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Os 10 maiores problemas da educação básica no brasil (e suas possíveis soluções)

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Os 10 maiores problemas da educação básica no brasil (e suas possíveis soluções)

  1. 1. Os 10 Maiores Problemas da Educação Básica no Brasil (e suas possíveis soluções) Guiomar Namo de Mello Edição Fatima Ali agosto de 2003
  2. 2. SUMÁRIO Os 10 maiores problemas da educação no Brasil (e suas possíveis soluções) PÁGINA 3. Gestão: sem eficiência e sem eqüidade 12 1. Cultura escolar elitista: herança imperial 3 2. Visão estratégica: falta 8 10. Defasagem: longe do século XXI 40 9. Despreparo dos professores 8. Qualidade: ainda em discussão 30 7. Fracasso escolar: reprovação, repetência, evasão 24 6. Perigo das “causas nobres” 21 5. Interesses corporativistas 18 4. Desinformação da sociedade 15 33
  3. 3. PROBLEMA NÚMERO 1 CULTURA ESCOLAR ELITISTA 3
  4. 4. 4 1. CULTURA ESCOLAR ELITISTA O primeiro ato oficial de ensino no Brasil 1759: Marquês de Pombal expulsou os jesuítas que ensinavam o povo e criou as aulas régias, ministradas para os nobres Uma das primeiras criações de D. João VI 1808: As Reais Academias (ensino superior) Educação de excelência para poucos Um sistema de ensino que começou por cima
  5. 5. 5 1. CULTURA ESCOLAR ELITISTA Rico Estuda na escola básica privada para preparar-se para a universidade pública e gratuita Pobre Estuda na escola básica pública e gratuita e – quando consegue – ingressa no ensino superior privado Acordo de cavalheiros entre público e privado O mercado do ensino privado é restrito na educação básica e amplo na superior; e vice-versa Rico estuda em escola pública; pobre na particular
  6. 6. 6 Ensinar para a vidaEnsinar para a seleção e para a hierarquia escolar Currículo enxuto, contextualizado e por competências Currículo enciclopédico, por disciplinas e por conteúdos Aprendizagem e direito de aprenderEnsino e liberdade de ensino Avaliação para aprenderAvaliação do aprendido Acolhedora, usa a diversidade para ensinar e incluir a todos Homogeneizadora e excludente Igualdade de oportunidade, diversidade de tratamento Excelência, exclusiva para a elite EDUCAÇÃO PARA TODOSEDUCAÇÃO ELITISTA O confronto atual 1. CULTURA ESCOLAR ELITISTA
  7. 7. 7 Soluções 1. CULTURA ESCOLAR ELITISTA Debate mais amplo na sociedade e briefing da mídia sobre a nova escola do século XXI Discussão com as Universidades sobre o que é relevante Mudança cultural é lenta. Deve-se continuar implementando o novo currículo; discussões com os professores sobre a escola mais adequada para todos Programas de formação de diretores e outros gestores escolares para liderar o processo de reforma Implementação da reforma curricular: cursos, seminários, debates de sensibilização do professor para compreender e aceitar o novo currículo Trabalho junto à imprensa: de educadores e ONGs para sintonizar com o espírito da reforma curricular Reforma curricular: currículo mais enxuto, prático, aplicado e significativo para a vida do aluno Novo Ensino Médio: não é mais preparação para o vestibular Criação do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) e do ENCEJA (Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos) Consolidar a universalização do acesso Acesso universal à educação: • Ensino Fundamental: concluído (gráfico 1) • Ensino Médio e Educação Infantil: em curso (gráfico 2) O QUE FALTA FAZERO QUE ESTÁ EM CURSOO QUE JÁ FOI FEITO
  8. 8. 8 PROBLEMA NÚMERO 2 VISÃO ESTRATÉGICA Falta
