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Insularização do Cerrado e
           Mudanças na Comunidade de
           Lagartos na UHE de Serra da
                Mesa, Minaçu, GO




                                      Reuber Albuquerque Brandão
                                              Depto. Eng. Florestal
                                          Universidade de Brasília



Foto da Ilha 38 a partir da Ilha 35
Apresentação elaborada para a disciplina Manejo de Fauna, do curso de
graduação em Engenharia Florestal, Universidade de Brasília, com
modificações.


Esta apresentação baseia-se nos resultados da Tese de Doutorado
“Monitoramento de Populações de Lagartos no AHE Serra da Mesa,
Minaçu, Goiás”, de Reuber Brandão, apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Ecologia da Universidade de Brasília em 2002.


Todas as fotos são de autoria de Reuber Brandão, exceto as indicadas ao
longo da apresentação.


O uso desta apresentação é vetado sem a autorização expressa de
Reuber Brandão.
Localização no
Estado de Goiás
– Serra da Mesa
 é um relevante
    acidente
  geográfico do
estado de Goiás,
   facilmente
   perceptível
  mesmo nesta
     escala
• A OBRA DA USINA HIDROELÉTRICA DE SERRA DA MESA.

- Fechamento das comportas em Outubro de 1996.
- Início da Operação das turbinas em Março 1998.
- Área inundada de 178.400 ha.
- Lago com 13 setores e formação de 288 ilhas.




            Vista do Setor 1 do Lago de Serra da Mesa, onde o
            estudo foi conduzido.
- Altitudes variando entre 320 a 950 metros, com diversos
  morros de altitudes intermediárias
- Alagamento ocorreu até a cota 460.
- Matas, veredas e brejos nos vales.
- Cerrado, campo sujo e cerradão nos topos de morro
  (futuras ilhas).
- Quinto maior reservatório do Brasil em área inundada
- Maior reservatório do Brasil em volume de água
- Largura máxima: 10km
- Profundidade máxima: 180m
- Profundidade média: 50m
- Perímetro: 9.000km
Inundação, Perda de área e Formação das Ilhas

                      Vista da Ilha 34, antes do fechamento das
                      comportas. Notar rio no fundo do vale. Agosto de
                      1996.




                               Vista da Ilha 34, início do enchimento, com
                            primeiras árvores sendo engolidas pelas águas.
                                                          Outubro de 1996.


                      Vista da Ilha 34, três anos após a completa
                      formação do lago. Agosto de 2001.
Espécies de Lagartos que Permanecem em Fragmentos de Vegetação
 e em Áreas de Usinas Hidroelétricas:
 - São sempre as mais abundantes na região antes do impacto;
 - São as espécies de maior porte;
 - São as mais generalistas no uso de hábitat, usando inclusive ambientes antrópicos. No
 caso dos Cerrados de Serra da Mesa, são os lagartos Ameiva ameiva e Tropidurus
 oreadicus.




     Ameiva ameiva. Foto: Guarino Colli.                    Tropidurus oreadicus
Foram monitorados oito sítios do setor 1 do lago de Serra da Mesa, os quais iriam se tornar
ilhas. No entanto, algumas delas não se isolaram no final do enchimento.




                                                     Morro   Área (ha)   Vegetação   Grides

                                                      01        30        Cerrado      3

                                                      02         3       Cerradão      1

                                                      07        6,9        Pasto,      2
                                                                          cerrado
                                                      23        25,6     Cerradão      5

                                                      34         3        Cerrado      1

                                                      35        9,4       Cerrado      3

                                                      41        6,9       Cerrado      3

                                                      42        5,6      Cerrado/      3
                                                                         cerradão



           Setor 1 do Reservatório.
Espécies que declinaram durante o período de monitoramento com armadilhas de
queda (maio 1996 a fevereiro de 1999) eram as mais comuns nas comunidades.
                                         25

                                                                                                                                                                                               Ameiva ameiva: r = -0,530; r2 = 0,281;
                                         20
                                                                                                                                                                                                 p = 0,035 (Foto: Guarino Colli).
                                         15




                            Abundância
                                         10



                                          5



                                          0
                                               Jul/96   Set/96   Nov/96   Jan/97   Mar/97   Mai/97   Jul/97   Set/97   Nov/97   Jan/98   Mar/98   Mai/98   Jul/98   Set/98   Nov/98   Jan/99



