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Resumo Prova Uff 2012


   Jakobson
 Fatores fundamentais da comunicação:
  Emissor
  Receptor
  Tema da mensagem
  Código utilizado
     As significações linguísticas são diferenciais do mesmo sentido em que os fonemas são unidades fônicas diferenciais.
     Os sons da fala apresentam:
    Variantes contextuais: pode ocorrer em qualquer dos domínios da língua e cuja escolha obedece ao contexto.
    Variantes facultativas, situacionais (alofones - cada uma das pronuncias possíveis de um fonema e metafones):A
     menor unidade sonora (fonética) de uma língua que estabelece contraste de significado para diferenciar palavras. Por
     exemplo, a diferença entre as palavras prato e trato, quando faladas, está apenas no primeiro fonema: P na primeira
     e T na segunda. Significado são invariantes semânticas.


     A identificação e a diferenciação são 2 faces nos 2 níveis do significante e do significado, ou da expressão e do
     conteúdo. A sintática se ocupa do eixo dos encadeamentos (concatenação), a semântica do eixo das substituições. a
     concatenação implica a substituição. O signo lingüístico para ser compreendido exige dois protagonistas que
     participem do ato da fala e também de um interpretante.
     Signo: Significado + significante
     Significado: conceito
     Significante: forma gráfica + som = Imagem acústica
     Toda palavra que possui um sentido é considerada um signo lingüístico.
Benveniste

   Behaviorista em termos de estímulo e resposta.
   O homem se constitui como sujeito na e pela linguagem que é fundamentada na realidade, a do
    ser, o conceito de ego.
   Subjetividade: Capacidade do locutor para se propor como sujeito. Uma unidade psíquica que
    transcende a totalidade das experiências vividas assegurando a permanência da consciência. O
    ego é o fundamento da subjetividade que se determina na representação linguistica da pessoa. A
    consciência de si só é possível pelo contraste . Eu emprego o Eu me dirigindo a alguém, que será
    na minha alocução um tu. Essa condição de dialogo é constitutiva da pessoa, pois implica em
    reciprocidade – que eu me torne tu na alocução daquele que por sua vez se designa por eu. A
    linguagem só é possível porque cada locutor se apresenta como sujeito, remetendo a ele mesmo
    como eu no seu discurso. ‘Eu’ propõe outra pessoa, aquela mesmo que exterior a mim torna-se o
    meu eco – ao qual digo tu e que me diz tu. A polaridade das pessoas é na linguagem a condição
    fundamental, cujo processo de comunicação é uma conseqüência totalmente pragmática.
 A categoria de pessoa apontam já para a questão da reversibilidade ou da reciprocidade da
comunicação. O eu, ao dizer eu, instala o tu como seu destinatário, mas esse destinatário pode, por sua
vez, tomar a língua para a língua, de cultura para cultura. Atenuação e proteção da face: Saia d’aqui! ;
Saia D’aqui, por favor ; Você poderia sair D’aqui? Será que você pode sair D’aqui, por favor? M b a ordem
é atenuada com por favor. Na última hipótese há a preservação da face. A conversação ou interação
verbal seria uma forma privilegiada de interação.
Funções interacionais:
1º Os falantes se constroem e constroem juntos o texto;
2º As imagens ou dos simulacros que os interlocutores constroem na interação;
3º O caráter contratual ou polêmico da comunicação;
4º A relação entre comunicação e interação não é mais possível colocar a mensagem apenas no plano
dos significantes ou da expressão;
5º O alargamento da circulação do dizer na sociedade.
    Verbos    que    denotam     pelo   seu    sentido    um   ato   individual   de   alcance   social:
jurar, prometer, garantir, certificar, empenhar-se. São constrangedores. A terceira pessoa é a forma do
paradigma verbal ou pronominal que não remete a nenhuma pessoa porque se refere a um objeto
colocado fora da alocução. Eu juro é uma forma de valor singular, por colocar sobre aquele que se
enuncia ‘eu’ a realidade de um juramento, é um cumprimento: jurar consiste na enunciação eu juro, pela
qual o ego está preso. É o próprio ato de me comprometer, não a descrição do ato que eu cumpro. Ele
O Aparelho formal da enunciação:
O emprego das formas são regras sintáticas que pertencem a um paradigma. O emprego das formas tem
modelos variados como os tipos linguísticos dos quais precedem. O emprego da língua é um mecanismo
total e constante que afeta a língua inteira. A enunciação é este colocar em funcionamento a língua por um
ato individual de utilização.
Enunciação – é a realização vocal da língua. Os sons emitidos e percebidos, sendo estudados no quadro
de um idioma ou nas suas manifestações gerais, aquisição, difusão, alteração e outras ramificações
fonéticas, precedem de atos individuais.


A enunciação pode se definir em relação à língua, como um processo de apropriação. Toda enunciação é
implícita ou explicitamente uma alocução, ela postula um alocutário. A língua se acha empregada para a
expressão de uma certa relação com o mundo.
Outro paradigma são os das formas temporais que se determinam em relação a Ego, centro da enunciação.
Os tempos verbais cuja forma axial, o presente, coincide com o momento da enunciação, faz parte desse
aparelho necessário. Da enunciação precede a instauração da categoria do presente e da categoria do
presente, nasce a categoria do tempo, a origem do tempo.
Do momento em que o enunciador se serve da língua para influenciar de algum modo o comportamento do
alocutário, ele dispõe para este fim de um aparelho de funções. A interrogação que pede uma resposta, um
processo de comportamento com dupla entrada.
   O discurso não trabalha com a língua como sistema abstrato            trabalha como a língua no
    mundo, como significar considerando a produção de sentidos, como sujeitos ou membros de uma
Analise do Discurso Eni Orlandi
    determinada formas de sociedade. A materialidade específica da ideologia é o discurso e a
     materialidade específica do discurso é a língua. . No discurso observamos a relação entre língua e
     ideologia, como a língua produz os sentidos por/ para os sujeitos. O individuo é interpelado pela
     ideologia e surge o sentido. O sujeito discursivo funciona pelo inconsciente e pela ideologia.
    Como o texto significa? O discurso é um esquema elementar que se constitui de:
     emissor, receptor, código, referente e mensagem. O emissor transmite a mensagem ao
     receptor, mensagem essa formulada em um código referindo a algum elemento da realidade – o
     referente. Cujo esquema é: Referente – emissor – mensagem – código
    Como os objetos simbólicos produzem sentido?
    analisando os próprios gestos de interpretação que ela considera como atos no domínio
     simbólico, pois eles intervêm no real do sentido. Há uma construção de dispositivos teóricos e não
     há verdades ocultas no texto.
    A inteligibilidade refere o sentido a língua: ele disse isso é inteligível (Que pode ser facilmente
     compreendido: discurso inteligível).
O sujeito pensa que sabe o que diz, mas não tem acesso ou controle sobre o modo pelo
qual os sentidos se constituem nele. Do ponto de vista discursivo o que ele sabe não é suficiente
para compreender mos que efeitos de sentidos estão ali presentificados. Há uma relação entre o
já dito e o que se está dizendo que é o que existe entre o interdiscurso que é a constituição e o
intradiscurso      que     é    a    formulação.        E    é    desse      jogo     que     tiram   seus   sentidos.


    Interdiscurso: especifica as condições as quais um acontecimento histórico (elemento histórico
     descontínuo e exterior) inscreve-se na continuidade interna, no espaço de coerência próprio a uma
     memória. É todo o conjunto de formulações feitas e já esquecidas que determina o que dizemos.


    Intertexto: É a relação de um texto com outros textos, onde o esquecimento não é estruturante.
    O esquecimento produz em nós a impressão da realidade pensamento que é a ilusão
     referencial, que nos faz acreditar que há uma relação direta entre o pensamento, a linguagem e o
     mundo. Quando nascemos os discursos já estão em processo e nós entramos nesse
     processo, eles não se originam em nós, se realizam em nós em sua materialidade. Essa
     determinação é necessária para haver sentidos e sujeitos. O esquecimento é estruturante parte da
     constituição dos sujeitos e dos sentidos. Os sujeitos esquecem que já foi dito- esse é um
     esquecimento voluntário e assim se identificam com o que dizem e se constituem sujeitos. Assim
     as palavras adquirem sentido e eles se significam retomando as palavras.
Os processos parafrásticos são aqueles que em todo dizer a sempre algo que se mantém, o dizível, a memória e esta do
lado da estabilização. Na polissemia o que temos é deslocamento, ruptura dos processos de significação. Ela joga com o
equívoco. Sendo a língua sujeita ao equivoco e a ideologia é um ritual com falhas que o sujeito, ao significar, se significa.
Sendo que os sujeitos e os sentidos sempre podem ser outros e assim distingue-se o que é criatividade (implica na
ruptura do processo de produção da linguagem, pelo deslocamento de regras, fazendo intervir o diferente) e
produtividade (reinteração de processos já cristalizados.

    A paráfrase é a matriz dos sentidos, pois não há sentido sem repetição. Na língua a ideologia se materializa. No
     mecanismo da antecipação o sujeito se coloca no lugar do interlocutor, ouve suas palavras e antecipa-se ao
     interlocutor quanto ao sentido que suas palavras produzem. Esse mecanismo regula a argumentação. Se o sujeito
     fala do lugar de professor é diferente do lugar do aluno. O mecanismo imaginário produz imagens dos sujeitos
     , assim como do objeto do discurso.
    Temos a imagem do sujeito locutor e do interlocutor e também do objeto do discurso (do que estou falando, do que
     ele está falando. Na antecipação a imagem que o locutor faz do interlocutor e vice versa, a imagem que o
     interlocutor faz da imagem que ele faz do objeto do discurso, e assim por diante. Na relação discursiva são as
     imagens que constituem diferentes posições.
    O sentido é determinado pelas posições ideológicas colocadas em jogo no processo sócio-histórico, as palavras
     mudam de sentido segundo aqueles que as empregam. A metáfora significa transferência. Não há sentido sem
     metáfora. Nessa transferência que elementos significantes passam a se confrontar, de modo que se revestem de
     um sentido. As palavras iguais podem ter significados diferentes porque se inscrevem em formações discursivas
     diferentes. A palavra terra não significa o mesmo para o índio, para o agricultor sem terra e para um proprietário
     rural. Terra com letra maiúscula e minúscula
Não há sentido sem interpretação o que atesta a ideologia. A ideologia é a condição para a
constituição do sujeito e dos sentidos.
    A ideologia e o inconsciente são estruturas – funcionamento, Pêcheux diz que sua característica é
     a dissimular sua existência no interior do seu próprio funcionamento, produzindo um tecido de
     evidencias subjetivas, não como que afetam o sujeito, mas como se constitui o sujeito. Daí uma
     teoria materialista do discurso , não subjetivista da subjetividade em que se possa trabalhar esse
     efeito de evidencia dos sujeitos e também a dos sentidos. A evidencia dos sentidos faz com que
     uma palavra designe uma coisa – apaga o seu caráter material, faz ver como transparente aquilo
     que se constitui pela remissão a um conjunto de formações discursivas que funcionam com uma
     dominante. As palavras recebem seus sentidos de formações discursivas em suas relações.
    Para que a língua faça sentido , é preciso que a historia intervenha, pelo equivoco, pela
     opacidade, pela espessura material do significante. A interpretação é garantida pela memória sob
     2 aspectos: A memória institucionalizada (o arquivo) e a memória constitutiva (o interdiscurso). A
     ideologia que faz que haja sujeitos. O efeito ideológico elementar é a constituição do sujeito. Pela
     interpelação ideológica do indivíduo em sujeito inaugura-se a discursividade. A interpelação do
     sujeito pela ideologia traz o pagamento da inscrição da língua na historia para que ela signifique
     produzindo o efeito de evidencia do sentido (o sentido – lá) e a impressão do sujeito ser a origem
     do que diz. Nem a linguagem, nem os sentidos, nem os sujeitos são transparentes; eles têm sua
     materialidade e se constituem em processos em que a língua, a história e a ideologia concorrem
     conjuntamente.
O sujeito não tem acesso ao modo como ocupa sua posição, direto a exterioridade
(interdiscurso) que o constitui. Os sujeitos são intercambiáveis (Significa que duas coisas
diferentes podem ser usadas alternadamente com o mesmo propósito sem o que o resultado
seja prejudicado). Quando falo da posição da mãe, o que digo deriva seu sentido, em relação a
formação discursiva em que estou inscrevendo minhas palavras, de modo equivalente a outras
falas que também o fazem dessa mesma posição. O trabalho ideológico é um trabalho da
memória e do esquecimento pois é só quando passa para o anonimato que o dizer produz seu
efeito literal.

    O sujeito de direito se distingue da do indivíduo, não é uma entidade psicológica, ele é um
     efeito de uma estrutura social bem determinada: a sociedade capitalista. Há a determinação
     do sujeito, mas há também processos de individualização do sujeito pelo Estado.
    Na base discurso um projeto totalizante do sujeito, projeto que o converte em autor. O
     autor é o lugar em que se realiza esse projeto totalizante, onde se constrói a unidade do
     sujeito. O sujeito se constitui como autor ao constituir o texto em sua unidade, com sua
     coerência e completude imaginárias. A distinção entre real (descontinuidade, a dispersão, a
     incompletude, a falta, o equivoco, a contradição, constitutivas do sujeito como do sentido)
     e imaginário (no nível das representações temos a unidade, a completude, a coerência, o
     claro e distinto, a não contradição na instancia do imaginário).
O efeito metafórico é o fenômeno semântico produzido por uma substituição contextual, este
deslizamento de sentido entre x e y é constitutivo tanto do sentido designado por x como por y. A
metáfora é constitutiva do processo mesmo de produção de sentido e da constituição do sujeito, é uma
transferência. Onde a produção de sentido esta sujeita ao deslize havendo outra possível constituição.
O efeito metafórico, deslize próprio da ordem do simbólico é o lugar da interpretação, da ideologia, da
historicidade. Essa é a relação entre língua e discurso: A língua é pensada como sistema sintático
intrinsecamente passível de jogo e a discursividade como inscrição de efeitos lingüísticos materiais na
história,                     deslizes,                      paráfrase,                      metáfora.


  Ducrot distingue diferentes formas de não dizer (implícito), o pressuposto e o
   subentendido: Linguagem (pressuposto), contexto (subentendido). Deixei de fumar.
   O pressuposto é que eu fumava antes, o motivo fica subentendido, pode-se pensar
   que é por fazer mal ou por outra razão.
  O silencio como horizonte, como eminência de sentido. Silencio fundador o sentido
   pode ser outro, silencio constitutivo, uma palavra apaga outra palavras, silencio
   local, a censura, aquilo que é proibido dizer.
Diferentes modos de funcionamento do discurso:
  Discurso autoritário: A polissemia é contida , o referente esta apagado pela relação de linguagem
     que se estabelece e o locutor se coloca como agente exclusivo, apagando também sua relação
     com o interlocutor;
  Discurso polêmico: Polissemia controlada , o referente é disputado pelos interlocutores ,e estes se
     mantém em presença, numa relação tensa de disputa pelos sentidos;
  Discurso lúdico: aquele que a polissemia está aberta, o referente está presente como tal, sendo
     que o interlocutor se expõe aos efeitos dessa presença inteiramente não regulando sua relação
     com os sentidos.

