O documento apresenta uma introdução à epidemiologia, abordando:
1) Conceitos básicos como a definição de epidemiologia e sua relação com a saúde coletiva;
2) A formação histórica da epidemiologia desde a antiguidade com Hipócrates até os desenvolvimentos modernos;
3) Os objetivos, aplicações e interfaces disciplinares da epidemiologia, como a descrição de problemas de saúde e identificação de fatores de risco.
2. Fundamentos da Epidemiologia
Conteúdo programático desta aula:
Conceitos básicos em Epidemiologia e a relação com a
Saúde Coletiva;
Formação histórica da Epidemiologia;
Objetivos, Aplicações e Interfaces disciplinares da
Epidemiologia;
Raciocínio Epidemiológico.
Aula 01 - Introdução è Epidemiologia
3. Aula 01 - Introdução è Epidemiologia
Conceitos básicos em Epidemiologia
e a relação com a Saúde Coletiva
4. Etimologia da palavra epidemiologia
Formada pela junção do prefixo epí– (em cima de, sobre)
com o radical –demos– (significando povo). O sufixo –
logos, também vem do grego que corresponde a estudo,
doutrina.
Então, etimologicamente a palavra epidemiologia significa:
“Ciência do que ocorre sobre o povo”
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5. Definição de Epidemiologia
Existem várias definições para o termo
epidemiologia.
O conceito original se restringia ao estudo de
doenças transmissíveis, entretanto, houve uma
evolução no conceito que passou a abranger todos
os eventos relacionados ao processo saúde/doença
da população.
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6. Definição de Epidemiologia
Segundo Rouquayrol (1999) epidemiologia é a ciência que
estuda o processo saúde/doença em coletividades
humanas, propondo medidas específicas de prevenção,
controle ou erradicação de doenças.
Enquanto a abordagem clínica se dedica ao estudo da
doença no indivíduo, a epidemiologia estuda os
problemas de saúde em coletividades humanas.
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7. A epidemiologia se constitui na principal ciência
da informação em saúde e é considerada a ciência
básica da Saúde Coletiva
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8. Saúde Coletiva
É a ciência e a arte de evitar doenças, prolongar a vida e
desenvolver a saúde física, mental e a eficiência, através de
esforços organizados da sociedade, para:
O saneamento do meio ambiente;
O controle das infecções entre as pessoas;
A organização de serviços médicos e paramédicos para prevenção,
diagnóstico precoce e o tratamento da doença;
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9. Saúde Coletiva
O aperfeiçoamento da máquina social que assegurará a cada
indivíduo, dentro da sociedade, um padrão de vida
adequado à manutenção da saúde.
(Winslow citado por Rouquayrol, 1999)
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11. Saúde Coletiva
De acordo com Rita Barradas, em seu artigo Epidemiologia Social, os
epidemiologistas, atores da saúde coletiva, vem desenvolvendo novas
estratégias de investigação e novas ferramentas de análise que possam,
cada vez mais, fornecer elementos corretos para orientar as intervenções
sociais no campo da saúde e a formulação de políticas públicas
baseadas no reconhecimento dos direitos de cidadania, na garantia da
liberdade democrática e na busca da felicidade humana.
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Disponível em http://www.scielo.br/pdf/rbepid/v8n1/02.pdf
12. Aula 01 - Introdução è Epidemiologia
Formação histórica da
Epidemiologia
13. Antiguidade: a contribuição de Hipócrates
(c. 460 a 377 a.C.)
No tratado de “Ares, águas e
Lugares” Hipócrates discutiu os
fatores ambientais ligados às
doenças, defendendo um conceito
ecológico de saúde/doença. Daí,
surgia a Teoria Miasmática.
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14. O Renascimento
Movimento de resgate dos elementos
filosóficos, estéticos e ideológicos mais
avançados da cultura greco-latina.
O pensamento renascentista propiciou as
bases para a compreensão racional da
realidade que resultou na constituição
das ciências modernas.
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A partir dessa nova visão de mundo,
“explodiu”, entre os séculos XVI e
XVIII a necessidade da produção de
conhecimento em todos os saberes.
