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Boletim do Núcleo UFMG-Brigadas Populares
Ano I N° 2-nov/2010
Figura:HélioOiticica
As eleições de 2010 acabaram. Foi a
eleição presidencial mais disputada
desde a de 1989. Foi também, as
eleições mais suja. Na qual os boatos
e as mentiras foram alçadas a prota-
gonistas do embate político.
Porque a campanha de 2010 deve
essas características?
É razoável supor que, imprimir um
debate ancorado fora do âmbito
convencionado á um Estado laico e
democrático, seja resultado da
construção de uma alternativa de
recondução de um agrupamento ao
poder forjado e alicerçado basicamen-
te na figura personalista do candidato
majoritário.
Mas também é resultado de uma
campanha marcada pela ausência de
um debate político mais consistente.
Vetorizada na amplificação de
algumas características especifica
dos principais candidatos.
Com algo em torno de 84% de aprova-
ção o governo Lula foi praticamente
poupado, em um primeiro momento,
pela candidatura de oposição. O
receio de contrapor um governo tão
popular levou a aposição a centrar
suas críticas aos aspectos pessoais
da candidata oficial.
A grande dificuldade enfrentada pela
campanha oposicionista residiu no
fato que o governo Lula e seus apoios
Balanço das Eleições 2010
avançaram sobre as pautas principais
da coalizão de oposição. A oposição
ficou literalmente sem discurso. A
saída encontrada foi o alinhamento
com os setores mais conversadores.
Como resultado, tivemos o agrupa-
mentos de setores importantes da
sociedade pautas políticas que
expressam uma convergência
fortemente conservadora. O avanço
desses elementos ocorreu inclusive
sobre a base de sustentação do
governo Lula.
Essas eleições também marcam o fato
inédito da chegada de uma mulher á
Presidência da República. Sem
dúvidas uma vitória importante. Ainda
mais quando levarmos em conta o
afloramento de elementos machistas
mobilizados pelos setores mais
conservadores da sociedade.
Por outro lado, vimos também o
amarramento à pautas conservadoras
da candidata vitoriosa. pautas essas
que marcam um nítido retrocesso em
relação a uma agenda mais progres-
sista.
Ou seja, o governo Dilma tende a ser
muito parecido com o Governo Lula.
Menos na condução da política
econômica e mais na dubiedade e
constrangimento com que uma
agenda um pouco mais progressista é
trabalhada. A esperança foi deposita-
da.
Não temos muita esperança!
Das chamas do debate
eleitoral recente, grande parte foi
alimentada pelo debate da educação.
Embora o debate raso e pouco
demonstrativo: levantam-se alguns
dados, compara-os e voilà! Vence o
que marca mais números!
Neste quadro nota-se alguns
fatos óbvios, desde uma considerável
expansão do número de vagas no
ensino superior público até a
manutenção das políticas e
financiamento para educação básica.
Mas se o grande “mérito” do governo
Lula foi a expansão de vagas como
nunca na história deste país, é
importante analisar sobre o que se
ancora esta expansão.
A criação do Programa
Universidade para Todos surge com
uma perspectiva categórica do
governo: “se não dá para ampliar as
vagas na Universidade Pública, que
ocupemos (leia-se: financiamos) as
cadeiras vazias das particulares”. Sob
uma análise utilitarista e pragmática,
parece uma boa saída. Ou será um
“jeitinho” para não enfrentar a real
questão, que é do financiamento? Em
2002 se investia 3,6% do PIB na
educação, e em 2009 esse valor foi
para 4,5%. Esse valor acabou sendo
maior do que parece pelo elevado
crescimento do PIB neste governo
c o m p a r a d o a o a n t e r i o r. E m
comparação, o valor gasto para
pagamento e amortização de dívidas
também cresceu. Essa política deixa
claro que o “jeitinho” tem seus limites.
Enxergando esses limites
que em 2007 foi decretado o
Programa de Apoio a Planos de
Reestruturação e Expansão das
Universidades Federais (Reuni).
Programa tal que expandiu de fato as
vagas nas Universidades Públicas
consubstanciado à um tímido
a u m e n t o d e r e c u r s o s . O
sucateamento que se encontrava as
Universidades viu nesse recurso uma
saída para resolver os antigos
problemas, não os novos. Embora se
olharmos pela UFMG e acharmos
que a quantidade de obras é sinal de
desenvolvimento, vê-se que isto
esconde alguns dilemas futuros
“previstos” nos planos de metas do
decreto, como taxa de diplomação
alta, grande número de estudantes
em relação ao quadro docente, além
da precarização do trabalho do
mesmo ao incumbir mais exigências
às já apertadas agendas.