    Polissemia: (do grego poli="muitos" e sema="significados"), é o fato de uma determinada palavra ou
     expressão adquirir um novo sentido além de seu sentido original, guardando uma relação de sentido entre
     elas é contida
    Deixei-os de boca aberta.
    A boca da garrafa está quebrada.
    Observe que há relação de "abertura", "orifício" da palavra boca em ambas as frases. É isso que torna a
     polissemia diferente da homonímia.
    Outros exemplosEla me pediu para sair (ou ficar). (Sair e ficar podem ser denotativo ou uma gíria)
    Doe nesta páscoa, ponha (ou bota) ovo em cima da mesa.
    As frases acima apresentam a ambiguidade, ou seja tem dois sentidos, e causam estranheza. Para não
     ocorrer esse problema, seria melhor trocar as palavras polissêmicas por outras palavras: sair = ir para fora;
     ficar = permanecer; por/botar = colocar.
   Em comum é que os fatos de linguagem por eles tratados referem a linguagem ao seu exterior. A
Enunciação, Pragmática, Argumentação, Discurso – Enimuitas vezes incluindo a enunciação, a
   pragmática tem sido considerada de modo mais amplo orlandi
     argumentação e o discurso. A maneira como concebem o sujeito:
    Na enunciação:o sujeito é um sujeito origem de si;
    Na argumentação: o sujeito é o sujeito psicossocial
    Na análise do discurso: o sujeito é linguístico- histórico , constituído pelo esquecimento e pela
     ideologia e o modo como definem o exterior (na pragmática o exterior é o fora e não o
     interdiscurso)
    Marcam as diferenças teóricas , de distintos procedimentos analíticos, com suas consequências
     praticas e diversificadas.
Saussure
   O signo lingüístico une não uma coisa e uma palavra, mas um conceito e uma imagem acústica
    que é a impressão psíquica do som.
   O signo lingüístico : Conceito e imagem acústica.
   A arbitrariedade do signo: O laço que une o significante ao significado é arbitrário, sendo signo o total
    resultante da associação de um significante com um significado. Ex. a ideia de Mar não está ligada por
    relação alguma interior à sequência de sons m-a-r que lhe serve de significante, poderia ser representada
    por outra sequência. O símbolo é o significante e tem como característica não ser arbitrário. Ele não está
    vazio, existe um rudimento de vínculo natural entre o significante e o significado. O símbolo da justiça, não
    poderia ser substituído por um objeto qualquer com um carro.
   Linearidade: Os componentes que integram um determinado signo se apresentam um após o
    outro, tanto na fala como na escrita.
   Linguagem: a língua e a fala, A língua é a linguagem menos a fala. É o conjunto dos hábitos linguísticos
    que permitem a uma pessoa compreender e fazer-se compreender. A natureza social da língua é
    interna, viável e não vivente. Como signo linguístico é arbitrário, organizável a vontade, depende
    unicamente de um princípio racional. A ação do tempo se combina com a da força social. Agora a língua
    não é livre, porque o tempo permitirá que as forças sociais que atuam sobre ela desenvolverão efeitos, e
    com a continuidade que anula a liberdade.
o diacrônico, pois para a massa falante ele constitui a realidade. na língua, força alguma garante a manutenção
da regularidade quando ela reina em algum ponto




    Sincrônica                                              Diacrônica
    Tudo que se relaciona com o aspecto estático da         Tudo que diz respeito a evoluções Estuda a
     ciência                                                  língua através dos tempos
    Evolutiva                                               Não é mais a língua que se percebe, mas uma
    Estuda a língua em dado momento                          serie de acontecimentos que a modificam.
    Diferenças                                              Não tem seu fim em si mesma.
    Conhece somente uma perspectiva, a das                  Diferenças
     pessoas que falam, e todo o seu método                  Ao contrário, deve distinguir duas perspectivas:
     consiste em recolher- lhes o testemunho; para            uma, prospectiva, que acompanhe o curso do
     saber em que medida uma coisa é uma                      tempo, e outra retrospectiva, que faça o mesmo
     realidade, será necessário e suficiente averiguar        em sentido contrário; daí um desdobramento do
     em que medida ela existe para a consciência de           método, de que se tratará na quinta parte.
     tais pessoas.                                           Ao contrário, a Linguística diacrônica não
    Não tem por objeto tudo quanto seja                      somente     não     necessita   de    semelhante
     simultâneo, mas somente o conjunto dos fatos             especialização como também a repele; os termos
     correspondentes a cada língua; na medida em              que ela considera não pertencem forçosamente a
     que tal for necessário, a separação irá até os           uma mesma língua (comparem- se o indo-
     dialetos e subdialetos.                                  europeu * esti, o grego ésti, o alemão ist, o
    Não é bastante preciso; deveria ser substituída          francês est). É justamente a sucessão dos fatos
     pela designação - um pouco longa, na verdade -           diacrônicos e sua multiplicação espacial que cria
     de idiossincrônico.                                      a diversidade dos idiomas.
    A lei é geral, mas não é imperativa. , impõe-se         Fator dinâmico: Um efeito é produzido, uma
     aos    indivíduos    pela   sujeição    do    uso        coisa é executada. Imperativo, se impõe a
     coletivo, mas não é uma obrigação relativa às            língua, mas nada tem de geral.
     pessoas que falam. Comprova um estado de
     coisas. Não é imperativo.
caso, o estudo será necessariamente sincrônico,' no outro, diacrônico. a língua não se apresenta como um
conjunto de signos delimitados de antemão, 'dos quais bastasse estudar as significações e a disposição; é uma
massa indistinta na qual só a atenção e o hábito nos podem fazer encontrar os elementos particulares.




Sincronia                                                  Diacronia
    Se ocupará das relações Lógicas e psicológicas que
                                                              Estudará, ao: contrário, as relações que unem
     unem os termos coexistentes e que formam
     sistemas, tais como são percebidos pela consciência       termos sucessivos não percebidos por uma
     coletiva.                                                 mesma consciência coletiva e que se substituem
    Seu objeto é estabelecer os princípios fundamentais
                                                               uns aos outros sem formar sistema entre si.
     de todo sistema idiossincrônico, os fatores              Fatos     analisadas     quanto     as      suas
     constitutivos de todo estado de língua.                   transformações, pelas relações que estabelecem
    Pertence a tudo que chama-se gramática geral.             com os fatos que o precederam ou sucederam
     somente pelos estados de língua que se estabelecem
     as diferentes relações que incumbem à gramática.
    Gramática – Linguística estática ou descrição de um
     estado de língua. Estuda a língua como sistema de
     meios de expressão, quem diz gramatical diz
     sincrônico e significativo,     e como   ninguém é
     cavaleiro de várias épocas ao mesmo tempo não
     existe gramática histórica o que se dá tal nome se
     chama linguística diacrônica.
    Sempre prescede o diacronico. Ex.: como vossa
     mercê virou você
O valor linguístico
    A língua é um sistema de valores puros considerando dois elementos que estão em seu funcionamento: As ideias
     e os sons. O pensamento é como uma nebulosa e nada está delimitado, não há ideias pré- estabelecidas, nada é
     distinto antes do aparecimento da língua.
    Representamos o fato lingüístico em seu conjunto, isto é, a língua, como uma série de subdivisões contíguas
     marcadas simultaneamente sobre o plano indefinido das idéias confusas (A) e sobre o plano não menos
     indeterminado dos sons (B).
    Não há materialização de pensamento, nem espiritualização de sons é pensamento-som que implica em divisões e
     dele a língua elabora suas unidades constituindo-se entre duas massas amorfas.
    O valor, tomado em seu aspecto conceitual, constitui, sem dúvida um elemento da significação. A significação é a
     contra parte da imagem auditiva. Tudo se passa entre a margem auditiva e o conceito, nos limites da palavra
     considerada como um domínio fechado existente por si próprio.
    Itens necessários a existência de Valor:
    1º por uma coisa dessemelhante, suscetível de ser trocada por outra cujo valor resta determinar;
    2º por coisas semelhantes que se podem comparar com aquela cujo valor está em causa.
    Uma palavra pode ser trocada por algo dessemelhante: uma idéia; além disso, pode ser comparada com algo da
     mesma natureza: uma outra palavra. Seu valor não estará então fixado, enquanto nos limitarmos a comprovar que
     pode ser "trocada" por este ou aquele conceito, isto é, que tem esta ou aquela significação; falta ainda compará-la
     com os valores semelhantes, com as palavras que se lhe podem opor. Seu conteúdo só é verdadeiramente
     determinado pelo concurso do que existe fora dela. Fazendo parte de um sistema, está revestida não só de uma
     significação como também, e sobretudo, de um valor, e isso é coisa muito diferente.
    O que importa na palavra não é o som em si, mas as diferenças fônicas que permitem distinguir essas palavras
     das outra, pois são elas que levam a significação. O som, elemento material, não pertence a língua, é
     secundário, matéria que põe em jogo. Não é o metal da moeda que fixa seu valor.
Relações Sintagmáticas e relações associativas

    Um sistema lingüístico é uma serie de diferenças de sons combinadas com uma serie de diferenças de
     ideias; mas essa confrontação de um certo número de signos acústicos com outras tantas divisões feitas
     na massa do pensamento engendra um sistema de valores que constitui o vínculo efetivo entre os
     elementos fônicos e psíquicos no interior de cada signo.
    O sintagma se compõe sempre de duas ou mais unidades consecutivas (por exemplo: re-
     ler, contra todos; a vida humana; Deus é bom; Se fizer bom tempo, sairemos etc.). Colocado num
     sintagma, um termo só adquire seu valor porque se opõe ao que o precede ou ao que o segue, ou
     a ambos.
    As solidariedades sintagmáticas - A formação de palavras é quanto basta para demonstrá-lo, Uma
     unidade como desejoso se decompõe em duas subunidades (desej-oso), mas não se trata de
     duas partes independentes simplesmente juntadas uma à outra (desej + asa). Trata-se de Um
     produto, uma combinação de dois elementos solidários, que só têm valor pela sua ação recíproca
     numa unidade superior (desej X oso). O sufixo, considerado isoladamente, é inexistente ; o que
     lhe confere seu lugar na língua é uma série de termos usuais tais como calor-asa, duvid-oso etc.
     Por sua vez, o radical não é autônomo; ele só existe pela combinação com um sufixo; no francês
     rou!-is, o elemento rou!- não é nada sem o sufixo que o segue. O todo vale pelas suas partes, as
     partes valem também em virtude de seu lugar no todo é tão importante quanto a das partes entre
     si.
Entre os agrupamentos sintáticos assim constituídos, existe um vínculo de interdependência; eles se
condicionam reciprocamente. Com efeito, a coordenação no espaço contribui para criar coordenações
associativas, e estas, por sua vez, são necessárias para a análise das partes do sintagma.


 
                              _______________________________
                                       des-fazer
                              _______________________________
 
    Mas simultaneamente, e sobre outro eixo, existe no subconsciente uma ou mais séries associativas
     compreendendo unidades que tem um elemento comum com o sintagma, por exemplo:
 
                              _______________________________
                                        des-fazer
                              _______________________________
 
                                 Descolocar            fazer
                      Deslocar                              refazer
                 Descoser                                        contrafazer
              Etc.                                                              etc.
 
Arbitrário absoluto e arbitrário relativo

    Apenas uma parte dos signos é absolutamente arbitrária; em outras, intervém um fenômeno que permite
     reconhecer graus' no arbitrário sem suprimi-lo: o signo pode ser relativamente motivado.
    Assim, vinte é imotivado, mas dezenove não o é no mesmo grau, porque evoca os termos dos quais se
     compõe e outros que lhe estão associados, por exemplo, dez, nove, vinte e nove , dezoito, setenta etc.;
     tomados separadamente, dez e nove estão nas mesmas condições que vinte, mas dezenove apresenta um
     caso de motivação relativa.
    Agora reconhecemos as solidariedades que as vinculam; são de ordem associativa e de ordem
     sintagmática ; são elas que limitam o arbitrário. Dezenove e associativamente solidário              de
     dezoito, dezessete etc. e sintagmaticamente de seus elementos dez e nove. Essa dupla relação lhe confere
     uma parte de seu valor.
Fiorin * Introdução a linguística
    Língua: Objeto unificável e suscetível de classificação e parte essencial da linguagem.
     Sistema de signos, ato individual que resulta das combinações feitas pelo sujeito falante
     utilizando o código da língua.
    Segundo Chomsky a linguagem é uma capacidade inata e específica da espécie, isto
     é, transmitida geneticamente e própria da espécie humana.       distingue competência de
     desempenho. A competência Lingüística é a porção do conhecimento do sistema
     lingüístico do falante que lhe permite produzir o conjunto de sentenças de sua língua; é um
     conjunto de regras que o falante construiu em sua mente pela aplicação de sua capacidade
     inata para a aquisição da linguagem aos dados lingüísticos que ouviu durante a infância. O
     desempenho corresponde ao comportamento lingüístico, que resulta não somente da
     competência Lingüística do falante, mas também de fatores não lingüísticos de ordem
     variada, como: convenções sociais, crenças, atitudes emocionais do falante em relação ao
     que diz, pressupostos sobre as atitudes do interlocutor etc.


    O desempenho pressupõe a competência, ao passo que a competência não pressupõe
     desempenho. A tarefa do lingüista é descrever a competência, que é puramente
     Lingüística, subjacente ao desempenho.
Linguagem animal
    O sistema de comunicação usado pelas abelhas, que ao encontrar uma fonte de alimento,
     regressa à colméia e transmite a informação às companheiras por meio de dois tipos de dança:
     circular, traçando círculos horizontais da direita para a esquerda e vice versa, ou em forma de
     oito, em que a abelha contrai o abdome, segue em linha reta, depois faz uma volta completa à
     esquerda, de novo corre em linha reta e faz um giro para a direita, e assim sucessivamente. Se o
     alimento está próximo, a menos de cem metros, a 15 segundos a linha reta que faz parte da
     dança. Quanto maior a distancia menos giros faz a abelha. A direção a ser seguida é dada pela
     direção da linha reta em relação à posição do sol.
    A comunicação das abelhas não é uma linguagem, é um código de sinais, como se pode observar pelas
     suas características: conteúdo fixo, mensagem invariável, relação a uma só situação, transmissão
     unilateral e enunciado indecomponível. Benveniste chama a atenção, ainda, para o fato de que essa
     forma de comunicação tenha sido observada entre insetos que vivem em sociedade e é a sociedade a
     condição para a linguagem.
Teoria da informação


    Fonte de                transmissor                           receptor              destino
    informação




                 mensagem                 sinal       sinal recebido          mensagem


                                                                       Fonte de ruído

    Teoria da informação:
     (a) introduz a representação do código, como um conjunto de elementos discretos, os signos, guardados no
     cérebro (elementos discretos são aqueles que se definem pela relação que mantêm com os demais, relação esta
     que permite que os elementos sejam recortados de uma continuidade sem forma e delimitados uns em relação
     aos outros);
    (b) representa a relação de atualização das unidades Lingüísticas, situando-a entre o código e o emissor;
    (c) mostra a relação de estimulação que existe entre o universo dos fenômenos extralingüísticos, contínuos, e o
     emissor;
    (d) mostra que a representação da realidade formada pelo receptor não coincide com a do emissor; e
    (e) aponta diferentes fases na codificação e na descodificação da mensagem. o esquema representa as fases
     principais de um processo de comunicação, segundo Melmberg, a comunicação continua a ser entendida como
     a transferência de uma mensagem, lingüisticamente estruturada, de um sujeito emissor a um sujeito receptor.
Funções da linguagem
   REFERENCIAL (centrada no contexto ou referente) informativa ou representativa, empregam principalmente os procedimentos que
    seguem: uso da 3ª pessoa, apresentação de qualidades "objetivas" ou "concretas" (não são quase empregados, por
    exemplo, adjetivos subjetivos como lindo ou horroroso, ou modalizadores como eu acho, eu quero e outros), emprego de nomes
    próprios e de estratégias argumentativas "lógicas" (provas, demonstrações, etc.). Os procedimentos usados produzem sobretudo
    dois efeitos de sentido, o de objetividade (3a pessoa) e o de realidade ou referente (nomes próprios, qualidades "objetivas" ou
    "concretas"), isto é, de apagamento ou distanciamento do sujeito e de verdade dos fatos. Os textos com função referencial ou
    informativa são, portanto, aqueles que têm por fim, na comunicação, a transmissão objetiva de informação .
   EMOTIVA (centrada no remetente) Os textos com função emotiva ou expressiva, por sua vez, usam, de preferência, os seguintes
    procedimentos:     emprego      da     1ª    pessoa,    apresentação     de   qualidades    "subjetivas",   por   meio   de    adjetivos     como
    fantástico, encantador, medonho e outros, ou de advérbios de modo, utilização de modalizadores relacionados com o saber, como
    eu   acho,    eu    considero        etc.,   uso   de    recursos      prosódicos   de     prolongamento     de    vogal,     pausas,      acentos
    enfáticos, hesitações, interjeições, exclamações.

   POÉTICA (centrada na mensagem) – Tem várias funções ao mesmo tempo, em cada texto uma função dominante. os
    textos-mensagens empregam procedimentos lingüísticos e discursivos que produzem efeitos de sentido relacionados com
    as diferentes funções e que nos
   permitem identificá-las.
    CONATIVA (centrada no destinatário) o texto usa a 2! pessoa (você), os procedimentos de pergunta e resposta (Você já
    tem o meu cartão?) e a modalização deôntica (deveria ter) para construir um texto com função conativa ou de persuasão
    do destinatário dominante.
   b) O Itaú tem tudo. Só falta você. Abra já a sua conta Procura-se um cliente mais ou menos com o seu perfil, com a sua
    idade e que more mais ou menos lá na sua casa. o texto emprega a 2". pessoa (você) e o imperativo (abra) para produzir
    o efeito de persuasão. A resposta esperada é a abertura de conta no Itaú.
   c) Quando não puder passar no banco, é só usar o Real Internet Banking e o Real Internet Empresa, viu seu Luís? Pode
    ser do sítio mesmo. São usados a 2". pessoa, o voe ativo (viu seu Luís), a estrutura de pergunta e resposta, para
    construir um texto com função conativa. Doces da Laura b) Cantina do sargento c) Tok-Stok d) Peg-Pag, e) Serv-Lev.
    Todos os nomes
Funções da linguagem
    FÁTICA (centrada no contato) - Os textos com função fática usam principalmente procedimentos prosódicos de pontuação
     da fala para manter o contato físico e/ou psicológico entre os interlocutores (uhn, hã), fórmulas prontas para iniciar ou
     interromper o contato (olá, tudo bem, como vai?, tchau, até logo, bom dia etc.) e para verificar se há ou não contato (você
     está escutando ?). Os efeitos de sentido são os de aproximação e interesse entre remetente e destinatário, de presença de
     ambos na comunicação, de estabelecimento ou manutenção da interação. Jakobson diz que é a primeira função da
     linguagem que os homens usam, nas "conversas" do bebê com a mãe (gugu gá gá...), e que é a única que temos em
     comum com as aves falantes, como as maritacas e os papagaios.
 