15. Formação histórica
fundamentada em 3 eixos
(tríade)
Clínica: saberes sobre saúde/doença –
século XVII
Fisiologia, Patologia, Bacteriologia etc.;
Estatística: diretrizes metodológicas
quantitativas – século XVII;
Medicina social: práticas de
transformação da sociedade – século XVIII.
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16. Hegemonia da medicina
“científica” (“biologização”)
apesar do
desenvolvimento da
medicina social no final do
século XIX:
Fisiologia;
Patologia;
Bacteriologia.
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17. Rudolf Wirchow (1821 – 1902), médico alemão, é um
importante personagem da medicina social.
Extremamente versátil, desenvolveu intensa e criativa
atividade em várias áreas:
Patologia;
Antropologia;
Política (ativista da saúde pública).
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18. Entretanto, com o avanço da fisiologia, da patologia e da
bacteriologia no século XIX, devido principalmente a Bernard, Virchow
e Pasteur, houve um fortalecimento da medicina científica.
As enfermidades de maior prevalência eram as de natureza infecto-
contagiosa, o que favoreceu a abordagem individual e curativa
superando o enfoque coletivo e os determinantes sociais da saúde.
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19. Medicina social – práticas de
transformação da sociedade
A Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra em meados do
século XVIII e expandida para o mundo a partir do século XIX,
produziu um grande impacto nas condições de vida e saúde das
populações.
Com a organização e aumento da participação política das
classes trabalhadoras, evidenciados principalmente na França,
Alemanha e Inglaterra, temas relativos à saúde foram
incorporados na pauta das reinvindicações dos movimentos
sociais.
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20. Medicina social – práticas de
transformação da sociedade
Era o início do movimento pela medicina social:
a medicina deveria ser um instrumento de transformação social.
Postulava-se que a participação política é a principal estratégia
de transformação da realidade de saúde e que as revoluções
populares deveriam resultar nos principais determinantes da
saúde social:
democracia, justiça, igualdade, liberdade e fraternidade.
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21. Medicina social – práticas de
transformação da sociedade
As práticas de transformação da sociedade, inicialmente
propostas pela Medicina Social no século XVIII, estão
relacionadas à necessidade de aprofundamento e
sistematização das reflexões sobre as questões de saúde.
Se pararmos para analisar as aproximações e distanciamentos
entre as âmbitos da ciência e da política chegaremos a
conclusão de que os pesquisadores em Saúde Coletiva podem
ser considerados, também, agentes políticos.
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22. Medicina social – práticas de
transformação da sociedade
Os estudos nessa área se relacionam tanto direta quanto
indiretamente com campos de atuação e formulação de
políticas e requerem dos agentes da área da saúde elevado
comprometimento ético, reflexão, produção, ação política e
transformação da sociedade.
Essas práticas nortearão a forma de avaliar o processo
saúde/doença na sociedade.
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23. Alguns marcos históricos
no desenvolvimento da
Epidemiologia
Epidemia de cólera em Londres
(1854): destaque aos estudos do
médico inglês John Snow (1813 –
1858), considerado o Pai da
“epidemiologia de campo” devido
às coletas planejadas de dados
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26. Alguns marcos históricos no
desenvolvimento da Epidemiologia
Nos anos 50:
Desenvolvimento/aperfeiçoamento dos desenhos
epidemiológicos;
Substituição da Teoria Monocasual por uma tendência
ecológica (multicasualidade);
Definição clara dos indicadores de saúde:
Prevalência, e
Incidência.
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27. Alguns marcos históricos no
desenvolvimento da Epidemiologia
Formalização do conceito probabilístico de risco;
Introdução à Bioestatística.
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28. Alguns marcos históricos no
desenvolvimento da Epidemiologia
1960 e 1970:
Entre os anos 60 e 70, houve uma verdadeira revolução na
Epidemiologia com a introdução da computação eletrônica.
Pode-se dizer que houve uma forte “matematização” da área;
Na década de 60 várias questões sociais, como os direitos
humanos, mobilizaram o mundo inteiro e o impacto dessa
mobilização repercutiu, é claro, na saúde e na educação;
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29. Alguns marcos históricos no
desenvolvimento da Epidemiologia
1960 e 1970:
John Cassel (1915 – 1978) contribuiu significativamente na
sistematização do conhecimento epidemiológico com a
teoria compreensiva da doença, fruto da integração dos
Fundamentos Socioantropológicos na Saúde.
