O que é EPIDEMIOLOGIA?
EPI=SOBRE
DEMO=POPULAÇÃO
LOGIA=ESTUDO
DOENÇAS
CAUSAS
História da epidemiologia
A epidemiologia originou-se das observações de
Hipócrates feitas há mais de 2000 anos de que fatores
ambientais influenciam a ocorrência de doenças.
Entretanto, foi somente no século XIX que a distribuição
das doenças em grupos humanos específicos passou a ser
medida em larga escala.
História da Epidemiologia
A abordagem epidemiológica que compara os
coeficientes (ou taxas) de doenças em
subgrupos populacionais tornou-se uma
prática comum no final do século XIX e início
do século XX.
A sua aplicação foi inicialmente feita visando o
controle de doenças transmissíveis e,
posteriormente, no estudo das relações entre
condições ou agentes ambientais e doenças
específicas.
História da Epidemiologia
Na segunda metade do século XX, esses
métodos foram aplicados para doenças
crônicas não transmissíveis tais como
doença cardíaca e câncer, sobretudo nos
países industrializados.
Evolução da Epidemiologia até o
Século XIX
Hipócrates – Grécia antiga
(Médico grego, pai da
medicina e epidemiologia)
Galeno – Século XVII
(Roma antiga)
John Graunt (1620 – 1674)
Orientação para avaliar os
fatores como clima, maneira
de viver, hábitos de comer e
beber.
Teoria dos Miasmas (má
qualidade do ar,
decomposição de animais e
plantas).
Pai da demografia ou
estatísticas vitais (estimou %
de crianças nv e morriam
antes dos 6 anos de idade).
Epidemiologistas - Século XIX
Cientistas Franceses
Pierre Louis – Uso da
estatística na pesquisa
clínica.
Louis Villermé – Estudo
dos determinantes
sociais das doenças.
Louis Pasteur – Pai da
bacteriologia.
Investigações no campo
da microbiologia,
Cientistas Ingleses
William Farr – Produção
de informações
sistemáticas. Aplicação da
estatística no estudo da
mortalidade.
John Snow – Trabalho de
campo, voltado à
elucidação da epidemia
de cólera.
Século XX
Primeira metade
Influência da microbiologia –
Diagnóstico etiológico.
No Brasil – Oswaldo Cruz,
Carlos Chagas, Adolfo Lutz,
Emílio Ribas destacaram-se
como sanitaristas com
medidas saneadoras e
preventivas.
Lind, Takaki e Goldberger –
Estudo das doenças não
infecciosas (prevenção do
escoburto, beribéri e pelagra)
Segunda metade (pós
Segunda Guerra Mundial)
Desenvolvimento da
epidemiologia
Ênfase das pesquisas –
mudança de perfil das doenças
prevalentes.
a. Determinação das condições
de saúde da população.
b. Investigações etiológicas
Estudos de Coorte (Fatores de
risco em doenças crônicas).
Estudos de Caso-controle
(Tabagismo x Câncer de
pulmão).
c. Avaliação de intervenções
(doenças cardiovasculares).
Situação Atual
Pilares da Epidemiologia Atual
Ciências Biológicas – Clínica, patologia,
microbiologia, parasitologia e a imunologia.
Ciências Sociais – A busca de melhor conhecimento
da interação do social com o biológico na produção
da doença.
Estatística – Arte de coletar, resumir e analisar dados
sujeitos a variações como a aleatoriedade dos
eventos e o controle de variáveis que dificultam a
interpretação dos resultados.
Premissas Básicas
agravos à saúde não ocorrem ao acaso
distribuição desigual dos agravos na população
distribuição desigual dos fatores de risco
conhecimento destas situações orienta aplicação
de medidas preventivas e curativas direcionadas
FUNDAMENTOS BÁSICOS DE EPIDEMIOLOGIA
O propósito da epidemiologia – o que investigar
Definições de saúde e doença: causa versus
determinantes
Abordagens epidemiológicas/método
epidemiológico – natureza da informação, tipos de
estudo
FUNDAMENTOS BÁSICOS DE EPIDEMIOLOGIA
Objetivos da Epidemiologia
Descrever a distribuição e a magnitude dos
problemas de saúde nas populações humanas;
Conhecer dados essenciais para o planejamento,
execução e avaliação das ações de prevenção e
promoção da saúde, controle e tratamento das
doenças;
Estabelecer prioridades para melhorar cada vez mais
o nível de saúde da população;
Identificar os fatores etiológicos das doenças.
