O ressurgimento da filosofia cristã nos meios universitários anglo-saxónicos levou o filósofo ateu Quentin Smith a afirmar que «Deus não está “morto” no mundo académico; ele voltou à vida no final da década de 1960 e está agora vivo e de boa saúde no seu último baluarte, os departamentos de filosofia» ("The Metaphilosophy of Naturalism", revista "Phylo", Vol. 4, n. 2). Um sinal claro desse ressurgimento está também na crescente presença de filósofos cristãos em obras contemporâneas de Filosofia da Religião, Filosofia da Mente e Filosofia da Ciência. A Teologia Natural, ou seja, a procura de argumentos filosóficos para fundamentar o cristianismo sem recurso à Revelação, voltou a ser uma área respeitável de actuação para um filósofo contemporâneo. William Lane Craig (1949-) e Robin Collins são dois nomes que se destacam pela sua vigorosa defesa de dois importantes argumentos de Teologia Natural, o argumento cosmológico "kalam" (defendido notoriamente por Craig) e o argumento teleológico (defendido notoriamente por Collins). Craig sustenta a existência de uma causa transcendente para o Universo em sólida argumentação filosófica e científica, e deduz atributos divinos para essa causa a partir de uma análise conceptual feita em termos exclusivamente filosóficos. Collins parte de uma análise científica rigorosa das várias instâncias de "afinação" ("fine tuning") do Cosmos para fundamentar filosoficamente uma explicação teísta para essa mesma "afinação". A força destes argumentos, bem como a de outros importantes argumentos filosóficos em defesa do teísmo cristão, pode melhor ser apreciada em importantes obras contemporâneas de Teologia Natural como o "Blackwell Companion to Natural Theology", obra publicada pela conceituada editora Wiley-Blackwell.