Este documento discute como os relacionamentos afetam a construção da identidade e como sentimentos saudáveis ou doentios podem influenciar positiva ou negativamente as interações humanas. Ele explica que bons relacionamentos requerem maturidade emocional para dominar sentimentos destrutivos, e são construídos gradualmente ao longo do tempo por meio de afinidades compartilhadas. Relacionamentos doentios, como os de Saul, podem minar a alegria e até levar ao suicídio se sentimentos como inveja e raiva não forem controlados
5. EXPLICAR a construção do sujeito e sua identidade;
COMPREENDER os prejuízos dos relacionamentos doentios;
CONSTRUIR bons relacionamentos.
OBJETIVOS
6. Atos 15.36-41.
36 — Alguns dias depois, disse Paulo a Barnabé: Tornemos a visitar
nossos irmãos por todas as cidades em que já anunciamos a palavra do
Senhor, para ver como estão.
37 — E Barnabé aconselhava que tomassem consigo a João, chamado
Marcos.
38 — Mas a Paulo parecia razoável que não tomassem consigo aquele
que desde a Panfília se tinha apartado deles e não os acompanhou
naquela obra.
39 — E tal contenda houve entre eles, que se apartaram um do outro.
Barnabé, levando consigo a Marcos, navegou para Chipre.
40 — E Paulo, tendo escolhido a Silas, partiu, encomendado pelos irmãos
à graça de Deus.
7. Não existem relacionamentos perfeitos. Eles são
construídos e dependentes da experiência, maturidade e
sabedoria da pessoa em interpretar e corrigir as
experiências afetivas negativas (Pv 15.31), transformando-
as em lições positivas para que não se repita os erros
cometidos (Pv 9.9; 13.16). É preciso educar as emoções
para conviver com as diferenças e não responder o agravo
com outro (Pv 15.1,18,23). Isto não ocorre de um dia para
o outro, mas é um processo que perdura por toda vida.
Nesta lição observaremos como os relacionamentos
afetam a estrutura do próprio ser.
9. A construção do sujeito (Sl 139.13-18).
1 O homem, seja como indivíduo, seja como espécie, é um
ser em construção (v.16). Ele não nasce pronto, acabado,
mas do início ao fim da vida está em permanente
desenvolvimento de sua personalidade, talentos,
habilidades e relacionamentos (Sl 103.14-16). O homem
não é apenas capaz de aprender, como também em
desaprender, adquirir novos hábitos e caminhar rumo à
maturidade (Ec 3.1-7). Ele cria e recria a si mesmo. Daí a
razão pela qual é importante a participação dos cristãos
na educação do indivíduo e da sociedade.1
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11. Construção de relacionamentos saudáveis (Ec 3.1-7).
A construção do sujeito não é um processo retilíneo, mas repleto
de serpenteamentos, de rupturas e retomadas de rumo, como
afirma Eclesiastes 3. Ele cresce no cultivo da vida social e deve ser
sábio para distinguir os relacionamentos bons dos maus, as boas
companhias das más, as interações frutíferas das frívolas e assim
sucessivamente (Pv 13.20; 14.8). É no encontro dos vários
afluentes da vida social, espiritual e afetiva que a vida e a
identidade do sujeito são construídas. Ele tanto exerce quanto
sofre influências e deve proceder de tal modo que as influências
negativas não modifiquem seu comportamento e suas escolhas
cristãs (Pv 14.33; 1Co 13.11). O homem deve ser bom e puro
apesar de toda lama que o cerca (Pv 4.20-27; 16.2; 21.21).
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12. Relacionamentos e afetividade (Pv 5.21-23).
Entendendo as interações humanas como parte de um
processo necessário à construção do sujeito, e que esse
desenvolvimento não ocorre exatamente como fórmulas
matemáticas, mas se trata de uma construção social na
qual o indivíduo se constitui e prossegue se constituindo,
a pessoa é responsável por aquilo que cultiva e pelas
escolhas que faz ao longo do caminho (Pv 16.9; 22.24-
26). Nessa lida, a educação dos sentimentos
desenvolvidos nas interações sociais na infância e
adolescência são muito significativas para a nova fase da
vida adulta, a qual o jovem já se encontra no início.
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13. “Lembra-te também do teu Criador nos dias
da tua mocidade, antes que venham os maus
dias, e cheguem os anos dos quais venhas a
dizer: Não tenho neles contentamento;“
Eclesiastes 12:1
14. O homem deve ser bom e puro apesar de
toda lama que o cerca.
