2.
Os fósseis foram um conjunto de dados muito importante a favor
da evolução.
Quanto mais recente é a camada de rocha, mais complexas e
diversificadas são as espécies aí encontradas. Quando mais
recentes as espécies fósseis, mais elas lembram, em
características, as espécies que vivem atualmente.
Na Terra, houve um processo de modificação ou transformação
gradativa nas formas de vida ao longo do tempo. A evolução
orgânica ou biológica.
Conforme aumenta o número de fosseis encontrados e o
conhecimento do paleontólogos sobre eles, mais e mais elos
intermediários entre as espécies atuais e as que viveram no
passado são identificados.
Chegou-se a conclusão que cada organismo vivo atual é produto
de uma longa história evolutiva.
3.
O estudo comparativo dos fósseis indica o
parentesco das espécies que viveram no passado
com as que vivem atualmente, revelando ideias
que reforçam a ideia de evolução.
Muito provavelmente, o conjunto de ossos que
formam os membros dos vertebrados surgiu em
um antepassado que viveu a milhões de anos na
Terra e foi transmitido por herança genética,
geração após geração. Ao longe deste processo
ocorreram séries de modificações.
4. Órgãos como o braço humano, a nadadeira das
baleias, a asa das aves e a pata dos cavalos, que
apresentam características fundamentais em sua
estrutura, são conhecidos como casos de homologia e
são denominados órgãos ou estruturas homólogos.
Eles indicam o parentesco evolutivo entre as espécies,
portanto, são fundamentais nos estudos evolutivos.
Situações em que duas ou mais estruturas se
assemelham apenas na funções em que exercem e
não na estrutura são considerados casos de analogia,
como ocorre com a asas das aves e as dos insetos,
estruturas análogas.
5. Os órgãos vestigiais são aqueles que em alguns
seres vivos apresentam-se atrofiados ou pouco
desenvolvidos, enquanto em outras encontramse plenamente desenvolvidas e funcionais.
Isso é o que ocorre com, por exemplo, o
apêndice e o ceco do coelho, que podem chegar
até 45cm e têm inúmeras bactérias capazes de
digerir a celulose do alimento que armazenam.
No entanto, nos humanos, o ceco e o apêndice
não ultrapassam 15cm e estão praticamente
atrofiados.
6.
A semelhança entre embriões de diferentes
espécies animais em suas etapas iniciais de
desenvolvimento podem ser explicadas pelo
fato de que as características embrionárias
também são transmitidas por herança
genética. Foram herdadas de um
antepassado comum, assim como as demais
características.
7.
Desde que a vida surgiu na Terra o material genético vem sendo
transmitido de organismo pra organismo, e isso tem garantido que todos
os seres atuais sigam uma mesma base, ou padrão comum.
Ao longo do tempo, também foram ocorrendo e acumulando-se
mutações no material genético, o que vez com que os seres também se
diversificassem, dando origem a espécies diferentes.
O código genético, ao mesmo tempo que garantiu um padrão comum a
todos os seres vivos, também possibilitou que surgissem novas
características entre o seres vivos, ou seja, que eles evoluíssem e se
diversificassem. Comparando atualmente o material genético, o RNA e
as proteínas de várias espécies tanto é possível descobrir o que estas têm
de semelhante, quanto o que elas têm de diferente e como se
diversificaram ao logo processo da evolução.
8. Charles Darwin é considerado o “Pai da teoria da
evolução”
A princípio Darwin não acreditava na transformação
das espécies, ele acreditava que as espécies haviam
sido criadas em sua forma final e que eram imutáveis.
Essa era a ideia predominante até meados do século
XIX, o fixismo. A visão fixista estava de acordo com a
visão religiosa. Deus, segundo fixistas, teria criado o
mundo e as espécie, inclusive a humana, igual são
hoje. Tudo havia sido predeterminado pelo Criador, e
apenas a intervenção d’Ele podia alterar o curso das
coisas.
9. As ideias dos evolucionistas, ao contrário do fixismo, a
regra no mundo natural era justamente a mudança.
