O documento discute a intensificação da pecuária no Brasil através do aumento das pastagens plantadas, sem expansão da área desmatada. De 1970 a 2006, as pastagens plantadas aumentaram de 3,5% para 12% do território nacional, enquanto as pastagens naturais caíram pela metade. Apesar da intensificação, a área usada para pecuária se manteve em cerca de um quarto do território. Algumas vozes expressam preocupação com possíveis impactos ambientais de maior uso de fertilizantes e agrotóxicos nas
1. Pecuária se intensifica com pastagens plantadas
Em 36 anos, o País aumentou em duas vezes e meia o território usado com pastagens plantadas
Esse aumento não se deu ao custo de novas áreas de desmatamento, segundo a pesquisa Indicadores de
Desenvolvimento Sustentável (IDS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mas pela
diminuição no território onde existiam pastagens naturais. De acordo com a publicação do instituto, o dado
revela a intensificação da pecuária brasileira.
De 1970 a 2006, as pastagens plantadas saíram de 3,5% para 12% do território nacional. No mesmo período,
o total usado com pasto natural caiu pela metade, de 14,6% para 6,8%.
Embora o uso da terra tenha se intensificado, o espaço usado pela atividade agropecuária se manteve
estável ao longo dos anos, chegando a aproximadamente um quarto do território nacional, com 26,5%, em
2006.
A área reservada nas propriedades rurais às matas plantadas também faz parte dessa conta. No entanto, a
pesquisa mostra que, apesar de elas terem crescido, não chegam a 1% do País.
Preocupação - "O dado é preocupante, porque pode mostrar desmatamento. O que muitas vezes é
considerado pasto natural pode ser, na verdade, um bioma importante, como o Cerrado ou a Caatinga",
avaliou Ana Luiza Coelho Netto, geóloga do departamento de geografia da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ).
A superintendente técnica da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), Rosemeire dos
Santos, avalia que a intensificação reduz a pressão por desmatamento. "É positivo, porque você reduz a
pressão por áreas plantadas com outras culturas. Você intensifica o uso do solo já plantado e reduz a
pressão sobre o meio ambiente", afirmou ela.
Fertilizantes - Como consequência do maior uso do solo com pastos plantados, o País dobrou a quantidade
de fertilizantes usada nessas áreas. Foi de 69,4 quilos por hectare em 1992, para 143,7 quilos por hectare,
em 2008.
"É bom o fato de não termos avançado no uso da terra, mas o crescimento das pastagens plantadas mostra
que foi preciso usar mais fertilizantes e mais agrotóxicos. Isso tem impactos tanto sobre o meio ambiente
quanto sobre a saúde dessas pessoas", explicou a pesquisadora.
Pastoreio Voisin e Pastagem ecológica para recuperar pastos abandonados
A degradação das pastagens no Brasil é um problema tão sério, que “Recuperar pastos abandonados”, é um
dos 40 temas selecionados pelo “Projeto Veja 40 anos: o Brasil que queremos ser”, para comemorar os 40
anos de publicação da revista. Além de temas relacionados ao Ambiente, o projeto está discutindo temas nas
seguintes áreas: Educação, Economia, Imprensa, Democracia, Raça, Pobreza e Megacidades. Na área de
ambiente, os temas são: Pesquisa Ambiental, Saneamento básico, Recuperar pastos abandonados,
Iniciativas locais de preservação, Leis ambientais, Parques ecológicos, Zoneamento econômico-ecológico,
Incentivo à preservação, Fontes renováveis de energia e Desperdício de energia. As melhores propostas
apresentadas serão selecionadas para reportagens em uma edição especial da revista, que além da
distribuição normal, será encaminhada às principais autoridades do país.
Vamos concentrar a atenção no painel “Recuperar pastos abandonados”, que é assunto de meu maior
interesse. O painel é apresentado pelo seu coordenador, Ronaldo França, nos seguintes termos:
“O avanço da fronteira do boi e da soja derruba oito de cada dez árvores das florestas de clima da Amazônia.
Para deter esse avanço é vital ocupar áreas já desmatadas. Recuperar custa o dobro do que simplesmente
desmatar. Subsidiar a recuperação de áreas degradadas é a abordagem econômica mais racional”.(o negrito
é meu).