                                                                                                     Bimestres



                                         40                                                                                                                                                    Cnemidophorus ocellifer: r = -0,498;
                                                                                                                                                                                                     r2 = 0,248; p = 0,050
                                         30




                          Abundância
                                         20



                                         10



                                         0


                                              Jul/96    Set/96 Nov/96 Jan/97 Mar/97 Mai/97 Jul/97              Set/97 Nov/97 Jan/98 Mar/98 Mai/98              Jul/98   Set/98 Nov/98 Jan/99


                                                                                                     Bimestres

                                         25
                                                                                                                                                                                                   Tropidurus oreadicus: r = -0,668;
                                         20
                                                                                                                                                                                                         r2 = 0,446; p= 0,005
                                         15
                          Abundância




                                         10


                                          5


                                          0


                                         -5
                                              Jul/96 Set/96 Nov/96 Jan/97 Mar/97 Mai/97 Jul/97 Set/97 Nov/97 Jan/98 Mar/98 Mai/98 Jul/98 Set/98 Nov/98 Jan/99


                                                                                                     Bimestres
100

 90

 80

 70

 60
                                                                                                                   Antes
                                                                                                                   Depois
 50

 40

 30

 20

 10

  0
        C. ocellifer




                                   T. oreadicus




                                                                                                A. meridionalis



                                                                                                                  T. montanus




                                                                                                                                                 A. chrysolepis
                       A. ameiva




                                                               M. maximiliani
                                                  G. amarali




                                                                                nigropunctata




                                                                                                                                C. brachystoma




                                                                                                                                                                  M. frenata
                                                                                     M.




Comparação da abundância das espécies de lagartos de Serra da Mesa entre os 12 primeiros
meses de amostragem e os 12 últimos meses, e todos os sítios. Notar a queda na abundância das
espécies mais comuns.
A. ameiva
Classificação baseada nos resíduos ajustados ao tamanho do membro posterior e a
                                                                                    C. ocellifer
 variável tamanho isométrico (Size) para Espécies. Taxa de classificação: 87,26%.   T. cf. montanus
                                                                                    T. oreadicus
                                                                                    A. chrysolepis
                                                                                    A. meridionalis
                                                                                    M. nigropunctata
                         0,2                                                        M. frenata
                                                                                    G. geckoides
                                                                                    C. brachystoma
                                                                                    C. modesta
                                                                                    C. ocellata
                                                                                    M. maximiliani
                         0,1
      Membro Posterior




                         0,0



                         -0,1



                         -0,2


                                7   8           9            10           11        12
                                               Tamanho
Classificação baseada nos resíduos ajustados ao tamanho do membro posterior e a variável
 tamanho isométrico (Size) para Famílias. Taxa de classificação: 94,85%.                   Tropiduridae
                                                                                           Teiidae
                                                                                           Polychrotidae
                                                                                           Gekkonidae
                   0,2                                                                     Gymnophtalmidae
                                                                                           Scincidae



                   0,1
Membro Posterior




                   0,0



                   -0,1



                   -0,2


                          6,5   7,0   7,5   8,0   8,5   9,0   9,5   10,0 10,5 11,0 11,5 12,0
                                                        Tamanho
Classificação baseada nos resíduos ajustados ao tamanho do membro posterior e a variável tamanho (Size)
 para grupos. Grupo 1: Espécies grandes com membros longos que declinaram durante o estudo; Grupo
 2: Espécies pequenas de membros curtos que aumentaram a abundância durante o estudo; Grupo 3:            Grupo 1
 Espécies arborícolas                                                                                     Grupo 2
                     0,2                                                                                  Grupo 3




                     0,1
  Membro posterior




                     0,0



                     -0,1



                     -0,2


                            6                        8                                   10                     12
                                                                Tamanho
- Cinco Ilhas x cinco Margens em 2001 (três anos após o enchimento)
Registrados 1002 Lagartos, de 14 espécies e seis famílias.
Mudança no padrão de abundância. As espécies Micrablepharus maximiliani, Gymnodactylus amarali, Mabuya
 nigropunctata e Coleodactylus brachystoma corresponderam a 78,14% da abundância, enquanto C. ocellifer e
 T. oreadicus (dominantes antes do enchimento) corresponderam a 8%. Ameiva ameiva não foi mais
 registrado.

