Artigoinova o sepesq 2010 alterado

C
Camilla AlécioArquiteto na Universidade Federal de Alagoas en Universidade Federal de Alagoas

processo do projeto

Inovação, Responsabilidade, Criatividade e Sustentabilidade 
Ricardo Libel Waldman 
Doutor em Direito 
Centro Universitário Ritter dos Reis e Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul 
Pesquisador do Grupo Direitos Humanos e Fundamentais: Eficácia e Fundamentação ricardo_waldman@uniritter.edu.br 
Amanda Schüler Bertoni 
Mestranda em Design 
Centro Universitário Ritter dos Reis 
mandasbertoni@gmail.com 
Resumo 
Este trabalho, partindo do pressuposto de que a inovação mais produtiva para uma atividade econômica é aquela que atinge mais aspectos do produto (em sentido amplo, incluindo serviços) e de seus processos, procura incluir, neste contexto, as dimensões da responsabilidade e da sustentabilidade. 
Palavras-chave: inovação, responsabilidade, sustentabilidade. 
Key-words: innovation, responsibility, sustainability. 
1 Introdução 
Este trabalho, partindo do pressuposto de que a inovação mais produtiva para uma atividade econômica é aquela que atinge mais aspectos do produto (em sentido amplo, incluindo serviços) e de seus processos, procura incluir, neste contexto, as dimensões da responsabilidade e da sustentabilidade. 
O método adotado é o dialético, no qual, discute-se um problema a partir do que é geralmente aceito (ARISTÓTELES:1973)
Na seção 2 é discutida a relação entre a inovação e o crescimento da produção, estando o âmbito da inovação e o crescimento da produção em proporção direta. Na seção 3, discute-se a responsabilidade do inovador na civilização tecnológica. Na seção 4 relaciona-se a responsabilidade com a sustentabilidade. Na seção seguinte, analisam-se algumas possibilidades de inovação sustentável. Na seção 6, refuta-se uma provável crítica ao argumento desenvolvido neste trabalho já que aqui não é proposta a redução do consumo. 
2 Inovação e crescimento de produção 
A inovação tecnológica tem sido objeto dos mais amplos estudos. A razão para tanto é que ela é um motor do desenvolvimento, do progresso, o qual tem sido entendido como crescimento da produção (MARQUES; TORRES, 2006), o dinheiro que se investe na inovação, especialmente de parte da iniciativa privada, a qual é normalmente melhor sucedida nestes processos (NELSON; WINTER, 2004), é orientado pelas oportunidades de lucro do setor em que se inova (DOSI, 2006). 
A inovação consiste em colocar em prática, uma primeira vez uma tecnologia, a qual, por sua vez é a aplicação de um conhecimento na realidade concreta, alterando o meio ambiente (GOEMMEL:2010). 
Relevante quanto à teorização a respeito da inovação é que suas conclusões têm sido no sentido de que os incentivos ao crescimento da produção não passam, simplesmente, por arranjos gerais, mas por instituições que, embora sejam influenciadas pelo contexto global, precisam ser organizadas no âmbito local e de acordo com o setor econômico em que se está procurando incentivar a inovação (COSTA, 2006; NELSON; WINTER, 2004). 
Ainda, quanto mais aspectos dos produtos e serviços forem inovadores, mais resultados, no que toca aos ganhos econômicos, a inovação trará (SAHENEY et al., 2007). Pois bem, nossa proposta é que existem muito mais dimensões em que produtos e serviços podem ser inovadores do que os modelos atuais supõem, os quais, se levados em consideração, podem gerar produtos que satisfarão mais ao consumidor e, em consequencia, produzirão mais lucro para a indústria. Estas
dimensões relacionam-se à responsabilidade e à sustentabilidade (neste sentido, também MANZINI; VEZZOLI, 2005 e THACKARA, 2008). Na verdade, inovação, crescimento econômico e sustentabilidade são complementares (POTTS, 2010). 
Aliás, há estudo demonstrando que as empresas que buscaram inovação pela sustentabilidade têm conseguido superar melhor à crise financeira mundial, conseguindo manter e até mesmo aumentando o valor de suas ações no mercado financeiro (MAHLER et al.,2010). Tais empresas possuem algumas das seguintes características: busca continua de inovações verdes, boas práticas de gerenciamento do risco, forte governança corporativa, foco na saúde a longo prazo, em detrimento dos ganhos de curto prazo. Outro modelo a ser apresentado é o “fator quatro”, um estudo de um grupo de especialistas em meio ambiente, do The Rocky Mountain Institute, que afirma que a sociedade possui condições de crescer sem causar danos ao ambiente, desde que faça uso de tecnologias mais eficientes. Para tanto as riquezas ecológicas deveriam ter valor idêntico a ações no mercado, ganhando valores para garantir sua preservação. (EDWARDS, 2008). 
3 Inovação e responsabilidade 
De acordo com JONAS (2006), a civilização tecnológica, que se caracteriza por um domínio sem precedentes da técnica, a qual pode colocar em risco a própria vida humana na Terra, tem por princípio ético fundamental a responsabilidade. O progresso da técnica não redundou num aumento das certezas, pelo contrário: o avanço do conhecimento científico e tecnológico tem levado a que cada vez tenhamos menos certezas (JONAS, 2006; PRIGOGINE, 1996). Não é razoável que, nestas condições, a inovação seja realizada sem o questionamento sobre seus efeitos para a humanidade e o restante da natureza, sem assumir responsabilidade (JONAS,2006, sem utilizar o termo inovação). 
Cada vez menos se pode dizer que as decisões sobre a inovação: 
São de natureza puramente privada, e.g., porque (a) as conseqüências apenas afetam os próprios atores; ou (b) as conseqüências não são reconhecíveis em razão do conhecimento insuficiente sobre os nexos causais ou condicionais relevantes ou (c) apesar de as conseqüências serem previsíveis, as pessoas envolvidas não são sujeitos morais iguais aos atores (tradução nossa, GETHMANN, 2010).
Há, então, uma responsabilidade que precisa ser preenchida por uma “futurologia comparativa” na qual são extrapolados as possibilidades de um novo tipo de intervenção humana no meio ambiente (JONAS, 2006). Esta futurologia é uma forma de ciência que permite avaliar com base em padrões éticos que em seguida serão discutidos, a moralidade de um projeto de pesquisa para inovação. 