O Ronaldo França está coberto de razão, pois, a recuperação de pastagens degradadas usando as técnicas
convencionais mais usuais, envolvendo a mecanização, adubação e novo plantio é bem mais caro que
simplesmente derrubar a floresta, queimar e plantar capim. Uma finalidade deste painel é colher propostas
alternativas, que possam tornar a recuperação das pastagens abandonadas mais vantajosa ao produtor, que
simplesmente derrubar a floresta para a formação de nova pastagem.
O painel está recebendo um número expressivo de manifestações: até hoje (15/03/09), já foram
apresentadas 36 propostas e 63 comentários. E o fato mais auspicioso: as contribuições mais consistentes
recomendam o Pastoreio Voisin e a Pastagem Ecológica. Isto me deixa particularmente satisfeito, pela
convicção que tenho de que não adianta recuperar uma pastagem, se a partir daí não se implantar um
sistema de manejo que evite que a pastagem volte a deteriorar dentro de poucos anos. Sabendo que o
sistema de Pastoreio Voisin, além de multiplicar por 2 ou 3 a capacidade de suporte da pastagem (número de
animais por hectare) e não permitir a sua degradação, se presta também de forma excelente para a
recuperação de pastagens já deterioradas, apresentei no painel algumas propostas envolvendo este sistema,
sendo as principais:
“Pastos degradados: alternativa natural, racional e econômica para sua recuperação
http://veja.abril.com.br/40anos/ambiente/conteudo-proposta-recuperar-pastos-abandonados.shtml?50494626
2. Recuperar pastagens degradadas e manejar as pastagens de forma mais produtiva e sustentável é
realmente a melhor forma de diminuir a pressão da pecuária sobre a Floresta Amazônica.
É também uma verdade que recuperar uma pastagem degradada por métodos convencionais (reforma, com
mecanização, adubação e novo plantio) é mais oneroso que formar nova pastagem com a derrubada da
floresta.
Porém, existe um método que permite a recuperação natural, racional e econômica de pastagens
degradadas. Este sistema é o Pastoreio Racional Voisin e, sua versão mais ecológica, chamada Manejo de
Pastagem Ecológica.
Este sistema vem sendo difundido há 10 anos na Região Amazônica com grande sucesso no âmbito do
Programa Fogo (www.amazoniasemfogo.org.br) e também na recuperação de pastagens degradadas em
áreas anteriormente cobertas pela Mata Atlântica.
A Pastagem Ecológica é um aperfeiçoamento do Sistema de Pastoreio Voisin, pois além de recomendar a
Rotação Racional das pastagens, incorpora também os conceitos de diversidade de forrageiras e a
arborização, o que favorece a sua produtividade e sustentabilidade.
Esta arborização pode ser feita com espécies econômicas, inclusive as frutíferas, incorporando à propriedade
rural nova fonte de renda.
A rotação das pastagens envolve sua divisão em parcelas, o que é feito de forma prática e econômica com a
Cerca Elétrica.
Mais informações sobre esta alternativa, pode ser obtida com uma pesquisa no "Google" com os temas:
"Pastoreio Racional Voisin", "Pastagem Ecológica", "Manejo Sustentável de Pastagens"
Aos interessados em aprofundar no tema, fica disponível o e-mail: juramel@terra.com.br e o site:
www.fazendaecologica.com.br . Jurandir Melado - Eng. Agrônomo Consultor do Programa Amazônia Sem
Fogo “
“Recuperação natural e racional de pastagens degradadas
http://veja.abril.com.br/40anos/ambiente/conteudo-proposta-recuperar-pastos-abandonados.shtml?51211413
Estima-se que aproximadamente 25 % das pastagens cultivadas do Brasil ou 50 milhões de hectares já
estejam seriamente degradadas.
A recuperação destas pastagens é uma prioridade para o aumento da produção pecuária e a melhoria da
renda dos pecuaristas. Tanto que está ocorrendo este painel...
