REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V25_...
Tecnologias no campo
1. nº 17 / JUL - AGO 2014 evista
O Campo é o Nosso Escritório
O CAMPO NA
PALMA DA MÃO
O campo nunca absorveu tanta tecnologia,
mas o gargalo ainda é a integração entre elas.
Manejo de doenças na soja
Noite de Campo BMW
Produtor do ano
Diversificação gera renda
Pergunte ao especialista | Área Polo Morgan | Iniciativa 2. 4D da Dow | Fruticultura
2. “A agricultura é a arte
de saber esperar”
Riccardo Bacchelli
28 de Julho
Dia do Agricultor
3. Diretor Geral
Marcelo Souza
Diretora Executiva
Fabiane Cavina Souza
Redação
Renato Piovan
Matérias
José Carlos Muniz
Direção de Arte
PARRA+CONSENTINO
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Fotos
José C. Muniz e
arquivo Manancial
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2014
evista
A tecnologia no campo e seus desafi os
O agronegócio brasileiro tem demonstrado seu potencial e a cada dia sur-gem
novos desafi os.
Com o advento das novas tecnologias, o campo se transformou em um mer-cado
cobiçado, não somente por empresas de máquinas e implementos, mas
também de sistemas de gestão e afi ns. No entanto, são crescentes também
as reclamações de falta de mão de obra especializad a para gerir todas estas
informações e integrá-las para o maior aproveitamento por parte do produtor,
que paga caro, mas muitas vezes não consegue usufruir dos seus benefícios.
Para discutir este entrenó, visitamos os produtores mais técnicos da região,
além de pesquisadores e professores que desenvolvem trabalhos voltados a
desmistifi car as novas tecnologias e facilitar a vida no campo.
Na próxima edição traremos vários resultados de produtividade de milho 2ª
safra no Vale do Paranapanema, além das curiosidades de uma família do mu-nicípio
de Platina (SP) que ainda utiliza o tradicional engenho movido a cavalo
para a fabricação de melado e rapadura.
Caso tenham alguma dúvida ou sugestão de matéria, favor nos encaminhar
através do email: leitor@ragricola.com.br
Tenham todos, uma ótima leitura e até a próxima!
Marcelo Souza
Diretor Geral
IMAGEM DO MÊS
No dia de São Donato tem macarronada de graça para toda população
em Pedrinhas Paulista (SP), cidade sede da Revista Agrícola
4. SUMÁRIO
05 Pergunte ao especialista
12 Consórcio Nacional Jacto
13 Área Polo Morgan
14 Morgan em Pedrinhas Pta
16 Agro Rural
18 Bayer e Agro Ferrari
19 Ihara lança novo inseticida
22 Iniciativa 2. 4D da Dow
24 Produtor do ano
26 Unimaq-John Deere
28 Valley
44 Fruticultura
46 Diversifi cação gera renda
48 Aconteceu na região / Profi ssionais do Agro
50 Agenda
10 Noite de Campo BMW
30 O Campo na palma
da mão
08 Agricultura de precisão
em foco 20 Manejo de doenças
na soja
5. revista Agrícola | 5
PERGUNTE AO
ESPECIALISTA
Entenda como fazer a declaração do Cadastro Ambiental Rural - CAR
Trazendo inquietação e preocu-pações
para o setor agrícola, o
CAR – Cadastro Ambiental Rural
foi regulamentado nacionalmente em
05 de maio último com a publicação do
decreto 8.235/2014.
Em nossa experiência de trabalho
notamos que muitos dos responsá-veis
pelos pequenos imóveis rurais,
não tem sequer ciência da nova exi-gência
legal, ao passo que os pro-prietários
de médio e grande porte
estão bastante confusos quanto aos
termos e dados necessários para
efetivar a declaração.
Sem pretender esgotar o assunto,
que é realmente mais complexo do que
parece, farei um apanhado geral visan-do
esclarecer os principais pontos con-cernentes
ao tema.
O QUE É O CAR?
Trata-se de um instrumento estatal
de gestão através do qual pretende-se
conhecer, monitorar e planejar a situa-ção
florestal no país. O próprio conceito
legal, quando separado em tópicos, é
autoexplicativo, vejamos:
Registro público: registro é um as-sentamento,
uma escrituração. Público
é o antônimo de “não particular”, signifi-ca
que não é sigiloso. Desde 1989 a re-serva
legal deveria ser obrigatoriamente
averbada à margem da matrícula dos
imóveis rurais, ao passo que as outras
formas de cobertura vegetal não tinham
nenhum tipo de controle formal.
Obrigatório: não é facultativo, to-dos
os imóveis rurais deverão se cadas-trar,
ou estarão sujeitos as sanções por
descumprimento.
Eletrônico: O CAR põe fim as exi-gências
de averbação notarial de for-ma
que as informações ambientais
passam a ser armazenadas eletroni-camente,
salvo em casos específicos
de compensação da reserva legal ex-tra
propriedade nos quais permanece-rá
a exigência de averbação na matrí-cula
do imóvel em cartório.
Âmbito Nacional: Todo imóvel ru-ral
brasileiro deverá se cadastrar e de-clarar
seu status ambiental.
Caráter declaratório: Ou seja,
assim como no caso do imposto de
renda, cabe ao proprietário ou pos-suidor
de imóvel rural demonstrar e
comprovar ao Estado qual é a situação
ambiental. A responsabilidade pela
declaração é de quem a faz, ficando o
declarante sujeito as penas da lei em
caso de falsidade ou omissão.
QUANDO FAZER A DECLARAÇÃO?
Nos termos da lei 12.651/2012,
o prazo para cadastramento do imó-vel
rural no CAR é de um ano, a con-tar
da sua instituição, que ocorreu
no último dia 06 de maio, através da
Instrução Normativa nº 02 do Minis-tério
do Meio Ambiente.
A mesma lei estabelece que este pra-zo
pode ser prorrogado por mais um ano,
por ato do chefe do poder executivo.
QUE DADOS SÃO NECESSÁRIOS
PARA FAZER A DECLARAÇÃO?
Os integrantes dos órgãos ambien-tais
se esforçam por defender a sim-plicidade
do cadastramento do imóvel
alegando que são necessários apenas
dados do proprietário ou possuidor, da-dos
do imóvel rural e da situação flores-tal.
Porém, como em toda teoria, tam-bém
neste caso, a prática é outra.
O que se vê é que existem inúmeras
dificuldades que vão desde identificar
corretamente o tipo de vegetação, deli-mitar
as áreas protegidas e conhecer as
6. No cadastro, o produtor terá de informar quantos módulos de sua propriedade estão destinados a APP e a Reserva Legal
regras para sanar o passivo ambiental,
que muda conforme o tamanho do imó-vel
e a data do último desmatamento.
O Estado, através dos órgãos am-bientais
pertencentes ao SISNAMA –
Sistema Nacional de Meio Ambiente,
deverão prestar toda assistência para
cadastrar as pequenas propriedade e
posses (até 4 módulos fi scais). Quanto
aos demais imóveis, cumpre aos pro-prietários
e possuidores informarem-se
a respeito das regras gerais e transi-tórias
e de todos os demais conceitos
relacionados ao tema para efetuarem
suas declarações com segurança.
CAR PASSO A PASSO
Procurei ordenar àquilo que deve
ser conhecido pelos responsáveis,
para efetuar a declaração no CAR:
Divide-se a área total do imóvel
pela área do módulo fi scal do municí-pio
em que está situado para desco-brir
6 | revista Agrícola
quantos módulos fi scais tem sua
propriedade. Esta informação é neces-sária
para se determinar qual a faixa
de recomposição mínima nas APP´s
(áreas de preservação permanente)
naquele imóvel, bem como sobre o
percentual de reserva legal a compen-sar
(pode ser menor para imóveis de
até 4 módulos).
Identifi car a data do último desma-tamento
e defi nir como será a compro-vação
do mesmo.
Identifi car os tipos de APP´s exis-tentes
no imóvel e delimitar suas res-pectivas
áreas totais.
Delimitadas as APP´s, passa-se
a conferir e discriminar o uso do
solo nas mesmas, ou seja, delimi-tar
quanto está coberto por vegeta-ção,
quanto está sem uso e quanto
está sendo usado para atividades
agrossilvopastoris.
Delimitar as áreas de uso restrito
existentes no imóvel, se houver.
Delimitar todos os demais remanes-centes
de cobertura vegetal existentes
no imóvel (mata que está fora APP´s);
Avaliar o quanto precisa ser recom-posto
de vegetação nas faixas mínimas
obrigatórias de APP com base nas re-gras
transitórias (tabela “escadinha”)
para imóveis de até 10 módulos fi scais.
Avaliar qual a necessidade de re-composição
ou recuperação de reser-va
legal para atingir a porcentagem
mínima de cobertura vegetal neces-sária,
sabendo-se que, a depender
da data do desmatamento é possível
computar as Áreas de APP recupera-das
ou em recuperação no percentual
de reserva legal.
Defi nir como pretende sanar o dé-fi
cit de reserva legal, se houver. Lem-brando
que só é possível compensar
a RL em outro imóvel rural se desma-tamento
no imóvel defi citário ocorreu
até julho de 2008.
Um ponto importante é saber que,
7. revista Agrícola | 7
cadastrando-se, o passivo ambiental
eventualmente existente, poderá ser re-parado
através da adesão ao PRA – Pro-grama
de Regularização Ambiental, atra-vés
do qual é possível obter prazo para
as devidas providências, mediante assi-natura
de termo de compromisso e apre-sentação
de projeto de recuperação.
CAR – DECLARAR OU NÃO
DECLARAR? QUAIS AS CONSE-QUÊNCIAS
DA DECLARAÇÃO OU
DA OMISSÃO DESTA?
Como o CAR tem caráter obrigató-rio,
sua não realização, por si só, pode
acarretar sanções por descumprimento,
sem prejuízo das sanções por eventuais
passivos ambientais não regularizados.
Lembrando que as infrações ambien-tais
são triplamente tuteladas, ou seja,
existem implicações cumulativas nas
esferas administrativa, cível e penal.
Dentre os principais problemas da
não declaração está a impossibilidade
de concessão de crédito agrícola para
imóveis que não estiverem cadastrados
no CAR a partir de maio de 2017, con-forme
mandamento da Lei 12.651 que
estabeleceu esta limitação a ser imple-mentada
5 anos após a publicação da-quela
Lei. Portanto, no que tange a con-cessão
de crédito agrícola, o prazo está
sendo contando desde maio de 2012 e
não a partir da instituição do CAR que
ocorreu em 2014.
A contrário senso podemos listar
as vantagens advindas do cadastra-mento,
das quais estarão automati-camente
privados aqueles que não se
cadastrarem, dentre elas:
Regularização do passivo ambiental
através do PRA;
Conversão de multas em servi-ços
ambientais. A chamada “anistia”
refere-se as infrações cometidas até
22/07/2008 por supressão indevida de
vegetação em áreas protegidas.
Recebimento de incentivos previstos
em lei, tais como pagamento por serviços
ambientais, possibilidade de negociação
de ativos florestais excedentes, isenção
de ITR, contratações de seguros e finan-ciamentos
agrícolas a preço diferenciado.
Elaine Cândido
Advogada
Secretária executiva – ASPIPP – Asso-ciação
Sudoeste Paulista de Irrigantes e
Plantio na Palha
GLOSSÁRIO DE TERMOS
RELACIONADOS
Para se levantar as informações
para o cadastramento é necessário
que se conheça o conceito dos te-mas
intimamente relacionados com a
questão do CAR. Assim, procurei listar
os principais deles:
Qual a diferença entre APP e
Reserva Legal?
A APP – Área de Preservação per-manente
é definida por critério am-biental
e sua localização se destina
a proteção de locais considerados
frágeis. Um ponto importante a se res-saltar
é que uma APP pode estar sem
cobertura vegetal, mas não deixa de
ser APP, devendo ser recuperada, sal-vo
hipótese de uso consolidado.
A reserva legal se refere a porcen-tagem
de cobertura mínima vegetal
que todo imóvel rural deve ter. A por-centagem
varia conforme a região bra-sileira.
A localização da reserva legal
no imóvel é flexível e sua função é o
uso sustentável.
O que é área de uso consolidado?
São as áreas convertidas para uso
antrópico antes de 22/07/2008, ou
seja, o solo de uma APP já era usado
com atividades agrossilvopastoris antes
desta data, desta forma, o imóvel adqui-riu
o direito de continuar usando parte
desta APP, devendo recuperar somente
a faixa mínima obrigatória.
O que é área de uso restrito?
São as planícies inundáveis (pan-tanal)
e áreas com declividade entre
25º e 45º.
Quais são os tipos de APP?