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30. Alguns marcos históricos no
desenvolvimento da Epidemiologia
1970 e 1980:
Nos anos 70 e 80 temos agora 3 tendências principais:
Aprofundamento das bases matemáticas;
Proposta de uma Epidemiologia Clínica (tendência a
“biologização”);
Reafirmação do processo saúde-enfermidade-cuidado,
considerando os aspectos econômicos e políticos de seus
determinantes, em oposição à “biologização”.
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31. Alguns marcos históricos no
desenvolvimento da Epidemiologia
1970 e 1980:
Na Europa e na América Latina surgiram abordagens mais
críticas da Epidemiologia em resposta a essa tendência de
“biologização” da Saúde Pública, reafirmando a influência
das determinantes sociais da saúde (DSS) no processo
saúde-doença.
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32. Alguns marcos históricos no
desenvolvimento da Epidemiologia
1970 e 1980:
Novos desafios surgiram:
Doenças antigas reapareceram, e
Novas enfermidades despontaram (doenças emergentes)
Destaca-se, nesse contexto, a pandemia da SIDA ou AIDS –
Sindrome da Imunodeficiência Adquirida.
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33. Alguns marcos históricos no
desenvolvimento da
Epidemiologia
O filme mais famoso sobre a AIDS,
que retrata muito bem sua gravidade
e seu caráter estigmatizante, talvez
seja “Philadelphia” (1993), com os
atores Tom Hanks e Denzel
Washigton.
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34. Aula 01 - Introdução è Epidemiologia
Objetivos, Aplicações e Interfaces
disciplinares da Epidemiologia
35. Principais objetivos da Epidemiologia
Descrever a distribuição e a magnitude dos problemas
de saúde nas populações humanas;
Proporcionar dados para planejar, executar e avaliar
ações de prevenção, controle e tratamento das
doenças;
Identificar fatores etiológicos na gênese das
enfermidades.
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36. Principais objetivos da Epidemiologia
Algumas aplicações:
Diversas fases do ciclo da vida;
Diversos tipos de problemas de saúde;
Epidemiologia da AIDS;
Epidemiologia das doenças infecciosas;
Epidemiologia das doenças cardiovasculares;
Epidemiologia do câncer;
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37. Principais objetivos da Epidemiologia
Algumas aplicações:
Diversas fases do ciclo da vida;
Diversos tipos de problemas de saúde;
Epidemiologia nutricional;
Epidemiologia das violências;
Epidemiologia do uso de substâncias psicoativas;
Epidemiologia em saúde mental;
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38. Principais objetivos da Epidemiologia
Algumas aplicações:
Diversas fases do ciclo da vida;
Diversos tipos de problemas de saúde;
Epidemiologia bucal;
Epidemiologia da saúde do trabalhador;
Epidemiologia aplicada ao SUS;
Epidemiologia entre várias outras aplicações;
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39. Interfaces da Epidemiologia
Ciências Biológicas (clínica, patologia, microbiologia, parasitologia,
imunologia): Epidemiologia clínica e a aplicação do método
epidemiológico na clínica;
Ciências Sociais: A epidemiologia social representa o renascer da
determinação social da doença;
Estatística: coleta de dados.
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40. Aula 01 - Introdução è Epidemiologia
Desenvolvendo um raciocínio
Epidemiológico
41. Raciocínio epidemiológico: pessoa,
espaço e tempo
As doenças humanas não são encaradas como eventos que ocorrem ao
acaso, mas estão relacionadas a uma rede de outros eventos que devem
ser identificados e estudados.
Vale a pena refletir que para o clínico o que mais interessa é o diagnóstico
de uma determinada doença em um determinado indivíduo.
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42. Raciocínio epidemiológico: pessoa,
espaço e tempo
Enquanto, para o epidemiologista, o que interessa realmente é como se dá
a ocorrência de uma determinada doença inserida em uma estrutura
social.
