1. O documento discute vários aspectos psicológicos da gravidez e pós-parto, incluindo ansiedade, depressão e psicose. 2. Aborda tópicos como epidemiologia, etiologia, costumes, mitos e superstições relacionados a esses distúrbios. 3. Analisa vários fatores que podem influenciar a incidência de problemas psicológicos como histórico familiar, nível hormonal e apoio social.
Nathalia Belletato em entrevista sobre estresse materno
Psicopatologia Gravidez Puerpério
1. 1. Celeste Duque 2003-2004 Gravidez & Puerpério Distúrbios
Psicológicos Escola Superior de Saúde de Faro Universidade do
Algarve
2. Índice Aspectos psicológicos Costumes, mitos e superstições
Epidemiologia Etiologia Definição de conceitos psicológicos
Ansiedade Depressão Psicose Psicopatologia Gravidez &
Puerpério
3. Aspectos Psicológicos
4. Aspectos Psicológicos Nem todos os aspectos são vividos por
todas as mulheres ou casais da mesma forma, tal como a
intensidade com que são sentidos é também ela variável.
5. Aspectos Psicológicos [cont.] Existe: alguma uniformidade
de vivências e temas expressos nos grupos e a diferenças
mais quantitativas (que qualitativas) entre as vivências presentes
na gravidez normal e na patológica:
6. Aspectos Psicológicos [cont.] em que patologia tanto se refere
a uma gravidez medicamente normal de uma mulher de
personalidade neurótica, quanto a uma gravidez medicamente
anormal numa mulher razoavelmente bem ajustada.
7. Aspectos Psicológicos [cont.] Se são reconhecidos, pela
grande maioria de autores, a existência de estados emocionais
peculiares na gravidez, já o seu aparecimento e origem é muito
discutida.
8. Aspectos Psicológicos [cont.] Face às grandes adaptações
provocadas pela gravidez, é fácil supor que todas as mudanças
emocionais se devem à existência de conflitos normalmente
presentes neste período.
9. Aspectos Psicológicos [cont.] É possível que outros factores
físicos influam decisivamente na etiologia dos estados
emocionais da gravidez.
2. 10. Aspectos Psicológicos [cont.] Benedeck & Rubinstein, 1942
procederam a investigações feitas com animais e seres humanos
e chegaram à conclusão que Hormonas sexuais
comportamento Grandes alterações do nível de estrogénio e
progesterona estado psicológico da gravidez
11. Aspectos Psicológicos [cont.] Bibring (1961) e Caplan (1964)
sugerem que as oscilações entre as relações do Id e do Ego na
crise da gravidez são responsáveis pelas mudanças emocionais
pela maior acessibilidade de material do processo primário;
12. Aspectos Psicológicos [cont.] Colman (1969) afirma que,
nesse período (gravidez) é impossível discriminar as complexas
inter-relações entre os factores hormonais e psicológicos de
forma separada.
13. Aspectos Psicológicos [cont.] As perturbações afectivas que
acompanha as mulheres grávidas relacionam-se com alterações
corporais e psicológicas próprias da gravidez e puerpério.
14. Aspectos Psicológicos [cont.] A maternidade, principalmente
uma primeira maternidade, provoca uma crise de identidade que
pode, contudo, ser reforçadora do papel feminino.
15. Aspectos Psicológicos [cont.] A gravidez nem sempre tem
um cunho de felicidade e bem-aventurança, e a patologia
psiquiátrica existente nesta fase testemunha-o.
16. Aspectos Psicológicos [cont.] Para se poder proceder à
prevenção de um gravidez de risco, é necessário detectar, tão
precocemente, quanto possível, os factores indicadores:
17. Aspectos Psicológicos [cont.] História pessoal Terreno
biológico Organização de personalidade prévia Factores
situacionais presentes nas relações da mulher com o seu
ambiente Família Meio social e cultural Têm sem dúvida um
elevado peso no despoletar das situações patológicas.
18. Costumes Mitos e Superstições
3. 19. Costumes, Mitos e Superstições Dias Cordeiro (1986) refere
que os estudos transculturais dos costumes, mitos e
superstições ajudam à compreensão da psicodinâmica da
gravidez.
20. Costumes, Mitos e Superstições [cont.] Povos primitivos É
praticada a frugalidade: A mulher grávida como pouco e são
contrariados os desejos alimentares.
21. Costumes, Mitos e Superstições [cont.] Povos ocidentais
Existe a ideia generalizada de uma boa alimentação: Essencial
para o bom desenvolvimento do fetos e os apetites da grávida
são satisfeitos ou mesmo incentivados.
