON Histórias em quadrinhos na web
PIXTON Histórias em quadrinhos na web
 
Comunicação individual
Comunicação individual Comunicação individual
Comunicação individual
 
Eja e internet conedu
Eja e internet coneduEja e internet conedu
Eja e internet conedu
 
Vera2
Vera2Vera2
Vera2
 
Marcelinomarcolino unid04ativ43producaodetextoreflexivo
Marcelinomarcolino unid04ativ43producaodetextoreflexivoMarcelinomarcolino unid04ativ43producaodetextoreflexivo
Marcelinomarcolino unid04ativ43producaodetextoreflexivo
 

Similar a E proinfo uso-da_t_vvideo_informatica_incentivo_aprendizagem_o_d

Texto exemplo
Texto exemploTexto exemplo
Texto exemplo231511
 
MÍDIAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL.pdf
MÍDIAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL.pdfMÍDIAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL.pdf
MÍDIAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL.pdfssusera3c2a4
 
Jussara gonçalves
Jussara gonçalvesJussara gonçalves
Jussara gonçalvesequipetics
 
Restinga Sêca - Mônica Rosello Larrondo
Restinga Sêca - Mônica Rosello LarrondoRestinga Sêca - Mônica Rosello Larrondo
Restinga Sêca - Mônica Rosello LarrondoCursoTICs
 
Cultura digital na escola: novas práticas de ensino e aprendizagem
Cultura digital na escola: novas práticas de ensino e aprendizagemCultura digital na escola: novas práticas de ensino e aprendizagem
Cultura digital na escola: novas práticas de ensino e aprendizagemJoyce Fettermann
 
São João do Polêsine - Eliane de Avila Colussi
São João do Polêsine - Eliane de Avila ColussiSão João do Polêsine - Eliane de Avila Colussi
São João do Polêsine - Eliane de Avila ColussiCursoTICs
 
São João do Polêsine - Silvane de Fátima Weippert
São João do Polêsine - Silvane de Fátima WeippertSão João do Polêsine - Silvane de Fátima Weippert
São João do Polêsine - Silvane de Fátima WeippertCursoTICs
 
Rojane e. s. fuchs
Rojane e. s. fuchsRojane e. s. fuchs
Rojane e. s. fuchsequipetics
 
portfólio 3° semestre Poliana.docx
portfólio 3° semestre Poliana.docxportfólio 3° semestre Poliana.docx
portfólio 3° semestre Poliana.docxPolianaMartins29
 
Literacia Digital – desenvolvendo competência para atuar com e no mundo media...
Literacia Digital – desenvolvendo competência para atuar com e no mundo media...Literacia Digital – desenvolvendo competência para atuar com e no mundo media...
Literacia Digital – desenvolvendo competência para atuar com e no mundo media...Daniela Azevedo
 
Comunidades de aprendizagem rede
Comunidades de aprendizagem redeComunidades de aprendizagem rede
Comunidades de aprendizagem redeMarilene dos Santos
 
Adelar bortoloti
Adelar bortolotiAdelar bortoloti
Adelar bortolotiequipetics
 

Similar a E proinfo uso-da_t_vvideo_informatica_incentivo_aprendizagem_o_d (20)

Lucimodulo04atv43
Lucimodulo04atv43Lucimodulo04atv43
Lucimodulo04atv43
 
Texto exemplo
Texto exemploTexto exemplo
Texto exemplo
 
MÍDIAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL.pdf
MÍDIAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL.pdfMÍDIAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL.pdf
MÍDIAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL.pdf
 
Projeto inclusão digital em pdf
Projeto inclusão digital em pdfProjeto inclusão digital em pdf
Projeto inclusão digital em pdf
 
Jussara gonçalves
Jussara gonçalvesJussara gonçalves
Jussara gonçalves
 
Restinga Sêca - Mônica Rosello Larrondo
Restinga Sêca - Mônica Rosello LarrondoRestinga Sêca - Mônica Rosello Larrondo
Restinga Sêca - Mônica Rosello Larrondo
 