Mas como fazer a recuperação destas pastagens, se os métodos comumente recomendados pela técnica
convencional (mecanização, adubação e novo plantio) é quase sempre inacessíveis à esmagadora maioria
dos produtores? Ainda mais quando este produtor se lembra que este remédio é apenas paliativo e que a
pastagem voltará a se degradar com mais alguns anos de uso!!
A resposta é conhecida por milhares de produtores e inúmeros técnicos que já conhecem e aplicam o
Pastoreio Racional Voisin, pois o melhor remédio para a recuperação de uma pastagem degradada é uma
elevada e continuada dose de ARAME. Ou seja, a primeira providência para a recuperação natural, racional e
ECONÔMICA de uma pastagem é a sua divisão em parcelas a serem manejadas e tratadas, de forma
individual e específica.
Com esta providência inicial podemos dar a cada parte da pastagem o tratamento adequado e com a menor
intervenção - necessária e suficiente. A experiência tem demonstrado que o simples manejo racional, que
possibilita à pastagem o repouso necessário após cada ocupação, é suficiente para recuperar a maior parte
da pastagem. Alguns piquetes com degradação média demandarão mais cuidados, como repousos mais
prolongados e talvez um sobressemeio de sementes de espécies forrageiras. Apenas um número reduzido
de parcelas poderá necessitar de um “tratamento de choque”, que poderá incluir os métodos convencionais...
Jurandir Melado – Eng. Agrônomo, Consultor em Manejo Sustentável de Pastagens
“Recuperação natural e racional de pastagens degradadas
http://veja.abril.com.br/40anos/ambiente/conteudo-proposta-recuperar-pastos-abandonados.shtml?51224286
Continuando...
Em uma área de PASTAGEM DEGRADADA, a degradação nunca é homogênea: sempre existem áreas com
maior e menor nível de degradação.
Quando a área não está dividida em parcelas (piquetes), o usual é aplicar o mesmo processo de recuperação
na área toda. E geralmente estes processos envolvem a mecanização da área e novo plantio, O QUE
ENCARECE MUITO a empreitada...
A recomendação para a RECUPERAÇÃO RACIONAL, é a imediata aplicação sobre a área, de um Sistema
de Pastoreio Racional Voisin com cerca de 20 % a mais no número de piquetes.
Esta providência nos permite classificar os piquetes de acordo com o estágio de degradação e dar a cada um
o tratamento necessário:
Uma possibilidade:
Possivelmente uns 60 % dos piquetes não necessitarão de tratamento algum além do manejo racional; outra
parte, digamos uns 30 % necessitarão de providências leves, como repousos mais prolongados, e
3. sobressemeio de sementes de espécies forrageiras e de árvores. Apenas os 10 % restantes poderão
necessitar de um tratamento mais intensivo, que neste caso pode até ser a reforma convencional.
O custo da reforma racional é muito mais econômica que a convencional.
Um exemplo real: O produtor Romério M. Roncete de Guarapari ES, estava em 2004 com um trator de R$
60.000,00 já encomendado , pensando reformar as pastagens da sua Fazenda Rancho Novo.
Com a aplicação do PRV em toda a Fazenda, com um gasto de R$ 31.000,00, pouco mais que a metade do
valor do trator, em dois anos, as pastagens estavam recuperadas, sem nenhuma mecanização...
O Romério é hoje um grande defensor do Pastoreio Voisin e pode ser contatado pelo e-mail:
romerioroncete@hotmail.com.
Jurandir Melado - Eng. Agr. Consultor em Manejo Sustentável de Pastagens - juramel@terra.com.br “
“Pastagens pouco produtivas e degradadas ou MUITO produtivas e sustentáveis: uma questão de manejo!
http://veja.abril.com.br/40anos/ambiente/conteudo-proposta-recuperar-pastos-abandonados.shtml?5045686
O boi pode ser um PREDADOR que destrói a pastagem ou ser um EXCELENTE COLABORADOR para a
RECUPERAÇÃO de pastagens degradadas, tornando-as PRODUTIVAS e SUSTENTÁVEIS.
O fator que quem o poder de transformar o boi de PREDADOR em COLABORADOR, é o sistema de manejo
adotado.
No sistema de Pastoreio Contínuo, ainda predominante no Brasil, o gado fica sobre a Pastagem um tempo
indefinido (geralmente longo), permitindo desfolhas sucessivas e não permitindo sua recuperação.
