O documento discute as doenças relacionadas ao trabalho, especificamente a hipertensão e o diabetes. Apresenta uma classificação das doenças de acordo com sua relação com o trabalho, identificando aquelas em que o trabalho é causa necessária, fator de risco ou fator desencadeante. Também aborda o papel do médico no diagnóstico e afastamento de trabalhadores com doenças relacionadas ao trabalho.
2. O ADOECIMENTO DOS
TRABALHADORES E SUA RELAÇÃO
COM O TRABALHO
• Os trabalhadores possuem os mesmos perfis de
adoecimento e morte da população em geral, em
função de:
– idade, gênero, grupo social ou
– inserção em um grupo específico de risco
• Podem adoecer ou morrer por causas
relacionadas ao trabalho
– Consequência da profissão ou
– Pelas condições adversas em que seu trabalho é
realizado.
3. Perfil de adoecimento e morte do
trabalhador
• doenças comuns, sem qualquer relação com o
trabalho;
• doenças comuns (crônico-degenerativas,
infecciosas, neoplásicas, traumáticas, etc.)
– , modificadas no aumento da frequência de sua
ocorrência ou na precocidade de seu surgimento
em trabalhadores
• Ex: A hipertensão arterial em motoristas de ônibus
urbanos;
4. Perfil de adoecimento e morte do
trabalhador
• Doenças comuns que têm o espectro de sua
etiologia ampliado ou tornado mais complexo
pelo trabalho.
– Ex: A asma brônquica, dermatite de contato alérgica,
perda auditiva induzida pelo ruído (ocupacional),
doenças músculo-esqueléticas e alguns transtornos
mentais em decorrência do trabalho,
– somam-se (EFEITO ADITIVO) ou multiplicam-se
(EFEITO SINÉRGICO) as condições provocadoras ou
desencadeadoras destes quadros nosológicos;
5. Perfil de adoecimento e morte do
trabalhador
• Agravos à saúde específicos, tipificados pelos
acidentes do trabalho e pelas doenças
profissionais.
• Ex: silicose e a asbestose
7. CLASSIFICAÇÃO DAS DOENÇAS SEGUNDO
SUA RELAÇÃO COM O TRABALHO
• GRUPO I: doenças em que o trabalho é CAUSA NECESSÁRIA
– doenças profissionais
– intoxicações agudas de origem ocupacional.
• GRUPO II: doenças em que o trabalho pode ser um fator de risco,
contributivo, mas não necessário
– doenças comuns, mais frequentes ou mais precoces em determinados grupos
ocupacionais e para as quais o nexo causal é de natureza eminentemente
epidemiológica.
• HIPERTENSÃO ARTERIAL
• DIABETES
• neoplasias malignas (cânceres),
• GRUPO III: doenças em que o trabalho é provocador de um distúrbio
latente, ou agravador de doença preexistente
– doenças alérgicas de pele
– doenças respiratórias
– distúrbios mentais
8. CLASSIFICAÇÃO DAS DOENÇAS SEGUNDO
SUA RELAÇÃO COM O TRABALHO
• Portanto, a caracterização etiológica ou nexo
causal será essencialmente de natureza
epidemiológica,
– pela observação de um excesso de frequência
– Ou através do levantamento dos determinantes
causais (através de estudos dos ambientes e das
condições de trabalho).
9. FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS
OCUPACIONAIS
• Físicos
• Químicos
• Biológicos
• Ergonômicos e Psicossociais
• Mecânicos e de acidentes
10. Anamnese ocupacional
• A história ocupacional pode levar a uma
situação ou fator de risco para a saúde
presente no trabalho
– Ex: história ocupacional com exposição
significativa ao asbesto, à sílica ou a solventes
orgânicos, por exemplo.
11. Anamnese ocupacional
• Importante investigar as ocupações
anteriores,
– variabilidade dos períodos de latência requeridos
para o surgimento de uma patologia relacionada
ao trabalho
• algumas horas
– conjuntivite por exposição a irritantes químicos
– asma ocupacional
• períodos superiores a 20 anos
– silicose
– alguns cânceres
12. O ESTABELECIMENTO DA RELAÇÃO CAUSAL
ENTRE O DANO OU DOENÇA E O TRABALHO
• Tipo de relação causal com o trabalho:
– O trabalho é considerado causa necessária (Tipo I)?