trata-se de uma ciência que requer criatividade, a qual segundo Gomes (2001, p.9) é “o conjunto de fatores e processos, atitudes e comportamentos que estão presentes por meio da ilusão (produto livremente fantasiável), da invenção (produto exclusivamente funcional) e da inovação (produto plenamente realizável).” Esta criatividade ligada a fantasia faz parte de um pensamento divergente onde o ente que realiza tal pensamento permite-se fugir do direcionamento pré-estabelecido e encontrar novas conexões, diferentes das buscadas inicialmente. Com Munari (2008, p.11) vale referir que “a criatividade não significa improvisação sem método (...) a série de operações do método de projeto é formada de valores objetivos que se tornam instrumentos de trabalho nas mãos do projetista criativo.” 
Os atuais modelos consideram o produto, seus processos de produção e o cliente (MARQUES; TORRES, 2006). Uma “teoria útil da inovação” deveria explicar como é possível estimular a inovação que gere ganhos contínuos de produtividade (NELSON; WINTER,2004). Quanto se acrescenta o fator sustentável a esse processo de inovação é necessária uma mudança de visão do processo como um todo. Segundo Edwards (p.11, 2008) a 
sustentabilidade vem ocupando um lugar de destaque na vanguarda da ciência como base para tecnologias inovadoras e abordagens de design, representando um novo paradigma para a equidade social, além de uma nova perspectiva por meio a qual as empresas poderão projetar seus futuros. 
Portanto, um planejamento mais detalhado desde o design (projeto) do produto, o processo produtivo a embalagem devam ser pensados detalhadamente. A combinação entre tecnologia e ecologia possibilita uma nova geração de produtos capazes de suprir as necessidades de equilíbrio entre produção e natureza. (EDWARDS, 2008). 
Os projetos atuais continuam a produzir externalidades que os consumidores suportam, mas que estão cada vez menos dispostos a suportar. Uma destas, é o
custo e a dificuldade logística de concertar e descartar os produtos. Tais dificuldades são absorvidas pelos indivíduos e pelo meio ambiente, refletindo em perda de qualidade de vida e numa série de riscos ambientais (MARQUES; TORRES, 2006). Ou seja, a inovação, geralmente, não é responsável. 
4 Inovação e sustentabilidade 
Entretanto, o produto de interesse do cliente é, crescentemente, um produto sustentável (THACKARA, 2008). O que é um produto sustentável? É um produto cuja produção, i) consuma o menos possível recursos ambientais, ii) o faça no tempo em que podem ser renovados pela natureza (quando forem renováveis), iii) que respeite os direitos trabalhistas, e iv) que não cause sofrimento desnecessário aos animais; cujo uso contínuo seja vantajoso (no sentido de saudável, útil e economicamente viável) para fornecedor e consumidor, e cujo descarte seja simples, podendo ser reutilizado ou reciclado a um custo econômico, social e ambiental baixo, causando crescimento local e estando aberto para análise crítica do público (neste sentido também CCCEN apud POTTS, 2010). 
Certas propostas podem levar a este tipo de produto, tais como políticas públicas ambientais e para a inovação, capacitação técnica e surgimento de novos mercados, se as políticas foram executadas em um contexto de parceria e com os recursos financeiros e humanos suficientes, teremos melhorias nos ecossistemas com produtos sustentáveis (POTTS, 2010). Do contrário, as decisões da indústria sobre a inovação tendem a considerar mais os seus interesses imediatos do que as necessidades sociais e ambientais (HUBNER, 2010). 
“A educação para o desenvolvimento sustentável não apenas envolve as escolas, as universidades e as profissões, mas também os clientes, os governos e as ONGS. Ainda existe um considerável desconhecimento acerca dos impactos humanos sobre o meio ambiente. O envolvimento dos usuários na fase de projeto ajuda a garantir que sejam levados em conta aspectos ecológicos antes dos econômicos” (EDWARDS, P.33, 2008) 
A inovação será bem sucedida, podemos dizer, quando se dá também nos aspectos mencionados. Adotando princípio responsabilidade como base ética para a ação na civilização tecnológica, devemos inovar na atividade econômica de modo a permitir que fornecedor e consumidor exerçam as suas responsabilidades de modo a tornar sustentável a atividade econômica e os ecossistemas dentro dos quais tal
atividade se realiza. Mas esta responsabilidade somente pode ser exercida com criatividade. 
A identificação destes flancos de inovação passa pela visualização de duas formas de relação do ser humano com o mundo: Eu-Tu e Eu-Isso (BUBER:1979). No primeiro caso, o ser humano assume responsabilidade com outro ser cuja existência ele encontra e, no segundo caso, ele domina um objeto para a satisfação de suas necessidades. A atual teoria da inovação tem por base o segundo tipo de relação. O que se propõe neste trabalho é uma inovação que considere, também, o primeiro. 
Pois bem, a relação Eu-Tu ocorre com relação à natureza não humana, com relação ao ser humano e com relação ao Eterno. 
A idéia de natureza não humana implica no caráter de natureza do ser humano, que, neste sentido é semelhante a todo restante da existência na Terra. A inovação pode ocorrer, neste aspecto, por produtos e processos produtivos que não representem intervenções nos ecossistemas e ciclos naturais, que respeitem sua qualidade, seu tempo, sua forma. 
Na relação com outro ser humano, se pode inovar com uma preocupação em identificar verdadeiras necessidades, ou mesmo desejos, e não criá-los. Produtos necessários e não necessidade de produtos. 
Com relação ao Eterno, temos que a inovação deve permitir de forma contínua uma vida íntegra para a Comunidade da Vida, incluindo atividade econômica nesta Comunidade, como elemento da vida humana, a qual é interdependente do restante da natureza. 
5 Mais serviços, menos produtos 