O SISTEMA IDEAL, é o Pastoreio Racional Voisin, que baseado em LEIS UNIVERSAIS e utilizando uma
RACIONAL ROTAÇÃO das pastagens, permite e conduz a um equilíbrio do trinômio SOLO - PASTO GADO, onde cada elemento tem um efeito positivo sobre os outros dois, mantendo a SUSTENTABILIDADE.
Acrescentando ao Pastoreio Voisin as alternativas da DIVERSIFICAÇÃO DAS FORRAGEIRAS e a
ARBORIZAÇÃO DAS PASTAGENS, chega-se a uma situação ideal que é o MANEJO DE PASTAGEM
ECOLÓGICA.
Este sistema necessita ser mais analisado pelos INSTITUTOS DE PESQUISAS e as GRANDES
UNIVERSIDADES, que deveriam verificar os milhares de exemplos já existentes em todo o Brasil, onde são
DEMONSTRADOS PELA EVIDÊNCIA, as inúmeras vantagens do SISTEMA DE PASTOREIO VOISIN, sobre
o sistema convencional.
Jurandir Melado Eng. Agrônomo, Coordenador técnico da Fazenda Ecológica e Consultor do Programa
Amazônia sem Fogo. “
O nível do painel está muito bom. Defendendo propostas envolvendo o Pastoreio Voisin, temos desde
simples simpatizantes até consultores de renome internacional e autores de obras sobre o assunto, passando
por produtores, estudantes, técnicos e professores universitários. Mas poderá ficar muito melhor se os
leitores deste artigo que tiverem ou conhecerem alguma experiência significativa sobre o Pastoreio Voisin e a
Pastagem Ecológica se dispuserem participar, fornecendo suas propostas ou comentários.
Tenho certeza de que alternativas que não contemplem o PRV, também são bem vindas, desde que sejam
tecnicamente possível e economicamente, e ambientalmente viáveis.
Dificilmente, porém as alternativas poderão rivalizar com aquelas baseadas no Pastoreio Racional Voisin,
que é um sistema agroecológico, natural, racional e economizador de insumos. A implantação de um
“sistema Voisin” depende apenas de conhecimentos e de algum investimento em cercas e de pouquíssimas
outras instalações. Atualmente o custo de implantação deste modelo gira em torno R$ 250,00 / hectares (+/US$ 110,00), variando de acordo com a escala do projeto.
Para aqueles que gostariam de participar ou de apenas conhecer as propostas já apresentadas, forneço os
links específicos do “Projeto Veja 40 anos: O Brasil que queremos ser”:
Painel “Recuperar pastos abandonados”, com as propostas já apresentados e formulário para novas
propostas: http://veja.abril.com.br/40anos/ambiente/lista-propostas-recuperar-pastos-abandonados.shtml
Página com os comentários apresentados e formulário para novos comentários:
http://veja.abril.com.br/40anos/ambiente/lista-comentarios-recuperar-pastos-abandonados.shtml
Caso a Veja, indiscutivelmente a mais importante revista semanal do país, venha publicar neste número
especial sobre o Projeto Veja 40 anos uma reportagem aconselhando o Pastoreio Voisin, isso poderá ser um
divisor de águas para os níveis de compreensão e credibilidade deste sistema, fomentando o seu estudo e
aplicação e, possivelmente, levando as grandes universidades brasileiras e os institutos oficiais de pesquisas
a considerarem-no adequadamente, que não acontece há mais de 40 anos, quando surgiram os primeiros
“Projetos Voisin” de sucesso no Brasil.
(*) Jurandir Melado é Eng. Agrônomo, Produtor Rural, Voisinista e autor de livros sobre Manejo Sustentável
de Pastagens e Consultor do Programa Amazônia sem Fogo. (www.fazendaecologica.com.br –
www.amazoniasemfogo.org.br - juramel@terra.com.br)
4. Formação da Pastagem Ecológica no Cerrado
BUSCAR
OK
A
experiência
da
Fazenda
Ecológica;
Desde o início das nossas atividades na Fazenda
Ecológica Santa Fé do Moquém, decidimos pela
opção ecológica, ou seja: em todas as atividades
procurar ter a natureza como aliada e não como
uma adversária a ser dominada a qualquer custo.