São protegidas as áreas entorno de
cursos d’água naturais, lagos e lagoas
naturais, reservatórios de água artifi-cial
(decorrentes de barramento e com
espelho d’água maior que 1 hectare),
nascentes, chapadas, mangues, topos
de morro e encostas.
Como delimitar as APP´s?
Quando há área consolidada,
qual a faixa mínima obrigatória
para recomposição?
A lei traz as metragens das áreas a
proteger a depender do tipo de curso
d’água, ou tamanho do reservatório,
lago ou lagoa. De igual modo, há de-terminação
legal para recomposição
da faixa mínima obrigatória conforme a
classificação do imóvel em módulos fis-cais
(pequenos, médios e grandes). Am-bas
as informações podem ser obtidas
de forma muito didática no “Guia para
Aplicação da Nova Lei Florestal” que
está gratuitamente disponível nos sites
do IPEF e do IMAFLORA.
Como sanar o déficit de Reserva
Legal?
Verificada que a cobertura ve-getal
em um imóvel está abaixo do
mínimo legal exigido o proprietário
pode optar por: compensar em outro
imóvel (somente se o desmatamento
ocorreu antes de 22/07/2008), ou
recompor no mesmo imóvel, caso em
que poderá fazê-lo por implantação
de mudas nativas ou regeneração
natural (comprovadamente por lau-do
assinado por responsável).
Na próxima edição darei continui-dade
a este artigo esclarecendo so-bre
as modalidades de cumprimento
da Reserva Legal, sobre o PRA – Pro-grama
de Regularização Ambiental e
respondendo as dúvidas frequentes
entre os proprietários e possuidores
de imóveis rurais.
8. Roger apresente o escarifi cador
8 | revista Agrícola
AGRICULTURA DE
PRECISÃO EM FOCO
Sefert e Stara realizam evento em Santa Cruz
do Rio Pardo para discutir o tema
Uma tarde repleta de informações
de alto nível técnico. Este é o resu-mo
do evento “Agricultura de Pre-cisão
em Foco”, que trouxe aos produtores
da região, além de conhecimento sobre
máquinas e implementos, o contato com
um dos pesquisadores que mais conhe-cem
de agricultura de precisão do País, o
professor doutor Telmo Amado, da Univer-sidade
Federal de Santa Maria (Santa Ca-tarina),
coordenador do Projeto Aquarius,
que é o maior projeto mundial de Agricultu-ra
de Precisão de nível comercial, com um
banco de dados de 15 anos de trabalho.
Na oportunidade, dr. Amado falou a
sobre a importância da agricultura de pre-cisão
como ferramenta imprescindível na
potencialização da produtividade regional
e afi rmou que o projeto se estendeu para
outros estados e hoje conta com a parceria
de produtores como Aldo Tasca do muni-cípio
de Céu Azul (PR) e Gianni Di Raimo
do município de Pedrinhas Paulista (SP),
que na oportunidade, estiveram no even-to
apresentando alguns resultados da
Agricultura de Precisão em suas lavouras,
além de participarem de uma mesa redon-da
com o objetivo de explicar aos amigos
produtores como foi conduzida a implanta-ção
desta tecnologia em suas áreas.
Além da palestra, os produtores tiveram
a oportunidade de conhecerem algumas
máquinas e implementos da Stara, com tec-nologia
embarcada de última geração para
facilitar a implantação da tecnologia de agri-cultura
de precisão em suas propriedades.
Segundo Roger Baumgratz Caron, re-presentante
da Stara, a marca é a pioneira
no país em fabricação de máquinas e im-plementos
voltados para a agricultura de
precisão porque enxerga que esta é uma
ferramenta totalmente viável que propor-ciona
maior rentabilidade ao produtor.
Após a exposição de máquinas e imple-mentos,
os convidados tiveram a oportuni-dade
de ouvir o conceituado MSc. Edson
Massao Tanaka, professor da Fatec Shunji
Nishimura de Pompeia (SP) que falou sobre
a qualidade de plantio. Segundo ele, muitos
9. revista Agrícola | 9
PROJETO AQUARIUS
O Projeto Aquarius nasceu há 15 anos através
de uma parceria entre Stara, empresas do ramo,
Universidade Federal de Santa Maria, através do
NEMA e do Setor de Uso e Manejo e Conservação
do Solo (Departamento de Solos), e objetiva
desenvolver o ciclo completo de Agricultura de
Precisão. A experiência pioneira no sul do Brasil na
forma e na amplitude da pesquisa da Agricultura
de Precisão, agora já se estendeu para todo país.
Atualmente conta com 16 áreas distribuídas no
Alto Jacuí totalizando729 hectares. Ainda, possui
um rico banco de dados contendo resultados de
análises de solo e rendimento de culturas.
produtores investem em sementes de qua-lidade,
agroquímicos caros e em uma boa
colheitadeira, mas se esquecem de que cer-ca
de 60% do sucesso da cultura está rela-cionada
ao plantio, ou seja, à uniformidade
do estande de plantas. “Se o produtor não
tiver plantas como terá uma produtividade
satisfatória”, assegurou Tanaka.
Segundo Roger, a Stara investe constante-mente
em novas tecnologias para disponibili-zar
aos clientes, produtos de alto rendimento
e precisão. “Cerca de 60% do faturamento da
Stara vem de produtos lançados nos últimos
três anos”, afirma ele.
Para ele, este sucesso crescente da Stara
só é possível através dos parceiros comerciais
como a Sefert, que tem investido em treina-mento
de seu pessoal e em infraestrutura,
para que os clientes tenham a sua disposição
o maior número possível de peças e serviços.
Produtores atentos a palestra sobre precisão no plantio
10. O município de Maracaí entra
para a história do agronegócio
regional por sediar a primeira
Noite de Campo do Vale do Paranapane-ma.
O evento da Dekalb, que é tradição
no Sul do Estado e também no Estado
do Paraná, agora passa a ser realizado
na região em parceria com sua revenda
exclusiva, a BMW.
10 | revista Agrícola
NOITE DE CAMPO BMW
Unida à Dekalb e demais parcerias, a BMW reuniu cerca de 300 produtores
na primeira Noite de Campo do Vale do Paranapanema
Segundo Fernando R. Sichieri, RTV
da Dekalb que assumiu o trabalho na
região há um ano (dando continuidade
ao trabalho realizado por Paulo Garollo),
promover um evento pioneiro como o de
Maracaí é um sonho realizado.
Ele lembra que já havia realizado al-gumas
noites de campo no Sudoeste do
Paraná, com grande repercussão entre
os agricultores e seus familiares e, por
isso, resolveu fazer um evento teste no
Vale do Paranapanema.
“As pessoas dessa região estão
sempre de braços abertos e têm um co-ração
muito bom. Levamos a proposta
à BMW que aceitou o desafi o e calhou
de ocorrer a inauguração do silo da em-presa,
ou seja, tínhamos um local com
Equipe da BMW e empresas
parceira no evento
11. Fernando, RTV da Dekalb, idealizador do
evento, apresenta o portfólio da empresa
revista Agrícola | 11
toda a estrutura para receber nossos
clientes e amigos. Com isso o evento
foi um sucesso, com grande número de
agricultores e de parceiros”, relata ele.
Sichieri destaca que pelo sucesso
do evento, muitos outros ocorrerão,
pois os agricultores já iam embora pe-dindo
para que outro no mesmo estilo
fosse realizado. “É um evento exclusi-vo
da Dekalb que, agora, deixa esse
legado também no Vale do Paranapa-nema”,
encerra.
Para Paulo Roberto Mailho, sócio-
-proprietário da BMW, o sucesso e
aceitação do evento foi uma grata
surpresa por se tratar de algo inédito.
Mesmo assim, praticamente todas as
famílias convidadas compareceram.
Ele destaca que a BMW faz questão
de convidar a família do produtor para
seus eventos, pois na maioria das ve-zes
as decisões na propriedade são
tomadas em conjunto.
“Trata-se de um evento inovador
em nossa região, todos vieram para
conhecer o que é uma ‘noite de cam-po’,
e percebemos que fi caram impres-sionados
com o resultado, estamos
plenamente satisfeitos com o sucesso
do evento”, diz ele.
Mailho lembra ainda que a BMW
se sente honrada por possuir grandes
parceiros, empresas nacionais e multi-nacionais,
o que proporciona oferecer
um amplo portfólio de produtos e uma as-sistência
técnica invejável, uma vez que a
empresa conta com um corpo técnico for-mado
por profi ssionais gabaritados, mui-tos
deles já com experiência de até oito
anos de casa, trabalhando com empenho
e atenção total à carteira de clientes. O
evento também contou com a apresen-tação
de ensaios das empresas Bayer,
Spraytec, Lagoa Bonita, Kimberlit..
Clemems Krause, produtor de
São José das Laranjeiras, se mostrou
surpreso com a qualidade do evento
e do campo montado no local, que
trouxe todo o portfólio de atuação
da BMW, além do grande compare-cimento
de agricultores de todas as
partes da região.
“Os híbridos expostos pela Dekalb,
de alto investimento, estão muito atra-tivos.
Eu e meu irmão [Gunar Krause]
somos clientes da Dekalb e nessa Sa-frinha
plantamos o DKB 285, que se
comportou muito bem devido a sua pre-cocidade,
mesmo durante o período de
estiagem, sendo um material muito in-teressante
para nós, possibilitando uma
‘janela’ diferenciada. É uma tendência
atual o plantio de híbridos precoces,
pois eles, atualmente, oferecem uma
alta caixa produtiva”, relata.
Outro agricultor que teceu vários elo-gios
para o evento foi Martins Cristovão
Plank, produtor de Maracaí, que desta-cou
a qualidade e organização da Noite
de Campo, com o campo mostrando aos
agricultores todo o seu potencial. “Os or-ganizadores
estão de parabéns e já es-tamos
esperando o próximo. Sou cliente
da BMW e toda a equipe da empresa
está de parabéns pelos parceiros e pela
equipe que possui”, disse.
Cliente Dekalb, Plank plantou na Sa-frinha
o DKB 310, que teve um compor-tamento
muito bom e resultou em uma
bela lavoura.
O evento foi marcado com a presença
maciça dos familiares dos produtores
Gunar e Clemems Krause, irmãos e
produtores em São José das Laranjeiras
Martins Cristovão Plank, produtor
de Maracaí, elogiou a iniciativa
12. Uniporte 2500 Star
Colhedora de café
Foto: Arquivo Jacto
Foto: Arquivo Jacto
O Consórcio Nacional Jacto reali-zou
no dia 2 de agosto a primei-ra
assembleia do consórcio de
equipamentos da linha Uniport e Colhe-doras
de Café Jacto. A contemplação se
deu através da apuração do resultado
da Loteria Federal.
As contemplações, um Uniport 2500
Star (por sorteio) e um Uniport Plus Vor-tex
(por lance) saíram, respectivamente,
para as cidades de Primavera do Leste e
Sinop, ambas do estado de Mato Grosso.
Lançado no início deste ano, o Con-sórcio
Nacional Jacto oferece planos
para toda linha Uniport e Colhedoras de
Café Jacto em até 102 parcelas, sem ju-ros,
com amortizações mensais, trimes-trais,
semestrais e anuais.
As assembleias são mensais com
contemplação por sorteio e lance. O fa-turamento
é direto da fábrica.
A próxima assembleia será presencial
e ocorrerá no dia 03 de setembro durante
a Expointer na cidade de Esteio - RS.
12 | revista Agrícola
CONSÓRCIO NACIONAL
JACTO
Realizada a primeira assembleia do Consórcio de Uniport e Colhedoras Jacto
13. revista Agrícola | 13
ÁREA POLO MORGAN
Empresa apresenta a performance de seu portfólio a produtores
Ecli, gerente comercial da Morgan apresenta o MG652 PW, lançamento da Morgan para a região
A Morgan Sementes realizou
em Santa Cruz do Rio Pardo o
evento “Área Polo”, onde reuniu
produtores para demonstrar os híbridos
atuais no mercado e os lançamentos
que estão chegando ao campo, com
destaque para dois materiais.
O híbrido lançamento de destaque
foi o MG 652 PW da Morgan e o segundo
foi o MG 300 PW de ciclo hiperprecoce.
Dentre os materiais atuais da empresa
também foi apresentado o 30A37 PW,
30A16 PW (para abertura de plantio) e
o triplo 20A55 PW.
Segundo Thiago Pinho franqueado
comercial da Morgan para a região su-doeste
de São Paulo, o diferencial que
empresa levou a um elevado crescimen-to
na região foi a genética e biotecno-logia
agregado ao time de campo, que
reúne franqueados e distribuidores.
Pinho aponta que a Morgan dá todo
o respaldo a esses parceiros, além de
promover eventos e posicionamento
dos produtos, o que, para ele, é um
diferencial da empresa, que não foca
apenas em ter excelentes híbridos, mas
também no posicionamento dos mes-mos
para uma melhor produtividade.
