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Uso das Cores
A Cor
A cor é um elemento decorativo muito apreciado e
de fundamental importância no processo de
Comunicação Visual. Ela chama a atenção, desperta
sensações e influencia o cliente em potencial,
estimulando-o positiva ou negativamente.
Várias disciplinas fazem estudos sobre as cores -
física, química, fisiologia e psicologia. Mas é nas
aplicação artística que temos mais interesse.
Conhecer a cor em outras disciplinas é interessante,
mas não é essencial para que utilizemos um esquema
de cores adequado ao nosso projeto.
Neste ensaio, vamos descobrir que a escolha das
cores também pode ser realizada com alguma
técnica, visando atender a nossos objetivos. Assim,
expandimos nossas possibilidades para além de
gostos pessoais, seja de nosso cliente, do designer ou
nossos gostos pessoais.
Alguns fatores que determinam, ou influenciam, os
significados das cores:
• Suas próprias características e propriedades.
• Gosto pessoal.
• Fatores culturais e psicológicos.
• Moda.
• Natureza do objeto.
Características e propriedades das
cores
A cor é caracterizada por três fatores:
• Matiz: Propriedade da cor que dá origem a seu
nome e a diferencia de outras (azul, amarelo,
vermelho, etc.). O arco-íris é a decomposição da
luz branca do sol e contém todos os matizes.
• Brilho, luminosidade ou intensidade:
Quantidade de luz que cada cor possui. Depois
do branco, o amarelo é a cor que tem mais
luminosidade. O negro é a ausência de
luminosidade.
• Saturação: Grau de pureza de cada cor.
Dizemos que uma cor é pouco saturada quando
apresenta muito cinza na sua composição, como
é o caso das cores pastel.
Classificação das Cores
As cores podem ser classificadas também de acordo
com a sua origem:
• Cores-pigmento: Elas são encontradas nas
tintas. Quando misturadas, sempre escurecem.
Em uma construção, o arquiteto deve ficar
atento, pois se um ambiente for pintado com
tinta composta de muita mistura, a tendência é
obter um ambiente mais escuro.
• Cores-luz: Holofotes ou spots com luzes de
diversas cores são o exemplo prático desse
conceito. Quando a luz verde e a luz vermelha
são acesas juntas, tendem a reproduzir a luz
branca. O mesmo fenômeno ocorre com as luzes
azul e laranja. Quando holofotes de várias cores
são acesos ao mesmo tempo, como num show de
música ou no teatro, o resultado é a luz branca,
que pode ser vista no meio do palco.
As cores, de acordo com sua mistura, podem ser:
• Cores primárias: Cores sem mistura e que,
portanto, não podem ser subdivididas em outras.
No caso de cores-pigmento, as cores primárias
são o azul, o amarelo e o vermelho (cores
primárias subtrativas - quanto mais adicionamos
cor-pigmento, menos luz chega a nossos olhos).
Para as cores-luz, porém, as primárias são o
verde, o azul e o vermelho (cores primárias
aditivas).
• Cores secundárias: Cores que resultaram da
mistura das cores primárias, natural ou
artificialmente, como verde, roxo, laranja etc.
Quando pensamos em combinar cores, é importante
saber:
• Cores contrastantes: São as cores com matizes
muito distantes. O verde é o oposto do
vermelho, o azul do laranja e o roxo do amarelo.
Cuidado ao utilizar essas combinações. Elas são
boas para chamar a atenção, pois são vibrantes,
alegres e estimulantes, mas podem resvalar
facilmente para o mau gosto. Materiais
destinados a crianças, para jovens ou de apelo
popular podem usar com bons resultados essas
combinações.
• Cores análogas: Combinação de cores
próximas, como azul e lilás, vermelho e laranja,
azul e verde. São combinações mais fáceis de
fazer, não chocam, pois a harmonia é a sua
característica. Em alguns casos, pecam pelo
excesso de discrição, beirando a frieza e até uma
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certa tristeza, o que não ajuda a atividade
comercial. Podem ser ótimos como cor de fundo
para salientar e valorizar formas, sem concorrer
em demasia com o próprio produto.