Cultura digital na escola: novas práticas de ensino e aprendizagem
Cultura digital na escola: novas práticas de ensino e aprendizagemCultura digital na escola: novas práticas de ensino e aprendizagem
Cultura digital na escola: novas práticas de ensino e aprendizagem
 
São João do Polêsine - Eliane de Avila Colussi
São João do Polêsine - Eliane de Avila ColussiSão João do Polêsine - Eliane de Avila Colussi
São João do Polêsine - Eliane de Avila Colussi
 
São João do Polêsine - Silvane de Fátima Weippert
São João do Polêsine - Silvane de Fátima WeippertSão João do Polêsine - Silvane de Fátima Weippert
São João do Polêsine - Silvane de Fátima Weippert
 
Rojane e. s. fuchs
Rojane e. s. fuchsRojane e. s. fuchs
Rojane e. s. fuchs
 
Autoria
AutoriaAutoria
Autoria
 
Autoria
AutoriaAutoria
Autoria
 
Educação + Comunicação
Educação + ComunicaçãoEducação + Comunicação
Educação + Comunicação
 
portfólio 3° semestre Poliana.docx
portfólio 3° semestre Poliana.docxportfólio 3° semestre Poliana.docx
portfólio 3° semestre Poliana.docx
 
Literacia Digital – desenvolvendo competência para atuar com e no mundo media...
Literacia Digital – desenvolvendo competência para atuar com e no mundo media...Literacia Digital – desenvolvendo competência para atuar com e no mundo media...
Literacia Digital – desenvolvendo competência para atuar com e no mundo media...
 
1ª aula de mídia
1ª aula de mídia1ª aula de mídia
1ª aula de mídia
 
Educomunicar rede cep
Educomunicar rede cepEducomunicar rede cep
Educomunicar rede cep
 
Mídias Educacionais
Mídias EducacionaisMídias Educacionais
Mídias Educacionais
 
Comunidades de aprendizagem rede
Comunidades de aprendizagem redeComunidades de aprendizagem rede
Comunidades de aprendizagem rede
 
