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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA


1. Análise das Demonstrações Financeiras.
Os índices financeiros podem ser divididos em quatro grupos básicos:
                 - índices de liquidez e atividade.
                 - índices de endividamento.
                 - índices de lucratividade.
                 - índices de cobertura.
Os dois primeiros grupos de índices baseiam-se basicamente no Balanço Patrimonial.
Enquanto os outros dois grupos de índices na Demonstração de Resultados do Exercício.
Haverá mais ênfase nas medidas de liquidez e lucratividade, uma vez que fornecem as
informações mais importantes para a sobrevivência a curto prazo da empresa. Como para
sobreviver no longo prazo é necessário sobreviver a curto prazo, esses índices são mais
enfatizados.
Os índices de endividamento e cobertura são úteis somente se for possível se certificar de
que a empresa terá sucesso a curto prazo. Um credor só fornecerá dinheiro se sentir que a
empresa poderá honrar os compromissos.


1.1. Medidas de liquidez e atividade.
Determina-se a liquidez de uma empresa pela sua capacidade em satisfazer suas obrigações,
a curto prazo, na data do vencimento. A liquidez não se refere só às finanças totais da
empresa, mas também à sua capacidade de converter certos ativos e passivos circulantes em
caixa.


1.1.1. Medidas de Liquidez Global da Empresa.
Suas três medidas são: Capital circulante líquido; índice de liquidez corrente; índice de
liquidez seco.




Capital circulante líquido.
É o ativo circulante (Caixa, Títulos negociáveis, Duplicatas a receber, Estoques, etc.)
menos o passivo circulante (Duplicatas a pagar, Notas promissórias a pagar, parcela do
Exigível de Longo Prazo que vence no período, Itens de Despesas a Pagar, etc.).
Este cálculo não é muito útil para comparar o desempenho de empresas diferentes, mas sim
para controle interno. Quase sempre o contrato, através do qual se incorre num empréstimo
de longo prazo, determina especificamente um nível mínimo de capital circulante líquido,
que precisa ser conservado pela empresa. Com essa exigência, pretende-se obrigar a
empresa a manter uma liquidez operacional suficiente e ajudar a proteger os empréstimos
dos credores. Uma comparação em série temporal do capital circulante líquido da empresa
ajuda a avaliar as operações da empresa.


Índice de liquidez corrente.
É um dos índices mais usados; seu cálculo é:


       Índice de liquidez corrente = (Ativo Circulante)/(Passivo Circulante)


Um valor de 2,0 é aceitável; mas a análise depende do desempenho relativo de outras
empresas do mesmo ramo. Esse índice mede a previsibilidade do fluxo de caixa da
empresa: quanto menor a previsibilidade, maior o Ímdice de liquidez corrente exigido.
Se dividirmos 1,0 pelo Índice de Liquidez Corrente da empresa, o quociente resultante
subtraído de 1,0 e multiplicado por 100 representa a porcentagem em que os ativos
circulantes da empresa podem ser reduzidos sem impossibilitar a empresa se cobrir seus
passivos circulantes.


Índice de liquidez seco.
É idêntico ao anterior, com a única diferença de que se exclui do Ativo Circulante os
estoques da empresa. Considera-se que os estoques são o item do ativo circulante menos
líquido, daí sua retirada.


       Índice de liquidez seco = (Ativo Circulante - Estoques)/(Passivo Circulante)
Recomenda-se um índice maior ou igual a 1,0. Contudo, o valor aceitável depende do ramo
da empresa. Esse índice é indicado quando os estoques forem pouco líquidos. Do contrário,
o índice anterior é o mais indicado.


Giro de estoques.
Mede a liquidez dos estoques da empresa.


         Giro de estoques = (custo das mercadorias vendidas)/(estoques médios)


O giro só pode ser comparado ao de outras empresa do mesmo ramo ou com o giro passado
da empresa.
A maneira mais correta de calcular o estoque médio seria usar estoques mensais, quando
disponível.
Muitos acreditam que quanto maior o valor do giro de estoques, melhor para a empresa.
Contudo, isso pode estar indicando apenas que há estoques insuficientes e que a empresa
está perdendo clientes por falta de mercadoria.


Período médio dos estoques.
Representa quantos dias em média os estoques ficam parados na empresa. Calcula-se
assim:


         Período médio de estoques = 360/(giro de estoques)


Quanto menor for o período, mais líquida e ativa a empresa pode ser considerada.
Representa o período médio entre a compra da matéria-prima e a venda final do período.
Visto dessa forma, é útil para avaliar as funções de controle da compra , produção e
estocagem da empresa.




Giro de Duplicatas a receber.
É especificado como:
Giro de Duplicatas a receber = (Vendas anuais a créd)/(saldo médio de duplicatas a receber)


Quanto maior for o giro de duplicatas a receber da empresa, melhor. Se isso ocorrer através
de uma política de crédito restritiva demais, pode-se estar prejudicando as vendas, o que é
ruim. Um valor alto demais desse giro pode também indicar política de crédito inoperante.


Período médio de cobrança.
Seu cálculo é:


       Período médio de cobrança = 360/(giro de duplicatas a receber)


Indica o período médio que a empresa leva para cobrar uma duplicata.
Depende da política de crédito da empresa. Se só vende duplicatas para 30 dias, um período
médio de cobrança de 40 dias seria ruim, mas para duplicatas de 60 dias seria bom.


Giro de duplicatas a pagar.
Determina o número de vezes que as duplicatas a pagar são convertidas em caixa, por ano.
Calcula-se assim:


       Giro de duplicatas a pagar = (compras anuais a prazo)/
                                    /(média de duplicatas a pagar)


Período médio de pagamento.
É assim calculado:


       Período médio de pagamento = 360/(giro de duplicatas a pagar)


1.1.2. Medidas de endividamento.
Geralmente, os empréstimos a longo prazo são os visados pelo analista, pois indicam o
pagamento de juros no futuro e do principal. O endividamento também é importante para a
distribuição de dividendos aos acionistas, pois os credores geralmente têm que receber
antes daqueles. Além disso, o grau de endividamento sinaliza a capacidade da empresa de
saldar suas dívidas no futuro.


Índice de exigível total - ativos totais.
Revela a proporção dos ativos totais fornecidos pelos credores da empresa. Calcula-se
assim:


         Índice = (exigível total)/(ativos totais)


Índice de empréstimos a longo prazo - Patrimônio Líquido.
Ignoram-se os empréstimos a curto prazo porque esses são uma conseqüência natural dos
negócios. Apenas os de longo prazo são relevantes, pois indicam compromissos de
pagamento mais duradouros.
O índice abaixo indica a proporção entre o crédito de longo prazo contraído e os recursos
fornecidos pelos proprietários da empresa. É calculado assim:


         Índice = (empréstimos a longo prazo)/(patrimônio líquido)


Empresas capital-intensivas e fluxo de caixa estável geralmente têm um índice mais alto,
enquanto as trabalho-intensivas têm índices menores. A comparação deve ser feita pela
média do ramo de atividade.


Índice de empréstimos alongo prazo - capitalização total.
Os recursos a longo prazo da empresa são conecidos como sua capitalização total (incluem
tanto capital de terceiros a longo prazo quanto patrimônio líquido. É calculado como:


         Índice = (empréstimos a longo prazo)/(capitalização total)


Indica quanto dos recursos a longo prazo da empresa foram fornecidos por terceiros
(credores).
1.1.3. Medidas de lucratividade.
DRE percentual.
Uma forma de analisar a lucratividade da empresa é expressar a DRE como percentual das
vendas da empresa. Desse exercício pode-se tirar os seguintes índices:


Margem bruta.
Representa a percentagem que cada empresa retirou após ter pago pelas vendas. Quanto
maior, melhor.


Margem de lucro operacional.
Representa a percentagem das vendas que geraram lucro operacional para a empresa (lucro
descontados os juros e o imposto de renda).Quanto mais alto, melhor.


Margem Líquida.
Registra a percentagem das vendas que geraram lucro líquido (após totadas as deduções).
Quanto maior, melhor.


Giro de ativos totais.
O giro de ativos totais revela a eficiência com que a empresa é capaz de usar seus ativos,
para gerar cruzeiros de vendas. É calculada como:


       Giro de ativos totais = (vendas anuais)/(Ativos totais)


Seu valor deve ser comparado à média do setor ou com sua evolução no tempo.


Retorno sobre investimento (ROI).
O ROI, que é muitas vezes chamado de retorno sobre os ativos totais da empresa, determina
a eficiência global da administração quanto à obtenção de lucros com seus ativos
disponíveis. Quanto maior o ROI, melhor. É calculado com se segue:
ROI = (lucro líquido após imposto de renda)/(ativos totais)
       ou
       ROI = (margem líquida) X (giro de ativos totais)


1.1.4. Medidas de cobertura.
Índice de cobertura de juros.
Esse índice mede a capacidade da empresa pagar os juros contratuais. Quanto maior for
esse índice, maior será a capacidade da empresa de liquidar os juros. É calculado da
seguinte forma:


       Índice de cobertura de juros = (lucro antes dos juros e imposto de renda) /
                                             / (despesa anual de juros)


Como regra, se sugere um índice pelo menos de 5,0 e de prefrência próximo a 10,0.
Fazendo-se 1,0 menos o inverso desse índice, tem-se a porcentagem máxima de redução do
lucro antes dos juros e do imposto de renda para ainda ter condições de pagar os juros
devidos.


Índice de cobertura de juros e principal.
Este índice é semelhante ao índice de cobertura dos juros, exceto que determina não só a
capacidade da empresa pagar suas obrigações de juros, mas também sua capacidade de
reembolsar o principal de empréstimo ou de fazer pagamentos ao fundo de amortização.
Muitas vezes, como parte de um contrato de emissão de debêntures ou de empréstimo de
longo prazo, uma empresa é obrigada a fazer pagamentos periódicos do principal, seja ao
emprestador, seja ao fundo que está sendo acumulado, para que a dívida seja liquidada no
vencimento. Não importa se a parcela se refere ao reembolso efetivo do principal ou a um
fundo de amortização: o procedimento usado para calcular o índice é o mesmo.
O cálculo é o seguinte:


Índice de cobertura de juros e principal = (lucro antes de juros e imposto de renda)/
                                             /(juros + (pagamentos do principal)/(1-t))
Onde t se refere à alíquota do IRPJ.


2. Alavancagem Operacional e Financeira.
2.1. Alavancagem operacional.
2.1.1. Tipos de custos.
O Custo de Mercadorias Vendidas e as Despesas Operacionais contêm componentes de
custos operacionais fixos e variáveis. Em alguns casos, os custos específicos podem ter
tanto elementos fixos como variáveis. São eles:


       i) Custos fixos: são medidos em função do tempo, não das vendas. Exemplo:
aluguel.
       ii) Custos variáveis: dependem do volume de vendas. Exemplo: custos de produção
ou de entrega.
       iii) Custos semivariáveis: contêm parte fixa e outra variável. Exemplo: comissões de
venda, que remuneram o vendedor a nível fixo até verto volume e variável depois.


2.1.2. Alavancagem operacional.
Pode ser definida como a capacidade da empresa de usar custos operacionais fixos com a
finalidade de maximizar os efeitos das variações nas vendas em seu lucro, antes de
descontar os juros e imposto de renda.




Alavancagem operacional.
       Receita de vendas.
       Menos: Custos Fixos operacionais.
       Menos: Custos Variáveis operacionais.
       Lucro antes de juros e imposto de renda (LAJIR).
A alavancagem operacional existe sempre que um aumento (diminuição) das vendas resulte
num acréscimo (decréscimo) mais do que proporcional no lucro antes de juros e imposto de
renda.
Sempre que houver custos fixos operacionais, existe a alavancagem operacional. Podemos
definir a alavancagem operacional como:


         ALO = (Variação percentual no LAJIR)/(Variação percentual nas vendas) > 1


Quanto maior for o valor resultante da fórmula acima, maior será a alavancagem.
Uma vez que a alavancagem operacional funciona em ambas as direções (maximizando ou
mnimizando o LAJIR), níveis elevados de risco estão relacionados a maiores graus de
lavancagem. Deste modo, os elevados custos fixos operacionais aumentam a alavancagem
operacional e o risco operacional de uma empresa.
Tendo em vista esse risco, pode-se fazer uma análise do ponto de equilíbrio da empresa,
que possibilita a ela:


         i) determinar o nível de operacões que precisa manter para cobrir todos os seus
         custos operacionais;
         ii) avaliar a lucratividade ou prejuízo aos vários níveis de renda.


Para tanto, adotaremos a seguinte legenda:


         X = volume de vendas em unidades;
         P = preço de venda por unidade;
         F = custo operacional fixo por período;
         V = custo operacional variável por unidade.


Podemos escrever:


                LAJIR = P.X - F - V.X
ou:


               LAJIR = X(P - V) - F


O ponto de equilíbrio da empresa é definido como o nível de vendas onde todos os custos
operacionais fixos e variáveis são cobertos (LAJIR = 0). Este ponto é obtido quando:


       X = F / (P - V)


Variações dos custos fixos.
Um aumento nos custos operacionais fixos da empresa elevará seu ponto de equilíbrio, e
um decréscimo nos seus custos operacionais fixos abaixará seu ponto de equilíbrio.
As variações nos custos operacionais      fixos da empresa têm      um efeito ainda mais
significativo sobre sua alavancagem operacional. Esta análise dá suporte à colocação de
que um aumento nos custos operacionais fixos da empresa aumenta não só o volume de
vendas necessário para se atingir o ponto de equilíbrio, mas também a alavancagem
operacional da empresa. O oposto também é verdadeiro: um decréscimo nos custos
operacionais fixos da empresa abaixará seu ponto de equilíbrio e reduzirá sua alavancagem
operacional. Isso se deve a economias de escala (exemplo: quanto mais cheio um alto-forno
de uma siderúrgica, maior o LAJIR).
Conclusão: quanto maiores os custos fixos operacionais da empresa, maior será o grau de
alavancagem operacional e maior será o volume de vendas necessário para se atingir o
ponto de equilíbrio, e vice-versa.
Variações no preço unitário de venda.
Um aumento no preço unitário de venda reduzirá o volume de vendas necessário ao ponto
de equilíbrio da empresa, e uma queda no preço unitário elevará o volume de vendas
necessário ao ponto de equilíbrio.