22. Costumes, Mitos e Superstições [cont.] Curiosamente, nos
povos primitivos em que a regressão oral é contrariada, são
raras as náuseas e vómitos. Enquanto que nos povos em que a
oralidade é estimulada as náuseas e vómitos são muito
frequentes e a sua ausência é objecto de estranheza por parte
dos outros.
23. Costumes, Mitos e Superstições [cont.] Na esfera genital
sucede precisamente o oposto: Nos culturas primitivas existe a
ideia de que as relações sexuais durante a gravidez são
benéficas para fortalecer o feto através do sémen.
24. Costumes, Mitos e Superstições [cont.] Nos culturas
ocidentais pensa-se que podem prejudicá-lo. Considera-se que o
que é importante não é a genitalidade mas a alimentação da
grávida Esta postura é, não raras vezes, geradora de conflitos
conjugais algo perturbadores.
25. Costumes, Mitos e Superstições [cont.] Em relação aos tabus
estes abundam nas culturas primitivas. Uma das fantasias, em
relação à gravidez, é a reivindicação pelo homem não apenas da
fecundação mas também da gestação ao longo de todo o
processo. Existe a convicção que se o marido não mantiver a
actividade sexual com a mulher grávida o seu papel de pai
4. daquela criança fica comprometido, por não ter participado com
o seu sémen na alimentação da criança.
26. Costumes, Mitos e Superstições [cont.] Outra fantasia
corresponde a que o parto difícil é sinónimo de adultério da
mulher com um antepassado. O trabalho de parto prolongado
corresponderia à presença no canal vaginal de um antepassado
que obstruiria o nascimento Seria uma tentativa de um
antepassado impor o seu nome à criança.
27. Costumes, Mitos e Superstições [cont.] Existe também a
crença muito divulgada em muitos povos que o feto é a
reincarnação do avô. Estas crenças estão ligadas a conteúdos
de carácter erótico, nomeadamente fantasias de adultério e
incesto.
28. Costumes, Mitos e Superstições [cont.] Nas sociedades
ocidentais existe grande relutância em abordar estes temas, logo
é mais difícil a sua análise. Sendo algumas fantasias como
fecundação por via oral ou na banheira após utilização desta por
algum familiar, manifesta referência a fantasia de incesto e
adultério.
29. Costumes, Mitos e Superstições [cont.] As explicações
prendem-se com: Nas culturas primitivas os tabus , ou seja, o
que a grávida deve evitar, são muito mais intensos, o que
corresponderia, segundo alguns autores, à necessidade de criar
um “ Super-Eu cultural ”:
30. Costumes, Mitos e Superstições [cont.] Esta instância supra-
psicológica permitiria controlar o risco de adultério e incesto
reactivado pelo aumento das fantasias na gravidez, associado ao
encorajamento da vida sexual na grávida.
31. Costumes, Mitos e Superstições [cont.] O menor recurso a
tabus nas culturas ocidentais dever-se-ia ao reforço cultural da
regressão oral e desinvestimento da genitalidade , na gravidez.
5. 32. Epidemiologia
33. Epidemiologia As modificações psicológicas e
comportamentais , tais como Labilidade emocional, Disforia,
Irritabilidade e Somatizações são habitualmente transitórias e
breves.
34. Epidemiologia [cont.] Devem ser distinguidos das “
perturbações psicopatológicas ” persistentes com eventuais
repercussões na evolução da gravidez e parto.
35. Epidemiologia [cont.] A incidência de hospitalizações é pouco
elevada durante a gravidez. Alguns autores consideram que a
gravidez tem uma influência protectora relativamente a distúrbios
mentais graves.
36. Epidemiologia [cont.] A frequência de distúrbios psíquicos
ligados ao puerpério foi durante muito tempo sub-estimada.
37. Epidemiologia [cont.] As formas graves, geralmente
psicóticas, que necessitam de internamento, são relativamente
raras Com uma incidência de 1 ou 2 por mil partos (segundo
alguns estudos americanos e ingleses). Enquanto que estados
neuróticos ou ansiogénico-depressivos , de ansiedade
moderada, são relativamente frequentes.
38. Epidemiologia [cont.] De referir ainda que os estados
ansiogénico-depressivos escapam na maior parte à observação
médica, ao serem encarados como componentes das “
contrariedades ” da gravidez.