Adelar bortoloti
Adelar bortolotiAdelar bortoloti
Adelar bortoloti
 

E proinfo uso-da_t_vvideo_informatica_incentivo_aprendizagem_o_d

  • 1. 1 O Uso da TV/Vídeo e Informática como Incentivo à Aprendizagem Na Escola M. E. F. Maria Socorro Viana de Almeida Daiani L. Barth1, Jucelino Gabriel da Cruz2 Resumo: Este artigo é o resultado do projeto pedagógico “Conhecendo a História de Cacoal”, com ações e pesquisas que enfatizam a temática “O Uso das Tics e Mídias como Incentivo à Aprendizagem”. Projeto este desenvolvido com os alunos do 9º ano do Ensino Fundamental da Escola M.E.F Maria Socorro Viana de Almeida, escola pública do município de Cacoal-RO. Objetiva-se com o presente trabalho, demonstrar como o uso das mídias TV e Vídeo e Informática podem culminar numa aprendizagem significativa. Propiciar a descoberta e a produção de conhecimento, é possível, adotando recursos audiovisuais. Principalmente se a cultura digital que o educando possui for aproveitada. Palavras-chave: Educação; Mídias; TV/Vídeo; Informática; Aprendizagem. Introdução Tratar do emprego das Tecnologias da Informação e da Comunicação é algo demasia- damente amplo. Assim, abordamos o uso da TV/Vídeo e informática, mais especificamente na produção audiovisual, onde o aluno se lança na descoberta de fatos importantes da vida de al- guns pioneiros do município de Cacoal, fatos estes que se confundem com a história do pró- prio município, constituindo assim, os limites dados a este trabalho. Estudar o emprego das mídias e das tecnologias da informação e da comunicação na educação, por meio do E-ProInfo, trouxe uma gama de conhecimentos importantes. Adotar produtos audiovisuais em sala de aula que tenham relação com o conteúdo a ser trabalhado torna o ensino dinâmico, como considera Moran: “As linguagens da TV e do vídeo respondem à sensibilidade dos jovens e da grande maioria da população adulta. São di- nâmicas, dirigem-se antes à afetividade do que à razão.” (1995, p. 27 a 35). Propiciam assim, o trabalho interdisciplinar e transdisciplinar na escola. Enquanto muitos educadores reclamam que não existe motivação nem interesse por parte dos alunos aos conteúdos abordados em su- as aulas, Moran sugere que: “Os alunos podem ser incentivados a produzir dentro de uma de- terminada matéria, ou dentro de um trabalho interdisciplinar.” 1 daiani.barth@unir.br, Fundação Universidade Federal de Rondônia. 2 jdgabrielcacoal@gmail.com, Secretaria Municipal de Educação, município de Cacoal-RO.
  • 2. 2 Pretende-se que as discussões aqui tratadas, o seu cunho social e educativo, possam interessar a estudantes de pedagogia, a pedagogos, a professores, enfim, a todos os educadores que objetivam fazer de sua prática pedagógica uma constante inovação, bem como debater es- se tema no ambiente educativo em que atua, enriquecendo-o ainda mais. É seguir o longo ca- minho na busca por uma aprendizagem dinâmica, contínua e significativa. Ora, se a aprendizagem acontece num processo contínuo e dinâmico, o ensino tam- bém deve sê-lo. Salas de aula onde os professores eram os donos do conhecimento e os alunos apenas ouviam passivamente e tentavam reproduzir, já não são mais concebidas. Os conheci- mentos de mundo que o aluno possui devem ser valorizados3. A cultura digital4 pode ser usa- da em favor da aprendizagem, já que convivemos com inúmeras tecnologias e mídias, que convergem e que transmitem informações em todos os momentos. Assim, propiciar espaços onde o aluno possa produzir conhecimentos ao confrontar com os previamente elaborados, é ideal. Por meio da presente pesquisa buscou-se identificar os moradores mais antigos dos bairros e colher informações e depoimentos sobre suas histórias de vida e sobre a história do município de Cacoal. O objetivo almejado com a referida pesquisa foi, principalmente, de in- centivar a aprendizagem dos estudantes, com o uso das mídias TV, vídeo e informática, con- forme trataremos a seguir. 2. O uso da TV/Vídeo e informática como incentivo à aprendizagem Adotar a TV e o vídeo como ferramenta de incentivo à aprendizagem é algo relevante, uma vez que ele possui múltiplas linguagens, como destaca Moran, “O vídeo é sensorial, vi- sual, linguagem falada, linguagem musical e escrita” (1995, p. 27 a 35), acrescentando, tam- bém, que estas linguagens se dão de forma interativa. Esse destaque, segundo Moran, é para justificar o poder que ele exerce sobre os jovens e adultos. Posto isso, faz parte de uma tendência, almejar espaços educativos mais modernos, mais dinâmicos e interativos, onde a aprendizagem ocorra de fato e que seja significativa, 3 Um dos idealizadores dessa inovação é o educador Paulo Freire. 4 O termo cultura digital, vem sendo usado em diferentes situações por diversos autores, para falar do impacto das tecnologias digitais na sociedade.