Variações no custo operacional variável unitário.
Um aumento no custo operacional variável unitário elevará o volume de vendas necessário
para se atingir o ponto de equilíbrio da empresa, ao passo que uma queda no custo
operacional variável unitário abaixará o ponto de equilíbrio da empresa.


A análise acima tem algumas deficiências:


        i) A suposição de lineraridade: geralmente, nem o preço de venda unitário nem o
custo variável unitário independem do nível do volume de vendas; os aumentos de vendas
além de certo ponto só são conseguidos mediante a redução do preço unitário; o custo
operacional variável cresce, à medida que a empresa aproxima-se de sua capacidade plena
(queda da produtividade da mão-de-obra e aumento no custo de horas extras); o LAJIR
máximo pode ocorrer acima do ponto de equilíbrio, mas abaixo das vendas máximas.
        ii) Classificação de custos: uma segunda deficiência da análise de ponto de
equilíbrio é a dificuldade de classificar custos semivariáveis, que são fixos dentro de certas
faixas, embora variem entre elas; em alguns casos, pode não ser possível dividir estes
custos em componentes fixos e variáveis para a análise do ponto de equilíbrio (exemplo:
alto-forno que deprecia com o tempo, mas influenciado pelo volume de operação);
        iii) Aplicações para produtos múltiplos: se cada produto for analisado
separadamente, é difícil dividir os custos entre os produtos.
        iv) Validade de aplicação a curto prazo: é normalmente aplicável a um ano de
exercício; se a empresa tiver um grande dispêndio com propaganda, por exemplo, e não se
esperem benefícios imediatos, essas despesas elevarão o nível de vendas necessário.




2.1.3. Alavancagem financeira.
A alavancagem financeira é definida como a capacidade da empresa usar encargos
financeiros fixos para maximizar os efeitos de variações no LAJIR sobre o Lucro
Disponível para Acionistas Comuns (LPA). Seu esquema contábil é o seguinte:


LAJIR
Menos: Despesas de Juros (J)
Lucro antes do Imposto de Renda (LAIR)
Menos: Provisão para Imposto de Renda (IR)


Lucro Líquido do período
Menos: Dividendos preferenciais.


Lucro disponível para acionistas comuns (LPA).


Sempre que uma empresa tiver encargos financeiros fixos na sua estrutura financeira, a
alavancagem financeira existe. Pode ser definido pela equação abaixo:


       alavancagem = (Variação percentual no LPA) / (Variação percentual no LAJIR) > 1


Como antes, maiores níveis de risco estão associados a níveis mais elevados de
alavancagem.


2.1.4. Risco Operacional e Financeiro.
Podemos expressar os riscos enfrentados pela empresa como a seguir:


       i) Risco operacional: é o risco que se corre de não conseguir cobrir os custos
operacionais. À medida que os custos operacionais fixos de uma empresa aumentam, o
volume de vendas necessário para cobrir todos os seus custos operacionais cresce: quando
mais elevado o ponto de equilíbrio, maior o risco.
       ii) Risco financeiro: é o risco de não se conseguir cobrir os custos financeiros. À
medida que os encargos financeiros aumentam, o nível de LAJIR necessário para cobri-los
também aumenta. Uma alavancagem financeira mais elevada leva a um risco maior; a
alavancagem financeira é muitas vezes medida por um simples índice, como o índice de
exigível a longo prazo - patrimônio líquido, ou o índice de cobertura de juros (cada um
desses índices indica a relação entre os fundos sobre os quais precisam ser pagos encargos
financeiros fixos e os fundos totais investidos na empresa.
3. Origem e aplicações de recursos.
3.1. Demonstração de Origem e Aplicações de Recursos.
O termo recursos pode indicar duas coisas: caixa ou capital circulante líquido. Ambos são
necessários ao funcionamento adequado da empresa. O Caixa é necessário para a empresa
pagar suas duplicatas. O Capital Circulante Líquido (CCL) é necessário especialmente em
negócios sazonais, para porporcionar uma proteção financeira para o pagamento de
duplicatas a vencer a curto prazo.


3.1.1. Classificação das fontes e aplicações de caixa.
Origem de caixa são fatores que aumentam o caixa da empresa, enquanto as aplicações de
caixa são itens que o reduzem.
As Origens básicas do Caixa são:


       i) uma diminuição num ativo;
       ii) um aumento num passivo exigível;
       iii) lucro líquido após o IR;
       iv) depreciação;
       v) venda de ações.




As Aplicações mais comuns de Caixa são:


       i) um aumento num ativo;
       ii) uma diminuição num passivo exigível;
       iii) um prejuízo líquido;
       iv) o pagamento de dividendos em dinheiro;
       v) a reaquisição ou resgate de ações.


Dos ativos da empresa, somente os ativos fixos requerem atenção especial. Isto porque há
duas formas básicas, segundo as quais os ativos fixos podem ser mostrados no Balanço. A
primeira delas é a mais detalhada e não exige qualquer atenção especial. Suponha que uma
empresa tenha os seguintes lançamentos em seu Balanço e que a depreciação de R$ 500 na
DRE para 19X1:


Itens do BP                                19X0                             19X1
Ativos Fixos                              R$ 9.500                        R$ 10.200
Menos:Depreciação acum.                    4.200                            4.700
Ativos Fixos Líq.                          5.300                            5.500

Nesse caso, a variação nos ativos fixos da empresa é de R$ 700. Essa variação aparecerá
como uma aplicação de recursos na Demonstração de Origem e Aplicação de Recursos. A
diferença entre a depreciação acumulada em 19X0 e 19X! (R$ 500) é igual à despesa de
depreciação na DRE.
Para achar a variação (se houver) nos ativos fixos, quando se tem esses tipos de
informação, usa-se a seguinte fórmula:


        VAF(t) = AFL(t) + D(t) - AFL(t-1)         (3.1)


onde:
        VAF(t) = a variação nos ativos fixos no período corrente, t.
        AFL(t) = os ativos fixos líquidos no período corrente, t.
        D(t) = a depreciação apropriada no período corrente, t
        AFL(t-1) = os ativos fixos líquidos no período precedente, t-1.


Ocasionalmente, os pagamentos de dividendos em dinheiro não aparecem na DRE. Se
aparecem, é claro que podem ser lançados diretamente na Demonstração de Origens e
Aplicações de Recursos. Contudo, em muitos casos, o último ítem que aparece na DRE é o
lucro líquido após o IR. Nesse caso, o analista deve verificar se os dividendos em dinheiro
foram pagos. Suponha que uma empresa mostre lucro líquido após o IR de R$ 5.000 no
período corrente (19X1), e que o Patrimônio Líquido para o último ano (19X0) e o ano
corrente (19X1) sejam os seguintes:
Patrimônio Líquido                           19X0                        19X1
Ações Ordinárias                           R$ 40.000                   R$ 45.000
Lucros Retidos                              30.000                      33.000
Total                                       70.000                      78.000

Nesse caso, os lucros retidos da empresa aumentaram em R$ 3.000. Esse aumento significa
que a empresa dispôs só de R$ 3.000, dos R$ 5.000 de lucro líquido após o IR. Os R$ 2.000
restantes devem, portanto, representar um pagamento de dividendos. Este é uma aplicação
de recursos feito pela empresa. Teremos a seguinte equação:


        D(t) = LL(t) - LR(t) + LR(t-1)        (3.2)


onde:
        D(t) = dividendo em dinheiro pago no período t;
        LL(t) = lucro líquido após o IR no período t;
        LR(t) = lucros retidos no fim do período t;
        LR(t-1) = os lucros retidos no fim do período t-1.


Se houve um aumento de lucros retidos da empresa, num montante exatamente igual ao
lucro líquido após o IR, ela não deve ter pago dividendos.
Uma empresa pode vender ações adicionais, resgatar as ações existentes, ou readquirir as
ações emitidas. O montante comprado ou vendido pode ser determinado, calculando-se a
variação no Patrimônio Líquido, excluindo as variações nos lucros retidos. Um aumento de
ações é uma fonte de recursos, enquanto que uma diminuição é uma aplicação de recursos.
Pode-se usar a seguinte fórmula:


        VA(t) = [ PL(t) - PL(t-1) ] - [ LR(t) - LR(t-1) ]      (3.3)


onde:
        VA(t) = variação das ações emitidas;
        PL(t) = Patrimônio Líquido no período t;
        PL(t-1) = Patrimônio Líquido no período t-1;
Deve-se seguir os seguintes passos para montar uma Demonstração de Origens e
Aplicações de Recursos:


      i) Passo 1: usando o período mais distante como base, calcule as variações em todos
      os itens do Balanço;
      ii) Passo 2: Classifique as variações em todos os itens do Balanço, EXCETO ativos
      fixos e lucros retidos;
      iii) Calcule a variação nos ativos fixos usando a equação (3.1);
      iv) Calcule os dividendos pagos em dinheiro, usando a equação (3.2), caso não
      apareçam na DRE;
      v) Calcule a variação, se houver, no montante de ações emitidas, usando a equação
      (3.3).




Um exemplo de Origens seria:


      i) LL após o IR
      ii) Depreciação
      iii) Diminuição em duplicatas a receber
      iv) Diminuição em estoques
      v) Aumento em duplicatas a pagar
      vi) Aumento em salários a pagar
      vii) Aumento em empréstimos a longo prazo


Um exemplo de Aplicações seria:


      i) Pagamento em dividendos
      ii) Aumento em ativos fixos
      iii) Aumento em caixa
iv) Aumento em títulos negociáveis
       v) Diminuição em títulos a pagar
       vi) Reaquisição de ações.


No exemplo acima, temos uma Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos de
Caixa. Para fazer o mesmo com Capital Circulante Líquido deve-se juntar o ativo e o
passivo circulantes no capital circulante líquido. O acréscimo de CCL é uma aplicação de
recursos, o decréscimo no CCL é uma fonte de recursos.
As Demonstrações das Origens e Aplicações de Recursos de Caixa e CCL permitem ao
administrador financeiro analisar os fluxos de fundos passados da empresa, e possivelmente
os futuros. Apesar de não se determinar as relações causais entre fontes e aplicações, a
análise desses demonstrativos aponta determinados tipos de deficiências. Por exemplo,
aumentos exagerados de estoques e duplicatas a receber podem assinalar a existência de
certos tipos de problemas de venda de estoques e cobrança de dívidas.


3.2. Orçamento de caixa.
O Orçamento de Caixa permite à empresa planejar suas necessidades de caixa a curto
prazo. Deve-se usar uma previsão de vendas, que será dada pelo departamento econômico
da empresa e que pode estar baseada em duas fontes:


       i) Previsões externas: crescimento da economia (PIB) e da renda per capta relevante.
       ii) Previsões externas: previsões específicas da empresa nos seus canais de venda.


O formato geral do Orçamento de Caixa é o seguinte:


       Recebimentos.
       Menos: Pagamentos.


       Fluxo Líquido de caixa.
       Mais: Saldo Inicial de caixa.
Saldo Final de caixa.
        Mais: Financiamento necessário.


        Saldo final de caixa com financiamento.


Os recebimentos incluem todos os itens a partir dos quais temos as entradas de caixa em
qualquer mês. Seus componentes mais comuns são: vendas à vista, cobrança de vendas a
crédito, etc.




4. Administração de Capital de Giro.
4.1. Capital Circulante Líquido.
Em geral, o uso do CCL para avaliar o desempenho de uma mesma empresa ao longo do
tempo é aceitável, desde que a estrutura básica dos ativos não se altere drasticamente
durante o período.
A maioria das empresas precisa operar com um certo montante de CCL para , mas a
quantidade exata depende muito da indústria. As empresas com fluxo de receita pouco
oscilante podem trabalhar com CCL até negativo, mas a maioria das empresas precisa
manter níveis positivos de CCL.
O pricípio teórico que orienta tal procedimento é o seguinte: quanto maior for a margem
segundo a qual os ativos circulantes de uma empresa cobrem as suas obrigações a
curto prazo (passivos circulantes), mais capaz será de pagar suas contas na data do
vencimento.
As saídas de caixa resultantes de pagamento de obrigações correntes são previsíveis, pois
quando são contraídas sua data de pagamento é determinada. O mesmo não ocorre com as
entradas de caixa. Daí a necessidade de CCL positivo. Quanto mais incertas forem as
entradas, maior a necessidade de CCL positivo.
Com o propósito de aumentar a probabilidade de ter dinheiro suficiente para pagar suas
contas, uma empresa deve se esforçar para vender, já que em muito casos as vendas
resultarão num recebimento imediato e em outras vezes resultarão em duplicatas que serão
eventualmente convertidas em dinheiro. Um nível adequado de estoques deve ser
mantido para o fluxo de vendas necessário.
O CCL pode ser visto também como aquela porção dos ativos circulantes de uma
empresa financiada com fundos a longo prazo. Exemplo:


       - uma empresa tem R$ 27000 de ativos circulantes, R$ 43000 de ativos fixos e
R$70000 de ativos totais.
       - a mesma empresa tem R$ 16000 de passivos circulantes e R$ 24000 de
empréstimos a longo prazo e R$ 30000 de patrimônio líquido.
       - os empréstimos de longo prazo mais o patrimônio líquido representam suas fontes
de recursos de longo prazo.
       - as fontes de recursos a longo prazo dessa empresa são R$ 54000.
       - sabendo que o CCL é R$ 11000, esta empresa tem (11/54)% das fontes de recursos
de longo prazo financiando o ativo circulante. (Quanto maior esse número, melhor, pois
indica que o financiamento se baseia em fontes mais estáveis).