39. Epidemiologia [cont.] 1 não sendo reconhecida a natureza
depressiva pode alterar o funcionamento da mulher em várias
áreas e quando se prolonga no tempo, pode comprometer o
desenvolvimento harmonioso das primeiras relações mãe-bebé
50% Natureza depressiva 1 , formas moderadas 10% Natureza
depressiva, formas graves 1 ou 2 por mil partos Estados
psicóticos
6. 40. Epidemiologia [cont.] Os dados disponíveis apontam para um
maior número de hospitalizações nos primeiros meses do pós-
parto, particularmente dos primeiros dois meses, sendo a
distribuição mais irregular nos meses seguintes.
41. Epidemiologia [cont.] H. Kaplan refere que Das puérperes
hospitalizadas: 50% - são-no na 1ª semana pós-parto; 25% -
entre a 2ª e a 4ª semana 25 % - durante os restantes 11 meses .
42. Etiologia
43. Etiologia Segundo Henry Ey, são múltiplos os factores
etiológicos dos distúrbios psíquicos na gravidez e pós-parto e
dividi-os em: Factores hereditários e constitucionais Factores
psicossociais Factores endócrinos Infecção
44. Etiologia [cont.] A situação da mulher relativamente à
gravidez e ao parto tem de ser analisada como a confluência de:
todo o seu passado (biológico, psicológico e social), presente
(com todas as vivências actuais pessoais, familiares e
profissionais), situações ocorridas especificamente no decurso
da gravidez e puerpério e, finalmente, com as perspectivas
abertas diante dela pela maternidade .
45. Etiologia [cont.] H. Kaplan refere que independentemente dos
investigadores se basearem em conceitos psicanalíticos, eixo
hipotálamo-pituitário-gonadal, neurotransmissores, genética,
stress e teorias de suporte social, todos concordam que, por
exemplo,
46. Etiologia [cont.] A psicose puerperal é duas vezes mais
comum em primíparas que em multíparas; O risco de
desenvolverem um distúrbio pós-parto está aumentado se a mãe
teve um distúrbio pós-parto ou se há história familiar de distúrbio
de humor. Mulheres com história conhecida de distúrbio bipolar e
que tiveram uma doença psiquiátrica no pós-parto são as que
possuem um risco mais elevado de recorrência noutra gravidez.
7. 47. Etiologia [cont.] Estudos feitos com mulheres primíparas e
multíparas, para correlacionar níveis hormonais e humor, em que
se controlaram os factores sociais de stress verificou-se que: Um
nível elevado de estrogéneos ante e pós-parto está associado a
grande irritabilidade;
48. Etiologia [cont.] Quanto maior a queda do nível de
progesterona, mais deprimidas estavam as doentes ao 10ª dia;
Quanto mais baixo estiver o nível de estrogéneos pós-parto mais
frequentes os distúrbios de sono;
49. Etiologia [cont.] Quanto aos factores psicossociais
formulações psicanalíticas postularam que: O ante e pós-parto
são stressantes para a mulher;
50. Etiologia [cont.] Esse stress leva a regressões que evocam
conflitos antigos, especialmente quando há uma história de
modelos maternos inadequados ou de rejeição; Igualmente
importante é a separação ou o conflito com o pai ;
51. Etiologia [cont.] A depressão pode resultar de conflitos não
resolvidos relativamente à maternidade ou papel feminino.
52. Etiologia [cont.] Alguns autores referem que mulheres que se
classificaram em autoavaliação como mais masculinas tiveram
menos sintomas psiquiátricos durante a gravidez, mas mais no
pós-parto.
53. Etiologia [cont.] Os autores concordam em que a
ambivalência em relação: à manutenção da gravidez e os
conflitos conjugais estão associados com um aumento de
incidência das perturbações pós-parto;
54. Etiologia [cont.] Não há acordo relativamente ao papel da
depressão e ansiedade pré-parto nas perturbações do pós-parto;
55. Etiologia [cont.] Gotlib, em 1989, verificou que quanto mais
baixa for a idade, o estatuto socio-económico e o número de
crianças pequenas em casa, maior é o risco de desenvolver
8. depressão durante a gravidez, mas não influencia a depressão
no pós-parto.
56. Etiologia [cont.] A perda de suporte afectivo é o factor major
do aumento das perturbações pós-parto. Suporte afectivo é a
variável que a maioria dos autores identifica com maior
frequência, e que surge como moderadora dos efeitos de stress
no período peri-natal.
57. Etiologia [cont.] A percepção da existência do suporte
afectivo é mais importante que a real existência do mesmo.
Outros factores de stress podem relacionar-se com um nível
socioeconómico baixo e a legitimidade da gravidez .
58. Conceitos psicológicos
59. Ansiedade
60. Ansiedade Ansiedade é a mais universal de todas as
emoções. Não se pode observar directamente pelo que tem que
ser inferida através do comportamento.
