Estado de saúde das populações
• A epidemiologia é frequentemente
utilizada para descrever o estado de
saúde de grupos populacionais.
• O conhecimento da carga de
doenças que subsiste na população é
essencial para as autoridades em
saúde.
Epidemiologia
Estudo da distribuição e dos determinantes de
eventos relacionados à saúde em populações
específicas e sua aplicação para o controle de
problemas de saúde
Medir saúde e doença
• Medir saúde e doença é fundamental
para a prática da epidemiologia.
• Diversas medidas são utilizadas para
caracterizar a saúde das populações.
• O estado de saúde da população não
é totalmente medido em muitas
partes do mundo, e essa falta de
informações constitui um grande
desafio para os epidemiologistas.
Medidas de saúde
• Existe dificuldade de medir saúde
• Para avaliar o nível de saúde de uma
população buscam-se os dados
negativos (não-saúde):
MORTE, DOENÇA E AGRAVOS
Medindo a falta de saúde
• “Saúde é um estado de completo
bem-estar físico, mental e social e
não apenas a mera ausência de
doença”.
• O termo “doença” compreende
todas as mudanças desfavoráveis
em saúde, incluindo acidentes e
Várias medidas da ocorrência de
doenças são baseadas nos conceitos
fundamentais de incidência e
prevalência.
Medindo a falta de saúde
• Um importante fator a considerar no
cálculo das medidas de ocorrência
de doenças é o total de pessoas
expostas, ou seja, indivíduos que
podem vir a ter a doença.
• Geralmente esse número deveria
incluir somente pessoas que são
A lógica da base da moderna
Epidemiologia: Estrutura-se em
torno do conceito fundamental =>
RISCO e conceito correlato: Factor
de Risco
População de risco
• As pessoas susceptíveis a determinadas
doenças
• Podem ser estudadas usando factores
demográficos, geográficos e ambientais.
• Por exemplo, acidentes de trabalho só
ocorrem entre pessoas que estão
trabalhando. Assim, a população em risco
é constituída somente por trabalhadores.
Risco
Senso comum: Perigo potencial
Epidemiologia:
Positivo ou negativo. Ex. chance
de cura
Correspondente epidemiológico do
conceito matemático de
PROBABILIDADE
• “RISCO é a probabilidade de ocorrência
de uma doença, agravo, óbito ou condição
relacionada a saúde incluindo a cura em
uma população ou grupo por período de
tempo”.
Risco
• Estima-se por uma proporção
–Razão entre duas grandezas: O
numerador tem que estar contido no
denominador
P
DP={1,2,3,4,5,6,7,8...,n}
D={2,3,5}
Risco=D/P |tempo|
Elementos que compõem a definição
epidemiológica de risco
• Ocorrência de casos: Óbitos,
doenças, saúde – numerador
• Base de referência populacional –
Denominador
• Base de referência temporal -
Período
• População:
Conjunto de indivíduos que têm uma
(ou mais) característica (s) em comum.
Conjunto ou série homogênea de
elementos formados por membros de
uma mesma classe
• População em risco: Sector da
população que é considerada susceptível
(biológicamente em risco) de adquirir uma
• Factor de Risco: atributo de um grupo
que apresenta > Incidência de uma
doença p.e. em comparação a outros
grupos com ausência da doença ou
menos exposição à característica
• Factor de proteção: Atributo de um
grupo com < incidência de um distúrbio
em relação a outros grupos com
ausência ou baixa dosagem de tal
factor.
Factor e marcador de risco
• Factor de risco – cujo efeito pode ser
prevenido (sedentarismo, obesidade,
fumo, colesterol sérico, contraceptivos
orais para a doença coronariana)
• Marcadores de risco – atributos
inevitáveis, já dados, cujo efeito encontra-
se, portanto, fora da possibilidade de
controle (sexo e grupo étnico para
FACTOR DE RISCO
Identificado por abordagem comparativa
Comparação de que?
Razão entre os dois riscos – Risco relativo ou
razão de risco (RR)
RR=RE/RE
Quantas vezes RE é maior que RE?
Diferença entre os dois riscos – Risco
atribuído
RA=RE-RE
Quanto RE é maior que RE
• Uma variável de exposição é
considerada fator de risco quando:
RR>1 RA>0
IE>IE
Modelo de risco: Baseados em medidas
de incidência
Mas quando se tem apenas dados de
prevalência podem ser usados
Risco Relativo
• O cálculo do RR é muito simples
quando temos os dados em uma
tabela 2 X 2:
a b
c d
E
NE
D ND
RR =
a
a + b
c
c + d
Risco Atribuível
• O risco atribuível (RA) é uma medida
da diferença do risco entre os
indivíduos expostos e os indivíduos
não expostos.
Estudos Caso-Controle
• Nos estudos caso-controle não é
possível estimar-se directamente o
risco, pois não conhecemos o
número de pessoas expostas.
• Utiliza-se uma outra abordagem, que
é o cálculo das chances (odds) de
exposição entre os casos em
comparação com as chances de
Odds-ratio
• Em uma tabela 2 x 2, o cálculo do
Odds-Ratio seria então:
a b
c d
OR =
a
a + c
c
a + c
b
b + d
d
b + d
OR = ad / bc
D+ D-
E+
E-
Fontes de informação
Sistemáticas:
censos demográficos
sistemas de informação em saúde
registros de doenças, policiais, etc.
Assistemáticas: Levantamentos
especiais (população total ou amostra)
Dados primários e dados
Medidas de Freqüência de
doenças
• Medidas da ocorrência de doenças
–Taxas
• Medidas de associação
–Risco Relativo
–Odds-ratio
–Risco Atribuível
Medidas de Freqüência de
Doenças
Incidência
freqüência de casos novos de uma doença ou problema
de saúde
Obtida nos estudos que envolvem seguimento.