Ponto importante
“Se és capaz de, entre a plebe, não te
corromperes, e, entre reis, não perder a
naturalidade, e de amigos, quer bons, quer
maus, te defenderes, se a todos podes ser
de alguma utilidade, e se és capaz de dar,
segundo por segundo, ao minuto fatal todo
valor e brilho, tua é a terra com tudo o que
existe no mundo, e — o que ainda é muito
mais — és um Homem, meu filho!”
(Rudyard Kipling).
16. Relacionamentos doentios afetam todo o ser (1Sm 18.7-9).
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O desenvolvimento integral do homem não deve ser fragmentado
na imatura linguagem teológica da dicotomia ou tricotomia (Lc
2.52; 1Ts 5.23; Hb 4.12) ou mesmo nas expressões da psicologia
(motor, afetivo, cognitivo, social), como se o crescimento afetivo
saudável ou doentio se manifestasse em uma das partes sem afetar
ou ter relação com o todo. O ser humano se desenvolve numa
totalidade e cada uma das dimensões que o compõe é afetada como
também influencia umas às outras. No exemplo de Saul, o primeiro
a ser prejudicado foi o próprio rei que, tomado de profunda inveja e
ira (Pv 14.17, 30), não teve maturidade para resolver seus dilemas e
conflitos, vindo a cometer suicídio (1Sm 31.1-6). O desgaste
emocional de Saul teria sido evitado se ele dominasse a si próprio
(Pv 30.33; 25.28; Gl 5.22).
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18. Sentimentos doentios minam a alegria de viver (1Sm 31.1-7).
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A falta de maturidade afetiva de Saul levou-o a se ocupar em destruir a Davi (1Sm 18.7-15;
19.1-11). Ele tinha família, um reino e exércitos para cuidar, no entanto, ignorou todas as
suas responsabilidades como pai, rei e comandante para perseguir o músico de Javé (1Sm
18.10-19). Saul estabeleceu para si um objetivo vil que afetou e prejudicou toda sua vida
emocional, social e espiritual. Sua energia e vida foram drenadas por sentimentos
doentios que o levaram à amargura e mais tarde ao suicídio. Cultivar a ira, a vingança, a
mágoa, entre outras emoções e sentimentos ruins prejudica a totalidade da vida humana.
A força dessas emoções não pode ser subestimada e negligenciada por qualquer pessoa.
Elas sobrepõem-se a razão e influenciam profunda e completamente o comportamento do
indivíduo, sem que ele próprio atine para isso. De pouco adianta a oração, a leitura das
Escrituras e o aconselhamento se a pessoa não tomar a decisão de perdoar o suposto
ofensor (Mt 5.44; 6.12; Ef 4.32), deixar a ira, abandonar o furor e não procurar a vingança
(Sl 37.8). Para vencer tais emoções e sentimentos destrutivos o salmista aconselha: “não
te indignes para fazer o mal”, “não tenhas inveja dos que praticam a iniquidade”, “deixa a
ira”, “abandona o furor” (Sl 37.1,7,8). Proibi-los não é suficiente, segundo Davi, que tanto
sofreu injustiças, é necessário assumir uma nova postura: “confia no Senhor”, “faze o
bem”, “deleita-te no Senhor”, “descansa no Senhor e espera nele” (vv.3-7).
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Dominando a si próprio (Pv 25.28).
Sentir raiva, inveja, ciúmes entre outros sentimentos
que afetam a vida psicossocial do homem, embora não
desejável, faz parte da vida humana e da aprendizagem
afetiva a qual o homem está trilhando e são descritos na
Bíblia como pecado. Todavia, é necessário dominar e
refrear tais sentimentos e impulsos. Caim (Gn 4.8-15),
Saul (1Sm 18.7-15) e Sansão (Jz 14-16) são exemplos de
pessoas que se deixaram levar por sentimentos que
destruíram suas vidas. Leia a recomendação de Deus a
Caim (Gn 4.7).
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20. A verdadeira grandeza do homem é medida pela força
dos sentimentos que ele domina, e não pelos sentimentos
que o dominam.
Ponto importante
“O domínio-próprio é uma conquista
diária, em que as pequenas vitórias de
hoje preparam as vitórias maiores de
amanhã” (Júlio Schwantes).