“A rede de franquias associada aos
de Santa Cruz do Rio Pardo e região
nossos distribuidores, somados a um óti-mo
portfólio, biotecnologia e foco no po-sicionamento
são os fatores determinan-tes
para o nosso sucesso e crescimento
destacado na região. Essa é a ‘receita’
que fez com que a empresa ganhasse a
confiança do produtor”, completa.
O franqueado comercial explica que
o posicionamento do híbrido é estu-dado
mesmo antes do lançamento do
produto. São colocados diferentes en-saios
durantes anos e em diferentes
propriedades rurais em regiões distin-tas.
Cabe, então, ao Departamento de
Pesquisas da Morgan, estudar como
foi o desempenho do híbrido em cada
uma dessas propriedades e verificar o
posicionamento ideal.
“A nossa Área Polo também teve como
objetivo mostrar exemplos de densidade
de plantas, com as populações adequa-das
para cada híbrido, além do TSI (Trata-mento
de Semente Industrial ), demons-trando
o que isso agrega ao produtor.
Também foi demonstrada a eficiência do
PowerCore”, completa Thiago Pinho.
Thiago Pinho, franqueado da Morgan apresenta os hibridos da empresa
14. A Morgan Sementes Biotecno-logia
realizou um Dia de Cam-po
em parceria com a DuVale
na propriedade de Dirceu Parmegiani,
no município de Cruzália-SP. Segundo
Duda, proprietário da DuVale, o evento
reuniu cerca de 60 produtores e serviu
para mostrar o potencial produtivo do
híbrido 30A37 PW em área comercial.
“Além de reunir nossos clientes
para comprovarem o potencial do
30A37 PW, também foi destacado o
lançamento do híbrido MG 652 PW,
o qual vem se destacando na região
com altas produtividades. Temos posi-cionado
o MG 652 PW para abertura
de plantio em alto investimento, pois
se trata de um híbrido com excelente
sanidade e qualidade de grãos, com
foco em safrinha”, afirma ele.
Ainda segundo Duda, o híbrido
30A37 PW se tornou referência na re-gião
por sua performance produtiva e
sanidade. A área deste híbrido aumen-tou
muito nas últimas safras por sua
14 | revista Agrícola
MORGAN EM
PEDRINHAS PAULISTA
Hibrido 30A37 PW demostra alto potencial produtivo e sanidade
tolerância às principais doenças, além
de sua excelente qualidade de grãos,
tornando-se o hibrido mais plantado do
portfólio Morgan.
No Sítio São Carlos (propriedade
de Parmegiani), foram plantados cer-ca
de 32 hectares do 30A37 PW e até
o fechamento desta edição, o produtor
ainda não havia concluído os dados da
colheita. No entanto, informações pre-liminares
comprovaram produtividade
superior a 300 sacas por alqueire.
Maycon Santos, franqueado da
Morgan na região também destacou o
lançamento de algumas variedades de
soja da Morgan que estão disponíveis
aos produtores da região para plantio
ainda neste verão.
O hibrido 30A37PW tem entregado resultados
surpreendentes nesta safrinha
Produtores visitam área do produtor Dirceu Parmegiani
15.
16. Segundo Fernando Sichieri,
RTV da Dekalb através do tour
na área de quatro produtores,
foi possível apresentar alguns lança-mentos
que a Dekalb está disponi-bilizando
para a safrinha no Vale do
Paranapanema, com foco no DKB 310
PRO2 que é um milho de ponta com
maior teto produtivo para o serrado
e mostrou estabilidade desde o ano
passado, trazendo qualidade de col-mo
e no seu primeiro ano já conquis-tou
o primeiro lugar no ranking do IAC
em produtividade e sanidade.
Já o DKB 177 PRO2 é um hibrido
mais rústico para médio investimento
para fechamento de plantio em áreas
de solo mais mistos.
Foi apresentado também um cam-po
demonstrativo onde os produtores
conferiram o potencial produtivo de
vários híbridos como o DKB290 PRO2,
hibrido para plantio de verão que al-cançou
600 sacas/alqueire em Cam-
16 | revista Agrícola
AGRO RURAL
Empresa realiza tour em Iepê para apresentar potencial dos híbridos Dekalb e Pioneer
pos Gerais (MG) e também o DKB 285
PRO2 que é o hibrido superprecoce
mais plantado no Vale do Paranapane-ma
e tem se comportado muito bem
em áreas comerciais com produção de
280 a 320 sacas/alqueire.
“Esta segunda safra no Vale do Pa-ranapanema
tem sido muito importan-te
para a Dekalb que tem alavancado
suas vendas a ponto de alcançar um
Área comercial do DKB 310 PRO2
Fernando apresenta o DKB310 PRO2
terço do mercado regional, até porque
dispõe do maior portfólio do mercado
com oito híbridos a disposição dos
produtores”, relata Sichieri.
Para Mário Nogueira, proprietário da
Agro Rural, o tour mostrou a performan-ce
dos híbridos em várias condições,
tanto em alto quanto em médio inves-timento
com produção satisfatória em
ambas condições.
17. O P3646 YH é um híbrido com
foco para altos investimentos
O 30S31 YH é um dos hibridos mais
plantados no Vale do Paranapanema
revista Agrícola | 17
Foram visitadas quatro áreas
dos produtores Jaime Lino (DKB
310 PRO2 e DKB177 PRO2), João
Montoia (DKB177 PRO2), Armando
Ferreira de Castilho Junior (DKB
310 PRO2 e DKB177 PRO2), e a vi-sita
foi finalizada na área do produ-tor,
Mário Nogueira com plantio do
DKB 310 PRO2, além de uma área
de ensaio da Dekalb.
“O DKB310 PRO2 é um hibrido
que responde muito bem aos inves-timentos.
Caso o produtor queira in-vestir
um pouco mais com uma boa
adubação de cobertura, ele respon-de
em produtividade”, diz Nogueira.
Os resultados produtivos dos hí-bridos
da Dekalb estão acima das
expectativas dos produtores nesta
Safrinha. “Fizemos várias medições
em lavouras em Agicê e Gardênia
que comprovaram a superioridade
dos híbridos, como no caso do produ-tor
Claudio Ludwig que fechou com
média de 311 sacas/alqueire, média
segundo o produtor, nunca alcança-da
em sua propriedade”, completa.
A tendência para o próximo ano
é aumentar a participação da Agro
Rural na região em consequência
da concorrência não estar aten-dendo
os produtores com qualida-de,
segundo os responsáveis pela
Agro Rural. De acordo com eles, a
concorrência não tem feito um bom
acompanhamento das lavouras e,
desta forma, não tem conseguido
alcançar boas produtividades.
“O grande objetivo destes tours
que fazemos é a interatividade en-tre
os produtores e poderem ver o
que outros produtores estão fazen-do
e o resultado que estes novos
investimentos estão trazendo para
cada um. Contratamos recentemen-te
mais um agrônomo para atuar na
região de Cruzália, Pedrinhas e Florí-nea
sempre com foco no pós-venda,
que sempre foi nosso diferencial de
trabalho”, encerra.
DIA DE CAMPO PIONEER
No Dia de Campo da Pioneer Se-mentes
foi demonstrado os híbridos
30S31YH, que segundo Evandro Fra-zzatto,
representante da Pioneer na re-gião,
é um dos híbridos mais plantados
na safrinha do Vale do Paranapanema
e também o P3646YH que tem de-monstrado
ser um hibrido bem adapta-do
a esta região com alta caixa produti-va
e excelente resposta ao manejo.
Para Evandro, na safrinha do próxi-mo
ano, o produtor deve escolher o hí-brido
em função de seu potencial pro-dutivo
e estabilidade na região, uma
vez que potencial produtivo do híbri-do
não tem relação com as tecnolo-gias
de Bt existentes no mercado, e
que a tecnologia é uma ferramenta a
mais no manejo integrado de pragas
na cultura do milho, sendo que inde-pendentemente
da tecnologia de Bt o
produtor deverá monitorar sua lavou-ra
para avaliar se há necessidade de
aplicação de inseticida.
“Existem lavouras de mais de
100 ha de 30S31 convencional co-lhidas
na região com produtivida-de
acima dos 300 sc/alq.”
Na oportunidade, foi visitada duas
áreas comerciais, de um lado do car-reador
o 30S31YH na propriedade de
Jaime Lino e do outro lado o P3646YH
do produtor Mário Nogueira, onde os
produtores puderam comprovar a sani-dade
dos materiais, além da qualidade
de grãos e potencial produtivo.
Ele também destacou o
30F53YH, que é o híbrido mais plan-tado
no Brasil e que também apre-sentará
resultados surpreendentes
de produtividade na região.
Evandro diz que o produtor deve escolher o híbrido
em função de seu potencial produtivo e estabilidade
18. A Bayer CropScience trouxe para San-ta
Cruz do Rio Pardo (SP) o renoma-do
fi topatologista da Universidade
de Rio Verde (GO), Dr. Luiz Henrique Carre-gal,
que desenvolveu inúmeras pesquisas
sobre as principais doenças da cultura.
Na oportunidade o professor alertou
os produtores para a importância do
monitoramento na lavoura e a preocu-pação
com a ferrugem asiática que ain-da
ronda nossas lavouras.
Para ele, é provável que ocorra o El
Niño neste ano. Caso isso se confi rme,
haverá uma distribuição maior de chuva e
com isso a tendência é que haja uma inci-dência
maior de doenças, especialmente
a ferrugem asiática, que é uma doença
policíclica, ou seja, o fungo tem vários ci-clos
dentro de um ciclo da soja.
“Caso as condições climáticas sejam
ideais, em apenas uma semana o fungo
da ferrugem asiática completa o ciclo libe-rando
esporos que novamente irão rein-fectar
a soja. Por este motivo, o produtor
precisa fazer um monitoramento constan-te
e entrar com aplicações preventivas,
antes da cultura fechar a linha e nunca
curativas”, alertou o pesquisador.
O cenário é preocupante na opinião
Everson Zin, gerente de Marketing Es-tratégico
FOX® da Bayer CropScience,
já que a safra passada sofreu alta pres-são
de doenças e pragas e apresentou
quebra signifi cativa nos números fi nais
da colheita. “Ações isoladas de manejo
não funcionam, ainda mais neste caso.
Nossa recomendação é que o sojicultor
comece a se planejar agora, levantar o
histórico de como a região se comportou
diante do fenômeno El Niño em safras
anteriores, o que foi feito e o que fun-cionou,
além de contar sempre com o
18 | revista Agrícola
BAYER E AGRO FERRARI
Parceria entre empresas traz o pesquisador Luiz Henrique Carregal para a região
Produtores atentos ao menejo
de doenças na soja
apoio de um engenheiro agrônomo. Mes-mo
que haja diferenças entre um ano
e outro, é importante não ser pego de
surpresa”, ressalta Zin. Ele enfatiza que
o melhor controle das doenças nas la-vouras
é o manejo preventivo, por isso é
fundamental respeitar o vazio sanitário,
optar por cultivares precoces e planejar o
tratamento preventivo das lavouras.
Para Rogério Ferrari, proprietário da
Agro Ferrari, estas palestras são muito im-portantes
porque aproximam o produtor
dos avanços da pesquisa e levam soluções
para sua lavoura.
“O objetivo da Agro Ferrari e suas parcei-ras
é sempre levar ao produtor aquilo que
há de melhor em produtos e serviços, e isso
contribui para que nossos clientes elevem
sua produtividade trazendo cada dia mais,
prosperidade para o campo”.
PRODUTORES APROVAM A
PALESTRA
“Achei muito boa a palestra porque ele
fala a ‘língua do produtor’ e o agricultor
consegue entender muito bem. É impor-tante
ouvir um pesquisador falar, princi-palmente,
de doenças, porque eles fazem
várias pesquisas para saber qual veneno
é melhor para determinada doença, coisa
que o produtor não consegue fazer. Nós
sabemos plantar, mas não conseguimos
pesquisar. E isso eles fazem muito bem.
Por isso é que precisamos estar sempre
aprendendo com eles”. (Nelson Gazola)
“O professor é muito bom e é importan-te
para a própria Bayer trazer pesquisado-res
para tirar nossas dúvidas. E como eu
já usei o Fox e o Sphere Max, hoje tive a
comprovação de que fi z um bom negócio,
pela qualidade dos produtos. Como somos
produtores de soja, milho, café, cana e eu-calipto,
precisamos estar atentos ao mo-nitoramento
das doenças”. (Roberto Torin,
gerente agrícola da Fazenda Cocaes)
“Aprendemos bastante com relação às
doenças e também como fazer uma boa
pulverização, com relação ao volume de
calda, que é uma grande discussão hoje
entre os agricultores. Como plantamos
soja e milho, temos problemas com lagar-tas
na soja e ferrugem na cultura do milho
e estas informações são muito importan-tes
para resolvermos estes difi culdades no
manejo”. (Murilo Teresan)
“Há duas safras uso o Fox e achei
um bom produto, mas como não cho-veu
bem em nossa área não consegui-mos
aproveitar o potencial do produto.