Uma possibilidade de orientação para a atividade econômica, neste sentido, é que a inovação passe por produtos que possam ser utilizados por longo tempo, mas que requeiram ou estimulem a utilização de serviços. Assim, ao invés de criar
produtos que tendem a ficar obsoletos em curto prazo, pensar em produtos que sirvam de plataforma para outros, ou para serviços. 
Se um produto permanece em uso, não será necessário ir a natureza buscar mais matéria prima para fabricar um novo produto que realizará a mesma função. Mas como a atividade econômica se manter e, mesmo, se ampliar se não com novos produtos? Ora, com serviços relacionados aos produtos, por exemplo, a assistência técnica, cursos para melhor utilização, oportunidades de lazer. Isso se o produto for vendido, porque o serviço pode ser também viabilizar o uso do produto, o qual será possível para muitas pessoas, repetidas vezes, reduzindo a necessidade de intervenção na natureza e de dar uma destinação adequada para materiais que já não podem ser utilizados (THACKARA, 2008). 
Estas são apenas algumas possibilidades a ser construídas e não estão disponíveis para todos os setores, mesmo porque a inovação tecnológica radical (DOSI, 2006), necessária para esta mudança, não é aceita em todos os setores da mesma forma. 
6 Uma possível crítica ao argumento defendido neste artigo 
Uma crítica, dentre as muitas possíveis, com relação ao argumento ora desenvolvido, seria a de que o mesmo não questiona a busca pelo lucro, pelo crescimento da produtividade, não falando em redução de consumo. Mas reduzir o consumo de quem? Com certeza, grande parcela da população mundial ainda consome menos, inclusive alimentos, do que seria desejável. É preciso lhes dar acesso aos benefícios trazidos pela ciência e tecnologia nos mais diversos setores. O ponto apenas é como este acesso será construído, o que somente pode ser feito mediante inovação eis que a forma pela qual os “ricos” beneficiaram-se e ainda beneficiam-se da civilização tecnológica não é sustentável. 
Uma proposta interessante foi desenvolvida na Índia, quando os resíduos sólidos produzidos na cidade são transformados em materiais de construção de baixo custo e boa qualidade que podem ser utilizados para habitações populares (PANDYA:2008)
Esta inovação decorrerá, como foi visto, de duas mudanças de paradigma, primeiro, no plano ético as relações que os seres humanos estabelecem com o mundo não podem ser nem apenas, nem principalmente Eu-Isso, mas também e fundamentalmente Eu-Tu, com o conseqüente respeito ao princípio responsabilidade e, segundo, no plano técnico, o que deve ser vendido não é tanto um produto, mas um serviço. 
7 Conclusão 
A inovação sustentável encontrará consumidores e será lucrativa se for entendida a partir de um paradigma de sustentabilidade na qual a integridade da Comunidade da Vida não é um elemento a competir com outros, mas diretriz para que se pensem as necessidades sócio-econômicas de forma eficiente, isto é, produtora de riqueza para todos. 
Não é possível fazer uma proposta de inovação responsável sem considerar em quem ainda não consome como precisa, então, não há problemas em continuar a pensar em aumento de produção, mas esta precisa ser diferente da que vem sendo feita. 
Esta mudança na produção pode ser resultado, em certo, sentido, do atual modelo, que considera a relação direta entre inovação mais ampla e maiores resultados de produtividade. 
Referências Bibliográficas 
ARISTÓTELES. Tópicos. São Paulo : Abril Cultural, 1973. 
BUBER, M. Eu e Tu. 2 ª Ed. São Paulo: Cortez & Moraes, 1979.
COSTA, F. A. (2006). Arranjos e Sistemas Produtivos e Inovativos Locais – As Possibilidades do Conceito na Constituição de um Sistema de Planejamento para a Amazônia, Revista Brasileira de Inovação, 5 (1) [2006]: 77-98. 
DOSI, G. Technological Paradigms and Technological Trajectories, Revista Brasileira de Inovação, 5 (1): 17-32. 2006. 
EDWARDS, Brian. O guia básico para a sustentabilidade. Trad. Cláudia Ardións Espasandin. Barcelona: Ed. Gustavo Gili, 2008. 
GETHMANN, C.F. Research: Ethical Aspects of Long-term Responsibilities. International Encyclopedia of the Social & Behavioral Sciences, 2004, p.13227- 13231. 
GOEMMEL, Robert. Legal and Societal Responses to Threats resulting from Modern Science and Technology. Disponível em http//:heinonlie.org. Acesso em 4 de set. de 2010. 
GOMES, Luiz Antônio Vidal de Negreiros. Criatividade: projeto, desenho, produto. Santa Maria: Schds. 2001. 
HÜBNER, Heinz. Decisions on innovation and diffusion and the limits of deregulation. Technovation, [1996] 16(7) 327-339. 
JONAS, Hans. O princípio responsabilidade: ensaio de uma ética para a civilização tecnológica. Rio de Janeiro: PUC-RJ, 2006. 
MAHLER, D.,BARKER, J.,BELSAND, L. e SCHULZ, O. (2010) “Green” Winners: the performance of sustainability-focused companies during the financial crisis. Disponível em <http://www.sustaincommworld.com/pdfs/ATKearney_Green_Winners.pdf>. Acesso em 17 de jul. de 2010. 
MANZINI, E. e VEZZOLI, C. O desenvolvimento de produtos sustentáveis: os requisitos ambientais dos produtos industriais. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2005.
MARQUES, S.e TORRES, M. Inovação, Crescimento e Sustentabilidade, Revista da ESPM, 13 (4) [2006]: 36-43. 
MUNARI, Bruno. Das coisas nascem coisas; trad. José Manuel de Vasconcelos; 2° Ed. São Paulo: Martins Fontes, 2008. 
NELSON, R.R. e WINTER, S.G. In search of useful theory of innovation. Revista Brasileira de Inovação 3 (2) [2004]: 243-281. 
PANDYA, Yatin. Indian Alchemy. Domus 911 [2008]: 16-21. 
POTTS, Tavies. The natural advantage of regions: linking sustainability, innovation, and regional development in Australia, Journal of Cleaner Production, 18 [2010]: 713-725. 
PRIGOGINE, Ilya. O fim das certezas: tempo, caos e as leis da natureza. São Paulo: UNESP, 1996. 
SAWHNEY, M; WOLCOTT, R.; ARRONIZ, I. As 12 dimensões da inovação, HSM Management 60 (1) [2007]: 104-112. 
THACKARA, J. (2008) Plano B: O Design e as Alternativas Viáveis em um Mundo Complexo. São Paulo: Saraiva, 2008

