1. 1820 E O LIBERALISMO
A REVOLUÇÃO FRANCESA.
Liberdade e Igualdade
1-Que revolta pôs fim à monarquia absoluta em França?
A revolução francesa em 1789
2- Que classes sociais é que se revoltaram?
A burguesia e o povo
3- Porque se deu esta revolução?
Porque em França, nos finais do séc XVIII havia um grande descontentamento por
parte das classes sociais burguesia e do povo, devido aos muitos impostos que estes
pagavam e também pelos privilégios que a nobreza e o clero possuíam bem como o
poder absoluto que o rei detinha.
4- Que ideias defendiam os revolucionários?
Os revolucionários, a maior parte pertencentes à burguesia e ao povo, defendiam
novas ideias, como:
- a igualdade de todos os cidadãos perante a lei (todos teriam os mesmos
direitos e deveres).
- Maior liberdade para as pessoas.
- Defendiam ainda a separação de todos os poderes (na Monarquia Absoluta o
rei detinha todos os poderes).
Defendiam o lema da “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”
Após e revolução, o rei deixou de ter todos os poderes. A lei passou a ser igual para
todos e a liberdade passou a ser um direito.
5 – Quem morreu durante a Revolução Francesa?
Foram mortos a família real (rei Luís XVI e rainha Maria Antonieta) e muitos
elementos do clero e da nobreza.
A Desobediência de Portugal
6- O que aconteceu ao resto da Europa após a revolução francesa?
Após a vitória dos revolucionários franceses, os reis absolutos europeus sentiram o
seu poder ameaçado. Alguns deles uniram-se e declararam guerra à França. Foram
derrotados devido à ação de Napoleão Bonaparte, general francês e comandante das
tropas francesas.
1
2. 7 – Que medidas tomou Napoleão Bonaparte para dominar a Europa?
Após a derrota da maioria dos reis absolutos europeus, a França passou a dominar
quase toda a Europa Continental. Só a Grã- Bretanha continuou a oferecer resistência.
Para a isolar e para destruir o seu comércio, Napoleão ordenou aos países europeus
que fechassem os seus portos aos navios ingleses. Esta medida tomada em 1806,
ficou conhecida por Bloqueio Continental.
8- Quem ordenou o Bloqueio Continental?
Napoleão Bonaparte
9- Qual o país que Napoleão pretendia atingir com este Bloqueio?
Grã- Bretanha
10 – Qual o país que não obedeceu?
Portugal
11 – Qual foia posição de Portugal no que respeita ao Bloqueio Continental?
Portugal hesitou em obedecer às ordens de Napoleão, porque além de existir uma
aliança antiga com a Grã –Bretanha, o encerramento dos portos portugueses aos
navios ingleses prejudicaria a economia portuguesa, visto que o nosso comércio
externo se fazia principalmente com aquele país.
12- Que decisão tomou D. João? E que consequências teve para Portugal esta
decisão?
O príncipe regente, D. João acabou por ordenar a saída dos navios ingleses dos portos
portugueses, no entanto, já era tarde porquea França aliou-se a Espanha e decidiram
invadir Portugal. Quando em Novembro de 1807 Napoleão e as suas tropas entraram
em Portugal, D. João e toda a família real já tinham saído do país para se refugiarem
no Brasil.
O governo do país ficou entregue a uma regência composta por cinco
governantes.A capital do império português passou a ser o Rio de Janeiro.
PORTUGAL OCUPADO PELOS FRANCESES
13- Quantas foram as invasões francesas a Portugal?
Foram três.
14 – O que aconteceu na primeira invasão?
Em 1807, o comandante das tropas francesas Junot instalou-se em Lisboa sem
encontrar resistência.
Tomou medidas que desagradaram à maioria dos Portugueses:
- Mandou substituir a bandeira nacional pela francesa, no Castelo de S. Jorge
2
3. - Demitiu a “Regência” nomeada pelo príncipe regente D. João e começou a
governar Portugal como terra conquistada.
- Os soldados franceses e os seus aliados espanhóis, cometiam roubos e
violências por todo o país, provocando revolta na população.