As cores têm outras características, igualmente
importantes, quanto ao temperamento:
• Cores
quentes: São
aquelas
extremamente
visíveis e que
chegam a
agredir os
olhos, nas
quais
predominam o
vermelho e o
amarelo. Outras cores, quando brilhantes, podem
também tornar-se quentes, como o verde-
mandarim (tinta acrílica), embora o verde
normalmente não seja uma cor quente. São
ideais para dar vida a lugares escuros, como
subsolos.
• Cores frias: São
as cores
discretas, mais
calmas, algumas
até meio
depressivas,
como o roxo, no
qual o azul é
predominante. O
verde é utilizado
para pintura de
ambientes onde se procura dar maior
tranquilidade. Quando se desejar um fundo
discreto, as cores frias são as mais indicadas.
Existem inúmeras combinações, mais simples ou
mais complexas. Um outro critério, muito utilizado,
para a classificação das cores é o que as diferencia
em:
• Cores pastel: É a combinação de qualquer cor
com o branco ou o cinza. Quanto mais se
adiciona o branco, mais suave é o resultado.
Servem para atenuar algumas cores que são
vibrantes ou tristes demais. As tintas utilizadas
nos interiores das edificações são, quase sempre,
em cores pastel.
• Cores complexas: Resultado da mistura de
muitas cores. Mais difíceis de serem
conseguidas, proporcionam muitas vezes
resultados sutis e refinados. O verde-musgo, por
exemplo, combina amarelo, azul, vermelho,
preto e branco em doses muito precisas. São
próprias para clientela de alto poder aquisitivo e
culturalmente bem informada.
Outras considerações
Uma vez que a percepção e a apreciação das cores
estão sujeitas a muitas variáveis — principalmente o
gosto da época — não é possível estabelecer regras
rígidas para sua utilização. Algumas considerações
gerais, no entanto, podem ser úteis:
• Significados culturais e psicológicos são
atribuídos às cores. No Brasil, o branco significa
pureza. No Oriente é sinal de luto. As cores da
Bandeira Brasileira têm valores positivos para
todos os brasileiros, mas em algumas culturas o
verde, o amarelo e o azul têm sentidos
negativos. Algumas cores têm significados
quase universais como o vermelho, por exemplo,
que é associado à paixão, guerra e fogo, em
quase todas as culturas. A influência das cores
no comportamento das pessoas pode ser tão
significativa que até alternativas terapêuticas,
como a cromoterapia, estão sendo propostas,
utilizando seus atributos, como acalmar,
estimular, alegrar etc.
• As cores usadas devem ser compatíveis com o
público-alvo. Uma clientela mais sofisticada
apreciará combinações de cores mais sutis,
enquanto o público mais jovem preferirá as mais
chamativas ou da moda. Em decoração de lojas,
aquelas que atendam diferentes tipos de público
não devem usar cores que satisfaçam apenas a
um tipo de clientela.
• As cores influem na aparência e contribuem
muito para marcar a personalidade do
estabelecimento, do produto ou ainda de sua
comunicação visual. A escolha deve considerar
todas as características do ambiente físico da
loja, do público-alvo, dos serviços e dos
produtos oferecidos. Em um espaço comprido e
estreito, por exemplo, uma parede de fundo
amarelo poderá contribuir para atrair as pessoas
para o interior. Cores claras, especialmente as
próximas do branco, contribuem para melhorar o
nível de iluminação e alegram os ambientes. As
compras por impulso são favorecidas pelo uso
das cores quentes, que também estimulam o
apetite, sendo recomendadas para lanchonetes e
restaurantes. As cores vibrantes, quando usadas
em displays e cartazes, também ajudam a
chamar a atenção para um produto que não tenha
a embalagem apropriada ou uma forma vistosa.
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• Juntamente com o logotipo e outros elementos
de comunicação visual, as cores configuram a
personalidade do empreendimento. São as
primeiras informações que o estabelecimento
passa à clientela. Esse fato deve ser considerado
no planejamento tanto de áreas externas como
internas.
O simbolismo da Cor
Ao criar um modelo de cores para seu projeto,
considere os aspectos simbólicos e psicológicos da
cor, bem como a sua fisiologia e os vários princípios
de harmonia e contraste.
Enquanto olhamos para uma cor, podemos
inconscientemente associá-la a diversos símbolos e
isto pode afetar seriamente nossa percepção de
qualquer peça.