Quando partiu em sua viagem de investigação,
Darwin era um fixista. Porém, quando retornou já
tinha ideias evolucionistas.
As leituras, estudos, e sua viagem ao redor do mundo
foram essenciais para que essas ideias pudessem
nascer. Descobriu que haviam evidências suficientes
para afirmar-se que a superfície da Terra se
modificava ao longo do tempo, por ação de forças
naturais e de processos geológicos que atuaram no
passado e ainda atuariam no presente.
10. Analisando e comparando fósseis encontrados,
Darwin pode perceber a variação das espécies ao
longo do tempo. Tornou-se claro que as mudanças no
ambiente, nos animais, na vegetação, etc, não eram
só resultado da intervenção divina, mas provocada
por lentas e graduais mudanças que vinham
ocorrendo na Terra.
Foi a partir dessa viagem que também começou a
observar o fato de que os animais pudessem acumular
mutações e transformarem-se em novas espécies.
Não satisfeito, Darwin passou a buscar mais provas da
evolução.
11.
Em uma de suas viagens, na Ilha dos Galápagos,
notou que as emas que viviam nas planícies
argentinas não eram todas iguais, mas variavam entre
os grupos das áreas vizinhas. Percebeu que as
diferenças aumentavam quando mais se direcionasse
para o sul. Notou que talvez uma única espécie tenha
sido a responsável pela origem de todos os grupos de
emas que observou. Conforme se reproduziu e se
espalhou pelo continente, essa espécie ancestral dá
origem a grupos que, por sua vez, sofreram mutações
e, ao longo do tempo, tornaram-se distintos entre si,
imaginou Darwin. Esse processo foi chamado de
irradiação adaptativa.
12. Todas as evidências encontradas faziam crer na evolução.
No entanto, seria necessário explicar como isso ocorria ou
descobrir quais os mecanismos que eram os responsáveis
pela transformação gradual das espécies.
Lendo o livro de Thomas Malthus, começou a ter bases
para essa explicação. Malthus argumentava que a
diferença entre o ritmo de crescimento da população e o
ritmo de produção de alimentos era tanto que colocava as
pessoas em uma espécie de luta pela sobrevivência.
Concluiu que a morte e as destruições provocadas pelas
guerras, pela fome e pelas epidemia eram inevitáveis, uma
vez que não havia controle de crescimento populacional.
13. Pensou Darwin então que essa ideia seria também válida
para os animais, que, como os humanos, possuem um
potencial reprodutivo enorme e sua taxa de mortalidade
também é alta. Logo, Darwin deduziu que o meio
ambiente impunha restrições às demais espécies.
Concluiu que na natureza só sobreviviam e se reproduziam
os organismos que tinham as variações mais favoráveis ou
que estivessem mais adaptados em viver em
determinados ambientes.
O princípio da seleção natural funciona como um funil,
onde as condições do ambiente agem selecionando, entre
as variedades de tipos que formam uma população,
aqueles indivíduos com características mais favoráveis à
sobrevivência e à reprodução.
14. As espécies não são imutáveis. Elas variam ou se
transformam ao longo do tempo e dão origem umas as
outras,
2. Todos os seres tendem a produzir populações com
maior número de indivíduos do que é capaz de
sobreviver, levando à luta pela sobrevivência ou à
competição.
3. Sobrevivem e se reproduzem apenas alguns indivíduos.
Sobrevivem aqueles que possuem características mais
vantajosas ou os mais adaptados a viver em determinados
ambientes, ideia referente ao princípio de seleção natural.
4. A sobrevivência dos mais adaptados leva ao acúmulo de
modificações nas populações. Essas modificações
resultam na transformação gradual das espécies.
1.