  9. 9. 9 Educação não fez parte da agenda estratégica dos governos No final dos anos 80, quando ficou claro que a reforma do Estado era necessária para o desenvolvimento sustentável, a educação não foi incluída. Isso só aconteceu nos anos 90. Ministérios e Secretarias - moedas de troca política Descontinuidade. Desenvolvimento – a educacao não fazia diferença Mão-de-obra barata e exportação de produtos primários sem valor agregado. Expansão sem estratégia sustentável Depois dos anos 30 e principalmente a partir do ciclo desenvolvimentista dos 50, a expansão quantitativa se deu ao sabor de pressões populares, sem uma estratégia sustentável de revisão da organização e conteúdos da escola. Centralização e descentralização – ao sabor dos interesses políticos Falta de um regime de colaboração; descentralização de encargos, mas não de recursos financeiros; poder de decisão e verbas federais foram instrumento de pressão sobre estados e municípios mais pobres; estados e municípios ricos agiram sem considerar o âmbito nacional, aumentando as desigualdades regionais. Clientelismo – gigantismo nas máquinas públicas O dinheiro ficou na máquina, sem chegar à escola. Setor público: má gestão das prioridades 2. VISÃO ESTRATÉGICA
  10. 10. 10 Setor privado e ONGs: pet projects Pouca atenção a diretrizes ou orientações nacionais. Cada um teve suas próprias convicções sobre como deve ser a educação e seu próprio perfil de projeto. Acabou assumindo a idéia da esquerda conservadora de que é “politicamente incorreto” ter lucro com a educação ou prestar serviços de interesse público com recursos do estado. Ainda não está clara a diferença entre responsabilidade social e caridade filantrópica. Sociedade civil: não cobra e não fiscaliza Falta de informação Setor privado e sociedade 2. VISÃO ESTRATÉGICA
  11. 11. 11 Criar tradição de competência e respeito no uso dos dados educacionais, tanto na mídia quanto na vida acadêmica. Imprensa e sociedade estão começando a aprender a lidar com estatísticas e indicadores. Disponibilização de informações para a sociedade. A internet e outras mídias ajudaram a disponibilizar o que era domínio do MEC, das Secretarias e ONGs. Aprofundar a educação da mídia, produzir fatos e eventos para sensibilizar os meios de comunicação. Mídia começa a aprender a cobrir educação de modo mais conseqüente. Cursos e concursos para pessoal de mídia que cobre educação, promovidos por entidades, induzindo maior cuidado com as matérias veiculadas. Superar a política educacional de oferta descentralizada dos anos 90 por uma nova política que precisa ser formatada e instrumentalizada para que: • não dependa apenas das iniciativas governamentais • contribua para promover mudanças na cultura escolar • dê suporte político para o enfrentamento do corporativismo • dissemine informação de qualidade sobre educação Grande efervescência de idéias e propostas no setor, motivadas não só pela estratégia governamental como pelo pensamento de instituições e personalidades, nacionais e internacionais, que reconhecem e recomendam o valor estratégico da educação. Ampliação do número de ONGs e empresas preocupadas com relevância, escalabilidade e sustentabilidade de seus projetos. Jovens profissionais de outras áreas estão se interessando por educação. O MEC criou um padrão de atuação, colocando em prática pela primeira vez uma estratégia coerente de políticas governamentais de oferta descentralizada. Plantou-se a semente de uma nova matriz de política, na qual Estado, sociedade e mercado sejam parceiros e o Estado atue como a parte que é tanto mais insuficiente quanto necessária. Iniciativas de responsabilidade social de empresas e entidades do terceiro setor foram formatadas e postas em prática: Instituto Razão Social, por exemplo. Fortalecer os canais de participação da sociedade, ainda incipientes. Reformulação das visões e estratégias dos diferentes setores, induzida pela atuação do MEC. Educação colocada na agenda da reforma do Estado, por continuidade e visão política. Pela primeira vez na história houve