Análise da dissertação de Daniella Galiza Gama Lyra que tem como base o uso dos Três Momentos Pedagógicos no Ensino de Ciências na Educação de Jovens e Adultos. Essa análise é parte da avaliação da disciplina Prática Docente Supervisionada de Ciências e Matemática do Programa de Pós- Graduação em Educação de Ciências e Matemática - PPGEduCiMat/UFRRJ.

1. UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
Programa de Pós Graduação em Educação em Ciências e
Matemática - Mestrado Profissional
Prática docente supervisionada de Ciências e Matemática
OS TRÊS MOMENTOS PEDAGÓGICOS NO ENSINO DE CIÊNCIAS NA
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS DA REDE PÚBLICA DE GOIÂNIA, GOIÁS:
O CASO DA DENGUE
DANIELLA GALIZA GAMA LYR
Daniele Marçal Oleinik
Ranlig Carvalho de Medeiros
Valdicelia de Oliveira Chaves

2. DANIELLA GALIZA GAMA LYRA
 Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação
em Educação em Ciências e Matemática, da Universidade
Federal de Goiás, 2013.
 Licenciatura em Ciências Biológicas, Universidade
Federal de Goiás (UFG).
 Em 2008 professora Prefeitura de Goiânia no ensino
básico e na rede particular.
 EAJA na rede municipal de educação goianiense.
 Surgiu a pergunta: qual é contribuição dos 3MP para o
ensino em Ciências ao se trabalhar com a EJA/EAJA?

3. CAPÍTULO 1: A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO BRASIL: UM
BREVE HISTÓRICO
● A educação de jovens no Brasil: É uma prática histórica que remonta do
período colonial brasileiro, no século XVI. processo de industrialização e
concentração populacional em grandes centros urbanos.
● Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL).
● Lei de Diretrizes e Bases, LDB 5692/71, onde foi dedicado à Educação de
Adultos um capítulo específico. Na LDB de 1996, uma seção foi dedicada à EJA,
antigo Ensino Supletivo.
● A educação de jovens e adultos no município de Goiânia.
● Paulo Freire e a educação dialógico-problematizadora.
● No início da década de 1960 Paulo Freire, lança ideias revolucionárias no
que diz respeito à educação de adultos (GADOTTI, 1991).

4. OS TRÊS MOMENTOS PEDAGÓGICOS
Delizoicov e Angotti (1991, 2000)
1. Problematização Inicial: questões e/ou situações problematizadoras são
apresentadas, visando levantar a discussão e os conhecimentos prévios.
2. Organização do Conhecimento: “conhecimentos necessários para a
compreensão do tema central e da problematização inicial serão
sistematicamente estudados nesse momento, sob a orientação do
professor.” (Delizoicov e Angotti, 1990, p. 55; Delizoicov e Angotti, 1991,
p. 29).
3. Aplicação do Conhecimento: relacionar o conhecimento científico com
situações reais cotidianas, para melhor entendê-las.

5. A EDUCAÇÃO DIALÓGICA E O ENFOQUE CTS NA EDUCAÇÃO
Partindo dos estudos na perspectiva CTS,
pode ser uma maneira de propiciar reflexões
críticas e consistentes, bem como avaliações
abrangentes e profundas sobre a importância
da participação e atuação decisiva nas
discussões a cerca do desenvolvimento
científico, tecnológico, político, econômico e
social.
Articulação entre os três eixos temáticos da pesquisa e CTS.