15. Consciente das reações negativas que suas ideias poderia trazer,
principalmente por parte de membros da igreja Anglicana, queria
que suas obras fossem publicadas somente depois de sua
Adiantou sua publicação quando recebeu uma carta de Alfred
Russel Wallace e Darwin teve uma surpresa ao ver que Wallace
defendia uma ideia para explicar a evolução das espécies quase
igual a seleção natural, que ele defendia. Foi quando pensou: havia
juntado durante mais de 20 anos argumentos e dados em defesa
da sua teoria de evolução por seleção natural e, de repente,
Wallace lhe apresentava quase a mesma ideia. Precisou antecipar
a divulgação de suas ideias, e fazê-lo junto com Wallace. Juntos,
defendiam que as espécies não eram imutáveis, que
transformavam-se ao longo do tempo. Propunham a seleção
natural, de Darwin, e a sobrevivência dos mais bem notados, de
Wallace.
16. A ideia da seleção natural despertou a ira dos conservadores,
principalmente os religiosos. Mas também levou os as pessoas a
refletirem sobre a origem da humanidade e concluir que a seleção
natural podia explicar bem a evolução humana. Muitos reagiram
violentamente a essa ideia. Para os religiosos, era impossível
pensar na humanidade como fruto de um processo de evolução,
pior ainda, imaginar que descendemos de macacos.
Darwin em nenhum momento falou que descendíamos dos
macacos. Aliás essa teoria é contrária a dele. A nossa espécie
descende de espécie que viveram no passado, ancestrais. Os
humanos e os macacos teriam, então, um parentesco em comum.
As espécie que vivem atualmente são todas resultantes da seleção
natural, portanto, não existem espécies atuais mais ou menos
evoluídas. Todas são ramos diferentes de uma mesma árvore
evolutiva.
17. A maioria dos pensadores que acreditavam na teoria da evolução e
a defendia, não se preocupar em explicar como ocorriam as
transformações, esse foi o diferencial de Darwin e Wallace.
Lamarck foi um dos poucos evolucionistas antes de Darwin e
Wallace. Ele acreditava que os seres primitivos originaram-se de
geração espontânea e gradualmente transformavam-se nos mais
complexos. Cada espécie que hoje vive seria então uma herança
de uma espécie simples que havia surgido no passado e vinha se
tornando mais complexa ao longo do processo de evolução.
Para Lamarck não havia parentesco entre as espécies. Cada uma
havia surgido de maneira independente e também evoluía de
maneira independente em relação as outras. Já para Darwin e
Wallace, todas as espécies descendiam de uma única ancestral,
sendo assim, parentes.
18.
Para Darwin e Wallace, o ambiente funcionaria
como um selecionador, favorecendo aqueles
indivíduos que já apresentassem características
apropriadas para sua sobrevivência em
determinado ambiente. Para Lamarck, era ao
contrário, a transformação das espécies seria
diretamente provocada pela ação do ambiente,
que devido suas mudanças forçariam o indivíduo
a transformar-se ou a adquirir novas
características para ajustar-se às novas
condições e essas características seriam
passadas aos seus descendentes.
19. Lei da tendência à complexidade. Tendência natural de todas as
espécies tornarem-se cada vez mais perfeitas e complexas.
2. Lei do surgimento dos órgãos em razão da necessidade. Os
indivíduos modificariam seus hábitos ou a sua maneira de viver ,
conforme as necessidades ditadas pelo ambiente.
3. Lei do uso e desuso. Quanto uma parte do corpo ou um órgão é
muito utilizado, mais ele se desenvolveria; quanto menos
utilizado, enfraqueceria gradativamente, até atrofiar ou até
desaparecer.
4. Lei da transmissão dos caracteres adquiridos. As características
adquiridas através do uso e desuso poderiam ser transmitidas
diretamente aos seus descendentes, geração a geração,
acarretando o desenvolvimento espécies.
1.
20.
Segundo Lamarck, as girafas tinham, no passado, pescoços mais curtos,
mas uma mudança no ambiente obrigou-as a buscar folha no alto das
árvores. Dessa forma, forçadas pelas mudanças ambientais, geração
após geração os pescoços foram aumentando mais para que as girafas
pudessem obter o alimento (uso e desuso).
