2. REAÇÃO ADVERSA A MEDICAMENTO
1) Introdução
Constitui um problema importante para o profissional de saúde
São causas importantes de hospitalizações
Aumento de tempo de hospitalização - (permanência)
Causa óbito
Influencia negativamente a confiança no médico
Aumento de custos
Atrasa os tratamentos (pode assemelhar-se a enfermidades)
Conceito de RAM - (Segundo a OMS)
É qualquer reação indesejada ou prejudicial não intencional que ocorra
após a administração de um medicamento em doses terapêuticas, usados
no homem para profilaxia, diagnostico e tratamento.
Doses elevadas (acidentais ou intencionais)
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3. REAÇÃO ADVERSA A MEDICAMENTO
2) Termos utilizados:
Reação adversa, efeito adverso e doença iatrogênica #
(segundo Laporte e Capela)
# Evento adverso – injuria sofrida
Dose do medicamento incorreta / para (+) ou para (-)
Dose omitida
Via de administração não especificada
Horário de administração
Complicações administrativas
Complicações medicas, da enfermagem, farmacêuticos...
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4. REAÇÃO ADVERSA A MEDICAMENTO
3) Classificação e mecanismo de produção das RAMs, segundo Laporte e
Capela: (1989)
É de difícil classificação
Conhecimento do mecanismo
Domínio da farmacocinética e farmacodinâmica
Conhecimento da bioquímica, anatomia, fisiologia e da patologia
Efeitos tóxicos (super dosagem relativa).
Neste caso o medicamento e administrado em doses terapêuticas.
Alterações funcionais
A) A super dosagem absoluta (segundo a definição)
Patologia renal
Aminoglicosídeos – ototoxicidade
Digitálicos – intoxicação digitálica
Patologia hepática
Paracetamol
Etanol
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5. REAÇÃO ADVERSA A MEDICAMENTO
B) Efeitos colaterais
Inerente a ação farmacológica do medicamento
Indesejável em um determinado momento do TTT
Prolongamento da ação farmacológica principal
Broncoespasmo produzidos pelos bloqueadores beta
a hipinose provocada pelos ansioliticos – GABAergicos
Arritimias provocada pelos glicosideos
Sedação provocada por alguns anti-hipertensivos e anti-histaminicos
Almento da freqüência cardíaca provocada por alguns antiasmáticos, antimuscarinicos
(anticolinergicos) e simpaticomimeticos
Convulsões que podem ser causadas pelo uso da penicilina (anti GABA), cafeína
A hipopotassemia produzida pelo uso dos diuréticos tiazidiscos (hidroclorotiazida) e
corticosteróides
Hiperpotassemia pela espironolactona
Infecção fungica pelo uso de corticosteróides – migração, imunidade
Depressão respiratória provocada pelo álcool, morfina e barbitúricos
Aborto induzido pelo misoprostol
Irritação gástrica produzida pelo uso de AAS
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6. REAÇÃO ADVERSA A MEDICAMENTO
C) Efeitos secundários
Não são devidos a ação farmacológica do medicamento
É uma conseqüência do efeito buscado
O enfraquecimento dos ossos e dentes provocado pelo uso da tetraciclina
O aparecimento de uma infecção fúngica provocada pelo desequilíbrio da
flora em uso de antimicrobianos
Hemorragias pelo uso de antimicrobianos
Reações rebote como a provocada pela clonidina ( anti-hipertensivo ),
álcool, BZD...
O efeito curare produzidos por aminoglicosideos
Tosse seca provocada pelo captopril
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7. REAÇÃO ADVERSA A MEDICAMENTO
D) Efeitos teratogênicos A, B, C, D, X.
Teratismo - Monstruosidade, monstro
Teratologia- Estudo das deformações ou monstruosidades orgânicas.
Classificação da teratogenicidade segundo o FDA
A- estudos bem controlados não demonstra risco
B- Não foi demonstrado risco em animais, não há observação ou estudos bem
controlados em mulheres
C- Em animais pode ocorre efeitos adversos no feto, os benefícios podem
justificar o seu uso em gestantes apesar do risco
D- Baseado em relatos ou em reações adversas, há algum risco ao feto
humano, os benefícios potenciais podem justificar o uso
X- Anormalidades fetais em animais e no homem, os riscos envolvidos
decididamente contra-indicam o seu uso em gestantes.