    METALINGUÍSTICA (centrada no código) - Tem várias funções ao mesmo tempo, em cada texto uma função dominante.
     os textos-mensagens empregam procedimentos lingüísticos e discursivos que produzem efeitos de sentido relacionados
     com as diferentes funções e que nos permitem identificá-las. Os textos com função meta Lingüística usam os
     procedimentos que seguem: verbos de existência (ser, parecer) ou de existência da significação (significar, ter o sentido
     de), em geral no presente do indicativo, em orações predicativas de definição (x é y). O efeito de sentido é o de linguagem
     que fala de linguagem, ou seja, de circularidade da definição e da comunicação. Não se deve confundir a função
     metalingüística de Jakobson com a metalinguagem científica. Metalinguagem científica é linguagem definidora de outra
     linguagem, ou seja, como uma linguagem que fala de outra linguagem. Diferenciam-se, porém, pelo fato de a
     metalinguagem científica ser, por sua vez, definida por outra, uma terceira linguagem, a metalinguagem metodológica, o
     que não acontece com a função metalingüística ordinária. Assim, a função metalingüística produz o efeito de circularidade
     (de uma linguagem que define outra linguagem) e a metalinguagem científica produz a ilusão de superposição de níveis
     (de uma linguagem que define outra linguagem e é, por sua vez, definida por uma terceira).
A variação linguística

   Variação diatópica - diferenças de espaço geográfico; (exemplo: aipim = mandioca, macaxeira; abóbora = jerimum; canjica =
    mucunzá; mixirica = tangerina; pé-de-moleque = cocada; pé-de-moleque = bolo de mandioca); muyé = mulher; fyo = filho; munta
    gente = muita gente; mutá = escada; piá = menino. São identificadas mais comumente como dialetos: o dialeto nordestino, o
    dialeto de Fortaleza, dos Açores, de Portugal, do Acre, etc.; Calvet: correlatas aos lugares


   Variação diafásica - diferenças entre os tipos de modalidade expressiva, de estilos distintos, segundo as circunstâncias em que
    se realizam os atos da fala: nós vamos, a gente vai, eu vou; faça-me o favor, faça o favor; assistir ao jogo, assistir o jogo etc). As
    unidades de estratos sociais - a linguagem culta, a linguagem da classe média, a linguagem popular, etc.;
   Calvet: variações diacrônicas (correlatas as faixas etárias)- gírias - A única afirmação de uma verdadeira contra legitimidade em
    matéria de língua. Existe como forma aos mesmo tempo separada e unificada. a gíria é um conjunto de praticas caracterizadas
    por: Alguns traços sintáticos como a utilização intransitiva de verbos normalmente transitivos: "Sujou!” para se referir a um
    evento inesperado, portador de eventual risco; Alguns traços fonéticos, por exemplo a pronúncia "véio" por "velho" e "sartá" por
    "saltar"; Um conjunto lexical produzido seja pela aplicação de regras do tipo que acabamos de descrever, seja pela aplicação de
    regras de transformação, como no verlan (processo morfológico de inversão). Todos os falantes, mesmo quando se acreditam
    monolíngües, são sempre mais ou menos plurilíngües, possuem um leque de competências que se estendem entre formas
    vernaculares e formas veiculares, mas no quadro de um mesmo conjunto de regras lingüísticas.


   Variação diastrática - diferenças entre os distintos estratos socioculturais de uma mesma comunidade idiomática (fazer a corte,
    namorar, paquerar, ficar; garota de programa, mulher devida fácil, prostituta, puta); ficar ajuntado ou amancebado ou amigado.
    As unidades de estilo de língua - a linguagem formal, a familiar, a literária etc.
   Calvet: Correlatas a grupos sociais


O peso das línguas

   O uso do sujeito nulo em espanhol:
   . ÉI escribió Ia carta y salió a pasear .                Escribió Ia carta y salió a pasear


   ("Ele escreveu a carta e saiu para passear")            ("Escreveu a carta e saiu para passear")


              Porto riquenhos                                          Madri
   Tu é usado distintamente nas duas comunidades, com base no seguinte fator de natureza Lingüística: o pronome é
    usado para fazer referência a uma pessoa específica ou é usado para fazer referência a qualquer pessoa (uso
    genérico).


   Os pesos relativos são valores que vão de zero a um e que indicam matematicamente o peso com que um fator
    (lingüístico ou extralingüístico) influencia o uso de uma variante, em relação a todos os fatores levados em conta na
    observação de um fenômeno de variação Lingüística. Quando o peso relativo de um fator é próximo de zero, significa
    que tal fator desfavorece o uso da variante. Quando o peso relativo é igual a 0,50, significa que ele não está
    correlacionado ao uso da variante - tal valor é, pois, o ponto denominado neutro. Finalmente, quanto mais próximo for
    de I (um), maior será o peso com que o fator favorece o uso da variante.
Temos duas dimensões quantitativas na variação Lingüística. 1ª: O quadro geral da variação: o fato de que, numa
língua, um mesmo sentido pode ser veiculado por mais de uma forma (A, A' , A" ...), cada uma delas com uma
determinada freqüência de uso. No exemplo as formas seriam A = sujeito pronominal expresso ou A' = sujeito nulo.
Na segunda dimensão quantitativa, temos o efeito dos contextos lingüísticos sobre a variação, de modo que as
quantidades de A e A' podem variar de indivíduo para indivíduo e de comunidade para comunidade.


Falantes que compartilham os mesmos números (pesos relativos) quando aplicam uma regra de acordo com os contextos
Lingüísticas, mesmo apresentando números diferentes dentro do quadro geral; e falantes que apresentam pesos
diferentes, com relação aos contextos lingüísticas, mas que têm um mesmo comportamento.


1º Falantes envolvidos apresentam identidade estrutural, revelando uma mesma gramática, apesar de os números do quadro
geral poderem ser diferentes.


2º: Falantes estão usando gramáticas diferentes, pois os efeitos de contexto Lingüística são diferentes, apesar de os
números do quadro geral serem uniformes. O uso de tu é diferente em San Juan e em Madri. 1ª: expressa-se o pronome na
frase quando se faz referência a qualquer pessoa (uso genérico); 2ª: expressa-se o pronome quando se faz referência a uma
pessoa específica.
Manipulação: Luiz Tatit

    O contrato entre funções sintáticas de destinador- manipulador e destinatário - manipulado. O
     destinador quer despertar a confiança do destinatário, fazer crer e completar a manipulação
     praticamente suprimindo a liberdade de escolha do destinatário, sem poder, sem fazer, não poder
     deixar de cumprir o contrato.
    A "sedução", o destinador manifesta um saber fazer o destinatário querer fazer, elogiando-o ou
     enaltecendo-o de tal maneira que qualquer sinal de recusa à manipulação significaria também a
     renúncia a todas as qualidades que lhe foram atribuídas. A "tentação", domínio em que o
     destinador demonstra poder fazer o destinatário querer fazer, apresentando - lhe uma recompensa
     irrecusável; a "provocação. O primeiro actante obtém com o seu saber fazer o dever fazer do
     destinatário, já que o leva a agir como única forma de refutar a depreciação que lhe foi imposta; a
     "intimidação", o destinador dotado de um poder fazer o destinatário dever fazer a partir de
     ameaça. Então os actantes compartilham opiniões semelhantes a respeito do valor do objeto. O
     destinatário interpreta e não contesta o destinador, ele necessita de subterfúgio para poder
     manifestar que concorda no nível cognitivo e pode realizar sua discordância no nível pragmático.
     Simula que só sai de casa para o trabalho e se não fosse esse motivo ficaria em casa. Na hora de
     executar o programa rejeita a manipulação do narrador e adere ao ócio e ao lazer.
No nível narrativo, encontram-se (1) as dependências entre funções actanciais (só existe sujeito porque existe
objeto, só existe destinador porque existe destinatário, e vice - versa); (2) as operações de manipulação, ação
e sanção; (3) as oposições que criam embaraços ao desenvolvimento narrativo (que, no fundo, é mais um tipo
de     dependência:      se    há     sujeito,    há     anti-sujeito);   (4)    as     interações     modais:

    Ação - O sujeito executa um programa idealizado pelo destinador .
    Sanção – Aprovação ou não dada pelo destinador julgador ao destinatário. Resultado se o contrato se
     cumpriu ou não. Para proceder ao julgamento, o destinador deve confrontar o seu saber a respeito do
     percurso do sujeito destinatário com o critério de "verdade" decorrente dos acordos estabelecidos entre
     os actantes implicados numa narrativa específica.
    Enunciação
    Debreagem enunciva – O enunciador provoca um efeito de distanciamento do seu lugar enunciativo.
     Refere-se a si mesmo em 3ª pessoa- ele, tratado em um outro tempo: então e outro espaço: Lá que não
     os da enunciação
    Debreagem enunciativa – O enunciador provoca um efeito de aproximação de sua própria instancia, se
     manifesta em 1ª pessoa e simula estar atuando num tempo e espaço presentes (aqui e agora).
    A embreagem corresponde justamente ao reengate de todos esses efeitos à instância da enunciação, de
     modo que se concebam tanto os recursos enuncivos quanto os enunciativos como procedentes da
     mesma fonte. Em outras palavras, se há coisas consideradas verdadeiras, há um responsável por essa
     verdade. A embreagem, em sua acepção específica, corresponde a processos estritos de uso do "ele"
     com valor de "eu" (ex.: Edson Arantes do Nascimento tecendo elogios a Pelé).
O verbo implica que há um agente envolvido e que há uma mudança de estado resultante da ação. Este último tipo
de verbo é conhecido como verbo causativo. Verbos causativos são verbos de realização, isto é, o verbo expressa
as noções de um ato em que o sujeito está envolvido e de mudança de estado resultante deste ato, podendo
envolver processos morfológicos (enriquecer. legalizar), formas supletivas no léxico
(ver/mostrar, matar/morrer), processos sintáticos (João quebrou a janela/ a janela quebrou), uso de expressão
perifrástica jazer + verbo (jazer escorregar, jazer dormir). (32) O João correu. (33) O João morreu. (34) O João
matou Pedro.


    Empirismo: o conhecimento é derivado da experiência. Não se nega a existência da mente, nem que os
     seres humanos têm conhecimento e idéias na mente. A questão é como essas idéias foram adquiridas ou
     aprendidas. O que é inato é a capacidade de formar associações entre estímulos, ou entre estímulos e
     respostas, com base na similaridade e contigüidade. A estrutura não está no indivíduo, nem é construída por
     ele, mas está no exterior, fora do organismo.
    O behaviorismo: (estímulo, resposta, reforço) e a especificação de como essas variáveis interagem para
     determinar uma resposta verbal particular. Um estímulo externo provoca uma resposta externa do organismo.
     Se essa resposta for reforçada positivamente, a tendência é que o comportamento se mantenha. Se a
     resposta for reforçada negativamente, o comportamento é eliminado. Se não há reforço (positivo ou
     negativo), o comportamento também tende a desaparecer. Imagine a situação de uma criança que vê a mãe e
     quer sair do berço (estímulo). Ela começa a chorar (resposta). Caso a mãe a retire do berço, ela está
     reforçando positivamente o comportamento da criança, isto é, a criança "aprende" que para sair do berço
     deve chorar. Se, por outro lado, a mãe não atender a criança (reforço negativo), esta "aprenderá" que não é
     chorando que vai conseguir sair de lá.
Conexionismo: têm por objetivo explicar os mecanismos que embasam o processamento mental, e a linguagem é apenas
um desses processos. Os modelos conexionistas podem ser treinados para aprender a flexionar os verbos no passado, a sonorizar
textos escritos, pegar bolas, equilibrar uma régua (Plunkett, 2000).
      As propostas conexionistas buscam a interação entre o organismo e o ambiente, assumindo a existência de um algoritmo de
aprendizagem. Por organismo, entende – se a intrincada rede neural (os trabalhos conexionistas tentam replicar,
computacionalmente, o que ocorre no cérebro).
       Racionalismo – Duas correntes inatistas: uma assume que o aprendizado da linguagem é independente da cognição e de
outras formas de aprendizado (conhecida como hipótese gerativista ou inatista); e a outra assume que a linguagem é parte da
cognição, ou que o mecanismo responsável pelo aprendizado da linguagem é também responsável por outras formas de
aprendizado (são conhecidas como teorias cognitivistas, construtivistas).


       Inatismo

Consideremos inicialmente a hipótese inatista. A proposta de que o ser humano é dotado de uma gramática inata remonta a
Chomsky (1965). Sua proposta procura dar conta da competência e cri atividade do falante. Se assume que há um componente
inato e independente da cognição, cumpre tentar explicá-lo.


Input                    DAL                  output
Sentenças                GU                   Língua L [regras 1,3,4]
                      regra1
                      regra 2
                       ...
A criança tem uma Gramática Universal (GU) inata que contém as regras de todas as línguas, e cabe a ela, criança, selecionar as
regras que estão ativas na língua que está adquirindo.
O construtivismo
             Um segundo tipo de teoria inatista é o que considera que o mecanismo responsável pela aquisição da
linguagem também é responsável por outras capacidades cognitivas (ressalte-se, no entanto, que o construtivismo
clássico. Piaget 1979, Chomsky 1979). As crianças constroem a linguagem. Serão aqui apresentadas duas vertentes
construtivistas: a cognitivista e a interacionista.
      O Cognitivismo
      A criança constrói o conhecimento com base na experiência com o mundo físico, isto é, a fonte do conhecimento
está na ação sobre o ambiente. Piaget também é, algumas vezes, chamado de "interacionista"; no entanto, esta interação
é entre a criança e o mundo. Na literatura sobre aquisição. O conhecimento lingüístico de uma criança em um
determinado momento reflete as estruturas cognitivas que foram desenvolvidas antes e que determinam este
conhecimento (cf. Piaget & Inhe1der 1976). Seu interesse não é pela linguagem per se, mas a linguagem como porta
para a cognição. Aqui nos deteremos nos aspectos de sua teoria relativos à aquisição da linguagem.
O interacionismo
A função social da fala, e daí a importância do outro, do interlocutor, no desenvolvimento da linguagem. O papel do
adulto como quem cria a intenção comunicativa, como o facilitador do processo de aquisição. Vygotsky estava
interessado na relação entre língua e pensamento. o autor propõe quatro estágios no desenvolvimento das operações
mentais (aí incluídas as operações responsáveis também pelo desenvolvimento da fala): natural ou primitivo (que
corresponde à fala pré-intelectual e ao pensamento pré-verbal); psicologia ingênua (a criança experimenta as
propriedades físicas tanto de seu corpo quanto dos objetos, e aplica essas experiências ao uso de instrumentos -
inteligência prática); signos exteriores (as operações externas são usadas para auxiliar as operações internas; nesse
estágio ocorre a fala egocêntrica); e crescimento interior (em que as operações externas se interiorizam).
Sociolinguística * Calvet

   Fatores que condicionam a diversidade linguística:
   Identidade social do falante, Identidade social do destinatário , Contexto.
   Noções chave da teoria da comunicação: Emissor, receptor e contexto.
   Línguas em contato: A palavra interferência designa um remanejamento de estruturas resultante da introdução de elementos
    estrangeiros nos campos mais fortemente estruturados da língua, como o conjunto do sistema fonológico, uma grande parte da
    morfologia e da sintaxe e algumas áreas do vocabulário (parentesco, cor, tempo etc.)
   As interferências fônicas, as interferências sintáticas (organizar a estrutura de uma frase em determinada língua B segundo a
    estrutura da primeira língua)e as interferências lexicais (mais simples são as que consistem em cair na armadilha dos falsos
    cognatos). Encontraremos um exemplo semelhante na dificuldade que os brasileiros podem ter para realizar a distinção inglesa
    entre o li:1 longo e o lil breve em palavras como sheep e ship, sheet e shit etc.
   As línguas aproximativa - No plurilinguismo quando um falante se encontra numa comunidade cuja língua ele não conhece.
    Pode se tratar de uma pessoa que está de passagem (um turista), que tentará então lançar mão de uma terceira língua que
    tanto ele como a comunidade em que se encontra conheçam. Neste caso, ele se vale do que se chama uma língua veicular.
   Não mais interferência, a mistura de línguas ocorre com o falante que utiliza vez ou outra duas línguas: enunciados bilíngues ou
    alternância de códigos.
   Criloulo: Se caracterizaria então por um vocabulário emprestado a uma língua dominante, a dos plantadores, e uma sintaxe
    fundada sobre a sintaxe das línguas africanas.
   São 3 fases na historia do crioulo: 1ª: de instalação: "A importância numérica, econômica e social do grupo branco me leva a
    pensar sempre mais que essa fase deve ter sido muito menos caracterizada pelo surgimento de um pidgin que pela realização
    de aproximações do francês pelos falantes que, aliás, conservavam o uso de sua língua de origem". 2ª imigrações expressivas
    diminuem a porcentagem de brancos. 3ª o crioulo se estabelece como um código separado do francês, em uma relação
    diglossica. É língua oficial nas ilhas Seychelles e no cabo verde e em caráter experimental no ensino nas Antilhas francesas e
    no Haiti.
Línguas veiculares