E é nesse cenário que
começará o novo governo. Sem fazer
a escolha política adequada, ficará
nas operações paliativas de tempos e
t e m p o s . C o m e x p a n s ã o e
sucateamento andando juntos,
caberá às lutas conquistarem
qualidade na educação, para que na
guerra dos números vençamos na
política.
Do resultado das urnas aos resultados
das políticas educacionais
Ampliação de vagas sem universalização de direitos
vagas X
2Xvagas
O curso superior é o sonho de milhões
de jovens. O REUNI deu uma resposta
imediata ao acesso.
1
O aumento de vagas
se deu de forma desigual,
alguns cursos ainda permanece
fechados á ampliação.
12
Assistência
Estudantil = + + + + +(moradia) (alimentação) (material didático) (passe-livre) (saúde) (bolsa)
+(creche)
p/ filhos de alunas
13
Seja bem vindo! Só não temos
como lhe oferecer Assistência
Estudantil. Mas para relaxar
freqüente o CEU.
CEU? Não!
Obrigado. Já
passei desta
fase.
CALOURO
CANDIDATO
@*#°
O patrão não
liberou hoje!
Merda! Vai morrer
+ R$ 12 no
xerox hoje!
A prova
será em dupla?
Atrasado
Cadê a
lista de
presença?
Aluno da pós.
Dissertação
atrasada
A assistência estudantil é essencial para a permanência
dos/as estudantes na universidade. Ela deve ser um direito
universal, garantido a todos que necessitem. Por isso deve
ser pública.
DIPLOMA
Para quantos?
Sobre uma terra generosa,
abaixo de uma lua tão grande quanto o
sonho camponês, surge um acampa-
mento de trabalhadores rurais sem
terra, uma aldeia, um quilombo, a
reserva moral da classe trabalhadora.
Esquecidos pelo Estado das elites,
combatido pelos coronéis da região,
eles e elas resistem. De fato é uma
terra distante. Foi preciso o sacrifício
de cinco trabalhadores em 20 de
novembro de 2004 para que
Felisburgo torna-se uma memória viva
e triste, antes a morte caminhava
silenciosa por aquelas serras.
A situação de impunidade
alimenta o medo, em Felisburgo é
possível ver alguns dos assassinos
reunidos na esquina do quarteirão
onde mora uma das viúvas dos que
caíram no massacre. Eles insultam e
caminham com liberdade e com a
certeza que não há lei para os que
cumprem os desejos da elite. A Polícia
Militar possui um efetivo invencível de
quatro soldados e uma viatura;
medrosos e aliados a política dominan-
te não possui capacidade nem vontade
de reprimir as ameaças realizadas
contra os acampados. Em reunião com
o Capitão Freire (Responsável pelo
policiamento na região),foi colocada a
informação que um trabalhador viu
dentro da caminhonete de um dos
irmãos deAdriano Chafik um arsenal, o
capitão se resumiu a dizer que os
trabalhadores deveriam reunir mais
provas, de preferência fotografias e
filmagens para instruir as denúncias.
Não é sabido, com sinceridade, em
qual planeta habita o oficial da PM,
seria pouco comum que os trabalhado-
res rurais acampados em uma região
sem energia elétrica, sem transporte
coletivo, sem telefonia, sem o mínimo,
andassem agora com filmadoras e
máquinas fotográficas, arriscando
suas vidas, para reunir provas que o
Estado tem o dever de fazer. Nem o
surrealismo foi capaz de tamanho
devaneio.
Um dos coordenadores do
acampamento, o bravo companheiro
Jorge, hoje encontra-se jurado de
morte. Caminha todos os dias 12 km
para encontrar com sua família que
está acampada em outra fazenda. Pela
manhã e a noite este homem desafia a
sorte com passos largos e firmes rumo
ao seu compromisso. Esse militante
que durante a longa caminhada até
sua casa contou sua vida e seus
medos, explicando as belezas e
perigos de cada curva da estrada.
Esquecido pela justiça, mais um herói
anônimo de nosso povo.
O Acampamento Terra
Prometida impressiona pela organiza-
ção: limpo, mobilizado e rebelde como
deve ser um acampamento do MST.
