"Interdisciplinaridade não é ciência, nem ciência das ciências, mas é o ponto de encontro entre o movimento de renovação da atitude frente aos problemas de ensino e pesquisa e a aceleração do conhecimento científico. Também não é uma panacéia que garantirá um ensino adequado, ou um saber unificado mas um ponto de vista que permite uma reflexão aprofundada, crítica e salutar sobre o funcionamento do mesmo. Podemos dizer que é a possibilidade de eliminação do hiato existente entre a atividade profissional e a formação escolar".*
É condição de volta ao mundo vivido e recuperação da unidade pessoal, pois, o grande desafio está na tomada de consciência sobre o sentido da presença do Ser humano no mundo, portanto, requer uma mudança de postura na relação metodológica entre quem ensina e quem aprende, com um método científico, que leve em conta os pressupostos de substituição de uma concepção fragmentária, pela concepção unitária de Ser humano no sentido da recuperação da totalidade.
Com a finalidade de estabelecer uma articulação entre o universo epistemológico e o universo pedagógico, procura-se verificar o valor, a utilidade, a aplicabilidade da interdisciplinaridade no ensino, bem como seus obstáculos e possibilidades de efetivação. Para tanto, faz-se necessário a eliminação das barreiras entre as disciplinas e entre os profissionais que pretendem se envolver nesse Projeto.
A análise do documento "Projeto Pedagógico da ETFSP", face aos seus referenciais teórico-metodológicos nele apontados, revelou-se uma urgente necessidade de maior elucidação referente à integração e interdisciplinaridade, na tentativa de buscar-se um novo debate sobre o Ser humano-cidadão que se pretende construir, e com a consciência efetiva de uma educação permanente.
Ao lado desse compromisso com o Projeto, está a tentativa de superação gradativa dos principais obstáculos à efetivação do trabalho interdisciplinar, sendo que o mais importante seria o estabelecimento de uma consciência crítica sobre o valor e significado do mesmo, bem como uma orientação segura de como iniciá-lo.
A esse respeito, já nos alertava B. Brecht: "Não somos nós quem dominamos as coisas. São elas que nos dominam".
Utilidade, Valor e Aplicabilidade da Interdisciplinaridade.
1. Utilidade, Valor e Aplicabilidade
da Interdisciplinaridade
Capitulo II
Disciplina: Prática V
Professor (a): Andréia
Bruno Djvan Ramos Barbosa
José Henrique Bernardino
Rodrigo Moura e Silva
3. • Processo de integração recíproca entre as
disciplinas e campos de conhecimento.
Constitui uma associação de disciplinas,
por conta de um projeto ou de um objeto
que lhes sejam comuns.
• Inter (entre) disciplinas, ou seja, estudos
realizados sobre o mesmo tema em áreas
diferentes.
4. Interdisciplinaridade:
• Envolve mais de uma disciplina;
• Adota uma perspectiva teórico-metodológica
comum para as disciplinas envolvidas;
• Promove a integração dos resultados
obtidos;
• Busca a solução dos problemas através da
articulação de disciplinas pelos seus
representantes;
• Os interesses próprios de cada disciplina são
preservados.
5. O uso da metodologia
interdisciplinar
• Quando falamos em interdisciplinaridade,
estamos de algum modo nos referindo a uma
espécie de interação entre as disciplinas ou
áreas do saber. ( CARLOS, et. al.);
• Devemos cuidar para perceber os diferentes
níveis de interação, que dependendo do grau
de diálogo existente entre as disciplinas,
podem assumir os níveis de Multi, Pluri e
Transdisciplinaridade.
6. • Multidisciplinaridade:
• Mais de uma disciplina; aparentemente,
não tem relação uma com a outra; cada
disciplina permanece com sua
metodologia própria; não há um resultado
integrado.
7. • Plurisciplinaridade:
• Sistema de um só nível e de objetivos múltiplos;
cooperação mas sem coordenação; há troca
entre elas, ainda que não seja organizada;
propõe estudar o mesmo objeto em várias
disciplinas ao mesmo tempo. Sua finalidade
ainda é “multidisciplinar”.
8. • Transdisciplinaridade:
• Etapa superior a interdisciplinaridade; não
atinge apenas as interações ou reciprocidades,
mas situa essas relações no interior de um
sistema total; interação global das várias
ciências; inovador; não é possível separar as
matérias.