4.2. Relação entre lucratividade e risco.
A lucratividade pode ser medida pelo lucro líquido (LL), enquanto o risco é medido pela
probabilidade de a empresa se tornar tecnicamente insolvente (não consegue pagar suas
contas no vencimento).
O lucro de uma empresa pode ser aumentado de duas formas:


       i) número maior de vendas;
       ii) redução de custos.


O lucro pode ser aumentado também investindo-se em ativos mais rentáveis, que possam
gerar níveis mais altos de vendas. O corte de custos pode vir de se pagar menos por um
item ou serviço, ou por se usar recursos de maneira mais proveitosa.
Pode-se considerar que quanto maior o CCL de uma empresa, menor seu nível de risco.
Para tratar da relação lucratividade-risco, temos que adotar algumas suposições básicas:


       i) supõe-se que a empresa possa ganhar mais utilizando seus ativos fixos que os
ativos circulantes;
       ii) a empresa pode obter o financiamento que necessita através de qualquer uma das
seguintes formas:
               - passivos circulantes.
               - fundos a longo prazo.


Se uma empresa quer aumentar sua lucratividade, tem que aumentar seu risco. Se quiser
diminuir seu risco, tem que diminuir sua lucratividade.
Sobre os ativos circulantes:


       i) Diminuem em relação ao ativo total (ou seja, aumenta a participação do ativo
fixo): significa que a empresa tem maior capacidade produtiva, logo está em maiores
condições de produzir e aumentar as vendas, o que aumenta a lucratividade; mas seu risco
aumentará, pois seu CCL fica proporcionalmente menor.
       ii) Aumentam em relação ao ativo total: acontece o contrário.


Sobre os passivos circulantes:


       i) Aumento dos passivos circulantes em relação ao ativo total: a lucratividade cai,
pois devido a maiores custos dos empréstimos a curto prazo, paga-se mais de juros; haverá
um aumento do risco global, pois o CCL diminuirá.
       ii) Diminuição de passivos circulantes em relação ao ativo total: o contrário.


O efeito conjunto deve levar em conta o seguinte:


       i) se o CCL estiver aumentando (tudo o mais constante), haverá diminuição de
risco; caso contrário, haverá aumento de risco.
ii) se a participação dos ativos fixos no ativo total estiver aumentando, há maior
potencial de lucro; em caso contrário, espera-se queda de lucratividade.


4.3. Determinação da composição do financiamento.
Uma das decisões mais importantes que precisam ser tomadas com respeito aos ativos
circulantes e passivos circulantes de uma empresa é como usar os passivos circulantes para
financiar ativos circulantes.
Um dos fatores críticos a considerar é que qualquer empresa só pode dispor de um
montante limitado de financiamento a curto prazo, pois os bancos não emprestam a curto
prazo para aplicações a longo prazo.
Há três abordagens sobre o assunto, que exporemos a seguir.


4.3.1. Abordagem da proteção.
A abordagem da proteção segue o critério de financiar fluxos de curto prazo com
empréstimos de curto prazo, e financiar aplicações de longo prazo com empréstimos
tomados a longo prazo.
O cálculo do custo dos fundos de curto prazo é feito como a seguir:


       - calcula-se o empréstimo médio mensal e multiplica-se esse valor pela taxa de juros
de empréstimo de curto prazo.


O cálculo dos custos dos fundos a longo prazo é feito da seguinte forma:


       - calcula-se o empréstimo médio anual e se multiplica por sua taxa de juros.


Essa abordagem é arriscada porque o CCL se anula e porque a empresa está sacando tanto
quanto possível nas fontes de fundos a curto prazo, para cobrir suas necessidades sazonais.


4.3.2. Abordagem conservadora.
A abordagem conservadora seria financiar todas as necessidades projetadas de fundos a
longo prazo e usar fundos a curto prazo no caso de uma emergência ou de uma saída
inesperada de fundos. Há, entretanto, dois inconvenientes:


       i) é difícil acreditar que seja implentada realmente, pois certos instrumentos de
financiamento a curto prazo são virtualmente inevitáveis;
       ii) seria bastante difícil manter baixos níveis de duplicatas a pagar e salários, pois
tais itens surgem naturalmente dos negócios.
O custo dessa abordagem pode ser facilmente considerado se o financiamento de longo
prazo contraído for multiplicado pelo seus juros anuais.
O nível de CCL relacionado com essa abordagem deve acarretar um nível baixo de risco
para a empresa.


4.3.3. Relação entre as duas abordagens.
A maioria das empresas adota uma prática intermediária entre as duas abordagens.
O custo da abordagem mista pode ser calculado encontrando-se a média dos fundos
requeridos a curto e longo prazos e multiplicando-se os valores obtidos pelas taxas de juros
a curto e médio prazos; a soma dos dois é o custo total do plano.
A abordagem mista é menos arriscada que a abordagem de proteção e mais arriscada que a
conservadora.


5. Investimento de capital.
5.1. Técnicas não-sofisticadas de investimento de capital.
Existem basicamente duas técnicas não-sofisticadas para determinar se são aceitáveis ou
não as alternativas de dispêndio de capital: os cálculos da taxa média de retorno e do
período de payback.


5.1.1. Taxa média de retorno.
O cálculo da taxa média de retorno é uma abordagem bastante comum à avaliação de
dispêndios propostos de capital. Esta abordagem é preferida por ser calculada a partir de
dados contábeis. Sua definição mais comum é:
Taxa média de retorno = (LAIR médio)/(investimento médio)


LAIR médio: é obtido adicionando-se o LAIR esperado de cada ano de vida do projeto e
dividindo-se o resultado pelo número de anos. Em cado de uma anuidade, o LAIR médio é
igual ao LAIR de qualquer ano.
Investimento médio: é obtido dividindo-se o investimento líquido por 2. Este processo
pressupõe que a empresa esteja depreciando a uma taxa constante do valor do capital e
neste caso o valor de livro do ativo declina a uma taxa constante desde o preço de compra
até zero, ao fim de sua vida útil. Isso significa que, em média, a empresa manterá metade de
seu preço inicial de compra nos seus livros. Exemplo: um investimento de R$ 30.000,00;
no primeiro ano, o registro é R$ 30.000,00; no segundo, R$ 20.000,00; no terceiro, R$
10.000,00; no quarto, zero; somando tudo e dividindo por 4 (número de períodos), temos
um investimento médio de R$ 15.000,00, ou seja, (R$ 30.000,00/2).
O aspecto mais favorável do uso da taxa média de retorno para avaliação de projetos é a
facilidade de cálculo
Suas principais deficiências são duas:


       i) a primeira é o uso de dados contábeis, em vez de flucos de caixa (FC = LAIR +
Depreciação do período). Esta deficiência pode ser superada, usando-se fluxos de caixa
médios como numerador.
       ii) a segunda deficiência é que o método ignora o fator tempo no cálculo: o LAIR
pode começar alto e terminar o período pequeno, pode começar pequeno e terminar alto,
pode se manter constante; mesmo que se tenha o mesmo retorno nos três projetos, o
primeiro é o melhor e o último preferível ao segundo.


5.1.2. Períodos de payback.
O período de payback é o nímero de períodos necessário para se recuperar o investimento
líquido.
Período médio de payback. Baseia-se na suposição de que as entradas médias de caixa são
representativas do padrão de fluxos de caixa. A fórmula é:


       Período médio de payback = (investimento médio)/
                                     /(entradas médias de caixa médias anuais)


Período efetivo de payback. O período efetivo de payback se determina definindo-se
exatamente o tempo que leva para se recuperar o investimento líquido. Em vez de se obter
simplesmente a média das entradas de caixa, a empresa leva em conta a época em que essas
ocorrerão.
Esse último cálculo é preferível em relação ao anterior, pois reflete FC reais, que são
importantes aos administradores.


O período de payback é uma medida melhor do que a taxa média de retorno, pois
considera fluxos de caixa, em vez de lucros contábeis. Apenas os fluxos de caixa poderão
pagar as contas da empresa. O período efetivo de payback também é melhor que a taxa
média de retorno pois considera a época de ocorrência dos fluxos de caixa e, portanto, o
fator tempo no valor do dinheiro. O perído de payback pode funcionar como uma medida
de risco, pois reflete a liquidez do projeto: quanto mais líquido o investimento, supõe-se
que ele seja menos arriscado.
Há duas desvantagens básicas no uso de períodos de payback:


       i) não levar em conta explicitamente o fator tempo;
       ii) não leva em consideração os FC’s após o período de payback.


5.2. Técnicas sofisticadas de investimentos de capital.
5.2.1. Valor presente líquido.
É a mais sofisticada de todas. Sua fórmula é:


       VPL = (Valor atual das entradas de caixa) - (Investimento líquido)
O VPL é obtido subtraindo-se o investimento líquido de um projeto do valor atual das
entradas de caixa descontadas a uma taxa igual ao custo de capital da empresa. Somente se
todos os fluxos de caixa, tanto entradas como saídas, forem medidos em termos monetários
atuais, é que se farão comparações válidas entre si. Já que se trata de investimentos
convencionais, o investimento líquido é dado em termos monetários atuais
O critério de tomada de decisão é o seguinte: Se o VPL < 0, rejeita-se o projeto; do
contrário, ele é aceito.


5.2.2. Índice de Lucratividade.
É às vezes denominada índice de custo-benefício e não difere muito do VPL: a únoca
diferença é que o IL mede o retorno relativo ao valor atual por real investido, ao passo que
o VPL é apenas uma diferença. Sua fórmula é:


        IL = (valor atual das entradas de caixa)/(investimento líquido)


Se o IL < 1, rejeita-se o projeto; do contrário, se aceita.


5.2.3. Taxa interna de retorno (TIR)
É definida como a taxa de desconto que leva o valor atual das entradas de caixa a se
igualarem ao investimento líquido referente a um projeto.
Se a TIR for maior ou igual ao custo do capital, deve-se aceitar o projeto; caso contrário,
deve-se rejeitá-lo.
Um forma prática de se calcular a TIR é fazer um gráfico de VPL x Taxa de desconto. A
TIR ocorrerá quando o VPL for nulo.


6. Investimento de capital sob risco.
6.1. Conceitos fundamentais de risco.
6.1.1. Risco e Incerteza.
Em todo o texto, os termos risco e incerteza são usados indiferentemente, referindo-se à
variabilidade de retornos esperados, relativos a um dado projeto. Quanto mais certos forem
os retornos de um projeto, menor será a variabilidade e, portanto, o risco. Projetos com
retornos incertos que podem assumir qualquer valor possuem maior risco.
O risco existe quando quem toma decisões puder estimar as probabilidades relativas a
vários resultados. Distribuições probabilísticas objetivas baseiam-se normalmente em dados
históricos.
A incerteza existe quando quem toma decisões não tem nenhum dado histórico a partir do
qual possa desenvolver uma distribuição probabilística e precisa fazer estimativas
aceitáveis, a fim de formular uma distribuição probabilística subjetiva.


6.1.2. Análise de sensitividade de risco.
A análise de sensitividade envolve o uso de inúmeros resultados possíveis, ao se avaliar um
projeto. O procedimento básico é avaliar um projeto usando-se inúmeros fluxos de caixa
relacionados, para se ter uma percepção da variabilidade dos resultados. Uma das
abordagens mais comuns de sensitividade é estimar os resultados piores (mais pessimistas),
esperados (mais prováveis) e melhores (otimistas), relacionados a um projeto.


Exemplo. Tabelas 14.1 e 14.2.


6.1.3. Como atribuir probabilidades a resultados.
As probabilidades são usadas para determinar mais acuradamente o risco envolvido em um
projeto. Uma probabilidade de um evento pode ser considerada a chance percentual de
ocorrer um certo resultado. Atribuindo-se probabilidades aos resultados de um projeto, é
possível estimar o valor esperado do seu retorno. O valor esperado de um projeto é um
retorno médio ponderado, em que os pesos usados são as probabilidades dos vários
resultados (usa-se os valores do VPL).
Exemplo: Tabela 14.3.


6.2. Determinação do risco de projetos.
Se houvesse necessidade de se comparar os valores esperados de dois projetos A e B no
exemplo anterior, eles seriam os mesmos. A comparação da distribuição probabilística
relativa a cada projeto possibilita a quem toma decisões perceber os diferentes graus do
risco de projetos. Pode-se traçar uma distribuição probabilística, lançando os resultados
possíveis e as probabilidades relacionadas sobre um conjunto de eixos resultado-
probabilidade (como mostram as figuras 14.1 e 14.2).


6.2.1. Desvio-padrão.
Uma forma de medir a dispersão dos resultados é calcular seu desvio-padrão, que tem a
seguinte fórmula:


        DP = ({soma [Ri - E]**2}.Pi)**0,5


onde:


DP = desvio padrão.
Ri = VPL na posição i
E = VPL esperado
Pi = probabilidade de Ri.


