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Oficio 015/2015
Em, 27 de outubro de 2015.
Senhora secretária,
A família Hermes Nascimento, por iniciativa de Eros Nascimento (filho
casula), amigos e admiradores do poeta, instituiu uma Comissão formada por
Eros Nascimento, Ana Cláudia da Silva Ribeiro, Gilson Mattos, Auricélia
Camacho e o Jornalista Aguinaldo Silva, para promover o resgate e a vivencia da
história e do Legado do poeta, visando tirá-lo do ostracismo em que se encontra.
A comissão já recolheu assinaturas em um abaixo assinado, e o encaminhou a
prefeitura local, visando promover o resgate da história e do legado deixado pelo
poeta. O documento reivindica ainda o encaminhamento de projetos de lei
denominando de Hermes Nascimento, uma artéria e uma praça da cidade, a
instituição do Ano Cultural Hermes Nascimento, a publicação de sua
autobiografia, por ele concluída em 1995 e ainda não publicada, bem como, o
pagamento dos direitos autorais do Hino Oficial de Cabedelo, de autoria do
poeta.
Diante do exposto, solicitamos de vossa senhoria, a instituição do ANO
CULTURAL HERMES NASCIMENTO para que possamos fazer justiça a um
poeta cabedelense que tanto se dedicou as artes, a cultura e a literatura desta
cidade. Encaminhamos informações sobre os feitos artísticos, culturais e
literários do poeta para subsidiar vossa pesquisa. E, nos colocamos a sua
disposição, através do celular 83 98783-4334, para dirimir quaisquer dúvidas que
por ventura venha a surgir.
Sem mais para o momento, confiamos em seus préstimos e aguardamos
seus encaminhamentos.
Atenciosamente,
________________________
Eros do Nascimento
Filho do poeta
CLECY ALVES VASCONCELOS
SECRETÁRIO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO
CABEDELO - PB
HERMES NASCIMENTO
Seu legado e sua história
Nascido em 09/07/1927, na cidade de Cabedelo, Hermes Nascimento faleceu
com 74 anos, em 13/10/2001, vítima de falência múltipla dos órgãos, provocada
por complicações renais que lhe rendeu uma forte anemia. Grande incentivador
da cultura popular, Hermes produziu e deixou uma excelente contribuição a
cultura da cidade portuária paraibana. Foi o autor do Hino Oficial de Cabedelo,
poeta, cordelista, folclorista, romancista e ator. Publicou vários cordéis, com
destaque para: “Cacique Arinê sua vida e sua história” e “Meus Poemas na visita
pastoral”.
Em 1952, foi o responsável por resgatar a Nau Catarineta que estava parada
desde 1941. Mesmo doente, ainda ajudou Tadeu Patrício em um novo resgate da
barca no ano de 2000/2001, repassando seus conhecimentos e as melodias aos
participantes desta nova formação. “Mesmo com a saúde precária, dificultando
até minhas caminhadas, eu não vou medir esforços para levar em frente o
trabalho da Nau Catarineta, uma das manifestações mais ricas da nossa cultura
popular.” Disse Hermes em entrevista a um jornal local naquele momento.
Alem da Nau, o folclorista foi responsável pela fundação de grupos de ciranda e
coco-de-roda em Cabedelo. Na ciranda pode ser classificado como um inovador.
“Pesquisei muito sobre a ciranda e criei uma nova coreografia, sem sair de sua
origem”. Dizia ele. Hermes levou o folclore nordestino e a barca cabedelense
para o Rio de Janeiro, onde morou durante 12 anos. Trabalhou como palhaço em
um circo. Fez algumas participações em novelas e no Sitio do Pica-pau Amarelo
na Rede Globo, onde também atuou.
Como ator ele participou dos filmes Fogo Morto, Cortejo Fúnebre e A Bagaceira.
Assim como, nas telenovelas À Sombra dos Laranjais, Espelho Mágico, Nina e
Pai Herói. Além de várias peças teatrais, dentre elas o Cavalo Azul.
Foi fundador e presidente do Centro de Tradições Populares de Cabedelo que
funcionava na Rua Monte Castelo, 47 – Cabedelo. De próprio punho, deixou
registrados dois manuscritos. Um deles, “Nau Catarineta de Cabedelo
1910/1952” que, por iniciativa de Maria Ignez Novais Ayala, foi publicado com
recursos do FIC em 2004. O outro é uma autobiografia ainda não publicada,
denominada por ele de “História e Vida Memória de um Folclorista”, concluída
por ele em 1995 e que a família busca apoios para publicá-la.