– Fator de risco contributivo de doença de etiologia
multicausal (Tipo II)?
– Fator desencadeante ou agravante de doença
preexistente (Tipo III)?
13. O ESTABELECIMENTO DA RELAÇÃO CAUSAL
ENTRE O DANO OU DOENÇA E O TRABALHO
• Grau ou intensidade da exposição:
– é compatível com a produção da doença?
• Tempo de exposição:
– é suficiente para produzir a doença?
• Tempo de latência:
– é suficiente para que a doença se instale e
manifeste?
14. DIAGNÓSTICO DE UMA DOENÇA RELACIONADA
AO TRABALHO E AFASTAMENTO DO TRABALHO
• Trabalhador não segurado (trabalhadores
autônomos, avulsos e empresários)
– atestado médico é apenas um documento
pessoal
• Servidores públicos (contratados sob RJU ):
– o atestado médico de incapacidade para o
trabalho é necessário para que ele obtenha o
abono da ausência ao trabalho.
15. DIAGNÓSTICO DE UMA DOENÇA RELACIONADA
AO TRABALHO E AFASTAMENTO DO TRABALHO
• Trabalhador segurado pela Previdência Social
– o atestado médico de incapacidade para o
trabalho servirá para justificar seu afastamento
do trabalho
– Na verdade, o atestado médico irá justificar as
faltas ao trabalho apenas nos primeiros 15
(quinze) dias, que sempre são pagos pela
empresa;
16. DIAGNÓSTICO DE UMA DOENÇA RELACIONADA
AO TRABALHO E AFASTAMENTO DO TRABALHO
• Havendo necessidade de afastamento
superior a 15 (quinze) dias:
– O segurado deverá se apresentar à Perícia Médica
do INSS para perícia
– concessão do benefício auxílio-doença cujo valor
corresponde a 91% do salário de benefício.
– A partir do 16.º dia, correrá por conta do INSS,
enquanto perdurar a incapacidade laboral.
17. DIAGNÓSTICO DE UMA DOENÇA RELACIONADA
AO TRABALHO E AFASTAMENTO DO TRABALHO
• Concessão de auxílio-doença acidentário por
acidente de trabalho:
– garante ao paciente/trabalhador/segurado a
estabilidade de um ano no emprego, após a sua
cessação.
18. Classificação da Incapacidade
Laborativa pelo INSS
• O médico-perito do INSS deverá, também,
proceder ao “reconhecimento técnico do nexo
causal entre o acidente e a lesão, a doença e o
trabalho e a causa motriz e o acidente”
• Não basta dizer “intoxicação pelo chumbo”.
Ele irá averiguar se se trata de intoxicação por
exposição ocupacional e se esta exposição
ocorre ou ocorreu no trabalho.
19. PAPÉIS E AS
ATRIBUIÇÕES DO MÉDICO NAS DOENÇAS
RELACIONADAS AO TRABALHO
• Médico clínico
– Faz o diagnóstico da doença com suspeita de relação
causal trabalho-doença ou o nexo causal
– Define o tratamento e inicia os procedimentos
necessários para que o paciente segurado possa
usufruir os direitos previdenciários (na forma de
benefícios e serviços)
• Médico-perito do INSS avalia:
– existência (ou não) de incapacidade para o trabalho,
– grau e duração, confirmando (ou não), pelo
reconhecimento técnico, o nexo causal entre a doença
e o trabalho
20. PAPÉIS E AS
ATRIBUIÇÕES DO MÉDICO NAS DOENÇAS
RELACIONADAS AO TRABALHO
• Médicos do trabalho na empresa
• suspeita ou diagnostica doença relacionada ao trabalho
• Médicos da fiscalização do MTE (idem)
• Médicos que trabalham com a estratégia da
vigilância em saúde (idem)
21. SERVIDORES PÚBLICOS REGIDOS POR REGIMES
PRÓPRIOS DE TRABALHO
• O servidor público federal contratado pelo RJU,
deve ter um processo aberto na unidade ou no
órgão no qual trabalha e deve ser examinado
pela perícia médica, a quem cabe caracterizar o
nexo e a eventual incapacidade para o trabalho.
