O documento discute como lidar com situações difíceis durante e após o divórcio. Ele explica que o divórcio é um processo prolongado que afeta as crianças de várias maneiras, como culpa, medo de abandono e regressão. Também fornece dicas para professores apoiarem as crianças, como manter a estabilidade, encorajar a expressão de sentimentos e reforçar o amor dos pais.
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Como lidar com situações difíceis - Durante e após o divórcio
1. Como lidar com situações
difíceis?
DURANTE E APÓS O DIVÓRCIO
2. Separação e divórcio: Examinando a
questão
O divórcio não é um problema ou evento único. Ele é prolongado, começando
com estresse e brigas na família e progredindo até a separação, disputas pela
guarda dos filhos, adaptações na família, sentimentos difíceis nos momentos de
visita, dificuldades com outros familiares, namoro dos pais, novo casamento e
famílias novas. Os conflitos entre os pais ás vezes podem aumentar após o
divórcio, com consequências negativas para as crianças. As famílias que passam
por um divórcio geralmente sentem um certo grau de dor e tensão.
Pais com guarda legal compartilhada dividem o processo de tomada de decisões
em questões relacionadas com a criança, como a formação religiosa, a
escolarização e os cuidados médicos. Eles devem tentar se dar bem, ser civilizados
na presença da criança e não se criticarem.
3. O ambiente da creche ou da escola, por ser terreno neutro, muitas vezes se torna
o local onde as crianças são transferidas entre os pais, e onde eles deixam
recados.
Os professores têm que evitar adotar lados ou representar um dos pais para o
outro.
4. Considerações Sobre o Desenvolvimento
Infantil
Você vai me trocar? As crianças podem temer que, se os pais pararem de se amar, eles
também não as amarão mais.
Sentimentos de negação. É comum que as crianças neguem o problema inicialmente.
Os pais podem precisar repetir a mensagem muitas vezes.
Culpa e responsabilidade. Elas podem sentir que fizeram o pai ir embora, ou que são
responsáveis pelas brigas dos pais. A culpa que elas carregam acaba com a sua
autoestima
Se elas foram muito, muito boas, então... As crianças que pensam que causaram o
divórcio, podem pensar que podem “descausar” o divórcio se forem muito boas e
adoráveis, ficando doentes, tornando-se um problema na escola ou fazendo outras
coisas para chamar a atenção dos pais.
5. Sentindo-se impotente. Elas podem se sentir desimportante porque não é a
principal preocupação dos pais.
Necessidade de atenção extra. Precisam de atenção extra dos pais recém-
separados, que frequentemente têm muito menos tempo e energia mental para
dedicar à criança. À medida que os pais lutam para desenvolver independência e
autoestima, a criança pode ser deixada para trás.
Problemas de criação. Os pais podem perder a capacidade de criar os filhos e os
filhos podem ter menos supervisão e atenção.
6. Sentindo-se abandonado. As crianças podem se sentir abandonadas pelos pai
ausente e temer que o outro também as deixe. Os pais às vezes não dão nenhuma
explicação aos seus filhos quando contratam uma babá e começam a sair a noite.
Isso aumenta os sentimentos de abandono da criança podendo deixá-la mais
temerosa e insegura.
Dia de troca. Ela pode ter dificuldade para encontrar seu rumo no novo ambiente
e testar seus limites. Isso ocorre especialmente com crianças menores.
Agressividade e raiva. Crianças que testemunharam violência doméstica são mais
prováveis de ser fisicamente agressivas.
7. Quando Procurar Ajuda
Regressão. Elas podem ter comportamentos como chupar o dedo, usar padrões de fala imaturos,
urinar na cama e ficar mais apegadas.
Menos autoestima. Discussões com os amigos, retraimento, agressividade, ataques
temperamentais.
Depressão. Tristeza extrema, retraimento, indiferença, falta de concentração e envolvimento em
atividades, todos são sintomas de depressão em crianças. Se esses sintomas durarem por muito
tempo, são sinais de que a criança precisa de ajuda extra.
Atuação. Ela pode se comportar de maneira agressiva e ter problemas frequentes na escola- talvez
na esperança de chamar a atenção dos pais pra si.
Doenças. A criança pode fingir estar doente ou desenvolver uma doença real ou se machucar para
fazer os pais se concentrarem nela.
Obs: Se os comportamentos continuarem por um período prolongado ou forem muito incomuns para
aquela criança, converse com outras pessoas e recomende apoio para ela.
8. Quem Pode Ajudar
Uma agência de orientação familiar;
Terapeutas de casais e de família;
Religiosos;
Mediadores de guarda.
9. Como Lidar
Oferecer estabilidade, amizade e apoio para a criança e seus pais pode ajudar
durante o estresse do divórcio.
10. Como Lidar com a Equipe
Estimule o uso de terminologia positiva. Oriente as pessoas a não usarem o termo
“lar destruído”.
Investigue outras questões. Não pense que todas as dificuldades da criança
devem-se unicamente do divórcio. Alguns problemas podem não ter nenhuma
relação.