Uma escola foi instalada dentro da
ocupação graças à luta destas
pessoas que ocuparam a prefeitura
por quatro dias e desafiaram o poder
dos coronéis, o prefeito não teve outra
opção e acatou á força as exigências
dos trabalhadores e trabalhadoras.
Produção coletiva nas lavouras,
núcleos de famílias organizados,
sistema agroecológico de manejo,
mística e luta. Estes são pilares da
vida no acampamento. Os esforços
coletivos desafiam a ameaças de
morte, a insegurança e o descaso dos
poderes públicos.
Visitamos as viúvas dos
mártires, quatro delas estão morando
em casebres miseráveis na cidade,
convivendo com o preconceito das
pessoas que ainda não entendem a
grandeza da luta pela Reforma
Agrária. São pessoas tristes que
vivem sem esperança de conseguir
justiça para seus mortos. Outra viúva
ainda continua no acampamento,
mulher forte e rara, mistura tristeza,
rebeldia e luta. Seu sonho e que seus
filhos não tenham o mesmo destino de
seu marido.
Deixamos com pesar aquele
acampamento onde homens e
mulheres sobrevivem em uma terra
rude, onde as cercas cercam os
corpos e as almas, onde nas sombras
da estrada residem o perigo, o fogo
inimigo. Contudo no meio de tanto
medo, as crianças continuam nascen-
do em crescendo, as flores continuam
crescendo e cada dia desperta com
uma nova esperança.
Em algum lugar esquecido*
Seis anos do massacre de Felisburgo
*Texto adaptado do relatório da visita de Gilberto Ferreira e Pedro Otoni, realizada no acampamento Terra
Prometida em 2006. Atualmente, a fazenda ocupada foi desapropriada, mas os mandantes do massacre ainda
continuam impunes.
IV ENCONTRO DE COMUNIDADES
DE RESISTÊNCIA.
Data: 11 e 12 de dezembro - 9h
Local: Colégio Pio XII, Av. do Contorno, 8902, Sto. Agostinho BH
Inscrições: ivecr2010@gmail.com
Os tributos é a forma pela qual o Estado financia suas ações. Tanto na maneira
como arrecada, quanto na forma como gasta os recursos públicos a opção
política se revela para além dos discursos.
Tributação: o pobre paga a conta
Zumbi (líder do Quilombo dos
Palmares) foi morto em 20 de
novembro de 1695, e seu corpo
foi exibido em praça pública
para semear o medo entre os
escravos e impedir novas
revoltas e fugas. Mas o efeito foi
oposto, despertando em muitos
a consciência de que era preciso
lutar contra a escravidão e as
desigualdades, A memória
deste herói nacional, no Dia da
Consciência Negra, nos
compromete com a construção
de uma sociedade na qual todos
tenham não apenas a igualdade
formal dos direitos, mas a
g a r a n t i a d e i g u a l d a d e
econômica e política para todos
(as).
ZUMBI SOMOS NÓS
Fonte de tributação
(Números de 2008, % da tributação em relação ao PIB)
15,2%
consumo
7,8%
renda
6,0%
folha de
pagamentos
0,7%
operações
financeiras
1,1% patrimônio
$ $ $ $$
Os 10% mais ricos contribuem (em impostos)
com 22,7% da sua renda mensal. Seu patrimônio
e operações financeiras praticamente não
sofrem tributação.
Os 10% mais pobres contribuem (em impostos)
com 32,8% da sua renda mensal. Os
assalariados são prejudicados tributariamente
porque os impostos recaem, basicamente, sobre
o consumo, a renda e a folha de pagamento.
Para onde vai os recursos?
Se calcularmos a quantidade de dias de trabalho necessários em um ano para
financiar os gastos do Estado, veremos para onde vai os impostos dos
assalariados brasileiros e qual é a prioridade do governo brasileiro.
Dias de trabalho necessários para cobrir os gastos do governo:
Bolsa Família.........................
SUS .....................................
Educação ............................
Juros para especuladores ...
1,5 dias
13 dias
15,7 dias
20 dias
www.brigadaspopulares.org
Participe:
AIK TU
www.nucleoikatu.blogspot.com
nucleoikatu@gmail.com
ESCUTE
A CIDADE
30/NOV/2010 - 17h
LOCAL: CAFCA (C.A. Filosofia),3°andar da
FAFICH/UFMG
´
Participações:
Maria Tereza dos Santos
Edislaine dos Santos Pereira
Ana Lúcia Cotta
Pres. Grupo de Amigos e Familiares de Pessoas
em Privação de Liberdade
Coord. da Ocupação Dandara - BPS
Coord.Regional do Setor de Gênero do MST/RMBH
Para além da propaganda oficial as desigualdades
sociais continuam em :Minas Gerais
Venha debater com quem luta contra a miséria e
criminalização dos/as miseráveis.