• O RJU não prevê benefícios específicos para o
indivíduo vitimado por esses agravos, exceto
– Aposentadoria com vencimentos integrais na
vigência de incapacidade total e permanente.
22. DOENÇAS ENDÓCRINAS, NUTRICIONAIS E
METABÓLICAS RELACIONADAS AO TRABALHO
• LISTA DE DOENÇAS ENDÓCRINAS,
NUTRICIONAIS E METABÓLICAS
RELACIONADAS AO TRABALHO
– Hipotireoidismo devido a substâncias exógenas
(E03.-)
– Outras porfirias (E80.2)
• Hipotireoidismo
– redução, na circulação, do hormônio tireoidiano
(HT) ou, mais raramente, por resistência periférica
à sua ação.
23. • A Hipertensão Arterial e o Diabetes Mellitus são
doenças e agravos não transmissíveis de alta
prevalência, cujos fatores de risco e complicações
representam hoje a maior carga de doenças em
todo o mundo.
• São responsáveis pelas maiores taxas de
morbimortalidade da população brasileira e de
todo o mundo, gerando sofrimento pessoal e
familiar, com alto custo financeiro e social.
24. QUAL A CAUSA DA
HIPERTENSÃO
ARTERIAL OU
PRESSÃO ALTA?
25. Na maioria das vezes não
conseguimos saber com precisão
a causa da hipertensão arterial,
mas sabemos que muitos fatores
tanto os
podem ser
igualmente responsáveis.
não modificáveis como os
modificáveis
26. HEREDITARIEDADE
Algumas pessoas herdam a predisposição
à hipertensão arterial, que pode
apresentar-se em vários membros
de uma família.
IDADE
O envelhecimento
aumenta o risco da
hipertensão arterial
em ambos os sexos.
FATORES NÃO
MODIFICÁVEIS
RAÇA
A hipertensão é mais
comum em pessoas da
raça negra
31. Fatores importantes na adesão
ao tratamento
Fatores importantes na adesão
ao tratamento
2) Relacionados às medidas
higieno-dietéticas:
3) Relacionados ao medicamento:
Dieta hipossódica
Redução do peso corporal
A prática diária de exercício
A importância da tranquilidade
O uso discreto do álcoolNúmero exagerado de medicamentos
Número exagerado de comprimidos
Necessidade de tratamento prolongado
Existência de efeitos colaterais
Preço elevado do medicamento
1) Relacionados ao médico:
Relação médico-paciente difícil
Imposição de esquemas terapêuticos
complexos
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Coordenação de Doenças Crônico-Degenerativas
33. O que é DIABETES?
A glicose vem principalmente dos alimentos, mas
também é produzida pelo corpo.
Insulina é a substância responsável pela captação
de glicose do sangue e utilização como fonte de
energia.
O DIABETES MELLITUS ocorre porque o pâncreas
não produz insulina suficiente ou porque ela não
age da forma adequada no organismo.
O diabetes é uma doença em que há aumento da
glicemia (açúcar no sangue).
34.
35. Sintomas
• Muita sede
• Excesso de urina
• Muita fome
• Cansaço
• Emagrecimento
• Formigamento nas mãos e pés
• Dormências
• Peso ou dores nas pernas
• Infecções repetidas na pele e mucosas
36. Muitas pessoas tem diabetes e não SABEM!
Importante pesquisar diabetes em todas as
pessoas com mais de 40 anos de idade.
37. Diagnóstico
• Presença de açúcar na urina ou no sangue
• O diagnóstico é confirmado pelo exame
laboratorial de sangue (glicemia) após um jejum
de 8 a 12 horas.
38. Fatores de risco
• Antecedente familiar
• Idade maior de 45 anos
• Estilo de vida pouco saudável, como sedentarismo,
dieta inadequada e obesidade
• Sobrepeso
• Hipertensão arterial (“pressão alta”)
• Colesterol maior que o normal
39. DIABETES GESTACIONAL
É o tipo que aparece pela primeira
vez na gravidez.