250



200
                                                                                                                                                    Abundância

150



100



50



 0
                                                     C. brachystoma




                                                                                                                                                       A. chrysolepis
                                                                                                       C. ocellata
                                     nigropunctata




                                                                                                                                                                                       C. modesta
                                                                                        C. ocellifer
                                                                      A. meridionalis




                                                                                                                                  T. cf. montanus




                                                                                                                                                                        T. oreadicus




                                                                                                                                                                                                    P. acutirostris



                                                                                                                                                                                                                      quadrilineatus
                                                                                                                     M. frenata
       M. maximiliani


                        G. amarali


                                          M.




                                                                                                                                                                                                                           T.
- Ilhas e margens não diferiram em diversidade ou equitabilidade. Abundância nas ilhas foi maior
  Ilhas e margens diferiram em relação à riqueza.




Parcelas    Área (ha)   Situação   Riqueza   Abund.

“Ilha” 42      8        Margem       9         45

“Ilha” 41      6,8      Margem       9         51
 “Ilha”
               8        Margem       8         60
  42.2
Borda 1      >1000      Margem       8         56
Borda 2      >1000      Margem       9         53
 Ilha 34       6          Ilha       9        129

 Ilha 38       3          Ilha       8        163
 Ilha 37       2          Ilha       7         97
 Ilha 35       15         Ilha       7        114
 Ilhota        0,5        Ilha       7        183
A abundância de Gymnodactylus amarali, Mabuya nigropunctata, Coleodactylus brachustoma e
  Micrablepharus. maximiliani foram significativamente maiores nas ilhas que nas bordas.


 180

 160
 140

 120                                                                                                                                                                                  Borda
 100                                                                                                                                                                                  Ilha
  80

  60

  40

  20

   0




                                                                                                                                                     A. chrysolep is
                                                    b rachystoma




                                                                                       C. ocellifer
                                                                   A. merid io nalis




                                                                                                                                   T. cf. montanus




                                                                                                                                                                       T. oreadicus




                                                                                                                                                                                                    P. acutirostris


                                                                                                                                                                                                                      qua drilineatus
                                                                                                      C. o cellata
                                   nigrop unctata




                                                                                                                                                                                       C. modesta
       maximiliani

                     G. amara li




                                                                                                                     M . frenata
           M.




                                                          C.
                                        M.




                                                                                                                                                                                                                            T.
As espécies que aumentaram a densidade nas ilhas eram originalmente menos abundantes nos sítios
 antes do enchimento, de tamanho médio a pequeno, com membros curtos (i.e. pouca habilidade de
 corrida), sendo por isso espécies discretas, associadas a certos tipos de abrigo ou que possuem
 refinadas estratégias de defesa contra predadores.




O discreto Coleodactylus brachystoma é o menor lagarto do Cerrado, com cerca de 2cm de
comprimento do focinho até a cloaca. Além do pequeno tamanho e de viver em ambientes discretos,
este lagarto é um mímico de escorpiões Butídeos, uma estratégia de defesa rara em vertebrados.
Quando ameaçado, dobra a cauda sobre o corpo, apresentando semelhança em forma e coloração aos
segmentos caudais de três espécies de escorpiões encontradas nas mesmas ilhas em Serra da Mesa.
A lagartixa Gymnodactylus amarali é uma espécie de
lagarto fortemente associada a cupinzeiros e apresenta
hábitos crepusculares. Desta forma, está livre da maior
parte das aves predadoras. Além de poder perder a
cauda com facilidade, a sua pele se desprende do corpo
(“rasga”) quando agarrada, voltando a crescer
novamente.



O calango-liso Mabuya nigropunctata pertence a um
interessante grupo de lagartos vivíparos. Além de
apresentar escamas lisas e escorregadias fortemente
fixadas sobre a musculatura, que impedem
eficientemente sua captura, é um animal muito
inteligente, capaz de reconhecer e aprender fontes de
risco, como predadores (no caso, pesquisadores).