O simbolismo da cor possui uma história longa e
complexa, que é por demais detalhada para caber
aqui. Não é preciso dizer que as associações de cores
correntes são o resultado de milhares de anos de
desenvolvimento e, conseqüentemente, contêm
muitas redundâncias e relações aparentemente
contraditórias. Desde os primórdios do século XX,
porém, o simbolismo caiu de moda, sendo
substituído por pesquisas sérias sobre os aspectos
psicológicos da cor. Boa parte destas pesquisas foi
custeada pela Madison Avenue (endereço clássico
da publicidade americana), que estão sempre à busca
de novas formas de atrair a atenção.
Já há muito tempo se suspeitava que os
esquizofrênicos e outras pessoas com problemas
mentais tinham diferentes impressões das cores do
que as pessoas normais, embora a exata percepção
do mundo através dos seus olhos não possa ser
provada. Embora muitos indivíduos possam ter uma
receptividade levemente diferente a diversas cores,
as percepções das cores são suficientemente
semelhantes para que generalizações abrangentes
possam ser feitas.
Embora o simbolismo e os efeitos de cada mescla e
nuança em particular possa preencher vários
volumes, é útil ter um guia básico do simbolismo
das várias cores. As seções a seguir apresentam uma
rápida passada sobre as seis cores básicas —
vermelho, laranja, amarelo, verde, azul c magcnta —
bem como preto e branco.
Vermelho
O vermelho provavelmente possui a mais ampla
faixa de associações entre todas as cores devido às
suas raras ocorrências na natureza. O rosa, uma
mescla do vermelho, é a cor do rubor, o que leva a
associações interessantes de amor ("o enrubescer do
amor") e vigor ("o rubor da saúde"). Leves mesclas
arroxeadas de vermelho são também
tradicionalmente associadas com a verdade. O
vermelho é associado ao fogo e ao calor intenso,
mais do que qualquer outra cor, exceto o amarelo
vivo. Tons claros de vermelho são também
associados com paixão intensa, força e coragem.
Porém, o lado passional do vermelho possui também
conotações negativas, transformando-o no vermelho
da impetuosidade c do ódio. E a cor da inverdade e
também a cor do orgulho. O mesmo vermelho que
está associado ao rubor, está também associado à
vergonha e à timidez. Quando tingido com roxo, o
vermelho torna-se a cor do sangue, a cor da guerra e
da violência. Devido à associação com o sangue, o
vermelho também se torna a cor do martírio, do
sacrifício e da bravura.
O vermelho é uma cor extremamente dominante e é
rapidamente percebida pelo olhar. Contudo, é
também de uma tonalidade incrivelmente intensa
que
rapidamente cansa os olhos. Como consequência,
grandes quantidades de vermelho são raramente
usadas para alguma coisa, e geralmente se
desencorajadas. O vermelho é também preferido por
extrovertidos e é às vezes usado por terapeutas de
cores para combater a depressão.
Laranja
Juntamente com o amarelo, o laranja é uma das
cores mais brilhantes c uma das mais naturalmente
intensas de todas as cores. O laranja forte é tão
incomum c intenso que é uma das cores mais difíceis
de se contemplar. Em média, é a mais quente entre
as cores quentes e a mais estável e tranquilizadora.
O laranja é principalmente um matiz da terra e
possui muitas associações com madeira e sujeira.
Muitas das tonalidades de marrom estão baseadas no
laranja e, consequentcmcntc, o laranja é uma das
cores que mais ocorrem na natureza. O marrom é
também tradicionalmente associado à força, solidez
e maturidade.
Como o amarelo escuro, o laranja escuro é
tradicionalmente associado à desconfiança
e à falsidade. Alem disto, embora esteja associado à
força, o marrom está também associado à tristeza e à
melancolia — talvez devido à sua associação com o
outono e a decadência. O laranja está também
associado à lentidão e à preguiça.
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O laranja é bem mais brando que o amarelo ou o
vermelho e, logo, é uma tonalidade refinada e útil.
As variações do laranja são frequentemente usadas
para o interior de casas. Estudos mostram que o
laranja é, em geral, associado ao apetite e é usado
com frequência no design das cores de restaurantes,
mais notavelmente de locais de fast-food.