Recomendados

1029 por
10291029
1029Carolina Silva Cleto
402 vistas12 diapositivas
Sustentabilidade por
SustentabilidadeSustentabilidade
SustentabilidadeAngela Iara Zotti
2.2K vistas18 diapositivas
Ecoestratégia por
EcoestratégiaEcoestratégia
EcoestratégiaLucas Amaral Lauriano
554 vistas9 diapositivas
Connect por
Connect Connect
Connect mike twain
103 vistas1 diapositiva
Revista playsport por
Revista playsportRevista playsport
Revista playsportgustavo_18
140 vistas7 diapositivas
. por
..
.SCREAM of Rugby
296 vistas2 diapositivas

Más contenido relacionado

Destacado

Connect por
Connect Connect
Connect mike twain
70 vistas1 diapositiva
4 por
44
4gritoinsano
57 vistas1 diapositiva
50 palabras por
50 palabras50 palabras
50 palabrasDulce González Salcido
2.2K vistas1 diapositiva
Iphone manual de_utilizador por
Iphone manual de_utilizadorIphone manual de_utilizador
Iphone manual de_utilizadortebastos
846 vistas163 diapositivas
Consulta proveedores por
Consulta proveedoresConsulta proveedores
Consulta proveedoresNathalia Sanchez
136 vistas2 diapositivas
Trakyaedutr por
TrakyaedutrTrakyaedutr
Trakyaedutrzeynep_zyn85
43 vistas2 diapositivas

Destacado(20)

Iphone manual de_utilizador por tebastos
Iphone manual de_utilizadorIphone manual de_utilizador
Iphone manual de_utilizador
tebastos846 vistas
Ampliació salutacions presentacions por Josase
Ampliació salutacions presentacionsAmpliació salutacions presentacions
Ampliació salutacions presentacions
Josase230 vistas
Example por mzk1682
ExampleExample
Example
mzk1682101 vistas
November 5, Health & Education por AIMEC Reporter
November 5, Health & EducationNovember 5, Health & Education
November 5, Health & Education
AIMEC Reporter70 vistas
Shoes por ljhoeft
Shoes Shoes
Shoes
ljhoeft60 vistas
Hughes video por Kc Hoffman
Hughes videoHughes video
Hughes video
Kc Hoffman168 vistas
Integral neurorehabilitation por MajaRojeNovak
Integral neurorehabilitationIntegral neurorehabilitation
Integral neurorehabilitation
MajaRojeNovak182 vistas