um ministro por mais de 3 anos. Dar curso político e institucional às questões equacionadas com a LDB, o FUNDEF e as políticas de oferta descentralizada. Instâncias de acordo se reposicionando (CONSED e UNDIME) em função do novo governo. A prática do regime de colaboração ainda não está clara. O regime de colaboração está legalmente consolidado pela LDB (Lei de Diretrizes e Bases) e o FUNDEF (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério). As instâncias de acordo e coordenação de políticas foram fortalecidas: CONSED (Conselho Nacional de Secretários de Educação) e UNDIME (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação). Agora é a prática política. O QUE FALTA FAZERO QUE ESTÁ EM CURSOO QUE JÁ FOI FEITO 2. VISÃO ESTRATÉGICA Soluções
  12. 12. 12 PROBLEMA NÚMERO 3 GESTÃO PÚBLICA Sem Eficiência e Sem Eqüidade
  13. 13. 13 Dificuldade de praticar o princípio federativo e a divisão de tarefas União: Ensino Superior, coordenação nacional e função redistributiva e supletiva na educação básica Estado: Ensino Fundamental, principalmente de quinta a oitava séries e Ensino Médio. Mas não há um estado do país que não tenha universidades estaduais Município: Educação Infantil e Ensino Fundamental Falta de coordenação nacional e falta de apetite político do MEC para formular e liderar políticas Congresso e legislativos estaduais e municipais não cumprem seu papel de fiscalização da gestão dos sistemas de ensino Iniqüidade no financiamento Custo aluno no Ensino Superior público é mais que o dobro do custo aluno na educação básica 3. GESTAO PÚBLICA União, Estado e Município não se entendem
  14. 14. 14 Soluções 3. GESTÃO PÚBLICA “Empowerment” de comunidades e famílias para cobrar “accountability”. Cultura de avaliação e “accountability”: está sendo construída aos poucos. Sistema de avaliação nacional do rendimento escolar. Pela primeira vez o país tem um. Tem ainda um sistema de indicadores estatísticos confiáveis. Enfrentar o corporativismo do setor público na educação. Valorizar a profissionalização dos quadros da educação. Cursos de preparação de gestores educacionais Iniciou-se a profissionalização de quadros da administração federal e a formação continuada de diretores e outros gestores escolares, para tornar a escola “accountable”. Fortalecer a cultura da avaliação Fortalecer e valorizar a descentralização responsável da gestão, principalmente a que transfere encargos e recursos ao município. O MEC assumiu de fato um papel estratégico: coordenação nacional, avaliação e normatização. Fortaleceram-se as instâncias de negociação e coordenação políticas: CONSED - Conselho Nacional dos Secretários da Educação; UNDIME - União dos Dirigentes Municipais de Educação. Ampliar e fortalecer as formas de controle no legislativo e nas organizações sociais. Transparência do finaciamento FUNDEF está facilitando a fiscalização por parte dos legislativos e da sociedade. O dinheiro vai para onde está o aluno O FUNDEF deu objetividade ao regime de colaboração. FUNDEF: instrumento de gestão, além de redistribuir (equidade) e racionalizar (eficiência) o financiamento. O QUE FALTA FAZERO QUE ESTÁ EM CURSOO QUE JÁ FOI FEITO
  15. 15. 15 PROBLEMA NÚMERO 4 DESINFORMAÇÃO DA SOCIEDADE
  16. 16. 16 4. DESINFORMAÇÃO DA SOCIEDADE A mídia confunde o episódico com o estrutural, a aparência com a essência, a causa com o efeito: uma escola assaltada vale mais do que toda a repetência daquele ano. O governo usa a mídia para se promover. São escolas multisseriadas e unidocentes e representam apenas 4% da matrícula. 20 mil escolas sem banheiro Absenteísmo dos professores não aparece no jornal. Destaque para a falta de merenda “Caindo” de onde? Qual a referência?Qualidade do ensino está “caindo” O professor trabalha 20 horas de 45 minutos por semana; tem 45 dias de férias; aposenta-se com 25 anos de serviço, além de outras vantagens ditas “não-pecuniárias”. O professor é um coitadinho, ganha menos que outros profissionais A REALIDADEA INFORMAÇÃO