632
45
mil famílias
sem-teto
mil
presos (as)
4
mil famílias
sem terra
acampadas

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Boletim UFMG-Brigadas Populares analisa eleições 2010 e educação

  • 1. Boletim do Núcleo UFMG-Brigadas Populares Ano I N° 2-nov/2010 Figura:HélioOiticica
  • 2. As eleições de 2010 acabaram. Foi a eleição presidencial mais disputada desde a de 1989. Foi também, as eleições mais suja. Na qual os boatos e as mentiras foram alçadas a prota- gonistas do embate político. Porque a campanha de 2010 deve essas características? É razoável supor que, imprimir um debate ancorado fora do âmbito convencionado á um Estado laico e democrático, seja resultado da construção de uma alternativa de recondução de um agrupamento ao poder forjado e alicerçado basicamen- te na figura personalista do candidato majoritário. Mas também é resultado de uma campanha marcada pela ausência de um debate político mais consistente. Vetorizada na amplificação de algumas características especifica dos principais candidatos. Com algo em torno de 84% de aprova- ção o governo Lula foi praticamente poupado, em um primeiro momento, pela candidatura de oposição. O receio de contrapor um governo tão popular levou a aposição a centrar suas críticas aos aspectos pessoais da candidata oficial. A grande dificuldade enfrentada pela campanha oposicionista residiu no fato que o governo Lula e seus apoios Balanço das Eleições 2010 avançaram sobre as pautas principais da coalizão de oposição. A oposição ficou literalmente sem discurso. A saída encontrada foi o alinhamento com os setores mais conversadores. Como resultado, tivemos o agrupa- mentos de setores importantes da sociedade pautas políticas que expressam uma convergência fortemente conservadora. O avanço desses elementos ocorreu inclusive sobre a base de sustentação do governo Lula. Essas eleições também marcam o fato inédito da chegada de uma mulher á Presidência da República. Sem dúvidas uma vitória importante. Ainda mais quando levarmos em conta o afloramento de elementos machistas mobilizados pelos setores mais conservadores da sociedade. Por outro lado, vimos também o amarramento à pautas conservadoras da candidata vitoriosa. pautas essas que marcam um nítido retrocesso em relação a uma agenda mais progres- sista. Ou seja, o governo Dilma tende a ser muito parecido com o Governo Lula. Menos na condução da política econômica e mais na dubiedade e constrangimento com que uma agenda um pouco mais progressista é trabalhada. A esperança foi deposita- da. Não temos muita esperança!
  • 3. Das chamas do debate eleitoral recente, grande parte foi alimentada pelo debate da educação. Embora o debate raso e pouco demonstrativo: levantam-se alguns dados, compara-os e voilà! Vence o que marca mais números! Neste quadro nota-se alguns fatos óbvios, desde uma considerável expansão do número de vagas no ensino superior público até a manutenção das políticas e financiamento para educação básica. Mas se o grande “mérito” do governo Lula foi a expansão de vagas como nunca na história deste país, é importante analisar sobre o que se ancora esta expansão. A criação do Programa Universidade para Todos surge com uma perspectiva categórica do governo: “se não dá para ampliar as vagas na Universidade Pública, que ocupemos (leia-se: financiamos) as cadeiras vazias das particulares”. Sob uma análise utilitarista e pragmática, parece uma boa saída. Ou será um “jeitinho” para não enfrentar a real questão, que é do financiamento? Em 2002 se investia 3,6% do PIB na educação, e em 2009 esse valor foi para 4,5%. Esse valor acabou sendo maior do que parece pelo elevado crescimento do PIB neste governo c o m p a r a d o a o a n t e r i o r. E m comparação, o valor gasto para pagamento e amortização de dívidas também cresceu. Essa política deixa claro que o “jeitinho” tem seus limites. Enxergando esses limites que em 2007 foi decretado o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). Programa tal que expandiu de fato as vagas nas Universidades Públicas consubstanciado à um tímido a u m e n t o d e r e c u r s o s . O sucateamento que se encontrava as Universidades viu nesse recurso uma saída para