Publicidad
Publicidad

Más contenido relacionado

Publicidad

Metodologia do Ensino de Artes - parte II

  1. A criança conhecendo a arte 1. Percepção, imaginação e fantasia nas aulas de arte 1.1 – A importância da percepção As aulas de arte constituem-se em um dos espaços onde as crianças podem exercitar suas potencialidades perceptivas, imaginativas ou fantasiosas.
  2. Vygotsky fala da precocidade da “percepção de objetos reais”, com suas formas de significados: segundo ele a criança rapidamente percebe que eu mundo das formas tem sentidos diversos os quais ele aprende a utilizar Morozova mostra que a percepção cognitiva tem uma grande importância, tanto para a criação como qualquer atividade infantil. Embora os ambos os casos, durantes as criações ou fazendo atividade de seu dia-a-dia, as crianças vão aprendendo a perceber ou atributos constitutivos dos objetos ou fenômeno da sua volta. Elas aprendem a nomear este objetos ou fenômenos, sua utilidade, seus aspectos formais (tais como linha, volume, cor, tamanho, texturas) ou qualidades estéticas, bem como a conhecer suas principais funções. Para que isto ocorra, é necessária a colaboração do outro, do professor, dos pais. Sozinha ela nem sempre consegue atingir as diferenciações; muitas vezes suas até são sua atenção é dirigida às características não essenciais, ou seja, as mais destacadas dos objetos ou imagens como Por exemplo as mais brilhantes, mais coloridas, mais estranhas... Compete ao professor ajudar criança a perceber também outras qualidades formais e, a ver o conjunto dos elementos que compõem o objeto, a imagem, o som, e a cena.
  3. A composição Festa de São João é uma obra do compositor, cantor, sambista e pintor brasileiro Heitor dos Prazeres. O artista optou pela arte naïf, também conhecida como arte primitiva ou ingênua.
  4. Para Vygotsky: “ a criança se conscientiza das diferenças mais cedo do que das semelhanças, não por que as diferenças levam a um mau funcionamento, mas por que a percepção da semelhança exige uma estrutura de generalização e de conceitualização mais avançada do que a consciência da dessemelhança Nas atividades de expressão plástica, musical e cênica são muito importantes experiências perceptivas de visualização, sonoridade e tato. Essas experiências vão auxiliar a perceber a diferenciação e facilitar a melhoria da compreensão da realidade e sua representação. - No campo da visualização há de se observar os seguintes fatores em seu desenvolvimento: • Nem sempre o que se vê tem correspondência com o real. • A percepção de tamanho e forma altera-se com a distância. • A percepção de cor dependerá da iluminação ou da proximidade com outras cores. - Surge assim a necessidade que se experimente com a criança não apenas a visão com o olhar, mas a experimentação com a visão, a observação e a capacidade de observar detalhes imperceptíveis a um observador desatento.
  5. Frederick Frank reproduz em sua obre a seguinte fala: (... ) nós olhamos muito; olhamos através de lentes, telescópios tubos de televisão... O nosso olhar tornou-se aperfeiçoado dia-a-dia - mas nós vemos cada vez menos. Nunca foi tão urgente falar sobre ver. Cada vez mais os aparelhos e objetos, de câmeras a computadores, de livro de arte a vídeos, conspiram para assumir o controle do nosso pensar, do nosso sentir, do nosso experienciar, do nosso ver. Nós simplesmente assistimos, somos espectadores.. somos “sujeitos” que olham “objetos”. Rapidamente colocamos rótulos em tudo que existe, rótulos que são grudados uma vez para sempre. através desses rótulos reconhecemos tudo, mas não vemos nada. Conhecemos os rótulos em todas as garrafas, mas não provamos nunca o vinho. Milhões de pessoas, sem o prazer de ver, zunem pela vida em seu semi sono, batendo, chutando e matando o que o mal conseguem perceber. Eles jamais aprenderam a ver, ou esqueceram que o homem tem olhos para ver, para experimentar para experienciar.
