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humano.
A razão é uma paixão
refletida, portanto
contida, subordinada
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Na Ética, há a alegria, o desejo ou o
pesar, que são estados de alma da
pessoa considerada isoladamente,
por assim dizer, ou em todo o caso
tomada em sua temporalidade
individual. Na Retórica, ao contrário,
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em seu espírito.
Aristóteles na Retórica mostra
que as paixões constituem um
teclado no qual o bom orador
toca para convencer.
Um crime horrível deverá suscitar indignação ao
passo que um delito menor, absolutamente
perdoável, deverá ser julgado com compaixão. Para
despertar tais sentimentos, é preciso conhecer os
que existem antes de tudo no instigador do auditório.
CÓLERA.
É o reflexo de uma diferença entre
aquele que se entrega e aquele ao qual
ela se dirige. Por essa razão, acha-se na
dependência dessa lógica da identidade
e da diferença, a qual caracteriza a
retórica relação retórica. A cólera é um
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CALMA.
A calma é uma verdadeira paixão porque
reflete, interioriza uma certa imagem que
o outro forma de nós, de sorte que, ao
mesmo tempo, agimos sobre ele,
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a seu respeito. Dai sua função retórica.
Ela recria a simetria. e,
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O AMOR E O ÓDIO.
O amor, ou a amizade, é um vinculo de
identidade mais ou menos parcial. É o
próprio lugar da conjugação, da
associação - ao contrário do ódio,
puramente dissociador.
A distância entre os indivíduos se revela
insignificante, o que afinal torna o amor e
o ódio tão violentos.
A SEGURANÇA E O TEMOR
O temor e a confiança pressupõem uma
diferença materializada por uma assimetria
na relação.
Tememos os fortes, não os fracos.
A segurança provém de uma certa
superioridade tanto sobre as coisas quanto
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ser prejudicial
A VERGONHA E A IMPUDÊNCIA.
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Na vergonha a interiorização do olhar do
outro devolve-me uma imagem inferior de
mim mesmo.
A impudência, ao contrário, consagra
praticamente a não-essencialidade do outro.
O FAVOR

A obsequiosidade é uma resposta a
outrem, atende à sua pretensão, ao
seu caráter passional: é prestar
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alheia, entendendo-se que quem
responde dessa maneira não o faz por
interesse. O favor exprime uma
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suprimir.
A COMPAIXÃO E A INDIGNAÇÃO
A piedade volta-se para aqueles que estão
relativamente próximos, mas não em
demasia, sendo de temer que sua sorte
negativa nos atinja.
Indignação reflete a não aceitação (moral)
do espetáculo das paixões, de sua
desordem.
A INVEJA, A EMULAÇÃO E O DESPREZO.
A inveja e emulação dirigem-se para os iguais, A
inveja quer tirar do outro o que ele tem, a
emulação quer imitá-lo. São reações que
tendem a prolongar a simetria ou criá-la, visto
que uma deseja gerar a diferença, a outra, a
identidade.
O desprezo tende para a ruptura.
A inveja una os iguais, mas não suscita a
comunhão. Os iguais já estão próximos e a
inveja assinala de preferência a diferença
Desprezo (desdém, difamação e ultraje)
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As paixões na Retórica de Aristóteles

  • 2. São todos aqueles sentimentos que, causando mudança nas pessoas, fazem diferir seus julgamentos
  • 3. Não são entendidas aqui como virtudes ou vícios permanentes, mas estão relacionadas com situações transitórias, provocadas pelo orador.
  • 4. A paixão é a própria alteridade, a alternativa que não se fará passar por tal, a relação humana que põe em dificuldade o homem e, eventualmente, o oporá a si mesmo. Compreende-se, nessas condições que a paixão remete as soluções opostas, aos conflitos, a diferença entre os homens. A oponibilidade que une e desune
  • 5. Se há paixão há ação e, ao mesmo tempo, um agente, uma causa eficiente que para realizá-la, para produzi-la não pode ter sido simplesmente natural - o que leva a uma ordem do humano.
  • 6. A razão é uma paixão refletida, portanto contida, subordinada a um fim pensado.