  17. 17. 17 Soluções 4. DESINFORMAÇÃO DA SOCIEDADE Promover debates e sensibilização para haver menos apego a factóides e mais transparência na gestão educacional Maior preparo dos gestores de política pública para lidar com os meios de informação Campanhas de informação à opinião pública para fortalecer o senso crítico na leitura da mídia Disponibilização de dados e informações relevantes e confiáveis (site e publicações do MEC e de várias secretarias estaduais) Ampliar e consolidar trabalho junto aos distintos veículos e profissionais de mídia ONGs têm iniciativas para dar formação aos profissionais de mídia O QUE FALTA FAZERO QUE ESTÁ EM CURSOO QUE JÁ FOI FEITO
  18. 18. PROBLEMA NÚMERO 5 INTERESSES CORPORATIVISTAS 18
  19. 19. 19 Empreiteiras e corporação de professores A repetência incha o sistema, dando a ilusão de que faltam escolas. Mais alunos, mais prédios e mais vagas para professores. Corporação dos professoresFragmentação curricular. Matemática foi dividida com geometria; artes com desenho geométrico: necessidade de mais professores, salários menores para o conjunto. Encurtamento e fragmentação do tempo de ensino e aprendizagem: 3 a 4 horas de aulas diárias em vez de 5 ou 6; maior número de aulas, aulas mais curtas, crianças menos tempo na escola. A carreira de magistério é cartorial: isonomia, direitos adquiridos, aposentadoria com 25 anos. Se o aluno aprende ou não, tanto faz para os professores. Os benefícios são os mesmos. Corporação acadêmicaA formação do professor tem que se sujeitar ao Ensino Superior disciplinarista e não à necessidade do currículo. Psicopedagogos fundamentalistas, seus promotores e editores. Disputas de métodos de alfabetização. Só os teóricos insistem no método único ideal. Na prática, o bom professor diversifica, adapta, mistura, improvisa. A QUEM INTERESSAO PROBLEMA 5. INTERESSES CORPORATIVISTAS Exemplos históricos
  20. 20. 20 Soluções 5. INTERESSES CORPORATIVISTAS Fortalecer e disseminar cultura de avaliação de resultados e incentivos. “Empowerment” das comunidades e famílias para fiscalizar e cobrar resultados nas escolas. Estudos de novas estruturas de carreira para permitir avaliação de resultados e incentivos. Estudos de alternativas como as Charter Schools americanas. Avaliação de resultados e incentivos em alguns estados ou municípios. Preservação do recurso vinculado para salários dos ativos. Incentivar criação de ISEs nas universidades Enfrentar as Instituições de Ensino Superior e implementar o novo sistema de formação de professores. Criação do ISE - Instituto Superior de Educação Diretrizes nacionais para carreira e revisão do sistema de formação de professores. Esclarecer a sociedade sobre carreira e salário de professores e outros aspectos do funcionamento da escola. Reorganização de todas as estatísticas para ter indicadores confiáveis da demanda. Mudanças na carreira para ter avaliação de resultados e incentivos diferenciados. Reforma da Previdência para separar salários de ativos e inativos e não onerar o recurso vinculado com aposentadorias. Criação do FUNDEF reservando 60% para salário e formação de professores. O QUE FALTA FAZERO QUE ESTÁ EM CURSOO QUE JÁ FOI FEITO
  21. 21. 21 PROBLEMA NÚMERO 6 O PERIGO DAS “CAUSAS NOBRES”