Para a formação das pastagens, resolvemos
aplicar os conceitos do Pastoreio Racional, preconizados por André Voisin em seus
principais livros: "Produtividade do Pasto" e Dinâmica das Pastagens". Foi um
grande incentivo ao nosso trabalho, tomar conhecimento do trabalho do Eng.
Agrônomo José Carlos Lyra Fleury (o "Caio Capim"), que desenvolvia um projeto
algo semelhante ao nosso na Fazenda Fundão em Ipameri - Goiás.
A "Formação Ecológica de Pastagens no Cerrado" não só se mostrou perfeitamente
possível, como também se revelou como o modelo mais econômico e o que menos
agredia ao meio ambiente original do cerrado. A partir destas constatações,
desenvolver, sistematizar e divulgar esta tecnologia, passou a ser o nosso principal
objetivo e a missão da Fazenda Ecológica Santa Fé do Moquém.
A sistemática usada para a Formação Ecológica de Pastagens no Cerrado,
resumidamente
é
a
seguinte:
» 1) Divisão da área a ser formada em piquetes, segundo os preceitos do Pastoreio
Racional
Voisin.
» 2) Semeação sobre o cerrado nativo intocado, de uma mistura de sementes das
principais gramíneas melhoradas,comprovadamente adaptadas à região.
» 3) Rodízio do gado pelos piquetes, de forma controlada, procurando beneficiar as
gramíneas semeadas.A formação da pastagem se processa por meio de uma
competição natural entre as gramíneas melhoradas semeadas e a vegetação nativa
rasteira. A experiência comprovou que as gramíneas melhoradas vencem a
competição, substituindo a vegetação nativa rasteira em quase sua totalidade.
Porém, sempre permanece presente algumas espécies nativas mais expressivas,
mantendo uma desejável e útil biodiversidade, que ajuda no controle biológico das
pragas.
O bosque intermediário e a vegetação arbórea sofre pouca modificação, mantendo
a área com um sombreamento adequado e preservando as essências florestais,
fruteiras e outras árvores úteis do cerrado. A formação se completa num prazo de 3
a 5 anos, dependendo da quantidade de sementes empregadas no semeio e do
manejo usado durante a fase de formação. Por exemplo: deixar as pastagens em
formação em repouso durante 150 a 180 dias durante o período das águas, permite
que ocorra o ressemeio natural dos capins, antecipando a formação.
A qualidade da pastagem obtida é muito superior à que se obteria na mesma área
CATEGORIAS
Formação da Pastagem
Ecológica no Cerrado
Manejo de Pastagem Ecológica
5. com
utilização
dos
métodos
convencionais
de
formação.
Como não é necessário desmatamentos, arações, gradagens e outros
procedimentos do método convencional, o custo se reduz drasticamente, chegando
a uma redução de até 90 % em casos mais favoráveis.
BUSCAR
Manejo de Pastagem Ecológica - Sistema Voisin Silvipastoril
OK
Pastagem Ecológica: o caminho racional para a
Pecuária
Sustentável
CATEGORIAS
“Pastagem Ecológica” foi uma terminologia que
usei para designar a pastagem que obtive na
Fazenda Ecológica (N. Sª do Livramento – MT),
através do “Sistema de formação ecológica de
pastagens no cerrado”, onde as pastagens foram
formadas sem o uso de práticas convencionais,
como
o
desmatamento
prévio,
o
fogo
Formação da Pastagem
Ecológica no Cerrado
Manejo de Pastagem Ecológica
e
aração
do
solo.
A pastagem resultante deste processo mantinha tão grande semelhança com o
ecossistema original do cerrado, com manutenção das árvores e de grande
números de espécies nativas, que o adjetivo “Ecológica” foi se impondo
naturalmente. A partir de 1996, iniciamos a publicação dos resultados obtidos,
sendo que a “Pastagem Ecológica” já foi tema de grande número de artigos e
reportagens, além de quatro livros. (Ver bibliografia: MELADO, 1999; MELADO,
2000;
MELADO,
2002;
MELADO,
2003).