Amarelo
O amarelo puro é uma das cores mais brilhantes e
intensas de todas. Por isso, tem sido
tradicionalmente associado com a riqueza e a
nobreza. E também uma das cores mais espirituais.
(Jesus e os santos são em geral representados na arte
Cristã como se tivessem auréolas amarelas ou
douradas.) O amarelo está diretamente associado
com o Sol e, como consequência, com o calor. E
também tradicionalmente o símbolo da generosidade
radiante.
Por outro lado, as nuanças de amarelo trazem
consigo uma gama de conotações negativas. O
amarelo pardo é uma cor da inveja e da má fé.
(Judas é em geral representado usando vestes
amarelas.) E também tradicionalmente associado
com covardia, indecência e sensacionalismo — daí o
"jornalismo amarelo." O amarelo é a cor da urina e
da icterícia e está também tradicionalmente
associado com decadência, doença e degeneração.
O amarelo tingido de verde é também um símbolo
de enfermidade. Bandeiras amarelas são usadas por
embarcações navais para indicar que um navio está
sob quarentena, e os hospitais hasteavam bandeiras
amarelas durante as épocas de guerra. Não há
nenhuma dúvida que o amarelo esverdeado é uma
das cores mais fortemente evitadas e, em geral, as
composições podem passar sem ela.
O amarelo cm geral parece mais brilhante que o
branco, especialmente na impressão. Chama muito a
atenção, mais até mesmo que o vermelho- Ele não
pode atrair a atenção por si mesmo — é preciso ser
usado em contraste com uma outra cor. Devido ao
seu brilho percebido, é em geral extremamente útil
em composições escuras.
Verde
O verde é uma outra cor extremamente brilhante.
Devido à sua predominância
durante a primavera, o verde está normalmente
associado à vida, natureza, juventude e vigor. Isto
também leva a associações com esperança,
disposição e abundância. Nos primeiros rituais
cristãos, o verde era usado para simbolizar a
Ressurreição e a Santa Trindade e,
consequentemente algumas nuanças de verde —
mais especialmente o esmeralda — tornaram-se
carregadas com poder religioso. De qualquer forma,
uma associação comum do verde é com a
imortalidade, devido ao seu reaparecimento cíclico a
cada primavera. O oliva, uma nuança de verde, é a
cor dos monótonos uniformes militares, mas é
também a cor tradicional da paz, como em "estender
um ramo de oliveira" ao inimigo.
Embora o verde pareça carregar algumas conotações
negativas — as pessoas são ditas estando "verdes de
ciúmes" ou com uma cor "verde doentia" — é obvio,
a cor a que se refere é o amarelo-verde e não o verde
puro. Um verde amarelado recebe parte dos aspectos
quentes do amarelo sem receber as conotações
negativas do amarelo-verde.
O verde apresenta uma ampla faixa de variância e,
portanto, há poucas regras concretas que governam o
seu uso. Verdes mais escuros tendem a ser cores
frias bastante calmantes, enquanto verdes claros são
em geral quentes, energéticas e atraentes.
Azul
Como o verde, o azul é uma cor poderosa da
natureza. O azul claro é a cor anil do céu. E também
uma poderosa cor associada com o Céu, com a
divindade e especialmente com o amor divino. E um
símbolo de sabedoria (a deusa romana Minerva está
tradicionalmente vestida de azul, e olhos azuis são
considerados um símbolo de inteligência). É também
uma cor sagrada c não apenas Minerva mas a
Virgem Maria e São João são, em geral,
representados com roupas azuis. É a cor da
esperança e da generosidade. Quando tingido de
roxo, torna-se o sangue azul da nobreza; quando
tingido de verde, torna-se a cor do mar.
O azul é uma das tonalidades mais frias de todas c
suas mesclas esverdeadas são talvez as cores mais
geladas de todas. Além de estar associado ao frio, o
azul é também associado à depressão, melancolia e
tristeza profunda. É em geral usado para representar
o vociferar e a zanga, como em "azul na face."
O azul é famoso por seus efeitos incrivelmente
calmantes. Contudo é uma cor difícil em que se
concentrar e em geral borra ou escorre para dentro
das cores à sua volta, o que pode torná-la
inadequada para o uso em ambientes escuros. Isto
também significa que o azul raramente prende o
olhar a menos que seja também escandalosamente
brilhante.