   A emergência dos crioulos implica em duas coisas: grupo dominante e minoritário (e a língua desse grupo) de um lado, uma
    maioria de escravos dominados do outro, sem uma língua comum. O plurilinguismo pode criar dificuldades para um grupo
    homogêneo que tem suas próprias línguas e sem dificuldades de comunicação entre si. Uma língua veicular é uma língua
    utilizada para a comunicação entre grupos que não tem a mesma primeira língua. A língua veicular pode ser a língua de um dos
    grupos em presença e pode ser uma língua criada, língua composta com empréstimos dos diferentes códigos em presença. A
    importância da função é calculada em uma taxa de veicularidade: a relação entre os falantes dessa língua e os que não a tem
    como língua primeira.
   diglossia: coexistência em uma mesma comunidade de duas formas lingüísticas que ele nomeia variedade baixa e variedade
    alta. Ex.: situações arabofônicas (dialeto/ árabe clássico), Grécia (demótico/ katharevoussa), o Haiti (crioulo e francês) e a parte
    germanófona da suíça (suíço alemão/ hochdeutch). Diglossia: Uma situação linguística relativamente estável, na qual, além
    das formas dialetais de língua (que podem incluir um padrão ou padrões regionais), existe uma variedade superposta muito
    divergente, altamente codificada (quase sempre gramaticalmente mais complexa).
   Joshua Fishman define:
   Bilingüismo e diglossia: todos os membros da comunidade conhecem a forma alta e a forma baixa. É o caso do Paraguai
    (espanhol e guarani).
   Bilingüismo sem diglossia: há numerosos indivíduos bilíngües em uma sociedade, mas não se utilizam das formas
    lingüísticas para usos específicos. Esse seria ocaso de situações instáveis, de situações em transição entre uma diglossia e
    uma outra organização da comunidade lingüística.
   Diglossia sem bilingüismo: numa comunidade social há a divisão funcional de usos entre duas línguas, mas um grupo só fala a
    forma alta, enquanto a outra só fala a forma baixa. Na Rússia czarista (a nobreza falava francês, o povo, russo).
   Nem diglossia nem bilingüismo: há uma só língua. Só se pode imaginar essa situação em uma comunidade muito pequena.
Atitudes

   Estereótipos não se referem a línguas diferentes apenas, mas também às variantes geográficas das línguas, freqüentemente
    classificadas pelo senso comum ao longo de uma escala de valores'. Desse modo, a divisão das formas lingüísticas em
    línguas, dialetos e pato ás é considerada, de maneira pejorativa, como isomorfa a divisões sociais que por sua vez também se
    fundam em uma visão pejorativa. À língua corresponde uma comunidade "civilizada", aos dialetos e aos patoás comunidades de
    "selvagens", os primeiros agrupados em povos ou em nações, os segundos, em tribos'. E se utiliza todo um leque de
    qualificativos, dialeto, jargão, algaravia, patoâs, para significar em que baixa conta se tem certo modo de falar.

   Em face da variação, temos atitudes de rejeição ou de aceitação que não têm influência sobre o modo de
    falar dos falantes, mas sim sobre o modo com que percebem o discurso dos outros. A hipercorreção e a
    hipocorreção são estratégias que se deixam nos discursos que tem uma função social. Distinguir o jogo
    lingüístico do jogo social, e de modo mais geral a dificuldade de separar o social do linguístico, tanto na teoria
    como na descrição.
   Labov descreve como a língua evolui:
   1.Um traço linguístico utilizado por um grupo A é marcado pela relação a outro dialeto padrão.
   2. O grupo A é tomado como referencia por um grupo B, que adota o traço e exagera seu uso, como sinal de
    certa identidade social, por reação a pressões exteriores.
   3. A hipercorreção gerada por uma pressão crescente, combinada às forças de simetria que agem na
    estrutura, conduzem a uma generalização do traço em relação a outras unidades lingüísticas do grupo B.
   4. Uma nova norma se instaura a medida que se instala o processo de generalização.
   5. Essa nova norma é adotada pelo grupo contíguo e pelos seguintes, para os quais o grupo B serve de
    referência".
Variáveis linguísticas e sociais

   As variáveis linguísticas e as sociais
             Essas variáveis podem ser geográficas: a mesma língua pode se pronunciada diferentemente, ou ter um léxico
    diferente em diferentes pontos do território. Desse modo, um réptil comum em todo o Brasil é chamado de "osga'' na região
    Norte, "briba" ou "víbora" no Nordeste, e "lagartixa" no Centro-Sul".
             Essas variáveis podem também ter um sentido social, quando, em um mesmo ponto do território uma diferença
    lingüística é mais ou menos isomorfa de uma diferença social. O problema se torna então distinguir as variáveis lingüísticas das
    variáveis sociais.
             Entendemos variável – o conjunto constituído pelos diferentes modos de realizar a mesma coisa (um fonema, um
    signo) e por variante cada uma das formas de realizar a mesma coisa.
   Variáveis Fonéticas (que descreve a pronúncia efetiva de sons da língua entre os diferentes falantes) e a fonologia (que extrai
    dessas pronúncias uma estrutura abstrata que permita organizar os sons da língua). Pode-se sintetizar essa distinção na
    dicotomia saussuriana entre língua e fala a fonética está do lado da fala, fonologia do lado da língua. E essa separação entre o
    abstrato e o concreto permite prever que ao lado do fonema abstrato e invariante suas realizações fonéticas podem
    apresentar, ao contrário, variantes.
   Labov considera as atitudes dos falantes (positivo – os que queriam ficar na ilha; neutro os que não têm opinião formada;
    negativo os que querem ir embora). Ele percebe que quanto mais tem atitudes positivas mais se centralizam os 2 ditongos
    estudados. Há uma distribuição social dos ditongos. Quem quer ficar tem a pronúncia insular e quem quer ir continental.
   Quando dois significantes têm o mesmo significado e quando as diferenças que eles representam têm uma função
    outra, estilística ou social. Dizer, por exemplo, o toalete, o reservado, o banheiro, a latrina, o wc ou o sanitário evidentemente
    manifesta uma variável, mas resta o problema de saber a que função correspondem essas diferentes formas. Uma descrição
    sociolingüística consiste precisamente em pesquisar esse tipo de correlações entre variantes lingüísticas e categorias
    sociais efetuando sistematicamente triagens cruzadas e interpretando os cruzamentos significativos. Mas também é
    possível que, em um meio social dado, um falante utilize latrina enquanto os que o cercam utilizam reservados ou
    toaletes, com o único propósito de chocar, de infringir a norma, de se rebelar, etc. A utilização dessa ou aquela forma é
    inconsciente, voluntária e nos diz algo sobre a categoria social do falante, no outro ela é consciente, voluntaria e nos diz
    algo sobre o comportamento do falante que utiliza a língua para agir.
Variáveis linguísticas e sociais
   Mercados Linguísticosvariáveis sociais e as linguísticas: um elemento do 1º conjunto (a utilização dessas ou
      as relações entre as
    daquela variável fonética, por ex.) permitirá situar seu usuário em um ponto do 2º conjunto. A centralização do
   A troca lingüística é também uma troca econômica, que se estabelece em determinada ilha.
                               ditongo indica que o falante tem uma atitude favorável à relação de forças simbólicas entre um

    produtor, detentor de certo capital linguístico, e um consumidor (ou um mercado), e que é feita para proporcionar certo lucro
    material ou simbólico? Além da simples comunicação de sentido, os discursos são signos de riqueza, signos de
    autoridade, eles são emitidos para ser avaliados e obedecidos, e que a estrutura social está presente no discurso. A partir
    disso podem-se desenvolver diferentes estratégias. Quanto mais um falante possui "capital lingüístico" (capital
    essencialmente simbólico, razão pelo qual seu poder deve ser reconhecido pelo grupo), mais livre ele é para jogar no
    mercado, utilizando por exemplo o que Bourdieu chama de "estratégias de condescendência" ("estamos em casa", "falamos a
    mesma língua"), derivadas da manipulação.
   Os signos são os produtos do trabalho lingüístico, a língua é um meio de troca universal, como a moeda era para Marx o
    equivalente geral, ela constitui o capital constante do trabalho lingüístico, cujo capital variável é a força de trabalho dos
    falantes e as mensagens são unidades de valor de uso e de valor de troca.
Comunidade linguistica ou social
Comunidade Linguística é um grupo de pessoas que age por meio do discurso que podem falar de um modo tão
semelhante que cada qual pode compreender o outro ou podem se diferencial a ponto de pessoas de regiões
vizinhas chegarem a não se entender umas as outras. Labov diz que uma Comunidade Linguística é um grupo de
falantes que têm em comum um conjunto de atitudes sociais para com a língua. Charles Ferguson, ao tratar de
diglossia, define Comunidade Linguística: duas ou mais variedades da mesma língua são utilizadas por
determinados falantes em condições diferentes. Mas a atitude é a mesma parte-se da língua para definir o grupo.
O critério linguístico restringe o grupo social. A pertinência em vários grupos lingüísticos me parece relativa, é um
ato voluntario onde o indivíduo se adapta à comunidade escolhida.
2 tipos de sociolinguístico:
Microssociolingüística de um curto diálogo entre um estudante negro americano e seu professor branco nos
falava da situação social dos Estados Unidos, a abordagem Macrossociolingüística de um mercado senegalês
nos fala das relações entre as etnias em presença e do país em seu conjunto. Isto significa que somos aqui
confrontados com uma série de redes de comunicação e de interferências entre estas redes, que se opõem à
distinção entre micro e macroanálise.
Redes sociais e as línguas: Networks - coesão de uma rede de comunicação assegura a coesão de um
socioleto, enquanto, em uma comunidade lingüística, as diferenças entre os socioletos são função da distância
entre seus falantes. Essa abordagem, simultaneamente inspirada na antropologia e na etnografia da
comunicação, desemboca no problema da mudança das práticas lingüísticas.
As políticas Linguísticas:

    Conjunto de escolhas conscientes referentes às relações entre línguas e vida social, e planejamento
     lingüístico a implementação prática de uma política lingüística.


    Existem 2 tipos de gestão do plurilinguismo: In vivo: procede das praticas sociais, o modo como as
     pessoas, cotidianamente confrontadas com problemas de comunicação, os resolvem (línguas
     aproximativas como os pidgins, línguas veiculares são típicas do plurilinguismo in vivo. e in vitro precede
     da intervenção sobre essas praticas, a abordagem do poder onde seus laboratórios, lingüistas analisam a
     situação das línguas, descrevem-nas, constroem hipóteses sobre o futuro das situações, proposições
     para regular os problemas; depois os políticos estudam as hipóteses e as proposições, fazem
     escolhas, aplicam-nas.
    A ação sobre a língua tem diferentes objetivos: a modernização da língua (na escrita, no léxico), sua
     depuração ou sua defesa, intervenção sobre o léxico de uma língua. O planejamento lingüístico pode
     também intervir sobre a formação das palavras, quando falta vocabulário à língua ou quando se quer
     substituir alguns termos por outros.
    1º caso, trata-se da neologia. Quando uma língua muda de status, tornando-se, por exemplo, língua de
     ensino, é preciso forjar para ela as palavras necessárias a sua função: termos gramaticais, vocabulário
     para a matemática, para a química etc. Esse caso típico se produz freqüentemente nas situações pós-
     coloniais, e a neologia in vitro pode entrar em conflito com a neologia in vivo se, diante das novas
     palavras propostas pelos planejadores, já existem palavras que os falantes forjaram em sua prática".
Labov: Mecanismo da mudança linguística

    Existe uma direção geral para a evolução linguística?
    Quais são os condicionantes universais da mudança linguística?
    Quais as causas do surgimento contínuo de novas mudanças linguísticas?
    Por meio de que mecanismo as mudanças ocorrem?
    Existe uma função adaptativa na evolução lingüística?


    O problema da transição é encontrar caminho em que a mudança linguística evolui a partir de um estágio anterior. O
     método traça estágios intermediários, e conserva só as principais alternativas. Os aspectos dos problemas da transição
     questões sobre regularidade da mudança sonora, a influência gramatical na mudança sonora, cadeias que avançam e
     cadeias que retrocedem, movimentos constantes x alterações súbitas e descontínuas.
    O problema do encaixamento é encontrar a matriz contínua de comportamento social e linguístico em que a mudança
     linguística é levada a cabo. A solução está na descoberta das correlações entre elementos do sistema linguístico e entre
     esses elementos e o sistema não linguístico de comportamento social. As correlações se estabelecem por provas sólidas
     de variação concomitante, mostrando que uma pequena mudança na variável independente é regularmente acompanhada
     por uma mudança da variável linguística numa direção previsível
    O problema da avaliação é encontrar os correlatos subjetivos (ou latentes) das mudanças objetivas (ou manifestas) que
     foram observadas. A abordagem indireta deste problema correlaciona as atitudes e aspirações gerais dos informantes com
     seu comportamento linguístico. A abordagem mais direta é medir as reações subjetivas inconscientes aos valores da
     própria variável linguística.
Labov: Mecanismo da mudança Sonora

    Para estabelecer a existência de uma mudança linguística são um conjunto de observações de duas gerações sucessivas
     de falantes, gerações de características sociais comparáveis que representam estágios na evolução da mesma
     comunidade de fala.
    O processo de mudança sonora aparece não como um movimento autônomo dentro dos limites se um sistema linguístico,
     mas sim como uma reação complexa a divers
    Hockett identificou mudança sonora com um nível flutuações aleatórias na ação do aparelho articulatório, uma deriva do
     alvo articulatório que não tem nenhum significado cognitivo, expressivo ou social (Segundo ele a quantidade de muco na
     garganta, no nariz e na boca do falante, correntes aleatórias em seu sistema nervoso central, tiques musculares, etc.)
    Flutuações aleatórias na articulação decerto podem ser encontradas onde o nível de ruído que nos impede de predizer a
     forma de cada enunciado que nossos informantes vão produzir. Mas é um erro atribuir a essas flutuações um papel
     importante, as mudanças ocorrem mais rapidamente que qualquer processo a deriva poderia explicar.
    os aspectos do comportamento humano.
    O problema da transição é estudado por meio detalhado da distribuição de formas através do tempo aparente, através
     das várias faixa etárias na população atual. 1º constrói- se um índice quantitativo para os valores discretos da variável.
    Aw – 0 [au]
    Aw – 1 [a^u]
    Aw – 2 [ɐU]
    Aw -3 [ǝU]
O objetivo da descrição linguística: ‘Dialeto’ e ‘Idioleto’



   Cientificamente este conceito é conhecido por "variação diatópica", "variedade geolinguística" ou "variedade
    dialetal". E na internet: Um idioleto é uma variação de uma língua única a um indivíduo. É manifestada por
    padrões de escolha de palavras e gramática, ou palavras, frases ou metáforas que são únicas desse
    indivíduo. Cada indivíduo tem um idioleto; o arranjo de palavras e frases é único, não significando que o
    indivíduo utiliza palavras específicas que ninguém mais usa.
   Uma dessas áreas de variação sintática é a dos dialetos quantificadores pesquisados por Carden (1970) que
    enfatiza a importância de entrevistas individuais em vez de questionários de grupo, técnica controlada e
    verificação de confiabilidade por dado período de tempo.
Simplificação dos grupos consonantais e do sufixo de tempo passado pg. 252

   A existência de plurais como lisses para lists (listas) sugere que algumas dessas palavras têm sua forma subjacente sem t.
    Segundo Labov dada uma definição adequada da variável, qualquer pequena quantidade de fala de qualquer grupo ou indivíduo
    BEV fornecerá as seguintes evidências:
   Não existe nenhum falante que nunca apresente esses grupos consonantais, nem existe nenhum que sempre os
    preserve, trata-se de um caso de variação inerente no BEV.
   Para todo falante e todo grupo, a segunda consoante está ausente mais frequentemente quando a palavra seguinte começa
    com consoante do que quando começa com vogal. Esse efeito regular da vogal subseqüente é um traço característico de outras
    regras fonológicas: ele também condiciona a vocalização do r e l finais e e das nasais em diversos dialetos.
   Há pouca ou nenhuma hipercorreção, isto é, o –t ou –d finais não são atribuídos à classe de palavras erradas, como ocorreria
    em mold para molde (verruga), ou lipt para lip (lábio).
   assim o grupo consonantal pleno está presente na forma subjacente de act, bold, ou find, e que uma regra variável apaga a
    segunda consoante. Em nossa representação formal desse processo, o fato (c) pode facilmente ser mostrado, fornecendo as
    formas subjacentes corretas ao dicionário. O fato (a) pode ser mostrado, tornando-se opcional a regra de apagamento. Mas em
    termos gerativos convencionais, não há modo de mostrar formalmente o fato (b).
   Se escrevêssemos:
   15 opcional   [- contínuo ]           [+ consonantal]________# # [-silábico]
   Estaríamos afirmando que uma oclusiva é opcional apagada depois de um seguimento consonantal (líquido ou obstruinte) no
    final da palavra, se a palavra seguinte não começar com vogal.