  6. Observe este exemplo abaixo de acuidade na observação artística. As Meninas – Diego Velázquez
  7. Para Sofia Morozova: - A criança faz a percepção de forma seletiva. • Ela se atém determinadas características dos objetos. • O inicio do processo de investigação se dá com a percepção do objeto em seu conjunto. • Comparação dos objetos com outros de um conjunto. • Análise das partes em separado. • Correlações de tamanho, movimento e cor. • A percepção do mundo circundante está intimamente ligada à sua posterior representação. - Nesse contexto, o professor o professor pode fazer o papel de quem vê, ouve e sente pela primeira vez o que está sendo mostrado. Os sentimentos estéticos devem merecer destaque especial, como condição necessária do ato de investigação. Frequentemente o educador acredita que só a primeira observação do objeto ou fenômeno deve ser realizada com mais interesse, com mais emoção, e pensa que durante a repetição das observações os objetivos cognitivos são os mais concretos. Isto é incorreto, uma vez que o desenvolvimento dos sentimentos estéticos também exige que sejam exercitados, por que, do contrário, esse sentimentos não poderão ser verdadeiros, profundos, e isso se refletirá na realização das atividades de expressão plástica. (Morozova 1982, página 122)
  8. importante preparar as crianças para desenvolverem as suas percepções pessoais, principalmente se pretendemos ampliar suas leituras do mundo, o ideal é que se trabalhe a observação e análise dos aspectos físicos, intuitivos, e o contato mais profundo com as formas, procurando envolver todos os ângulos visuais possíveis. Um por exemplo é quando se recorre a o tato para ajudar visão, tocando- se os objetos que estão sendo observados para uma leitura mais ampla do que se está vendo. O tato ajudará a perceber o que é complexo para visão, o seja, o volume a conformação do objeto. Nos casos em que não se possa tomar o objeto nas mãos deve se incluir o sentido muscular, propondo às crianças que, com as mãos, formem no ar a silhueta do objeto. Semelhantes percepções da forma ajudarão, posteriormente, a sua apresentação( tornar presente), pois a memória conserva esse movimento e ajuda mão a reproduzi-la. ( Morozova 1982, página 114- 125) De acordo com Gardner(1988). “O desenvolvimento da percepção os faz ver melhor, ouvir melhor, fazer discriminações sutis e ver as conexões entre as coisas. O ensino-aprendizagem de arte fundamentada na educação da percepção e do seu efeito sobre a constituição do pensamento artístico e estético”.
  9. 2. Combinando imaginação e fantasia 2.1 - A atividade imaginativa é uma atividade criadora, pois resulta da reformulação de experiências vivenciadas e da combinação de elementos do mundo real. A imaginação se constitui, portanto, de novas imagens, ideias e conceitos que vinculam a fantasia à realidade.
  10. 2.2 - Um aspecto é reconhecer que a produção imaginativo tem relação com a realidade, e também constituída pelas elaborações afetivas e sociais. Quando a criança brinca de faz-de-conta que ela pode estar apresentando situações imaginárias de preparação para o mundo social e cultural. Operar com objetos os reais e situações também reais (um pedaço de pau pode ser um ser um peixe, um cavalo, e até representar uma pessoa, ou algo criado por sua imaginação). Existe uma reciprocidade entre imaginação e sentimentos: estes afetam a imaginação da mesma maneira que são influenciados por ela. 2.3 – O terceiro ponto a se considerar sobre o resultado do processo imaginativo. Ele pode constituído por novos elementos, “imagens cristalizadas, convertidas em objeto, que começa a existir realmente no mundo e a influir sobre as demais objetos”. Desse contexto fazem parte as descobertas técnicas, científicas e as obras d'arte. Não existe estudioso da arte infantil que não veja a necessidade de abordar os aspectos imaginativos dentro dos procedimentos pedagógicos.
  11. 3. A imaginação da criança “A criança começa a vida com a mente repleta de imagens extremamente vívidas”(H. Read, A redenção do robô 1986, página 26) A imaginação criadora em si já se mostra pastando bastante complexa, se considerarmos a diferença de ordem biopsicossocial da criança e do jovem. Ela vai se dar de modo particular a cada fase do desenvolvimento da criança e de suas experiências acumuladas.