11. Como Lidar com a Criança
Mantenha-se disponível para a criança. Fale que você sabe da situação e que está
disponível para conversar e para ouvir. Não se intrometa ou pressione a criança para se
abrir.
Estimule a expressão. Faça atividades sobre sentimentos, para que as crianças
aprendam que todos temos uma variedade de sentimentos e emoções e para ajudá-las
a falar sobre eles. Elas devem se sentir livres para expressar suas emoções.
Trabalhe com a aceitação das mudanças. Fale sobre mudanças e faça atividades para
reforçar a ideia de que as mudanças fazem parte da vida.
Desestimule a culpa. Elas precisam ser lembradas que não têm culpa do divórcio ou da
separação de seus pais. Os pais são as melhores pessoas para transmitir essa
mensagem, mas o professor também pode ajudar. As crianças também devem saber
que não podem fazer nada para fazer seus pais voltarem.
12. Reforce o amor dos pais. Enfatize para as crianças que, embora as pessoas possam
deixar de ser marido e mulher, elas nunca vão deixam de ser o papai e a mamãe.
Enfatize o amor e a segurança. A criança deve ouvir dos pais, e você deve reforçar essa
mensagem positivamente, que sempre cuidarão, protegerão e as amarão, não importa
o que os adultos decidirem sobre as coisas práticas da vida.
Faça desenhos das pessoas que elas amam. Mostre para as crianças todas as pessoas
diferentes que as amam e cuidam delas (incluindo você). Estimule-as a fazer desenhos
de todas as pessoas de suas vidas que as amam.
Proporcione firmeza. É melhor que a criança, nessa hora, não mude de classes ou
professores. Quanto menor a criança, mais isso será importante.
13. Como lidar com as outras crianças
Ensine palavras relacionadas com a família. Discuta palavras relacionadas à família:
recém-casados, mãe, pai, irmã, irmão, avós, tio, tia, primos, meios-irmãos,
padrastos, madrastas. Desenvolva vocabulário. Fale com as crianças sobre todos
os tipos de famílias.
Use livros infantis. Selecione livros infantis que representam todos os tipos de
famílias.
14. Como lidar com os bebês
Observe o estresse do bebê. Eles podem apresentar mais ansiedade na separação
e podem precisar de mais contato físico e conforto.
Proporcione estabilidade nos cuidados. Não mude os professores do bebê
enquanto a família estiver nessa transição.
15. Como lidar com os pais
Mantenha-se informado. O diretor e os professores devem ser informados de mudanças
importantes na casa que possam afetar o comportamento da criança na escola. Essa mensagem
deve ser reafirmada periodicamente em boletins ou materiais enviados para casa. Garanta aos pais
que a confidencialidade será mantida.
Apoie os pais. Os pais sentem-se vulneráveis nesse momento. Eles podem ter medo da suas
criticas, podem precisar de seu apoio, respeito e aceitação como seres humanos e como pais.
Mantenha-se neutro. Se os pais precisam expressar sua raiva, oriente-os a não faze-lo na presença
da criança. Os pais costumam pensar que as crianças não entendem ou não estão prestando
atenção, mas já ouviram tudo. Não é bom para as crianças ouvir coisas negativas sobre seus pais.
Fale a eles que realmente a crianças precisa ter sentimentos positivos para com ambos os pais. Se
necessário, sugira que os pais conversem com você individualmente, ou sugira outro profissional,
como um orientador familiar, para que os pais possam conversar.
16. Apresente o ponto de vista da criança. Seu papel é apresentar a perspectiva da
criança e faze-los entender como não causar danos possíveis a criança. Fale sobre
o que a criança pode estar pensando se ela revelar algo a você.
Sugira livros. Recomende materiais de leitura para adultos e crianças e indique
outras pessoas e entidades da comunidade aos pais.
Faça o processo de transferência ser tranquilo. Tente desenvolver sistemas para
que isso funcione, para que haja menos probabilidade de mensagens confusas ou
faltas em sessões marcadas para depois das aulas. Em nome da criança, faça com
que tudo seja o mais tranquilo e confortável possível.
17. Preste atenção na troca de residências. Anote os dias em que a criança reside com
a mãe e os dias que passa com o pai. Talvez você precise ligar para a residência no
caso de uma doença ou outras emergências, ou mandar mensagens escritas.
Mantenha registros dos arranjos legais de guarda.
Comunique-se com ambas as partes. Certifique-se de que ambos os pais recebem
todos os comunicados escritos sobre o programa, como politicas escritas, avisos
de reuniões, convites para eventos especiais e mudanças nos professores ou na
sala de aula da criança.
18. Depois do divórcio: Analisando a questão
Quando pais divorciados continuam com suas vidas e desenvolvem
relacionamentos novos, seus filhos que podem estar se debatendo com a perda, a
raiva e medo relacionados com o divórcio tem uma adaptação nova e difícil a
fazer.
Os namoros dos pais podem causar sentimentos de ciúme e ressentimento no
outro cônjuge. Às vezes podem usar a criança como espiã para obter informações
e até instruí-las com maneiras de sabotar o novo relacionamento. Isso sempre é
prejudicial á criança com os novos pais. Ademais, por estar envolvida na alegria do
novo relacionamento , a pessoa nova pode não estar disponível para a criança e
pode não notar que ela está desconfortável com a situação.