resolver os antigos problemas, não os novos. Embora se olharmos pela UFMG e acharmos que a quantidade de obras é sinal de desenvolvimento, vê-se que isto esconde alguns dilemas futuros “previstos” nos planos de metas do decreto, como taxa de diplomação alta, grande número de estudantes em relação ao quadro docente, além da precarização do trabalho do mesmo ao incumbir mais exigências às já apertadas agendas. E é nesse cenário que começará o novo governo. Sem fazer a escolha política adequada, ficará nas operações paliativas de tempos e t e m p o s . C o m e x p a n s ã o e sucateamento andando juntos, caberá às lutas conquistarem qualidade na educação, para que na guerra dos números vençamos na política. Do resultado das urnas aos resultados das políticas educacionais Ampliação de vagas sem universalização de direitos vagas X 2Xvagas O curso superior é o sonho de milhões de jovens. O REUNI deu uma resposta imediata ao acesso. 1 O aumento de vagas se deu de forma desigual, alguns cursos ainda permanece fechados á ampliação. 12 Assistência Estudantil = + + + + +(moradia) (alimentação) (material didático) (passe-livre) (saúde) (bolsa) +(creche) p/ filhos de alunas 13 Seja bem vindo! Só não temos como lhe oferecer Assistência Estudantil. Mas para relaxar freqüente o CEU. CEU? Não! Obrigado. Já passei desta fase. CALOURO CANDIDATO @*#° O patrão não liberou hoje! Merda! Vai morrer + R$ 12 no xerox hoje! A prova será em dupla? Atrasado Cadê a lista de presença? Aluno da pós. Dissertação atrasada A assistência estudantil é essencial para a permanência dos/as estudantes na universidade. Ela deve ser um direito universal, garantido a todos que necessitem. Por isso deve ser pública. DIPLOMA Para quantos?
  • 4. Sobre uma terra generosa, abaixo de uma lua tão grande quanto o sonho camponês, surge um acampa- mento de trabalhadores rurais sem terra, uma aldeia, um quilombo, a reserva moral da classe trabalhadora. Esquecidos pelo Estado das elites, combatido pelos coronéis da região, eles e elas resistem. De fato é uma terra distante. Foi preciso o sacrifício de cinco trabalhadores em 20 de novembro de 2004 para que Felisburgo torna-se uma memória viva e triste, antes a morte caminhava silenciosa por aquelas serras. A situação de impunidade alimenta o medo, em Felisburgo é possível ver alguns dos assassinos reunidos na esquina do quarteirão onde mora uma das viúvas dos que caíram no massacre. Eles insultam e caminham com liberdade e com a certeza que não há lei para os que cumprem os desejos da elite. A Polícia Militar possui um efetivo invencível de quatro soldados e uma viatura; medrosos e aliados a política dominan- te não possui capacidade nem vontade de reprimir as ameaças realizadas contra os acampados. Em reunião com o Capitão Freire (Responsável pelo policiamento na região),foi colocada a informação que um trabalhador viu dentro da caminhonete de um dos irmãos deAdriano Chafik um arsenal, o capitão se resumiu a dizer que os trabalhadores deveriam reunir mais provas, de preferência fotografias e filmagens para instruir as denúncias. Não é sabido, com sinceridade, em qual planeta habita o oficial da PM, seria pouco comum que os trabalhado- res rurais acampados em uma região sem energia elétrica, sem transporte coletivo, sem telefonia, sem o mínimo, andassem agora com filmadoras e máquinas fotográficas, arriscando suas vidas, para reunir provas que o Estado tem o dever de fazer. Nem o surrealismo foi capaz de tamanho devaneio. Um dos coordenadores do acampamento, o bravo companheiro Jorge, hoje encontra-se jurado de morte. Caminha todos os dias 12 km para encontrar com sua família que está acampada em outra fazenda. Pela manhã e a noite este homem desafia a sorte com passos largos e firmes rumo ao seu compromisso. Esse militante que durante a longa caminhada até sua casa contou sua vida e seus medos, explicando as belezas e perigos de cada curva da estrada. Esquecido pela justiça, mais um herói anônimo de nosso povo. O Acampamento Terra Prometida impressiona pela organiza- ção: limpo, mobilizado e rebelde como deve ser um acampamento do MST. Uma escola foi instalada dentro da ocupação graças à luta destas pessoas que ocuparam