Os questionamentos epidemiológicos “como”, “por que”, “quando” e “em
quem” são fundamentais para entender melhor os problemas de saúde.
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43. A Epidemiologia explora a ecologia da
doença humana!
DOENÇA
Fatores
Ambientais
Fatores
Socioeconômicos
Diversos outros
fatores
Fatores Biológicos
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44. A EPIDEMIOLOGIA estuda os Determinantes Sociais da
Saúde (DSS) e as condições de ocorrência, bem como as
possíveis formas de intervenção e controle das doenças e
agravos à saúde em populações humanas.
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45. A EPIDEMIOLOGIA vai muito além do estudo do “risco
biológico”.
Na verdade, ela transcende a “biologização”, visto que investiga
problemas de cunho social, por isso é definida pelo seu caráter
social, considerando os aspectos socioeconômicos e políticos
de seus determinantes, ou seja, a determinação social da
saúde.
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46. O principal foco de interesse dos estudos epidemiológicos está
relacionado às principais causas de morte das sociedades modernas:
mortes violentas e DCNT (Doenças Crônicas Não Transmissíveis)
Afirmação de compromisso histórico de epidemiologia com a
melhoria da saúde das populações e com a redução das
desigualdades sociais.
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47. Reflexão: o que a figura sugere?
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48. Transição Epidemiológica na população
brasileira
A partir da primeira década do século XXI houve uma
transição epidemiológica na população brasileira, ou seja,
uma mudança no perfil epidemiológico.
As epidemias e os ciclos de transmissão das doenças
infecciosas, tão estudados no século XVIII, deram lugar ao
estudo de complexas redes de multicasualidade.
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49. Transição Epidemiológica na população
brasileira
Vale a pena destacar que as doenças crônicas não transmissíveis
(DCNT) ou não-infecciosas, como a obesidade e a síndrome
metabólica, doenças cardiovasculares, diabetes, doenças
cerebrovasculares e câncer assumiram proporções alarmantes.
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50. “A descoberta consiste em ver o
que todo mundo viu e pensar o
que ninguém pensou”.
Albert Szent-Gyorgyi
(1893 – 1986)
“Se uma nova ideia expande a
mente de uma pessoa, ela jamais
volta às suas dimensões
originais”.
Oliver Wendel Holmes
(1809 – 1894)
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51. Através do estudo da EPIDEMIOLOGIA aprendemos a fazer perguntas e a ter
ideias que nos levam a novas perguntas, pois uma ideia não morre, é uma
semente que germina novas ideias e perguntas.
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53. Etimologicamente – epi = sobre; demo = população; logos = tratado –
estudo do que afeta a população.
Conceito original – estudo das epidemias de doenças transmissíveis.
Recentemente – conceito evoluiu de modo a abranger praticamente
todos os eventos relacionados com a saúde das populações.
Status de disciplina – metade do século 20
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54. ÁREAS TEMÁTICAS
Passado – alvo: doenças que se apresentavam sob a forma de
epidemia – cólera, peste, tifo, varíola, febre amarela – afecções agudas
que alarmavam a população e as autoridades.
Detecção de epidemias – necessário estudar a doença em períodos
interepidêmicos - vigilância contínua da ocorrência e da distribuição
das doenças.
Extensão do interesse para as doenças transmissíveis crônicas (TB) e
nutricionais como pelagra e beriberi.
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55. Queda da mortalidade por doenças transmissíveis e carenciais,
envelhecimento e mudança do perfil de morbidade.
Ampliação do campo de aplicação da epidemiologia – doenças e
agravos não transmissíveis (DANT).
Necessidade de estudos sobre a relação entre os fatores de risco e a
doença.
Quais as principais causas de mortalidade no Brasil hoje?
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56. Tendências da Mortalidade por Grupos de
Causas BRASIL – 1930/2000
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57. O que é esperança de vida?
Como ela tem variado nos diferentes períodos históricos?
Os povos selvagens das Américas antes do descobrimento tinham de
esperança de vida maior ou menor do que quem vive em grandes
cidades no séculos XXI?