  • 3. 3 5 com vistas à educomunicação , onde as novas tecnologias podem ser utilizadas a serviço do processo de ensino-aprendizagem. A metodologia adotada, foi a do Paradigma Qualitativo, e, considerando o aspecto da maneira de coleta de dados, a tipologia de pesquisa é a pesquisa-ação, definida por Gil, (2002, p. 55 apud Thiollent, 1995, p. 14): ...um tipo de pesquisa com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo e participativo. Ações que envolvem o uso das TIC’s e Mídias no ambiente escolar são colocadas em prática país afora. Tais ações podem e devem ser discutidas com a comunidade escolar, a fim de concordar seu melhor emprego e objetivos. O uso dessas tecnologias deve respeitar as ca- racterísticas e necessidades de cada instituição educativa, como compartilha OROFINO: “Não existe uma fórmula a ser seguida. Devemos, isto sim, possibilitar a apropriação de um conhe- cimento, que deve então ser traduzido, a fim de oferecer propostas às necessidades de cada contexto, cada escola...” (2005, p. 116) Iniciativas do governo federal, em parceria com os estados e municípios, têm sinaliza- do novos rumos a serem seguidos, como por exemplo, a formação de professores para o uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação no ambiente educativo. Nessa perspectiva, Orofino aponta algumas diretrizes, segundo ela: A educação escolar precisa de uma perspectiva crítica para o uso das mi dias que avance para além da proposta de leitura crítica dos meios e que proponha a produção criativa no próprio espaço escolar como construção de respostas sociais aos meios de comunicação de massa e que propicie modos de construção de visibili- dade para as culturas locais e para as diferentes identidades socioculturais. (2005, p. 117) As instituições escolares, nesta última década, estão sendo preparadas para receber a clientela da atual era da comunicação. Laboratórios de informática e conexão com a internet não são autosuficientes para que estes alunos sejam “letrados midiaticamente”. O material humano preparado por meio do ProInfo6 ainda não contempla as demandas. Este programa tem a função de formar professores. Estes, por sua vez, é que teriam a função de promover a 5 O conceito da educomunicação propõe a construção de ecossistemas comunicativos abertos, dialógicos e criati- vos, nos espaços educativos, quebrando a hierarquia na distribuição do saber. 6 Programa educacional que tem objetivo de promover o uso pedagógico da informática na rede pública de edu- cação básica.
  • 4. 4 “alfabetização crítica da mídia”. Aqui, para concordar com Orofino, citamos Mocellin, onde destaca que: [...] é extremamente atual – apesar da defasagem brasileira neste campo – a discussão sobre a urgente necessidade do letramento midiático, alcançado por meio da alfabetização crítica da mídia, visando dar poderes aos alunos para que possam ampliar sua participação na sociedade e promover a democracia e a justiça social. (2009, p. 34 e 35) Em relação aos gêneros televisuais, o projeto adota, segundo Fechine, o “formato fun- dado no diálogo”, uma vez que “é aquele fundado essencialmente na conversação interpesso- al, na exploração das situações de interlocução direta e nas suas diferentes manifestações.” (2001, p. 20), e, de fato, os estudantes buscaram desenvolver a habilidade do diálogo, e perce- beram-se como cidadãos participativos e construtores de conhecimento. 3. Do trabalho prático com a mídia TV e Vídeo e Informática Os alunos conheceram o trabalho a ser desenvolvido no segundo bimestre/2012 ao ler a webquest7, onde se encontrava os detalhes do projeto pedagógico. Estudariam a história do município de Cacoal de uma forma diferente, que fariam visitas aos bairros circunvizinhos da escola com a finalidade de localizar o morador mais antigo. Este seria convidado a gravar uma entrevista onde os próprios alunos seriam os apresentadores. Estava programada, tam- bém, uma visita a um canal de TV da cidade. Em seguida, os grupos foram formados. 