Já segundo Darwin, haviam girafas com pescoços de variados tamanhos,
e as mudanças ambientais favoreceram a sobrevivência e a reprodução
dos que possuíam pescoços mais longos.
21. A ideia do uso e desuso é até razoável, isso acontece em
muitas situações, como por exemplo acontece com
nossos músculos. Mas a segunda suposição de Lamarck é
inaceitável. As características adquiridas por um indivíduo
ao longo de sua vida não são transmitidas aos seus
descendentes.
O biólogo August Weismann foi o primeiro a apresentar
provas experimentais de que os caracteres adquiridos ao
longo da vida de um indivíduo não são transmitidos aos
seus descendentes. Fez isso com um experimento
cortando a cauda de ratos e permitiu que eles cruzassem.
Em nenhum momento nasceram ratos sem cauda.
Comprovou-se que somente as características presentas
nas células reprodutivas de um indivíduo, presentes no seu
código genético, são transmitidas as próximas gerações.
22.
23. Hoje a teoria da evolução é conhecida como teoria
sintética da evolução ou neodarwinismo. Essa teoria
considera que as mudanças no material genético
(mutações) são a principais responsáveis pela
variabilidade das populações. Através delas são
introduzidas diferenças nas populações, sobre as
quais vai agir a seleção natural, definindo quais seres
vivos irão sobreviver, se reproduzir e passar aos
descendentes a variação.
A ideia de mutação veio de Hugo Vries, que concebeu
a ideia de que essas mudanças ocorridas
aleatoriamente no material genético eram
responsáveis pela variabilidade.
24. Nem todos os seres vivos competem de igual pra
igual. Em geral, alguns se sobressaem pelas
características. Esses indivíduos são considerados os
mais aptos.
Do ponto de vista evolutivo, um indivíduo não se
modifica para se adaptar ao ambiente, mas já
encontra-se adaptado, ou não, para viver em
determinado local.
Estar adaptado é ter alguma característica que
aumente suas chances de sobreviver.
Uma característica só pode ser considerada
adaptativa caso possa ser passada aos descendentes.
25.
As combinações genéticas e as mutações são
importantes para a variabilidade das populações, no
entanto não são responsáveis diretas pela evolução.
Fatores como isolamento geográfico e reprodutivo são.
Havendo um isolamento de indivíduos de uma mesma
espécie durante um período suficiente para ocorrerem
mutações e recombinações genéticas no grupo isolado,
acumulam-se diferenças que tornam a espécie original e
o grupo isolado em espécies distintas, uma vez que, se
colocadas reunidas novamente, não se reproduziram, e,
caso ocorra, não nasceram descendentes férteis.
A essa formação de uma nova espécie dá-se o nome
especiação.
26. Esse isolamento pode ser geográfico, gerando especiação
alopátrica (em territórios diferentes). Nesse caso, os
indivíduos de uma espécie são separados por uma barreia
geográfica que podem ser provocadas por fatores
geológicos ou climáticos, como enchentes, erupções
vulcânicas, terremotos, etc.
O grupo isolado passa a evoluir-se de maneira
independente dos da espécie original, os quais também
sofrerão mutações. Nessas circunstâncias, ocorre o
isolamento reprodutivo, sendo que se colocados no
mesmo local novamente não se reproduziriam.
O grupo isolado é considerado uma nova espécie.
27. Esse isolamento geográfico pode ocorrer devida a relação
intraespecífica, competição. Se há em determinado
território uma grande concentração de indivíduos, ocorre
uma disputa por alimento, sendo vantajosa para um grupo
deixar aquele lugar em busca de um com melhores
condições de sobrevivência (mais alimento, no caso). Esse
grupo terá então formado uma nova espécie.
Pode ocorrer também o isolamento reprodutivo, sem que
haja o isolamento geográfico, tratando-se de uma
especiação simpátrica. Ocorre quando dois ou mais
indivíduos de uma espécie sofrer mutações e reproduzemse, isolando-se devida a acentuação da diferenciação. Um
novo grupo será formado dentro da própria população.