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58. Esperança de vida por períodos
Seres humanos por Época Esperança de vida ao nascer Comentário
Paleolítico Superior 33 Aos 15 anos: 39 (até idade 54)
Neolítico 20
Idade do Bronze 18 1800 – 1200 aC
Idade do Ferro 35 1200 aC – 1000 dC
Grécia clássica 28 Aos 15 anos: 37 (até idade 52)
Roma clássica 28
Pré-colombianas da América do Norte 25-30
Califado Islâmico Medieval 35 +
Grã-Bretanha Medieval 30
Aos 21 anos: 38 (até idade 59)
(aristocratas britânicos)
Grã-Bretanha moderna 30-45
Média mundial atual 67,2 2010 est
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59. OBJETO DA EPIDEMIOLOGIA
Qualquer dano, agravo ou evento relacionado à saúde estudado em
termos populacionais (por exemplo: hábito de fumar, peso ao nascer,
violência urbana, consumo de drogas, etc.).
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60. SERVIÇOS DE SAÚDE E EPIDEMIOLOGIA
Assistência aos doentes e práticas preventivas – fatores que interferem
na distribuição e ocorrência das doenças.
Quadro referência da epidemiologia – utilizado para abordar questões
relativas aos SS.
Objetivos: conhecimento da situação dos SS, identificação de
problemas, investigação de causas, proposição de soluções
compatíveis e sua avaliação.
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61. DEFINIÇÕES DE EPIDEMIOLOGIA
Ampliação contínua do campo de atuação.
Mais antigas – limitadas às doenças transmissíveis.
Mais recentes – incluem as DT e as DANT, outros problemas de saúde,
estados patológicos e fisiológicos, etc.
Uma possível definição:
Ramo das ciências da saúde que estuda, na população, a ocorrência, a
distribuição e os fatores determinantes dos eventos relacionados com a
saúde.
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62. DEFINIÇÕES DE EPIDEMIOLOGIA
Epidemiologista – interessado nos padrões de ocorrência de doenças e
agravos nas populações humanas e nos fatores que os influenciam.
Interesse primário na ocorrência de doenças e agravos em função do tempo,
lugar e pessoas:
aumento em função dos anos;
área geográfica com maior frequência que outra;
características das pessoas com a doença ou agravo distintas daquelas sem
essa condição.
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63. DEFINIÇÕES DE EPIDEMIOLOGIA
Exemplos de características pessoais que interessam aos
epidemiologistas:
demográficas: idade, gênero, raça, grupo étnico, etc.;
biológicas: níveis de anticorpos, substâncias químicas e enzinas no
sangue; constituintes celulares do sangue; níveis de pressão, etc.;
fatores sociais e econômicos: status socioeconômico, nível educacional,
ocupação, etc.;
genéticas: grupos sanguíneos, etc.
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64. PREMISSA BÁSICA
Agravos à saúde não ocorrem ao acaso na população.
Dois corolários:
Distribuição desigual dos agravos - produto da ação de fatores que se
distribuem desigualmente na população - sua elucidação é uma das
preocupações do epidemiologista.
Conhecimento dos fatores determinantes - aplicação de medidas
direcionadas a alvos específicos - aumento da eficácia das intervenções.
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65. MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO NA
EPIDEMIOLOGIA
Diferentes classificações:
Estudos descritivos ou analíticos
Estudos experimentais ou não experimentais (observacionais)
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66. ESTUDOS DESCRITIVOS E ANALÍTICOS
Descritivos:
Informam sobre a frequência de um evento – dados de morbi-mortalidade
– mostrar ou identificar variações desses dados na população, em
diferentes épocas e regiões (pessoa, tempo e lugar) – descrição dos
fatores de risco e das características da população.
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67. ESTUDOS DESCRITIVOS E ANALÍTICOS
Analíticos:
Investigação da associação entre uma exposição e um desfecho (ou efeito)
- estabelecimento de relação de causal entre eles.
Exemplo: hábito de fumar (exposição) e câncer de pulmão (desfecho ou
efeito).
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68. ESTUDOS EXPERIMENTAIS E
OBSERVACIONAIS
Experimentais ou de intervenção:
Investigador produz uma situação artificial para investigar seu tema –
eficácia de vacina, medicamentos, cirurgias, procedimentos de
enfermagem, etc.