Mesmo com toda sua obra e contribuição as artes e a cultura do município de
Cabedelo, Hermes morreu pobre e amargando um enorme ostracismo. Sua obra,
sua história, seu legado e sua família, continuam esquecidos até o momento. Por
iniciativa do filho caçula, Eros Nascimento, a família se move para resgatar a sua
memória, sua historia, sua arte e seu legado a cultura e as artes.
A história do Hino Oficial de Cabedelo é a história da persistência do poeta que
lotou de 1974 a 1992 pelo reconhecimento de sua criação: o símbolo sonoro
oficial de Cabedelo. O hino foi criado atendendo a um pedido do então prefeito
Francisco Xavier Borges de Sousa, que procurou um poeta da cidade para criar o
hino oficial. Hermes produziu a letra “Ode à cidade de Cabedelo” que foi
musicada pelo então diretor da Central de Música da Paraíba, Maestro Maurício
M. Gurgel.
O primeiro projeto de lei criando oficialmente o Hino Oficial do município de
Cabedelo foi encaminhado a câmara pelo prefeito Francisco Xavier, mas, foi
bombardeado pela oposição sistemática dos vereadores da época. O Hino chegou
a ser gravado em fita cassete, cantado pelo coral da Igreja Batista, sobre a
regência da Maestrina Auricélia Camacho, acompanhado por uma banda na sua
primeira exibição pública, cerimônia de posse do prefeito Francisco Figueiredo
de Lima. O projeto permaneceu engavetado na câmara de 1974 à 1983.
Por iniciativa do Vereador Benedito Ribeiro (Benedito Vaca Brava), o assunto
volta a ser discutido no final de 83. Uma nova propositora foi apresentada pelo
edil tentando instituir o hino criado por Hermes Nascimento e, mas uma vez, o
projeto ficou engavetado. O mesmo aconteceu com a iniciativa da então
vereadora Raimunda Landeslau Dornelas que apresentara em 20/04/1985, um
requerimento solicitando a instituição do hino oficial da cidade. Argemiro Souto
Maior, presidente da casa, através da portaria 24/85 de 12/11/1985, resolve criar
uma comissão especial, composta pelos vereadores Devid Diniz, Alberto Mágno
e Edna Nascimento, para apresentarem parecer sobre a instituição do hino em
tramitação naquela casa. O requerimento da vereadora não foi atendido e o
assunto permaneceu adormecido até 1990.
Em 16/11/1990, um novo projeto foi lido em plenário. Desta vez, por iniciativa
do vereador Manoel Ferreira da Silva que protocolou o PL 024/90, visando
instituir o hino. O mesmo foi aprovado em única discussão no dia 28/04/1992. O
projeto deu origem a Lei 657/92, sancionada pelo prefeito Sebastião Plácido de
Almeida e publicada no Diário Oficial do Estado em 28/05/1992. A letra do hino
oficial de Cabedelo, de autoria do saudoso Hermes Nascimento foi registrada no
Livro B-223 sob o número 68.589 em 29/03/1993, no Cartório Toscano de Brito.
Um “Termo de Cessão de Direitos Autorais” foi lavrado e assinado pelo então
prefeito José Francisco Régis e o autor da obra, Hermes Nascimento, em 23 de
abril de 1993. Pelo instrumento de cessão, Hermes se compromete em averbar
sua obra em cartório e a ceder a prefeitura de Cabedelo, por tempo
indeterminado, seus direitos sobre ela, mediante o pagamento de Cr$
15.000.000,00 (quinze milhões de cruzeiros), em uma única vez, no máximo 10
dias após a assinatura do referido termo, bem como, remuneração por um período
de sessenta (60) anos, a contar de 23/04/1993 à 23/04/2053, como indenização
pela utilização do hino criado por Hermes.
Segundo Hermes declarou em entrevista antes de falecer, Zé Régis ainda se
comprometeu em lhe construir uma casa para abrigar sua família. “Até o
momento não recebi nenhum tostão de meus direitos autorais, ficou só na
palavra! Terminou o mandato e ele não me deu nem a casa que prometeu para me
abrigar com meus familiares”. Cobrou Hermes se lembrando da promessa do
prefeito, em entrevista antes de falecer.