No verão pretendo plantar toda minha
área de soja e continuar utilizando Fox e
Sphere Max”. (Ricardo Crivelli)
Pesquisador Luiz Henrique Carregal
19. AGROFERRARI E IHARA
Empresas lançam nova solução para o controle de percevejos na cultura da soja
Celebrando mais de 22 anos de
parceria com a Agroferrari, a
IHARA, tradicional fabricante
de defensivos agrícolas, investiu mais
uma vez na inovação para entregar ao
mercado uma solução efi caz contra as
pragas da soja. No dia 23/07/2014, em
Assis-SP, foi realizado o lançamento do
produto INCRÍVEL que chega ao merca-do
com uma forma efetiva no combate
ao percevejo da soja, bastante comum
nessa cultura, e que vem causando
crescentes problemas na região do Vale
do Paranapanema. “O produto oferece
28 de Julho
Dia do Agricultor
Agricultor, obrigado por existir!
Você é um profissional de múltiplas funções, onde planta,
cultiva, empreende, inova, administra, colhe, ou seja,
faz o que há de mais belo: produzir alimentos.
Que no decorrer do ano agrícola possamos
receber um belo presente de Deus, chuvas,
bençãos e uma excelente colheita.
Parabéns a todos os Agricultores por seu dia!
Homenagem da equipe
maior choque e período de controle atu-ando
nas principais espécies de perce-vejo.
Ele também é uma ferramenta para
o manejo de resistência, já que se trata
de uma nova molécula para a cultura
da soja”, explica Frederico Gianasi, Con-sultor
de Desenvolvimento de Mercado.
Preocupada com a segurança de aplica-dores
e meio ambiente a IHARA colocou
sua mais alta tecnologia no desenvolvi-mento,
assegurando a esse produto uma
das mais seguras classes toxicológicas,
a classe III. Outro benefício exclusivo do
produto é sua fl exibilidade, podendo ser
aplicado tanto via terrestre quanto aé-rea,
sem restrição quanto à fase de de-senvolvimento
da cultura. Esses benefí-cios
trazem um diferencial muito grande
quando comparado com as opções
atuais do mercado. “O INCRIVEL real-mente
trará vantagens competitivas e
facilitará a vida dos sojicultores”, afi rma
Rogério Ferrari, Diretor da Agroferrari.
Os percevejos estão entre as pragas
mais preocupantes aos produtores de
soja no Brasil. Por se alimentarem dos
grãos, afetam seriamente sua produtivi-dade
e a sua qualidade.
20. MANEJO DE DOENÇAS NA SOJA
Fitopatologista alerta produtores para a importância do monitoramento de doenças na safra 2014/15
A colheita de soja do Brasil
deverá crescer 9% cento em
2014/15, para um recorde
de 94,45 milhões de toneladas, com
um crescimento de plantio e melho-res
produtividades esperadas, pre-viu
a consultoria Safras Mercado
em sua primeira estimativa para a
nova temporada.
Segundo a consultoria, a safra
14/15, que começa a ser plantada a
partir do próximo mês, crescerá com a
soja ganhando área de milho, em meio
a preços mais favoráveis para a oleagi-nosa,
explicou a Safras. O aumento no
plantio esperado é de 4% ante 13/14,
para 31,2 milhões de hectares.
Ainda segundo os especialistas, a
soja tende a ganhar área do milho na
maior parte dos Estados, pois muitos
produtores também apostam na ole-aginosa
em novas terras agrícolas,
no plantio que substituirá pastagens.
Após a seca ter afetado a produtivida-de
em algumas áreas na temporada
13/14, a consultoria também acredita
em um rendimento médio por hecta-re
mais alto em 14/15, o que explica
o fato de a produção crescer mais do
que a área plantada esperada.
20 | revista Agrícola
Com o plantio de soja às portas, a
Revista Agrícola entrevistou um dos
mais conceituados pesquisadores
do país para trazer aos produtores
informações sobre as principais do-enças
que podem afetar a produção
de soja, principalmente no interior
do Estado de São Paulo.
Em entrevista à Revista Agrícola, Dr.
Luiz Henrique Carregal, que é fi topato-logista
da Universidade de Rio Verde
(GO) e desenvolveu inúmeras pesquisas
sobre as principais doenças da cultura
da soja, alertou os produtores para a im-portância
do monitoramento na lavoura
e a preocupação com a ferrugem asiáti-ca
que ainda ronda nossas lavouras.
Segundo ele, o novo cenário de do-enças
é preocupante no país, princi-palmente,
com relação ao plantio de
soja safrinha e a perda da efi ciência de
alguns fungicidas. A grande preocupa-ção
do plantio de soja safrinha são as
excessivas pulverizações necessárias
nesta cultura, principalmente para o
controle da ferrugem asiática. Somen-te
para fazer uma correlação, na safra
de verão foram realizadas, em média,
três aplicações, no plantio de soja no
inverno, são necessárias sete. Se cal-cularmos
que os dois plantios aconte-cem
em cerca de oito meses, são uti-lizadas
normalmente, dez aplicações
de fungicidas, somente na cultura da
soja. Isso coloca uma pressão de sele-ção
muito grande em cima dos fungos
e desta forma começam a surgir os
‘patótipos resistentes’.
Com um número crescente de pro-dutores
que se arriscam a plantar soja
no inverno, a preocupação já está nas
mesas de reuniões do Governo para coi-bir
esta ‘onda’.
Segundo Carregal, ainda não há da-dos
reais, mas estima-se que o plantio
tenha superado os 50 mil hectares em
Goiás, 300 mil ha no MT, além de plan-tios
no interior do Paraná e São Paulo.
“Isso talvez não represente 2% da
área de soja plantada no Brasil, mas
por causa de poucos agricultores, a
maioria corre o risco, sem falar na
resistência de pragas e plantas dani-nhas”,
assegura o pesquisador.
Outro assunto abordado na pales-tra
foi a correta utilização dos fungici-das.
Para ele, o ideal é que o produtor
sempre utilize misturas na aplicação
de fungicidas. Nunca utilizar somen-te
Benzimidazol, Triazol ou Estrubilurina
21. A grande preocupação dos pesquisadores é o plantio de soja de inverno e a maior incidencia da ferrugem asiática
revista Agrícola | 21
separados. Optar sempre por uma mis-tura.
Segundo Carregal, há no mercado
alguns produtos diferentes como o Fox
que tem uma Triazolinthione, o Elathos
e o Orkestra que ambos têm uma Car-boxamida,
estes são os três produtos
diferentes a disposição dos produtores
para uso na cultura da soja.
“Existem alguns estudos com fungi-cidas
que chamamos de ‘Multi-sítio’ ou
‘Fungicidas Protetores’ que são aqueles
mais antigos a base de Mancozeb ou
Clortalonil, mas só podem ser usados
depois de serem registrados para a cul-tura
da soja, junto ao Ministério da Agri-cultura”,
pondera Carregal.
Segundo ele, existem também al-guns
produtos antigos, mas que não
sofreram tanta exposição, e por este
motivo ainda podem controlar bem, em
determinadas circunstâncias como o
Aproach Prima e o Horus.
Perguntado sobre qual seria o ma-nejo
ideal para a proteção destes princí-pios
ativos, ele salientou que primeiro, é
não cultivar soja na safrinha, segundo,
obedecer o vazio sanitário e em terceiro,
buscar variedades com ciclos mais cur-tos
para evitar a exposição da soja aos
patógenos e por último, fazer as aplica-ções
na hora certa, ou seja, antes do fe-chamento
das ruas para que o produto
atinja as folhas do baixeiro.
EL NIÑO
Os pesquisadores estão falando
muito em El Niño neste ano, caso isso
se confi rme, haverá uma distribui-ção
maior de chuva, principalmente
no serrado, então a tendência é que
tenhamos uma incidência maior de
doenças, especialmente a ferrugem
asiática, que é uma doença policícli-ca,
ou seja, o fungo tem vários ciclos
dentro de um ciclo da soja.
Caso as condições climáticas sejam
ideais, em apenas uma semana, o fun-go
da ferrugem asiática completa o ciclo
liberando esporos que novamente irão
reinfectar a soja.
Por este motivo, o produtor precisa
fazer um monitoramento constante e
entrar com aplicações preventivas, an-tes
da cultura fechar a linha e nunca
curativas.
DOSES
As doses dos produtos são excessi-vamente
testadas e o produtor, neces-sariamente
deve respeitar as doses de
registro dos produtos. Ele deve seguir
rigorosamente as doses recomendadas
na bula, nunca alterando para mais e
para menos, para prevenir os riscos de
resistência.
Profº Dr. Luiz Henrique Carregal
22. Mais de 300 agricultores da região
ouviram atentos as recomenda-ções
passadas pelo Professor
Doutor da Universidade Estadual do Norte
do Paraná/PR – Bandeirantes, Robinson
Osipe, durante os treinamentos sobre a
molécula 2,4-D e sua utilização na pro-dução
agrícola realizados nos municípios
de Assis e Ourinhos - SP. O produtor rural
de Cândido Mota, Vagner Nogueira, que
acompanhou o evento, afi rmou que o
conteúdo trará impactos positivos na apli-cação
de herbicidas em sua propriedade.
“É muito importante recebermos atualiza-ções
sobre formas mais seguras e efetivas
de utilizarmos os defensivos agrícolas.”
O professor Robinson Osipe abordou
informações técnicas sobre a molécula
2,4-D, suas características, situação regu-latória,
segurança no campo e manejo de
resistência de plantas daninhas. “O 2,4-D
é um herbicida amplamente utilizado para
o controle de plantas daninhas de folhas
largas. No Brasil, é muito usado na des-secação
de pré-plantio da soja, mas tam-bém
em culturas como cana-de-açúcar,
milho, café, trigo, aveia, centeio, arroz e
pastagens formadas. É uma ferramenta
essencial no manejo de plantas de difícil
22 | revista Agrícola
INICIATIVA 2,4-D
Produtores receberam informações sobre a importância do herbicida 2,4-D para
o manejo de plantas daninhas resistentes
controle, como Buva, Leiteiro, Picão-preto e
Nabiça”, explica Osipe.
Ele relata que na região de Assis, as
principais reclamações têm sido acerca
do capim amargoso e a buva. O professor
aponta que o manejo equivocado de plan-tas
daninhas e o uso errado de produtos
têm selecionado plantas que tem causado
muitos danos, levando até alguns agricul-tores
a tomar a atitude extrema de aban-donar
o plantio direto e retomar do uso de
grade para o controle dessas pragas.
Para ele o plantio direto é a melhor fer-ramenta
para a redução da utilização de
herbicidas, mas desde que o manejo da
área seja feito da maneira adequada. “O
problema é que o agricultor tem errado o
manejo, tem permitido a produção de se-mentes
das pragas e apelando para a gra-de
devido ao seu posicionamento errado
dos herbicidas”, explica.
“O uso equivocado da ferramenta
herbicida tem feito os agricultores paga-rem
um alto preço no presente. A melhor
opção, agora, é ouvir do agrônomo que
acompanha a lavoura, a melhor maneira
de se fazer a rotação de herbicidas e de
culturas, o que evita a seleção de plantas.
Quando o agricultor rotacional produtos e
culturas, ele reduz o tempo de seleção de
ervas daninhas, diminuindo assim o custo
da produção”, diz.
É importante também o levantamento
de plantas daninhas na propriedade, pois
em cada talhão há incidência de diferentes
ervas daninha. Ele lembra que se tornou tra-dição
deixar o mato conviver um tempo com
a lavoura de soja para depois se realizar o
controle, mas essa mato-competição de cer-ca
de 20 dias já interfere na produtividade.
Profº Robinson Osipe em Assis
Palermo apresenta portfólio
da Dow em Assis
“O ideal é que o agricultor promo-va
a limpeza da área com produtos
que ofereçam residual para ele poder
aplicar produtos mais tarde, sem essa
competição. Para o combate ao amar-goso,
a limpeza deve ocorrer logo após
a colheita do milho, entrando com pro-dutos
assim que o amargoso e a buva
comecem a emergir”, explica ele.
“Hoje o produtor quer fazer cinco
safras em dois anos, querendo plantar
cada vez mais cedo e aproveitar mais o
tempo. O agricultor precisa ter a cons-ciência
de deixar a terra descansar um
pouco, fazendo uma rotação que fertilize
mais essa terra. Mas isso é uma minoria
que realiza”, completa Osipe.