Similar a Artigoinova o sepesq 2010 alterado

Sustentabilidade como forma de auxiliar o escritório de projetos a priorizar ... por
Sustentabilidade como forma de auxiliar o escritório de projetos a priorizar ...Sustentabilidade como forma de auxiliar o escritório de projetos a priorizar ...
Sustentabilidade como forma de auxiliar o escritório de projetos a priorizar ...Mundo PM
1.9K vistas8 diapositivas
Da pesquisa à inovação tecnológica por
Da pesquisa à inovação tecnológicaDa pesquisa à inovação tecnológica
Da pesquisa à inovação tecnológicaAndré Laborde
469 vistas16 diapositivas
Inovação e Sustentabilidade por
Inovação e SustentabilidadeInovação e Sustentabilidade
Inovação e SustentabilidadeJorge Eduardo Pimentel da Lapa
1.6K vistas25 diapositivas
Abordagens em Sustentabilidade: Uma revisão conceitual dos métodos utilizados... por
Abordagens em Sustentabilidade: Uma revisão conceitual dos métodos utilizados...Abordagens em Sustentabilidade: Uma revisão conceitual dos métodos utilizados...
Abordagens em Sustentabilidade: Uma revisão conceitual dos métodos utilizados...Carlos Fernando Jung
1.1K vistas13 diapositivas
306 306 instrumentos_de_gestao_ambiental_uma_ferramenta_para_competitividade por
306 306 instrumentos_de_gestao_ambiental_uma_ferramenta_para_competitividade306 306 instrumentos_de_gestao_ambiental_uma_ferramenta_para_competitividade
306 306 instrumentos_de_gestao_ambiental_uma_ferramenta_para_competitividadesandra09121970
535 vistas8 diapositivas
Sustentabilidade seçao 4 por
Sustentabilidade seçao 4Sustentabilidade seçao 4
Sustentabilidade seçao 4Rafael Ribeiro
246 vistas13 diapositivas

Similar a Artigoinova o sepesq 2010 alterado(20)

Sustentabilidade como forma de auxiliar o escritório de projetos a priorizar ... por Mundo PM
Sustentabilidade como forma de auxiliar o escritório de projetos a priorizar ...Sustentabilidade como forma de auxiliar o escritório de projetos a priorizar ...
Sustentabilidade como forma de auxiliar o escritório de projetos a priorizar ...
Mundo PM1.9K vistas
Da pesquisa à inovação tecnológica por André Laborde
Da pesquisa à inovação tecnológicaDa pesquisa à inovação tecnológica
Da pesquisa à inovação tecnológica
André Laborde469 vistas
Abordagens em Sustentabilidade: Uma revisão conceitual dos métodos utilizados... por Carlos Fernando Jung
Abordagens em Sustentabilidade: Uma revisão conceitual dos métodos utilizados...Abordagens em Sustentabilidade: Uma revisão conceitual dos métodos utilizados...
Abordagens em Sustentabilidade: Uma revisão conceitual dos métodos utilizados...
Carlos Fernando Jung1.1K vistas
306 306 instrumentos_de_gestao_ambiental_uma_ferramenta_para_competitividade por sandra09121970
306 306 instrumentos_de_gestao_ambiental_uma_ferramenta_para_competitividade306 306 instrumentos_de_gestao_ambiental_uma_ferramenta_para_competitividade
306 306 instrumentos_de_gestao_ambiental_uma_ferramenta_para_competitividade
sandra09121970535 vistas
Tecnologia da Informação por zeliaaaaaaa
Tecnologia da InformaçãoTecnologia da Informação
Tecnologia da Informação
zeliaaaaaaa17 vistas
Avaliação Sistemática avaliação maturidade sustentabilidade por VG Comunicação
Avaliação Sistemática avaliação maturidade sustentabilidadeAvaliação Sistemática avaliação maturidade sustentabilidade
Avaliação Sistemática avaliação maturidade sustentabilidade
VG Comunicação630 vistas
Sust e responsabilidade social por Psi Tianguá
Sust e responsabilidade socialSust e responsabilidade social
Sust e responsabilidade social
Psi Tianguá306 vistas
Sust e responsabilidade social por Psi Tianguá
Sust e responsabilidade socialSust e responsabilidade social
Sust e responsabilidade social
Psi Tianguá421 vistas
A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA COMO ESTRATÉGIA COMPETITIVA ORGANIZACIONAL - ANÁLISE D... por Alexandre Bento
A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA COMO ESTRATÉGIA COMPETITIVA ORGANIZACIONAL - ANÁLISE D...A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA COMO ESTRATÉGIA COMPETITIVA ORGANIZACIONAL - ANÁLISE D...
A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA COMO ESTRATÉGIA COMPETITIVA ORGANIZACIONAL - ANÁLISE D...
Alexandre Bento184 vistas
ANÁLISE E SÍNTESE DE MODELOS PARA AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DE EMPRESAS por Carlos Fernando Jung
ANÁLISE E SÍNTESE DE MODELOS PARA AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DE EMPRESASANÁLISE E SÍNTESE DE MODELOS PARA AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DE EMPRESAS
ANÁLISE E SÍNTESE DE MODELOS PARA AVALIAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE DE EMPRESAS
Carlos Fernando Jung1.3K vistas
GESTÃO AMBIENTAL COMO DIFERENCIAL COMPETITIVO: UM ESTUDO DE ESTRATÉGIAS DE VE... por MaisoDias
GESTÃO AMBIENTAL COMO DIFERENCIAL COMPETITIVO: UM ESTUDO DE ESTRATÉGIAS DE VE...GESTÃO AMBIENTAL COMO DIFERENCIAL COMPETITIVO: UM ESTUDO DE ESTRATÉGIAS DE VE...
GESTÃO AMBIENTAL COMO DIFERENCIAL COMPETITIVO: UM ESTUDO DE ESTRATÉGIAS DE VE...
MaisoDias3K vistas
Curso Sustentabilidade e Saude Humana por Grupo Treinar
Curso Sustentabilidade e Saude HumanaCurso Sustentabilidade e Saude Humana
Curso Sustentabilidade e Saude Humana
Grupo Treinar405 vistas
TRABALHO RH por ingridasc
TRABALHO  RHTRABALHO  RH
TRABALHO RH
ingridasc3.6K vistas
Estratégia de inovação no setor público por Cepam
Estratégia de inovação no setor público  Estratégia de inovação no setor público
Estratégia de inovação no setor público
Cepam1.3K vistas
Sustentabilidade por emanuel
SustentabilidadeSustentabilidade
Sustentabilidade
emanuel1.7K vistas