  12. Brincar na infância é o meio pelo qual a criança vai organizando suas experiências, descobrindo e recriando seus sentimentos e pensamentos a respeito do mundo, das coisas e das pessoas com as quais convive. Através das brincadeiras as crianças vivem situações ilusórias e aprendem a elaborar o seu imaginário, e muitas vezes até a buscar a realização de seus desejos; por exemplo as crianças de regiões que não tem rio o mar pode também brincar de nadar, pescar, ou mergulhar. Essa capacidade imaginativa faz a criança extrapolar a realidade é o que vai ajudá-la também a estruturar o pensamento abstrato. A criança vai crescendo vai evoluindo seu “brincar” e passando dos brinquedos de jogos imaginativos para situações em que são apreciadas as regras.
  13. Vygostsky (1989 página 108) discute muito a ideia de que as regras só aparecem quando estipuladas aprioristicamente: “Sempre que há uma situação imaginário no brinquedo, há regras - não as regras previamente formulados e que mudam durante o jogo, mas aquelas que tem sua origem na própria situação imaginaria. Portanto, a noção de que uma criança pode se comportar em uma situação imaginário sem regras e simplesmente incorreta. Se a criança está representando papel de mãe, então ela obedece às regras do comportamento maternal. A ação de brincar “cria uma zona de desenvolvimento proximal da criança”. Quando brinca a criança modifica os hábitos e comportamentos usuais, mostrando se em maior grandeza. “No brinquedo”, diz Vygotsky (1989, p. 117) “é como se ela fosse maior do que é na realidade. Como no foco de uma lente de aumento, o brinquedo contém todas as tendências do desenvolvimento sob a forma condensada, sendo ela mesma”. O brincar passa a ser um fator de conscientização de papeis sociais, inclusive os de estratificação, de poder e de normas.
  14. 4.O jogo simbólico O brinquedo do faz de conta ocupa um espaço marcante nas brincadeiras infantis, como diz a professora Maria Lúcia S. Pupo(1991), ao discutir os jogos simbólicos e sua passagem para o jogos de regras; para ela estes momentos podem ser considerados como é etapas possíveis para introduzir-se as atividade das práticas teatrais na escola. Maria Lúcia faz uma síntese das contribuição de Jean Piaget(1927) e Winnicot(1975) a respeito do desenvolvimento do jogo simbólico em crianças.
  15. Por volta de dois anos de idade, a criança começa a ser capaz de agir “como se”, ou seja, ela assume o papel de um ser animado o inanimado, existente na realidade o fictício, diferente dela. Ela faz de conta que é sua mãe, que é o jornaleiro da esquina. Da mesma maneira pode fazer de conta que seu avião está levantando voo ao fazer correr um cinzeiro o pelo chão. Jean Piaget(1971) estuda o faz de conta, que ele denomina de jogo simbólico, na tentativa de aprender como se desenvolve a inteligência infantil. Sua leitura é de grande valia para os educadores que procuram entender o significado do jogo nos primeiros anos de vida. Para ele a representação de um objeto ausente, visto ser a comparação entre o elemento dado, o significante (no caso do exemplo acima, o cinzeiro), e o elemento imaginado, o significado (o avião, no mesmo exemplo). O jogo simbólico tem como característica fundamental, a assimilação do real ao eu, sem quaisquer limites ou sanções. Assim, eu posso ser o bandido, posso ser morto e ressuscitar. Uma criança de pouco mais de dois anos que encanta com a visão de ensino tocando, brinca de ser o sino, a expressa necessidade de um simbolismo direto, que permite personificar, em si mesma, o objeto que tanto a impressiono.
  16. Outro autor importante, o psicanalista Winnicott (1975), salienta que a brincadeira, o jogo, constituem um espaço específico dentro da atividade humana. Por outro lado, não se traduz enquanto fuga do imaginário, como é o caso do sonho; por outro, eles não se configuram tampouco enquanto ação efetiva visando a transformar realmente o mundo exterior. O ato de brincar tece um vinculo ente a objetividade e a subjetividade. Piaget mostra que o jogo se inicia por volta do segundo ano , se desenvolve e começa a perder sua importância em torno de sete anos de idade. Assim, aos três anos qualquer pedaço de madeira pode ser o significante de uma espada, aos seis provavelmente o garoto desejará construir ou adquirir um artefato que imite, da maneira mais fiel possível, aquela arma. Uma criança de três anos, impressionada com movimento de um trem, lançará mão de qualquer objeto para significar o conceito trem, gerando assim o que Piaget chama de deformação lúdica; uma lata, uma caixa, uma colher poderão servir à ação desejada. Essa deformação tenderá diminuir cada vez mais, à medida em que a criança cresce, pois surge pouco a pouco a preocupação com a verossimilhança e a imitação exato do real. É muito como se observar brincadeiras de crianças por volta de nove ou dez anos, nas quais a realização material, a construção em si mesma, constituem grande fonte de prazer. Este é o caso por exemplo do aeromodelismo, da brincadeira de cabana ou de brinquedo de princesa.
