A epidemiologia estuda a frequência, distribuição e determinantes de estados de saúde e doenças em populações. Sua origem está no século XIX com o desenvolvimento da clínica, estatística e medicina social. Hipócrates e Galeno anteciparam conceitos epidemiológicos, e John Graunt é considerado o pai da epidemiologia moderna.
3. Perspectiva Histórica
A busca de raízes da epidemiologia
confunde-se com a história da medicina e com
a própria evolução das teorias sobre doenças.
Os acontecimentos do passado norteiam as
ações do presente.
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4. Hipócrates (c. 460-c. 377 a.C. )
Médico grego que viveu há cerca de 2.500 anos
Analisava as doenças em bases racionais,
afastando a ideia do sobrenatural.
Ao invés de atribuir uma origem divina às
doenças, discute suas causas ambientais.
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5. Hipócrates (c. 460-c. 377 a.C. )
Sugere que considerações tais como o clima de
uma população, a água ou sua situação num lugar
em que os ventos sejam favoráveis são elementos
que podem ajudar ao médico a avaliar à saúde geral
de seus habitantes.
Anteciparam a ideia, então revolucionária, de que
o médico poderia predizer a evolução de uma
doença mediante a observação de um número
suficiente de casos.
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6. Um tratado sobre a epilepsia, revela o
conhecimento rudimentar da anatomia que
imperava na antiga Grécia.
Se acreditava que sua causa era a falta de ar,
transportada ao cérebro e às extremidades através
das veias.
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7. A ideia da medicina preventiva, concebida pela
primeira vez, faz um ponto não só na dieta, mas
também no estilo de vida do paciente e em como
ele influi sobre seu estado de saúde e
convalescença.
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8. Galeno (201-130 a.C.)
Os primeiros médicos romanos eram, geralmente,
escravos gregos
Galeno demonstrou que as artérias transportavam
sangue e não ar
Foi o responsável pela saúde do imperador romano
Marco Aurélio
Responsável pelo controle de óbitos e nascimentos
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11. O mágico religioso
O objetivo era a salvação da alma, porque em
terra tudo estava condenado.
Europa: Foco no indivíduo
Oriente Médio: Foco no coletivo
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12. Avicena (989-1037 d.C.)
Publica “Cânon da medicina”
Principal tratado clínico da Idade Média tardia.
Reintroduz Hipócrates e Galeno na Medicina
ocidental;
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14. Segundo esta teoria as doenças eram resultado da
má qualidade do ar.
Malária= Mal + ar
As emanações passariam do doente para os
suscetíveis causando as epidemias.
Nota-se que ainda hoje o sobrenatural e os miasmas
são utilizados por leigos para explicar as doenças.
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15. John Graunt (1620-1674)
1662 – Londres – John Graunt publicou um tratado sobre tabelas
mortuárias de Londres.
Analisou nascimentos e óbitos semanais e quantificou o padrão de
doença na população londrina.
Importante: reconhecimento do valor dos dados coletados
rotineiramente = BASE DA EPIDEMIOLOGIA MODERNA
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16. John Graunt ( 1620 a 1674)
Ele é considerado o pai da demografia ou das estatísticas vitais
A estatística tem seu nascimento originado na política, pela
necessidade de implantação do modo capitalista de produção, indicava a
necessidade não apenas de contar o povo e o exército, ou seja o
Estado, mas também que tivessem disciplina e saúde.
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18. John Sydenham (1624-1689)
Um dos fundadores da clínica moderna, no modelo anglo-saxão
História natural das enfermidades
Médico e político inglês
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20. O século XIX
Revolução industrial na Inglaterra em 1750 deslocando as
pessoas do campo.
Epidemias de cólera, febre tifoide e febre amarela.
Alguns defendiam as teorias miasmática outros acreditavam em
germes.
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21. Pierre Louis ( 1787-1872) França
Estudou a tuberculose e a febre tifoide
Propôs a contagem rigoroso de casos de doenças
Introduzindo o método estatístico.
Mostrou através de dados que a sangria feita no tratamento de
pneumonias era prejudicial e aumentava a letalidade.
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22. Louis Villermé ( 1782-1863) França
Investigou a pobreza e o trabalho, as condições de trabalho e
suas repercussões sobre a saúde.
Realçando a estreita relação entre situação socioeconômica e
mortalidade.
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23. William Farr (1807-1883)
Lei de Farr: leis das epidemias
Lei das epidemias: Ascensão rápida no inicio, elevação
lenta até o ápice e, em seguida uma queda mais rápida.
Em 1839 apresentou dados que apontavam para as
desigualdades sociais relacionados as mortalidades.
“Doenças são mais facilmente prevenidas do que
curadas, e o primeiro papel para a prevenção é a
descoberta das suas respectivas causas.”
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24. John Snow ( 1813-1858)
Estudou as epidemias de cólera em
Londres e consegui incriminar o uso de
água contaminada como a responsável
pelos eventos.
Traçou métodos de controle de
novos surtos que são validos até hoje.
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25. Louis Pasteur ( 1822-1895)
Considerado o pai da bacteriologia
Identificou e isolou inúmeras bactérias.
Descobriu o princípio da pasteurização
Desenvolveu a vacina antirrábica.
Fermentação da cerveja e do leite.
Teoria dos germes.....
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26. Robert Koch ( 1843-1910)
Outro brilhante bacteriologista
Teoria dos germes
Isolou o agente transmissor da tuberculose.
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27. Outra figuras de destaque
Semmelweis: investigou infecções puerperais e obitos, concluindo
que higiene e a lavagem das mãos diminuiam os indices de mortalidade
e morbidade.