Hermes foi casado com Dona Lindalva do Nascimento com quem teve treze
filhos, dez deles ainda estão vivos e morando na cidade. A viúva conta que, no
governo de Dr. Junior, foi contemplada com uma casinha, onde reside com dois
filhos, nora e netos. Um dos filhos que com ela habita, está acometido de uma
doença que lhe tirou a visão. Segundo dona Lindalva, a casa que lhe foi doada é
fruto de um programa habitacional da PMC e de tão pequena, não acomoda a
contento, os parentes que moram com ela. Confidencia que às vezes sente-se
envergonhada ao receber visitas ilustres.
A cidade portuária e até o Estado da Paraíba, tem o dever de resgatar a história, a
memória e a obra de Hermes Nascimento, bem como, a dignidade e a auto-estima
de sua família. Este esquecimento e ostracismo não refletem a grandeza do
grande criador, incentivador e divulgador da cultura popular e local, que foi o
cabedelense Hermes Nascimento.
A família Hermes Nascimento, por iniciativa de Eros Nascimento (filho
casula), amigos e admiradores do poeta, instituiu uma Comissão formada por
Eros Nascimento, Ana Cláudia da Silva Ribeiro, Gilson Mattos, Auricélia
Camacho e o Jornalista Aguinaldo Silva, para promover o resgate e a vivencia da
história e do Legado do poeta, visando tirá-lo do ostracismo em que se encontra.
A comissão já recolheu assinaturas em um abaixo assinado, e o encaminhou a
prefeitura local, visando promover o resgate da história e do legado deixado pelo
poeta. O documento reivindica ainda o encaminhamento de projetos de lei
denominando de Hermes Nascimento, uma artéria e uma praça da cidade, a
instituição do Ano Cultural Hermes Nascimento, a publicação de sua
autobiografia, por ele concluída em 1995 e ainda não publicada, bem como, o
pagamento dos direitos autorais do Hino Oficial de Cabedelo, de autoria do
poeta.
“Hermes é então um personagem
interessantíssimo de sua própria obra, nesse nosso
país desmemoriado, de cavalos criados a alfafa e mel,
cujos tratadores passam fome, da exploração do
trabalho e tantas outras mazelas aparentemente
incuráveis, por mais que os anos passem”. Disse João
Eduardo Cardoso Lourenço, quando prefaciou a autobiografia que nunca foi
publicada, a pedido de Hermes.
COMISSÃO:
Eros do Nascimento
Ana Cláudio da Silva Ribeiro
Gilson Mattos
Auricélia Camacho
Aguinaldo Silva.

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  • 1. Oficio 015/2015 Em, 27 de outubro de 2015. Senhora secretária, A família Hermes Nascimento, por iniciativa de Eros Nascimento (filho casula), amigos e admiradores do poeta, instituiu uma Comissão formada por Eros Nascimento, Ana Cláudia da Silva Ribeiro, Gilson Mattos, Auricélia Camacho e o Jornalista Aguinaldo Silva, para promover o resgate e a vivencia da história e do Legado do poeta, visando tirá-lo do ostracismo em que se encontra. A comissão já recolheu assinaturas em um abaixo assinado, e o encaminhou a prefeitura local, visando promover o resgate da história e do legado deixado pelo poeta. O documento reivindica ainda o encaminhamento de projetos de lei denominando de Hermes Nascimento, uma artéria e uma praça da cidade, a instituição do Ano Cultural Hermes Nascimento, a publicação de sua autobiografia, por ele concluída em 1995 e ainda não publicada, bem como, o pagamento dos direitos autorais do Hino Oficial de Cabedelo, de autoria do poeta. Diante do exposto, solicitamos de vossa senhoria, a instituição do ANO CULTURAL HERMES NASCIMENTO para que possamos fazer justiça a um poeta cabedelense que tanto se dedicou as artes, a cultura e a literatura desta cidade. Encaminhamos informações sobre os feitos artísticos, culturais e literários do poeta para subsidiar vossa pesquisa. E, nos colocamos a sua disposição, através do celular 83 98783-4334, para dirimir quaisquer dúvidas que por ventura venha a surgir. Sem mais para o momento, confiamos em seus préstimos e aguardamos seus encaminhamentos. Atenciosamente, ________________________ Eros do Nascimento Filho do poeta CLECY ALVES VASCONCELOS SECRETÁRIO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO CABEDELO - PB