  17. Outro elemento importante apontado por Piaget quando explica a evolução das fases do brincar, é a passagem de brinquedo individual para o coletivo. É frequente se observar crianças pequenas que, embora reunidos no mesmo recinto, brincam individualmente com seus objetos, sem que haja interferência recíproca mantê-lo se universos independentes. Gradativamente, através do faz de conta ele s vão ajustando seus papeis. A possibilidade de partilhar coletivamente simbolismo, que se traduz em nascentes modalidades de cooperação e reciprocidade, acaba originando o jogo de regras, outra categoria também descrita por Piaget. O autor mostra como, à medida em que a criar se desenvolve e passa a dominar a prática das regras, vai se alterando a consciência da própria regra. Se, num primeiro momento, por volta de seis ou sete anos, ela vê a regra como uma norma sagrada e intangível, imposta pela geração dos mais velhos, mais tarde, em torno dos dez anos, será capaz de compreender - por dominar seu funcionamento - que ela deriva de consentimento mútuo e pode ser transformada de acordo com as necessidades do grupo.
  18. É exatamente nessa passagem entre o jogo simbólico e o jogo de regras, que pode se instalar, por assim dizer, o momento zero da intervenção educacional tendo em as práticas teatrais na escola.
  19. Por volta do 6º ano, o faz-de-conta texto de ser a modalidade por excelência de apreensão e compreensão do mundo pela criança. O desequilíbrio entre a assimilação do real ao eu, acompanhada de menor acomodação, vai paulatinamente se transformando na conquista de um equilíbrio entre os dois processos. À medida em que a inteligência se desenvolve, com os progressos adquiridos em relação ao domínio da linguagem, a representação passa a ser interiorizada. Viver corporalmente o movimento do sino para designá-lo; mentalmente passa dominar o conceito de objeto. O faz-de-conta tende a desaparecer e o campo da atividade lúdica é preenchido pelo jogo de regras, do no qual o grande interesse passa ser a o social, mediante a codificação do grupo em que se joga.
  20. Ao educador não caberá, portanto, propor continuidade do faz-de-conta junta a uma faixa de idade na qual ele não cumpre mais as importantes funções que havia cumprido nos primeiros anos da infância.(Pupo, 1991, páginas 2-5). Para concluir estas considerações sobre o brincar, o brinquedo e a brincadeira, trazemos a ideia de Walter Benjamin (1984, página 72-73) para quem o brinquedo pode ser um elemento mediador da relação adulto-criança. O mundo da percepção infantil está marcado por toda por toda parte pelos vestígios da geração mais velha, assim também ocorre com seus jogos é impossível construídos no âmbito da fantasia. O brinquedo, mesmo quando não imita os instrumentos dos adultos é confronto - na verdade não tanto da criança com os adultos como destes com as crianças. De Quem é a criança recebe primeiramente seus brinquedo senão deles? À criança cabe uma certa liberdade em aceitar ou recusar as coisas, os antigos brinquedos (bola, arco, roda de penas, papagaio) terão sido de certa forma impostos à criança como objetos de culto. Os quais só mais tarde, graças à força da imaginação da criança, transformam-se em brinquedos. Há um grande arquivo na suposição de que as próprias crianças movidas pelas suas necessidades, determinam todos os brinquedos.
  21. 5.– O lúdico nas aulas de arte A experimentação, a criação, atividade lúdica e imaginativa que sempre estão presentes nas brincadeiras, no brinquedo e no jogo, são também os elementos básicos nas aulas de arte para crianças. Assim sendo, consideramos importante inclusão do brinquedo e da brincadeira como parte integrante dos métodos e procedimentos educativos de um programa de arte e em atividades infantis, principalmente quando envolver a construção, a manifestação expressiva e lúdica de imagens, sons, falas, gestos e movimentos. Paulo Vasconcelos apresenta algumas ideias envolvendo o lúdico e o brincar na escola, que podem ser incorporados às aulas de arte.