3.1. Da visita aos bairros circunvizinhos da escola e identificação dos moradores mais antigos Um olhar diferente à própria realidade em que viviam. Tal constatação ocorreu ao ver os “pesquisadores” andando com seus colegas pelas ruas do bairro onde moravam. Tínha-se ainda a missão de localizar um morador mais antigo do bairro e convencê-lo a narrar sua his- tória de vida e o que acompanhou da história do município – e foram localizados em todas as visitas realizadas. Três bairros foram visitados por cada turma: Bairro Vitória, Bairro Habitar Brasil e Bairro BNH. A escolha foi pautada observando: Bairros circunvizinhos da escola, bairros recém-formados, bairros de classe média. Esta última característica pertence ao bairro BNH, que fica mais afastado da escola. Os demais bairros foram visitados apenas pelo grupo 7 Termo dado roteiros de trabalhos disponíveis em rede. A webquest mencionada se encontra no endereço: <http://www.webquestbrasil.org/criador2/webquest/soporte_tablon_w.php?id_actividad=11182&id_pagina=1>
  • 5. 5 responsável por encontrar um dos pioneiros do bairro e convidá-lo a participar da entrevista. Alguns deles não aceitaram gravar entrevistas, essa foi uma das dificuldades encontradas. Op- tou-se por não entrevistar presidentes de bairro, para que houvesse imparcialidade nas infor- mações adquiridas. Em um segundo momento, realizou-se uma mesa redonda com a finalida- de de debater sobre os pontos observados. 3.2. Da visita ao canal de TV Ampliar conhecimentos acerca do funcionamento de uma emissora de televisão fazia- se necessário, não simplesmente por conhecer, mas porque deveriam, posteriormente, colocar em prática conhecimentos adquiridos nas observações e nos diálogos com os diversos profis- sionais que ali trabalhavam. Entrevistar alguém e editar vídeos assustava um pouco, por ser algo novo e que exigia certa perícia. Figura 1: Alunos do 9º ano A, prontos para conhecer a sede da TV Alamanda, emissora afiliada ao Sistema Brasileiro de Televisão. A emissora eleita foi a TV Alamanda, localizada no município de Cacoal-RO, Emisso- ra afiliada ao Sistema Brasileiro de Televisão. Foram realizadas perguntas aos profissionais que ali se encontravam. Mesmo sendo falas com conteúdos técnicos, compreenderam o neces-
  • 6. 6 sário. Percebeu-se surpresa por parte dos estudantes quanto ao número de profissionais que havia ali. Tomou-se nota do que julgaram importante nas falas. Fotos e autógrafos dos apre- sentadores não faltaram. Após a visita, foram elaborados relatórios individuais e houve parti- lha do que foi observado. 3.3. Da entrevista aos pioneiros do município Em cada bairro, foram identificados pelos estudantes os moradores mais antigos. A princípio, as entrevistas seriam gravadas na escola, porém era inconveniente para alguns, de- vido a sua fragilidade física ou outras dificuldades de mobilidade. Para estes, as entrevistas foram gravadas em suas próprias casas, depois de autorizadas. Figura 2: Alunos do 9º ano C, em entrevista à moradora do Bairro Habitar Brasil, Dona Alaís dos Santos Silva. O que se tinha em mãos era uma pequena filmadora e um tripé, que gentilmente foram emprestados. Contava-se com uma caixa de som e um microfone, pertencentes à escola. Apesar da timidez, de algumas falhas de gravação, de sugestões e soluções encontra- das, mais uma etapa foi cumprida. Esta etapa foi a mais difícil delas, porém a mais gratifican- te. Ficou evidenciado o que considera Moran: “As crianças adoram fazer vídeo e a escola pre- cisa incentivar o máximo possível a produção de pesquisas em vídeo pelos alunos. A produ- ção em vídeo tem uma dimensão moderna, lúdica.” (1995, p. 27 a 35). E em se tratando de pesquisa, quando solicitada por professores, dificilmente é realizada corretamente, conforme destaca Campos, onde “o trabalho de pesquisa se resume à mera cópia de partes de livros ou sites da internet – muitas vezes sem conexão alguma -, e não resulta em aprendizagem efeti-
