Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Trabalho Final de Didática - 2013.1
1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Centro de Ciências Humanas e Sociais – CCH
Departamento de História
Salvador Correia de Sá e Benevides e a Luta
de reconquista pela Angola – Séc. XVII (1648)
Terceiro ano do Ensino Médio
Disciplina: Didática
Professora: Rachel Colacique
Aluno: Bruno Corrêa de Sá e Benevides
2. Brasil no Século XVII
Capitanias Hereditárias
As capitanias foram uma forma de
administração territorial do império
português pela qual a Coroa, com recursos
limitados, delegou a tarefa de colonização
e exploração de determinadas áreas a
particulares, através da doação de lotes de
terra, sistema utilizado inicialmente com
sucesso na exploração das ilhas atlânticas.
No Brasil, este sistema ficou conhecido como capitanias hereditárias, tendo vigorado, sob diversas
formas, durante o período colonial, do início do século XVI até ao século XVIII, quando o sistema de
hereditariedade foi extinto pelo Marquês de Pombal, em 1759.
3. Brasil no Século XVII – Governo Geral
Com a finalidade de centralizar administrativamente a
organização da Colônia, o rei de Portugal resolveu criar,
em 1548, o Governo Geral.
Para tanto, resgatou dos herdeiros a capitania da Bahia
de Todos os Santos, transformando-a na primeira
capitania real ou da Coroa, sede do Governo Geral.
Esta medida não implicou a extinção das capitanias
hereditárias e até mesmo outras foram implantadas,
como a de Itaparica, em 1556, e a do Recôncavo
Baiano, em 1566.
No século XVII continuaram a ser criadas capitanias
hereditárias para estimular a ocupação do Estado do
Maranhão.
Tomé de Sousa, o primeiro
governador do Brasil, chegou em
1549 e fundou a cidade de
Salvador, a primeira da Colônia.
4. Capitania do Rio de Janeiro
A Capitania Real do Rio de Janeiro foi o nome dado,
em 1567, a secção mais setentrional da Capitania de
São Vicente, que tinha como limites pontos litorâneos
hoje ocupados por Macaé (Rio de Janeiro), ao norte,
e Caraguatatuba (São Paulo), ao sul.
Esta parcela mais ao norte da Capitania de São
Vicente havia sido abandonada por seu donatário,
Martim Afonso de Sousa, que nunca se interessou em
seu povoamento.
Com a primeira fundação da cidade de São Sebastião
do Rio de Janeiro, reverteu para a Coroa como
Capitania Real do Rio de Janeiro, tendo como
primeiro mandatário Estácio de Sá (1565-1567).
5. Governadores da Coloniais da Capitania do Rio de Janeiro
1565 - 1808
PERÍODO GOVERNADORES DO RIO DE JANEIRO
(SÉCULOS XVI, XVII E XVIII)
1565-1567 Estácio de Sá (fundador da cidade)
1567-1568 Mem de Sá (governador-geral)
1569-1572 Salvador Correia de Sá (1ª vez)
1573-1575 Cristovão de Barros
1576-1577 Antônio Salema
1577-1599 Salvador Correia de Sá (2ªvez)
1599-1602 Francisco de Mendonça e Vasconcelos
1602-1608 Martim de Sá (1ªvez)
1608-1614 Afonso de Albuquerque
1614-1617 Constantino Menelau
1617-1620 Rui Vaz Pinto
1620-1623 Francisco Fajardo
1623-1632 Martim de Sá (2ªvez)
1633-1637 Rodrigo de Miranda Henriques
1637-1642 Salvador Correia de Sá e Benevides (1ªvez)
1642-1643 Duarte Correia Vasqueanes (interino)
1643-1644 Luís Barbalho Bezerra
1644-1645 Francisco de Souto Maior
1645-1648 Duarte Correia Vasqueanes (1ªvez)
1648 Salvador Correia de Sá e Benevides (2ªvez)
1648-1649 Duarte Correia Vasqueanes (interino)
1649-1651 Salvador de Brito Pereira
1651-1652 Antônio Galvão (interino)
1652-1657 D. Luís de Almeida Portugal
1657-1659 Tomé Correia de Alvarenga
1659-1660 Salvador Correia de Sá e Benevides (3ªvez)
(…).
Para ver lista completa dos governadores, acessar:
http://www0.rio.rj.gov.br/arquivo/pdf/governantes/gov_rio_de_janeiro_1.pd
f
6. Salvador Correia de Sá e Benevides –
Governador da Capitania do Rio de Janeiro
Salvador Correia de Sá e Benevides, Governador da
cidade do Rio de Janeiro, como visto na lista anterior.
Foi filho de Martim Correia de Sá, que descendia da família dos
fundadores do Rio de Janeiro, Mem de Sá e Estácio de Sá.
De regresso a Portugal, em 1643 foi nomeado almirante das frotas do
Brasil e membro do Conselho Ultramarino.
Foi por três vezes nomeado a Governador da Capitania do Rio de Janeiro.
Em 1647 comandou a frota que reconquistou Angola e São Tomé e
Príncipe para Portugal, para resolver a questão da ocupação holandesa em
África, sendo nomeado governador de Angola.
Em 1662 superou a chamada Revolta da Cachaça, no Rio de Janeiro. No
ano seguinte regressou a Portugal, onde se manteve até a morte como um
membro do Conselho Ultramarino.