22. Bons relacionamentos e sociedade (1Sm 18.1).
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Para compreender a base dos bons e dos maus relacionamentos é preciso
entender a construção do próprio sujeito em seus diversos níveis: social,
cultural, religioso. As interações sociais são construídas com base nos
valores advindos da experiência de vida e formação da personalidade e
caráter das pessoas. Nisto, a educação familiar como também a sociedade
pode interferir positiva ou negativamente na construção ou não de
relacionamentos maduros (Pv 23.13; 20.11; 29.15). Todavia, isso não
significa que o sujeito esteja mecanicamente determinado por essas
relações sociais, contudo, não se pode negar as influências externas na
formação da afetividade. Da mesma forma como se aprende bons hábitos
pode-se também com algum esforço abandonar os maus costumes e
sentimentos que prejudicam as interações humanas.
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23. Bons relacionamentos são construídos (1Sm 18.1).
Bons relacionamentos são construídos ao longo do processo de aprendizado de vida do
indivíduo. Eles são capazes de estimular o que há de melhor no outro, revelando qualidades
que talvez fossem ignoradas pela própria pessoa (1Sm 19.1-7), pois favorece o
conhecimento de si e do outro (1Sm 18.3,4). Eles não surgem de modo inesperado e
mágico, mas desenvolvem-se à medida que os interesses e afinidades correspondem ao do
outro. Neste aspecto, é importante escolher e iniciar boas amizades e relacionamentos
saudáveis nos grupos de afinidades como a família e a igreja. Nesses dois grupos principais,
os valores, os objetivos e as crenças são possivelmente mais afins do que noutros grupos de
interesse como os da empresa, da universidade, onde nem sempre se encontram pessoas
dispostas a compartilhar dos valores e crenças pessoais. A igreja, a comunidade da fé, é o
lugar ideal para que o jovem cristão estabeleça relacionamentos maduros e duradouros. Isto
é possível porque há certa afinidade e interesse mútuos. Os princípios estabelecidos no
Salmo 1.1-6 e 1 Coríntios 15.33 devem ser observados cuidadosamente por aqueles que
desejam agradar ao Senhor, até mesmo na seleção de suas amizades e relacionamentos
sólidos.
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24. Bons relacionamentos são raros.
Infelizmente, os bons relacionamentos estão cada vez mais raros. O vulgar é
ter muitas “curtidas” e “amigos” nas redes sociais, mas raros são os amigos
para se estabelecer relacionamentos verdadeiros e duradouros. Todavia, isso
não quer dizer que estabelecer bons relacionamentos seja impossível,
apenas que boas interações humanas não se acham em qualquer lugar como
mercadoria barata e de pouco prestígio. Alguns não encontram boas pessoas
para se estabelecer boas interações humanas e significativas pelo simples
fato de procurarem em lugares ruins. Daí a razão pela qual devemos valorizar
as amizades dentro do grupo de interesse como a família e a igreja e, mesmo
assim, doses de discernimento e perspicácia são necessárias. Portanto,
cultive os bons relacionamentos! Invista nas pessoas com as quais existe
certa afinidade, principalmente com os domésticos na fé.
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25. Assim como se aprendem bons hábitos também é
possível abandonar aqueles que prejudicam as interações
humanas.
Ponto importante
Bons relacionamentos estão raros, se os
tens, conserve-os!
26. Personagens como Caim, Saul e Sansão ilustram como a
falta de domínio pessoal sobre os sentimentos e desejos
podem prejudicar as interações humanas. Portanto, se
você tem dificuldade em dominar a si próprio ore a Deus
pedindo o fruto do Espírito (Gl 5.22).
27. H O R A D A R E V I S Ã O
1. O que se pode afirmar acerca da construção do sujeito?
Ele não nasce pronto, acabado, mas do início ao fim da vida está em permanente desenvolvimento de sua personalidade.
2. Quais sentimentos desgastaram a vida emocional de Saul?
Inveja e ira.
3. Qual a pior consequência dos sentimentos destrutivos de Saul?
Suicídio.
4. Como são construídos os bons relacionamentos?
Ao longo do processo de aprendizado de vida do indivíduo.
5. O que é mais raro e vulgar nos relacionamentos?
O vulgar é ter muitas “curtidas” e “amigos” nas redes sociais, mas raro são os amigos para se estabelecer relacionamentos
verdadeiros e duradouros.