O evento foi realizado pela Iniciativa
Palestra em Ourinhos ministrada
pelo profº Robinson Osipe
23. revista Agrícola | 23
Rogério Montin
2,4-D, grupo formado pelas empresas Ata-nor,
Dow AgroSciences, Milenia e Nufarm
para gerar informação técnica sobre o uso
correto e seguro de defensivos agrícolas, e
faz parte do projeto que ministrará mais de
30 cursos sobre 2,4-D e tecnologia de apli-cação
nos Estados do Paraná, Santa Cata-rina,
Goiás, Minas Gerais, Rio Grande do
Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São
Paulo e Bahia, de abril a agosto de 2014.
Em Assis e Ourinhos, o treinamento foi rea-lizado
em parceria com a Agro Ferrari.
SOBRE A INICIATIVA 2,4-D
A Iniciativa 2,4-D é um grupo formado
por representantes das empresas Atanor,
Dow AgroSciences, Milenia e Nufarm, que,
com apoio acadêmico, tem como propósito
gerar informação técnica sobre o uso cor-reto
e seguro de defensivos agrícolas, além
de apoiar projetos que abordem esta ques-tão,
como o Projeto “Acerte o Alvo – evite a
deriva na aplicação de agrotóxicos”, reali-zado
no Paraná. O foco é educar o produtor
sobre a importância da utilização correta
de tecnologias que garantam a qualidade
da aplicação dos defensivos agrícolas. O
grupo defende que o uso adequado das
tecnologias de aplicação e a precaução
para evitar a deriva são essenciais para ga-rantir
a efi cácia e a segurança ambiental
na utilização de defensivos agrícolas. A Ini-ciativa
2,4-D se apresenta como fonte de
informação e esclarecimento, que, apoia-da
por estudos acadêmicos, visa desmis-tifi
car o emprego do 2,4-D.
IMPRESSÕES DOS
PRODUTORES
Helio Toshio Yamamoto, produtor de Ri-beirão
do Sul, comentou que tem utilizado
o 2,4-D na dessecação por ter um custo/
benefício muito atrativo, misturando o pro-duto
com glifosato. Ele destaca que esta
mistura é efi ciente para o controle das er-vas
como a trapoeraba, e a corda de viola.
Arnaldo Adriano da Silva, produtor de
Campos Novos Paulista, aponta que tem
sofrido há algum tempo com a resistência
da buva e do capim amargoso em sua pro-priedade.
Ele tem utilizado o 2,4-D para o
controle da buva buscando assim uma ma-neira
de evitar que se tornem resistentes
aos produtos que as controlam.
Arnaldo diz que utilizou o Clorimuron
na mistura com Glifosato, mas, mesmo
assim, as ervas daninhas têm rebrotado,
vindo ainda com mais força e causando
mais problemas. Esse tipo de problema
tem feito o agricultor utilizar a enxada no
combate à erva.
Já Fernando Alves Myra, agricultor de
Santa Cruz do Rio Pardo, utilizou a palestra
para tirar algumas dúvidas sobre o 2,4-D,
principalmente sobre a volatilidade do pro-duto,
que ao contrário do que muitos pen-savam.
É o produto ideal para dessecação
da buva e demais folhas largas.
“Eu utilizo o produto e estou apren-dendo
a maneira correta de aplicação
para melhores resultados. Há dois anos
a buva começou a causar problemas,
mas porque não fazíamos o manejo cor-reto,
agora passamos a usar o 2,4-D.
Apenas o amargoso é que vem causando
mais dor de cabeça”, relata ele.
Daniel Augusto Gomes é produtor
de Águas de Santa Bárbara, sendo
também engenheiro agrônomo consul-tor.
Ele relata que há alguns anos já se
nota a maior incidência de algumas er-vas
resistentes nas lavouras, registran-do-
se tolerância a alguns produtos que
eram utilizados comumente.
Para o manejo dessas ervas, ele desta-ca
que os agricultores têm utilizado alguns
herbicidas como o Glifosato e o 2,4-D, mas
lembra que a rotação de culturas também
é uma ferramenta importante neste mane-jo.
Além da buva e do amargoso, existem
alguns casos pontuais onde algumas er-vas
apresentam certa tolerância a produ-tos,
como o fedegoso e a trapoeraba.
“É por meio de palestras como esta que
o agricultor pode ter acesso a informações
de especialistas e de outros agricultores
sobre as ações realizadas no combate des-sas
ervas resistentes”, completa Gomes.
Produtor de Ribeirão do Sul, Francis-co
Eugenio Saad relata que começou a
ter problemas com o amargoso desde o
ano passado, sendo necessário a utili-zação
de enxadão em algumas áreas, a
buva, no entanto, foi controlada com a
aplicação de 2,4-D.
Ele lembra que os produtores vizinhos
também devem estar atentos ao amargo-so,
pois onde há infestação desta erva a
cultura da soja não se desenvolve. “Deve
haver uma conscientização maior, porque
o problema é sério. Ainda não registrei per-das
porque tenho feito o controle destas
ervas, mas esse ano já utilizarei o Spider
para combater a sementeira da buva e
acabou diminuindo a incidência do capim
em minha propriedade”, conta o produtor.
Marcos Jose de Almeida é produtor do
município de Salto Grande e seu grande
problema também tem sido o capim amar-goso.
Ele acredita que essa incidência da
erva é resultado da falta de um manejo
mais adequado no início e a resistência
tem causado grandes problemas nas la-vouras
da região.
Para o controle da trapoeraba, ele tem
utilizado o 2,4-D na dessecação e os re-sultados
têm sido satisfatórios.
“Não vejo a longevidade da tecnologia
RR sem a associação de um herbicida
pré-emergente com residual e com amplo
espectro de controle das ervas de difícil
controle, da buva e do capim amargoso,
que estão resistentes ao Glifosato” diz Ro-gério
Montin, Gerente da Agro Ferrari fi lial
de Assis. Para se ter um manejo de ervas
efi ciente, é preciso conhecer as “ervas
problemas”de cada talhão e saber ma-nejar
os herbicidas adequadamente. Exis-tem
muitos mitos sobre 2,4D e o objetivo
de trazer esta palestra com o professor
Osipe é desmistifi car esta molécula que é
indispensável para o manejo de desseca-ção
e tem efeito sinérgico quando asso-ciado
ao Glifosato.
Glizmax, DMA e Spider são produtos
que estão se destacando no manejo
correto das ervas de difícil controle e da
buva resistente a Glifosato, eliminando
a mato-competição inicial na cultura da
soja, fazendo com que a planta expres-se
todo o seu potencial produtivo (ganho
em produtividade). Spider é um herbi-cida
pré-emergente que tem um amplo
espectro de controle das ervas de difícil
controle para Glifosato. Ele age no ponto
de crescimento das mesmas eliminan-do
o banco de sementes das ervas que
controla. Tem um longo período residual,
diminuindo o número de aplicações de
Glifosato em pós-emergência (se houver
necessidade de uma aplicação de Glifo-sato,
podemos reduzir dose). A soja sai,
fecha e colhe no limpo.
24. O Instituto Agronômico comemo-rou
127 anos de pesquisa e de-senvolvimento
24 | revista Agrícola
tecnológico da
agricultura. Na ocasião o IAC concedeu
o prêmio “Produtor Rural do Ano” a Do-rival
Finotti, pelo seu trabalho, esforço e
dedicação à cultura do trigo na Região
do Médio Paranapanema, sempre acre-ditando
na cultura como uma opção
tecnicamente viável e sua importância
para a rotação de culturas.
Como produtor rural, assim como
tantos outros produtores da região,
Dorival Finotti continua colaborando
com a experimentação regional do
IAC em especial com os experimen-tos
de trigo desenvolvidos anual-mente
em sua propriedade.
Para o agricultor, trata-se de uma
honra receber um prêmio de um ór-gão
tão renomado como o IAC. Finot-ti
acredita que a honraria se deve à
parceria de muitos anos que ele tem
com o instituto, atendendo aos crité-rios
para a escolha.
PRODUTOR DO ANO
Dorival Finotti recebe prêmio concedido pelo IAC e lamenta falta de
investimentos em tecnologia na região do Vale do Paranapanema
“Me sinto gratificado em saber que
tantos anos de trabalho dedicado à
agricultura deram resultado e ajudaram
a desenvolver variedades derivadas dos
experimentos. É uma honra ser reco-nhecido
pelo IAC por uma coisa que faço
prazerosamente”, diz ele.
Outro fator de destaque na escolha
foi o motivo de que Finotti, ao contrá-rio
da grande maioria dos agricultores
do Médio Paranapanema, não dedica
seu trabalho à cultura de soja e milho,
mas do trigo. O produtor acredita que
esse diferencial também acabou aju-dando
na escolha.
“O Brasil é um grande importador de
trigo e estamos em uma luta árdua para
substituir parte destas importações,
pois nós somos capazes de produzir o
grão. Só precisamos organizar o setor.
Parte de meu trabalho junto ao IAC é
justamente na busca de criar um siste-ma
de qualidade na produção de trigo.
Não basta produzir grande quantidade,
mas um material com características
que atendam as exigências do mercado.
O Brasil produz muito volume e nosso
trabalho é que consigamos a oferecer
qualidade”, explica.
O Brasil, para Finotti, acaba sub-valorizando
o trigo, pois existem gran-des
áreas plantadas, mas a qualidade
do grão fica aquém do necessário. Ele
lembra que no Paraná, por exemplo,
existem mais de 200 cultivares de trigo
recomendadas, o que é positivo por um
lado e negativo por outro.
“Isso mostra que temos disponi-bilidade
de material genético para
superar as dificuldades que possam
surgir. Porém, essa elevada quan-tia
de recursos genéticos não é boa
para os setores produtivo e do con-sumo,
que precisam produzir para
suprir determinada demanda do
mercado. Hoje, 55% do trigo consu-mido
no Brasil é destinado à panifi-cação,
ou seja, temos que produzir
trigo que atenda esta demanda, um
trigo cujo glúten permita a boa es-
25. revista Agrícola | 25
tabilidade, material ao qual o Brasil
não investiu”, diz ele.
O agricultor cita o Sul de São Paulo
como um exemplo disso, onde se co-lhe
o trigo e tudo é misturado e onde,
ainda, as cooperativas não trabalham
nessa seleção. Ele destaca que os
agricultores plantam diversas varie-dades
de trigo sem ao menos saber
o que se planta, preocupados apenas
com o custo da lavoura.
“Não é assim que se trabalha
com o trigo. Muitas vezes se investe
em um produto mais caro e se con-segue
vendê-lo por um preço melhor
e obtemos uma maior margem de
lucro. Produzir trigo barato não é a
solução para o setor”, frisa.
Para alavancar o setor no Brasil Fi-notti
destaca que falta no país uma
política nacional de produção de trigo,
política esta que existe de direito, mas
não existe de fato. Os recursos que são
destinados à pesquisa de trigo são es-cassos,
faltando até mesmo investimen-tos
da iniciativa privada. Ele lembra que
o setor do agronegócio brasileiro tem o
costume de correr atrás das tecnologias
já prontas, quando o ideal é investir em
pesquisas para a renovação do setor.
“Atualmente somos dependentes
da importação de moléculas e sequer
temos proteção, pois nossas leis re-ferentes
à obtenção de patentes são
medíocres e burocráticas, o que deter-mina
o baixo investimento no setor. A
iniciativa privada não investe dinheiro
em pesquisa porque demora cerca de
10 anos para se obter uma patente,
prazo que já tornou essa nova tecno-logia
obsoleta. E o trigo é uma cultura
vítima desse fato”, lamenta ele.
O Vale do Paranapanema optou por
trabalhar com o milho na safrinha (inver-no),
deixando de lado a sua tradição na
produção de trigo. Para Dorival Finotti
isso é temerário, pois nesse período
se produz uma média de 200 sacas
por alqueire, enquanto os norte-ame-ricanos
têm uma produção três vezes
maior, o que torna o plantio inviável,
pois o investimento é idêntico aos pro-dutores
dos EUA.
“O milho de inverno é importante
para a região do Vale do Paranapane-ma,
principalmente para a rotação de
cultura. Mas entendo que essa rotação
deveria ser feita com a área dividida
em partes destinadas ao milho, trigo e
leguminosas, sendo ainda uma alterna-tiva
para o plantio Verão. A rotação de
culturas leva a menores custos, mas o
que vemos é nossa região se tornando
refém da monocultura e com produtivi-dades
bem inferiores aos grandes cen-tros
produtores”, completa ele.
“E mais: nosso milho paga cerca de
R$ 100 em frete por tonelada para sair
de Assis e chegar ao porto de Santos.