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Magenta
O magenta c uma das tonalidades mais difíceis de se
caracterizar e realmente não possui nenhuma
conotação própria. Quando tingido de vermelho
torna-se roxo, porém, assume conotações positivas.
O roxo é uma das tonalidades mais luxuosas e ricas,
e está tradicionalmente associado à realeza. Como
também é tradicionalmente o complementar do
amarelo, o roxo está associado à espiritualidade e à
imortalidade, e é normalmente encontrado com o
amarelo nas cerimónias orientais.
Quando tingido de amarelo, o magenta torna-se
violeta. O violeta possui muitas das características
do azul, embora seja muito mais profundo que a
maioria dos azuis. A medida que o violeta se
aproxima do azul, torna-se índigo, o mais escuro dos
azuis e a cor do céu noturno.
Branco
O branco é em geral visto como a mais pura das
cores, imaculada por cor alguma e intocada por
pigmento algum. Portanto, não deve ser surpresa que
seja visto como um símbolo da pureza e da
castidade. Ao longo dos tempos, também adquiriu
aspectos de inocência, sinceridade e modéstia. As
associações com castidade e pureza levaram a
ligações com virgindade e feminilidade. Nos tempos
romanos, amizade, sinceridade e amor eram em
geral personificados com vestes brancas. O branco
não é uma cor puramente positiva, c a palidez c
normalmente associada à doença e à fragilidade. Em
culturas asiáticas, o branco é a cor da morte e do
pesar.
Preto
O preto é a antítese do branco e, consequentemente,
muitos de seus significados são também
diametralmente opostos. Significa depressão e
escuridão. O preto puro inalterado também está
associado à morte, ao desespero e ao temor. O preto
está associado com a atividadc criminal — os
piratas, por exemplo, hasteiam bandeiras pretas — e
mal presságios são em geral citados como preto.
Quando temperado com branco, o preto torna-se
menos severo e contém conotações de prudência,
humildade, resolução, solenidade e sigilo.
Disco de Cores Subtrativas
Como Itten era um pintor, seu disco de cores
original estava baseado nos princípios da
combinação subtrativa de cores. Infelizmente, Itten
cometeu o engano de usar vermelho, amarelo e azul
como cores primárias apesar do fato do ciano,
magenta e amarelo serem as cores primárias da
combinação subtrativa.
Na Figura 2.5, o disco de cores de Itten foi ajustado
de modo a empregar as cores primárias subtrativas
adequadas: ciano, magenta e amarelo. Embora o
efeito geral seja bem semelhante, há várias
diferenças notáveis. As faixas de azul e violeta do
disco de cores corrigido são muito mais destacadas,
enquanto as amarela e laranja são bem menos
proeminentes. O disco de cores subtrativas de Itten é
mais equilibrado e esteticamente agradável, mas o
disco de cores subtrativas correto nos dá uma ideia
melhor de como as cores podem ser combinadas.
Disco de Cores Aditivas
Há poucos disco de cores hoje que demonstrem os
princípios da combinação aditiva de cores. Isto é
lamentável porque as fronteiras em expansão dos
meios digitais e eletrônicos faz o uso de tais discos
mais importante que nunca. Para este livro, um novo
disco de cores aditivas foi gerado, que deve se
mostrar extremamente útil para designers em
computadores.
Para os que já viram discos de cores subtrativas no
passado podem ficar chocados pelo disco de cores
aditivas apresentada na Figura 2.6. O disco de cores
aditivas possui uma semelhança superficial com o
disco de cores subtrativas, mas o equilíbrio das cores
é radicalmente diferente. A natureza dos
fundamentos da luz tende a favorecer uma pesada
distribuição de azuis e verdes, enquanto amarelo e
vermelho criam somente um leve impacto sobre o
disco de cores. Este mesmo tipo de distribuição pode
ser observado no espectro solar, que é dominado
pêlos comprimentos de onda azuis da luz enquanto
uma parcela pequena é dedicada aos comprimentos
de onda vermelhos.
FIGURA 2.4 - O disco de cores original de doze passos
deJohannes Itten.