A tecnologia da Pastagem Ecológica se apóia cientificamente no Sistema de
Pastoreio Racional Voisin, que já é considerado como o mais perfeito sistema de
manejo de herbívoros a campo existente. (Ver bibliografia: VOISIN, 1974; VOISIN,
1979; ROMERO, 1994; ROMERO, 1.998; MELADO, 2003; SORIO, 2000; SORIO, 2003;
PINHEIRO
MACHADO,
2004;).
A Pastagem Ecológica, que pode ser obtida facilmente no cerrado através de
procedimentos exaustivamente detalhados no meu livro “Manejo de Pastagem
Ecológica – Um Conceito para o Terceiro Milênio”, pode também ser alcançada, em
poucos anos, a partir de uma pastagem qualquer já formada, com a adoção dos
seguintes requisitos:
*
Aplicação
criteriosa,
do
Sistema
de
Pastoreio
Racional
Voisin;
* Busca por uma diversidade de forrageiras (gramíneas e leguminosas);
* Arborização adequada das pastagens (com preferência por espécies nativas);
6. * Exclusão do uso de adubações químicas altamente solúveis, herbicidas, roçadas
sistemáticas
e
o
fogo.
O Sistema de Pastoreio Racional Voisin, proposto por André Voisin em 1957, na
primeira edição francesa do seu livro “Produtividade do Pasto”, é um sistema que
permite um equilíbrio positivo dos fatores Solo, Pasto e Gado, com cada fator tendo
um efeito positivo sobre os outros dois. Neste sistema, a utilização da pastagem é
feita através de uma rotação racional, que proporciona o melhor aproveitamento
possível das forrageiras, resultando num nível de produtividade que chega a três
vezes a alcançada pelo sistema extensivo na mesma pastagem. O Pastoreio Voisin é
o principal componente da “receita” para que uma pastagem se torne sustentável e
mais
produtiva.
Este sistema, cujo detalhamento não cabe aqui, tem seu ponto fundamental no
atendimento das necessidades fisiológicas do capim, ao mesmo tempo em que se
procura atender às do gado. Ao se fazer isto, automaticamente as necessidades do
solo também são satisfeitas, proporcionando um equilíbrio positivo do trinômio
solo-capim-gado.
O conceito de Pastagem Ecológica vem sendo usado de forma crescente em
diversas regiões do país, principalmente na Região Amazônica, como o melhor
caminho para a obtenção de uma pecuária sustentável e mais produtiva.
Voisin
BUSCAR
Pastoreio Racional Voisin
OK
O Sistema de Pastoreio Racional Voisin (lê-se:
voazan) é um sistema de manejo intensivo, que
possibilita um equilíbrio entre os três elementos:
solo–pastagem–gado, onde cada elemento tem
um efeito positivo sobre os outros dois.
Através
de
procedimentos
simples,
transformamos o gado, que no sistema
convencional é um predador da pastagem (e
como conseqüência, também do solo), num excelente beneficiador do sistema.
O procedimento básico consiste na conveniente divisão das pastagens, de modo a
ser possível fazer valer as “4 Leis Universais do Pastoreio Racional”, magistralmente
enunciadas por André Voisin no seu principal livro, “Produtividade do Pasto”,
publicado
inicialmente
em
1957.
Não basta, porém, para se alcançar o sucesso, dividir as pastagens e fazer o rodízio
simples do gado pelos piquetes. Antes de tudo, é necessário que operador do
sistema compreenda a essência das quatro leis universais e que persiga a todo
custo
o
seu
cumprimento.
CATEGORIAS
Conceitos fundamentais
Voisinistas Notáveis
7. Leis
Universais
do
Pastoreio
Racional.
(VOISIN,
1974):
André Voisin estabeleceu as bases para uma pecuária sustentável ao longo das
quase 1000 páginas dos seus principais livros: “Produtividade do Pasto” e
“Dinâmica das Pastagens”, publicados no Brasil em 1974 e 1979 respectivamente.
Porém, num toque de gênio, resumiu os principais conceitos em quatro “leis
universais”, que poderiam ser expostas em apenas uma página! As duas primeiras
leis
se
destinam
ao
pasto
e
as
duas
últimas
ao
gado.
