DEFINIÇÃO
O QUE SÃO MICOTOXINAS?
·Metabólitos secundários formados durante o crescimento dos
fungos.
·Importantes contaminantes de alimentos de rações animais
·Efeitos tóxicos agudos e crônicos no homem e em animais
SINTOMAS DEPENDEM:
·Tipos de micotoxina
·Quantidade e duração da exposição.
·Da via de exposição
·Idade, sexo e saúde do indivíduo exposto.
·Má nutrição, abuso de álcool, condição de doença infeciosa.
FORMAÇÃO DAS MICOTOXINAS
Os que acatam antes da colheita (fungos de campo)
Os que ocorrem após a colheita (fungos de armazenamento)
Os fungos que produzem micotoxinas dividem-se em dois grupos:
AFLATOXINAS
As aflatoxinas são produzidas por fungos
do gênero Aspergillus e relatadas como
hepatotóxicas, mutagênicas,
imunossupressoras e neoplásicas. A
depender da quantidade ingerida,
frequência de ingestão e idade do individuo,
podem relacionar-se à cirrose, necrose do
fígado, encefalopatia e aumento da
susceptibilidade à hepatite B.
Dentre as aflatoxinas destacam-se as
denominadas B1, G1, B2 e G2,
especialmente a B1, que tem elevada
hepatotoxicidade. A biotransformação das
aflatoxinas ocorre principalmente no fígado
e diferentes enzimas podem atuar na
detoxificação.
FUMONISINAS
Formam um grupo de micotoxinas
produzidas pelo metabolismo secundário de
fungos toxígenos dos gêneros Fusarium e
Alternaria, sendo as linhagens de F.
moniliforme as maiores produtoras.
Aproximadamente duas dezenas de
fumonisinas são conhecidas, mas somente
as fumonisinas B1, B2 e B3 apresentam
ocorrência e importância toxicológica
reconhecidas.
Ocorrem em diversos cereais, sobretudo no
milho, atingindo concentrações que
geralmente induzem intoxicações
subclínicas em diversas espécies. A
diminuição do ganho de peso geralmente é
decorrente de afecções entéricas e
hepáticas.
ZEARALENONA
Zearalenona é um metabólito fúngico
estrogênico não esteroide. É produzida por
várias espécies de fungos do gênero
Fusarium, incluindo F. culmorum, F.
graminearum e F. crookwellense. Essas
espécies colonizam cereais e tendem a se
tornar particularmente importantes durante
estações de alta umidade, acompanhadas
de temperaturas amenas.
É uma micotoxina contaminante natural de
diversos cereais, como trigo, cevada, arroz e
particularmente o milho, em vários países. A
toxina pode produzir efeitos estrogênicos
quando os cereais ou subprodutos
contaminados são ingeridos pelos animais.
OCRATOXINA A
A ocratoxina A, é uma micotoxina produzida
por algumas espécies de fungos
filamentosos pertencentes aos gêneros
Aspergillus e Penicillium e é, entre todas as
ocratoxinas, a mais tóxica e por isso a mais
relevante. Apresenta propriedades
carcinogênicas, nefrotóxicas, teratogênicas,
imunotóxicas e neurotóxicas.
TRICOTECENOS
Tricotecenos são produzidos por fungos dos
gêneros Fusarium, Cefalosporium,
Myrothecium, Stachybotrys e Trichoderma.
Estão divididos em grupo A e grupo B. São
contaminantes naturais de grãos, sendo
produzidos em condições de alta umidade.
DON ocorre com maior frequência, havendo
associação a outras micotoxinas de
Fusarium. Monogástricos, como os suínos,
são muito sensíveis à ação dos tricotecenos.
Os sinais clínicos incluem recusa de
alimentos, vômito, diminuição no ganho de
peso, diarreia com sangue, dermatite,
salivação, hemorragias, abortos e distúrbios
do sistema nervoso.
RUGULOSINA
Produzida por espécies de Penicillium,
especialmente por Penicillium islandicum, a
rugulosina é um bis-antraquinoide e é
supeita de causar danos renais e hepáticos
em humanos (SUTTAJIT, 1987). Em células
de ratos e camundongos, essa substância
induziu a formação de tumores em células
hepáticas de camundongos machos (UENO
et al., 1980).
LUTEOSQUIRINA
Também produzida por Penicillium
islandicum, a luteosquirina é uma
antraquinona e estaria associada à doença
do “arroz amarelo”, no Japão. Sua
capacidade nefrotóxica e hepatotóxica não
está conclusivamente provada. Entretanto, o
fungo produtor é comumente isolado a partir
de alimentos (COMERIO, 2000).
CICLOCLOROTINA
Considerada como hepatóxica, a
cicloclorotina é igualmente produzida por
Penicillium islandicum. Sua capacidade para
causar efeitos tóxicos a células hepáticas
em cultura foi demonstrada por OHMI et al.
(2001).
ÁCIDO PENICÍLICO
Produzido por algumas espécies de
Penicillium, mas principalmente pelo fungo
Aspergillus ochraceus, o ácido penicílico é
considerado uma micotoxina
potencialmente cancerígena. Testes em
camundongos machos confirmaram essa
capacidade
Regulamentação de Micotoxinas no
Brasil e no Mundo
AANVISA estabelece limites para presença de
micotoxinas em alimentos. Os alimentos comercializados
no Brasil deverão respeitar um limite máximo para a
presença de micotoxinas, substâncias tóxicas produzidas
por fungos e encontradas principalmente em grãos. É o
que determina a Resolução publicada pela Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)
Entretanto, dentro dos limites estabelecidos pela
regulamentação da ANVISA, o consumo dessas
substâncias é considerado seguro. “O ideal é que os
alimentos possuam a menor quantidade de micotoxinas
possíveis, porém existem estudos toxicológicos
internacionais que nos dão essa margem de segurança
para consumo dessas substâncias.
CONCLUSÃO
A contaminação de alimentos e rações por micotoxinas
representa um sério problema de saúde para humanos e
animais, além de se constituir em considerável obstáculo à
economia de países da África, Ásia e da América Latina, nos
quais a balança comercial se baseia nas exportações de
commodities
Falta no Brasil, entretanto, um maior rigor no cumprimento das
portarias. As fiscalizações são esporádicas e os laboratórios
encarregados de realizar as análises encontram-se, em sua
grande maioria, desprovidos de material e de pessoal
especializado