  • 7. Na Ética, há a alegria, o desejo ou o pesar, que são estados de alma da pessoa considerada isoladamente, por assim dizer, ou em todo o caso tomada em sua temporalidade individual. Na Retórica, ao contrário, as paixões passam por resposta a outra pessoa, e mais precisamente a representação que ela faz de nós em seu espírito.
  • 8. Aristóteles na Retórica mostra que as paixões constituem um teclado no qual o bom orador toca para convencer. Um crime horrível deverá suscitar indignação ao passo que um delito menor, absolutamente perdoável, deverá ser julgado com compaixão. Para despertar tais sentimentos, é preciso conhecer os que existem antes de tudo no instigador do auditório.
  • 9. CÓLERA. É o reflexo de uma diferença entre aquele que se entrega e aquele ao qual ela se dirige. Por essa razão, acha-se na dependência dessa lógica da identidade e da diferença, a qual caracteriza a retórica relação retórica. A cólera é um brado contra a diferença imposta, "injusta" ou como tal sentida
  • 10. CALMA. A calma é uma verdadeira paixão porque reflete, interioriza uma certa imagem que o outro forma de nós, de sorte que, ao mesmo tempo, agimos sobre ele, mantendo (ou encontrando) nossa calma a seu respeito. Dai sua função retórica. Ela recria a simetria. e, consequentemente, o contrario e talvez mesmo o antídoto da cólera.
  • 11. O AMOR E O ÓDIO. O amor, ou a amizade, é um vinculo de identidade mais ou menos parcial. É o próprio lugar da conjugação, da associação - ao contrário do ódio, puramente dissociador. A distância entre os indivíduos se revela insignificante, o que afinal torna o amor e o ódio tão violentos.
  • 12. A SEGURANÇA E O TEMOR O temor e a confiança pressupõem uma diferença materializada por uma assimetria na relação. Tememos os fortes, não os fracos. A segurança provém de uma certa superioridade tanto sobre as coisas quanto sobre as pessoas, de um afastamento, suposto ou real, relativamente ao que pode ser prejudicial
  • 13. A VERGONHA E A IMPUDÊNCIA. Duas formas de relacionamento com outrem, de reação à imagem que o outro faz de nós, formas que são bastante reais. Na vergonha há inferioridade Na impudência há superioridade Na vergonha a interiorização do olhar do outro devolve-me uma imagem inferior de mim mesmo. A impudência, ao contrário, consagra praticamente a não-essencialidade do outro.
  • 14. O FAVOR A obsequiosidade é uma resposta a outrem, atende à sua pretensão, ao seu caráter passional: é prestar serviço, descobrir a necessidade alheia, entendendo-se que quem responde dessa maneira não o faz por interesse. O favor exprime uma relação assimétrica que deseja suprimir.
  • 15. A COMPAIXÃO E A INDIGNAÇÃO A piedade volta-se para aqueles que estão relativamente próximos, mas não em demasia, sendo de temer que sua sorte negativa nos atinja. Indignação reflete a não aceitação (moral) do espetáculo das paixões, de sua desordem.
  • 16. A INVEJA, A EMULAÇÃO E O DESPREZO. A inveja e emulação dirigem-se para os iguais, A inveja quer tirar do outro o que ele tem, a emulação quer imitá-lo. São reações que tendem a prolongar a simetria ou criá-la, visto que uma deseja gerar a diferença, a outra, a identidade. O desprezo tende para a ruptura. A inveja una os iguais, mas não suscita a comunhão. Os iguais já estão próximos e a inveja assinala de preferência a diferença Desprezo (desdém, difamação e ultraje)
  • 17. A INVEJA, A EMULAÇÃO E O DESPREZO. A inveja e a emulação dirigem-se para os iguais. A inveja quer tirar do outro o que ele tem. A emulação quer imitá-lo. São reações que tendem a prolongar a simetria ou criá-la, visto que uma deseja gerar a diferença, a outra, a identidade. O desprezo tende para a ruptura. A inveja una os iguais, mas não suscita a comunhão. Os iguais já estão próximos e a inveja assinala de preferência a diferença Desprezo (desdém, difamação e ultraje)