Essa regra fornece uma descrição razoável do sistema coloquial de muitos falantes de classe média, frequentemente dizem
firs’thing (primeira coisa) e las’ month ( último mês), mas não firs’ of all ( primeiro de tudo) las october (último outubro). Mas 15
não é em nada adequada para a maioria dos outros dialetos onde alguns grupos consonantais são simplificados com muita
freqüência quando a palavra seguinte começa com vogal. Para tais dialetos , teríamos de remover [ - silábico] do ambiente:
16 opcional     [-contínuo]          [ +consonantal] _______ # #




     Essa regra estipula que qualquer grupo –t, -d final pode ser simplificado e que não faz diferença alguma se
      há ou não uma vogal seguinte. Para os falantes em inglês a regra 16 opera mais frequentemente quando a
      palavra seguinte não começa com vogal. Se quisermos representar esse fato com rigor, temos de captar de
      algum modo, em nossa representação formal, a existência de condicionamento fonológico variável.
     O primeiro passo no desenvolvimento dessa notação formal é generalizar a noção de regra opcional para a
      de regra variável. Fazemos isso atribuindo a cada regra uma quantidade ∅ representado a proporção de
      casos em que a regra se aplica em relação a todos aqueles em que ela poderia se aplicar. Para uma regra
      categórica invariante,         =1, e numa regra variável, 0<                <1 [       é maior do que zero e menor do que
      um]. Para indicar a variabilidade, empregamos parênteses angulares em torno do elemento situado à direita
      da flecha. Se 0 for afetado pela presença ou ausência de algum traço no ambiente, esse elemento age
      como uma restrição variável e é colocada em parênteses angulares no ambiente a direita da barra
      inclinada. Ver pg. 254.

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Resumo Prova Uff 2012 Jakobson Benveniste Análise Discurso