  22. 5.1 - “A escola e a cultura lúdica” Alguns sistemas escolares buscam a sistematização da cultura infantil. A escola nos últimos anos tenta se comprometer com o lúdico, muitas vezes parece que deu espaço para que o brincar acontecesse, sem ser sistematizado. Brinca-se pode brincar, ocupando o tempo sem acompanhamento do professor. Não interessa a este a forma como se desenvolve a brincadeira, Estudos psicológicos de pedagógico mostram que a criança não consegue fazer uma distinção clara “entre suas percepções do mundo externo e suas imagens acessórias”. O resultado disto é que os pequeninos acreditam em suas produções fantasiosas. Posteriormente a criança vai construindo novas relações e adquirindo maior domínio sobre seu mundo imaginativo. Na infância o processo fantasioso é muito evidente e se dá com mais de liberdade, o que leva algumas pessoas a considerá-lo superior ao dos adultos.
  23. A questão está em por que a criança demonstra com mais evidências esse processo imaginativo e deixa sua espontaneidade expressiva justamente no momento em que se valoriza a racionalidade. A esse respeito devemos questionar os sistemas educativos e sociais que não priorizam a relação entre o pensamento e as atividades criadoras. Uma educação composta apenas de informações mecanicistas, sem reflexões e sem participação afetiva e interessado da criança só faz diminuir o potencial deste jovem. “Quanto mais veja ouça e experimente, quanto mais aprenda e assimile, quanto mais elementos da realidade disponha em sua experiência, tanto pais considerável e produtiva será, com o as outras circunstâncias, a atividade de sua imaginação”. (Vygotsky, 1990, página 18)
  24. Lembramos que todo trabalho com o desenvolvimento da observação, percepção e imaginação infantil não pode ser desvinculada de atividades com caráter lúdico, de jogos, por serem fundamentais no seu processo de amadurecimento. As aulas de arte então tornam-se “oficinas perceptivas”, onde a riqueza das elaborações expressivas e imaginativas da criança interagem com o os encaminhamentos oferecidos pelo professor. Quando o educador sabe intermediar os conhecimentos ele é capaz de incentivar a construção e habilidades do ver, do observar, do ouvir, do sentir, do imaginar e do fazer, assim como sua representação. 6.– Em busca da representação artística Discutiremos o conceito de representação através do desenhar, pintar, jogar e brincar. A construção de imagens e o desenvolvimento das etapas operacionais do pensamento artístico das crianças, presentes em seus grafismos, jogos e brincadeiras, encaminham-nos para compreender mais aprofundadamente a linguagem da arte na vida infantil.
  25. 6.1 – O desenho infantil A criança reflete suas impressões do meio circundante. Sua compreensão do real faz-se por meio de uma inter-relação dessas impressões com as percebidas. Essas percepções podem se relacionar com uma posterior representação, ou não.
  26. Tem se observado que a criança não traduz em seus trabalhos apenas recordações visuais. Inexiste no caso das menores, uma proximidade com as formas reais ou construções espaciais mais realísticas. Os primeiros trabalhos da Criança, são seus rabiscos. Como diz Wallon, existem diferentes manifestações entre o gesto e seu traço. Para ele, a origem do desenho está no gesto, mesmo quando o traço tenha começado de modo casual. Isso supõe uma regulação suficientemente exata do gesto ou, pelo menos, uma intenção correspondente, isto é, o sentimento de ser capaz dele. Sabemos que a precisão do gesto está ligada à possibilidade, para os segmentos dos membros que o executam, de encontrar apoio bastante firme no resto do corpo. Esta aptidão está ligada às funções de equilíbrio e não é, sem dúvida, acaso se as primeiras garatujas da criança pertencem mesma época que seus primeiros passos.