Exemplo. Tabela 14.4.


6.3. Risco e tempo.
6.3.1. Risco como função do tempo.
O risco não deve ser considerado apenas em relação ao período de tempo presente, mas
como função crescente do tempoMesmo quando os valores esperados devem ser iguais em
cada ano, seus desvios-padrão são maiores quando mais se avança para o futuro. Como
regra geral, se as previsões de fluxo de caixa forem feitas para um fluxo cada vez mais
distante, maior será o número de variáveis envolvidas e, portanto, mais arriscados serão os
valores previstos.
Exemplo. fazer fig. 14.3.


6.3.2. Risco de carteiras.
O risco de projetos propostos de investimento de capital não pode ser visto
independentemente de outros projetos. A empresa deve ser considerada como possuidora de
uma carteira de projetos selecionados de modo consistente, com o objetivo de maximizar a
riqueza dos proprietários. É preciso considerar as novas propostas de investimento de
capital, em função dos projetos existentes, bem como dos outros projetos propostos, e os
projetos selecionados devem ser os que melhor diversificam ou reduzem o risco da
empresa, ao mesmo tempo que geram um retorno aceitável. A diversificação bem
sucedida pode tomar o risco de um grupo ( ou uma carteira) menor do que a soma do
risco dos projetos individuais.
A fim de diversificar o risco de projetos e, conseqüentemente, reduzir o risco total da
empresa, os projetos que são os mais favoráveis à combinação ou adição à carteira
existente de projetos são os que têm uma correlação negativa (ou ouco positiva) com
os projetos existentes.


Exemplo: Fig. 14.5


7. Administração de Ativos Fixos.
7.1. Como Administrar Ativos Fixos.
Já que os investimentos em ativos fixos representam dispêndios imensos para as empresas
industriais, é preciso prestar muita atenção não só ao dispêndio inicial destinado à compra
de um determinado ativo, mas também aos dispêndios subseqüentes relacionados ao ativo.
Por definição, os ativos fixos têm vida superior a um ano e, por isso, representam um
comprometimento a longo prazo. À medida que o tempo passa, eles podem ficar obsoletos
ou necessitar de um reparo. A esta altura, certas decisões financeiras são necessárias.


7.1.1. Dispêndios de capital.
O dispêndio de capital é uma despesa que a empresa faz visando gerar benefícios que
retornem depois de um ano. Todo comprometimento de recursos em ativos fixos constitue
dispêndio de capital, porém nem todo dispêndio de capital resulta na aquisição de um ativo
fixo. Aqui trataremos dos dispêndios de capital em ativos fixos.
Os motivos básicos para o dispêndio de capital são:

       i)      adquirir, substituir ou modernizar ativos fixos;
       ii)     obter algum benefício menos tangível por um longo período.


7.1.1.1. Aquisição de ativos.
Uma empresa em crescimento acha muitas vezes necessário adquirir novos ativos fixos
rapidamente. À medida que seu crescimento reduz e esta atinge a maturidade, a maior parte
de seus investimentos de capital será para a substituição de ativos obsoletos ou gastos. É
importante ter em mente que os ativos fixos incluem instalações e equipamentos. Quer
dizer, a compra de instalações adicionais, como outra fábrica, é um dispêndio de capital.


7.1.1.2. Substituição de Ativos.
A decisão de substituição é bastante comum em empresas mais maduras. Esse tipo de
dispêndio de capital nem sempre provém do estrago de uma parte do equipamento ou da
impossibilidade de uma instalação existente funcionar eficientemente. A necessidade de
substituir ativos existentes precisa ser examinada periodicamente pelo administrador. Toda
vez que uma máquina exige um grande reparo, é preciso avaliar o dispêndio deste, em vista
do dispêndio que seria necessário para substituí-la e dos benefícios de sua substituição.
Não é preciso que uma máquina quebre para que o administrador financeiro disponha-se a
considerar a substituição de ativos fixos. À medida que as máquinas passam a não ter a
resistência exigida, ou tornam-se ineficientes em comparação a máquinas mais atuais, deve-
se avaliar as vantagens de sua substituição. Um dispêndio para uma máquina nova pode ser
bastante justificável, em função da economia dos custos totais resultantes. Somente
conservando-se a par dos novos desenvolvimentos e questionando os dispêndios para
reparos, pode uma empresa administrar convenientemente os ativos fixos.


7.1.1.3. Modernização.
A modernização de ativos fixos é muitas vezes uma alternativa à substituição dos mesmos.
A modernização poderá incluir a reconstrução, o reparo ou a inclusão de uma nova
máquina, ou ainda, instalações novas. Exemplos:
iii)    uma furadeira existente pode ser modernizada , através da substituição de
               seu motor e adaptação.
       iv)     uma instalação física pode ser modernizada , renovando-se suas instalações
               elétricas, adicionando um sistema de ar condicionado.


A modernização deve ser considerada em função dos custos e benefícios relevantes. A
empresa pode achar que o custo de modernização de ativos seja realmente maior do que o
custo de sua substituição. Em alguns casos, embora o custo de modernização seja menor do
que o custo de substituição, a última pode ser preferível por resultar na obtenção de
benefícios durante um período de tempo mais longo.


7.1.1.4. Outras finalidades.
Alguns dispêndios de capital envolvem um comprometimento de recursos a longo prazo.
Esses tipos de dispêndios de capital envolvem dispêndios para propaganda, pesquisa e
desenvolvimento, serviços de consultoria à administração e produtos novos. Sua avaliação
é complicada, pois é difícil saber os retornos intangíveis que elas podem obter.


7.2. Fundamentos do Investimento de Capital.
7.2.1. Tipos de Projetos.
Os dois tipos de projetos mais comuns são: Projetos independentes; e projetos mutuamente
excludentes.


7.2.1.1. Projetos Independentes.
São aqueles em que a aceitação de um deles não elimina a consideração dos outros. Se uma
empresa tiver fundos ilimitados para investir, todos os projetos independentes que
satisfizerem seu critério mínimo para investimento podem ser implementados.


7.2.1.2. Projetos mutuamente excludentes.
São aqueles que têm a mesma função. Exemplo: uma empresa se confronta com três formas
de obter seu objetivo de aumentar a capacidade produtiva, as três alternativas serão
consideradas mutuamente excludentes.
7.2.2. Disponibilidade de fundos.
7.2.2.1. Fundos ilimitados.
Nesse caso, todos os projetos independentes, que fornecem retornos maiores do que um
determinado nível, podem ser aceitos. A maioria das empresas não está nessa situação.
Normalmente, o montante para dispêndios de capital é especificado no orçamento anual da
empresa.


7.2.2.2. Racionamento de capital.
A maioria das empresas só dispõe de uma quantia fixa para fins de dispêndios de capital.
Inúmeros projetos poderão disputar essa quantia limitada. Então, a empresa precisa raciona-
los, apropriando fundos aos projetos que possam maximizar os retornos de longo prazo.


7.2.3. Abordagens utilizadas nas decisões tomadas sobre investimento de capital.
7.2.3.1. Abordagem de aceitar-rejeitar.
Essa é uma abordagem simples, pois exige simplesmente a aplicação de critérios
predeterminados a uma proposta e a comparação do retorno resultante com o retorno
mínimo aceitável pela empresa. Essa abordagem poderia ser usada, caso a empresa tivesse
fundos ilimitados. Uma decisão de aceitar-rejeitar é também um passo preliminar na
avaliação de projetos mutuamente excludentes ou em uma situação em que o capital precisa
ser racionado. Se um projeto mutuamente excludente não satisfizer os critérios básicos de
aceitação, deve ser eliminado de consideração. Se a empresa estiver avaliando projetos
dentro de um esquema de racionamento de capital, os projetos inaceitáveis não devem ser
considerados.


7.2.3.2. Abordagem da classificação.
Trata-se de classificar os projetos com base em algum critério predeterminado, como a taxa
de retorno. Quando a empresa se confronta com inúmeros projetos, alguns dos quais são
mutuamente excludentes e alguns independentes, a abordagem adequada é determinar o
melhor de cada grupo de alternativas mutuamente excludentes e, portanto, reduzir o
conjunto de projetos a um grupo de projetos independentes.
8. Fontes de Financiamento.
8.1. Fontes de Financiamento a curto prazo não-garantidas.
8.1.1. Fontes Espontâneas.
As fontes espontâneas mais importantes de financiamento a curto prazo são:


       i)      duplicatas a pagar
       ii)     obrigações resultantes de regime de competência dos exercícios, tais como
               salários e ordenados, juros, aluguéis, etc.


À medida que as vendas da empresa aumentam, as duplicatas a pagar aumentam em
conseqüência das compras aumentadas, exigidas para se atingir níveis mais altos de
produção.
Também em decorrência das vendas crescentes, os salários e impostos a pagar aumentam
como resultado de maiores necessidades de mão-de-obra e dos maiores impostos sobre as
vendas e lucros mais volumosos.


8.1.2. Fontes Bancárias.
Os bancos geralmente concedem empréstimos a curto prazo. O tipo mais importante de
empréstimo feito por bancos a empresas é o empréstimo a curto prazo, para reforçar o
capital de giro.
Isso significa que quando o banco, ao concedê-los, visa financiar necessidades sazonais –
por exemplo, cobrir aumentos sazonais em estoques ou duplicatas a receber. Tais
empréstimos são concedidos visando simplesmente              financiar necessidades nos picos
sazonais, e espera-se que tão logo os estoques e duplicatas a receber sejam convertidos em
caixa , os fundos necessários para pagar o empréstimo serão automaticamente gerados.
A fonte básica de fundos a curto prazo em geral é o crédito comercial. Há três formas
básicas de créditos comerciais:


       i)      notas promissórias.
       ii)     linhas de crédito.
8.1.2.1. Notas promissórias.
Um empréstimo de um único pagamento pode ser obtido de um banco comercial por um
tomador que tenha crédito. Geralmente, esse tipo de empréstimo é um negócio feito numa
única ocasião, quando um tomador necessita de fundos adicionais por um curto período,
mas não acredita que essa necessidade se prolongará. O instrumento resultante desse tipo de
empréstimo é uma nota promissória, que precisa ser assinada pelo tomador. A nota
estabelece as condições de empréstimo, que incluem o prazo estipulado de empréstimo (a
data do vencimento) e a taxa de juros a ser cobrada. Esse tipo de nota promissória de curto
prazo geralmente tem um prazo de 30 a 90 dias. Os juros cobrados numa nota promissória
geralmente são definidos como porcentagem fixa, associada de alguma forma à taxa de
juros interbancária.


8.1.2.2. Linhas de crédito.
A linha de crédito é um acordo entre uma empresa e um banco comercial, que determina o
montante de empréstimo a curto prazo à disposição da empresa no banco. Tal acordo é feito
por um período de um ano e muitas vezes coloca certas restrições ao tomador. A linha
indica que se o banco dispuser de fundos suficientes, deverá emprestá-los, até certo teto. A
maior vantagem da linha de crédito do ponto de vista do banco é que ela elimina a
necessidade de examinar a situação de crédito do cliente, toda vez que ele pedir dinheiro
emprestado.
Para obter tal linha de crédito, o tomador tem que fazer uma solicitação formal,
apresentando demonstrativos da situação financeira de sua empresa e de suas necessidades
futuras de empréstimos. O banco revisará essas demonstrações para determinar se a
empresa necessita da linha de crédito que está solicitando, e se isto for comprovado, se ela
tiver condições de reembolsar os fundos que está tentando obter.


8.1.3. Fontes não bancárias de financiamento.
As três fontes não bancárias mais comuns de empréstimos negociados a curto prazo são:


       i)      título comercial.
       ii)     adiantamento de clientes.
       iii)    empréstimos privados.
8.1.3.1. Título comercial.
Título comercial consiste em notas promissórias a curto prazo, emitidas por empresas com
situação financeira muito credenciada. Geralmente, apenas as grandes empresas de
segurança financeira inquestionável podem emitir um título comercial. A maioria dos
títulos comerciais vence dentro de um período que varia desde alguns dias até nove meses.
A maioria dos títulos comerciais emitidos atualmente é feito por financeiras e, no Brasil,
sua forma mais comum é a Letra de Câmbio.


8.1.3.2. Adiantamento de Clientes.
Uma empresa poderá obter fundos a curto prazo, através do adiantamento de clientes. Em
outras palavras, os clientes podem pagar por tudo ou parte do que eles pretendem comprar,
antes de receberem as mercadorias. Em muitas situações em que um item grande e
dispendioso estiver sendo produzido por encomenda, o cliente pode estar mais do que
disposto a fazer um adiantamento para financiar uma parte dos custos de produção. Em
outros casos, um cliente pode ser demasiadamente dependente de um fornecedor em
relação a um componente básico e pode, portanto, achar vantajoso assegurar o sucesso do
fornecedor, oferecendo financiamento na forma de adiantamento.


8.1.3.3. Empréstimos privados.
Também é possível obter empréstimos a curto prazo dos acionistas da empresa. Os
acionistas abastados em muitas empresas poderão estar dispostos a emprestar dinheiro à
empresa, para que esta supere um período de crise. Esse tipo de acordo faz sentido do ponto
de vista do acionista, o qual tem um grande interesse na sobrevivência da empresa, uma vez
que investiu um certo capital nela.
Outra forma de empréstimo privado pode ser obtida , deixando-se temporariamente de
pagar comissões aos vendedores.