Problema Epidemiológico
Em epidemiologia, o problema tem origem
quando doenças acometem grupos
humanos.
É a necessidade de remover fatores
ambientais contrários à saúde ou de criar
condições que a promovam, que determina
a problemática própria da epidemiologia.
Alvo do estudo epidemiológico
O alvo de um estudo epidemiológico é sempre
uma população humana, que pode ser definida
em termos geográficos ou outro qualquer.
Por exemplo, um grupo específico de pacientes
hospitalizados ou trabalhadores de uma
indústria.
Em geral, a população utilizada em um estudo
epidemiológico é aquela localizada em uma
determinada área ou país em um certo momento
do tempo.
Epidemiologia clínica
A epidemiologia está, também,
preocupada com a evolução e o desfecho
(história natural) das doenças nos
indivíduos e nos grupos populacionais.
A aplicação dos princípios e métodos
epidemiológicos no manejo de
problemas encontrados na prática
médica com pacientes, levou ao
desenvolvimento da epidemiologia
clínica.
Ciência que estuda o processo saúde-doença em coletividades
humanas, analisando a distribuição e os fatores determinantes
das enfermidades, danos à saúde e eventos associados à saúde
coletiva, propondo medidas específicas de prevenção, controle,
ou erradicação de doenças, e fornecendo indicadores que
sirvam de suporte ao planejamento, administração e avaliação
das ações de saúde.
Epidemiologia
(ROUQUAYROL; GOLDBAUM, 2003)
Conceito
CONCEITO
A epidemiologia pode ser definida como “o estudo da
distribuição e dos determinantes de eventos ou estados
relacionados à saúde-doença, em populações
específicas, e a aplicação deste estudo para o
controle de problemas de saúde”.
Last, 1995
Médico
Investigar alterações no organismo
Exame clínico
Solicita exames complementares
Chega a um diagnóstico
Indica prescrição
• Epidemiologista
– Investigar o agravo na
população
– Freqüência e distribuição da
doença
– Informações - dados
– Hipóteses de fatores
determinantes
– Associação fator-doença
– Profilaxia
Compreendendo o conceito
de epidemiologia!
• Aspectos teóricos e conceituais das
explicações do processo saúde-doença nas
populações.
Entendimento,
origens e
implicações para
saúde pública
Complexa relação
dos fatores de risco
Questões
metodológicas
EPIDEMIOLOGIA MODERNA
Estado de saúde das populações
A epidemiologia é frequentemente utilizada para descrever o estado de saúde
de grupos populacionais.
O conhecimento da carga de doenças que subsiste na população é essencial
para as autoridades em saúde.
Esse conhecimento permite melhor utilização de recursos através da
identificação de programas curativos e preventivos prioritários à população.
Medir saúde e doença
Medir saúde e doença é fundamental para a prática da
epidemiologia.
Diversas medidas são utilizadas para caracterizar a saúde das
populações.
O estado de saúde da população não é totalmente medido
em muitas partes do mundo, e essa falta de informações
constitui um grande desafio para os epidemiologistas.
Dados
Existe a necessidade de dados fidedignos e completos para
gerar as informações.
Registro dos dados:
- Forma contínua: óbitos, nascimentos, doenças
de notificação obrigatória;
- Forma periódica: recenseamento da
população;
- Forma ocasional: pesquisas realizadas com fins
específicos: conhecer a prevalência da
hipertensão arterial em uma comunidade, em
determinado momento.
Dados
Dados relevantes à saúde:
- População: número de habitantes, idade, sexo, etc;
- Sócio-econômicos: renda, ocupação, classe social, tipo de
trabalho, condições de moradia e alimentação;
- Ambientais: poluição, abastecimento de água, tratamento de
esgoto, coleta e disposição de lixo;
- Serviços de saúde: hospitais, ambulatórios, unidades de
saúde, acesso aos serviços;
- Morbidade: doenças que ocorrem na comunidade e;
- Eventos vitais: óbitos, nascidos vivos e mortos.