Principalmente se a mulher:
• Tem mais de 30 anos,
• Tem parentes próximos com Diabetes,
• Já teve filhos pesando mais de 4 Kg ao nascer,
40. Política Nacional de Atenção Integral
a Hipertensão Arterial e ao Diabetes
• Objetivo: articular e integrar ações nos
diferentes níveis de complexidade e nos
setores públicos e privados para reduzir
fatores de risco e a morbimortalidade por
essas doenças e suas complicações,
priorizando a promoção de hábitos saudáveis
de vida, prevenção e diagnóstico precoce e
atenção de qualidade na atenção básica.
41. Plano de Reorganização da Atenção à
Hipertensão Arterial e ao Diabetes
Mellitus no Sistema Único de Saúde
• (Portaria MS-GM nº 16, de 03/01/2002)
• Objetivo: Reduzir o número de internações,
procura por pronto atendimento e os gastos
com tratamento de complicações e sequelas,
aposentadorias precoces e a mortalidade
cardiovascular com consequente melhoria da
qualidade de vida da população.
42. HIPERDIA – Sistema de Cadastro e
Acompanhamento de Pacientes Hipertensos e
Diabéticos
Destina-se ao cadastramento e acompanhamento de
portadores de hipertensão arterial e/ou diabetes
mellitus do Sistema Único de Saúde - SUS.
Permitir o monitoramento dos pacientes cadastrados
no Plano Nacional de Reorganização da Atenção à
Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus.
Gerar informações para a aquisição, dispensação e
distribuição de medicamentos de forma regular e
sistemática a todos os pacientes cadastrados pelo
HiperDia.
43. Programa Nacional de Assistência
Farmacêutica para Hipertensão Arterial e
Diabetes Mellitus
• Foi instituído como parte da Política Nacional
de Assistência Farmacêutica Básica. Foram
padronizados e estão disponíveis para toda
rede da atenção básica:
Hipertensão:
- Propranolol
- Hidroclorotiazida
- Captopril
- Glicazida
Diabetes:
-Metformina
- Glibenglamida
- Insulina NPH
- Insulina Regular
44. Programa Nacional de Assistência
Farmacêutica para Hipertensão Arterial e
Diabetes Mellitus
• Insumos
- Seringas com agulha acoplada para aplicação
de insulina;
- Tiras reagentes de medida de glicemia
capilar;
- Lancetas para punção digital.
47. FATORES DE RISCO LABORAIS PARA
DIABETES E HIPERTENSÃO
• SER DO SEXO MASCULINO
• IDADE MAIOR DO QUE 40
ANOS
• PESSOAS COM ATIVIDADES
OPERACIONAIS (EM
RELAÇAO ÀS ATIVIDADES
ADMINISTRATIVAS)
• ESTRESSE NO TRABALHO
(APENAS PARA
HIPERTENSÃO)
• ATIVIDADES SEDENTÁRIAS
• CONSUMO DE ALCOOL
DIÁRIO
• EXCESSO DE PESO
• COLESTEROL ALTERADO
• COLESTEROL HDL
DIMINUIDO
• COLESTEROL LDL
AUMENTADO
• TRIGLICERÍDEOS
ALTERADOS
48. Outros fatores laborais de risco para
HA e Diabetes
FISICOS
• RUÍDOS (CONTÍNUOS,
INTERMITENTES, DE
IMPACTO)
• EXTREMOS DE
TEMPERATURA (FRIO,
CALOR)
• VIBRAÇÕES
(ESPECIALMENTE NOS
TRANSPORTES)
QUIMICOS E ERGONÔMICOS
49. Agentes Ergonômicos
Principais Fatores Ergonômicos
Esforço físico intenso
Imposição de ritmos excessivos
Levantamento e transporte manualde peso
Exigênciade postura inadequada
Controle rígido de produtividade
Jornada de trabalho prolongada
Trabalhoem turno e noturno
Monotonia e repetitividade
50. Agentes Ergonômicos
Conseqüências à saúde o trabalhador
Cansaço
Hipertensão arterialFraqueza
Alteraçõesdo sono
Alteraçõesda libidoe da vida social
Dores musculares
Taquicardia
Doenças doaparelhodigestivo (gastrite,úlcera,etc.)
Angina Infarto
Diabetes DORT