8.2. Fontes de financiamento garantidas.
Um empréstimo com garantia é aquele no qual o credor exige um colateral. Quase sempre o
colateral assume a forma de um ativo tangível como duplicatas a receber ou estoque. O
credor adquire o direito de uso do colateral através da execução de um contrato (contrato de
garantia) entre ele e o tomador. Este contrato indica o colateral empenhado contra o
empréstimo. Uma cópia deste contrato é arquivada num cartório público. O arquivamento
fornece aos subseqüentes credores informações sobre quais ativos de um tomador potencial
estão livres para serem usados como colateral. A exigência do arquivamento protege o
credor, estabelecendo legalmente seu direito sobre a garantia.


8.3. Fontes de financiamento á longo prazo.
Pode-se obter um financiamento através de empréstimo a longo prazo de duas maneiras.
Uma delas é tomar emprestado o dinheiro diretamente. Estes empréstimos a prazo, com
diferentes requisitos são concedidos por inúmeras instituições financeiras importantes. Um
segundo meio de levantar fundos através de empréstimos a longo prazo é vender
instrumentos negociáveis de dívida na forma de debêntures.

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  • 1. ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA 1. Análise das Demonstrações Financeiras. Os índices financeiros podem ser divididos em quatro grupos básicos: - índices de liquidez e atividade. - índices de endividamento. - índices de lucratividade. - índices de cobertura. Os dois primeiros grupos de índices baseiam-se basicamente no Balanço Patrimonial. Enquanto os outros dois grupos de índices na Demonstração de Resultados do Exercício. Haverá mais ênfase nas medidas de liquidez e lucratividade, uma vez que fornecem as informações mais importantes para a sobrevivência a curto prazo da empresa. Como para sobreviver no longo prazo é necessário sobreviver a curto prazo, esses índices são mais enfatizados. Os índices de endividamento e cobertura são úteis somente se for possível se certificar de que a empresa terá sucesso a curto prazo. Um credor só fornecerá dinheiro se sentir que a empresa poderá honrar os compromissos. 1.1. Medidas de liquidez e atividade. Determina-se a liquidez de uma empresa pela sua capacidade em satisfazer suas obrigações, a curto prazo, na data do vencimento. A liquidez não se refere só às finanças totais da empresa, mas também à sua capacidade de converter certos ativos e passivos circulantes em caixa. 1.1.1. Medidas de Liquidez Global da Empresa. Suas três medidas são: Capital circulante líquido; índice de liquidez corrente; índice de liquidez seco. Capital circulante líquido.
  • 2. É o ativo circulante (Caixa, Títulos negociáveis, Duplicatas a receber, Estoques, etc.) menos o passivo circulante (Duplicatas a pagar, Notas promissórias a pagar, parcela do Exigível de Longo Prazo que vence no período, Itens de Despesas a Pagar, etc.). Este cálculo não é muito útil para comparar o desempenho de empresas diferentes, mas sim para controle interno. Quase sempre o contrato, através do qual se incorre num empréstimo de longo prazo, determina especificamente um nível mínimo de capital circulante líquido, que precisa ser conservado pela empresa. Com essa exigência, pretende-se obrigar a empresa a manter uma liquidez operacional suficiente e ajudar a proteger os empréstimos dos credores. Uma comparação em série temporal do capital circulante líquido da empresa ajuda a avaliar as operações da empresa. Índice de liquidez corrente. É um dos índices mais usados; seu cálculo é: Índice de liquidez corrente = (Ativo Circulante)/(Passivo Circulante) Um valor de 2,0 é aceitável; mas a análise depende do desempenho relativo de outras empresas do mesmo ramo. Esse índice mede a previsibilidade do fluxo de caixa da empresa: quanto menor a previsibilidade, maior o Ímdice de liquidez corrente exigido. Se dividirmos 1,0 pelo Índice de Liquidez Corrente da empresa, o quociente resultante subtraído de 1,0 e multiplicado por 100 representa a porcentagem em que os ativos circulantes da empresa podem ser reduzidos sem impossibilitar a empresa se cobrir seus passivos circulantes. Índice de liquidez seco. É idêntico ao anterior, com a única diferença de que se exclui do Ativo Circulante os estoques da empresa. Considera-se que os estoques são o item do ativo circulante menos líquido, daí sua retirada. Índice de liquidez seco = (Ativo Circulante - Estoques)/(Passivo Circulante)
  • 3. Recomenda-se um índice maior ou igual a 1,0. Contudo, o valor aceitável depende do ramo da empresa. Esse índice é indicado quando os estoques forem pouco líquidos. Do contrário, o índice anterior é o mais indicado. Giro de estoques. Mede a liquidez dos estoques da empresa. Giro de estoques = (custo das mercadorias vendidas)/(estoques médios) O giro só pode ser comparado ao de outras empresa do mesmo ramo ou com o giro passado da empresa. A maneira mais correta de calcular o estoque médio seria usar estoques mensais, quando disponível. Muitos acreditam que quanto maior o valor do giro de estoques, melhor para a empresa. Contudo, isso pode estar indicando apenas que há estoques insuficientes e que a empresa está perdendo clientes por falta de mercadoria. Período médio dos estoques. Representa quantos dias em média os estoques ficam parados na empresa. Calcula-se assim: Período médio de estoques = 360/(giro de estoques) Quanto menor for o período, mais líquida e ativa a empresa pode ser considerada. Representa o período médio entre a compra da matéria-prima e a venda final do período. Visto dessa forma, é útil para avaliar as funções de controle da compra , produção e estocagem da empresa. Giro de Duplicatas a receber. É especificado como:
  • 4. Giro de Duplicatas a receber = (Vendas anuais a créd)/(saldo médio de duplicatas a receber) Quanto maior for o giro de duplicatas a receber da empresa, melhor. Se isso ocorrer através de uma política de crédito restritiva demais, pode-se estar prejudicando as vendas, o que é ruim. Um valor alto demais desse giro pode também indicar política de crédito inoperante. Período médio de cobrança. Seu cálculo é: Período médio de cobrança = 360/(giro de duplicatas a receber) Indica o período médio que a empresa leva para cobrar uma duplicata. Depende da política de crédito da empresa. Se só vende duplicatas para 30 dias, um período médio de cobrança de 40 dias seria ruim, mas para duplicatas de 60 dias seria bom. Giro de duplicatas a pagar. Determina o número de vezes que as duplicatas a pagar são convertidas em caixa, por ano. Calcula-se assim: Giro de duplicatas a pagar = (compras anuais a prazo)/ /(média de duplicatas a pagar) Período médio de pagamento. É assim calculado: Período médio de pagamento = 360/(giro de duplicatas a pagar) 1.1.2. Medidas de endividamento. Geralmente, os empréstimos a longo prazo são os visados pelo analista, pois indicam o pagamento de juros no futuro e do principal. O endividamento também é importante para a
  • 5. distribuição de dividendos aos acionistas, pois os credores geralmente têm que receber antes daqueles. Além disso, o grau de endividamento sinaliza a capacidade da empresa de saldar suas dívidas no futuro. Índice de exigível total - ativos totais. Revela a proporção dos ativos totais fornecidos pelos credores da empresa. Calcula-se assim: Índice = (exigível total)/(ativos totais) Índice de empréstimos a longo prazo - Patrimônio Líquido. Ignoram-se os empréstimos a curto prazo porque esses são uma conseqüência natural dos negócios. Apenas os de longo prazo são relevantes, pois indicam compromissos de pagamento mais duradouros. O índice abaixo indica a proporção entre o crédito de longo prazo contraído e os recursos fornecidos pelos proprietários da empresa. É calculado assim: Índice = (empréstimos a longo prazo)/(patrimônio líquido) Empresas capital-intensivas e fluxo de caixa estável geralmente têm um índice mais alto, enquanto as trabalho-intensivas têm índices menores. A comparação deve ser feita pela média do ramo de atividade. Índice de empréstimos alongo prazo - capitalização total. Os recursos a longo prazo da empresa são conecidos como sua capitalização total (incluem tanto capital de terceiros a longo prazo quanto patrimônio líquido. É calculado como: Índice = (empréstimos a longo prazo)/(capitalização total) Indica quanto dos recursos a longo prazo da empresa foram fornecidos por terceiros (credores).
  • 6. 1.1.3. Medidas de lucratividade. DRE percentual. Uma forma de analisar a lucratividade da empresa é expressar a DRE como percentual das vendas da empresa. Desse exercício pode-se tirar os seguintes índices: Margem bruta. Representa a percentagem que cada empresa retirou após ter pago pelas vendas. Quanto maior, melhor. Margem de lucro operacional. Representa a percentagem das vendas que geraram lucro operacional para a empresa (lucro descontados os juros e o imposto de renda).Quanto mais alto, melhor. Margem Líquida. Registra a percentagem das vendas que geraram lucro líquido (após totadas as deduções). Quanto maior, melhor. Giro de ativos totais. O giro de ativos totais revela a eficiência com que a empresa é capaz de usar seus ativos, para gerar cruzeiros de vendas. É calculada como: Giro de ativos totais = (vendas anuais)/(Ativos totais) Seu valor deve ser comparado à média do setor ou com sua evolução no tempo. Retorno sobre investimento (ROI). O ROI, que é muitas vezes chamado de retorno sobre os ativos totais da empresa, determina a eficiência global da administração quanto à obtenção de lucros com seus ativos disponíveis. Quanto maior o ROI, melhor. É calculado com se segue:
  • 7. ROI = (lucro líquido após imposto de renda)/(ativos totais) ou ROI = (margem líquida) X (giro de ativos totais) 1.1.4. Medidas de cobertura. Índice de cobertura de juros. Esse índice mede a capacidade da empresa pagar os juros contratuais. Quanto maior for esse índice, maior será a capacidade da empresa de liquidar os juros. É calculado da seguinte forma: Índice de cobertura de juros = (lucro antes dos juros e imposto de renda) / / (despesa anual de juros) Como regra, se sugere um índice pelo menos de 5,0 e de prefrência próximo a 10,0. Fazendo-se 1,0 menos o inverso desse índice, tem-se a porcentagem máxima de redução do lucro antes dos juros e do imposto de renda para ainda ter condições de pagar os juros devidos. Índice de cobertura de juros e principal. Este índice é semelhante ao índice de cobertura dos juros, exceto que determina não só a capacidade da empresa pagar suas obrigações de juros, mas também sua capacidade de reembolsar o principal de empréstimo ou de fazer pagamentos ao fundo de amortização. Muitas vezes, como parte de um contrato de emissão de debêntures ou de empréstimo de longo prazo, uma empresa é obrigada a fazer pagamentos periódicos do principal, seja ao emprestador, seja ao fundo que está sendo acumulado, para que a dívida seja liquidada no vencimento. Não importa se a parcela se refere ao reembolso efetivo do principal ou a um fundo de amortização: o procedimento usado para calcular o índice é o mesmo. O cálculo é o seguinte: Índice de cobertura de juros e principal = (lucro antes de juros e imposto de renda)/ /(juros + (pagamentos do principal)/(1-t))
  • 8. Onde t se refere à alíquota do IRPJ. 2. Alavancagem Operacional e Financeira. 2.1. Alavancagem operacional. 2.1.1. Tipos de custos. O Custo de Mercadorias Vendidas e as Despesas Operacionais contêm componentes de custos operacionais fixos e variáveis. Em alguns casos, os custos específicos podem ter tanto elementos fixos como variáveis. São eles: i) Custos fixos: são medidos em função do tempo, não das vendas. Exemplo: aluguel. ii) Custos variáveis: dependem do volume de vendas. Exemplo: custos de produção ou de entrega. iii) Custos semivariáveis: contêm parte fixa e outra variável. Exemplo: comissões de venda, que remuneram o vendedor a nível fixo até verto volume e variável depois. 2.1.2. Alavancagem operacional. Pode ser definida como a capacidade da empresa de usar custos operacionais fixos com a finalidade de maximizar os efeitos das variações nas vendas em seu lucro, antes de descontar os juros e imposto de renda. Alavancagem operacional. Receita de vendas. Menos: Custos Fixos operacionais. Menos: Custos Variáveis operacionais. Lucro antes de juros e imposto de renda (LAJIR).
  • 9. A alavancagem operacional existe sempre que um aumento (diminuição) das vendas resulte num acréscimo (decréscimo) mais do que proporcional no lucro antes de juros e imposto de renda. Sempre que houver custos fixos operacionais, existe a alavancagem operacional. Podemos definir a alavancagem operacional como: ALO = (Variação percentual no LAJIR)/(Variação percentual nas vendas) > 1 Quanto maior for o valor resultante da fórmula acima, maior será a alavancagem. Uma vez que a alavancagem operacional funciona em ambas as direções (maximizando ou mnimizando o LAJIR), níveis elevados de risco estão relacionados a maiores graus de lavancagem. Deste modo, os elevados custos fixos operacionais aumentam a alavancagem operacional e o risco operacional de uma empresa. Tendo em vista esse risco, pode-se fazer uma análise do ponto de equilíbrio da empresa, que possibilita a ela: i) determinar o nível de operacões que precisa manter para cobrir todos os seus custos operacionais; ii) avaliar a lucratividade ou prejuízo aos vários níveis de renda. Para tanto, adotaremos a seguinte legenda: X = volume de vendas em unidades; P = preço de venda por unidade; F = custo operacional fixo por período; V = custo operacional variável por unidade. Podemos escrever: LAJIR = P.X - F - V.X