  • 2. HERMES NASCIMENTO Seu legado e sua história Nascido em 09/07/1927, na cidade de Cabedelo, Hermes Nascimento faleceu com 74 anos, em 13/10/2001, vítima de falência múltipla dos órgãos, provocada por complicações renais que lhe rendeu uma forte anemia. Grande incentivador da cultura popular, Hermes produziu e deixou uma excelente contribuição a cultura da cidade portuária paraibana. Foi o autor do Hino Oficial de Cabedelo, poeta, cordelista, folclorista, romancista e ator. Publicou vários cordéis, com destaque para: “Cacique Arinê sua vida e sua história” e “Meus Poemas na visita pastoral”. Em 1952, foi o responsável por resgatar a Nau Catarineta que estava parada desde 1941. Mesmo doente, ainda ajudou Tadeu Patrício em um novo resgate da barca no ano de 2000/2001, repassando seus conhecimentos e as melodias aos participantes desta nova formação. “Mesmo com a saúde precária, dificultando até minhas caminhadas, eu não vou medir esforços para levar em frente o trabalho da Nau Catarineta, uma das manifestações mais ricas da nossa cultura popular.” Disse Hermes em entrevista a um jornal local naquele momento. Alem da Nau, o folclorista foi responsável pela fundação de grupos de ciranda e coco-de-roda em Cabedelo. Na ciranda pode ser classificado como um inovador. “Pesquisei muito sobre a ciranda e criei uma nova coreografia, sem sair de sua origem”. Dizia ele. Hermes levou o folclore nordestino e a barca cabedelense para o Rio de Janeiro, onde morou durante 12 anos. Trabalhou como palhaço em um circo. Fez algumas participações em novelas e no Sitio do Pica-pau Amarelo na Rede Globo, onde também atuou. Como ator ele participou dos filmes Fogo Morto, Cortejo Fúnebre e A Bagaceira. Assim como, nas telenovelas À Sombra dos Laranjais, Espelho Mágico, Nina e Pai Herói. Além de várias peças teatrais, dentre elas o Cavalo Azul. Foi fundador e presidente do Centro de Tradições Populares de Cabedelo que funcionava na Rua Monte Castelo, 47 – Cabedelo. De próprio punho, deixou registrados dois manuscritos. Um deles, “Nau Catarineta de Cabedelo 1910/1952” que, por iniciativa de Maria Ignez Novais Ayala, foi publicado com recursos do FIC em 2004. O outro é uma autobiografia ainda não publicada, denominada por ele de “História e Vida Memória de um Folclorista”, concluída por ele em 1995 e que a família busca apoios para publicá-la. Mesmo com toda sua obra e contribuição as artes e a cultura do município de Cabedelo, Hermes morreu pobre e amargando um enorme ostracismo. Sua obra, sua história, seu legado e sua família, continuam esquecidos até o momento. Por iniciativa do filho caçula, Eros Nascimento, a família se move para resgatar a sua memória, sua historia, sua arte e seu legado a cultura e as artes.
  • 3. A história do Hino Oficial de Cabedelo é a história da persistência do poeta que lotou de 1974 a 1992 pelo reconhecimento de sua criação: o símbolo sonoro oficial de Cabedelo. O hino foi criado atendendo a um pedido do então prefeito Francisco Xavier Borges de Sousa, que procurou um poeta da cidade para criar o hino oficial. Hermes produziu a letra “Ode à cidade de Cabedelo” que foi musicada pelo então diretor da Central de Música da Paraíba, Maestro Maurício M. Gurgel. O primeiro projeto de lei criando oficialmente o Hino Oficial do município de Cabedelo foi encaminhado a câmara pelo prefeito Francisco Xavier, mas, foi bombardeado pela oposição sistemática dos vereadores da época. O Hino chegou a ser gravado em fita cassete, cantado pelo coral da Igreja Batista, sobre a regência da Maestrina Auricélia Camacho, acompanhado por uma banda na sua primeira exibição pública, cerimônia de posse do prefeito Francisco Figueiredo de Lima. O projeto permaneceu engavetado na câmara de 1974 à 1983. Por iniciativa do Vereador Benedito Ribeiro (Benedito Vaca Brava), o assunto volta a ser discutido no final de 83. Uma nova propositora foi apresentada pelo edil tentando instituir o hino criado por Hermes Nascimento e, mas uma vez, o projeto ficou engavetado. O mesmo aconteceu com a iniciativa da então vereadora Raimunda Landeslau Dornelas que apresentara em 20/04/1985, um requerimento solicitando a instituição do hino oficial da cidade. Argemiro Souto Maior, presidente da casa, através da portaria 24/85 de 12/11/1985, resolve