O pequeno Micrablepharus maximiliani apresenta um interessante
padrão de colorido, onde o corpo é discreto e a cauda é azul
brilhante. Além de atrair ataques de predadores para uma parte
não vital do animal, o azul da cauda ajuda a confundir predadores
visualmente orientados. O lagarto apresenta movimento veloz e
errático no solo, criando “flashes” azuis que aparecem e
desaparecem rapidamente, evitando que predadores projetem a
trajetória do animal.
No caso de Serra da Mesa, espécies de maior
porte na comunidade, mais evidentes no
ambiente e que utilizam a velocidade como
forma primária de fuga de predadores, foram
negativamente afetadas pela insularização do
Cerrado. Esse resultado é interessante, pois
estas são as espécies que geralmente
colonizam ambientes alterados pelo homem.
A densidade de                A comunidade de
predadores nas ilhas          lagartos de Serra da
aumentou muito                Mesa pode ser separada
durante o enchimento.         em Grupos funcionais,
(Possível efeito do           fortemente relacionados
adensamento?)                 à filogenia das espécies.
Predação é mais forte         A seleção parecer ter
sobre as espécies mais        sido direcionada. A
evidentes (grandes e          ecologia das espécies
que confiam na                pode ser usada para
velocidade para fugir         prever sua resposta a
de predadores)                impactos ambientais.




                         Predação de macho adulto de
                         Tropidurus oreadicus pelo gavião
                         Falco sparverius. Foto: Jader
                         Marinho-Filho

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Insularização Cerrado Mudanças Lagartos UHE Serra Mesa