Esses dados refletem a saúde – ou ausência dela – da
população que se deseja estudar.
Limitações
“Ponta do iceberg”
- Refere-se a uma característica desses dados, ou seja, tanto
morbidade quanto a mortalidade (especialmente a última)
representam apenas uma parcela da população, a que morre
ou a que chega ao serviço de saúde e tem seu diagnóstico feito
e registrado corretamente.
Conceitos em Epidemiologia
Surto – Epidemia de proporções reduzidas, atingindo uma
pequena comunidade humana, restrita a instituições fechadas.
Endemia – Ocorrência coletiva de uma determinada doença,
que no decorrer de um longo período histórico, acometendo
sistematicamente grupos humanos distribuídos em espaços
delimitados, mantém sua incidência constante.
Epidemia – Se caracteriza pela incidência, em um curto
período de tempo, de grande número de casos de uma doença.
Pandemia – Ocorrência epidêmica em várias nações.
Estuda os atributos
(dados), que são
Sistematicamente
Analisados
Método Epidemiológico
Levanta pistas que permitirão elucidar as
causas (determinação) das doenças
DESCRITIVO ANALÍTICO
Comprova as
associações
causais
Aplicações da Epidemiologia
1. Supervisão de Doenças
• Epidemia: Um rápido e dramático aumento na frequência
de uma doença dentro de uma população.
• Taxa de Incidência de uma doença: mede a rapidez
com que novos casos da doença aparecem.
2. Procurando as causas da doença
• Estudo Caso-Controle: presença (casos) ou ausência
(controle) da doença de interesse.
• Estudo de Coorte: baseados na presença (exposição) ou
ausência (não exposição) de um fator de risco de
interesse.
Aplicações da Epidemiologia
3. Testando o Diagnóstico
Verificação dos resultados dos testes:
• Um bom teste deve ter: um baixo percentual de falsos
positivos ou uma alta especificidade e um baixo percentual de
falsos negativos ou uma alta sensibilidade
• Sensibilidade = P(Teste + | Doença Presente)
Ex: VDRL (78% a 100%)
Análise de secreção da técnica de Gram 90%
• Especificidade = P(Teste - | Doença Ausente)
• TPHA (98% a 100%)
• Análise de secreção da técnica de Gram 98%
O que fazem os
epidemiologistas
então?
Ms Paula Brustolin
Piada da Hora
Ms Paula Brustolin
Dois epidemiologistas se
encontram, e um pergunta para
o outro: como está sua mulher?
O outro responde: comparando
com quem?
•Classificar e caracterizar a doença.
•Saber qual o componente de um caso de uma doença.
•Encontrar uma fonte para busca de casos.
•Definir a população de risco da doença.
•Definir o período de tempo do risco da doença.
•Obter permissão para estudar a pessoa.
•Fazer medidas das freqüências da doença.
• Relacionar casos à probabilidade na população e tempo de risco.
Os epidemiologistas medem a
freqüência das doenças nas populações.
Geralmente as medidas envolvidas são:
Ms Paula Brustolin
• Identificação da ÁGUA como o maior
reservatório e veículo das doenças
comunicáveis, tais como: cólera e febre tifóide
(1849 – 1856).
• Identificação de ARTROPODES vetores de
muitas doenças – malária, febre amarela,
doença do sono, tifo (1895 – 1909).
• Identificação do portador assintomático como
um importante vetor da febre tifóide, difteria e
poliomielite (1893 – 1905).
Trunfos da Epidemiologia
Ms Paula Brustolin
• TABAGISMO encontrado como a causa principal
do câncer pulmonar, enfisema e doença
cardiovascular.
• Erradicação da VARÍOLA (1978).
•Infecção perinatal do HBV como causa de
carcinoma hepatocelular (câncer comum na China
e África Meridional (1970 – anos 80)
• Identificação da AIDS, prognóstico das causas por
um vírus transmitido via sexual (1981 – 3), e
desenvolvimento das medidas preventivas ANTES
da identificação do vírus.
Trunfos da Epidemiologia
Ms Paula Brustolin
Bibliografia
Epidemiologia – Teoria e Prática
de Maurício Gomes Pereira
Epidemiologia e Saúde
de Maria Zélia Rouquayrol
Epidemiologia e Saúde Pública
Ms Paula Brustolin