Limites éticos para a criação da situação artificial de investigação.
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69. Estudos não experimentais ou
observacionais
Realização de pesquisa em situações que ocorrem “naturalmente” –
observação de pessoas ou grupos e comparação de suas características,
sem intervenção.
Outras classificações:
longitudinais ou transversais;
prospectivos ou retrospectivos.
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70. APLICAÇÕES DA EPIDEMIOLOGIA
1. Informação sobre a situação de saúde da população:
determinação das frequências;
estudo da distribuição dos eventos e diagnóstico dos principais problemas
de saúde;
identificação dos segmentos da população afetados por esses problemas.
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71. APLICAÇÕES DA EPIDEMIOLOGIA
2. Investigação dos fatores que influenciam a situação de saúde - estudo
dos determinantes do aparecimento e da manutenção dos danos à
saúde na população.
3. Avaliação do impacto das ações propostas - determinação da
utilidade e da segurança das ações, dos programas e dos serviços de
saúde.
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72. APLICAÇÕES DA EPIDEMIOLOGIA
As três aplicações – subsídios que auxiliam nas decisões nos níveis:
coletivo: implementação de novas intervenções ou reorientação ou
manutenção das intervenções existentes;
individual: fundamentação do diagnóstico clínico, solicitação de exames,
prescrição de vacinas, drogas e regimes alimentares, etc.
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73. ESPECIFICIDADE DA EPIDEMIOLOGIA
Contribuições próprias de epidemiologia – fornecimento dos
conceitos, do raciocínio e das técnicas para estudos populacionais no
campo da saúde.
Epidemiologia – confere a dimensão do coletivo ao estudo da saúde e
da doença – complementação do conhecimento produzido por meio
das investigações de laboratório ou clínicas.
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74. ESPECIFICIDADE DA EPIDEMIOLOGIA
Alguns problemas de saúde só podem ser pesquisados no nível
coletivo.
Exemplo: Fatores de risco para coronariopatias
altos níveis de colesterol sérico ou baixos níveis de HDL associados a
maiores riscos de infarto do miocárdio;
somente a epidemiologia pode investigar a existência dessas relações e
quantificar o riscos a que estão sujeitas as pessoas;
identificação das condutas preventivas.
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75. TRÊS ASPECTOS DA PRÁTICA
EPIDEMIOLÓGICA
Resultados epidemiológicos têm maior credibilidade quando:
é dada a devida atenção a forma correta de selecionar os indivíduos para
o estudo;
é feita uma apropriada aferição dos eventos e a adequada expressão dos
resultados;
as variáveis confundidoras são controladas.
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76. Bibliografia
Lilienfeld DE. Stolley PD. Foundations of Epidemiology. 3ª ed. New York,
Oxford University Press, 1994.
Pereira MG. Epidemiologia. Teoria e prática. Rio de Janeiro, Guanabara-
Koogan, 1995.
BONITA R, BEAGLEHOLE R, KJELLSTRÖM T. Epidemiologia Básica. 2ª ed.
São Paulo, Editora Santos, 2010. (Disponível em PDF).
GORDIS L. Epidemiologia. 5ª ed. Thieme - Revinter, 2017.
ROUQUAYROL MZ, GURGEL M. Epidemiologia e Saúde. 8ª ed. MedBook
Editora, 2017.
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Notas do Editor
Pelagra: doença causada pela falta de niacina (ácido nicotínico ou vitamina B3) – na Europa essa doença propagou-se qdo a farinha de milho começou a substituir a de trigo por volta de 1700. A vitamina B3 não está presente na farinha de milho. A vitamina B3 está presente no fígado, levedo, leito, queijo e cereais.
Beriberi: doença causada pela falta tiamina ou vitamina B1 – relacionada com a subsistência com base em arroz altamente polido (perda de toda a tiamina no processo de beneficiamento). A vitamina B1 está presente nas camadas mais externas das sementes e em nozes, legumes, na maioria dos vegetais e em algumas carnes (porco, músculo, fígado, coração e rins)