  22. 22. 22 Se um secretário da Saúde dissesse isso sobre a sua área, para uma platéia medianamente educada, seria aplaudido? “Educação se faz com afeto” Dobrar turno não é produtivo. Escola ruim em dobro é pior; é preciso primeiro melhorar a média das escolas para depois ter uma estratégia progressiva de aumentar o tempo de permanência. Tempo integral para as crianças na escola, para que ela tenha um atendimento integral Dividir os recursos com mais alunos. Em vez de oito gerações, serão nove. Ingresso mais precoce é bom, mas não precisa de mais um ano. Basta estabelecer que o Ensino Fundamental vai dos 6 aos 13 anos. Oito anos com jornada diária de 5 horas de efetivo trabalho escolar é mais do que 9 anos com 3 horas. Ensino Fundamental de 9 anos para colocar todas as crianças de seis anos na escola O PERIGOA “CAUSA NOBRE” 6. O PERIGO DAS “CAUSAS NOBRES”
  23. 23. 23 Sensibilizar os “papas” da mídia para o problema da informação sobre educação e da vulnerabilidade da área para o estelionato ideológico Mostrar a verdade por trás das informações distorcidas ou incompletas Linguagem nova por parte de alguns veículos - uma forma diferente de informar, como a FVC e a revista ESCOLA Informar cada vez melhor a opinião pública Debate permanente no setorSistema de informações confiáveis é a base para desmistificar O QUE FALTA FAZERO QUE ESTÁ EM CURSOO QUE JÁ FOI FEITO Soluções 6. O PERIGO DAS “CAUSAS NOBRES”
  24. 24. 24 PROBLEMA NÚMERO 7 FRACASSO ESCOLAR
  25. 25. 25 7. FRACASSO ESCOLAR Até os anos 90: indicadores entre os piores do mundo Ensino Médio – 1 milhão de novos alunos por ano e idade média de ingresso caiu de 17 para 15, indicador indireto de que os concluintes do Fundamental estão indo para o Médio Por isso não iam para o Ensino Médio, iam direto para o mercado de trabalho A escolaridade média da força de trabalho subiu para 6.4 anos A escolaridade média da força de trabalho era 5,3 anos No Ensino Médio, atendimento à população na série correta é de 45% No Ensino Médio, atendimento à população na série correta (35%) era metade da observada em países de desenvolvimento semelhante, como Argentina, Chile e México Tempo médio atual é de 9.7 anosQuando conseguiam, o tempo médio era de 12 anos Já está em 60% a taxa dos que concluem o Ensino Fundamental na idade certa Mais da metade (52%) dos que iniciavam não conseguiam concluir o Ensino Fundamental na idade correta DADOS DE 2002ATÉ OS ANOS 90
  26. 26. 26 Critérios de avaliação inadequados As crianças são comparadas com padrões absolutos; não se leva em conta o progresso individual; não se pensa no ano seguinte como continuidade do anterior. A criança reprovada começa tudo de novo. Da quinta série em diante, um aluno que reprova em Matemática, mas passa em todas as outras matérias, começa de novo, inclusive nas matérias em que passou. As estatísticas mostram uma altíssima correlação entre repetir e desistir da escola. Portanto, a evasão é em grande parte causada pela repetência. 7. FRACASSO ESCOLAR
  27. 27. 27 Para entrar na primeira série tem que estar com a “prontidão” concluída; para passar para a segunda tem que ter chegado num ponto arbitrário fixado pelo professor ou pela escola; o Ensino Fundamental prepara para o Ensino Médio e este só serve para preparar para o vestibular. A pedagogia e a didática são longínquas da realidade do aluno. 7. FRACASSO ESCOLAR A escola prepara para continuar na escola, não para a vida
  28. 28. 28 Prejuízo da auto-estima do povo brasileiro Estigmatizado como incapaz de aprender a ler, escrever e fazer as quatro operações Quanto custa o prejuízo de uma força de trabalho e uma cidadania assim constituídas? O país investe em média quase 10 anos para cada aluno que conclui os 8 anos do Ensino Fundamental Convivem nas oito séries do Ensino Fundamental coortes (número de nascidos num determinado ano) de pelo menos 20 anos seguidos, onerando com isso o uso do espaço, do tempo, dos recursos humanos e didáticos. Com esse dinheiro, daria para financiar programas de qualidade na área de formação de professor e produção de recursos de ensino que resolveriam, a médio prazo, a nossa crise qualitativa. 7. FRACASSO ESCOLAR Conseqüências catastróficas