Último

UNID 6 – Associação de impedâncias 1 – Calcule o valor da impedância equivale... por
UNID 6 – Associação de impedâncias 1 – Calcule o valor da impedância equivale...UNID 6 – Associação de impedâncias 1 – Calcule o valor da impedância equivale...
UNID 6 – Associação de impedâncias 1 – Calcule o valor da impedância equivale...vihoj47492
5 vistas4 diapositivas
ATIVIDADE 1 - GESTÃO DE ALIMENTOS E BEBIDAS.docx por
ATIVIDADE 1 - GESTÃO DE ALIMENTOS E BEBIDAS.docxATIVIDADE 1 - GESTÃO DE ALIMENTOS E BEBIDAS.docx
ATIVIDADE 1 - GESTÃO DE ALIMENTOS E BEBIDAS.docxloporo7100
5 vistas2 diapositivas
MAPA - AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL - 542023.pdf por
MAPA - AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL - 542023.pdfMAPA - AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL - 542023.pdf
MAPA - AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL - 542023.pdfwogafib965
8 vistas5 diapositivas
2) Segundo, você deverá inserir imagens e explicar sobre dois exemplos de dow... por
2) Segundo, você deverá inserir imagens e explicar sobre dois exemplos de dow...2) Segundo, você deverá inserir imagens e explicar sobre dois exemplos de dow...
2) Segundo, você deverá inserir imagens e explicar sobre dois exemplos de dow...PrimeEducacional
49 vistas3 diapositivas
O diagrama trajeto passo, também conhecido como diagrama sequencial ou diagra... por
O diagrama trajeto passo, também conhecido como diagrama sequencial ou diagra...O diagrama trajeto passo, também conhecido como diagrama sequencial ou diagra...
O diagrama trajeto passo, também conhecido como diagrama sequencial ou diagra...vihoj47492
13 vistas1 diapositiva
Olá, acadêmico(a)! O objetivo básico dos demonstrativos contábeis é fornecer ... por
Olá, acadêmico(a)! O objetivo básico dos demonstrativos contábeis é fornecer ...Olá, acadêmico(a)! O objetivo básico dos demonstrativos contábeis é fornecer ...
Olá, acadêmico(a)! O objetivo básico dos demonstrativos contábeis é fornecer ...mariaclarinhaa2723
27 vistas4 diapositivas

Último(20)

UNID 6 – Associação de impedâncias 1 – Calcule o valor da impedância equivale... por vihoj47492
UNID 6 – Associação de impedâncias 1 – Calcule o valor da impedância equivale...UNID 6 – Associação de impedâncias 1 – Calcule o valor da impedância equivale...
UNID 6 – Associação de impedâncias 1 – Calcule o valor da impedância equivale...
vihoj474925 vistas
ATIVIDADE 1 - GESTÃO DE ALIMENTOS E BEBIDAS.docx por loporo7100
ATIVIDADE 1 - GESTÃO DE ALIMENTOS E BEBIDAS.docxATIVIDADE 1 - GESTÃO DE ALIMENTOS E BEBIDAS.docx
ATIVIDADE 1 - GESTÃO DE ALIMENTOS E BEBIDAS.docx
loporo71005 vistas
MAPA - AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL - 542023.pdf por wogafib965
MAPA - AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL - 542023.pdfMAPA - AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL - 542023.pdf
MAPA - AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL - 542023.pdf
wogafib9658 vistas
2) Segundo, você deverá inserir imagens e explicar sobre dois exemplos de dow... por PrimeEducacional
2) Segundo, você deverá inserir imagens e explicar sobre dois exemplos de dow...2) Segundo, você deverá inserir imagens e explicar sobre dois exemplos de dow...
2) Segundo, você deverá inserir imagens e explicar sobre dois exemplos de dow...
PrimeEducacional49 vistas
O diagrama trajeto passo, também conhecido como diagrama sequencial ou diagra... por vihoj47492
O diagrama trajeto passo, também conhecido como diagrama sequencial ou diagra...O diagrama trajeto passo, também conhecido como diagrama sequencial ou diagra...
O diagrama trajeto passo, também conhecido como diagrama sequencial ou diagra...
vihoj4749213 vistas
Olá, acadêmico(a)! O objetivo básico dos demonstrativos contábeis é fornecer ... por mariaclarinhaa2723
Olá, acadêmico(a)! O objetivo básico dos demonstrativos contábeis é fornecer ...Olá, acadêmico(a)! O objetivo básico dos demonstrativos contábeis é fornecer ...
Olá, acadêmico(a)! O objetivo básico dos demonstrativos contábeis é fornecer ...
mariaclarinhaa272327 vistas
MAPA - ENGENHARIA ECONÔMICA - 542023.pdf por wogafib965
MAPA - ENGENHARIA ECONÔMICA - 542023.pdfMAPA - ENGENHARIA ECONÔMICA - 542023.pdf
MAPA - ENGENHARIA ECONÔMICA - 542023.pdf
wogafib9658 vistas
A Ciência Contábil desempenha um papel fundamental no mundo dos negócios, for... por PrimeEducacional
A Ciência Contábil desempenha um papel fundamental no mundo dos negócios, for...A Ciência Contábil desempenha um papel fundamental no mundo dos negócios, for...
A Ciência Contábil desempenha um papel fundamental no mundo dos negócios, for...
PrimeEducacional33 vistas
Excerto 1: Uma proposição que institui a Semana de Conscientização Sobre a Vi... por AcademicaDlaUnicesum
Excerto 1: Uma proposição que institui a Semana de Conscientização Sobre a Vi...Excerto 1: Uma proposição que institui a Semana de Conscientização Sobre a Vi...
Excerto 1: Uma proposição que institui a Semana de Conscientização Sobre a Vi...
Os profissionais de Educação Física têm um papel importante na promoção da at... por AcademicaDlaUnicesum
Os profissionais de Educação Física têm um papel importante na promoção da at...Os profissionais de Educação Física têm um papel importante na promoção da at...
Os profissionais de Educação Física têm um papel importante na promoção da at...
MAPA - CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I -542023.pdf por reyepa9399
MAPA - CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I -542023.pdfMAPA - CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I -542023.pdf
MAPA - CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I -542023.pdf
reyepa93997 vistas
Boletim Informativo Novembro 2023.pdf por Ferreira Lapa
Boletim Informativo Novembro 2023.pdfBoletim Informativo Novembro 2023.pdf
Boletim Informativo Novembro 2023.pdf
Ferreira Lapa25 vistas
AE04 - SIMULACAO DE PROCESSOS PRODUTIVOS UNICESUMAR 54/2023 por AssessoriaAcademica9
AE04 - SIMULACAO DE PROCESSOS PRODUTIVOS UNICESUMAR 54/2023AE04 - SIMULACAO DE PROCESSOS PRODUTIVOS UNICESUMAR 54/2023
AE04 - SIMULACAO DE PROCESSOS PRODUTIVOS UNICESUMAR 54/2023
Atividade 3 - Anatomia Humana.docx por lomoc91282
Atividade 3 - Anatomia Humana.docxAtividade 3 - Anatomia Humana.docx
Atividade 3 - Anatomia Humana.docx
lomoc912825 vistas
ATIVIDADE 1 - CIÊNCIAS POLÍTICAS 542023 .pdf por soyelax352
ATIVIDADE 1 - CIÊNCIAS POLÍTICAS 542023 .pdfATIVIDADE 1 - CIÊNCIAS POLÍTICAS 542023 .pdf
ATIVIDADE 1 - CIÊNCIAS POLÍTICAS 542023 .pdf
soyelax3525 vistas
Você é um(a) assistente social trabalhando em um Centro de Referência da Assi... por IntegrareAcademy2
Você é um(a) assistente social trabalhando em um Centro de Referência da Assi...Você é um(a) assistente social trabalhando em um Centro de Referência da Assi...
Você é um(a) assistente social trabalhando em um Centro de Referência da Assi...
MAPA - PRÁTICA PEDAGÓGICA EDUCAÇÃO MAKER - 542023.pdf por yalerol757
MAPA - PRÁTICA PEDAGÓGICA EDUCAÇÃO MAKER - 542023.pdfMAPA - PRÁTICA PEDAGÓGICA EDUCAÇÃO MAKER - 542023.pdf
MAPA - PRÁTICA PEDAGÓGICA EDUCAÇÃO MAKER - 542023.pdf
yalerol7578 vistas
ATIVIDADE 3 - NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA - 542023.pdf por soyelax352
ATIVIDADE 3 - NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA - 542023.pdfATIVIDADE 3 - NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA - 542023.pdf
ATIVIDADE 3 - NIVELAMENTO DE MATEMÁTICA - 542023.pdf
soyelax3529 vistas
6. Aplicação pedagógica: é possível desenvolver atividades pedagógicas a part... por IntegrareAcademy2
6. Aplicação pedagógica: é possível desenvolver atividades pedagógicas a part...6. Aplicação pedagógica: é possível desenvolver atividades pedagógicas a part...
6. Aplicação pedagógica: é possível desenvolver atividades pedagógicas a part...
IntegrareAcademy213 vistas
MAPA - DESIGN EDUCACIONAL E INOVAÇÕES 542023 .pdf por wogafib965
MAPA - DESIGN EDUCACIONAL E INOVAÇÕES 542023 .pdfMAPA - DESIGN EDUCACIONAL E INOVAÇÕES 542023 .pdf
MAPA - DESIGN EDUCACIONAL E INOVAÇÕES 542023 .pdf
wogafib96514 vistas