a prefeitura por quatro dias e desafiaram o poder dos coronéis, o prefeito não teve outra opção e acatou á força as exigências dos trabalhadores e trabalhadoras. Produção coletiva nas lavouras, núcleos de famílias organizados, sistema agroecológico de manejo, mística e luta. Estes são pilares da vida no acampamento. Os esforços coletivos desafiam a ameaças de morte, a insegurança e o descaso dos poderes públicos. Visitamos as viúvas dos mártires, quatro delas estão morando em casebres miseráveis na cidade, convivendo com o preconceito das pessoas que ainda não entendem a grandeza da luta pela Reforma Agrária. São pessoas tristes que vivem sem esperança de conseguir justiça para seus mortos. Outra viúva ainda continua no acampamento, mulher forte e rara, mistura tristeza, rebeldia e luta. Seu sonho e que seus filhos não tenham o mesmo destino de seu marido. Deixamos com pesar aquele acampamento onde homens e mulheres sobrevivem em uma terra rude, onde as cercas cercam os corpos e as almas, onde nas sombras da estrada residem o perigo, o fogo inimigo. Contudo no meio de tanto medo, as crianças continuam nascen- do em crescendo, as flores continuam crescendo e cada dia desperta com uma nova esperança. Em algum lugar esquecido* Seis anos do massacre de Felisburgo *Texto adaptado do relatório da visita de Gilberto Ferreira e Pedro Otoni, realizada no acampamento Terra Prometida em 2006. Atualmente, a fazenda ocupada foi desapropriada, mas os mandantes do massacre ainda continuam impunes.
  • 5. IV ENCONTRO DE COMUNIDADES DE RESISTÊNCIA. Data: 11 e 12 de dezembro - 9h Local: Colégio Pio XII, Av. do Contorno, 8902, Sto. Agostinho BH Inscrições: ivecr2010@gmail.com Os tributos é a forma pela qual o Estado financia suas ações. Tanto na maneira como arrecada, quanto na forma como gasta os recursos públicos a opção política se revela para além dos discursos. Tributação: o pobre paga a conta Zumbi (líder do Quilombo dos Palmares) foi morto em 20 de novembro de 1695, e seu corpo foi exibido em praça pública para semear o medo entre os escravos e impedir novas revoltas e fugas. Mas o efeito foi oposto, despertando em muitos a consciência de que era preciso lutar contra a escravidão e as desigualdades, A memória deste herói nacional, no Dia da Consciência Negra, nos compromete com a construção de uma sociedade na qual todos tenham não apenas a igualdade formal dos direitos, mas a g a r a n t i a d e i g u a l d a d e econômica e política para todos (as). ZUMBI SOMOS NÓS Fonte de tributação (Números de 2008, % da tributação em relação ao PIB) 15,2% consumo 7,8% renda 6,0% folha de pagamentos 0,7% operações financeiras 1,1% patrimônio $ $ $ $$ Os 10% mais ricos contribuem (em impostos) com 22,7% da sua renda mensal. Seu patrimônio e operações financeiras praticamente não sofrem tributação. Os 10% mais pobres contribuem (em impostos) com 32,8% da sua renda mensal. Os assalariados são prejudicados tributariamente porque os impostos recaem, basicamente, sobre o consumo, a renda e a folha de pagamento. Para onde vai os recursos? Se calcularmos a quantidade de dias de trabalho necessários em um ano para financiar os gastos do Estado, veremos para onde vai os impostos dos assalariados brasileiros e qual é a prioridade do governo brasileiro. Dias de trabalho necessários para cobrir os gastos do governo: Bolsa Família......................... SUS ..................................... Educação ............................ Juros para especuladores ... 1,5 dias 13 dias 15,7 dias 20 dias
  • 6. www.brigadaspopulares.org Participe: AIK TU www.nucleoikatu.blogspot.com nucleoikatu@gmail.com ESCUTE A CIDADE 30/NOV/2010 - 17h LOCAL: CAFCA (C.A. Filosofia),3°andar da FAFICH/UFMG ´ Participações: Maria Tereza dos Santos Edislaine dos Santos Pereira Ana Lúcia Cotta Pres. Grupo de Amigos e Familiares de Pessoas em Privação de Liberdade Coord. da Ocupação Dandara - BPS Coord.Regional do Setor de Gênero do MST/RMBH Para além da propaganda oficial as desigualdades sociais continuam em :Minas Gerais Venha debater com quem luta contra a miséria e criminalização dos/as miseráveis. 632 45 mil famílias sem-teto mil presos (as) 4 mil famílias sem terra acampadas