Edward jenner( 1743-1823) foi o primeiro a utilizar uma vacina contra
variola por isso ficou conhecido como o pai da imunologia
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28. O CONCEITO DE CAUSA E AS
ORIGENS DA EPIDEMIOLOGIA
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29. O conceito de causa e as origens da epidemiologia
A epidemiologia constitui-se como ciência apenas no século XIX.
Entretanto, desde o século XVII, é possível identificar um conjunto de
saberes ou — para utilizar a expressão de Michel Foucault (1987) — uma
positividade discursiva aplicada ao processo saúde-doença na dimensão
coletiva.
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30. No século seguinte, aprofundam-se os estudos dos fatos vitais e das
doenças, lançando-se mão da quantificação, classificação e descrição
detalhada de sintomas, procurando-se estabelecer vínculos causais
como aqueles encontrados por James Lind no estudo do escorbuto em
marinheiros britânicos.
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31. No século XIX, acontecimentos influenciam fortemente a
constituição da epidemiologia como disciplina científica: o nascimento
da clínica; o desenvolvimento da bioestatística e a medicina social.
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32. Segundo Almeida Filho, a Epidemiologia fundamenta=se em três
eixos:
Um Saber Clínico naturalizado, racionalista e moderno
Uma base metodológica, a Estatística
Um substrato político-ideológico, a Medicina Social
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34. A definição de caso fornecida pela clínica, o
instrumental técnico de análise da bioestatística, o
sistema de lógica do positivismo deram-lhe as bases
necessárias para se caracterizar como disciplina
científica, ao passo que o movimento da medicina
social conferiu-lhe sua motivação ética: a superação
das desigualdades entre os grupos humanos.
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36. A ciência epidemiológica no século XX
Influencia da microbiologia: A clinica patológica
busca comprovação laboratorial da existência de
germes.
Oswaldo Cruz( 1872-1917) Criou em Manguinhos o
instituto que possibilitou numerosas pesquisas entre
eles a descoberta da agente da doença de Chagas.
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37. Desdobramento da teoria dos germes
Grandes avanços nesse campo com o
progresso das tecnologias , caminhos que
consolidaram a prevenção e a proteção
específica, com uso de vacinas e
saneamento ambiental.
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38. Saneamento ambiental, vetores e reservatório de agentes
Coloca-se o papel do meio ambiente na transmissão das
doenças.
Descoberta dos ciclos dos parasitas.
Investigações levaram os vetores e larvas com da
esquistossomose.
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39. Ecologia
O aprofundamento do conhecimento, leva ao
conceito da multicausalidade, fazendo o homem
pensar no ambiente a na resposta adaptativa que
pode causar desequilíbrio
É a epidemiologia ecológica que preocupa-se
com os fatores ambientais
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40. Base de dados para a Epidemiologia moderna:
As coletas sistemática de dados sobre:
Pessoas falecidas
Causa de mortes
Número de nascimentos
Fatores de risco
Outros sistemas de informação
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41. Epidemiologia Nutricional
Lind e a prevenção do escorbuto, deficiência de vitamina C
Takaki e a prevenção do Beribéri, deficiência de vitamina B1
Goldberger e a prevenção da pelagra, deficiência de niacina.
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43. A segunda metade do século XX
A ênfase às pesquisas: Houve um crescimento das doenças crônicas
como causa de mortalidade e morbidade.
A epidemiologia progride na determinação das condições de saúde
da população;
A busca sistemática de fatores de risco
Avaliação através de estudos para controlar as doenças.
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44. Os estudos de coorte
Estudos prospectivos, com o seguimento de centenas de
pessoas por anos e até décadas e o uso da técnica sofisticada de
análise estatística, para esclarecimento do papel dos fatores de
risco nas doenças crônicas.
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45. Os estudos caso-controle
De natureza retrospectiva, esta modalidade de investigação,
tem como ponto de partida o paciente, é mais rápida e facilitou a
realização de pesquisas em ambientes clínicos.
Uma ilustração foi a investigação da etiologia do câncer de
pulmão.
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46. Situação atual
Praticamente todos os agravos à saúde já foram ou estão sendo
estudados, através de investigações epidemiológicas.
A aproximação com outras disciplinas ( sociologia, psicologia)
Investigação de múltiplos fatores...
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47. Três tendências da epidemiologia atual
Epidemiologia Clínica: uso da epidemiologia no ambiente clinico,
conferindo uma visão mais abrangente.
Epidemiologia Social: O estudo dos determinantes sociais da doença
Epidemiologia multidimensional: Compreensão do indivíduo como um
todo, vários fatores de risco, várias causas, várias relações. Previsão do
modelo complexo.
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48. Pilares da Epidemiologia atual:
Ciências Biológica: Estudo de todos os fatores físicos relacionados
com o aparecimento de doenças...
Ciência social; Os determinantes sociais como fatores produtores de
doenças
Estatísticas: Coletar, descrever e analisar dados sujeitos a variações.
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51. Conceito
Epidemiologia é o estudo da frequência, da distribuição e
dos determinantes dos estados ou eventos relacionados a
saúde em específicas populações e a aplicação desses
estudos no controle dos problemas de saúde.
Last, 1995
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53. Responda:
O que é epidemiologia?
Quais os pilares que criaram a epidemiologia?
Quem foi Hipócrates?
Quem foi Galeno?
Quem foi considerado o pai da epidemiologia moderna?
Quem foi considerado o pai da clinica moderna?
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