  • 1. Resumo Prova Uff 2012  Jakobson Fatores fundamentais da comunicação:  Emissor  Receptor  Tema da mensagem  Código utilizado As significações linguísticas são diferenciais do mesmo sentido em que os fonemas são unidades fônicas diferenciais. Os sons da fala apresentam:  Variantes contextuais: pode ocorrer em qualquer dos domínios da língua e cuja escolha obedece ao contexto.  Variantes facultativas, situacionais (alofones - cada uma das pronuncias possíveis de um fonema e metafones):A menor unidade sonora (fonética) de uma língua que estabelece contraste de significado para diferenciar palavras. Por exemplo, a diferença entre as palavras prato e trato, quando faladas, está apenas no primeiro fonema: P na primeira e T na segunda. Significado são invariantes semânticas. A identificação e a diferenciação são 2 faces nos 2 níveis do significante e do significado, ou da expressão e do conteúdo. A sintática se ocupa do eixo dos encadeamentos (concatenação), a semântica do eixo das substituições. a concatenação implica a substituição. O signo lingüístico para ser compreendido exige dois protagonistas que participem do ato da fala e também de um interpretante. Signo: Significado + significante Significado: conceito Significante: forma gráfica + som = Imagem acústica Toda palavra que possui um sentido é considerada um signo lingüístico.
  • 2. Benveniste  Behaviorista em termos de estímulo e resposta.  O homem se constitui como sujeito na e pela linguagem que é fundamentada na realidade, a do ser, o conceito de ego.  Subjetividade: Capacidade do locutor para se propor como sujeito. Uma unidade psíquica que transcende a totalidade das experiências vividas assegurando a permanência da consciência. O ego é o fundamento da subjetividade que se determina na representação linguistica da pessoa. A consciência de si só é possível pelo contraste . Eu emprego o Eu me dirigindo a alguém, que será na minha alocução um tu. Essa condição de dialogo é constitutiva da pessoa, pois implica em reciprocidade – que eu me torne tu na alocução daquele que por sua vez se designa por eu. A linguagem só é possível porque cada locutor se apresenta como sujeito, remetendo a ele mesmo como eu no seu discurso. ‘Eu’ propõe outra pessoa, aquela mesmo que exterior a mim torna-se o meu eco – ao qual digo tu e que me diz tu. A polaridade das pessoas é na linguagem a condição fundamental, cujo processo de comunicação é uma conseqüência totalmente pragmática.
  • 3.  A categoria de pessoa apontam já para a questão da reversibilidade ou da reciprocidade da comunicação. O eu, ao dizer eu, instala o tu como seu destinatário, mas esse destinatário pode, por sua vez, tomar a língua para a língua, de cultura para cultura. Atenuação e proteção da face: Saia d’aqui! ; Saia D’aqui, por favor ; Você poderia sair D’aqui? Será que você pode sair D’aqui, por favor? M b a ordem é atenuada com por favor. Na última hipótese há a preservação da face. A conversação ou interação verbal seria uma forma privilegiada de interação. Funções interacionais: 1º Os falantes se constroem e constroem juntos o texto; 2º As imagens ou dos simulacros que os interlocutores constroem na interação; 3º O caráter contratual ou polêmico da comunicação; 4º A relação entre comunicação e interação não é mais possível colocar a mensagem apenas no plano dos significantes ou da expressão; 5º O alargamento da circulação do dizer na sociedade.  Verbos que denotam pelo seu sentido um ato individual de alcance social: jurar, prometer, garantir, certificar, empenhar-se. São constrangedores. A terceira pessoa é a forma do paradigma verbal ou pronominal que não remete a nenhuma pessoa porque se refere a um objeto colocado fora da alocução. Eu juro é uma forma de valor singular, por colocar sobre aquele que se enuncia ‘eu’ a realidade de um juramento, é um cumprimento: jurar consiste na enunciação eu juro, pela qual o ego está preso. É o próprio ato de me comprometer, não a descrição do ato que eu cumpro. Ele
  • 4. O Aparelho formal da enunciação: O emprego das formas são regras sintáticas que pertencem a um paradigma. O emprego das formas tem modelos variados como os tipos linguísticos dos quais precedem. O emprego da língua é um mecanismo total e constante que afeta a língua inteira. A enunciação é este colocar em funcionamento a língua por um ato individual de utilização. Enunciação – é a realização vocal da língua. Os sons emitidos e percebidos, sendo estudados no quadro de um idioma ou nas suas manifestações gerais, aquisição, difusão, alteração e outras ramificações fonéticas, precedem de atos individuais. A enunciação pode se definir em relação à língua, como um processo de apropriação. Toda enunciação é implícita ou explicitamente uma alocução, ela postula um alocutário. A língua se acha empregada para a expressão de uma certa relação com o mundo. Outro paradigma são os das formas temporais que se determinam em relação a Ego, centro da enunciação. Os tempos verbais cuja forma axial, o presente, coincide com o momento da enunciação, faz parte desse aparelho necessário. Da enunciação precede a instauração da categoria do presente e da categoria do presente, nasce a categoria do tempo, a origem do tempo. Do momento em que o enunciador se serve da língua para influenciar de algum modo o comportamento do alocutário, ele dispõe para este fim de um aparelho de funções. A interrogação que pede uma resposta, um processo de comportamento com dupla entrada.
  • 5. O discurso não trabalha com a língua como sistema abstrato trabalha como a língua no mundo, como significar considerando a produção de sentidos, como sujeitos ou membros de uma Analise do Discurso Eni Orlandi determinada formas de sociedade. A materialidade específica da ideologia é o discurso e a materialidade específica do discurso é a língua. . No discurso observamos a relação entre língua e ideologia, como a língua produz os sentidos por/ para os sujeitos. O individuo é interpelado pela ideologia e surge o sentido. O sujeito discursivo funciona pelo inconsciente e pela ideologia.  Como o texto significa? O discurso é um esquema elementar que se constitui de: emissor, receptor, código, referente e mensagem. O emissor transmite a mensagem ao receptor, mensagem essa formulada em um código referindo a algum elemento da realidade – o referente. Cujo esquema é: Referente – emissor – mensagem – código  Como os objetos simbólicos produzem sentido?  analisando os próprios gestos de interpretação que ela considera como atos no domínio simbólico, pois eles intervêm no real do sentido. Há uma construção de dispositivos teóricos e não há verdades ocultas no texto.  A inteligibilidade refere o sentido a língua: ele disse isso é inteligível (Que pode ser facilmente compreendido: discurso inteligível).
  • 6. O sujeito pensa que sabe o que diz, mas não tem acesso ou controle sobre o modo pelo qual os sentidos se constituem nele. Do ponto de vista discursivo o que ele sabe não é suficiente para compreender mos que efeitos de sentidos estão ali presentificados. Há uma relação entre o já dito e o que se está dizendo que é o que existe entre o interdiscurso que é a constituição e o intradiscurso que é a formulação. E é desse jogo que tiram seus sentidos.  Interdiscurso: especifica as condições as quais um acontecimento histórico (elemento histórico descontínuo e exterior) inscreve-se na continuidade interna, no espaço de coerência próprio a uma memória. É todo o conjunto de formulações feitas e já esquecidas que determina o que dizemos.  Intertexto: É a relação de um texto com outros textos, onde o esquecimento não é estruturante.  O esquecimento produz em nós a impressão da realidade pensamento que é a ilusão referencial, que nos faz acreditar que há uma relação direta entre o pensamento, a linguagem e o mundo. Quando nascemos os discursos já estão em processo e nós entramos nesse processo, eles não se originam em nós, se realizam em nós em sua materialidade. Essa determinação é necessária para haver sentidos e sujeitos. O esquecimento é estruturante parte da constituição dos sujeitos e dos sentidos. Os sujeitos esquecem que já foi dito- esse é um esquecimento voluntário e assim se identificam com o que dizem e se constituem sujeitos. Assim as palavras adquirem sentido e eles se significam retomando as palavras.
  • 7. Os processos parafrásticos são aqueles que em todo dizer a sempre algo que se mantém, o dizível, a memória e esta do lado da estabilização. Na polissemia o que temos é deslocamento, ruptura dos processos de significação. Ela joga com o equívoco. Sendo a língua sujeita ao equivoco e a ideologia é um ritual com falhas que o sujeito, ao significar, se significa. Sendo que os sujeitos e os sentidos sempre podem ser outros e assim distingue-se o que é criatividade (implica na ruptura do processo de produção da linguagem, pelo deslocamento de regras, fazendo intervir o diferente) e produtividade (reinteração de processos já cristalizados.  A paráfrase é a matriz dos sentidos, pois não há sentido sem repetição. Na língua a ideologia se materializa. No mecanismo da antecipação o sujeito se coloca no lugar do interlocutor, ouve suas palavras e antecipa-se ao interlocutor quanto ao sentido que suas palavras produzem. Esse mecanismo regula a argumentação. Se o sujeito fala do lugar de professor é diferente do lugar do aluno. O mecanismo imaginário produz imagens dos sujeitos , assim como do objeto do discurso.  Temos a imagem do sujeito locutor e do interlocutor e também do objeto do discurso (do que estou falando, do que ele está falando. Na antecipação a imagem que o locutor faz do interlocutor e vice versa, a imagem que o interlocutor faz da imagem que ele faz do objeto do discurso, e assim por diante. Na relação discursiva são as imagens que constituem diferentes posições.  O sentido é determinado pelas posições ideológicas colocadas em jogo no processo sócio-histórico, as palavras mudam de sentido segundo aqueles que as empregam. A metáfora significa transferência. Não há sentido sem metáfora. Nessa transferência que elementos significantes passam a se confrontar, de modo que se revestem de um sentido. As palavras iguais podem ter significados diferentes porque se inscrevem em formações discursivas diferentes. A palavra terra não significa o mesmo para o índio, para o agricultor sem terra e para um proprietário rural. Terra com letra maiúscula e minúscula
  • 8. Não há sentido sem interpretação o que atesta a ideologia. A ideologia é a condição para a constituição do sujeito e dos sentidos.  A ideologia e o inconsciente são estruturas – funcionamento, Pêcheux diz que sua característica é a dissimular sua existência no interior do seu próprio funcionamento, produzindo um tecido de evidencias subjetivas, não como que afetam o sujeito, mas como se constitui o sujeito. Daí uma teoria materialista do discurso , não subjetivista da subjetividade em que se possa trabalhar esse efeito de evidencia dos sujeitos e também a dos sentidos. A evidencia dos sentidos faz com que uma palavra designe uma coisa – apaga o seu caráter material, faz ver como transparente aquilo que se constitui pela remissão a um conjunto de formações discursivas que funcionam com uma dominante. As palavras recebem seus sentidos de formações discursivas em suas relações.  Para que a língua faça sentido , é preciso que a historia intervenha, pelo equivoco, pela opacidade, pela espessura material do significante. A interpretação é garantida pela memória sob 2 aspectos: A memória institucionalizada (o arquivo) e a memória constitutiva (o interdiscurso). A ideologia que faz que haja sujeitos. O efeito ideológico elementar é a constituição do sujeito. Pela interpelação ideológica do indivíduo em sujeito inaugura-se a discursividade. A interpelação do sujeito pela ideologia traz o pagamento da inscrição da língua na historia para que ela signifique produzindo o efeito de evidencia do sentido (o sentido – lá) e a impressão do sujeito ser a origem do que diz. Nem a linguagem, nem os sentidos, nem os sujeitos são transparentes; eles têm sua materialidade e se constituem em processos em que a língua, a história e a ideologia concorrem conjuntamente.
  • 9. O sujeito não tem acesso ao modo como ocupa sua posição, direto a exterioridade (interdiscurso) que o constitui. Os sujeitos são intercambiáveis (Significa que duas coisas diferentes podem ser usadas alternadamente com o mesmo propósito sem o que o resultado seja prejudicado). Quando falo da posição da mãe, o que digo deriva seu sentido, em relação a formação discursiva em que estou inscrevendo minhas palavras, de modo equivalente a outras falas que também o fazem dessa mesma posição. O trabalho ideológico é um trabalho da memória e do esquecimento pois é só quando passa para o anonimato que o dizer produz seu efeito literal.  O sujeito de direito se distingue da do indivíduo, não é uma entidade psicológica, ele é um efeito de uma estrutura social bem determinada: a sociedade capitalista. Há a determinação do sujeito, mas há também processos de individualização do sujeito pelo Estado.  Na base discurso um projeto totalizante do sujeito, projeto que o converte em autor. O autor é o lugar em que se realiza esse projeto totalizante, onde se constrói a unidade do sujeito. O sujeito se constitui como autor ao constituir o texto em sua unidade, com sua coerência e completude imaginárias. A distinção entre real (descontinuidade, a dispersão, a incompletude, a falta, o equivoco, a contradição, constitutivas do sujeito como do sentido) e imaginário (no nível das representações temos a unidade, a completude, a coerência, o claro e distinto, a não contradição na instancia do imaginário).
  • 10. O efeito metafórico é o fenômeno semântico produzido por uma substituição contextual, este deslizamento de sentido entre x e y é constitutivo tanto do sentido designado por x como por y. A metáfora é constitutiva do processo mesmo de produção de sentido e da constituição do sujeito, é uma transferência. Onde a produção de sentido esta sujeita ao deslize havendo outra possível constituição. O efeito metafórico, deslize próprio da ordem do simbólico é o lugar da interpretação, da ideologia, da historicidade. Essa é a relação entre língua e discurso: A língua é pensada como sistema sintático intrinsecamente passível de jogo e a discursividade como inscrição de efeitos lingüísticos materiais na história, deslizes, paráfrase, metáfora.  Ducrot distingue diferentes formas de não dizer (implícito), o pressuposto e o subentendido: Linguagem (pressuposto), contexto (subentendido). Deixei de fumar. O pressuposto é que eu fumava antes, o motivo fica subentendido, pode-se pensar que é por fazer mal ou por outra razão.  O silencio como horizonte, como eminência de sentido. Silencio fundador o sentido pode ser outro, silencio constitutivo, uma palavra apaga outra palavras, silencio local, a censura, aquilo que é proibido dizer.
  • 11. Diferentes modos de funcionamento do discurso:  Discurso autoritário: A polissemia é contida , o referente esta apagado pela relação de linguagem que se estabelece e o locutor se coloca como agente exclusivo, apagando também sua relação com o interlocutor;  Discurso polêmico: Polissemia controlada , o referente é disputado pelos interlocutores ,e estes se mantém em presença, numa relação tensa de disputa pelos sentidos;  Discurso lúdico: aquele que a polissemia está aberta, o referente está presente como tal, sendo que o interlocutor se expõe aos efeitos dessa presença inteiramente não regulando sua relação com os sentidos.  Polissemia: (do grego poli="muitos" e sema="significados"), é o fato de uma determinada palavra ou expressão adquirir um novo sentido além de seu sentido original, guardando uma relação de sentido entre elas é contida  Deixei-os de boca aberta.  A boca da garrafa está quebrada.  Observe que há relação de "abertura", "orifício" da palavra boca em ambas as frases. É isso que torna a polissemia diferente da homonímia.  Outros exemplosEla me pediu para sair (ou ficar). (Sair e ficar podem ser denotativo ou uma gíria)  Doe nesta páscoa, ponha (ou bota) ovo em cima da mesa.  As frases acima apresentam a ambiguidade, ou seja tem dois sentidos, e causam estranheza. Para não ocorrer esse problema, seria melhor trocar as palavras polissêmicas por outras palavras: sair = ir para fora; ficar = permanecer; por/botar = colocar.
  • 12. Em comum é que os fatos de linguagem por eles tratados referem a linguagem ao seu exterior. A Enunciação, Pragmática, Argumentação, Discurso – Enimuitas vezes incluindo a enunciação, a pragmática tem sido considerada de modo mais amplo orlandi argumentação e o discurso. A maneira como concebem o sujeito:  Na enunciação:o sujeito é um sujeito origem de si;  Na argumentação: o sujeito é o sujeito psicossocial  Na análise do discurso: o sujeito é linguístico- histórico , constituído pelo esquecimento e pela ideologia e o modo como definem o exterior (na pragmática o exterior é o fora e não o interdiscurso)  Marcam as diferenças teóricas , de distintos procedimentos analíticos, com suas consequências praticas e diversificadas.
  • 13. Saussure  O signo lingüístico une não uma coisa e uma palavra, mas um conceito e uma imagem acústica que é a impressão psíquica do som.  O signo lingüístico : Conceito e imagem acústica.  A arbitrariedade do signo: O laço que une o significante ao significado é arbitrário, sendo signo o total resultante da associação de um significante com um significado. Ex. a ideia de Mar não está ligada por relação alguma interior à sequência de sons m-a-r que lhe serve de significante, poderia ser representada por outra sequência. O símbolo é o significante e tem como característica não ser arbitrário. Ele não está vazio, existe um rudimento de vínculo natural entre o significante e o significado. O símbolo da justiça, não poderia ser substituído por um objeto qualquer com um carro.  Linearidade: Os componentes que integram um determinado signo se apresentam um após o outro, tanto na fala como na escrita.  Linguagem: a língua e a fala, A língua é a linguagem menos a fala. É o conjunto dos hábitos linguísticos que permitem a uma pessoa compreender e fazer-se compreender. A natureza social da língua é interna, viável e não vivente. Como signo linguístico é arbitrário, organizável a vontade, depende unicamente de um princípio racional. A ação do tempo se combina com a da força social. Agora a língua não é livre, porque o tempo permitirá que as forças sociais que atuam sobre ela desenvolverão efeitos, e com a continuidade que anula a liberdade.
  • 14. o diacrônico, pois para a massa falante ele constitui a realidade. na língua, força alguma garante a manutenção da regularidade quando ela reina em algum ponto  Sincrônica  Diacrônica  Tudo que se relaciona com o aspecto estático da  Tudo que diz respeito a evoluções Estuda a ciência língua através dos tempos  Evolutiva  Não é mais a língua que se percebe, mas uma  Estuda a língua em dado momento serie de acontecimentos que a modificam.  Diferenças  Não tem seu fim em si mesma.  Conhece somente uma perspectiva, a das  Diferenças pessoas que falam, e todo o seu método  Ao contrário, deve distinguir duas perspectivas: consiste em recolher- lhes o testemunho; para uma, prospectiva, que acompanhe o curso do saber em que medida uma coisa é uma tempo, e outra retrospectiva, que faça o mesmo realidade, será necessário e suficiente averiguar em sentido contrário; daí um desdobramento do em que medida ela existe para a consciência de método, de que se tratará na quinta parte. tais pessoas.  Ao contrário, a Linguística diacrônica não  Não tem por objeto tudo quanto seja somente não necessita de semelhante simultâneo, mas somente o conjunto dos fatos especialização como também a repele; os termos correspondentes a cada língua; na medida em que ela considera não pertencem forçosamente a que tal for necessário, a separação irá até os uma mesma língua (comparem- se o indo- dialetos e subdialetos. europeu * esti, o grego ésti, o alemão ist, o  Não é bastante preciso; deveria ser substituída francês est). É justamente a sucessão dos fatos pela designação - um pouco longa, na verdade - diacrônicos e sua multiplicação espacial que cria de idiossincrônico. a diversidade dos idiomas.  A lei é geral, mas não é imperativa. , impõe-se  Fator dinâmico: Um efeito é produzido, uma aos indivíduos pela sujeição do uso coisa é executada. Imperativo, se impõe a coletivo, mas não é uma obrigação relativa às língua, mas nada tem de geral. pessoas que falam. Comprova um estado de coisas. Não é imperativo.
  • 15. caso, o estudo será necessariamente sincrônico,' no outro, diacrônico. a língua não se apresenta como um conjunto de signos delimitados de antemão, 'dos quais bastasse estudar as significações e a disposição; é uma massa indistinta na qual só a atenção e o hábito nos podem fazer encontrar os elementos particulares. Sincronia Diacronia  Se ocupará das relações Lógicas e psicológicas que  Estudará, ao: contrário, as relações que unem unem os termos coexistentes e que formam sistemas, tais como são percebidos pela consciência termos sucessivos não percebidos por uma coletiva. mesma consciência coletiva e que se substituem  Seu objeto é estabelecer os princípios fundamentais uns aos outros sem formar sistema entre si. de todo sistema idiossincrônico, os fatores  Fatos analisadas quanto as suas constitutivos de todo estado de língua. transformações, pelas relações que estabelecem  Pertence a tudo que chama-se gramática geral. com os fatos que o precederam ou sucederam somente pelos estados de língua que se estabelecem as diferentes relações que incumbem à gramática.  Gramática – Linguística estática ou descrição de um estado de língua. Estuda a língua como sistema de meios de expressão, quem diz gramatical diz sincrônico e significativo, e como ninguém é cavaleiro de várias épocas ao mesmo tempo não existe gramática histórica o que se dá tal nome se chama linguística diacrônica.  Sempre prescede o diacronico. Ex.: como vossa mercê virou você
  • 16. O valor linguístico  A língua é um sistema de valores puros considerando dois elementos que estão em seu funcionamento: As ideias e os sons. O pensamento é como uma nebulosa e nada está delimitado, não há ideias pré- estabelecidas, nada é distinto antes do aparecimento da língua.  Representamos o fato lingüístico em seu conjunto, isto é, a língua, como uma série de subdivisões contíguas marcadas simultaneamente sobre o plano indefinido das idéias confusas (A) e sobre o plano não menos indeterminado dos sons (B).  Não há materialização de pensamento, nem espiritualização de sons é pensamento-som que implica em divisões e dele a língua elabora suas unidades constituindo-se entre duas massas amorfas.  O valor, tomado em seu aspecto conceitual, constitui, sem dúvida um elemento da significação. A significação é a contra parte da imagem auditiva. Tudo se passa entre a margem auditiva e o conceito, nos limites da palavra considerada como um domínio fechado existente por si próprio.  Itens necessários a existência de Valor:  1º por uma coisa dessemelhante, suscetível de ser trocada por outra cujo valor resta determinar;  2º por coisas semelhantes que se podem comparar com aquela cujo valor está em causa.  Uma palavra pode ser trocada por algo dessemelhante: uma idéia; além disso, pode ser comparada com algo da mesma natureza: uma outra palavra. Seu valor não estará então fixado, enquanto nos limitarmos a comprovar que pode ser "trocada" por este ou aquele conceito, isto é, que tem esta ou aquela significação; falta ainda compará-la com os valores semelhantes, com as palavras que se lhe podem opor. Seu conteúdo só é verdadeiramente determinado pelo concurso do que existe fora dela. Fazendo parte de um sistema, está revestida não só de uma significação como também, e sobretudo, de um valor, e isso é coisa muito diferente.  O que importa na palavra não é o som em si, mas as diferenças fônicas que permitem distinguir essas palavras das outra, pois são elas que levam a significação. O som, elemento material, não pertence a língua, é secundário, matéria que põe em jogo. Não é o metal da moeda que fixa seu valor.
