1. Dadaísmo
O
movimento dadaísta, também
conhecido por Dada,
desenvolveu-se na Europa e
nos Estados Unidos a partir de 1915. O
seu nome, escolhido aleatoriamente
num dicionário, deve-se ao poeta e
ensaísta romeno Tristan Tzara (1896-
1963).
Manifestando-se essencialmente nas
artes plásticas (como a pintura, a
escultura, o desenho e a fotografia), na
literatura, na música e no teatro, o
Dadaísmo traduz a instabilidade social e
cultural provocada pela guerra.
Considerado pelos seus membros uma
tendência anti-artística, este
movimento constituiu uma reação
contra as formas tradicionais de
produção artística e contra o próprio sistema ainda ligado ao academismo e à produção
objectual, de sentido mercantilista. Na sua vontade de negação das estéticas conservadoras e
dos valores sociais estabelecidos, os dadaístas frequentemente usaram métodos artísticos e
literários intencionalmente incompreensíveis, criando místicasperformances teatrais e
organizando escandalosas exposições.
Traduzindo o espírito coletivo de destruição, de angústia e de nihilismo que a guerra imprimiu
a muitos países do mundo, as primeiras manifestações de carácter dadaísta ocorreram em
simultâneo, em 1916, na Suíça, na França e nos Estados Unidos da América.
As ações dadaístas do grupo de Zurique, proporcionadas pela neutralidade da Suíça durante a
guerra, foram protagonizadas por Tzara e pelos alemães Hugo Ball, Richard Hulsenbeck e Hans
Arp (um dos mais importantes artistas deste movimento), fundadores do Cabaret Voltaire, um
espaço polivalente que assumia funções de sala de exposições, de teatro e de reuniões
literárias, no qual os artistas desenvolviam atividades experimentais ligadas ao teatro, música
e expressão corporal, assim como a poesia sem sentido e o desenho automático e aleatório.
Foram aqui expostas obras de inúmeros artistas refugiados, como Hans Arp, Giorgio di Chirico,
Max Ernst, Feininger (1871-1956), Kandinsky, Klee, Kokoshka (1886-1980), Modigliani e
Picasso, entre outros.
Em Nova Iorque, a formação do movimento Dada teve o impulsio do grupo Stieglitz, formado
pelo fotógrafo Man Ray (1890-1976), pelo pintor espanhol Francis Picabia e pelo francês
Marcel Duchamp (1887-1968). Este último que, desde 1915, estava instalado nos EUA,
constituiu o expoente máximo do dadaísmo. Precursor da vertente mais destrutiva e anti-
2. artística desta corrente, Duchamp tornou-se famoso pelos ready-made ou object trouvé, que
consistia no uso de objetos comuns e banais, retirados do seu contexto tradicional e então
considerados arte.
Depois da guerra, o movimento conheceu uma grande expansão, nomeadamente em Paris e
na Alemanha. Neste último país, que atravessava uma pesada crise social, as manifestações
dadaístas adotaram um cunho mais político, sendo frequentemente alvo de várias ações de
repressão policial. Os dois núcleos principais do movimento neste país estavam sediados nas
cidades de Berlim e de Colónia. O grupo de Berlim foi criado em 1917 por Hulsenbeck e
integrava George Grosz (caricaturista da burguesia e do militarismo alemães) e o pintor e
escritor Kurt Schwitters (famoso pelas suas colagens de papel desperdiçado). No grupo de
Colónia destaca-se o trabalho dos pintores Max Ernst e de Hans Arp.
Tal como muitos dos movimentos de vanguarda surgidos na primeira metade do século XX, o
dadaísmo criou, em 1917, uma revista de divulgação, cuja direção ficou a cargo do poeta
Tristan Tzara. Em 1918 foi incluído, no segundo e último número da revista, O Manifesto
Dadaísta.
Em 1922 foi inaugurado um salão Dada na galeria Montaigne em Paris, o que constituiu uma
das suas últimas manifestações coletivas devido às controvérsias geradas relativamente ao
protagonismo que a vertente literária do grupo vinha assumindo.
Devido ao seu gosto pelo non sense e pelo irracional, o dadísmo teve um papel fundamental
no desenvolvimento do Surrealismo na década de 20. Foi igualmente precursor de muitos
movimentos artísticos formados na segunda metade do século, como a Arte Pop, a Arte
Cinética e o Fluxus, e de expressões como o happening e a performance.
3. Fontes Bibliográficas:
Dadaísmo. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2012. [Consult.
2012-02-14].
Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$dadaismo>;
http://www.portaldarte.com.br/20-
dadaismo/gigante_acefalo_max_ernest.jpg.