61. Ansiedade [cont.] É percebida como um sentimento negativo,
extremamente comunicável, não pode ser diferenciado do medo
pela pessoa que a vivencia e ocorre em graus variados.
62. Ansiedade [cont.] É uma expressão abreviada para um
padrão de reacções bastante complexo, que se caracteriza por
sentimentos subjectivos de apreensão e tensão associados a um
estado de activação fisiológica que envolve o ramo simpático do
sistema autónomo (SNA)
63. Ansiedade [cont.] Catell e Scheier (1958) diferenciam dois
tipos de ansiedade: Ansiedade traço – referindo-se a
características estáveis e relativamente permanentes da
personalidade Ansiedade situacional – referindo-se a estados
temporários de ansiedade.
9. 64. Ansiedade [cont.] Dentro de certos limites, a ansiedade
preenche a importante função de alertar e mobilizar a pessoa
para enfrentar o agente responsável pela tensão , seja ele uma
perda de objecto, uma tarefa de aprendizagem ou uma gravidez.
65. Ansiedade [cont.] a ansiedade flutuante – por ser muito
intensa ou crónica – ultrapassa as capacidades adaptativas da
pessoa Resulta em problemas de ajustamento, com
consequências graves, Especialmente no que se refere ao
funcionamento do sistema endócrino.
66. Ansiedade [cont.] A ansiedade e os receios relacionados com
o parto ou com o novo papel de mãe , têm sido considerados
como factores contribuintes importantes no parto prolongado ou
distócico, em que não se verificam causas mecânicas ou
médicas.
67. Depressão
68. Depressão A depressão é uma perturbação do humor. É a
elaboração patológica da tristeza. Ao contrário da tristeza a
Depressão não é auto-limitada e não melhora sem o auxílio
profissional.
69. Psicose
70. Psicose Diagnóstico emocional grave, caracterizado por Uma
perturbação da personalidade; Perda da capacidade para
interferir na realidade; Mas sem evidência de relacionamento
entre o transtorno e os processos físicos do cérebro.
71. Psicose [cont.] Apresenta ainda os seguintes sintomas:
Delírio – o mais frequente, associado às distorções do conteúdo
do pensamento. O delírio são falsas crenças não condizentes
com o nível de conhecimento do indivíduo ou com o seu grupo
de pertença cultural A crença é mantida contra a argumentação
lógica e apesar das evidências objectivas em contrário.
72. Psicopatologia Gravidez & Puerpério
10. 73. Psicopatologia Vómitos e náuseas : Surgem em 70% das
mulheres grávidas (funcionais) Após eliminar a causa orgânica a
origem psicológica (psicogénica) é a mais frequente
74. Psicopatologia [cont.] A sua persistência pode levar à
desidratação, problemas metabólicos e digestivos, com
consequências para a gravidez e feto; Tratamento: Reposição
hidroelectrolítica e intervenção psicoterapeutica.
75. Psicopatologia [cont.] Perturbações Depressivas : Maioria
das Depressões nas grávidas, são de intensidade ligeira ou
mediana – isto é, Depressões neuróticas Caracterizadas por:
Sentimentos de incapacidade; Auto-desvalorização; Astenia
Alterações do sono.
76. Psicopatologia [cont.] Síndromas Depressivos Graves
observam-se em menor grau – cerca de 10% dos casos. Oates é
de opinião que: Uma Depressão de características major pode
ser determinada, exclusivamente, pela: Existência de privações
afectivas e materiais, durante a gravidez.
77. Psicopatologia [cont.] Síndromas depressivos do 1º Trimestre
apresentam um prognóstico favorável, regredindo no 2º
Trimestre
78. Psicopatologia [cont.] 3º Trimestre podem perdurar para
depois do parto Em 389 mulheres deprimidas no 3º Trim.
Verificou-se uma correlação positiva entre a Intensidade dos
sintomas depressivos e Um risco mais elevado de restrição do
crescimento fetal e da prematuridade.
79. Psicopatologia [cont.] Perturbações da ansiedade A gravidez
é um período de ansiedade para a maioria das mulheres, a ser
distinguida das “ perturbações de ansiedade ” propriamente
ditas. Os estados ansiosos gravídicos isolados, surgem com
maior frequência no 1º e 3º trimestre, em < 15% dos casos .
11. 80. Psicopatologia [cont.] Factores predisponentes Mau
ambiente social, Problemas profissionais ou familiares.
Sintomatologia Estados de ansiedade permanentes, associados
a insónias iniciais e a somatizações várias que interferem nas
actividades quotidianas.