  • 1. Insularização do Cerrado e Mudanças na Comunidade de Lagartos na UHE de Serra da Mesa, Minaçu, GO Reuber Albuquerque Brandão Depto. Eng. Florestal Universidade de Brasília Foto da Ilha 38 a partir da Ilha 35
  • 2. Apresentação elaborada para a disciplina Manejo de Fauna, do curso de graduação em Engenharia Florestal, Universidade de Brasília, com modificações. Esta apresentação baseia-se nos resultados da Tese de Doutorado “Monitoramento de Populações de Lagartos no AHE Serra da Mesa, Minaçu, Goiás”, de Reuber Brandão, apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Ecologia da Universidade de Brasília em 2002. Todas as fotos são de autoria de Reuber Brandão, exceto as indicadas ao longo da apresentação. O uso desta apresentação é vetado sem a autorização expressa de Reuber Brandão.
  • 3. Localização no Estado de Goiás – Serra da Mesa é um relevante acidente geográfico do estado de Goiás, facilmente perceptível mesmo nesta escala
  • 4. • A OBRA DA USINA HIDROELÉTRICA DE SERRA DA MESA. - Fechamento das comportas em Outubro de 1996. - Início da Operação das turbinas em Março 1998. - Área inundada de 178.400 ha. - Lago com 13 setores e formação de 288 ilhas. Vista do Setor 1 do Lago de Serra da Mesa, onde o estudo foi conduzido.
  • 5. - Altitudes variando entre 320 a 950 metros, com diversos morros de altitudes intermediárias - Alagamento ocorreu até a cota 460. - Matas, veredas e brejos nos vales. - Cerrado, campo sujo e cerradão nos topos de morro (futuras ilhas). - Quinto maior reservatório do Brasil em área inundada - Maior reservatório do Brasil em volume de água - Largura máxima: 10km - Profundidade máxima: 180m - Profundidade média: 50m - Perímetro: 9.000km
  • 6. Inundação, Perda de área e Formação das Ilhas Vista da Ilha 34, antes do fechamento das comportas. Notar rio no fundo do vale. Agosto de 1996. Vista da Ilha 34, início do enchimento, com primeiras árvores sendo engolidas pelas águas. Outubro de 1996. Vista da Ilha 34, três anos após a completa formação do lago. Agosto de 2001.
  • 7. Espécies de Lagartos que Permanecem em Fragmentos de Vegetação e em Áreas de Usinas Hidroelétricas: - São sempre as mais abundantes na região antes do impacto; - São as espécies de maior porte; - São as mais generalistas no uso de hábitat, usando inclusive ambientes antrópicos. No caso dos Cerrados de Serra da Mesa, são os lagartos Ameiva ameiva e Tropidurus oreadicus. Ameiva ameiva. Foto: Guarino Colli. Tropidurus oreadicus
  • 8. Foram monitorados oito sítios do setor 1 do lago de Serra da Mesa, os quais iriam se tornar ilhas. No entanto, algumas delas não se isolaram no final do enchimento. Morro Área (ha) Vegetação Grides 01 30 Cerrado 3 02 3 Cerradão 1 07 6,9 Pasto, 2 cerrado 23 25,6 Cerradão 5 34 3 Cerrado 1 35 9,4 Cerrado 3 41 6,9 Cerrado 3 42 5,6 Cerrado/ 3 cerradão Setor 1 do Reservatório.
  • 9. Espécies que declinaram durante o período de monitoramento com armadilhas de queda (maio 1996 a fevereiro de 1999) eram as mais comuns nas comunidades. 25 Ameiva ameiva: r = -0,530; r2 = 0,281; 20 p = 0,035 (Foto: Guarino Colli). 15 Abundância 10 5 0 Jul/96 Set/96 Nov/96 Jan/97 Mar/97 Mai/97 Jul/97 Set/97 Nov/97 Jan/98 Mar/98 Mai/98 Jul/98 Set/98 Nov/98 Jan/99 Bimestres 40 Cnemidophorus ocellifer: r = -0,498; r2 = 0,248; p = 0,050 30 Abundância 20 10 0 Jul/96 Set/96 Nov/96 Jan/97 Mar/97 Mai/97 Jul/97 Set/97 Nov/97 Jan/98 Mar/98 Mai/98 Jul/98 Set/98 Nov/98 Jan/99 Bimestres 25 Tropidurus oreadicus: r = -0,668; 20 r2 = 0,446; p= 0,005 15 Abundância 10 5 0 -5 Jul/96 Set/96 Nov/96 Jan/97 Mar/97 Mai/97 Jul/97 Set/97 Nov/97 Jan/98 Mar/98 Mai/98 Jul/98 Set/98 Nov/98 Jan/99 Bimestres
  • 10. 100 90 80 70 60 Antes Depois 50 40 30 20 10 0 C. ocellifer T. oreadicus A. meridionalis T. montanus A. chrysolepis A. ameiva M. maximiliani G. amarali nigropunctata C. brachystoma M. frenata M. Comparação da abundância das espécies de lagartos de Serra da Mesa entre os 12 primeiros meses de amostragem e os 12 últimos meses, e todos os sítios. Notar a queda na abundância das espécies mais comuns.
  • 11. A. ameiva Classificação baseada nos resíduos ajustados ao tamanho do membro posterior e a C. ocellifer variável tamanho isométrico (Size) para Espécies. Taxa de classificação: 87,26%. T. cf. montanus T. oreadicus A. chrysolepis A. meridionalis M. nigropunctata 0,2 M. frenata G. geckoides C. brachystoma C. modesta C. ocellata M. maximiliani 0,1 Membro Posterior 0,0 -0,1 -0,2 7 8 9 10 11 12 Tamanho
  • 12. Classificação baseada nos resíduos ajustados ao tamanho do membro posterior e a variável tamanho isométrico (Size) para Famílias. Taxa de classificação: 94,85%. Tropiduridae Teiidae Polychrotidae Gekkonidae 0,2 Gymnophtalmidae Scincidae 0,1 Membro Posterior 0,0 -0,1 -0,2 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0 9,5 10,0 10,5 11,0 11,5 12,0 Tamanho