  • 17. Relações Sintagmáticas e relações associativas  Um sistema lingüístico é uma serie de diferenças de sons combinadas com uma serie de diferenças de ideias; mas essa confrontação de um certo número de signos acústicos com outras tantas divisões feitas na massa do pensamento engendra um sistema de valores que constitui o vínculo efetivo entre os elementos fônicos e psíquicos no interior de cada signo.  O sintagma se compõe sempre de duas ou mais unidades consecutivas (por exemplo: re- ler, contra todos; a vida humana; Deus é bom; Se fizer bom tempo, sairemos etc.). Colocado num sintagma, um termo só adquire seu valor porque se opõe ao que o precede ou ao que o segue, ou a ambos.  As solidariedades sintagmáticas - A formação de palavras é quanto basta para demonstrá-lo, Uma unidade como desejoso se decompõe em duas subunidades (desej-oso), mas não se trata de duas partes independentes simplesmente juntadas uma à outra (desej + asa). Trata-se de Um produto, uma combinação de dois elementos solidários, que só têm valor pela sua ação recíproca numa unidade superior (desej X oso). O sufixo, considerado isoladamente, é inexistente ; o que lhe confere seu lugar na língua é uma série de termos usuais tais como calor-asa, duvid-oso etc. Por sua vez, o radical não é autônomo; ele só existe pela combinação com um sufixo; no francês rou!-is, o elemento rou!- não é nada sem o sufixo que o segue. O todo vale pelas suas partes, as partes valem também em virtude de seu lugar no todo é tão importante quanto a das partes entre si.
  • 18. Entre os agrupamentos sintáticos assim constituídos, existe um vínculo de interdependência; eles se condicionam reciprocamente. Com efeito, a coordenação no espaço contribui para criar coordenações associativas, e estas, por sua vez, são necessárias para a análise das partes do sintagma.   _______________________________  des-fazer  _______________________________   Mas simultaneamente, e sobre outro eixo, existe no subconsciente uma ou mais séries associativas compreendendo unidades que tem um elemento comum com o sintagma, por exemplo:   _______________________________  des-fazer  _______________________________   Descolocar fazer  Deslocar refazer  Descoser contrafazer  Etc. etc. 
  • 19. Arbitrário absoluto e arbitrário relativo  Apenas uma parte dos signos é absolutamente arbitrária; em outras, intervém um fenômeno que permite reconhecer graus' no arbitrário sem suprimi-lo: o signo pode ser relativamente motivado.  Assim, vinte é imotivado, mas dezenove não o é no mesmo grau, porque evoca os termos dos quais se compõe e outros que lhe estão associados, por exemplo, dez, nove, vinte e nove , dezoito, setenta etc.; tomados separadamente, dez e nove estão nas mesmas condições que vinte, mas dezenove apresenta um caso de motivação relativa.  Agora reconhecemos as solidariedades que as vinculam; são de ordem associativa e de ordem sintagmática ; são elas que limitam o arbitrário. Dezenove e associativamente solidário de dezoito, dezessete etc. e sintagmaticamente de seus elementos dez e nove. Essa dupla relação lhe confere uma parte de seu valor.
  • 20. Fiorin * Introdução a linguística  Língua: Objeto unificável e suscetível de classificação e parte essencial da linguagem. Sistema de signos, ato individual que resulta das combinações feitas pelo sujeito falante utilizando o código da língua.  Segundo Chomsky a linguagem é uma capacidade inata e específica da espécie, isto é, transmitida geneticamente e própria da espécie humana. distingue competência de desempenho. A competência Lingüística é a porção do conhecimento do sistema lingüístico do falante que lhe permite produzir o conjunto de sentenças de sua língua; é um conjunto de regras que o falante construiu em sua mente pela aplicação de sua capacidade inata para a aquisição da linguagem aos dados lingüísticos que ouviu durante a infância. O desempenho corresponde ao comportamento lingüístico, que resulta não somente da competência Lingüística do falante, mas também de fatores não lingüísticos de ordem variada, como: convenções sociais, crenças, atitudes emocionais do falante em relação ao que diz, pressupostos sobre as atitudes do interlocutor etc.  O desempenho pressupõe a competência, ao passo que a competência não pressupõe desempenho. A tarefa do lingüista é descrever a competência, que é puramente Lingüística, subjacente ao desempenho.
  • 21. Linguagem animal  O sistema de comunicação usado pelas abelhas, que ao encontrar uma fonte de alimento, regressa à colméia e transmite a informação às companheiras por meio de dois tipos de dança: circular, traçando círculos horizontais da direita para a esquerda e vice versa, ou em forma de oito, em que a abelha contrai o abdome, segue em linha reta, depois faz uma volta completa à esquerda, de novo corre em linha reta e faz um giro para a direita, e assim sucessivamente. Se o alimento está próximo, a menos de cem metros, a 15 segundos a linha reta que faz parte da dança. Quanto maior a distancia menos giros faz a abelha. A direção a ser seguida é dada pela direção da linha reta em relação à posição do sol.  A comunicação das abelhas não é uma linguagem, é um código de sinais, como se pode observar pelas suas características: conteúdo fixo, mensagem invariável, relação a uma só situação, transmissão unilateral e enunciado indecomponível. Benveniste chama a atenção, ainda, para o fato de que essa forma de comunicação tenha sido observada entre insetos que vivem em sociedade e é a sociedade a condição para a linguagem.
  • 22. Teoria da informação   Fonte de transmissor receptor destino  informação     mensagem sinal sinal recebido mensagem    Fonte de ruído  Teoria da informação:  (a) introduz a representação do código, como um conjunto de elementos discretos, os signos, guardados no cérebro (elementos discretos são aqueles que se definem pela relação que mantêm com os demais, relação esta que permite que os elementos sejam recortados de uma continuidade sem forma e delimitados uns em relação aos outros);  (b) representa a relação de atualização das unidades Lingüísticas, situando-a entre o código e o emissor;  (c) mostra a relação de estimulação que existe entre o universo dos fenômenos extralingüísticos, contínuos, e o emissor;  (d) mostra que a representação da realidade formada pelo receptor não coincide com a do emissor; e  (e) aponta diferentes fases na codificação e na descodificação da mensagem. o esquema representa as fases principais de um processo de comunicação, segundo Melmberg, a comunicação continua a ser entendida como a transferência de uma mensagem, lingüisticamente estruturada, de um sujeito emissor a um sujeito receptor.
  • 23. Funções da linguagem  REFERENCIAL (centrada no contexto ou referente) informativa ou representativa, empregam principalmente os procedimentos que seguem: uso da 3ª pessoa, apresentação de qualidades "objetivas" ou "concretas" (não são quase empregados, por exemplo, adjetivos subjetivos como lindo ou horroroso, ou modalizadores como eu acho, eu quero e outros), emprego de nomes próprios e de estratégias argumentativas "lógicas" (provas, demonstrações, etc.). Os procedimentos usados produzem sobretudo dois efeitos de sentido, o de objetividade (3a pessoa) e o de realidade ou referente (nomes próprios, qualidades "objetivas" ou "concretas"), isto é, de apagamento ou distanciamento do sujeito e de verdade dos fatos. Os textos com função referencial ou informativa são, portanto, aqueles que têm por fim, na comunicação, a transmissão objetiva de informação .  EMOTIVA (centrada no remetente) Os textos com função emotiva ou expressiva, por sua vez, usam, de preferência, os seguintes procedimentos: emprego da 1ª pessoa, apresentação de qualidades "subjetivas", por meio de adjetivos como fantástico, encantador, medonho e outros, ou de advérbios de modo, utilização de modalizadores relacionados com o saber, como eu acho, eu considero etc., uso de recursos prosódicos de prolongamento de vogal, pausas, acentos enfáticos, hesitações, interjeições, exclamações.   POÉTICA (centrada na mensagem) – Tem várias funções ao mesmo tempo, em cada texto uma função dominante. os textos-mensagens empregam procedimentos lingüísticos e discursivos que produzem efeitos de sentido relacionados com as diferentes funções e que nos  permitem identificá-las.  CONATIVA (centrada no destinatário) o texto usa a 2! pessoa (você), os procedimentos de pergunta e resposta (Você já tem o meu cartão?) e a modalização deôntica (deveria ter) para construir um texto com função conativa ou de persuasão do destinatário dominante.  b) O Itaú tem tudo. Só falta você. Abra já a sua conta Procura-se um cliente mais ou menos com o seu perfil, com a sua idade e que more mais ou menos lá na sua casa. o texto emprega a 2". pessoa (você) e o imperativo (abra) para produzir o efeito de persuasão. A resposta esperada é a abertura de conta no Itaú.  c) Quando não puder passar no banco, é só usar o Real Internet Banking e o Real Internet Empresa, viu seu Luís? Pode ser do sítio mesmo. São usados a 2". pessoa, o voe ativo (viu seu Luís), a estrutura de pergunta e resposta, para construir um texto com função conativa. Doces da Laura b) Cantina do sargento c) Tok-Stok d) Peg-Pag, e) Serv-Lev. Todos os nomes
  • 24. Funções da linguagem  FÁTICA (centrada no contato) - Os textos com função fática usam principalmente procedimentos prosódicos de pontuação da fala para manter o contato físico e/ou psicológico entre os interlocutores (uhn, hã), fórmulas prontas para iniciar ou interromper o contato (olá, tudo bem, como vai?, tchau, até logo, bom dia etc.) e para verificar se há ou não contato (você está escutando ?). Os efeitos de sentido são os de aproximação e interesse entre remetente e destinatário, de presença de ambos na comunicação, de estabelecimento ou manutenção da interação. Jakobson diz que é a primeira função da linguagem que os homens usam, nas "conversas" do bebê com a mãe (gugu gá gá...), e que é a única que temos em comum com as aves falantes, como as maritacas e os papagaios.   METALINGUÍSTICA (centrada no código) - Tem várias funções ao mesmo tempo, em cada texto uma função dominante. os textos-mensagens empregam procedimentos lingüísticos e discursivos que produzem efeitos de sentido relacionados com as diferentes funções e que nos permitem identificá-las. Os textos com função meta Lingüística usam os procedimentos que seguem: verbos de existência (ser, parecer) ou de existência da significação (significar, ter o sentido de), em geral no presente do indicativo, em orações predicativas de definição (x é y). O efeito de sentido é o de linguagem que fala de linguagem, ou seja, de circularidade da definição e da comunicação. Não se deve confundir a função metalingüística de Jakobson com a metalinguagem científica. Metalinguagem científica é linguagem definidora de outra linguagem, ou seja, como uma linguagem que fala de outra linguagem. Diferenciam-se, porém, pelo fato de a metalinguagem científica ser, por sua vez, definida por outra, uma terceira linguagem, a metalinguagem metodológica, o que não acontece com a função metalingüística ordinária. Assim, a função metalingüística produz o efeito de circularidade (de uma linguagem que define outra linguagem) e a metalinguagem científica produz a ilusão de superposição de níveis (de uma linguagem que define outra linguagem e é, por sua vez, definida por uma terceira).
  • 25. A variação linguística  Variação diatópica - diferenças de espaço geográfico; (exemplo: aipim = mandioca, macaxeira; abóbora = jerimum; canjica = mucunzá; mixirica = tangerina; pé-de-moleque = cocada; pé-de-moleque = bolo de mandioca); muyé = mulher; fyo = filho; munta gente = muita gente; mutá = escada; piá = menino. São identificadas mais comumente como dialetos: o dialeto nordestino, o dialeto de Fortaleza, dos Açores, de Portugal, do Acre, etc.; Calvet: correlatas aos lugares  Variação diafásica - diferenças entre os tipos de modalidade expressiva, de estilos distintos, segundo as circunstâncias em que se realizam os atos da fala: nós vamos, a gente vai, eu vou; faça-me o favor, faça o favor; assistir ao jogo, assistir o jogo etc). As unidades de estratos sociais - a linguagem culta, a linguagem da classe média, a linguagem popular, etc.;  Calvet: variações diacrônicas (correlatas as faixas etárias)- gírias - A única afirmação de uma verdadeira contra legitimidade em matéria de língua. Existe como forma aos mesmo tempo separada e unificada. a gíria é um conjunto de praticas caracterizadas por: Alguns traços sintáticos como a utilização intransitiva de verbos normalmente transitivos: "Sujou!” para se referir a um evento inesperado, portador de eventual risco; Alguns traços fonéticos, por exemplo a pronúncia "véio" por "velho" e "sartá" por "saltar"; Um conjunto lexical produzido seja pela aplicação de regras do tipo que acabamos de descrever, seja pela aplicação de regras de transformação, como no verlan (processo morfológico de inversão). Todos os falantes, mesmo quando se acreditam monolíngües, são sempre mais ou menos plurilíngües, possuem um leque de competências que se estendem entre formas vernaculares e formas veiculares, mas no quadro de um mesmo conjunto de regras lingüísticas.  Variação diastrática - diferenças entre os distintos estratos socioculturais de uma mesma comunidade idiomática (fazer a corte, namorar, paquerar, ficar; garota de programa, mulher devida fácil, prostituta, puta); ficar ajuntado ou amancebado ou amigado. As unidades de estilo de língua - a linguagem formal, a familiar, a literária etc.  Calvet: Correlatas a grupos sociais 
  • 26. O peso das línguas  O uso do sujeito nulo em espanhol:  . ÉI escribió Ia carta y salió a pasear . Escribió Ia carta y salió a pasear  ("Ele escreveu a carta e saiu para passear") ("Escreveu a carta e saiu para passear")  Porto riquenhos Madri  Tu é usado distintamente nas duas comunidades, com base no seguinte fator de natureza Lingüística: o pronome é usado para fazer referência a uma pessoa específica ou é usado para fazer referência a qualquer pessoa (uso genérico).  Os pesos relativos são valores que vão de zero a um e que indicam matematicamente o peso com que um fator (lingüístico ou extralingüístico) influencia o uso de uma variante, em relação a todos os fatores levados em conta na observação de um fenômeno de variação Lingüística. Quando o peso relativo de um fator é próximo de zero, significa que tal fator desfavorece o uso da variante. Quando o peso relativo é igual a 0,50, significa que ele não está correlacionado ao uso da variante - tal valor é, pois, o ponto denominado neutro. Finalmente, quanto mais próximo for de I (um), maior será o peso com que o fator favorece o uso da variante.
  • 27. Temos duas dimensões quantitativas na variação Lingüística. 1ª: O quadro geral da variação: o fato de que, numa língua, um mesmo sentido pode ser veiculado por mais de uma forma (A, A' , A" ...), cada uma delas com uma determinada freqüência de uso. No exemplo as formas seriam A = sujeito pronominal expresso ou A' = sujeito nulo. Na segunda dimensão quantitativa, temos o efeito dos contextos lingüísticos sobre a variação, de modo que as quantidades de A e A' podem variar de indivíduo para indivíduo e de comunidade para comunidade. Falantes que compartilham os mesmos números (pesos relativos) quando aplicam uma regra de acordo com os contextos Lingüísticas, mesmo apresentando números diferentes dentro do quadro geral; e falantes que apresentam pesos diferentes, com relação aos contextos lingüísticas, mas que têm um mesmo comportamento. 1º Falantes envolvidos apresentam identidade estrutural, revelando uma mesma gramática, apesar de os números do quadro geral poderem ser diferentes. 2º: Falantes estão usando gramáticas diferentes, pois os efeitos de contexto Lingüística são diferentes, apesar de os números do quadro geral serem uniformes. O uso de tu é diferente em San Juan e em Madri. 1ª: expressa-se o pronome na frase quando se faz referência a qualquer pessoa (uso genérico); 2ª: expressa-se o pronome quando se faz referência a uma pessoa específica.
  • 28. Manipulação: Luiz Tatit  O contrato entre funções sintáticas de destinador- manipulador e destinatário - manipulado. O destinador quer despertar a confiança do destinatário, fazer crer e completar a manipulação praticamente suprimindo a liberdade de escolha do destinatário, sem poder, sem fazer, não poder deixar de cumprir o contrato.  A "sedução", o destinador manifesta um saber fazer o destinatário querer fazer, elogiando-o ou enaltecendo-o de tal maneira que qualquer sinal de recusa à manipulação significaria também a renúncia a todas as qualidades que lhe foram atribuídas. A "tentação", domínio em que o destinador demonstra poder fazer o destinatário querer fazer, apresentando - lhe uma recompensa irrecusável; a "provocação. O primeiro actante obtém com o seu saber fazer o dever fazer do destinatário, já que o leva a agir como única forma de refutar a depreciação que lhe foi imposta; a "intimidação", o destinador dotado de um poder fazer o destinatário dever fazer a partir de ameaça. Então os actantes compartilham opiniões semelhantes a respeito do valor do objeto. O destinatário interpreta e não contesta o destinador, ele necessita de subterfúgio para poder manifestar que concorda no nível cognitivo e pode realizar sua discordância no nível pragmático. Simula que só sai de casa para o trabalho e se não fosse esse motivo ficaria em casa. Na hora de executar o programa rejeita a manipulação do narrador e adere ao ócio e ao lazer.
  • 29. No nível narrativo, encontram-se (1) as dependências entre funções actanciais (só existe sujeito porque existe objeto, só existe destinador porque existe destinatário, e vice - versa); (2) as operações de manipulação, ação e sanção; (3) as oposições que criam embaraços ao desenvolvimento narrativo (que, no fundo, é mais um tipo de dependência: se há sujeito, há anti-sujeito); (4) as interações modais:  Ação - O sujeito executa um programa idealizado pelo destinador .  Sanção – Aprovação ou não dada pelo destinador julgador ao destinatário. Resultado se o contrato se cumpriu ou não. Para proceder ao julgamento, o destinador deve confrontar o seu saber a respeito do percurso do sujeito destinatário com o critério de "verdade" decorrente dos acordos estabelecidos entre os actantes implicados numa narrativa específica.  Enunciação  Debreagem enunciva – O enunciador provoca um efeito de distanciamento do seu lugar enunciativo. Refere-se a si mesmo em 3ª pessoa- ele, tratado em um outro tempo: então e outro espaço: Lá que não os da enunciação  Debreagem enunciativa – O enunciador provoca um efeito de aproximação de sua própria instancia, se manifesta em 1ª pessoa e simula estar atuando num tempo e espaço presentes (aqui e agora).  A embreagem corresponde justamente ao reengate de todos esses efeitos à instância da enunciação, de modo que se concebam tanto os recursos enuncivos quanto os enunciativos como procedentes da mesma fonte. Em outras palavras, se há coisas consideradas verdadeiras, há um responsável por essa verdade. A embreagem, em sua acepção específica, corresponde a processos estritos de uso do "ele" com valor de "eu" (ex.: Edson Arantes do Nascimento tecendo elogios a Pelé).
  • 30. O verbo implica que há um agente envolvido e que há uma mudança de estado resultante da ação. Este último tipo de verbo é conhecido como verbo causativo. Verbos causativos são verbos de realização, isto é, o verbo expressa as noções de um ato em que o sujeito está envolvido e de mudança de estado resultante deste ato, podendo envolver processos morfológicos (enriquecer. legalizar), formas supletivas no léxico (ver/mostrar, matar/morrer), processos sintáticos (João quebrou a janela/ a janela quebrou), uso de expressão perifrástica jazer + verbo (jazer escorregar, jazer dormir). (32) O João correu. (33) O João morreu. (34) O João matou Pedro.  Empirismo: o conhecimento é derivado da experiência. Não se nega a existência da mente, nem que os seres humanos têm conhecimento e idéias na mente. A questão é como essas idéias foram adquiridas ou aprendidas. O que é inato é a capacidade de formar associações entre estímulos, ou entre estímulos e respostas, com base na similaridade e contigüidade. A estrutura não está no indivíduo, nem é construída por ele, mas está no exterior, fora do organismo.  O behaviorismo: (estímulo, resposta, reforço) e a especificação de como essas variáveis interagem para determinar uma resposta verbal particular. Um estímulo externo provoca uma resposta externa do organismo. Se essa resposta for reforçada positivamente, a tendência é que o comportamento se mantenha. Se a resposta for reforçada negativamente, o comportamento é eliminado. Se não há reforço (positivo ou negativo), o comportamento também tende a desaparecer. Imagine a situação de uma criança que vê a mãe e quer sair do berço (estímulo). Ela começa a chorar (resposta). Caso a mãe a retire do berço, ela está reforçando positivamente o comportamento da criança, isto é, a criança "aprende" que para sair do berço deve chorar. Se, por outro lado, a mãe não atender a criança (reforço negativo), esta "aprenderá" que não é chorando que vai conseguir sair de lá.
  • 31. Conexionismo: têm por objetivo explicar os mecanismos que embasam o processamento mental, e a linguagem é apenas um desses processos. Os modelos conexionistas podem ser treinados para aprender a flexionar os verbos no passado, a sonorizar textos escritos, pegar bolas, equilibrar uma régua (Plunkett, 2000). As propostas conexionistas buscam a interação entre o organismo e o ambiente, assumindo a existência de um algoritmo de aprendizagem. Por organismo, entende – se a intrincada rede neural (os trabalhos conexionistas tentam replicar, computacionalmente, o que ocorre no cérebro). Racionalismo – Duas correntes inatistas: uma assume que o aprendizado da linguagem é independente da cognição e de outras formas de aprendizado (conhecida como hipótese gerativista ou inatista); e a outra assume que a linguagem é parte da cognição, ou que o mecanismo responsável pelo aprendizado da linguagem é também responsável por outras formas de aprendizado (são conhecidas como teorias cognitivistas, construtivistas). Inatismo Consideremos inicialmente a hipótese inatista. A proposta de que o ser humano é dotado de uma gramática inata remonta a Chomsky (1965). Sua proposta procura dar conta da competência e cri atividade do falante. Se assume que há um componente inato e independente da cognição, cumpre tentar explicá-lo. Input DAL output Sentenças GU Língua L [regras 1,3,4] regra1 regra 2 ... A criança tem uma Gramática Universal (GU) inata que contém as regras de todas as línguas, e cabe a ela, criança, selecionar as regras que estão ativas na língua que está adquirindo.