Provocadas pela talidomida (hipnótico não barbitúico)
Provocadas pelos anticonvulsivantes
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8. REAÇÃO ADVERSA A MEDICAMENTO
E) Reação de hipersensibilidade (anafilaxia)
Sensibilização previa
Participação do sistema imunológico
Sem relação com a dose
Liberação de mediadores
Reação anafilática a penicilina, dipirona e AAS, alimentos, insetos, plantas
F) Efeitos ideossincrásicos (inesperadas e inesplicadas)
Reações nocivas
Às vezes fatais
Ocorrem em uma minoria
Sensibilidade a um determinado produto
Polimorfismo genético
Hipertermia maligna em pacientes que fazem uso de anestésicos halogenados e com uso
de succinilcolina
Anemia hemolítica provocada pela primaquina (antimalárico) em negros do sexo
masculinos
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9. REAÇÃO ADVERSA A MEDICAMENTO
G) Tolerância
Uso continuo / mesma dose / intensidade dos efeitos
Dose maiores / mesmo efeito
Farmacocinética e farmacodinâmica
Provocada pelos barbituricos, ansioliticos, morfina, etanol
4) Classificação das RAMs, segundo Rawlins e Tompson:
São divididas em dois grandes grupos
Considerada por alguns mais adequada
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10. REAÇÃO ADVERSA A MEDICAMENTO
Tipo – A ou tipo - I
Reações resultantes de um efeito farmacologico exagerado, administrado
em dose tarapêutica.
Baixa mortalidade, alta morbidade e alta incidência
Farmacologicamente previsíveis
Dependentes da dose (reajuste)
São resultantes de:
# Superdosagem relativa, efeito colateral, interações medicamentosas e
alterações da forma farmacêutica.
# Hemorragia pelo uso de varfarin
# Hipoglicemia pelo uso de glibenclamida
# Sonolência pelo uso de BZD
# Hipotensão pelo uso de anti-hipertensivos
# Efeito anticolinérgico de alguns antidepressivos e anti-histamínicos
# Flebite pelo uso de cefradina por via I.V. (não ocorre pela via oral)
# Fenilbutazona interagindo com varfarin
# Efeito citotoxico – aminoglicosídeos e paracetamol
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11. REAÇÃO ADVERSA A MEDICAMENTO
Tipo – B ou tipo - II
as reações que possuem efeitos farmacológicos totalmente anormais e
inesperados, administrado em dose terapêutica.
Alta mortalidade, baixa morbidade e baixa incidência
Farmacologicamente previsíveis
Suspensão do medicamento
São resultantes de:
# Hipersensibilidade, ideossincrasia, intolerância e alterações na
formulação
# Alteração da formulação – tartrazina, metilparabono e cremofor
# Tetraciclina é termosensível, se degrdada pode dar: aminoacidúria,
glicosúria, acetonúria, albuminúria, piúria, elevação do nitrogênio
plasmatico e fotossensibilidade.
# Granulocitopenia por uso de sulfonamidas
# LES induzido por hidralazina
# Síndrome de Riley-Day – resposta exagerada com uso de
parassimpaticomiméticos tipo metacolina.
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12. REAÇÃO ADVERSA A MEDICAMENTO
5) Classificação das RAMs, segundo Simon Wills e David Brown:
(1999)
Problemas da classificação de Rawlins e Tompson segundo Simon
Wills e David Brown:
Certas reações não se enquadram no tipo A ou B
Reações tipo B são tudo que não esta em A
Não estabelece quais as reações não podem estar incluídas na sua
classificação
Então temos:
Tipo – A
Relacionada com a dose
Previsíveis pelo conhecimento da farmacodinâmica
Ocorre em uso do medicamento, desaparece com a retirada
Alta incidência
Ex: taquicardia em uso de beta adrenégicos não seletivos (na asma)
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13. REAÇÃO ADVERSA A MEDICAMENTO
Tipo – B
Previsíveis
Interação microrganismo com hospedeiro
Ocorre em uso do medicamento, desaparece com a retirada
Ex: carie pelo uso de xaropes
Antibióticos selecionando cepas resistentes
Tipo – C
Causada por características físico-químicas e concentração
Não é causada pela ação farmacológica
Ex: flebite com injetáveis
Queimaduras com ácidos
Irritação gástrica causada pela forma farmacêutica comprimido
Tipo – D
Conseqüência do método de administração
Ocorre em uso do medicamento, desaparece com a retirada
Ex: fribrose em torno de implantes
Infecção no local a injeção
Tipo – E
Caracteriza-se pela retirada da droga ou diminuição da dose
A reintrodução da droga ocorre melhora do quadro
São previsíveis