  • 13. Classificação baseada nos resíduos ajustados ao tamanho do membro posterior e a variável tamanho (Size) para grupos. Grupo 1: Espécies grandes com membros longos que declinaram durante o estudo; Grupo 2: Espécies pequenas de membros curtos que aumentaram a abundância durante o estudo; Grupo 3: Grupo 1 Espécies arborícolas Grupo 2 0,2 Grupo 3 0,1 Membro posterior 0,0 -0,1 -0,2 6 8 10 12 Tamanho
  • 14. - Cinco Ilhas x cinco Margens em 2001 (três anos após o enchimento) Registrados 1002 Lagartos, de 14 espécies e seis famílias. Mudança no padrão de abundância. As espécies Micrablepharus maximiliani, Gymnodactylus amarali, Mabuya nigropunctata e Coleodactylus brachystoma corresponderam a 78,14% da abundância, enquanto C. ocellifer e T. oreadicus (dominantes antes do enchimento) corresponderam a 8%. Ameiva ameiva não foi mais registrado. 250 200 Abundância 150 100 50 0 C. brachystoma A. chrysolepis C. ocellata nigropunctata C. modesta C. ocellifer A. meridionalis T. cf. montanus T. oreadicus P. acutirostris quadrilineatus M. frenata M. maximiliani G. amarali M. T.
  • 15. - Ilhas e margens não diferiram em diversidade ou equitabilidade. Abundância nas ilhas foi maior Ilhas e margens diferiram em relação à riqueza. Parcelas Área (ha) Situação Riqueza Abund. “Ilha” 42 8 Margem 9 45 “Ilha” 41 6,8 Margem 9 51 “Ilha” 8 Margem 8 60 42.2 Borda 1 >1000 Margem 8 56 Borda 2 >1000 Margem 9 53 Ilha 34 6 Ilha 9 129 Ilha 38 3 Ilha 8 163 Ilha 37 2 Ilha 7 97 Ilha 35 15 Ilha 7 114 Ilhota 0,5 Ilha 7 183
  • 16. A abundância de Gymnodactylus amarali, Mabuya nigropunctata, Coleodactylus brachustoma e Micrablepharus. maximiliani foram significativamente maiores nas ilhas que nas bordas. 180 160 140 120 Borda 100 Ilha 80 60 40 20 0 A. chrysolep is b rachystoma C. ocellifer A. merid io nalis T. cf. montanus T. oreadicus P. acutirostris qua drilineatus C. o cellata nigrop unctata C. modesta maximiliani G. amara li M . frenata M. C. M. T.
  • 17. As espécies que aumentaram a densidade nas ilhas eram originalmente menos abundantes nos sítios antes do enchimento, de tamanho médio a pequeno, com membros curtos (i.e. pouca habilidade de corrida), sendo por isso espécies discretas, associadas a certos tipos de abrigo ou que possuem refinadas estratégias de defesa contra predadores. O discreto Coleodactylus brachystoma é o menor lagarto do Cerrado, com cerca de 2cm de comprimento do focinho até a cloaca. Além do pequeno tamanho e de viver em ambientes discretos, este lagarto é um mímico de escorpiões Butídeos, uma estratégia de defesa rara em vertebrados. Quando ameaçado, dobra a cauda sobre o corpo, apresentando semelhança em forma e coloração aos segmentos caudais de três espécies de escorpiões encontradas nas mesmas ilhas em Serra da Mesa.
  • 18. A lagartixa Gymnodactylus amarali é uma espécie de lagarto fortemente associada a cupinzeiros e apresenta hábitos crepusculares. Desta forma, está livre da maior parte das aves predadoras. Além de poder perder a cauda com facilidade, a sua pele se desprende do corpo (“rasga”) quando agarrada, voltando a crescer novamente. O calango-liso Mabuya nigropunctata pertence a um interessante grupo de lagartos vivíparos. Além de apresentar escamas lisas e escorregadias fortemente fixadas sobre a musculatura, que impedem eficientemente sua captura, é um animal muito inteligente, capaz de reconhecer e aprender fontes de risco, como predadores (no caso, pesquisadores). O pequeno Micrablepharus maximiliani apresenta um interessante padrão de colorido, onde o corpo é discreto e a cauda é azul brilhante. Além de atrair ataques de predadores para uma parte não vital do animal, o azul da cauda ajuda a confundir predadores visualmente orientados. O lagarto apresenta movimento veloz e errático no solo, criando “flashes” azuis que aparecem e desaparecem rapidamente, evitando que predadores projetem a trajetória do animal.
  • 19. No caso de Serra da Mesa, espécies de maior porte na comunidade, mais evidentes no ambiente e que utilizam a velocidade como forma primária de fuga de predadores, foram negativamente afetadas pela insularização do Cerrado. Esse resultado é interessante, pois estas são as espécies que geralmente colonizam ambientes alterados pelo homem.
  • 20. A densidade de A comunidade de predadores nas ilhas lagartos de Serra da aumentou muito Mesa pode ser separada durante o enchimento. em Grupos funcionais, (Possível efeito do fortemente relacionados adensamento?) à filogenia das espécies. Predação é mais forte A seleção parecer ter sobre as espécies mais sido direcionada. A evidentes (grandes e ecologia das espécies que confiam na pode ser usada para velocidade para fugir prever sua resposta a de predadores) impactos ambientais. Predação de macho adulto de Tropidurus oreadicus pelo gavião Falco sparverius. Foto: Jader Marinho-Filho