- Destruíram campos e culturas e mataram muitas pessoas.
15 - A quem pediu ajuda Portugal durante a 1ª invasão francesa?
Portugal pediu auxílio aos i
ngleses. As tropas inglesas reforçadas pelas portuguesas, derrotaram os franceses
nas Batalhas de Roliça e Vimeiro. Apesar de vencidos os franceses negociaram com os
ingleses a sua saída de Portugal – Convenção de Sintra – levando consigo tudo o que
tinham roubado.
16 – O que aconteceu na segunda invasão?
Apesar da derrota dos franceses, Napoleão não desistiu. Em 1809, os franceses
comandados pelo general Soult, entraram em Portugal por Trás-os-Montes e
conquistaram o norte até ao Rio Douro. Ocuparam a cidade do Porto. A vitória pouco
durou porque os soldados ingleses e portugueses, com o apoio dos populares
obrigaram os soldados franceses a refugiarem-se na Galiza (Espanha).
17 – O que aconteceu na terceira invasão?
Em 1810, os franceses, comandados pelo general Massena, invadiram de novo
Portugal, agora pela Beira Alta. Apesar de derrotados no Buçaco, continuaram a
marcha em direção a Lisboa. Foram detidos nas barreiras defensivas de Torres
Vedras. Os franceses abandonaram Portugal em 1811.
18 – Após a saída dos franceses de Portugal, o país ficou numa situação muito
difícil. Quais foram as razões que levaram deste descontentamento e que
conduziram os portugueses a desejar a revolução?
As razões foram:
- Após a saída dos franceses, o país estava a atravessar um período difícil; houve
perda de vidas humanas, o comércio e a indústria estavam paralisados, pontes
cortadas, casas e monumentos saqueados.
- Após a saída dos franceses, eram os ingleses que controlavam o exército, o
comércio e o governo portugueses.
- D. João e a Corte continuavam no Brasil, sem mostrarem grande
preocupaçãocom o que se passava em Portugal.
- Em 1808 D . João abriu os portos brasileiros ao comércio estrangeiro o que
prejudicava muito os comerciantes portugueses. O comércio externo português
dependia em grande parte da venda dos produtos portugueses (agrícolas e
industriais) ao Brasil e da exportação dos produtos brasileiros.
Estas razões levaram os portugueses a desejar a revolução de acordo com as ideias
da Liberdade e Igualdade vindas de França.
3
4. 19 – Em que data se deu a primeira conspiração liberal/ tentativa de
revolução?
Em 1817, deu-se a primeira conspiração liberal para fazer regressar a Portugal a
família real e acabar com o domínio inglês. Este movimento foi descoberto e o
general Gomes Freire de Andrade acusado de o chefiar foi enforcado.
20- O que era o Sinédrio?
Era uma organização secreta que se formou em 1818 no Porto, por um grupo de
liberais (comerciantes, militares, proprietários e juízes) dirigido por Manuel
Fernandes Tomás e que pretendia preparar a revolução.
21 – Em que ano se deu a revolução em Portugal?
A 24 de Agosto de 1820, militares do Porto, chefiados pelo general Sepúlveda, que
também fazia parte do Sinédrio, revoltara-se contra o regime absoluto e a situação do
reino. A 1 de Outubro, os revolucionários do Porto uniram-se aos defensores das
ideias liberais de Lisboa. A revolução espalhou-se por todo o país e foi criado um
governo provisório – A Junta Provisional do Governo do Reino – que incluía
revolucionários de Lisboa e do Porto.
22 - Qual a função desta Junta Provisional do Governo do Reino?
A Junta Provisional do Governo do Reino teve o encargo de governar o país e
organizar as primeiras eleições para deputados às Cortes Constituintes.
23- O que eram as Cortes Constituintes?
Eram assembleias formadas por deputados eleitos pelos cidadãos eleitores, tendo
como função fazer as leis.
A Assembleia tinha como principal função elaborar uma Constituição que estivesse
de acordo com as ideias liberais.