7. Mais um pouco sobre Salvador Benevides….
Mapa do Rio de Janeiro, séc. XVII
Salvador Correia de Sá e Benevides faleceu no dia 1 de Janeiro de 1688 e jaz sepultado na sacristia do
Convento das Carmelitas Descalças de Nossa Senhora dos Remédios4 , em Lisboa.
Filho de:
Martim Correia de Sá e de D. Maria de Mendoza y Benavides, espanhola, filha de D. Manuel de
Benavides (alcaide-mor e castelão da Fortaleza de Santa Catarina da Ilha de Cadiz).
Casou em La Rioja (atual Argentina), com:
D. Juana Catalina Ramirez de Ugarte y Velasco rica viúva "criolla" (espanhola nascida na América), filha
de D. Pedro Ramirez de Velasco, sobrinha de D. Luís de Velasco, Vice-Rei do México e, por duas vezes,
do Peru.
Tiveram seis filhos, dos quais dois ficaram famosos:
- Martim Correia de Sá e Benevides Velasco (6 de junho de 1639 - 28 de outubro de 1678) que lutou com
o pai em Angola e foi feito 1º Visconde de Asseca;
- João Correia de Sá, Marechal de Campo, com importantes serviços prestados no Brasil e na Índia;
- Salvador Correia de Sá, morto jovem;
- o padre jesuíta Sebastião de Sá;
- D. Teresa Velasco.
- Domingos Correia de Sá e Benevides c.c. Isabel de Sequeiros y Vilhena, bp Lisboa
8. Colônia portuguesa de Angola
Mapa de Luanda, Angola.
Antes de tratar sobre a luta de reconquista de Angola, é necessário fazer algumas
considerações sobre o tráfico negreiro, e sua importância para o comércio de cana-de-açúcar.
Em Angola foram estabelecidas feitorias, cujos principais objetivos eram explorar
comercialmente as riquezas locais e formar monopólios comerciais controlados pela coroa,
sendo o ouro, o marfim e os escravos os principais monopólios portugueses na África;
O motivo para o início do tráfico negreiro no Brasil foi a produção de cana-de-açúcar. Os
escravos eram utilizados como mão-de-obra no Nordeste. Vistos como um bem material, eles
podiam ser trocados, leiloados ou vendidos em caso de necessidade.
9. Conquista de Angola pelos Holandeses
• Em maio de 1641, os holandeses enviam direto do Recife, uma frota composta por vinte e um navios e três mil homens com o
objetivo de tomar dos portugueses a cidade de São Paulo de Luanda, em Angola.
• Após levar dez semanas em uma travessia complicada do Atlântico, os holandeses atingiram a costa africana e procuravam a
entrada da baía de Luanda.
• Foi somente neste momento que o comandante Jol descobriu que ninguém, em toda sua frota, conhecia a localização exata da
entrada desta baía.
• Depois de algum tempo de indecisão vagueando pela costa africana, Jol se alegrou ao ver que dois de seus navios haviam
apreendido o Jesus Maria José, navio mercante que vinha abastecer Luanda com 160 pipas de vinho.
• A grande sorte de Jol foi que, o capitão desta embarcação, um espanhol, não só lhe indicou a localização exata da entrada da
baía de Luanda, mas também o ponto ideal em que os holandeses deveriam desembarcar, numa praia localizada à meia
distância de dois fortes onde os canhões não poderiam atingi-los.
10. A Luta pela Reconquista!
Tropas, navios e munição em quantidades suficientes para o socorro da
África Central não poderiam sair de Portugal, que continuava em guerra de
fronteira com a Espanha e guerra marítima com a Holanda. Coube então ao
Rio de Janeiro e às capitanias adjacentes – principais interessadas no
restabelecimento do tráfico negreiro – a tarefa de fornecer gente e petrechos,
“pois todo o Brasil necessita de escravos para seu remédio”.
É Salvador Correia de Sá e Benevides (1602-1688) quem conduz, em maio
de 1648, a frota luso-brasílica que reconquistará Angola. Composta de onze
naus e quatro patachos, com quase dois mil homens, a expedição é
financiada em 70% por fundos coletados junto aos negreiros e
fazendeiros fluminenses.
A partir daí, a presença brasílica afirma-se na África Central. Depois da
independência, Angola continua sob influência brasileira, e desde 1823 fala-se da
presença em Luanda, e sobretudo em Benguela, de um “partido brasileiro”,
que joga as cartas dos interesses negreiros dos escravistas do Império do Brasil
contra a política colonial portuguesa.
11. Para refletir:
Exclusivo (pacto) Colonial
Pacto Colonial, uma realidade ou não?
Salvador e Benevides pode ser visto, segundo uma corrente de historiadores, como um exemplo de
quebra de paradigma, uma vez que traça contornos diferentes do conceito do “Pacto Colonial”.
A partir dele, podemos perceber que a elite local possuía força de decisão e era bastante
participativa, inclusive realizando comércio de produtos com outras colônias e colônias de outros
reinos, fato inimaginável para aqueles que acreditam na esterilidade do Pacto Colonial.
12. Atividade Final
Em dupla, após a apresentação do conteúdo, repense e responda a
seguinte perguntas:
1.Pacto colonial, uma realidade ou não?
2.Qual a importância de Angola para a indústria açucareira?
3.Por que Salvador e Benevides investiu na luta de Reconquista de
Angola?
4.É possível, no estudo da História, existirem duas versões para o
mesmo acontecimento? O que você acha?