  29. 29. 29 Informar a opinião pública sobre os malefícios da repetência e da cultura elitista e sobre o que está sendo feito. Ineficiência e ineficácia da repetência comprovadas pelo SAEB e sistemas estaduais de avaliação. Continuar sensibilizando os professores para a necessidade de mudar a cultura. Implementação de cursos de formação inicial em nível superior, de acordo com a reforma feita. Está começando. Revisto o sistema de formação inicial de professores em nível superior. Avaliar, ampliar, consolidar e promover melhorias no que foi iniciado. Incentivos para escolas que desenvolvem projetos bem sucedidos de diminuição da repetência e evasão. Regularização do fluxo escolar Subsídios de diferentes tipos elaborados pelo MEC, CNE e sistemas: Diretrizes e Parâmetros Curriculares, materiais, programas de educação continuada para professores, bibliotecas, avaliação do livro didático, materiais e capacitação para classes de aceleração. Inventariar e documentar tudo o que está sendo feito, pois são ações dispersas em 27 estados e mais de 3 mil municípios. Ações para prevenir o fracasso: ciclagem do período escolar, revisão dos critérios de avaliação, programas de capacitação em serviço dos professores. LDB abriu todas as possibilidades no plano normativo: flexibilidade, direito de aprender, consideração pela experiência do aluno, ensino prático, que faz sentido para a vida; autonomia e avaliação para estados, municípios e escolas. O QUE FALTA FAZERO QUE ESTÁ EM CURSOO QUE JÁ FOI FEITO Soluções 7. O FRACASSO ESCOLAR
  30. 30. 30 PROBLEMA NÚMERO 8 QUALIDADE Ainda em Discussão
  31. 31. 31 Nenhum país construiu educação de qualidade sem garantir acesso para todos Enquanto política pública, uma educação de minoria, mesmo dita de excelência, não é de qualidade E a escola de elite nem era tão boa: produzia bacharéis, arautos da cultura livresca, quando o país precisava de cientistas, criadores, engenheiros, empreendedores Hoje a má qualidade ficou visível: impossível não reconhecer que o rei está nu População homogênea não existe mais É preciso aprender a trabalhar com a diversidade O professor é a chave de tudo 8. QUALIDADE A qualidade “caiu” de onde?
  32. 32. 32 Consolidar e ampliar as medidas de melhoria, tanto na formação do professor como na produção de recursos de apoio didático para a sala de aula. Implementação do que já foi feito Novas Diretrizes e Parâmetros Curriculares Inventar novos modelos e formas de provisão do livro didático e de bibliotecas. Avaliação do Livro Didático Ampliar e diversificar a produção de materiais para o professor. Produzir e implementar modelos de gestão escolar voltados para aprendizagens relevantes. Educação continuada para professores Experiências de gestão voltada para sucesso Novos materiais para professores e/ou alunos – Aceleração, OFÍCIO DE PROFESSOR Cursos e materiais para gestores O QUE FALTA FAZERO QUE ESTÁ EM CURSOO QUE JÁ FOI FEITO Soluções 8. QUALIDADE
  33. 33. 33 PROBLEMA NÚMERO 9 DESPREPARO DO PROFESSOR
  34. 34. 34 9. DESPREPARO DO PROFESSOR Nunca tivemos um sistema coerente de formação de professores O curso superior para professor dos anos iniciais do Ensino Fundamental não ensina conteúdos que ele precisa ensinar porque não há onde formar esse professor polivalente num Ensino Superior dividido em departamentos por disciplinas. O professor especialista por disciplina aprende um excesso de conteúdos (quando aprende) e nada de didática e pedagogia. No Ensino Superior não há uma instituição dedicada especificamente à formação de professores Na França: École Normale Superieure; países hispano- americanos: Instituto de Formación Docente; Alemanha: Studient Seminar; países anglos: Teachers College. A maior parte dos professores é formada em escolas particulares de má qualidade A qualidade desses cursos passou a ter algum controle há pouco tempo. Um modelo de formação distorcido