Artigoinova o sepesq 2010 alterado

  • 1. Inovação, Responsabilidade, Criatividade e Sustentabilidade Ricardo Libel Waldman Doutor em Direito Centro Universitário Ritter dos Reis e Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul Pesquisador do Grupo Direitos Humanos e Fundamentais: Eficácia e Fundamentação ricardo_waldman@uniritter.edu.br Amanda Schüler Bertoni Mestranda em Design Centro Universitário Ritter dos Reis mandasbertoni@gmail.com Resumo Este trabalho, partindo do pressuposto de que a inovação mais produtiva para uma atividade econômica é aquela que atinge mais aspectos do produto (em sentido amplo, incluindo serviços) e de seus processos, procura incluir, neste contexto, as dimensões da responsabilidade e da sustentabilidade. Palavras-chave: inovação, responsabilidade, sustentabilidade. Key-words: innovation, responsibility, sustainability. 1 Introdução Este trabalho, partindo do pressuposto de que a inovação mais produtiva para uma atividade econômica é aquela que atinge mais aspectos do produto (em sentido amplo, incluindo serviços) e de seus processos, procura incluir, neste contexto, as dimensões da responsabilidade e da sustentabilidade. O método adotado é o dialético, no qual, discute-se um problema a partir do que é geralmente aceito (ARISTÓTELES:1973)
  • 2. Na seção 2 é discutida a relação entre a inovação e o crescimento da produção, estando o âmbito da inovação e o crescimento da produção em proporção direta. Na seção 3, discute-se a responsabilidade do inovador na civilização tecnológica. Na seção 4 relaciona-se a responsabilidade com a sustentabilidade. Na seção seguinte, analisam-se algumas possibilidades de inovação sustentável. Na seção 6, refuta-se uma provável crítica ao argumento desenvolvido neste trabalho já que aqui não é proposta a redução do consumo. 2 Inovação e crescimento de produção A inovação tecnológica tem sido objeto dos mais amplos estudos. A razão para tanto é que ela é um motor do desenvolvimento, do progresso, o qual tem sido entendido como crescimento da produção (MARQUES; TORRES, 2006), o dinheiro que se investe na inovação, especialmente de parte da iniciativa privada, a qual é normalmente melhor sucedida nestes processos (NELSON; WINTER, 2004), é orientado pelas oportunidades de lucro do setor em que se inova (DOSI, 2006). A inovação consiste em colocar em prática, uma primeira vez uma tecnologia, a qual, por sua vez é a aplicação de um conhecimento na realidade concreta, alterando o meio ambiente (GOEMMEL:2010). Relevante quanto à teorização a respeito da inovação é que suas conclusões têm sido no sentido de que os incentivos ao crescimento da produção não passam, simplesmente, por arranjos gerais, mas por instituições que, embora sejam influenciadas pelo contexto global, precisam ser organizadas no âmbito local e de acordo com o setor econômico em que se está procurando incentivar a inovação (COSTA, 2006; NELSON; WINTER, 2004). Ainda, quanto mais aspectos dos produtos e serviços forem inovadores, mais resultados, no que toca aos ganhos econômicos, a inovação trará (SAHENEY et al., 2007). Pois bem, nossa proposta é que existem muito mais dimensões em que produtos e serviços podem ser inovadores do que os modelos atuais supõem, os quais, se levados em consideração, podem gerar produtos que satisfarão mais ao consumidor e, em consequencia, produzirão mais lucro para a indústria. Estas
  • 3. dimensões relacionam-se à responsabilidade e à sustentabilidade (neste sentido, também MANZINI; VEZZOLI, 2005 e THACKARA, 2008). Na verdade, inovação, crescimento econômico e sustentabilidade são complementares (POTTS, 2010). Aliás, há estudo demonstrando que as empresas que buscaram inovação pela sustentabilidade têm conseguido superar melhor à crise financeira mundial, conseguindo manter e até mesmo aumentando o valor de suas ações no mercado financeiro (MAHLER et al.,2010). Tais empresas possuem algumas das seguintes características: busca continua de inovações verdes, boas práticas de gerenciamento do risco, forte governança corporativa, foco na saúde a longo prazo, em detrimento dos ganhos de curto prazo. Outro modelo a ser apresentado é o “fator quatro”, um estudo de um grupo de especialistas em meio ambiente, do The Rocky Mountain Institute, que afirma que a sociedade possui condições de crescer sem causar danos ao ambiente, desde que faça uso de tecnologias mais eficientes. Para tanto as riquezas ecológicas deveriam ter valor idêntico a ações no mercado, ganhando valores para garantir sua preservação. (EDWARDS, 2008). 3 Inovação e responsabilidade De acordo com JONAS (2006), a civilização tecnológica, que se caracteriza por um domínio sem precedentes da técnica, a qual pode colocar em risco a própria vida humana na Terra, tem por princípio ético fundamental a responsabilidade. O progresso da técnica não redundou num aumento das certezas, pelo contrário: o avanço do conhecimento científico e tecnológico tem levado a que cada vez tenhamos menos certezas (JONAS, 2006; PRIGOGINE, 1996). Não é razoável que, nestas condições, a inovação seja realizada sem o questionamento sobre seus efeitos para a humanidade e o restante da natureza, sem assumir responsabilidade (JONAS,2006, sem utilizar o termo inovação). Cada vez menos se pode dizer que as decisões sobre a inovação: São de natureza puramente privada, e.g., porque (a) as conseqüências apenas afetam os próprios atores; ou (b) as conseqüências não são reconhecíveis em razão do conhecimento insuficiente sobre os nexos causais ou condicionais relevantes ou (c) apesar de as conseqüências serem previsíveis, as pessoas envolvidas não são sujeitos morais iguais aos atores (tradução nossa, GETHMANN, 2010).
  • 4. Há, então, uma responsabilidade que precisa ser preenchida por uma “futurologia comparativa” na qual são extrapolados as possibilidades de um novo tipo de intervenção humana no meio ambiente (JONAS, 2006). Esta futurologia é uma forma de ciência que permite avaliar com base em padrões éticos que em seguida serão discutidos, a moralidade de um projeto de pesquisa para inovação. trata-se de uma ciência que requer criatividade, a qual segundo Gomes (2001, p.9) é “o conjunto de fatores e processos, atitudes e comportamentos que estão presentes por meio da ilusão (produto livremente fantasiável), da invenção (produto exclusivamente funcional) e da inovação (produto plenamente realizável).” Esta criatividade ligada a fantasia faz parte de um pensamento divergente onde o ente que realiza tal pensamento permite-se fugir do direcionamento pré-estabelecido e encontrar novas conexões, diferentes das buscadas inicialmente. Com Munari (2008, p.11) vale referir que “a criatividade não significa improvisação sem método (...) a série de operações do método de projeto é formada de valores objetivos que se tornam instrumentos de trabalho nas mãos do projetista criativo.” Os atuais modelos consideram o produto, seus processos de produção e o cliente (MARQUES; TORRES, 2006). Uma “teoria útil da inovação” deveria explicar como é possível estimular a inovação que gere ganhos contínuos de produtividade (NELSON; WINTER,2004). Quanto se acrescenta o fator sustentável a esse processo de inovação é necessária uma mudança de visão do processo como um todo. Segundo Edwards (p.11, 2008) a sustentabilidade vem ocupando um lugar de destaque na vanguarda da ciência como base para tecnologias inovadoras e abordagens de design, representando um novo paradigma para a equidade social, além de uma nova perspectiva por meio a qual as empresas poderão projetar seus futuros. Portanto, um planejamento mais detalhado desde o design (projeto) do produto, o processo produtivo a embalagem devam ser pensados detalhadamente. A combinação entre tecnologia e ecologia possibilita uma nova geração de produtos capazes de suprir as necessidades de equilíbrio entre produção e natureza. (EDWARDS, 2008). Os projetos atuais continuam a produzir externalidades que os consumidores suportam, mas que estão cada vez menos dispostos a suportar. Uma destas, é o