  • 32. O construtivismo Um segundo tipo de teoria inatista é o que considera que o mecanismo responsável pela aquisição da linguagem também é responsável por outras capacidades cognitivas (ressalte-se, no entanto, que o construtivismo clássico. Piaget 1979, Chomsky 1979). As crianças constroem a linguagem. Serão aqui apresentadas duas vertentes construtivistas: a cognitivista e a interacionista. O Cognitivismo A criança constrói o conhecimento com base na experiência com o mundo físico, isto é, a fonte do conhecimento está na ação sobre o ambiente. Piaget também é, algumas vezes, chamado de "interacionista"; no entanto, esta interação é entre a criança e o mundo. Na literatura sobre aquisição. O conhecimento lingüístico de uma criança em um determinado momento reflete as estruturas cognitivas que foram desenvolvidas antes e que determinam este conhecimento (cf. Piaget & Inhe1der 1976). Seu interesse não é pela linguagem per se, mas a linguagem como porta para a cognição. Aqui nos deteremos nos aspectos de sua teoria relativos à aquisição da linguagem. O interacionismo A função social da fala, e daí a importância do outro, do interlocutor, no desenvolvimento da linguagem. O papel do adulto como quem cria a intenção comunicativa, como o facilitador do processo de aquisição. Vygotsky estava interessado na relação entre língua e pensamento. o autor propõe quatro estágios no desenvolvimento das operações mentais (aí incluídas as operações responsáveis também pelo desenvolvimento da fala): natural ou primitivo (que corresponde à fala pré-intelectual e ao pensamento pré-verbal); psicologia ingênua (a criança experimenta as propriedades físicas tanto de seu corpo quanto dos objetos, e aplica essas experiências ao uso de instrumentos - inteligência prática); signos exteriores (as operações externas são usadas para auxiliar as operações internas; nesse estágio ocorre a fala egocêntrica); e crescimento interior (em que as operações externas se interiorizam).
  • 33. Sociolinguística * Calvet  Fatores que condicionam a diversidade linguística:  Identidade social do falante, Identidade social do destinatário , Contexto.  Noções chave da teoria da comunicação: Emissor, receptor e contexto.  Línguas em contato: A palavra interferência designa um remanejamento de estruturas resultante da introdução de elementos estrangeiros nos campos mais fortemente estruturados da língua, como o conjunto do sistema fonológico, uma grande parte da morfologia e da sintaxe e algumas áreas do vocabulário (parentesco, cor, tempo etc.)  As interferências fônicas, as interferências sintáticas (organizar a estrutura de uma frase em determinada língua B segundo a estrutura da primeira língua)e as interferências lexicais (mais simples são as que consistem em cair na armadilha dos falsos cognatos). Encontraremos um exemplo semelhante na dificuldade que os brasileiros podem ter para realizar a distinção inglesa entre o li:1 longo e o lil breve em palavras como sheep e ship, sheet e shit etc.  As línguas aproximativa - No plurilinguismo quando um falante se encontra numa comunidade cuja língua ele não conhece. Pode se tratar de uma pessoa que está de passagem (um turista), que tentará então lançar mão de uma terceira língua que tanto ele como a comunidade em que se encontra conheçam. Neste caso, ele se vale do que se chama uma língua veicular.  Não mais interferência, a mistura de línguas ocorre com o falante que utiliza vez ou outra duas línguas: enunciados bilíngues ou alternância de códigos.  Criloulo: Se caracterizaria então por um vocabulário emprestado a uma língua dominante, a dos plantadores, e uma sintaxe fundada sobre a sintaxe das línguas africanas.  São 3 fases na historia do crioulo: 1ª: de instalação: "A importância numérica, econômica e social do grupo branco me leva a pensar sempre mais que essa fase deve ter sido muito menos caracterizada pelo surgimento de um pidgin que pela realização de aproximações do francês pelos falantes que, aliás, conservavam o uso de sua língua de origem". 2ª imigrações expressivas diminuem a porcentagem de brancos. 3ª o crioulo se estabelece como um código separado do francês, em uma relação diglossica. É língua oficial nas ilhas Seychelles e no cabo verde e em caráter experimental no ensino nas Antilhas francesas e no Haiti.
  • 34. Línguas veiculares  A emergência dos crioulos implica em duas coisas: grupo dominante e minoritário (e a língua desse grupo) de um lado, uma maioria de escravos dominados do outro, sem uma língua comum. O plurilinguismo pode criar dificuldades para um grupo homogêneo que tem suas próprias línguas e sem dificuldades de comunicação entre si. Uma língua veicular é uma língua utilizada para a comunicação entre grupos que não tem a mesma primeira língua. A língua veicular pode ser a língua de um dos grupos em presença e pode ser uma língua criada, língua composta com empréstimos dos diferentes códigos em presença. A importância da função é calculada em uma taxa de veicularidade: a relação entre os falantes dessa língua e os que não a tem como língua primeira.  diglossia: coexistência em uma mesma comunidade de duas formas lingüísticas que ele nomeia variedade baixa e variedade alta. Ex.: situações arabofônicas (dialeto/ árabe clássico), Grécia (demótico/ katharevoussa), o Haiti (crioulo e francês) e a parte germanófona da suíça (suíço alemão/ hochdeutch). Diglossia: Uma situação linguística relativamente estável, na qual, além das formas dialetais de língua (que podem incluir um padrão ou padrões regionais), existe uma variedade superposta muito divergente, altamente codificada (quase sempre gramaticalmente mais complexa).  Joshua Fishman define:  Bilingüismo e diglossia: todos os membros da comunidade conhecem a forma alta e a forma baixa. É o caso do Paraguai (espanhol e guarani).  Bilingüismo sem diglossia: há numerosos indivíduos bilíngües em uma sociedade, mas não se utilizam das formas lingüísticas para usos específicos. Esse seria ocaso de situações instáveis, de situações em transição entre uma diglossia e uma outra organização da comunidade lingüística.  Diglossia sem bilingüismo: numa comunidade social há a divisão funcional de usos entre duas línguas, mas um grupo só fala a forma alta, enquanto a outra só fala a forma baixa. Na Rússia czarista (a nobreza falava francês, o povo, russo).  Nem diglossia nem bilingüismo: há uma só língua. Só se pode imaginar essa situação em uma comunidade muito pequena.
  • 35. Atitudes  Estereótipos não se referem a línguas diferentes apenas, mas também às variantes geográficas das línguas, freqüentemente classificadas pelo senso comum ao longo de uma escala de valores'. Desse modo, a divisão das formas lingüísticas em línguas, dialetos e pato ás é considerada, de maneira pejorativa, como isomorfa a divisões sociais que por sua vez também se fundam em uma visão pejorativa. À língua corresponde uma comunidade "civilizada", aos dialetos e aos patoás comunidades de "selvagens", os primeiros agrupados em povos ou em nações, os segundos, em tribos'. E se utiliza todo um leque de qualificativos, dialeto, jargão, algaravia, patoâs, para significar em que baixa conta se tem certo modo de falar.  Em face da variação, temos atitudes de rejeição ou de aceitação que não têm influência sobre o modo de falar dos falantes, mas sim sobre o modo com que percebem o discurso dos outros. A hipercorreção e a hipocorreção são estratégias que se deixam nos discursos que tem uma função social. Distinguir o jogo lingüístico do jogo social, e de modo mais geral a dificuldade de separar o social do linguístico, tanto na teoria como na descrição.  Labov descreve como a língua evolui:  1.Um traço linguístico utilizado por um grupo A é marcado pela relação a outro dialeto padrão.  2. O grupo A é tomado como referencia por um grupo B, que adota o traço e exagera seu uso, como sinal de certa identidade social, por reação a pressões exteriores.  3. A hipercorreção gerada por uma pressão crescente, combinada às forças de simetria que agem na estrutura, conduzem a uma generalização do traço em relação a outras unidades lingüísticas do grupo B.  4. Uma nova norma se instaura a medida que se instala o processo de generalização.  5. Essa nova norma é adotada pelo grupo contíguo e pelos seguintes, para os quais o grupo B serve de referência".
  • 36. Variáveis linguísticas e sociais  As variáveis linguísticas e as sociais  Essas variáveis podem ser geográficas: a mesma língua pode se pronunciada diferentemente, ou ter um léxico diferente em diferentes pontos do território. Desse modo, um réptil comum em todo o Brasil é chamado de "osga'' na região Norte, "briba" ou "víbora" no Nordeste, e "lagartixa" no Centro-Sul".  Essas variáveis podem também ter um sentido social, quando, em um mesmo ponto do território uma diferença lingüística é mais ou menos isomorfa de uma diferença social. O problema se torna então distinguir as variáveis lingüísticas das variáveis sociais.  Entendemos variável – o conjunto constituído pelos diferentes modos de realizar a mesma coisa (um fonema, um signo) e por variante cada uma das formas de realizar a mesma coisa.  Variáveis Fonéticas (que descreve a pronúncia efetiva de sons da língua entre os diferentes falantes) e a fonologia (que extrai dessas pronúncias uma estrutura abstrata que permita organizar os sons da língua). Pode-se sintetizar essa distinção na dicotomia saussuriana entre língua e fala a fonética está do lado da fala, fonologia do lado da língua. E essa separação entre o abstrato e o concreto permite prever que ao lado do fonema abstrato e invariante suas realizações fonéticas podem apresentar, ao contrário, variantes.  Labov considera as atitudes dos falantes (positivo – os que queriam ficar na ilha; neutro os que não têm opinião formada; negativo os que querem ir embora). Ele percebe que quanto mais tem atitudes positivas mais se centralizam os 2 ditongos estudados. Há uma distribuição social dos ditongos. Quem quer ficar tem a pronúncia insular e quem quer ir continental.  Quando dois significantes têm o mesmo significado e quando as diferenças que eles representam têm uma função outra, estilística ou social. Dizer, por exemplo, o toalete, o reservado, o banheiro, a latrina, o wc ou o sanitário evidentemente manifesta uma variável, mas resta o problema de saber a que função correspondem essas diferentes formas. Uma descrição sociolingüística consiste precisamente em pesquisar esse tipo de correlações entre variantes lingüísticas e categorias sociais efetuando sistematicamente triagens cruzadas e interpretando os cruzamentos significativos. Mas também é possível que, em um meio social dado, um falante utilize latrina enquanto os que o cercam utilizam reservados ou toaletes, com o único propósito de chocar, de infringir a norma, de se rebelar, etc. A utilização dessa ou aquela forma é inconsciente, voluntária e nos diz algo sobre a categoria social do falante, no outro ela é consciente, voluntaria e nos diz algo sobre o comportamento do falante que utiliza a língua para agir.
  • 37. Variáveis linguísticas e sociais  Mercados Linguísticosvariáveis sociais e as linguísticas: um elemento do 1º conjunto (a utilização dessas ou as relações entre as daquela variável fonética, por ex.) permitirá situar seu usuário em um ponto do 2º conjunto. A centralização do  A troca lingüística é também uma troca econômica, que se estabelece em determinada ilha. ditongo indica que o falante tem uma atitude favorável à relação de forças simbólicas entre um produtor, detentor de certo capital linguístico, e um consumidor (ou um mercado), e que é feita para proporcionar certo lucro material ou simbólico? Além da simples comunicação de sentido, os discursos são signos de riqueza, signos de autoridade, eles são emitidos para ser avaliados e obedecidos, e que a estrutura social está presente no discurso. A partir disso podem-se desenvolver diferentes estratégias. Quanto mais um falante possui "capital lingüístico" (capital essencialmente simbólico, razão pelo qual seu poder deve ser reconhecido pelo grupo), mais livre ele é para jogar no mercado, utilizando por exemplo o que Bourdieu chama de "estratégias de condescendência" ("estamos em casa", "falamos a mesma língua"), derivadas da manipulação.  Os signos são os produtos do trabalho lingüístico, a língua é um meio de troca universal, como a moeda era para Marx o equivalente geral, ela constitui o capital constante do trabalho lingüístico, cujo capital variável é a força de trabalho dos falantes e as mensagens são unidades de valor de uso e de valor de troca.
  • 38. Comunidade linguistica ou social Comunidade Linguística é um grupo de pessoas que age por meio do discurso que podem falar de um modo tão semelhante que cada qual pode compreender o outro ou podem se diferencial a ponto de pessoas de regiões vizinhas chegarem a não se entender umas as outras. Labov diz que uma Comunidade Linguística é um grupo de falantes que têm em comum um conjunto de atitudes sociais para com a língua. Charles Ferguson, ao tratar de diglossia, define Comunidade Linguística: duas ou mais variedades da mesma língua são utilizadas por determinados falantes em condições diferentes. Mas a atitude é a mesma parte-se da língua para definir o grupo. O critério linguístico restringe o grupo social. A pertinência em vários grupos lingüísticos me parece relativa, é um ato voluntario onde o indivíduo se adapta à comunidade escolhida. 2 tipos de sociolinguístico: Microssociolingüística de um curto diálogo entre um estudante negro americano e seu professor branco nos falava da situação social dos Estados Unidos, a abordagem Macrossociolingüística de um mercado senegalês nos fala das relações entre as etnias em presença e do país em seu conjunto. Isto significa que somos aqui confrontados com uma série de redes de comunicação e de interferências entre estas redes, que se opõem à distinção entre micro e macroanálise. Redes sociais e as línguas: Networks - coesão de uma rede de comunicação assegura a coesão de um socioleto, enquanto, em uma comunidade lingüística, as diferenças entre os socioletos são função da distância entre seus falantes. Essa abordagem, simultaneamente inspirada na antropologia e na etnografia da comunicação, desemboca no problema da mudança das práticas lingüísticas.
  • 39. As políticas Linguísticas:  Conjunto de escolhas conscientes referentes às relações entre línguas e vida social, e planejamento lingüístico a implementação prática de uma política lingüística.  Existem 2 tipos de gestão do plurilinguismo: In vivo: procede das praticas sociais, o modo como as pessoas, cotidianamente confrontadas com problemas de comunicação, os resolvem (línguas aproximativas como os pidgins, línguas veiculares são típicas do plurilinguismo in vivo. e in vitro precede da intervenção sobre essas praticas, a abordagem do poder onde seus laboratórios, lingüistas analisam a situação das línguas, descrevem-nas, constroem hipóteses sobre o futuro das situações, proposições para regular os problemas; depois os políticos estudam as hipóteses e as proposições, fazem escolhas, aplicam-nas.  A ação sobre a língua tem diferentes objetivos: a modernização da língua (na escrita, no léxico), sua depuração ou sua defesa, intervenção sobre o léxico de uma língua. O planejamento lingüístico pode também intervir sobre a formação das palavras, quando falta vocabulário à língua ou quando se quer substituir alguns termos por outros.  1º caso, trata-se da neologia. Quando uma língua muda de status, tornando-se, por exemplo, língua de ensino, é preciso forjar para ela as palavras necessárias a sua função: termos gramaticais, vocabulário para a matemática, para a química etc. Esse caso típico se produz freqüentemente nas situações pós- coloniais, e a neologia in vitro pode entrar em conflito com a neologia in vivo se, diante das novas palavras propostas pelos planejadores, já existem palavras que os falantes forjaram em sua prática".
  • 40. Labov: Mecanismo da mudança linguística  Existe uma direção geral para a evolução linguística?  Quais são os condicionantes universais da mudança linguística?  Quais as causas do surgimento contínuo de novas mudanças linguísticas?  Por meio de que mecanismo as mudanças ocorrem?  Existe uma função adaptativa na evolução lingüística?  O problema da transição é encontrar caminho em que a mudança linguística evolui a partir de um estágio anterior. O método traça estágios intermediários, e conserva só as principais alternativas. Os aspectos dos problemas da transição questões sobre regularidade da mudança sonora, a influência gramatical na mudança sonora, cadeias que avançam e cadeias que retrocedem, movimentos constantes x alterações súbitas e descontínuas.  O problema do encaixamento é encontrar a matriz contínua de comportamento social e linguístico em que a mudança linguística é levada a cabo. A solução está na descoberta das correlações entre elementos do sistema linguístico e entre esses elementos e o sistema não linguístico de comportamento social. As correlações se estabelecem por provas sólidas de variação concomitante, mostrando que uma pequena mudança na variável independente é regularmente acompanhada por uma mudança da variável linguística numa direção previsível  O problema da avaliação é encontrar os correlatos subjetivos (ou latentes) das mudanças objetivas (ou manifestas) que foram observadas. A abordagem indireta deste problema correlaciona as atitudes e aspirações gerais dos informantes com seu comportamento linguístico. A abordagem mais direta é medir as reações subjetivas inconscientes aos valores da própria variável linguística.
  • 41. Labov: Mecanismo da mudança Sonora  Para estabelecer a existência de uma mudança linguística são um conjunto de observações de duas gerações sucessivas de falantes, gerações de características sociais comparáveis que representam estágios na evolução da mesma comunidade de fala.  O processo de mudança sonora aparece não como um movimento autônomo dentro dos limites se um sistema linguístico, mas sim como uma reação complexa a divers  Hockett identificou mudança sonora com um nível flutuações aleatórias na ação do aparelho articulatório, uma deriva do alvo articulatório que não tem nenhum significado cognitivo, expressivo ou social (Segundo ele a quantidade de muco na garganta, no nariz e na boca do falante, correntes aleatórias em seu sistema nervoso central, tiques musculares, etc.)  Flutuações aleatórias na articulação decerto podem ser encontradas onde o nível de ruído que nos impede de predizer a forma de cada enunciado que nossos informantes vão produzir. Mas é um erro atribuir a essas flutuações um papel importante, as mudanças ocorrem mais rapidamente que qualquer processo a deriva poderia explicar.  os aspectos do comportamento humano.  O problema da transição é estudado por meio detalhado da distribuição de formas através do tempo aparente, através das várias faixa etárias na população atual. 1º constrói- se um índice quantitativo para os valores discretos da variável.  Aw – 0 [au]  Aw – 1 [a^u]  Aw – 2 [ɐU]  Aw -3 [ǝU]
  • 42. O objetivo da descrição linguística: ‘Dialeto’ e ‘Idioleto’  Cientificamente este conceito é conhecido por "variação diatópica", "variedade geolinguística" ou "variedade dialetal". E na internet: Um idioleto é uma variação de uma língua única a um indivíduo. É manifestada por padrões de escolha de palavras e gramática, ou palavras, frases ou metáforas que são únicas desse indivíduo. Cada indivíduo tem um idioleto; o arranjo de palavras e frases é único, não significando que o indivíduo utiliza palavras específicas que ninguém mais usa.  Uma dessas áreas de variação sintática é a dos dialetos quantificadores pesquisados por Carden (1970) que enfatiza a importância de entrevistas individuais em vez de questionários de grupo, técnica controlada e verificação de confiabilidade por dado período de tempo.
  • 43. Simplificação dos grupos consonantais e do sufixo de tempo passado pg. 252  A existência de plurais como lisses para lists (listas) sugere que algumas dessas palavras têm sua forma subjacente sem t. Segundo Labov dada uma definição adequada da variável, qualquer pequena quantidade de fala de qualquer grupo ou indivíduo BEV fornecerá as seguintes evidências:  Não existe nenhum falante que nunca apresente esses grupos consonantais, nem existe nenhum que sempre os preserve, trata-se de um caso de variação inerente no BEV.  Para todo falante e todo grupo, a segunda consoante está ausente mais frequentemente quando a palavra seguinte começa com consoante do que quando começa com vogal. Esse efeito regular da vogal subseqüente é um traço característico de outras regras fonológicas: ele também condiciona a vocalização do r e l finais e e das nasais em diversos dialetos.  Há pouca ou nenhuma hipercorreção, isto é, o –t ou –d finais não são atribuídos à classe de palavras erradas, como ocorreria em mold para molde (verruga), ou lipt para lip (lábio).  assim o grupo consonantal pleno está presente na forma subjacente de act, bold, ou find, e que uma regra variável apaga a segunda consoante. Em nossa representação formal desse processo, o fato (c) pode facilmente ser mostrado, fornecendo as formas subjacentes corretas ao dicionário. O fato (a) pode ser mostrado, tornando-se opcional a regra de apagamento. Mas em termos gerativos convencionais, não há modo de mostrar formalmente o fato (b).  Se escrevêssemos:  15 opcional [- contínuo ] [+ consonantal]________# # [-silábico]  Estaríamos afirmando que uma oclusiva é opcional apagada depois de um seguimento consonantal (líquido ou obstruinte) no final da palavra, se a palavra seguinte não começar com vogal. 
  • 44. Essa regra fornece uma descrição razoável do sistema coloquial de muitos falantes de classe média, frequentemente dizem firs’thing (primeira coisa) e las’ month ( último mês), mas não firs’ of all ( primeiro de tudo) las october (último outubro). Mas 15 não é em nada adequada para a maioria dos outros dialetos onde alguns grupos consonantais são simplificados com muita freqüência quando a palavra seguinte começa com vogal. Para tais dialetos , teríamos de remover [ - silábico] do ambiente: 16 opcional [-contínuo] [ +consonantal] _______ # #  Essa regra estipula que qualquer grupo –t, -d final pode ser simplificado e que não faz diferença alguma se há ou não uma vogal seguinte. Para os falantes em inglês a regra 16 opera mais frequentemente quando a palavra seguinte não começa com vogal. Se quisermos representar esse fato com rigor, temos de captar de algum modo, em nossa representação formal, a existência de condicionamento fonológico variável.  O primeiro passo no desenvolvimento dessa notação formal é generalizar a noção de regra opcional para a de regra variável. Fazemos isso atribuindo a cada regra uma quantidade ∅ representado a proporção de casos em que a regra se aplica em relação a todos aqueles em que ela poderia se aplicar. Para uma regra categórica invariante, =1, e numa regra variável, 0< <1 [ é maior do que zero e menor do que um]. Para indicar a variabilidade, empregamos parênteses angulares em torno do elemento situado à direita da flecha. Se 0 for afetado pela presença ou ausência de algum traço no ambiente, esse elemento age como uma restrição variável e é colocada em parênteses angulares no ambiente a direita da barra inclinada. Ver pg. 254.