Primeira Lei, “lei do repouso” ou primeira lei dos pastos:
“Para que o pasto cortado pelo dente do animal possa dar a sua máxima
produtividade, é necessário que entre dois cortes consecutivos tenha passado um
tempo
que
permita
ao
pasto:
a)Armazenar em suas raízes as reservas necessárias a um começo de rebrote
vigoroso;
b)Realizar sua ‘labareda de crescimento’ ou grande produção diária de massa
verde.”
(O período de repouso necessário varia com a situação geográfica, a estação do
ano, as condições climáticas e a fertilidade do solo e demais condições ambientais).
Os tempos de repouso não são iguais durante todo o ano, havendo períodos de
crescimento acelerado e outros de crescimento lento ou quase nulo.
Em média, os piquetes de um sistema de Pastoreio Racional Voisin são ocupados de
seis a oito vezes, durante o ano, em qualquer das regiões do Brasil. Nos períodos
mais favoráveis do ano, os piquetes chegam a serem usados com intervalos entre
pastejos, de 28 a 35 dias. Por outro lado, nos períodos críticos em algumas regiões,
esse intervalo pode ultrapassar 120 dias. A boa condução do Pastoreio Racional vai
depender de decisões acertadas no gerenciamento dessas variáveis.
Segunda Lei, “lei da ocupação” ou segunda lei dos pastos:
“O tempo global de ocupação de uma parcela ou piquete deve ser o
suficientemente curto de modo a não permitir que uma planta cortada pelos
animais no início da ocupação seja novamente cortada antes que os animais deixem
o piquete” A finalidade fundamental dessa lei é não permitir que os animais comam
sucessivamente os rebrotes do capim, provocando o esgotamento de suas reservas
e a conseqüente degradação das pastagens. Um erro comum ao se implantar um
sistema de rotação de pastagens, é usar um número reduzido de piquetes,
prolongando a permanência do gado nos piquetes, pressupondo que basta um
tempo adequado de repouso para o sucesso do manejo. A realidade, porém, é
outra, bastando poucos dias em períodos de chuvas intensas para que a brotação
do capim já possa ser colhida novamente pelos animais, na mesma passagem pela
parcela. É o atendimento dessas duas primeiras leis que propicia a tão grande
diferença de rendimento ou produtividade do pasto do Pastoreio Racional Voisin
em
relação
ao
Pastoreio
Contínuo.
Terceira
Lei,
“lei
da
ajuda”
ou
primeira
lei dos
animais:
“É preciso ajudar os animais que possuam exigências alimentares mais elevadas a
colherem a maior quantidade de pasto e que este pasto seja da melhor qualidade
possível” Quanto menos trabalho de rapagem (ou terminação do pastoreio) se
imponha
ao
animal,
mais
pasto
ele
colherá.
Quarta Lei, “lei dos rendimentos regulares” ou segunda lei dos animais:
“Para que o animal (bovino) produza rendimentos regulares, ele não deve
permanecer mais que três dias em uma mesma parcela. Os rendimentos serão
8. máximos, se o animal não permanecer no piquete mais que um dia.”
Essa lei tem a finalidade de evitar uma variação na produção animal, seja na
quantidade de leite produzida, no crescimento ou no ganho de peso dos animais
em engorda. Quando um animal é colocado a pastar em um piquete, ele atinge o
seu rendimento máximo logo após o primeiro dia. O rendimento decresce, à
medida que o tempo de permanência no piquete se prolonga. Esse fato é uma
conseqüência direta da terceira lei, pois, à medida que o pasto fica mais “rapado”, o
animal colherá quantidades cada vez menores de um pasto de qualidade cada vez
mais inferior. Com uma permanência de três dias ou menos, esse decréscimo no
rendimento é menos sensível, devido a mecanismos compensatórios próprios do
metabolismo dos animais. Porém, com uma permanência de mais de três dias, a
dificuldade crescente na “colheita” e a queda da qualidade do alimento resultará
num decrescente rendimento na nutrição do animal, o que refletirá numa menor
produção leiteira, ou num crescimento ou ganho de peso mais lento.