Ex: efeito rebote dos BZD, morfina, nicotina, clonidina, beta-bloqueadores, antidepressivos tricíclicos
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14. REAÇÃO ADVERSA A MEDICAMENTO
Tipo – F
Indivíduos suscetíveis geneticamente
Ocorre em uso do medicamento, desaparece com a retirada
Ex: hemólise com uso de sulfonamidas, deficiência de G-6PD
Tipo – G
Reações genotóxicas
Ex: focomegalia pelo uso da talidomida
Tipo – H
Ativação do sistema imune
Não são farmacologicamente previsíveis
Não relacionadas com a dose
Ex: choque anafilático
Tipo – U ( não classificadas)
Mecanismos não entendidos
Não enquadrados nos anteriores
Ex: náuseas e vômitos após uso de anestésicos
Obs: uma mesma reação pode se enquadrar em mais de uma classificação
Ex: a irritação gástrica produzida pelo AAS, tipo A e C
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15. REAÇÃO ADVERSA A MEDICAMENTO
6) Classificação das RAMs de acordo com a gravidade:
Leve
Não é necessária a retirada
Sem antídotos
Não requer tratamento
Moderada
Exige modificação terapêutica
Sem suspensão do fármaco
Requer tratamento especifico
Prolonga a hospitalização
Grave
Potencialmente fatal
Suspensão do fármaco
Requer tratamento especifico
Prolonga a hospitalização
Letal
Exige modificação terapêutica
Suspensão do fármaco
Requer tratamento especifico
Prolonga a hospitalização
Alta incidência de letalidade
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16. REAÇÃO ADVERSA A MEDICAMENTO
7) Classificação das RAMs de acordo com a casualidade:
(Karch e Lasagna) - (1975)
Definida
Segue padrões já conhecidos
Reprodutibilidade
Provável
Segue padrões razoáveis de reprodutibilidade
Possível
Pode ser pelo uso da droga
Pode ser por interações
Pode ser também pela patologia
Condicional
Não segue uma resposta padrão para a droga usada
Não pode ser razoavelmente explicada
Duvidosa
Reações que não segue os critérios anteriores
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17. REAÇÃO ADVERSA A MEDICAMENTO
Ficha para classificação de reação adversa quanto à causalidade
Nome do paciente: _________________________________________ Idade: _____________
Registro: _____________________ Enf./Leito : _____________ Data : _____/_____/____
ALGORÍTMO DE NARANJO SIM NÃO NÃO SABE PONTUAÇÃO
1. Há estudos prévios acerca desta reação ? +1 0 0
2. A reação adversa aconteceu depois da administração do
+2 -1 0
medicamento ?
3. O paciente melhora quando o medicamento é retirado ou
+1 0 0
quando se administra um antagonista específico ?
4. A reação reaparece quando se readministra o
+2 -1 0
medicamento ?
5. Excluindo o uso de medicamentos, existem outras causas
-1 +2 0
capazes de determinar o surgimento da reação ?
6. A reação reaparece ao se administrar um placebo ? -1 +1 0
7. O medicamento foi detectado no sangue ou outros líquidos
+1 0 0
orgânicos, em concentrações consideradas tóxicas ?
8. A reação foi mais intensa quando se aumentou a dose, ou
+1 0 0
menos intensa quando a dose foi reduzida ?
9. O paciente já apresentou alguma reação semelhante ao
+1 0 0
mesmo medicamento ou a um fármaco similar ?
10. A reação adversa foi confirmada através de alguma
+1 0 0
evidência objetiva ?
TOTAL DE PONTOS
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18. REAÇÃO ADVERSA A MEDICAMENTO
Ficha para classificação de reação adversa quanto à causalidade
Tipo de reação Pontuação
definida (provada) 9
provável 5-8
possível 1-4
duvidosa (condicional) 0
Conclusão: ____________________________________________
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19. REAÇÃO ADVERSA A MEDICAMENTO
Fatores que predispõem ao aparecimento das RAMs:
Grupo – I ( extremos de idade)
Grupo – II (Gênero)
Grupo – III (Gestantes)
Grupo – IV (Patologias)
Grupo – V (Alérgicos)
Grupo – VI (Variabilidade genética)
Grupo – VII (Polimedicaçao)
Prevenção e tratamento das RAMs:
Suspensão
Redução da dose
Uso de outros medicamentos que não os antídotos específicos
Ondansetrona – 5HT3 / (oncologia)
Aumenta a eliminação – intoxicação por fenobarbital
Tratamento dos sinais e sintomas
Hemodiálise ou diálise peritoneal
Uso de antídotos específicos – flumazenil, naltrexona
Administração de medidas gerais – repor volume, corrigir pH e Eletrólitos...
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