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FIGURA 2.5 - Este disco de cores corrigido representa as
relações entre as cores na combinação suhtrativa de cores.
FIGURE 2.6 - Este disco de cores representa exatamente as
relações entre as combinações de cores aditivas.
Devemos observar que as cores aditivas não fazem a
transição para a impressão subtrativa muito bem. Por
isto, vários exemplos neste capítulo podem parecer
levemente estranhos. Procure replicar algumas das
figuras de exemplo no monitor para conseguir uma
imagem melhor de como alguns destes princípios
funcionam.
Cores Neutras
Um grande grupo de cores omitidas pelo disco de
cores é o das cores neutras, que são cores que não
são influenciadas por nenhuma cor de forma alguma
— em outras palavras, cinzas.
Embora haja um número infinito de cinzas entre
preto e branco, o olho percebe uma escala de cinza
de 256 passos como uma gradação suave entre
branco e preto. Uma escala de cinza simples de doze
passos aparece na Figura 2.7.
FIGURA 2.7 - Uma escala simples de cinza com doze passos,
mostrando- como uma progressão de tons de cima corre
naturalmente.
FIGURA 2.8 - Quando se combina vermelho e branco, cinza e
preto, as cores resultantes geralmente não são tão intensas
como a original, mas quando apresentadas como um todo,
elas mostram uma variedade muito maior.
Os cinzas são denominados cores neutras porque não
possuem personalidade por si mesmas — uma
composição feita totalmente em cinza parece plana e
de certa forma estéril. Os cinzas adquirem
personalidade quando os colocamos em uma
composição com matizes cromáticos, onde os cinzas
tendem a assumir as características dos matizes à sua
volta. Como consequência, grande número de
artistas se desviam de seu caminho para evitar o
cinza, porque os resultados podem ser extremamente
variados.
Mesclas, Nuanças e Tonalidades
Mesmo quando se adicionam cores neutras a matizes
puramente cromáticos do disco de cores, há um
número desconcertante de cores que permanecem
não consideradas no disco das cores.
Empiricamente, sabemos que há mais de uma cor de
vermelho — há os vermelhos escuros e os
vermelhos claros, há os vermelhos apáticos e os
vermelhos intensos. Estas cores são resultado de
matizes puros combinados com diferentes
quantidades de preto, branco e cinza, como
demonstrado na Figura 2.8.
• Quando se combina um matiz puro com o
branco, o resultado é denominado mescla
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daquele matiz. O rosa, por exemplo, é uma
mescla de vermelho, do mesmo modo que
alfazema é uma mescla de violeta. Mesclas sutis
de um matiz tendem a ser dificilmente
percebidas — enquanto mesclas mais patentes
tendem a parecer mais como cores pastéis.
• Quando se mistura um matiz puro com preto, o
resultado é denominado uma nuança da cor. O
índigo, por exemplo, é uma nuança de azul,
enquanto o castanho avermelhado é uma nuança
de magenta.
• Quando uma cor pura é misturada com o cinza,
o resultado é denominado um matiz da cor. O
amarelo áureo, por exemplo, é um matiz de
amarelo, enquanto o lilás é um matiz de roxo.
Tons claros como o azul acinzentado tendem a
ser bem serenos, enquanto matizes apáticos
como o oliva tendem a ser um tanto insípidos.
• Mescla, nuanças e tonalidades podem ser
aspectos muito úteis de qualquer escala de cores.
Permitem que uma única cor se expresse uma
faixa de sentimentos muito mais ampla e
portanto adiciona variabilidade a composições
que, de outra forma, seriam desinteressantes.
• Tons de vermelho, laranja e amarelo são
geralmente denominados marrom ou bege.
Embora algumas fontes se refiram ao marrom
como uma cor neutra, elas estão erradas. Apesar
de boa parte da personalidade da cor básica ter
sido eliminada na mistura do marrom, resta
quantidade suficiente da cor para que parte de
sua personalidade fundamental se faça sentir.
Bibliografia
GOLDING, Mordy; WHITE, Dave. Guia do
Designer da Web para cores. São Paulo: Quark do
Brasil, 1997.
UGAYA, Eurico; Como Montar ou Renovar sua
Loja. São Paulo: Senac, Makron: 1993.