  35. 35. 35 1ª- 4ª série 5ª- 8ª séries Ensino Médio O professor polivalente de primeira a quarta séries e o professor especialista em uma disciplina de quinta a oitava e do Ensino Médio dividem a vida escolar dos alunos de modo artificial. De quinta a oitava e no Ensino Médio cada disciplina torna-se um feudo. Impossível trabalho interdisciplinar, priorização de conteúdos básicos. Isso afeta a organização escolar de modo nocivo, dificultando gestão racional do tempo e do espaço. 9. DESPREPARO DO PROFESSOR Mundos que não se encontram
  36. 36. 36 Os cursos de formação de professores adotam uma cultura pedagógica e didática baseada numa clientela escolar ideal e homogênea social e culturalmente. Mas a realidade na qual o professor vai trabalhar tem, cada vez mais, uma clientela heterogênea, diversificada social, cultural e economicamente. 9. DESPREPARO DO PROFESSOR Os professores não sabem ensinar crianças diferentes do aluno ideal
  37. 37. 37 Formalismo e cartorialismo A estrutura da carreira é baseada no tempo de serviço e, mais recentemente, por formação. Basta ficar ali para ir ganhando promoções. Não há nenhum incentivo por resultados. Pelo princípio da isonomia, todos ganham a mesma coisa. O movimento do magistério ao longo de décadas “trocou” salário por “vantagens não-pecuniárias”: aposentadoria aos 25 anos de serviço, 12 faltas abonadas por ano, 3 meses de licença-prêmio a cada 5 anos; qüinqüênios, jornada de trabalho mais curta, férias mais longas Há mais professores do que o necessário Fragmentação curricular Alunos fantasmas Multiplicação de turmas e turnos, com menos alunos por classe, para gerar mais postos de trabalho para professor 9. DESPREPARO DO PROFESSOR Carreira com vícios do setor público
  38. 38. 38 O professor não sabe ensinar ao aluno real porque não aprendeu. Isso causa insegurança, que leva a culpar sempre a criança e a família pelo fracasso A estigmatização é constante: profecia que se auto-realiza (desde o início do ano, o professor já “prevê” os que vão fracassar e estes de fato fracassam!) Falta de incentivos leva ao desânimo e acomodação. Os mais jovens, mais dinâmicos, que querem melhorar, são malvistos e ficam “no gelo” na escola. Sindicalismo tem sido motor eleitoral: há vários senadores e deputados que saíram do movimento de professores. Escola pública é vista como favor, não como direito. Professor é visto como vítima, não como alguém que está ali para prestar o melhor serviço possível. Família não tem capacidade para fazer cobranças qualificadas. 9. DESPREPARO DO PROFESSOR Valores e atitudes que nenhum empregador aceita
  39. 39. 39 IS0 9000 da Formação de Professores: melhoria de qualidade dos cursos de formação existentes com os seguintes componentes: • sistema de credenciamento de instituições e cursos privados; • financiamento da demanda por cursos de formação docente, com recursos públicos para escolas privadas, desde que estas satisfaçam os critérios de credenciamento de qualidade; • financiamento de formação de formadores de professores, porque o Brasil tem falta de docentes de qualidade para cursos de formação docente. Avaliação e certificação dos professores em exercício Aumentar e diversificar a produção de material para os cursos de formação inicial e continuada de professores. Criação dos ISEs (Institutos Superiores de Educação). Pela primeira vez, o país vai ter escolas superiores dedicadas exclusivamente à formação de professores. Novo currículo de formação de professores está sendo implementado. Programas de educação continuada estão atingindo um número expressivo de professores. Cursos de certificação para professores que não têm o nível superior (100 mil já mencionados, mais de 10 mil usando OFÍCIO DE PROFESSOR). Metodologia e materiais estão sendo criados por vários cursos de certificação, para uso em larga escala. Novas normas para os cursos de formação. Mas sua implementação vai demorar, e os resultados mais ainda. Diretrizes para carreira de professores como condição para receber recursos do FUNDEF. O QUE FALTA FAZERO QUE ESTÁ EM CURSOO QUE JÁ FOI FEITO 9. DESPREPARO DO PROFESSOR Soluções