  • 10. ou: LAJIR = X(P - V) - F O ponto de equilíbrio da empresa é definido como o nível de vendas onde todos os custos operacionais fixos e variáveis são cobertos (LAJIR = 0). Este ponto é obtido quando: X = F / (P - V) Variações dos custos fixos. Um aumento nos custos operacionais fixos da empresa elevará seu ponto de equilíbrio, e um decréscimo nos seus custos operacionais fixos abaixará seu ponto de equilíbrio. As variações nos custos operacionais fixos da empresa têm um efeito ainda mais significativo sobre sua alavancagem operacional. Esta análise dá suporte à colocação de que um aumento nos custos operacionais fixos da empresa aumenta não só o volume de vendas necessário para se atingir o ponto de equilíbrio, mas também a alavancagem operacional da empresa. O oposto também é verdadeiro: um decréscimo nos custos operacionais fixos da empresa abaixará seu ponto de equilíbrio e reduzirá sua alavancagem operacional. Isso se deve a economias de escala (exemplo: quanto mais cheio um alto-forno de uma siderúrgica, maior o LAJIR). Conclusão: quanto maiores os custos fixos operacionais da empresa, maior será o grau de alavancagem operacional e maior será o volume de vendas necessário para se atingir o ponto de equilíbrio, e vice-versa. Variações no preço unitário de venda. Um aumento no preço unitário de venda reduzirá o volume de vendas necessário ao ponto de equilíbrio da empresa, e uma queda no preço unitário elevará o volume de vendas necessário ao ponto de equilíbrio. Variações no custo operacional variável unitário.
  • 11. Um aumento no custo operacional variável unitário elevará o volume de vendas necessário para se atingir o ponto de equilíbrio da empresa, ao passo que uma queda no custo operacional variável unitário abaixará o ponto de equilíbrio da empresa. A análise acima tem algumas deficiências: i) A suposição de lineraridade: geralmente, nem o preço de venda unitário nem o custo variável unitário independem do nível do volume de vendas; os aumentos de vendas além de certo ponto só são conseguidos mediante a redução do preço unitário; o custo operacional variável cresce, à medida que a empresa aproxima-se de sua capacidade plena (queda da produtividade da mão-de-obra e aumento no custo de horas extras); o LAJIR máximo pode ocorrer acima do ponto de equilíbrio, mas abaixo das vendas máximas. ii) Classificação de custos: uma segunda deficiência da análise de ponto de equilíbrio é a dificuldade de classificar custos semivariáveis, que são fixos dentro de certas faixas, embora variem entre elas; em alguns casos, pode não ser possível dividir estes custos em componentes fixos e variáveis para a análise do ponto de equilíbrio (exemplo: alto-forno que deprecia com o tempo, mas influenciado pelo volume de operação); iii) Aplicações para produtos múltiplos: se cada produto for analisado separadamente, é difícil dividir os custos entre os produtos. iv) Validade de aplicação a curto prazo: é normalmente aplicável a um ano de exercício; se a empresa tiver um grande dispêndio com propaganda, por exemplo, e não se esperem benefícios imediatos, essas despesas elevarão o nível de vendas necessário. 2.1.3. Alavancagem financeira. A alavancagem financeira é definida como a capacidade da empresa usar encargos financeiros fixos para maximizar os efeitos de variações no LAJIR sobre o Lucro Disponível para Acionistas Comuns (LPA). Seu esquema contábil é o seguinte: LAJIR Menos: Despesas de Juros (J)
  • 12. Lucro antes do Imposto de Renda (LAIR) Menos: Provisão para Imposto de Renda (IR) Lucro Líquido do período Menos: Dividendos preferenciais. Lucro disponível para acionistas comuns (LPA). Sempre que uma empresa tiver encargos financeiros fixos na sua estrutura financeira, a alavancagem financeira existe. Pode ser definido pela equação abaixo: alavancagem = (Variação percentual no LPA) / (Variação percentual no LAJIR) > 1 Como antes, maiores níveis de risco estão associados a níveis mais elevados de alavancagem. 2.1.4. Risco Operacional e Financeiro. Podemos expressar os riscos enfrentados pela empresa como a seguir: i) Risco operacional: é o risco que se corre de não conseguir cobrir os custos operacionais. À medida que os custos operacionais fixos de uma empresa aumentam, o volume de vendas necessário para cobrir todos os seus custos operacionais cresce: quando mais elevado o ponto de equilíbrio, maior o risco. ii) Risco financeiro: é o risco de não se conseguir cobrir os custos financeiros. À medida que os encargos financeiros aumentam, o nível de LAJIR necessário para cobri-los também aumenta. Uma alavancagem financeira mais elevada leva a um risco maior; a alavancagem financeira é muitas vezes medida por um simples índice, como o índice de exigível a longo prazo - patrimônio líquido, ou o índice de cobertura de juros (cada um desses índices indica a relação entre os fundos sobre os quais precisam ser pagos encargos financeiros fixos e os fundos totais investidos na empresa.
  • 13. 3. Origem e aplicações de recursos. 3.1. Demonstração de Origem e Aplicações de Recursos. O termo recursos pode indicar duas coisas: caixa ou capital circulante líquido. Ambos são necessários ao funcionamento adequado da empresa. O Caixa é necessário para a empresa pagar suas duplicatas. O Capital Circulante Líquido (CCL) é necessário especialmente em negócios sazonais, para porporcionar uma proteção financeira para o pagamento de duplicatas a vencer a curto prazo. 3.1.1. Classificação das fontes e aplicações de caixa. Origem de caixa são fatores que aumentam o caixa da empresa, enquanto as aplicações de caixa são itens que o reduzem. As Origens básicas do Caixa são: i) uma diminuição num ativo; ii) um aumento num passivo exigível; iii) lucro líquido após o IR; iv) depreciação; v) venda de ações. As Aplicações mais comuns de Caixa são: i) um aumento num ativo; ii) uma diminuição num passivo exigível; iii) um prejuízo líquido; iv) o pagamento de dividendos em dinheiro; v) a reaquisição ou resgate de ações. Dos ativos da empresa, somente os ativos fixos requerem atenção especial. Isto porque há duas formas básicas, segundo as quais os ativos fixos podem ser mostrados no Balanço. A
  • 14. primeira delas é a mais detalhada e não exige qualquer atenção especial. Suponha que uma empresa tenha os seguintes lançamentos em seu Balanço e que a depreciação de R$ 500 na DRE para 19X1: Itens do BP 19X0 19X1 Ativos Fixos R$ 9.500 R$ 10.200 Menos:Depreciação acum. 4.200 4.700 Ativos Fixos Líq. 5.300 5.500 Nesse caso, a variação nos ativos fixos da empresa é de R$ 700. Essa variação aparecerá como uma aplicação de recursos na Demonstração de Origem e Aplicação de Recursos. A diferença entre a depreciação acumulada em 19X0 e 19X! (R$ 500) é igual à despesa de depreciação na DRE. Para achar a variação (se houver) nos ativos fixos, quando se tem esses tipos de informação, usa-se a seguinte fórmula: VAF(t) = AFL(t) + D(t) - AFL(t-1) (3.1) onde: VAF(t) = a variação nos ativos fixos no período corrente, t. AFL(t) = os ativos fixos líquidos no período corrente, t. D(t) = a depreciação apropriada no período corrente, t AFL(t-1) = os ativos fixos líquidos no período precedente, t-1. Ocasionalmente, os pagamentos de dividendos em dinheiro não aparecem na DRE. Se aparecem, é claro que podem ser lançados diretamente na Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos. Contudo, em muitos casos, o último ítem que aparece na DRE é o lucro líquido após o IR. Nesse caso, o analista deve verificar se os dividendos em dinheiro foram pagos. Suponha que uma empresa mostre lucro líquido após o IR de R$ 5.000 no período corrente (19X1), e que o Patrimônio Líquido para o último ano (19X0) e o ano corrente (19X1) sejam os seguintes:
  • 15. Patrimônio Líquido 19X0 19X1 Ações Ordinárias R$ 40.000 R$ 45.000 Lucros Retidos 30.000 33.000 Total 70.000 78.000 Nesse caso, os lucros retidos da empresa aumentaram em R$ 3.000. Esse aumento significa que a empresa dispôs só de R$ 3.000, dos R$ 5.000 de lucro líquido após o IR. Os R$ 2.000 restantes devem, portanto, representar um pagamento de dividendos. Este é uma aplicação de recursos feito pela empresa. Teremos a seguinte equação: D(t) = LL(t) - LR(t) + LR(t-1) (3.2) onde: D(t) = dividendo em dinheiro pago no período t; LL(t) = lucro líquido após o IR no período t; LR(t) = lucros retidos no fim do período t; LR(t-1) = os lucros retidos no fim do período t-1. Se houve um aumento de lucros retidos da empresa, num montante exatamente igual ao lucro líquido após o IR, ela não deve ter pago dividendos. Uma empresa pode vender ações adicionais, resgatar as ações existentes, ou readquirir as ações emitidas. O montante comprado ou vendido pode ser determinado, calculando-se a variação no Patrimônio Líquido, excluindo as variações nos lucros retidos. Um aumento de ações é uma fonte de recursos, enquanto que uma diminuição é uma aplicação de recursos. Pode-se usar a seguinte fórmula: VA(t) = [ PL(t) - PL(t-1) ] - [ LR(t) - LR(t-1) ] (3.3) onde: VA(t) = variação das ações emitidas; PL(t) = Patrimônio Líquido no período t; PL(t-1) = Patrimônio Líquido no período t-1;
  • 16. Deve-se seguir os seguintes passos para montar uma Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos: i) Passo 1: usando o período mais distante como base, calcule as variações em todos os itens do Balanço; ii) Passo 2: Classifique as variações em todos os itens do Balanço, EXCETO ativos fixos e lucros retidos; iii) Calcule a variação nos ativos fixos usando a equação (3.1); iv) Calcule os dividendos pagos em dinheiro, usando a equação (3.2), caso não apareçam na DRE; v) Calcule a variação, se houver, no montante de ações emitidas, usando a equação (3.3). Um exemplo de Origens seria: i) LL após o IR ii) Depreciação iii) Diminuição em duplicatas a receber iv) Diminuição em estoques v) Aumento em duplicatas a pagar vi) Aumento em salários a pagar vii) Aumento em empréstimos a longo prazo Um exemplo de Aplicações seria: i) Pagamento em dividendos ii) Aumento em ativos fixos iii) Aumento em caixa
  • 17. iv) Aumento em títulos negociáveis v) Diminuição em títulos a pagar vi) Reaquisição de ações. No exemplo acima, temos uma Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos de Caixa. Para fazer o mesmo com Capital Circulante Líquido deve-se juntar o ativo e o passivo circulantes no capital circulante líquido. O acréscimo de CCL é uma aplicação de recursos, o decréscimo no CCL é uma fonte de recursos. As Demonstrações das Origens e Aplicações de Recursos de Caixa e CCL permitem ao administrador financeiro analisar os fluxos de fundos passados da empresa, e possivelmente os futuros. Apesar de não se determinar as relações causais entre fontes e aplicações, a análise desses demonstrativos aponta determinados tipos de deficiências. Por exemplo, aumentos exagerados de estoques e duplicatas a receber podem assinalar a existência de certos tipos de problemas de venda de estoques e cobrança de dívidas. 3.2. Orçamento de caixa. O Orçamento de Caixa permite à empresa planejar suas necessidades de caixa a curto prazo. Deve-se usar uma previsão de vendas, que será dada pelo departamento econômico da empresa e que pode estar baseada em duas fontes: i) Previsões externas: crescimento da economia (PIB) e da renda per capta relevante. ii) Previsões externas: previsões específicas da empresa nos seus canais de venda. O formato geral do Orçamento de Caixa é o seguinte: Recebimentos. Menos: Pagamentos. Fluxo Líquido de caixa. Mais: Saldo Inicial de caixa.
  • 18. Saldo Final de caixa. Mais: Financiamento necessário. Saldo final de caixa com financiamento. Os recebimentos incluem todos os itens a partir dos quais temos as entradas de caixa em qualquer mês. Seus componentes mais comuns são: vendas à vista, cobrança de vendas a crédito, etc. 4. Administração de Capital de Giro. 4.1. Capital Circulante Líquido. Em geral, o uso do CCL para avaliar o desempenho de uma mesma empresa ao longo do tempo é aceitável, desde que a estrutura básica dos ativos não se altere drasticamente durante o período. A maioria das empresas precisa operar com um certo montante de CCL para , mas a quantidade exata depende muito da indústria. As empresas com fluxo de receita pouco oscilante podem trabalhar com CCL até negativo, mas a maioria das empresas precisa manter níveis positivos de CCL. O pricípio teórico que orienta tal procedimento é o seguinte: quanto maior for a margem segundo a qual os ativos circulantes de uma empresa cobrem as suas obrigações a curto prazo (passivos circulantes), mais capaz será de pagar suas contas na data do vencimento. As saídas de caixa resultantes de pagamento de obrigações correntes são previsíveis, pois quando são contraídas sua data de pagamento é determinada. O mesmo não ocorre com as entradas de caixa. Daí a necessidade de CCL positivo. Quanto mais incertas forem as entradas, maior a necessidade de CCL positivo.
  • 19. Com o propósito de aumentar a probabilidade de ter dinheiro suficiente para pagar suas contas, uma empresa deve se esforçar para vender, já que em muito casos as vendas resultarão num recebimento imediato e em outras vezes resultarão em duplicatas que serão eventualmente convertidas em dinheiro. Um nível adequado de estoques deve ser mantido para o fluxo de vendas necessário. O CCL pode ser visto também como aquela porção dos ativos circulantes de uma empresa financiada com fundos a longo prazo. Exemplo: - uma empresa tem R$ 27000 de ativos circulantes, R$ 43000 de ativos fixos e R$70000 de ativos totais. - a mesma empresa tem R$ 16000 de passivos circulantes e R$ 24000 de empréstimos a longo prazo e R$ 30000 de patrimônio líquido. - os empréstimos de longo prazo mais o patrimônio líquido representam suas fontes de recursos de longo prazo. - as fontes de recursos a longo prazo dessa empresa são R$ 54000. - sabendo que o CCL é R$ 11000, esta empresa tem (11/54)% das fontes de recursos de longo prazo financiando o ativo circulante. (Quanto maior esse número, melhor, pois indica que o financiamento se baseia em fontes mais estáveis). 4.2. Relação entre lucratividade e risco. A lucratividade pode ser medida pelo lucro líquido (LL), enquanto o risco é medido pela probabilidade de a empresa se tornar tecnicamente insolvente (não consegue pagar suas contas no vencimento). O lucro de uma empresa pode ser aumentado de duas formas: i) número maior de vendas; ii) redução de custos. O lucro pode ser aumentado também investindo-se em ativos mais rentáveis, que possam gerar níveis mais altos de vendas. O corte de custos pode vir de se pagar menos por um item ou serviço, ou por se usar recursos de maneira mais proveitosa.
