O documento descreve a história do Reino de Kush na região da Núbia, no vale do rio Nilo, e seu desenvolvimento. Os kushitas conquistaram o Egito em 730 a.C., dando início a uma dinastia de faraós negros. Mais tarde, o Reino de Kush foi conquistado pelo Reino de Aksum em 350 d.C.
4. • A Núbia é uma região situada no vale do rio
Nilo, que atualmente é partilhada pelo Egito e
pelo Sudão, mas na antiguidade se
desenvolveu nesta região o que se pensa ser a
civilização negra mais antiga da África.
6. • Em seus primeiros tempos, viviam da caça, da
coleta e da pesca. Represaram e distribuíram
as águas do Nilo, aproveitando-as para a
agricultura. Cultivavam, dentre outras coisas,
trigo, cevada e sorgo.
8. • O Reino do Kush começou quando surgiram
comunidades nas margens do rio Nilo e houve
a união delas, que passaram a obedecer um
único rei. Foi conquistado pelo Egito em 1530
a.C., mas em 730 a.C. os cuxitas conquistaram
o Egito, dando início a uma dinastia de faraós
negros.
12. • Em 713 a.C. o rei kushita Shabaka invadiu e
controlou o Egito, iniciando assim a 25ª
Dinastia. No Antigo Testamento, encontramos
várias citações sobre os temíveis guerreiros
negros do império kushita.
14. Características do Reino de Kush:
• A escolha do rei era baseada no voto em
candidatos mais preparados. Consulta ao deus
da cidade para confirmação.
• O poder maior cabia ao rei, mas os
governadores das províncias tinham certa
autonomia.
15. • O papel da mulher na política era importante.
A mãe do rei recebia do título de Candace,
influenciando no governo do filho e da nora.
Às vezes também ocupavam o poder político.
18. • Os cuchitas, como seu povo era chamado,
eram africanos negros, agricultores na
maioria, mas entre eles havia também
artesãos e mercadores. Às vezes capturavam
pessoas de outros povos e tornavam os
cativos seus escravos.
19. • O reino de Kush era muito rico, possuía minas
de ouro e terras cultiváveis. Além disso, ficava
numa ótima localização para comerciar com
outros povos.
• Os cuchitas transportavam mercadorias pelo
rio Nilo e também por estradas que levavam
ao mar Vermelho. Vendiam ouro, incenso,
marfim, ébano, óleos, penas de avestruz e
pele de leopardo.
21. • Quando o Egito foi invadido pelos Assírios, os
kushitas fugiram para o sul e mantiveram o
controle sobre a Núbia, a partir de Napata.
Para se afastarem ainda mais dos conflitos do
território egípcio, os kushitas transferiram sua
capital para Méroe (século 6 a.C.), ainda mais
ao sul.
39. • Aksum ou Axum foi um reino africano que se
tornou conhecido pelos povos da região,
incluindo o Mediterrâneo, por volta do século
I.
• Tinha a sua capital na cidade de Aksum, na
atual Etiópia, embora as cidades mais
prósperas fossem os portos do Mar Vermelho
de Adulis e Matara, na atual Eritreia.
42. • Aparentemente, este reino começou a se
estabelecer nesta região no século V a.C., uma
vez que muitos dos monumentos de Aksum
são dessa época. No entanto, não há muita
informação sobre esses tempos antigos, até
Aksum atingir o seu auge.
43. • No século II, Aksum adquiriu estados na
Península Arábica, conquistou o norte da
Etiópia e, finalmente, o Reino de Kush, no ano
350. Os aksumitas controlavam uma das mais
importantes rotas comerciais do mundo e
ocupavam uma das mais férteis regiões no
Mundo.
44. • Aksum estava diretamente no caminho das
crescentes rotas comerciais entre a África, a
Arábia e a Índia e, como resultado, tornou-se
fabulosamente rica e as suas maiores cidades
tornaram-se centros cosmopolitas, com
populações de judeus, núbios, cristãos e até
budistas.
50. • No século IV, o rei Ezana adotou o
cristianismo e foi batizado. O reino de Aksum
foi o primeiro estado africano a cunhar a sua
própria moeda, aparentemente começando
no reinado de Endubis (cerca de 270) até ao
de Armah (aproximadamente 610). Este
estado criou igualmente, também no século III
o seu próprio alfabeto, denominado ge'ez
(que corresponde igualmente a uma língua
ainda falada na região).
77. • No Século VIII, árabes muçulmanos invadiram
o reino destruíram Adulis e passaram a
dominar o comércio; então o reino de Axum
enfraqueceu e empobreceu.
79. • Um novo crescimento voltou a ocorrer nos
séculos XII e XIII durante o governo do rei
Lalibela que procurou restaurar a grandeza de
Axum. Nessa época, floresceram a
arquitetura, a pintura, a escultura e a
literatura com livros ricamente ilustrados.
Lalibela mandou escavar na pedra onze igrejas
cristãs consideradas, atualmente, um dos mais
extraordinários conjunto de templos do
mundo.