19. Considerações sobre o desenvolvimento
infantil
Como regra geral , quanto menor a criança for na época do novo casamento , mas
fácil será a sua adaptação aos novos pais .
Considerando :
Pensamento positivo
Lealdade para com os pais
Encaixando-se na nova família
20. Passar tempos a sós com os filhos biológicos
Passar tempo a sós com os padrastos
Evitar aspectos negativos
22. Como lidar com a criança
Ofereça segurança
incentive as crianças a brincarem com casas de bonecas
Faça apresentação de fantoches
Demonstre aceitação
Desfaça o mito da “madrasta má”
23. Como lidar com os pais
Estimule a comunicação
Informe-se sobre a família
Seja sensível com relação a situação família
Reforce os relacionamentos
Estabelece limites
24. Atividades:
Hora do circulo: Um dos valores da hora do circulo é desenvolver um sentido de
pertencimento e intimidade para as crianças. A hora do circulo constrói um sentido de
comunidade para as crianças. Nela você pode levantar temas sensíveis de maneira neutra e
inofensiva, com livros, fantoches e entre outros. Assim as crianças aprendem que não são as
únicas que passam por aquilo.
25. Brincadeira com casa de bonecas ou “casinha”: As casas de bonecas são muito
uteis de ter em salas de aula em que as crianças estejam com crises ou traumas
em suas vidas. Muitas crises giram em torno da família, e uma casa de bonecas dá
à criança um cenário para dramatizar senas e controlar o drama.
Tenha cuidado para não interpretar demais: Ao ver temas problemáticos, como
agressão contra uma boneca ou alguma forma de abuso de substancias, não
pressuponha que isso significa um problema real. A criança pode estar
representando algo que viu na televisão ou nas brincadeiras dos colegas.
Interrompa brincadeiras agressivas e que magoem os sentimentos dos outros
colegas.
Observe por um período: Se os temas problemáticos continuarem apesar de seus
esforços, fale com o seu coordenador sobre o problema. Você pode pedir ajuda
para um psicólogo infantil ou para um assistente social.
26. Atividades criativas de arte: As crianças necessitam de muitas maneiras de contar
a sua história, expressar suas emoções e influenciar o seu ambiente. Outras
maneiras são pintar, rabiscar, desenhar, brincar com argila, cantar, dançar e etc..
Às vezes as crianças conseguem trabalhar sentimentos inconscientes no trabalho
de arte, seja pelo simples movimento físico de espalhar tinta na página, que pode
servir para liberar a tensão.
Os terapeutas, há muito tempo usam os desenhos das crianças para tentar
descobrir as suas emoções. Os professores de E.I geralmente não tem formação
para essa habilidade, e é importante ter cuidado para não interpretar demais os
trabalhos das crianças.
27. Uma criança pode estar usando muita tinta vermelha e preta em uma pintura
porque está se sentindo deprimida, com raiva ou porque realmente gosta de
cores fortes! Ela pode se desenhar pequenina quando desenha sua família porque
se sente pequena e insignificante ou porque apenas achava que não havia
deixado espeço suficiente na página. Não se preocupe em interpretar os desenhos
das crianças, embora você possa guardar alguns. A arte é terapêutica. Ela tem
valor em si, sem nenhuma interpretação, é divertida, cria artes bonitas e dá uma
ótima sensação!
Para crianças submetidas a estresse, a pintura muitas vezes é uma libertação
bastante satisfatória. Tente manter essa atividade artística disponível como opção
diária
28. Atividades com marcenaria: Bater e fazer barulho de maneira aceitável pode aliviar
a tensão física causada pelo estresse e bater na bancada pode ser um
redirecionamento satisfatório quando uma criança sente-se inclinada a bater em
outra pessoa.
29. Música: Nela as crianças podem demonstrar emoções sem precisarem usar
palavras. Sem contar, que a musica desenvolve a sensação de fazer parte de um
grupo. Cantar é algo que as pessoas fazem juntas. Quando as crianças sabem a
letra das mesmas canções e cantam juntas, sentem que fazem parte do mesmo
grupo. Essa é uma razão para deixa-las cantarem a mesma canção repetidamente
ao longo do ano.
30. Ler um livro sobre um tema que você sabe que está afetando uma criança pode
ser a maneira ideal de iniciar uma conversa sem invadi-la.
Os livros podem ajudar as crianças a descobrir que não são os únicos a ter um
determinado problema. E elas podem se sentir aliviadas ao saber disso.
31. Fantoches: É incrível tudo que uma criança pode contar a um fantoche! Uma
criança tímida às vezes fala mais livremente por meio de um fantoche, pois os
olhos de todos estão voltados para o fantoche, e não para ela. Uma criança
medrosa ou preocupada talvez consiga expressar seus temores por meio do
fantoche.
O fantoche também pode conversar com uma criança de cada vez. Às vezes, as
crianças contam aos fantoches coisas que têm medo ou relutam para contar a
uma pessoa. Usar fantoches dessa forma é especialmente proveitoso ao trabalhar
com crianças em crise.