  • 5. custo e a dificuldade logística de concertar e descartar os produtos. Tais dificuldades são absorvidas pelos indivíduos e pelo meio ambiente, refletindo em perda de qualidade de vida e numa série de riscos ambientais (MARQUES; TORRES, 2006). Ou seja, a inovação, geralmente, não é responsável. 4 Inovação e sustentabilidade Entretanto, o produto de interesse do cliente é, crescentemente, um produto sustentável (THACKARA, 2008). O que é um produto sustentável? É um produto cuja produção, i) consuma o menos possível recursos ambientais, ii) o faça no tempo em que podem ser renovados pela natureza (quando forem renováveis), iii) que respeite os direitos trabalhistas, e iv) que não cause sofrimento desnecessário aos animais; cujo uso contínuo seja vantajoso (no sentido de saudável, útil e economicamente viável) para fornecedor e consumidor, e cujo descarte seja simples, podendo ser reutilizado ou reciclado a um custo econômico, social e ambiental baixo, causando crescimento local e estando aberto para análise crítica do público (neste sentido também CCCEN apud POTTS, 2010). Certas propostas podem levar a este tipo de produto, tais como políticas públicas ambientais e para a inovação, capacitação técnica e surgimento de novos mercados, se as políticas foram executadas em um contexto de parceria e com os recursos financeiros e humanos suficientes, teremos melhorias nos ecossistemas com produtos sustentáveis (POTTS, 2010). Do contrário, as decisões da indústria sobre a inovação tendem a considerar mais os seus interesses imediatos do que as necessidades sociais e ambientais (HUBNER, 2010). “A educação para o desenvolvimento sustentável não apenas envolve as escolas, as universidades e as profissões, mas também os clientes, os governos e as ONGS. Ainda existe um considerável desconhecimento acerca dos impactos humanos sobre o meio ambiente. O envolvimento dos usuários na fase de projeto ajuda a garantir que sejam levados em conta aspectos ecológicos antes dos econômicos” (EDWARDS, P.33, 2008) A inovação será bem sucedida, podemos dizer, quando se dá também nos aspectos mencionados. Adotando princípio responsabilidade como base ética para a ação na civilização tecnológica, devemos inovar na atividade econômica de modo a permitir que fornecedor e consumidor exerçam as suas responsabilidades de modo a tornar sustentável a atividade econômica e os ecossistemas dentro dos quais tal
  • 6. atividade se realiza. Mas esta responsabilidade somente pode ser exercida com criatividade. A identificação destes flancos de inovação passa pela visualização de duas formas de relação do ser humano com o mundo: Eu-Tu e Eu-Isso (BUBER:1979). No primeiro caso, o ser humano assume responsabilidade com outro ser cuja existência ele encontra e, no segundo caso, ele domina um objeto para a satisfação de suas necessidades. A atual teoria da inovação tem por base o segundo tipo de relação. O que se propõe neste trabalho é uma inovação que considere, também, o primeiro. Pois bem, a relação Eu-Tu ocorre com relação à natureza não humana, com relação ao ser humano e com relação ao Eterno. A idéia de natureza não humana implica no caráter de natureza do ser humano, que, neste sentido é semelhante a todo restante da existência na Terra. A inovação pode ocorrer, neste aspecto, por produtos e processos produtivos que não representem intervenções nos ecossistemas e ciclos naturais, que respeitem sua qualidade, seu tempo, sua forma. Na relação com outro ser humano, se pode inovar com uma preocupação em identificar verdadeiras necessidades, ou mesmo desejos, e não criá-los. Produtos necessários e não necessidade de produtos. Com relação ao Eterno, temos que a inovação deve permitir de forma contínua uma vida íntegra para a Comunidade da Vida, incluindo atividade econômica nesta Comunidade, como elemento da vida humana, a qual é interdependente do restante da natureza. 5 Mais serviços, menos produtos Uma possibilidade de orientação para a atividade econômica, neste sentido, é que a inovação passe por produtos que possam ser utilizados por longo tempo, mas que requeiram ou estimulem a utilização de serviços. Assim, ao invés de criar
  • 7. produtos que tendem a ficar obsoletos em curto prazo, pensar em produtos que sirvam de plataforma para outros, ou para serviços. Se um produto permanece em uso, não será necessário ir a natureza buscar mais matéria prima para fabricar um novo produto que realizará a mesma função. Mas como a atividade econômica se manter e, mesmo, se ampliar se não com novos produtos? Ora, com serviços relacionados aos produtos, por exemplo, a assistência técnica, cursos para melhor utilização, oportunidades de lazer. Isso se o produto for vendido, porque o serviço pode ser também viabilizar o uso do produto, o qual será possível para muitas pessoas, repetidas vezes, reduzindo a necessidade de intervenção na natureza e de dar uma destinação adequada para materiais que já não podem ser utilizados (THACKARA, 2008). Estas são apenas algumas possibilidades a ser construídas e não estão disponíveis para todos os setores, mesmo porque a inovação tecnológica radical (DOSI, 2006), necessária para esta mudança, não é aceita em todos os setores da mesma forma. 6 Uma possível crítica ao argumento defendido neste artigo Uma crítica, dentre as muitas possíveis, com relação ao argumento ora desenvolvido, seria a de que o mesmo não questiona a busca pelo lucro, pelo crescimento da produtividade, não falando em redução de consumo. Mas reduzir o consumo de quem? Com certeza, grande parcela da população mundial ainda consome menos, inclusive alimentos, do que seria desejável. É preciso lhes dar acesso aos benefícios trazidos pela ciência e tecnologia nos mais diversos setores. O ponto apenas é como este acesso será construído, o que somente pode ser feito mediante inovação eis que a forma pela qual os “ricos” beneficiaram-se e ainda beneficiam-se da civilização tecnológica não é sustentável. Uma proposta interessante foi desenvolvida na Índia, quando os resíduos sólidos produzidos na cidade são transformados em materiais de construção de baixo custo e boa qualidade que podem ser utilizados para habitações populares (PANDYA:2008)
  • 8. Esta inovação decorrerá, como foi visto, de duas mudanças de paradigma, primeiro, no plano ético as relações que os seres humanos estabelecem com o mundo não podem ser nem apenas, nem principalmente Eu-Isso, mas também e fundamentalmente Eu-Tu, com o conseqüente respeito ao princípio responsabilidade e, segundo, no plano técnico, o que deve ser vendido não é tanto um produto, mas um serviço. 7 Conclusão A inovação sustentável encontrará consumidores e será lucrativa se for entendida a partir de um paradigma de sustentabilidade na qual a integridade da Comunidade da Vida não é um elemento a competir com outros, mas diretriz para que se pensem as necessidades sócio-econômicas de forma eficiente, isto é, produtora de riqueza para todos. Não é possível fazer uma proposta de inovação responsável sem considerar em quem ainda não consome como precisa, então, não há problemas em continuar a pensar em aumento de produção, mas esta precisa ser diferente da que vem sendo feita. Esta mudança na produção pode ser resultado, em certo, sentido, do atual modelo, que considera a relação direta entre inovação mais ampla e maiores resultados de produtividade. Referências Bibliográficas ARISTÓTELES. Tópicos. São Paulo : Abril Cultural, 1973. BUBER, M. Eu e Tu. 2 ª Ed. São Paulo: Cortez & Moraes, 1979.
  • 9. COSTA, F. A. (2006). Arranjos e Sistemas Produtivos e Inovativos Locais – As Possibilidades do Conceito na Constituição de um Sistema de Planejamento para a Amazônia, Revista Brasileira de Inovação, 5 (1) [2006]: 77-98. DOSI, G. Technological Paradigms and Technological Trajectories, Revista Brasileira de Inovação, 5 (1): 17-32. 2006. EDWARDS, Brian. O guia básico para a sustentabilidade. Trad. Cláudia Ardións Espasandin. Barcelona: Ed. Gustavo Gili, 2008. GETHMANN, C.F. Research: Ethical Aspects of Long-term Responsibilities. International Encyclopedia of the Social & Behavioral Sciences, 2004, p.13227- 13231. GOEMMEL, Robert. Legal and Societal Responses to Threats resulting from Modern Science and Technology. Disponível em http//:heinonlie.org. Acesso em 4 de set. de 2010. GOMES, Luiz Antônio Vidal de Negreiros. Criatividade: projeto, desenho, produto. Santa Maria: Schds. 2001. HÜBNER, Heinz. Decisions on innovation and diffusion and the limits of deregulation. Technovation, [1996] 16(7) 327-339. JONAS, Hans. O princípio responsabilidade: ensaio de uma ética para a civilização tecnológica. Rio de Janeiro: PUC-RJ, 2006. MAHLER, D.,BARKER, J.,BELSAND, L. e SCHULZ, O. (2010) “Green” Winners: the performance of sustainability-focused companies during the financial crisis. Disponível em <http://www.sustaincommworld.com/pdfs/ATKearney_Green_Winners.pdf>. Acesso em 17 de jul. de 2010. MANZINI, E. e VEZZOLI, C. O desenvolvimento de produtos sustentáveis: os requisitos ambientais dos produtos industriais. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2005.
  • 10. MARQUES, S.e TORRES, M. Inovação, Crescimento e Sustentabilidade, Revista da ESPM, 13 (4) [2006]: 36-43. MUNARI, Bruno. Das coisas nascem coisas; trad. José Manuel de Vasconcelos; 2° Ed. São Paulo: Martins Fontes, 2008. NELSON, R.R. e WINTER, S.G. In search of useful theory of innovation. Revista Brasileira de Inovação 3 (2) [2004]: 243-281. PANDYA, Yatin. Indian Alchemy. Domus 911 [2008]: 16-21. POTTS, Tavies. The natural advantage of regions: linking sustainability, innovation, and regional development in Australia, Journal of Cleaner Production, 18 [2010]: 713-725. PRIGOGINE, Ilya. O fim das certezas: tempo, caos e as leis da natureza. São Paulo: UNESP, 1996. SAWHNEY, M; WOLCOTT, R.; ARRONIZ, I. As 12 dimensões da inovação, HSM Management 60 (1) [2007]: 104-112. THACKARA, J. (2008) Plano B: O Design e as Alternativas Viáveis em um Mundo Complexo. São Paulo: Saraiva, 2008