O milho norte-americano paga cerca de
US$ 34 por tonelada em um frete que
o leva para o mundo todo. Isso traz um
baixo valor agregado ao nosso milho.
Precisamos transformar o milho do Vale
do Paranapanema em algo rentável.
Temos que investir na criação de por-cos,
de frangos e na exportação destes
produtos e de ovos. Isso levaria nosso
milho a viajar não como grão, mas sim
como proteínas nobres. Estamos come-tendo
um erro primário em nosso plane-jamento.
Fica praticamente impossível
competir com os grandes centros produ-tores
dessa maneira. Estamos em uma
região tão bem localizada, mas não
sabemos trabalhar com exportação de
nossos produtos. Temos que investir em
tecnologia para reverter esse quadro”,
finaliza Dorival Finotti.
Dorival Finotti
Foto: Arquivo IAC
26. GRUPO UNIMAQ REALIZA
REPASSE DE ROUPAS
Assis
Taquarituba
Avaré
Ourinhos
26 | revista Agrícola
As roupas doadas foram destinadas ao Fundo de Solidariedade
O Grupo Unimaq Máquinas, realizou no período de 09
de junho até 10 de julho, a Campanha do Agasalho
2014, cujo objetivo foi benefi ciar o Fundo Social de
cada município que pertence matriz e fi liais da empresa.
A entrega das roupas da loja matriz e fi liais acontece-ram
no dia 11 de julho nas dependências de cada unidade.
Durante a campanha a Unimaq de Assis arrecadou 638
peças; entre masculino, feminino e infantil. A entrega das
roupas aconteceu nas dependências da loja matriz e con-tou
com a presença da presidente do Fundo Social, Darcy
Pinheiro Santana e Ana Karina Cardoso de Moraes, secre-tária
do Fundo Social. Na ocasião, Elisandra Rocha Gus-mão
Rodrigues, do departamento de Marketing e Daniela
Souza da Cruz, atendimento ao cliente, ambas colaborado-ras
da Unimaq de Assis realizaram o repasse das roupas.
A Unimaq de Ourinhos arrecadou 93 peças de roupas que
foram repassadas ao Fundo Social; participaram da entrega
as colaboradoras; do atendimento ao cliente Lais Alves, depto
Pós Vendas, Marcela Melo, Carlos Claudino e Regiane Correa.
Já a Unimaq de Avaré doou 52 peças femininas, 54
masculinas, 74 infantil e 31 pares de sapatos. Da Unimaq
as colaboradoras, Cleide Dias da Silva, copa, Zeni Apareci-da
Gaioto, fi nanceiro, Cristiane Aparecida Meraio, Analista
de Pós Venda, Monique Cristine de Jesus Carvalho, admi-nistrativo
e representantes do Fundo Social da cidade.
A Unimaq de Taquarituba realizou a entrega de 21 co-bertores
na presença da primeira-dama, Elizabeth de Sou-za
Milleo e a secretaria do Fundo Social, Maria Lidia Gomes
de Carvalho. Na oportunidade as colaboradoras Carolina
Rodrigues, administrativo e Priscila Silva, fi nanceiro, parti-cipa
ram da entrega.
27.
28. Oscar Knuppel e seu inseparável cão
É crescente o número de áreas na re-gião
do Médio Paranapanema (SP)
a receber sistema de irrigação com
pivô. Os produtores estão vendo in loco a di-ferença
na produtividade das culturas irriga-das
versus sequeiro e mensurado o custo/
benefício desta tecnologia.
Oscar Knuppel, produtor no município de
Cândido Mota (SP) é um desses que neste
ano começa a colher os frutos de seu inves-timento.
São 85 alqueires plantados, dos
quais 60 já receberam o sistema de irrigação
com pivô central.
“Ainda não terminei de colher, mas
na metade que colhi já percebi a dife-rença.
Estou colhendo 365 sacas por
alqueire, livres de impureza e umidade,
contra 285 sacas por alqueire da área de
sequeiro”, afi rma Oscar.
Ele argumenta que em anos com clima
favorável como este, é difícil perceber a falta
de água, mas o pivô deixou claro isso. “Todos
os agricultores estão colhendo muito bem
neste ano, porque o clima ajudou. Mas mes-mo
assim, tivemos um acréscimo de produ-tividade
na área irrigada e, por este motivo,
já estou investindo em mais um pivô de 20
alqueires com sistema Bender”, comemora
o produtor. Segundo ele, em áreas irrigadas
é possível investir mais, porque ela proporcio-
28 | revista Agrícola
VALLEY
Agricultores do Médio Paranapane ma começam a descobrir, in loco,
a vantagem dos investimentos em sistemas de irrigação
na mais segurança de colheita.
“Nossos dois maiores problemas no plan-tio
de inverno são a falta de chuva e a geada
e, com a irrigação, conseguimos antecipar o
plantio escapando da geada e irrigando na
hora certa eliminamos os dois”, observa ele.
Oscar afi rma que com os investimentos
em irrigação vai aumentar sua área produti-va
de 85 alqueires para 184 alqueires, dos
quais, 80 irrigados. “Estou tirando a cana, e
investindo em cereais, que é mais lucrativo
com irrigação”, afi rma ele.
Oscar ainda diz que tem projeto para
ampliar a área irrigada em mais 15 al-queires
que hoje ainda está com cana de
segundo corte, mas pretende também
diversifi car as culturas.
“Pretendo em breve trabalhar com ou-tras
culturas como feijão, tomate, e já estou
desenvolvendo um projeto para plantar mi-lho
semente em parceria com a Monsanto”,
fi naliza o produtor cândido-motense.
30. O agronegócio deve continuar
sendo por muito tempo o se-tor
mais competitivo da eco-nomia
brasileira, representando mais
de 20% do PIB (cerca de 1 trilhão de
reais) e com 41% das exportações e
25 a 30 milhões de pessoas traba-lhando
(cerca de 30% da população
economicamente ativa). A produção
de grãos deve atingir 191 milhões de
toneladas em 2014, mantendo taxa
de crescimento de 4% ao ano.
O Brasil continua salvo de um desas-tre
cambial e de uma crise econômica
muito mais séria graças ao agronegó-cio,
o setor produtivo mais efi ciente do
País, capaz de garantir um superávit
comercial de US$ 40,77 bilhões no
primeiro semestre, enquanto se acu-mulava
um défi cit global de US$ 2,36
bilhões no comércio exterior. O cam-po
e as fábricas diretamente ligadas
à agropecuária continuam proporcio-nando
a maior parte das poucas notí-cias
positivas da economia, enquanto
a maior parte da indústria permanece
atolada em problemas de competitivi-dade,
agravados pela sucessão de erros
da política econômica.
Graças a isso é possível acompa-nhar
uma evolução tecnológica muito
acelerada em nosso país, evolução essa
30 | revista Agrícola
O CAMPO NA PALMA
DA MÃO
O campo nunca absorveu tanta tecnologia, mas o gargalo ainda é a integração entre elas
que muitas vezes não consegue ser
acompanhada pelos agricultores, umas
vezes por falta de informação, outras
vezes por falta de uma mão de obra es-pecializada
em utilizar ou, pelo menos,
orientação sobre essas tecnologias.
Agricultura de Precisão, TSI, Tráfe-go
Controlado, Nutrirrigação, Teleme-tria
e Bioenergia são alguns termos
que ainda causam mais dúvidas do
que certezas na cabeça dos produto-res
brasileiros e até mesmo em em-presas
responsáveis por repassar ou
indicar a eles estas tecnologias.
A Revista Agrícola traz nesta repor-tagem
especial a palavra de diversos
especialistas em alguns destes assun-tos
e também de produtores que re-
Trator equipado para ensino dos alunos
na Fatec de Pompeia
31. revista Agrícola | 31
solveram investir em tecnologia e co-meçam,
aos poucos, sentir a diferença
positiva no campo.
AGRICULTURA DE PRECISÃO
Segundo o professor Carlos Otobo-ni,
diretor da Fatec “Shunji Nishimu-ra”
de Pompeia (SP), a Agricultura de
Precisão foi o setor produtivo que viu
a necessidade de formar um profissio-nal
com o perfil de atuar na integração
das novas tecnologias lançadas nas
quatro áreas: Agricultura, eletrônica,
informática e mecânica.
Muitas tecnologias foram lançadas
para o agronegócio, mas o produtor não
consegue aproveitar o máximo de cada
uma delas, hora por falta de treinamen-to
adequado, hora por não ter um fun-cionário
que domine estas tecnologias.
No entanto, com o início das ativi-dades
da Fatec Shunji Nishimura, esta
realidade está mudando. Uma estrutu-ra
inovadora foi montada para propor-cionar
ensino teórico e prático aos alu-nos.
E isso somente foi possível através
das parcerias com o Estado, Fundação
Shunji Nishimura e empresas do setor.
“Ter já é uma grande dificuldade,
e ter em grande quantidade à disposi-ção,
máquinas, sistemas e produtos de
última geração, é realmente uma con-quista
gigante, comemora Otoboni. Aqui
[na Fatec] conseguimos individualizar
o ensino, pois temos programas de úl-tima
geração em vários computadores.
Isso custa muito dinheiro. Para ter uma
ideia, temos programas que custam
R$60 mil e aqui temos ele em mais de
40 micros”, diz.
Empresas como a Jacto, Tatu Mar-chesan,
Valtra, Jumil, John Deere,
Baldan, New Roland, Trimble, Raven,
ArcGIS, Falker cedem gratuitamen-te
à faculdade seus produtos para
que os alunos tenham conhecimento
avançado de tudo o que há de mais
novo no mercado.
Segundo Otoboni, neste ano a Fa-tec
vai iniciar a aplicação localizada de
defensivo agrícola para o controle de
nematoides, o que era um sonho para
a faculdade. “Isso vai gerar economia,
menor impacto ambiental e maior con-trole
do patógeno”.
A qualidade dos alunos da faculdade
está sendo comprovada até mesmo nos
EUA onde 10 deles estão em estágio.
“Um deles, chegando à fazenda onde
iria estagiar, se deparou com um equi-pamento
parado em que o agricultor
iria devolver. Logo que ele configurou o
equipamento o produtor conseguiu usar
tranquilamente, e isso foi interessante,
porque ele passou a dar assistência a
vários produtores daquela região. Então
vemos que este problema não é somen-te
do Brasil, mas é de produtores do
mundo inteiro”, conta.
Hoje a Fatec tem alunos de 12 Esta-dos
e três do Paraguai e também conta
com um corpo técnico muito qualificado,
que é o segredo de todo este sucesso.
José Vitor Salvi, professor de Tec-nologia
de Agricultura de Precisão
na Fatec, destaca que boa parte da
tecnologia embarcada nas máquinas
e implementos já vem como ‘item de
série’, e isto é uma tendência. A ideia
junto aos alunos é que ele gerencie e
faça esta integração das várias tecno-logias
disponíveis, ou seja, fazer a má-quina
funcionar perfeitamente.
“O que não queremos é ver o produ-tor
comprar a tecnologia e na hora de
plantar, fazer com direção manual e
com adubação fixa, isto seria inadmis-sível.
O retorno deste investimento em
tecnologia é enorme para o produtor. A
barra de luz com sinal de GPS, RTK com
uma polegada de posicionamento que
possibilita a não sobreposição da barra
de pulverização, são exemplos de tec-nologia
que se paga. O problema é que
o produtor muitas vezes não mede este
benefício, mas ele é gigantesco, explica.
Nosso objetivo é que o produtor faça
toda a cadeia bem feita, o plantio, adu-bação
de cobertura, tratos culturais e a
colheita”, completa o professor Salvi.
Álvaro Alves Monteiro e Guilherme
Nagib dos Santos são alunos do 6º ter-mo
do curso superior de Tecnologia em
Mecanização em Agricultura de Preci-são
da Fatec Shunji Nishimura. Eles
contam que escolheram o curso pela
‘pegada tecnológica’ proposta pela en-tidade
e pela facilidade de terem a dis-posição
as tecnologias mais avançadas
do setor, além da prática, algo que os
cursos tecnológicos incentivam.
“Conseguimos avaliar os equipa-mentos
e as operações em campo, isso
ajuda a entender o conceito das tec-nologias
utilizadas”, argumenta Nagib.
Os alunos enaltecem as parcerias, pois
através delas, foi criada uma estrutura
educacional invejável.
“Estas parcerias publico-privadas
são muito importantes para o nosso cur-so
porque possibilita a gente ter contato
com o que há de mais moderno no mer-cado,
e com isso podemos desenvolver
um ótimo trabalho”, assegura ele.