criar uma comissão especial, composta pelos vereadores Devid Diniz, Alberto Mágno e Edna Nascimento, para apresentarem parecer sobre a instituição do hino em tramitação naquela casa. O requerimento da vereadora não foi atendido e o assunto permaneceu adormecido até 1990. Em 16/11/1990, um novo projeto foi lido em plenário. Desta vez, por iniciativa do vereador Manoel Ferreira da Silva que protocolou o PL 024/90, visando instituir o hino. O mesmo foi aprovado em única discussão no dia 28/04/1992. O projeto deu origem a Lei 657/92, sancionada pelo prefeito Sebastião Plácido de Almeida e publicada no Diário Oficial do Estado em 28/05/1992. A letra do hino oficial de Cabedelo, de autoria do saudoso Hermes Nascimento foi registrada no Livro B-223 sob o número 68.589 em 29/03/1993, no Cartório Toscano de Brito. Um “Termo de Cessão de Direitos Autorais” foi lavrado e assinado pelo então prefeito José Francisco Régis e o autor da obra, Hermes Nascimento, em 23 de abril de 1993. Pelo instrumento de cessão, Hermes se compromete em averbar sua obra em cartório e a ceder a prefeitura de Cabedelo, por tempo indeterminado, seus direitos sobre ela, mediante o pagamento de Cr$ 15.000.000,00 (quinze milhões de cruzeiros), em uma única vez, no máximo 10 dias após a assinatura do referido termo, bem como, remuneração por um período de sessenta (60) anos, a contar de 23/04/1993 à 23/04/2053, como indenização pela utilização do hino criado por Hermes.
  • 4. Segundo Hermes declarou em entrevista antes de falecer, Zé Régis ainda se comprometeu em lhe construir uma casa para abrigar sua família. “Até o momento não recebi nenhum tostão de meus direitos autorais, ficou só na palavra! Terminou o mandato e ele não me deu nem a casa que prometeu para me abrigar com meus familiares”. Cobrou Hermes se lembrando da promessa do prefeito, em entrevista antes de falecer. Hermes foi casado com Dona Lindalva do Nascimento com quem teve treze filhos, dez deles ainda estão vivos e morando na cidade. A viúva conta que, no governo de Dr. Junior, foi contemplada com uma casinha, onde reside com dois filhos, nora e netos. Um dos filhos que com ela habita, está acometido de uma doença que lhe tirou a visão. Segundo dona Lindalva, a casa que lhe foi doada é fruto de um programa habitacional da PMC e de tão pequena, não acomoda a contento, os parentes que moram com ela. Confidencia que às vezes sente-se envergonhada ao receber visitas ilustres. A cidade portuária e até o Estado da Paraíba, tem o dever de resgatar a história, a memória e a obra de Hermes Nascimento, bem como, a dignidade e a auto-estima de sua família. Este esquecimento e ostracismo não refletem a grandeza do grande criador, incentivador e divulgador da cultura popular e local, que foi o cabedelense Hermes Nascimento. A família Hermes Nascimento, por iniciativa de Eros Nascimento (filho casula), amigos e admiradores do poeta, instituiu uma Comissão formada por Eros Nascimento, Ana Cláudia da Silva Ribeiro, Gilson Mattos, Auricélia Camacho e o Jornalista Aguinaldo Silva, para promover o resgate e a vivencia da história e do Legado do poeta, visando tirá-lo do ostracismo em que se encontra. A comissão já recolheu assinaturas em um abaixo assinado, e o encaminhou a prefeitura local, visando promover o resgate da história e do legado deixado pelo poeta. O documento reivindica ainda o encaminhamento de projetos de lei denominando de Hermes Nascimento, uma artéria e uma praça da cidade, a instituição do Ano Cultural Hermes Nascimento, a publicação de sua autobiografia, por ele concluída em 1995 e ainda não publicada, bem como, o pagamento dos direitos autorais do Hino Oficial de Cabedelo, de autoria do poeta. “Hermes é então um personagem interessantíssimo de sua própria obra, nesse nosso país desmemoriado, de cavalos criados a alfafa e mel, cujos tratadores passam fome, da exploração do trabalho e tantas outras mazelas aparentemente incuráveis, por mais que os anos passem”. Disse João Eduardo Cardoso Lourenço, quando prefaciou a autobiografia que nunca foi publicada, a pedido de Hermes. COMISSÃO: Eros do Nascimento Ana Cláudio da Silva Ribeiro Gilson Mattos Auricélia Camacho Aguinaldo Silva.