10. • Os PCN’s por exemplo, propõem pensar o
ensino e a organização do currículo na
escola brasileira, considerando a construção
do conhecimento por parte do aluno e o
desenvolvimento de competências
necessárias para entender e intervir na sua
realidade.
• Para que isso aconteça, os documentos
sugerem um ensino contextualizado e
interdisciplinar, possibilitando fazer relações
entre as diferentes áreas do conhecimento.
11. Metodologia do trabalho
interdisciplinar implica em:
1. Integração de conteúdos e interação dos sujeitos
envolvidos com a socialização e construção do
saber;
2. Um professor, mediador, humanizado, formador
e agente de inclusão social;
3. Passar de uma concepção fragmentária para
uma concepção unitária do conhecimento;
4. Superar a dicotomia entre o ensino e pesquisa,
considerando o estudo e a pesquisa, a partir da
contribuição das diversas ciências;
5. Ensino e aprendizagem centrado numa visão de
que aprendemos ao longo de toda a vida.
12. • Muita gente acha, porém, que basta falar
sobre o mesmo assunto para trabalhar de
forma interdisciplinar.
13. • Ao utilizar os conhecimentos de outras áreas
que não são de seu conhecimento, você
pode encontrar dificuldades.
• Mas aprender com os colegas é uma das
grandes vantagens dessa prática, que
estimula a pesquisa, a curiosidade e a
vontade de ir aos detalhes para entender que
o mundo não é disciplinar / fragmentado.
14. A realidade é um banco de ideias
O caminho mais seguro para fazer a relação entre
as disciplinas é se basear em uma situação real.
Os transportes ou as condições sanitárias do
bairro, por exemplo, são temas que rendem
desdobramentos em várias áreas.
Isso não significa carga de trabalho além da
prevista no currículo: A abordagem interdisciplinar
permite que conteúdos que você daria de forma
convencional, seguindo um livro didático, sejam
ensinados e aplicados na prática o que dá sentido
ao estudo.
15. • Para que a dinâmica dê certo, planejamento e
sistematização são fundamentais.
• Ainda mais se muitos professores vão participar.
É preciso tempo para reuniões, em que se
decide quando os conteúdos previstos serão
dados para que uma disciplina auxilie a outra.
17. 1) Um grupo de mãos dadas para ensinar:
• Quando o apagão de 2001 forçou milhões de
brasileiros a reduzir o consumo de energia
elétrica, a professora de Ciências Maria Lúcia
Sanches Callegari, do Colégio Santa Maria, em
São Paulo.
• Fez uma proposta ás 5º séries: construir um
aquecedor solar. Logo a ideia despertou o
interesse de outras cinco professoras para o
trabalho coletivo, montaram um projeto conjunto,
que vem se repetindo anualmente.
19. • A professora de Geografia trabalhou o clima brasileiro e
conceitos de orientação utilizando a bússola.
• A de Matemática pediu uma pesquisa sobre o consumo de
energia dos eletrodomésticos e explorou conceitos de
proporção ao calcular o tamanho das placas solares de
acordo com o volume das caixas d’água.
• Em História, foram resgatados os motivos econômicos que
causaram a degradação do meio ambiente brasileiro.
• Nas aulas de Ciências, os estudantes pesquisaram as fontes
de energia no país e quais alternativas apresentam menos
impacto ambiental.
• Em Língua Portuguesa, os alunos elaboraram questionários
para entrevistar as famílias que receberiam o equipamento.
• As avaliações também são formuladas de maneira
interdisciplinar.
20. Utilidade:
desenvolver trabalhos de integração dos conteúdos
de uma disciplina com outras áreas de conhecimento
é uma das propostas apresentadas pelos PCN`s que
contribui para o aprendizado do aluno.
Valor:
combinação de atividades do professor e dos alunos.
O conhecimento dos princípios e diretrizes, métodos,
procedimentos e outras formas organizativas.
Aplicabilidade:
implica na articulação de ações disciplinares que
buscam um interesse em comum. Dessa forma, só
será eficaz se for uma maneira eficiente de se atingir
metas educacionais previamente estabelecidas e
compartilhadas pelos atores da unidade escolar.