Para Álvaro, em países desenvolvi-dos
normalmente as tecnologias são
geradas nas universidades e vai para as
empresas, aqui no Brasil o caminho ain-da
é inverso. “Precisamos mudar esta
metodologia, porque tem muita gente
boa criando soluções nas Universidades
e Fatecs e que não são apoiadas pelas
empresas. Nosso foco é trabalhar nas
empresas com foco na mecânica, na
Profº Vitor Salvi e diretor Carlos Otoboni
da Fatec Shunji Nishimura
32. área de gestão para facilitar a vida do
agrônomo, do produtor e das empresas
fabricantes”, finaliza.
Outro pesquisador que tem se de-dicado
ao estudo da AP (Agricultura
de Precisão) é o professor doutor Tel-mo
Amado, da Universidade Federal
de Santa Maria (Santa Catarina), co-ordenador
do Projeto Aquarius, que
figura como o maior projeto mundial
de Agricultura de Precisão de nível
comercial, com um banco de dados
de 15 anos de trabalho.
O Projeto Aquarius nasceu no ano
2000 através de uma parceria entre
Stara, empresas do ramo, Universida-de
Federal de Santa Maria, através
do NEMA e do Setor de Uso e Manejo
e Conservação do Solo (Departamento
de Solos), e objetiva desenvolver o ciclo
completo de Agricultura de Precisão.
A experiência pioneira no sul do Brasil
na forma e na amplitude da pesquisa
da Agricultura de Precisão, agora já se
estendeu para todo país. Atualmente
conta com 16 áreas distribuídas no Alto
Jacuí totalizando 729 hectares. Ainda,
possui um rico banco de dados conten-do
resultados de análises de solo e ren-dimento
de culturas.
Este banco de dados conta com a
32 | revista Agrícola
parceria de diversos produtores de vá-rios
Estados, inclusive do interior paulis-ta,
como é o caso do produtor Gianni Di
Raimo, de Pedrinhas Paulista (SP), para
quem a adesão à tecnologia (que tem
alto custo) teve trazer benefícios que
compensem a implantação desse siste-ma
na lavoura. Caso contrário, não será
viável para o agricultor.
Di Raimo comenta que há muitas
dúvidas acerca de detalhes sobre o
tema, mas com os testes implantados
pelo professor Telmo, já começam a
surgir resultados sobre os melhores
caminhos a serem tomados (como po-pulação
de plantas, dosagem de ferti-lizante,
etc), encontrando, assim, um
ponto de equilíbrio que traga rentabili-dade
que possibilite investimentos na
Agricultura de Precisão.
Como as empresas investem em
grandes tecnologias embarcadas nas
máquinas, tecnologias muitas vezes es-tas
sequer utilizadas pelo agricultor por
falta de conhecimento, Gianni Di Raimo
acredita que seria ideal se as coopera-tivas
agrícolas tomassem a frente e ti-vessem
pessoas qualificadas e que sou-bessem
orientar os agricultores a tirar o
máximo de cada uma dessas máquinas.
Para o produtor pedrinhense, exis-tem
quatro grandes desafios para os
agricultores que buscam investir em
alta tecnologia: recursos (uma vez que
muitas dessas máquinas têm valores
inviáveis para médias propriedades);
químico (falta de adubo); físico (textura
de solo); e biológico (áreas que perde-ram
a riqueza do solo). No momento
só existem áreas de testes para a di-vulgação
de resultados, porém, este
ano deve ser iniciado um trabalho em
área comercial, a fim de se definir as
populações ideais, o que é um tema
polêmico, pois seu desenvolvimento
depende muito dos fatores climáticos.
No momento o agricultor tem traba-lhado
na tentativa de implantar em sua
propriedade a tecnologia de Tráfego
Controlado, o que tem trazido muitas
dificuldades. A chave para o sucesso
de um programa de tráfego controla-do
é a sincronização de equipamento,
assim todo uso de equipamentos será
numa linha. Existe a tecnologia para
conduzir todos os equipamentos nas
linhas de mesma faixa e sem a habili-dade
de um operador.
Segundo Di Raimo, o Tráfego Con-trolado
envolve muitos detalhes, pois
a plantadeira deve ter o mesmo núme-ro
de linha das colheitadeiras, o pul-verizador
deve ser múltiplo, etc. Por
trabalharem com piloto automático
somente nos tratores, o agricultor terá
que, de início, controlar apenas o trân-sito
do autopropelido.
“Temos que ter em mente que o uso
de alta tecnologia não é apenas mil ma-ravilhas.
O problema do preço é muito
sério e apenas uma parcela de uma má-quina
adquirida pode prejudicar o agri-cultor
mais à frente. Temos que investir,
mas com planejamento. Essas moder-nas
máquinas podem nos empolgar de
início, mas não podemos nos esquecer
que teremos que produzir o suficiente
para conseguir pagá-la”, adverte.
Segundo Telmo Amado, em 2000
todas as tecnologias voltadas para a
AP eram importadas, principalmente,
de países como Alemanha e EUA, e por
isso, caríssima. “Com o trabalho todos
nós pesquisadores desenvolvemos, o
Brasil passou a ser exportador de tec-
Alvaro e Nagib, alunos do 6º termo do curso superior de Tecnologia em
Mecanização em Agricultura de Precisão da Fatec Shunji Nishimura
33. nologia de AP, o que ajudou a baratear
e a desmistifi car a tecnologia”, justifi ca.
Para Telmo, temos vivido um aumen-to
da efi ciência do uso de insumos. Ini-cialmente
o trabalho com amostragens
georreferenciada de solos que permitiu
uma resolução maior da variabilidade
que havia nos campos, permitindo um
tratamento diferenciado. E isso foi a
porta de entrada da AP nas lavouras
brasileiras. “Em seguida percebemos
que havia muito espaço para melho-rarmos
o que estávamos fazendo, e
isso aconteceu na pulverização, na
semeadura e com o mapa de colheita
que permite avaliar o grau de acerto
no manejo”, completa.
O Aquarius, segundo ele, foi um
sucesso porque sempre se trabalhou
junto com os produtores. Quando se
uniu indústria, pesquisa e produtor
isso gerou uma combinação podero-
Plantio de feijão irrigado na propriedade do
Gianni Di Raimo em Pedrinhas Paulista-SP
34. sa que encurtou os caminhos e trou-xe
muitos resultados. Sai-se de uma
agricultura de subsistência e migrou-
-se para uma agricultura empresarial
e o agricultor evoluiu neste processo.
“Então vejo que o nosso produtor está
esperando que a indústria e a pesqui-sa
lhes ofereçam novas ferramentas a
ponto de ele poder competir com os
melhores produtores do mundo. Como
as fronteiras agrícolas estão cada dia
mais escassas, precisamos aumentar
a produtividade por hectares e isso
pode ocorrer somente com adoção de
novas tecnologias”, pondera Telmo.
O potencial genético é algo a ser
considerado, segundo o pesquisador,
pois o potencial produtivo aumentou
consideravelmente nos últimos anos e,
como o produtor paga caro nisso, ele
precisa aproveitar este potencial.
“Não estamos dizendo que por ado-tar
a AP vamos deixar de errar, mas atra-vés
dela, conseguirmos mensurar o nos-so
grau de erro e podemos corrigi-los
individualmente. A AP está muito avan-çada
nos EUA, Alemanha, Inglaterra, Di-namarca
e Argentina. Mas o Brasil está
caminhando a passos largos para nos
alinharmos a estes países e isso pode
ser um diferencial para conquistarmos
mercado no futuro, como por exemplo,
a rastreabilidade da nossa produção.
Muito em breve iremos distinguir as
propriedades não pelo seu tamanho,
mas pelo nível de tecnologia que ela
emprega”, encerra ele.
Para Aldo Tasca, produtor em 220
hectares no município de Céu Azul (PR),
quando se trata e tecnologia não há
mais volta, pois a demanda por alimen-tos
é muito grande.
Ele conta que iniciou o trabalho com
AP somente com grides de análise de
solo e depois foi investindo em monitor
de colheita e recentemente adquiriu
uma plantadeira com distribuição de
semente e adubo à taxa variável.
“Em determinado momento, no en-tanto,
vimos que não adiantava mais
corrigir o solo quimicamente e estrutu-ralmente
sem disciplinar o tráfego den-tro
da área. Foi assim que, com base em
pesquisas publicadas e visitas a outros
países, resolvemos trabalhar com o Trá-fego
Controlado”, justifica Aldo.
34 | revista Agrícola
Humberto e Edson da fazenda Maruque em Itaberá-SP
Segundo ele, começaram a discipli-nar
o tráfego, depois investiram em pi-loto
automático, GPS e bases RTK para
as máquinas definirem uma linha de
tráfego dentro da propriedade e sempre
utilizarem o mesmo rastro.
“Hoje seguimos o mesmo rastro de
plantio, cultura após cultura. Para isso
alteramos o espaçamento de plantio
para 70 cm nas culturas de soja e mi-lho,
ou seja, plantamos a soja na mes-ma
linha do milho. Desta forma, o trator
e o pulverizador trafegam na entrelinha,
somente com a colheitadeira é que
ainda estamos tendo um pouco de di-ficuldade,
mas iremos acertar um espa-çamento
adequado para ela também”
comemora Aldo.
Para ele, através deste sistema con-seguiram
fazer uma adubação locali-zada,
voltada para a linha de plantio, e
como não há compactação na linha as
raízes aprofundam mais porque a dispo-nibilidade
de água no solo é maior.
“A pesquisa está avaliando os nú-meros
para termos a comprovação dos
resultados, mas visualmente, temos
observado que a maturação é mais
uniformidade e as plantas estão mais
sadias. Mas há algumas coisas em
que não podemos ver, como a decom-posição
das raízes criando aberturas
para a entrada de água e fertilizante,
dentre outras”, justifica.
Segundo Aldo, faz seis anos que es-tão
desenvolvendo esta pesquisa e hoje
um terço de sua área já recebe este tra-tamento
diferenciado.
Segundo o pesquisador Telmo Ama-do,
há estudos que mostram que se o
produtor não faz este controle de tráfe-go,
cerca de 80% da sua área podem re-ceber
pressão de pneus. Com o controle
de tráfego isso pode reduzir para até 5%
a, no máximo 30%.
“Temos dados que no exterior esta
técnica tem sido muito bem aceita,
porque comprovam que aumenta a
atividade biológica e o teor de matéria
orgânica. A questão é não retroceder
na tecnologia, e sim buscar na própria
tecnologia, soluções para os problemas
que ela trouxe”, encerra Telmo Amado.
Na Fazenda Maruque, em Itapeva,
a Agricultura de Precisão é feita por
meio do cruzamento de dados obti-dos
em mapas de colheita e mapas de
análise de solo.
Segundo Edson Cagnin, diretor da
fazenda e Humberto Zomer, engº agrº
e gerente de produção, após o cruza-mento
destas informações é possível
se verificar se existe algum problema
no solo e quais as recomendações
para resolver o entrave.
Um das grandes preocupações dos
35. responsáveis pela fazenda é tomar
medidas que visam evitar um dos
grandes problemas que pode prejudi-car
a lavoura: a compactação do solo.
Como a propriedade possui muitos
equipamentos, seus administradores
têm investido de maneira reduzida em
altas tecnologias, como piloto auto-mático
nos maquinários, trabalhando
apenas com a utilização do GPS. No
momento tal tecnologia é considerada
muito custosa e não considerada in-dispensável
para a gestão da lavoura.
FUTURO DA AP
Segundo o pesquisador Telmo Ama-do,
a agricultura conseguiu evoluir na
correção da fertilidade da terra, mas o
próximo passo da AP deve ser na cor-reção
física do solo, como infi ltração e
armazenagem de água, evitando, as-sim,
erosões, além da melhoria na parte
biológica da área através da adubação
verde usada com tecnologia. Para ele, a
interatividade da melhoria da fertilidade
do solo, da preservação da condição fí-sica
do solo e este detalhe biológico é o
caminho natural para que se possa ter
sistemas efi cientes e sustentáveis.
“Chamamos isto de empilhamento
de tecnologias, e com esta associação
das tecnologias criamos um sinergis-mo
que juntamente com a AP traz uma
maior efi ciência no campo”, argumenta.
Para Mauricio Swart, engenheiro
agrônomo, diretor da Aspipp (Associa-ção
do Sudoeste Paulista de Irrigantes e
Plantio na Palha) e produtor no municí-pio
de Paranapanema (SP), outra ferra-menta
importante na AP é o coletor de
Profº Telmo Amado da Universidade Federal de
Santa Maria e o Profº Tanaka da Fatec de Pompeia
36. dados ArcGIS que possibilita fazer um
monitoramento de pragas, doenças e
análise de performance georreferencia-do.
“Com isso, se consegue prever algu-mas
situações e agir preventivamente.
Já existe este programa instalado aqui
na APPAS (Associação Paulista dos Pro-dutores
de Algodão), mas ainda é uma
ferramenta cara para ser adquirida indi-vidualmente”,
afi rma o produtor.