  • 20. Pode-se considerar que quanto maior o CCL de uma empresa, menor seu nível de risco. Para tratar da relação lucratividade-risco, temos que adotar algumas suposições básicas: i) supõe-se que a empresa possa ganhar mais utilizando seus ativos fixos que os ativos circulantes; ii) a empresa pode obter o financiamento que necessita através de qualquer uma das seguintes formas: - passivos circulantes. - fundos a longo prazo. Se uma empresa quer aumentar sua lucratividade, tem que aumentar seu risco. Se quiser diminuir seu risco, tem que diminuir sua lucratividade. Sobre os ativos circulantes: i) Diminuem em relação ao ativo total (ou seja, aumenta a participação do ativo fixo): significa que a empresa tem maior capacidade produtiva, logo está em maiores condições de produzir e aumentar as vendas, o que aumenta a lucratividade; mas seu risco aumentará, pois seu CCL fica proporcionalmente menor. ii) Aumentam em relação ao ativo total: acontece o contrário. Sobre os passivos circulantes: i) Aumento dos passivos circulantes em relação ao ativo total: a lucratividade cai, pois devido a maiores custos dos empréstimos a curto prazo, paga-se mais de juros; haverá um aumento do risco global, pois o CCL diminuirá. ii) Diminuição de passivos circulantes em relação ao ativo total: o contrário. O efeito conjunto deve levar em conta o seguinte: i) se o CCL estiver aumentando (tudo o mais constante), haverá diminuição de risco; caso contrário, haverá aumento de risco.
  • 21. ii) se a participação dos ativos fixos no ativo total estiver aumentando, há maior potencial de lucro; em caso contrário, espera-se queda de lucratividade. 4.3. Determinação da composição do financiamento. Uma das decisões mais importantes que precisam ser tomadas com respeito aos ativos circulantes e passivos circulantes de uma empresa é como usar os passivos circulantes para financiar ativos circulantes. Um dos fatores críticos a considerar é que qualquer empresa só pode dispor de um montante limitado de financiamento a curto prazo, pois os bancos não emprestam a curto prazo para aplicações a longo prazo. Há três abordagens sobre o assunto, que exporemos a seguir. 4.3.1. Abordagem da proteção. A abordagem da proteção segue o critério de financiar fluxos de curto prazo com empréstimos de curto prazo, e financiar aplicações de longo prazo com empréstimos tomados a longo prazo. O cálculo do custo dos fundos de curto prazo é feito como a seguir: - calcula-se o empréstimo médio mensal e multiplica-se esse valor pela taxa de juros de empréstimo de curto prazo. O cálculo dos custos dos fundos a longo prazo é feito da seguinte forma: - calcula-se o empréstimo médio anual e se multiplica por sua taxa de juros. Essa abordagem é arriscada porque o CCL se anula e porque a empresa está sacando tanto quanto possível nas fontes de fundos a curto prazo, para cobrir suas necessidades sazonais. 4.3.2. Abordagem conservadora.
  • 22. A abordagem conservadora seria financiar todas as necessidades projetadas de fundos a longo prazo e usar fundos a curto prazo no caso de uma emergência ou de uma saída inesperada de fundos. Há, entretanto, dois inconvenientes: i) é difícil acreditar que seja implentada realmente, pois certos instrumentos de financiamento a curto prazo são virtualmente inevitáveis; ii) seria bastante difícil manter baixos níveis de duplicatas a pagar e salários, pois tais itens surgem naturalmente dos negócios. O custo dessa abordagem pode ser facilmente considerado se o financiamento de longo prazo contraído for multiplicado pelo seus juros anuais. O nível de CCL relacionado com essa abordagem deve acarretar um nível baixo de risco para a empresa. 4.3.3. Relação entre as duas abordagens. A maioria das empresas adota uma prática intermediária entre as duas abordagens. O custo da abordagem mista pode ser calculado encontrando-se a média dos fundos requeridos a curto e longo prazos e multiplicando-se os valores obtidos pelas taxas de juros a curto e médio prazos; a soma dos dois é o custo total do plano. A abordagem mista é menos arriscada que a abordagem de proteção e mais arriscada que a conservadora. 5. Investimento de capital. 5.1. Técnicas não-sofisticadas de investimento de capital. Existem basicamente duas técnicas não-sofisticadas para determinar se são aceitáveis ou não as alternativas de dispêndio de capital: os cálculos da taxa média de retorno e do período de payback. 5.1.1. Taxa média de retorno. O cálculo da taxa média de retorno é uma abordagem bastante comum à avaliação de dispêndios propostos de capital. Esta abordagem é preferida por ser calculada a partir de dados contábeis. Sua definição mais comum é:
  • 23. Taxa média de retorno = (LAIR médio)/(investimento médio) LAIR médio: é obtido adicionando-se o LAIR esperado de cada ano de vida do projeto e dividindo-se o resultado pelo número de anos. Em cado de uma anuidade, o LAIR médio é igual ao LAIR de qualquer ano. Investimento médio: é obtido dividindo-se o investimento líquido por 2. Este processo pressupõe que a empresa esteja depreciando a uma taxa constante do valor do capital e neste caso o valor de livro do ativo declina a uma taxa constante desde o preço de compra até zero, ao fim de sua vida útil. Isso significa que, em média, a empresa manterá metade de seu preço inicial de compra nos seus livros. Exemplo: um investimento de R$ 30.000,00; no primeiro ano, o registro é R$ 30.000,00; no segundo, R$ 20.000,00; no terceiro, R$ 10.000,00; no quarto, zero; somando tudo e dividindo por 4 (número de períodos), temos um investimento médio de R$ 15.000,00, ou seja, (R$ 30.000,00/2). O aspecto mais favorável do uso da taxa média de retorno para avaliação de projetos é a facilidade de cálculo Suas principais deficiências são duas: i) a primeira é o uso de dados contábeis, em vez de flucos de caixa (FC = LAIR + Depreciação do período). Esta deficiência pode ser superada, usando-se fluxos de caixa médios como numerador. ii) a segunda deficiência é que o método ignora o fator tempo no cálculo: o LAIR pode começar alto e terminar o período pequeno, pode começar pequeno e terminar alto, pode se manter constante; mesmo que se tenha o mesmo retorno nos três projetos, o primeiro é o melhor e o último preferível ao segundo. 5.1.2. Períodos de payback. O período de payback é o nímero de períodos necessário para se recuperar o investimento líquido.
  • 24. Período médio de payback. Baseia-se na suposição de que as entradas médias de caixa são representativas do padrão de fluxos de caixa. A fórmula é: Período médio de payback = (investimento médio)/ /(entradas médias de caixa médias anuais) Período efetivo de payback. O período efetivo de payback se determina definindo-se exatamente o tempo que leva para se recuperar o investimento líquido. Em vez de se obter simplesmente a média das entradas de caixa, a empresa leva em conta a época em que essas ocorrerão. Esse último cálculo é preferível em relação ao anterior, pois reflete FC reais, que são importantes aos administradores. O período de payback é uma medida melhor do que a taxa média de retorno, pois considera fluxos de caixa, em vez de lucros contábeis. Apenas os fluxos de caixa poderão pagar as contas da empresa. O período efetivo de payback também é melhor que a taxa média de retorno pois considera a época de ocorrência dos fluxos de caixa e, portanto, o fator tempo no valor do dinheiro. O perído de payback pode funcionar como uma medida de risco, pois reflete a liquidez do projeto: quanto mais líquido o investimento, supõe-se que ele seja menos arriscado. Há duas desvantagens básicas no uso de períodos de payback: i) não levar em conta explicitamente o fator tempo; ii) não leva em consideração os FC’s após o período de payback. 5.2. Técnicas sofisticadas de investimentos de capital. 5.2.1. Valor presente líquido. É a mais sofisticada de todas. Sua fórmula é: VPL = (Valor atual das entradas de caixa) - (Investimento líquido)
  • 25. O VPL é obtido subtraindo-se o investimento líquido de um projeto do valor atual das entradas de caixa descontadas a uma taxa igual ao custo de capital da empresa. Somente se todos os fluxos de caixa, tanto entradas como saídas, forem medidos em termos monetários atuais, é que se farão comparações válidas entre si. Já que se trata de investimentos convencionais, o investimento líquido é dado em termos monetários atuais O critério de tomada de decisão é o seguinte: Se o VPL < 0, rejeita-se o projeto; do contrário, ele é aceito. 5.2.2. Índice de Lucratividade. É às vezes denominada índice de custo-benefício e não difere muito do VPL: a únoca diferença é que o IL mede o retorno relativo ao valor atual por real investido, ao passo que o VPL é apenas uma diferença. Sua fórmula é: IL = (valor atual das entradas de caixa)/(investimento líquido) Se o IL < 1, rejeita-se o projeto; do contrário, se aceita. 5.2.3. Taxa interna de retorno (TIR) É definida como a taxa de desconto que leva o valor atual das entradas de caixa a se igualarem ao investimento líquido referente a um projeto. Se a TIR for maior ou igual ao custo do capital, deve-se aceitar o projeto; caso contrário, deve-se rejeitá-lo. Um forma prática de se calcular a TIR é fazer um gráfico de VPL x Taxa de desconto. A TIR ocorrerá quando o VPL for nulo. 6. Investimento de capital sob risco. 6.1. Conceitos fundamentais de risco. 6.1.1. Risco e Incerteza. Em todo o texto, os termos risco e incerteza são usados indiferentemente, referindo-se à variabilidade de retornos esperados, relativos a um dado projeto. Quanto mais certos forem
  • 26. os retornos de um projeto, menor será a variabilidade e, portanto, o risco. Projetos com retornos incertos que podem assumir qualquer valor possuem maior risco. O risco existe quando quem toma decisões puder estimar as probabilidades relativas a vários resultados. Distribuições probabilísticas objetivas baseiam-se normalmente em dados históricos. A incerteza existe quando quem toma decisões não tem nenhum dado histórico a partir do qual possa desenvolver uma distribuição probabilística e precisa fazer estimativas aceitáveis, a fim de formular uma distribuição probabilística subjetiva. 6.1.2. Análise de sensitividade de risco. A análise de sensitividade envolve o uso de inúmeros resultados possíveis, ao se avaliar um projeto. O procedimento básico é avaliar um projeto usando-se inúmeros fluxos de caixa relacionados, para se ter uma percepção da variabilidade dos resultados. Uma das abordagens mais comuns de sensitividade é estimar os resultados piores (mais pessimistas), esperados (mais prováveis) e melhores (otimistas), relacionados a um projeto. Exemplo. Tabelas 14.1 e 14.2. 6.1.3. Como atribuir probabilidades a resultados. As probabilidades são usadas para determinar mais acuradamente o risco envolvido em um projeto. Uma probabilidade de um evento pode ser considerada a chance percentual de ocorrer um certo resultado. Atribuindo-se probabilidades aos resultados de um projeto, é possível estimar o valor esperado do seu retorno. O valor esperado de um projeto é um retorno médio ponderado, em que os pesos usados são as probabilidades dos vários resultados (usa-se os valores do VPL). Exemplo: Tabela 14.3. 6.2. Determinação do risco de projetos. Se houvesse necessidade de se comparar os valores esperados de dois projetos A e B no exemplo anterior, eles seriam os mesmos. A comparação da distribuição probabilística relativa a cada projeto possibilita a quem toma decisões perceber os diferentes graus do
  • 27. risco de projetos. Pode-se traçar uma distribuição probabilística, lançando os resultados possíveis e as probabilidades relacionadas sobre um conjunto de eixos resultado- probabilidade (como mostram as figuras 14.1 e 14.2). 6.2.1. Desvio-padrão. Uma forma de medir a dispersão dos resultados é calcular seu desvio-padrão, que tem a seguinte fórmula: DP = ({soma [Ri - E]**2}.Pi)**0,5 onde: DP = desvio padrão. Ri = VPL na posição i E = VPL esperado Pi = probabilidade de Ri. Exemplo. Tabela 14.4. 6.3. Risco e tempo. 6.3.1. Risco como função do tempo. O risco não deve ser considerado apenas em relação ao período de tempo presente, mas como função crescente do tempoMesmo quando os valores esperados devem ser iguais em cada ano, seus desvios-padrão são maiores quando mais se avança para o futuro. Como regra geral, se as previsões de fluxo de caixa forem feitas para um fluxo cada vez mais distante, maior será o número de variáveis envolvidas e, portanto, mais arriscados serão os valores previstos. Exemplo. fazer fig. 14.3. 6.3.2. Risco de carteiras.