6. CAPÍTULO 2: OS CAMINHOS DA PESQUISA
Perfil das escolas e dos alunos:
Pesquisa qualitativa participante, em duas escolas municipais de Rede Pública
Municipal de Goiânia, Goiás, que oferecem EJA (EM1 e EM2), nas turmas de
5ª e 6ª séries, utilizando 5 aulas
Utiliza os três momentos pedagógicos:
1. Problematização - Paulo Freire - questões e/ou situações
problematizadoras são apresentadas, visando levantar a discussão e os
conhecimentos prévios: Dengue
●texto sobre saúde pública dos anos de 1940 (Vieira, 1943);
●vídeo da Fundação Oswaldo Cruz, sobre o ciclo reprodutivo do mosquito da
Dengue;
●duas notas de jornal de 2011 sobre a Dengue na cidade.
●Elaboração das questões pelos alunos

8. Perguntas propostas pelos alunos da EM1 e EM2 durante
a Problematização Inicial sobre a temática Dengue no 1º
semestre de 2012.
 A1: Sabemos que o vírus está espalhado em todo o país. Por que o número de
casos da doença é mais elevado em alguns estados, mais do que em outros?
 A2: Por que o mosquito não ataca a noite? Por que só ao dia?
 A3: Por que não existe vacina?
 A4: Professora, como combater o mosquito Aedes aegypti quando adulto? A
algum inseticida ou outro tipo de veneno ou componente químico?
 B1: O vírus da dengue pode ser transmitido na relação sexual?
 B2: Como reconhecer o mosquito da dengue?
 B3: Existe vacina contra essa doença? Por que?
 B4: Como podemos combater a dengue, já que o governo não realiza suas
funções para isso?

9. 2. Organização do Conhecimento - conhecimentos necessários para a
compreensão do tema central e da problematização, sob a orientação do
professor.
●imagens do Filo Arthropoda, a classe Insecta (transmissor da Dengue);
●informações sobre organização corporal;
●ciclo reprodutivo; estrutura morfológica
●texto sobre o assunto adaptado à realidade da EJA

10. 3. Aplicação do Conhecimento - relacionar o conhecimento
científico com situações reais cotidianas, para melhor entendê-
las.
●foi revisado o conteúdo das aulas anteriores
●aplicou-se um questionário elaborado a partir das questões
levantadas pelos educandos na problematização inicial,
verificando a impressão dos alunos, a internalização dos
conceitos e assuntos estudados, e a identificação e aplicação a
situações cotidianas.

11. Capítulo 3: Análise e Discussão dos Dados
 Todas as aulas foram gravadas e analisadas em seu conteúdo seguindo
Bardin (2011). Da transcrição, e das respostas ao questionário surgiram três
categorias de análise:

12. Conclusões
● Postura dialógica nas aulas levou os educandos a participarem
ativamente, o que confirma a fala de Freire;
● O ensino de Ciências e sua compreensão é uma importante ferramenta
com potencial para desenvolver atitudes críticas, conscientes e
comprometidas, tanto com o bem-estar individual, quanto com o coletivo;
● A busca da participação e democratização nas decisões que envolvam
temas sociais com o enfoque CTS devem extrapolar o treinamento de
competências e habilidades. Auler e Delizoicov (2006);
● As etapas dos três momentos pedagógicos mantém o envolvimento, o
diálogo e a visão crítica ante o universo cultural dos estudantes;
● Pode-se inferir que esta metodologia possa ser aplicada em qualquer
turma, de qualquer idade ou conteúdo (Anjos, 2005; Castoldi e Polinarski,
2009)

13. Referências:
 ANGOTTI, J. A. P.; AUTH, M. A. Ciência e Tecnologia: implicações sociais e o
papel da Educação. Revista Ciência e Educação, vol. 7, nº 1, p. 15-27, 2001.
 AULER, D.; DELIZOICOV, D. Educação CTS: articulação entre
pressupostos do educador Paulo Freire e referenciais ligados ao movimento
CTS. Les relaciones CTS en la Educación Científica, 2006.
 DELIZOICOV, D. Concepção problematizadora para o ensino de
ciências na educação formal. Dissertação (Mestrado em ensino de
ciências). 1982.
 BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 2010.
 LYRA, DANIELLA GALIZA GAMA. Os três momentos pedagógicos no
ensino de ciências na educação de jovens e adultos da rede pública
de Goiânia, Goiás: o caso da Dengue. 115 F. Dissertação. (Mestrado em
Educação em Ciências e Matemática – UFG), novembro de 2013.