Mede a freqüência com que as pessoas adoecem
independentemente do tempo que ficam doentes
Oriundas de uma população sob risco de adoecimento,
ao longo de um determinado período de tempo
necessário que cada indivíduo seja observado em no
mínimo duas ocasiões
t0 (“sadio”)---------------------------------------------------------------------------------------------------
Medidas de Freqüência de
Doenças
Incidência
- medida dinâmica mudanças no estado de saúde
velocidade de agregação de
casos novos - Risco
Número absoluto de casos incidentes (I)
Medidas de Incidência expressas como freqüências
relativas
Taxa de Incidência (TI) ou Densidade de Incidência
Taxa de ataque
• O termo “taxa de ataque” é
freqüentemente utilizado, ao invés de
incidência, durante uma epidemia de
doença em uma população bem
definida em um curto período de
tempo.
Conceito de taxa
• Uma taxa é calculada dividindo-se o
número de casos pelo número de pessoas
em risco e é expressa como casos por
10n pessoas.
Cálculo de Freqüência de
Doenças
Cálculo depende do tipo de população:
População fechada: nenhum membro novo é
incorporado após iniciado o período de
seguimento e integrantes saem somente
devido ao evento (ex. morte) tamanho (N)
diminui sistematicamente ao longo do tempo;
População aberta: novos membros são
adicionados no tempo (ex. imigração) e há
perdas de seguimento (ex. emigração)
Prevalência
• É uma medida de frequência das doenças (ou outras
características em um momento determinado)
casos “antigos” + casos novos
• Descreve a força com que subsistem as doenças nas
colectividades
• Descreve a proporção da população afectada por
uma doença em um momento determinado
nº de indivíduos doentes (novos+antigos) em t
P = ---------------------------------------------------------------
nº total de indivíduos da população em t
Pontual ou Instantânea
Prevalência
• É uma medida valiosa para o
administrador sanitário na sua ação
de planejar em função do número de
doentes/óbitos na comunidade
Medidas de Freqüência de Doenças
Prevalência
Fatores que podem aumentar a prevalência
• Maior duração da doença;
• Aumento da incidência (I);
• Aumento da sobrevida, sem cura;
• Imigração de casos ou emigração de pessoas sadias;
• Melhoria dos recursos diagnósticos;
• Melhoria do sistema de informação.
Medidas de Freqüência de Doenças
Prevalência
Fatores que podem diminuir a prevalência
• Menor duração da doença;
• Diminuição da incidência (I);
• Maior letalidade;
• Imigração de pessoas sadias ou emigração de casos;
• Aumento da taxa de cura.
Letalidade
• A letalidade mede a severidade de
uma doença e é definida como a
proporção de mortes dentre aqueles
doentes por uma causa específica
em um certo período de tempo.
Causalidade
• Explicações para as causas das doenças
variam conforme cultura e momento
histórico:
Antigüidade: concepção religiosa e
desequilíbrio entre elementos
Idade média: teoria dos miasmas
Final séc. XVIII: causação social
Metade do séc. XIX: bacteriologia
POSTULADOS DE HENLE-KOCH
(1882)
O agente tem que ocorrer em todos os casos da
doença em questão e sob circunstâncias que
podem dar uma explicação satisfatória para as
alterações patológicas no hospedeiro.
Não ocorre em outras doenças como agente
fortuito ou não patogênico.
Após ter sido isolado do organismo e crescido em
meio de cultura, ele é capaz de induzir a doença
novamente. (Adaptado de Kelsey et al. 1996.)
• Um único agente - Causa necessária e
suficiente
MODELO UNICAUSAL
Modelo contemporâneo
Conceito de Multicausalidade das
doenças
Modelos ecológicos
Idéia de fatores de risco
“A causa de uma doença específica é o
evento, condição ou característica que
precede o evento doença e sem o qual a
doença não teria ocorrido ou teria ocorrido
mais tardiamente.” (Rothman &
CAUSA NECESSÁRIA
• A doença somente se desenvolve na
presença da causa
CAUSA SUFICIENTE
• Conjunto de condições ou eventos
mínimos que inevitavelmente
produzem ou iniciam uma doença
• Uma causa suficiente geralmente é
composta por diversos componentes.
• Dificilmente se conhecem todos esses
componentes.
• Uma causa suficiente contém causa(s)
necessária(s) como seu(s) componente(s).
• Nas doenças infecciosas sempre há uma
causa necessária. Ex.: Bacilo de Koch na
Tuberculose
• Nas doenças crônico-degenerativas a
questão é mais complexa
Diferentes causas suficientes para uma
mesma doença Ex.: 1. IAM decorrente de
Diabetes + Hipertensão + Tabagismo +
Dislipidemia
OU
2. Sedentarismo + Hipertensão +
Obesidade + Menopausa
Um mesmo factor causal para diferentes
doenças Ex.: Obesidade leva a Diabetes,
“Princípios de Causalidade” ou “Princípios de Hill” (1965)
• Força da associação: qual a magnitude do
risco relativo?
• Temporalidade: a exposição precede a
doença?
• Consistência: em diferentes tipos de estudo,
populações e circunstâncias os resultados são
similares?
• Especificidade: uma causa, um efeito
• Gradiente biológico ("dose-resposta"): o
aumento da exposição ocasiona um aumento do
risco de doença?
• Plausibilidade biológica: associação é
consistente com o conhecimento sobre a
patogenia da doença?