  • 7. 7 va.” (2009, p. 116). Na execução do projeto pedagógico, oportunizou-se o conhecimento de uma nova forma de se fazer pesquisa. Alunos considerados rebeldes estavam concentrados nas suas tarefas e dispostos a colaborar para o êxito do trabalho do grupo. Acerca disso, também é importante que se destaque que algumas capacidades foram trabalhadas nos alunos, como por exemplo, mais que aprender a formular perguntas, exerci- tou-se a paciência e o dom de “saber ouvir”. 4. Da edição dos produtos audiovisuais A ideia primeira era de que os vídeos fossem editados pelos próprios alunos, com a u- tilização do recém-montado laboratório de informática da escola ou do telecentro comunitá- rio. Entretanto, devido a alguns contratempos, os mesmos não puderam ser utilizados. A situ- ação não era favorável. Apenas 14,6% dos alunos tinham computador com conexão com a in- ternet. Dos demais, 33,3% utilizavam Lan House. Assim, com o objetivo de que os alunos tivessem alguns conhecimentos básicos de e- dição de produtos audiovisuais, foram oferecidas oficinas no decorrer das aulas, com o pró- prio material que eles produziram. Para isso utilizou-se o projetor de imagens de propriedade da escola. Com apenas um computador, coube apenas estabelecer alguns diálogos e orientá- los basicamente, sobre como: 1 - Localizar e/ou baixar o Windows Live Movie Maker, 2 – Capturar as imagens da câmera filmadora, 3 – Localizar imagens e selecionar as partes a se- rem utilizadas (cortar), já com o Movie Maker, 4 – Inserir legendas, 5 – Inserir áudio (músi- cas), e 6 - Inserir título créditos. Foi lembrado do editor “Vegas 9”, utilizado pelos editores da TV Alamanda. Certamente que, quando forem oferecidas condições, se interessarão, mais a- inda, pelo assunto. 3.5. Da apresentação dos produtos audiovisuais à comunidade escolar Tem-se a previsão de que o projeto pedagógico seja apresentado na próxima Mostra do Conhecimento que a Secretaria de Educação promoverá em parceria com a escola. Em e- vidência estarão não somente os relatos das histórias de vida dos pioneiros, moradores dos bairros contemplados pela pesquisa, os importantes fatos que compõem a história do municí- pio de Cacoal, mas também a experiência que estes alunos tiveram em trabalhar com a TV e o vídeo e, para alguns, também com a informática. Provavelmente compreenderam as vanta- gens destas mídias para o ensino e para a aprendizagem.
  • 8. 8 Conclusão Percebeu-se que os alunos tomam iniciativas e mostram-se motivados quando sentem- se responsáveis pelos resultados a serem adquiridos na ação educativa. Não só por isso, mas também por que, quando se faz uso das mídias e tecnologias da informação e comunicação, torna-se algo que foge às suas experiências do que é o “estudar”. A escola fez a sua parte, uma vez que, como concorda Orofino, oportunizando a participação do educando, “que potencialize suas vozes, no pronunciamento daquilo que eles acreditam que seja relevante para sua emancipação.” (2005, p. 123). Considera-se os desafios propostos serviram de combustível para a aprendizagem. De fato as novidades encantam, apesar de assustar, em primeiro momento, logo são justificadas pelos resultados alcançados posteriormente. As experiências vivenciadas pelos alunos, a percepção da realidade que os cerca, o olhar crítico às produções audiovisuais, o trabalho coletivo, tornam-se agentes motivacionais e construtores de conhecimentos importantes para a vida pessoal e estudantil. Referências CAMPOS, Helena Guimarães, História e Linguagens. Volume único: Livro do Professor. São Paulo: FTD, 128p., 2009. FECHINE, Yvana, Gêneros televisuais: A dinâmica dos formatos, Revista SymposiuM, Ano 05 nº 01 janeiro-junho 2001. Disponível em: <http://www.maxwell.lambda.ele.puc- rio.br/3195/3195.PDF>. Acesso em 18 out. 2012. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2002. KEMPER, Lourdes, Cacoal: sua história sua gente. Goiânia-GO: Grafopel, 2002 MOCELLIN, Renato, História e cinema: educação para as mídias. São Paulo: editora do Bra- sil, 88p.,2009.
  • 9. 9 MORAN, José Manoel, O Vídeo na Sala de Aula, Revista Comunicação & Educação. São Paulo, ECA-Ed. Moderna, [2]: 27 a 35, jan./abr. de 1995. Disponível em: <http://www.eca.usp.br/moran/vidsal.htm#tvideo>, Acesso em 18 out. 2012. OROFINO, Maria Izabel, MÍDIAS E MEDIAÇÃO ESCOLAR: pedagogia dos meios, parti- cipação e visibilidade, Vol. 12, São Paulo, Cortez, 176p., 2005.