  40. 40. 40 PROBLEMA NÚMERO 10 DEFASAGEM Longe do Século XXI
  41. 41. 41 Superar a herança imperial (escola para poucos; acadêmica, enciclópedica e distante da vida), para ter uma educação democrática, que outros países já tinham no início do século XX Sintonizar a educação com as demandas da sociedade do conhecimento do final do século XX e início do XXI Qualificação para o exercício da cidadania Aprender a aprender Acessar, processar e dar sentido à informação Resolver problemas Trabalhar em grupo 10. DEFASAGEM Dois grandes desafios
  42. 42. 42 70% das carreiras que serão importantes ainda estão para surgir O conhecimento estará dobrando a cada 73 dias (hoje isso acontece a cada 5 anos) O pensamento sistêmico, consagrado pela ecologia, será tão ou mais importante que o pensamento analítico, consagrado pelo paradigma científico tradicional O binômio nacional-internacional já terá sido substituído pelo binômio local-global A maior parte da mão-de-obra terá migrado das grandes corporações para as pequenas e destas para a empresa-pessoa A triste divisão entre as nações ricas e pobres poderá ser substituída pela trágica divisão entre as que sabem e as que não sabem. Num mundo em que daqui a 20 anos… 10. DEFASAGEM
  43. 43. 43 Viabilizar o uso dos recursos do FUST Inclusão digital do professor deve ter prioridade; e que o financiamento de computadores para professores é estratégico Inclusão digital do professor. Sendo promovidas por alguns cursos de formação inicial de nível superior e por iniciativas de corporações como IBM, INTEL, Telefônica, entre outras. Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST) reservou recursos para introduzir as novas Tecnologias da Comunicação e Informação (TCI) - nas escolas Consolidar, avaliar, ajustar, aperfeiçoar Arejar os canais de participação para que a sociedade expresse suas expectativas quanto ao que deve ser a educação para o mundo digital. Implementação pelo governo e pela sociedade Debate sobre o “para que” educamos: continuidade de estudos e vestibular; vida produtiva; participação social Visão estratégica e gestão sintonizadas com as demandas do novo século. A reforma curricular já está sintonizada com as novas demandas e vai na mesma direção das de outros países: Inglaterra, EUA, Espanha, Portugal. O QUE FALTA FAZERO QUE ESTÁ EM CURSOO QUE JÁ FOI FEITO 10. DEFASAGEM Soluções
  44. 44. 44 Deverá ser guiado por critérios de austeridade e aumentado na medida em que se resolvam os problemas de gestão de corporativismo. UMA PALAVRA FINAL Aumento do investimento em educação * Castells, Manuel. 2002. Estado Rede: Globalização Econômica e Instituições Políticas na Era da Informação. in Sociedade e Estado em Transformação A reforma da gestão antecede a gestão da reforma Castells
  45. 45. 45 93 97 99 75 94 83 94 87 93 97 1992 1999 1º quinto 20% mais pobres 2º quinto3º quinto4º quinto5º quinto 20% mais ricos Porcentagem CRESCEU O ACESSO DAS CRIANÇAS POBRES À ESCOLA Freqüência na escola de crianças de 7 a 14 anos por níveis de renda
  46. 46. 46 - 5 10 15 20 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 Em milhões de alunos Fonte: MEC/INEP - 2001 UM MILHÃO DE NOVOS ALUNOS ENTRAM PARA O ENSINO MÉDIO A CADA ANO Projeção de Crescimento de Matrículas Ensino Médio

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