81. Psicopatologia [cont.] Aumentam as taxas de partos
prematuros Complicações do TP por falta de colaboração
materna. HTA/pré-eclampsia Recém nascido de baixo peso.
82. Psicopatologia [cont.] Alguns epidemiologistas referem que a
mulher durante o primeiro mês após o parto encontra-se em
maior risco de hospitalização psiquiátrica do que durante toda a
sua vida.
83. Psicopatologia [cont.] Para os estudos epidemiológicos o
período pós-parto foi definido como o período decorrente entre
as duas semanas após parto e um ano, embora para os ingleses
este se inicie logo após o parto.
84. Psicopatologia [cont.] Pós-Parto Blues ou Síndroma do 3º dia
Alguns dias após o parto surgem, em 30 a 80% das mulheres,
manifestações neuropsíquicas , geralmente leves, mas, algumas
vezes, intensas. São episódios benignos, na maioria das vezes,
breves – podem durar apenas 1 dia. Incluiem: Diversos graus de
astenia, queixas somáticas, perturbações do sono, crises de
choro , e ruminações pessimistas , ligadas ao “como cuidar” do
recém-nascido
85. Psicopatologia [cont.] Sensibilidade exacerbada – torna-se
susceptível e irritável. Regra geral o Blues não necessita
tratamento específico.
86. Psicopatologia [cont.] Depressão pós-parto A sua
probabilidade de ocorrência apresenta Um pico nos primeiros
meses Um (segundo) pico entre o 9º e o 15º mês
12. 87. Psicopatologia [cont.] A sua incidência situa-se entre os 5% e
os 10% Correspondendo a uma depressão já existente; Ao
prolongamento de um Blues .
88. Psicopatologia [cont.] A puerpera apresenta: frequentes
crises de choro, sensação de abatimento, Incapacidade e
impotência Irritabilidade a pequenos eventos (e.g., choro do
bebé)
89. Psicopatologia [cont.] Sente que está mudada, tem
dificuldade em compreender as suas reacções e Sente-se
incapaz de cuidar do filho. O desinteresse sexual é evidente e
tem pesadelos.
90. Psicopatologia [cont.] Podem ainda surgir fobias de impulsão
– i.e., infligir maus tratos ao bebé Para reduzir a angústia evita
(todo) o contacto com ele.
91. Psicopatologia [cont.] Maioria dos casos evolui
espontaneamente para a recuperação em semanas ou meses;
Tratamento: É essencial a dimensão psicoterapêutica apoiada na
relação mãe-bebé, terapia familiar. Terapêutica antidepressiva é,
por vezes, útil e necessária
92. Psicopatologia [cont.] Psicose Pós-Parto (Puerperal) Quadro
grave, por risco de suicídio e /ou infanticídio, raro; Início brutal,
geralmente, entre os 8 e os 15 primeiros dias após o parto.
93. Psicopatologia [cont.] Sintomatologia : polimorfa e lábil
caracterizada por passar da agitação ao estupor, da
agressividade às condutas lúdicas, Humor instável, depressivo e
irritável.
94. Psicopatologia [cont.] Delírios – usualmente centrados no
nascimento e relação com a criança (e.g., negação da gravidez e
do nascimento); Atitudes de agressividade com o recém-nascido
– manifestas ou mascaradas por indiferença. Apresenta, no
entanto, evolução favorável, após hospitalização prolongada.
13. 95. Psicopatologia vivência Paterna
96. Psicopatologia [cont.] Vivência Paterna : Raramente o
homem admite, abertamente, que está a atravessar um período
de profunda experiência emocional, durante a gravidez da
mulher. A resposta de um homem prestes a ser pai não é,
nunca, neutra.
97. Psicopatologia [cont.] Vários investigadores encontraram
uma incidência, estatisticamente significativa (mais elevada) de
sintomas físicos entre os homens com esposas/companheiras
grávidas do que no grupo de controlo; Aumento do peso,
vómitos, desconforto gástrico, aumento abdominal, são as
perturbações mais comuns.
98. Psicopatologia [cont.] Estes sintomas alternam com períodos
de estabilidade emocional e sensação de bem-estar,
desaparecendo com o nascimento da criança. Síndroma de
Couvade
99. Bibliografia
100. Santos, M. B. (1998). Perturbações psíquicas na gravidez e
puerpério. Psiquiatria Clínica, 19 (1), 61-69. Dias Cordeiro, J. C.
(1986). Manual de Psiquiatria Clínica . Lisboa: Calouste
Gulbenkian. Kaplan, H. (1989). Comprehensive Textbook of
Psychiatry. Baltimore: Williams & Wilkins. Ey, H. (1985). Manual
de Psiquiatria. Paris: Masson.