  • 28. O risco de projetos propostos de investimento de capital não pode ser visto independentemente de outros projetos. A empresa deve ser considerada como possuidora de uma carteira de projetos selecionados de modo consistente, com o objetivo de maximizar a riqueza dos proprietários. É preciso considerar as novas propostas de investimento de capital, em função dos projetos existentes, bem como dos outros projetos propostos, e os projetos selecionados devem ser os que melhor diversificam ou reduzem o risco da empresa, ao mesmo tempo que geram um retorno aceitável. A diversificação bem sucedida pode tomar o risco de um grupo ( ou uma carteira) menor do que a soma do risco dos projetos individuais. A fim de diversificar o risco de projetos e, conseqüentemente, reduzir o risco total da empresa, os projetos que são os mais favoráveis à combinação ou adição à carteira existente de projetos são os que têm uma correlação negativa (ou ouco positiva) com os projetos existentes. Exemplo: Fig. 14.5 7. Administração de Ativos Fixos. 7.1. Como Administrar Ativos Fixos. Já que os investimentos em ativos fixos representam dispêndios imensos para as empresas industriais, é preciso prestar muita atenção não só ao dispêndio inicial destinado à compra de um determinado ativo, mas também aos dispêndios subseqüentes relacionados ao ativo. Por definição, os ativos fixos têm vida superior a um ano e, por isso, representam um comprometimento a longo prazo. À medida que o tempo passa, eles podem ficar obsoletos ou necessitar de um reparo. A esta altura, certas decisões financeiras são necessárias. 7.1.1. Dispêndios de capital. O dispêndio de capital é uma despesa que a empresa faz visando gerar benefícios que retornem depois de um ano. Todo comprometimento de recursos em ativos fixos constitue dispêndio de capital, porém nem todo dispêndio de capital resulta na aquisição de um ativo fixo. Aqui trataremos dos dispêndios de capital em ativos fixos.
  • 29. Os motivos básicos para o dispêndio de capital são: i) adquirir, substituir ou modernizar ativos fixos; ii) obter algum benefício menos tangível por um longo período. 7.1.1.1. Aquisição de ativos. Uma empresa em crescimento acha muitas vezes necessário adquirir novos ativos fixos rapidamente. À medida que seu crescimento reduz e esta atinge a maturidade, a maior parte de seus investimentos de capital será para a substituição de ativos obsoletos ou gastos. É importante ter em mente que os ativos fixos incluem instalações e equipamentos. Quer dizer, a compra de instalações adicionais, como outra fábrica, é um dispêndio de capital. 7.1.1.2. Substituição de Ativos. A decisão de substituição é bastante comum em empresas mais maduras. Esse tipo de dispêndio de capital nem sempre provém do estrago de uma parte do equipamento ou da impossibilidade de uma instalação existente funcionar eficientemente. A necessidade de substituir ativos existentes precisa ser examinada periodicamente pelo administrador. Toda vez que uma máquina exige um grande reparo, é preciso avaliar o dispêndio deste, em vista do dispêndio que seria necessário para substituí-la e dos benefícios de sua substituição. Não é preciso que uma máquina quebre para que o administrador financeiro disponha-se a considerar a substituição de ativos fixos. À medida que as máquinas passam a não ter a resistência exigida, ou tornam-se ineficientes em comparação a máquinas mais atuais, deve- se avaliar as vantagens de sua substituição. Um dispêndio para uma máquina nova pode ser bastante justificável, em função da economia dos custos totais resultantes. Somente conservando-se a par dos novos desenvolvimentos e questionando os dispêndios para reparos, pode uma empresa administrar convenientemente os ativos fixos. 7.1.1.3. Modernização. A modernização de ativos fixos é muitas vezes uma alternativa à substituição dos mesmos. A modernização poderá incluir a reconstrução, o reparo ou a inclusão de uma nova máquina, ou ainda, instalações novas. Exemplos:
  • 30. iii) uma furadeira existente pode ser modernizada , através da substituição de seu motor e adaptação. iv) uma instalação física pode ser modernizada , renovando-se suas instalações elétricas, adicionando um sistema de ar condicionado. A modernização deve ser considerada em função dos custos e benefícios relevantes. A empresa pode achar que o custo de modernização de ativos seja realmente maior do que o custo de sua substituição. Em alguns casos, embora o custo de modernização seja menor do que o custo de substituição, a última pode ser preferível por resultar na obtenção de benefícios durante um período de tempo mais longo. 7.1.1.4. Outras finalidades. Alguns dispêndios de capital envolvem um comprometimento de recursos a longo prazo. Esses tipos de dispêndios de capital envolvem dispêndios para propaganda, pesquisa e desenvolvimento, serviços de consultoria à administração e produtos novos. Sua avaliação é complicada, pois é difícil saber os retornos intangíveis que elas podem obter. 7.2. Fundamentos do Investimento de Capital. 7.2.1. Tipos de Projetos. Os dois tipos de projetos mais comuns são: Projetos independentes; e projetos mutuamente excludentes. 7.2.1.1. Projetos Independentes. São aqueles em que a aceitação de um deles não elimina a consideração dos outros. Se uma empresa tiver fundos ilimitados para investir, todos os projetos independentes que satisfizerem seu critério mínimo para investimento podem ser implementados. 7.2.1.2. Projetos mutuamente excludentes. São aqueles que têm a mesma função. Exemplo: uma empresa se confronta com três formas de obter seu objetivo de aumentar a capacidade produtiva, as três alternativas serão consideradas mutuamente excludentes.
  • 31. 7.2.2. Disponibilidade de fundos. 7.2.2.1. Fundos ilimitados. Nesse caso, todos os projetos independentes, que fornecem retornos maiores do que um determinado nível, podem ser aceitos. A maioria das empresas não está nessa situação. Normalmente, o montante para dispêndios de capital é especificado no orçamento anual da empresa. 7.2.2.2. Racionamento de capital. A maioria das empresas só dispõe de uma quantia fixa para fins de dispêndios de capital. Inúmeros projetos poderão disputar essa quantia limitada. Então, a empresa precisa raciona- los, apropriando fundos aos projetos que possam maximizar os retornos de longo prazo. 7.2.3. Abordagens utilizadas nas decisões tomadas sobre investimento de capital. 7.2.3.1. Abordagem de aceitar-rejeitar. Essa é uma abordagem simples, pois exige simplesmente a aplicação de critérios predeterminados a uma proposta e a comparação do retorno resultante com o retorno mínimo aceitável pela empresa. Essa abordagem poderia ser usada, caso a empresa tivesse fundos ilimitados. Uma decisão de aceitar-rejeitar é também um passo preliminar na avaliação de projetos mutuamente excludentes ou em uma situação em que o capital precisa ser racionado. Se um projeto mutuamente excludente não satisfizer os critérios básicos de aceitação, deve ser eliminado de consideração. Se a empresa estiver avaliando projetos dentro de um esquema de racionamento de capital, os projetos inaceitáveis não devem ser considerados. 7.2.3.2. Abordagem da classificação. Trata-se de classificar os projetos com base em algum critério predeterminado, como a taxa de retorno. Quando a empresa se confronta com inúmeros projetos, alguns dos quais são mutuamente excludentes e alguns independentes, a abordagem adequada é determinar o melhor de cada grupo de alternativas mutuamente excludentes e, portanto, reduzir o conjunto de projetos a um grupo de projetos independentes.
  • 32. 8. Fontes de Financiamento. 8.1. Fontes de Financiamento a curto prazo não-garantidas. 8.1.1. Fontes Espontâneas. As fontes espontâneas mais importantes de financiamento a curto prazo são: i) duplicatas a pagar ii) obrigações resultantes de regime de competência dos exercícios, tais como salários e ordenados, juros, aluguéis, etc. À medida que as vendas da empresa aumentam, as duplicatas a pagar aumentam em conseqüência das compras aumentadas, exigidas para se atingir níveis mais altos de produção. Também em decorrência das vendas crescentes, os salários e impostos a pagar aumentam como resultado de maiores necessidades de mão-de-obra e dos maiores impostos sobre as vendas e lucros mais volumosos. 8.1.2. Fontes Bancárias. Os bancos geralmente concedem empréstimos a curto prazo. O tipo mais importante de empréstimo feito por bancos a empresas é o empréstimo a curto prazo, para reforçar o capital de giro. Isso significa que quando o banco, ao concedê-los, visa financiar necessidades sazonais – por exemplo, cobrir aumentos sazonais em estoques ou duplicatas a receber. Tais empréstimos são concedidos visando simplesmente financiar necessidades nos picos sazonais, e espera-se que tão logo os estoques e duplicatas a receber sejam convertidos em caixa , os fundos necessários para pagar o empréstimo serão automaticamente gerados. A fonte básica de fundos a curto prazo em geral é o crédito comercial. Há três formas básicas de créditos comerciais: i) notas promissórias. ii) linhas de crédito. 8.1.2.1. Notas promissórias.
  • 33. Um empréstimo de um único pagamento pode ser obtido de um banco comercial por um tomador que tenha crédito. Geralmente, esse tipo de empréstimo é um negócio feito numa única ocasião, quando um tomador necessita de fundos adicionais por um curto período, mas não acredita que essa necessidade se prolongará. O instrumento resultante desse tipo de empréstimo é uma nota promissória, que precisa ser assinada pelo tomador. A nota estabelece as condições de empréstimo, que incluem o prazo estipulado de empréstimo (a data do vencimento) e a taxa de juros a ser cobrada. Esse tipo de nota promissória de curto prazo geralmente tem um prazo de 30 a 90 dias. Os juros cobrados numa nota promissória geralmente são definidos como porcentagem fixa, associada de alguma forma à taxa de juros interbancária. 8.1.2.2. Linhas de crédito. A linha de crédito é um acordo entre uma empresa e um banco comercial, que determina o montante de empréstimo a curto prazo à disposição da empresa no banco. Tal acordo é feito por um período de um ano e muitas vezes coloca certas restrições ao tomador. A linha indica que se o banco dispuser de fundos suficientes, deverá emprestá-los, até certo teto. A maior vantagem da linha de crédito do ponto de vista do banco é que ela elimina a necessidade de examinar a situação de crédito do cliente, toda vez que ele pedir dinheiro emprestado. Para obter tal linha de crédito, o tomador tem que fazer uma solicitação formal, apresentando demonstrativos da situação financeira de sua empresa e de suas necessidades futuras de empréstimos. O banco revisará essas demonstrações para determinar se a empresa necessita da linha de crédito que está solicitando, e se isto for comprovado, se ela tiver condições de reembolsar os fundos que está tentando obter. 8.1.3. Fontes não bancárias de financiamento. As três fontes não bancárias mais comuns de empréstimos negociados a curto prazo são: i) título comercial. ii) adiantamento de clientes. iii) empréstimos privados.
  • 34. 8.1.3.1. Título comercial. Título comercial consiste em notas promissórias a curto prazo, emitidas por empresas com situação financeira muito credenciada. Geralmente, apenas as grandes empresas de segurança financeira inquestionável podem emitir um título comercial. A maioria dos títulos comerciais vence dentro de um período que varia desde alguns dias até nove meses. A maioria dos títulos comerciais emitidos atualmente é feito por financeiras e, no Brasil, sua forma mais comum é a Letra de Câmbio. 8.1.3.2. Adiantamento de Clientes. Uma empresa poderá obter fundos a curto prazo, através do adiantamento de clientes. Em outras palavras, os clientes podem pagar por tudo ou parte do que eles pretendem comprar, antes de receberem as mercadorias. Em muitas situações em que um item grande e dispendioso estiver sendo produzido por encomenda, o cliente pode estar mais do que disposto a fazer um adiantamento para financiar uma parte dos custos de produção. Em outros casos, um cliente pode ser demasiadamente dependente de um fornecedor em relação a um componente básico e pode, portanto, achar vantajoso assegurar o sucesso do fornecedor, oferecendo financiamento na forma de adiantamento. 8.1.3.3. Empréstimos privados. Também é possível obter empréstimos a curto prazo dos acionistas da empresa. Os acionistas abastados em muitas empresas poderão estar dispostos a emprestar dinheiro à empresa, para que esta supere um período de crise. Esse tipo de acordo faz sentido do ponto de vista do acionista, o qual tem um grande interesse na sobrevivência da empresa, uma vez que investiu um certo capital nela. Outra forma de empréstimo privado pode ser obtida , deixando-se temporariamente de pagar comissões aos vendedores. 8.2. Fontes de financiamento garantidas. Um empréstimo com garantia é aquele no qual o credor exige um colateral. Quase sempre o colateral assume a forma de um ativo tangível como duplicatas a receber ou estoque. O
  • 35. credor adquire o direito de uso do colateral através da execução de um contrato (contrato de garantia) entre ele e o tomador. Este contrato indica o colateral empenhado contra o empréstimo. Uma cópia deste contrato é arquivada num cartório público. O arquivamento fornece aos subseqüentes credores informações sobre quais ativos de um tomador potencial estão livres para serem usados como colateral. A exigência do arquivamento protege o credor, estabelecendo legalmente seu direito sobre a garantia. 8.3. Fontes de financiamento á longo prazo. Pode-se obter um financiamento através de empréstimo a longo prazo de duas maneiras. Uma delas é tomar emprestado o dinheiro diretamente. Estes empréstimos a prazo, com diferentes requisitos são concedidos por inúmeras instituições financeiras importantes. Um segundo meio de levantar fundos através de empréstimos a longo prazo é vender instrumentos negociáveis de dívida na forma de debêntures.