TECNOLOGIA NAS SEMENTES
Com o passar dos anos os agricul-tores
começaram a se aperceber da
importância de se investir no trata-mento
de sementes antes do plantio,
o que resultava em melhores produ-tividades.
Começou, então, a ser de-senvolvida
no Brasil uma tecnologia
nesta área, abrangendo, de início, as
culturas mais plantadas, como soja e
milho. Com o surgimento desta nova
necessidade, começaram a surgir es-tudos
e tal tecnologia começou a ser
efetivamente desenvolvida.
A novidade começou a ser difundida
entre os próprios agricultores, o que le-vou
as indústrias químicas a desenvol-verem
produtos para atender esse novo
mercado. Foi neste período que come-çou
a evolução da Incotec, que tinha
36 | revista Agrícola
como foco principal o mercado de se-mentes
de hortaliças, mas que se adap-tou
para atender essa nova demanda.
Segundo Marcelo Betin, responsável
pela unidade da empresa em Itaberá, a
Incotec tem como diferencial não se ater
a marcas e bandeiras, mas sim naquele
tratamento de sementes que o agricul-tor
acredita ser o mais adequado para
ele e com seus produtos de confi ança e,
após análises, verifi ca-se se o mesmo é
realmente o mais indicado para aquela
situação e se adequa a sua realidade.
Matheus Hossri, consultor técnico
de vendas e Marketing da Incotec, des-taca
que atualmente muitas empresas
buscam “amarrar” os produtos quími-cos,
comercializando apenas pacotes
fechados, limitando as opções dos
agricultores. Por isso, a empresa busca
atender o agricultor de acordo com a
sua realidade, colocando a sua dispo-sição
toda a sua estrutura e processos
diferenciados, que oferece uma certifi -
cação e exatidão mais garantida pelo
serviço prestado.
“Pelo teste de loading podemos
quantifi car tudo o que foi aplicado e a
distribuição dos ingredientes ativos fi ca
uniforme, trazendo os melhores resulta-dos
aos clientes, isso atendendo o que
o agricultor deseja, sem fi car refém de
determinados produtos”, explica.
Neste caso, o agricultor tem total
acesso ao andamento de determinada
calda. O que mais atrasa os resultados
é a análise de vida útil, sendo que a
empresa não oferece garantia antes da
fi nalização destas análises, garantindo
a idoneidade do produto oferecido. A
empresa oferece, portanto, validações
de inúmeras combinações de caldas,
seja em quantidade de produtos ou do-sagem.
Porém, existem as caldas mais
tradicionais (cujas análises e estudos
já estão concluídos) e que abrangem
as mais diversas empresas químicas do
mercado, muitas vezes atendendo a de-manda
dos produtores.
Olhando para o futuro e analisando
o quanto o tratamento de sementes
pode evoluir, Matheus Hossri destaca
que a melhor maneira disso ocorrer é
atender o maior interessado nesta tec-nologia:
o agricultor. Com o projeto de
franquias da Incotec, a empresa preten-de
expandir no Brasil, atendendo de iní-cio
as grandes culturas e, futuramente,
as médias e pequenas. “A Incotec não
é uma sementeira, é uma empresa que
produz tecnologia que visa potencializar
essa semente”, diz.
Franco Feitosa, especialista de pro-dutos
e processos da empresa, destaca
que vislumbra para o futuro a migração
do ‘tratamento de sementes da fazenda’
para o TSI. Mesmo ainda existindo mui-tos
tratamentos on farm, ele acredita
que essa demanda (TSI) é uma tendên-cia
a expandir, pois traz mais qualidade
e, principalmente, mais segurança, pois
o produtor não expõe seus funcionários
a produtos químicos.
“Um tratamento em TSI tecnifi ca-do,
feito por profi ssionais capacitados,
com todo processo previamente estu-dado
é a segurança, que pode ser ofe-recido
com qualidade que o agricultor
precisa e com o custo que ele acha
justo”, encerra.
Em Itapeva, o tratamento de se-mentes
é padrão na Fazenda Maru-que,
que começa a investir no trata-mento
industrial, deixando de lado,
por enquanto, apenas a semente de
soja devido aos inoculantes (ques-tão
que ainda está em debate em
Franco, Matheus e Marcelo da Incotec
37. Eficiência comprovada
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MÁQUINAS
Sobre a evolução da tecnologia que
hoje em dia vemos nos maquinários uti-lizados
pelos agricultores, o engenheiro
agrônomo Maurício Swart lembra que
a partir de 2008, através dos estudos
de análise de performance realizados
na fazenda, se notou que havia neces-sidade
de se investir em plantadeiras
pneumáticas, com sistema de precisão
de distribuição de sementes e adubos.
Isto permitiu a criação de um checklist
não somente na parte operacional, mas
também de gestão de pessoas e admi-nistrativa.
Com isso houve maior veloci-dade
no plantio e padronização de es-tande
em todas as culturas, saindo de
63% de efi ciência de plantio, em 2008
para 92% neste ano.
“Vemos que hoje ainda não temos
mão de obra especializada para gerir
estas tecnologias embarcadas nas no-vas
máquinas. Por este motivo estamos
treinando a equipe para fazer a preci-são
da agricultura, ou seja, as regula-gens
precisas de cada máquina e imple-mento
para depois sim, investirmos na
Agricultura de Precisão”, relata.
Análise de performance é uma fer-ramenta
que, desde 2008, tem sido
utilizada na cultura do feijão. “Através
de um programa (Planta Forte da Iha-ra),
nós saímos do ‘achismo’ e come-çamos
a avaliar e descobrimos que
o que mais reduz nossa produção de
feijão são as lagartas, não as doenças
como pensávamos”, destaca.
Para Swart, a prestação de serviços
por parte das empresas de máquinas
e implementos é o melhor caminho
para o viés da falta de aproveitamen-to
das tecnologias no campo. “É o que
ocorre nas grandes economias e deve-ria
ser uma realidade também no Bra-sil”,
completa ele.
Para o diretor da Aspipp, uma neces-sidade
que existe atualmente é fazer
com que as informações precisas dos
fabricantes cheguem até os produtores.
Segundo ele, as empresas deveriam ca-pacitar
mais seus vendedores para que
tenham mais noção das tecnologias em-barcadas
nas máquinas para que elas
sejam mais aproveitadas no campo e o
produtor venha ter resultado com cada
real investido nelas.
“Para avançarmos, precisamos de
uma melhor infraestrutura em energia
elétrica para os pivos, telefonia e in-ternet
de qualidade para utilizarmos
os aplicativos disponibilizados nos
smartphones e, se tratando de um Es-tado
rico como é São Paulo, a quali-dade
destes serviços é vergonhosa”,
conclui Maurício Swart.
TELEMETRIA
A telemetria é uma tecnologia que
permite receber, medir, repassar e
avaliar dados e informações remo-tamente,
que estão disponíveis ao
condutor através do painel de instru-mentos
e determinadas informações
38. disponíveis somente ao módulo con-trolador
da máquina.
A telemetria básica é a velocidade
desenvolvida, rotação do motor, quilô-metros
percorridos, horas de motor liga-do,
temperatura do motor, temperatura
do óleo do hidráulico entre outros.
Com o objetivo de oferecer esta fer-ramenta
aos produtores, a recentemen-te
a John Deere lançou um software de
gerenciamento das informações gera-das
pelas máquinas no campo. Ofere-cer
soluções que melhorem a efi ciência
do negócio é o propósito da John Deere
com o conceito FarmSight.
Segundo Bruno Cavina, gerente de
A.M.S. da Unimaq-John Deere, a missão
da empresa não é vender somente pro-dutos,
mas também soluções integra-das
que otimizem o uso das máquinas,
melhorem a logística e deem suporte à
decisão agronômica.
Para complementar ainda mais as
soluções integradas, a John Deere, em
parceria com a Auteq, apresenta o Gre-en
Fleet, uma nova ferramenta que tem
como principal objetivo tornar as frotas
mais inteligentes, oferecendo automa-tização
de processos, maior efi ciência
e confi abilidade na telemetria, levando
com rapidez – do campo para o escritó-rio
– as informações necessárias para a
gestão de frota.
38 | revista Agrícola
Segundo Bruno, através da teleme-tria,
é possível inserir alguns parâme-tros
para cada operação, que serão
comparados ao executado. Desta forma
é possível avaliar o tempo em que a má-quina
desempenhou sua tarefa e como
potencializar esta operação, sejam com
melhor assistência técnica, turnos de
trabalho ou logística.
Através do Green Fleet, o administra-dor
tem todas as informações de posi-cionamento
e operação da máquina, ou
seja, qual operador está trabalhando,
se a máquina está na rotação correta,
a velocidade, etc. Tudo pode ser monito-rado
do escritório em tempo real.
O seguimento que mais utiliza essa
tecnologia ainda é o canavieiro, mas já
está em estudo a adoção do sistema
também no setor de cereais. Caso o pro-dutor
não tenha pessoas treinadas para
realizar esse gerenciamento dos dados,
ele pode contratar o serviço do conces-sionário
que tem uma equipe treinada a
sua disposição.
Segundo Bruno, muitos têm apre-sentado
produtos como a grande no-vidade,
mas a Unimaq-John Deere,
além dos produtos tem disponibilizado
a prestação de serviços, que faz com
que o produtor utilize todos os recur-sos
tecnológicos a sua disposição, fa-zendo
com que haja uma integração
destas informações para a melhor to-mada
de decisão.
Muitos jovens decidiram fi car no
campo pelo uso das novas tecnolo-gias,
e isso tem sido constante nas
propriedades. “Grande número dos
produtores que vem para conhecer as
novas tecnologias, vem acompanha-dos
de seus fi lhos. Isso tem mostrado
maior interesse dos fi lhos na atividade
Plantio de milho com sistema de desligamento automático de linha
Plantadeira, lançamento da Jumil, doada para
aulas teóricas e práticas na Fatec de Pompeia
39. QUEM COLHE SABE QUE CADA
MINUTO É PRECIOSO.
QUE TAL TERMINAR A COLHEITA ATÉ
7 DIAS ANTES?
Dados referem-se à colheita em uma área de 2.500 hectares.
CHEGARAM AS COLHEITADEIRAS SÉRIE S JOHN DEERE.
MODELOS S540, S550, S660, S670, S680.
• Produtividade até 15% maior.
• Tanque graneleiro até 12% maior.
• Consumo de combustível até 17% menor.
• Até 55% menos tempo com ajustes e manutenções diários.
• Vazão de descarga até 16% maior, proporcionando menos paradas.
40. SEMENTE SUPERIOR TEM NOME: LAGOA BONITA.
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dos pais”, testemunha Bruno.
Os terraços e canais também po-dem
ser facilmente construídos, sem
o uso de lasers, utilizando o software
Surface Water Pro que permite fazer
o levantamento topográfi co da área e
uma única pessoa pode fazer o traba-lho
no campo em menos tempo, eco-nomizando
combustível e reduzindo
custos. “Este recurso tem sido utiliza-do
também na construção de taipas
para plantio de arroz e também na
elaboração de projetos de plantio para
que se tenham mais metros lineares
de plantio com menor número de des-pontos”,
completa.
Para Maurício Swart, o uso da tele-metria
na irrigação é uma ferramenta
muito efi ciente, porque permitirá irri-gar
com precisão, ou seja, irrigar com
base na textura do solo. “Com isso o
solo que tiver mais capacidade de ab-sorção
receberá maior quantidade de
água”, comenta.
IRRIGAÇÃO
O diretor da Aspipp e produtor no
município de Paranapanema, Mauri-cio
Swart trabalha com as culturas de
soja, milho semente, trigo, feijão, sorgo,
aveia preta, cevada, milheto, algodão e
laranja. Seu pai foi um dos pioneiros na
agricultura irrigada na região e hoje a
propriedade conta com 1.900 hectares,
dos quais 1.495 são irrigados através
dos 26 pivôs instalados na fazenda.
Segundo ele, é a irrigação que mantém
grande parte das famílias naquela re-gião,
tendo como maior contribuição a
segurança de se fazer duas ótimas co-lheitas
dentro do ano.
Porém, Swart reclama que ainda há
alguns limitantes na irrigação, como por
exemplo, a qualidade de energia. “Joga-mos
água somente à noite para evitar
perdas, mas ainda freamos em algu-mas
defi ciências, como a qualidade de
energia elétrica. Isso tem gerado muita
insatisfação e perda de qualidade na
irrigação, pois a energia oscila demais,
provocando a queima de motores e de-mais
equipamentos”.
Para ele, a automação da irriga-ção,
que é realidade em outros paí-
Lavoura de café com irrigação
subterrânea da Netafi m