  27. Mas por que as crianças continua rabiscar, e quando é que os rabiscos dão origem ao desenho? A criança pode estar rabiscando pelo prazer de rabiscar, mas à medida que vai dominado gesto e percebendo visualmente que entre o gesto e as marcas que faz existe uma ligação, seus atos passam a ser mais intencionais. Faz linhas contínuas ou interrompidas, curvas que se entrecruzam, rabiscos enovelados ou simplesmente pequenas marcas que se contrastam na superfície. (...) ao se realizar, (o rabisco) torna-se para criança objeto entre outros, e um objeto privilegiado, por que é o objeto em vias de ser criado pela própria criança. O rabisco individualiza-se, condensa-se em alguma coisa que se destaca sobre um fundo. O rabisco ocupa lugar que o gesto da criança pode tender a dilatar ou a concentrar ou mesmo modificar, pois acontece que a criança se afasta de um primeiro rabisco, para justapor-lhe um outro.
  28. Retomando os estudos sobre o processo de elaboração gráfica das crianças, para conhecer bem suas maneiras de entender e construir imagens. Começando pela exploração do espaço como elemento delimitador da de produção gráfica, encontramos os primeiros indícios de uma estrutura simbólica e organizativa. Ele por si só é um elemento instigador e complementar do processo construtivo. A superfície material - o papel - local onde as crianças de mais tenra idade assinalam seus primeiros contatos com a expressão gráfica, não está à margem de toda esta fantástica experiência que é o ato de desenhar. Sua forma, seu tamanho, sua cor, sua textura, os limites de suas bordas entram em conflito quais e com a intenção de registrar gestos(as crianças pequenas), e formas(as maiores). Wallon expõe todas as interações espaciais como parte da constituição da imagem mental e da representação infantil, ao longo de seu processo e evolutivo. A distribuição do rabisco nesse espaço delimitado, representado pela folha a preencher, pode ser extremamente A distribuição do rabisco nesse espaço delimitado, representado pela folha a preencher, pode ser extremamente variável. Pode parecer qualquer coisa; pode ser relativa aos próprios rabiscos, mas pode ser marginal, central, simétrica, isto é, que o espaço não se confunde com os objetos, é no espaço em que estão os objetos. O espaço entre os objetos começa também a existir, o que é uma etapa nova na realização mental do espaço para a criança. O espaço enquadrado, porém não faz mais que produzir a utilização de uma superfície como tal; recorta o ambiente em um outro espaço que se lhe torna completamente distinto(...)
  29. Disso resulta toda uma série de novos problemas. Como irá operar-se o transfert de um espaço a outro: como o objeto será traduzido em imagens no quadro? As influências que já estavam em jogo não são abolidas, mas devem subordinar-se a novas necessidades, que são as relativas à representação do objeto. Como circunstâncias mais ou menos acessórias, poderão intervir os instrumentos desta reprodução e a natureza do quadro em que deve ser projetada. O essencial, porém, parece ser a coincidência a estabelecer entre os dois espaços. Portanto, o espaço dos objetos e de três dimensões e o do desenho, de duas. Donde os artifícios empregados para colocar o objeto em perspectiva, para dar-lhe aparência de profundidade. As duas próprias dimensões do quadro suscitam problemas; alta e baixa, direita e esquerda, Saúde são dimensões neutras? Sem dúvida, não mais que no espaço ambiente, em que estas duas dimensões tem valores fisiológicos, motrizes, afetivos, usuais e simbólicos diferentes(Wallon, 1968). Wallon procura ainda verificar as relações entre as representações (que passam também a ocupar um espaço próprio) e o espaço circundante mostrando que as imagens organizadas exercem frequências evidentes neles.
  30. - Abaixo temos uma representação gráfica dos desenhos de crianças em diferentes idades. Crianças de 2 anos Crianças de 3 anos Crianças de 4 anos Crianças de 5 anos Crianças de 6 anos
  31. Crianças de 7 anos Crianças de 8 anos Crianças de 9 anos Crianças de 10 anos. OBSERVAÇÃO. A expressão gráfica diz não apenas do talento artístico, jeito para o desenho, ela também diz muito a respeito da vivência da criança, o meio, a condição social e o estado de espirito. Muitos casos de abusos diversos foram já identificados por professores e autoridades policiais através das expressões gráficas das crianças, os sentimentos de alegria, afetividade, bem estar e felicidade também são expressos nos desenhos.
Publicidad