D. João VI, entretanto regressou do Brasil assinou a Constituição e comprometeu-se a
respeitá-la. A monarquia Absoluta deu origem à Monarquia Constitucional.
24- Definição de Cortes antes de 1820?
Assembleias consultivas, convocadas pelo rei, para ouvir a opinião dos
representantes do clero, da nobreza e do povo.
25–Quais os princípios da Monarquia Liberal ou Constitucional?
Com a Monarquia Constitucional:
- Deixaram de existir grupos sociais privilegiados, uma vez que na Constituição
estava escrito que todos os indivíduos passavam a ser iguais perante a lei,
independentemente da sua riqueza ou origem familiar.
- Todos passaram a pagar impostos e a ser julgados pelos mesmos tribunais.
- Soberania da Nação, ou seja, o rei submetia-se à vontade dos cidadãos que, pelo
voto, escolhiam os seus representantes.
4
5. - Podiam votar os homens com mais de 25 anos, ficando excluídos os
analfabetos, os frades e as mulheres.
- O Poder passou a estar repartido: Poder legislativo (exercido pelos deputados
nas Cortes que faziam as leis); Poder executivo (exercido pelo rei e os
secretários de Estado ou ministros no Governo que punham as leis em prática);
Poder Judicial (exercido pelos juízes no Tribunal que julgavam quem não
cumpria a lei).
Quais as diferenças entre uma Monarquia Absoluta e uma
Monarquia Constitucional?
26 – Qual foi a atitude de D. Pedro quando as Cortes Constituintes exigiram que
este regressasse do Brasil?
O Brasil desenvolveu-se com a presença de D. João VI durante 13 anos.
Construíram-se escolas, estradas, hospitais, teatros e bibliotecas e a cidade do Rio de
Janeiro tornou-se a sede do governo. A partir de 1808, o Brasil passou a fazer
comércio livremente com outros países deixando de ser obrigado como colónia a
comprar e a vender todos os produtos. A burguesia Brasileira viu os seus lucros a
aumentarem, ao contrário da burguesia portuguesa que viu os seus lucros a
diminuírem.
As Cortes Constituintes exigiram que o Brasil voltasse à sua condição antiga de
colónia, voltando a fazer comércio só com Portugal, e que D. Pedro regressasse ao
reino. Este não concordou e em 1822 declarou a independência do Brasil. D. Pedro
passou a ser D. Pedro I do Brasil e Portugal perdeu assim o território que mais lucros
dava.
27 – Quem governou Portugal após a morte de D. João VI?
D. Pedro foi aclamado rei, por ser o filho mais velho de D. João VI.. Como D.
Pedro era imperador do Brasil, se subisse ao trono os dois reinos voltariam a estar
unidos, situação que não agradava nem a Portugal nem ao Brasil.
Então, D. Pedro decidiu abdicar do trono de Portugal para sua filha D. Maria da
Glória, que tinha sete anos de idade.
5
6. D. Miguel, filho de D.João VI estava exilado na Áustria por ter organizado
revoltas contra a Monarquia Liberal. D. Pedro decidiu então que D. Miguel poderia
regressar a Portugal desde que aceitasse casar com a sobrinha e governar como
regente de acordo com as ideias liberais.
28 - Como D. Miguel se tornou Rei Absolutista?
Como D. Pedro tinha declarado a independência do Brasil e era a favor das ideias
liberais, a antiga nobreza do reino, o clero e mesmo alguns populares não o aceitaram
como rei de Portugal. Preferiam que o rei fosse D. Miguel já que era defensor da
Monarquia Absoluta. Aproveitando a ausência de D. Pedro no Brasil, D. Miguel fez-se
aclamar rei em 1828. Dissolveu a Cortes e passou a governar como rei absoluto.
Muitos liberais foram presos e mortos e outros refugiaram-se no estrangeiro.
29- Quando é que a Monarquia Absoluta foi novamente derrotada?
EM 1831 D. Pedro abdicou do trono e veio para a Europa. Nos Açores organizou um
exército liberal e em 1832 desembarcou em Pampelido, perto do Porto. Esta cidade
foi ocupada durante um ano pelos liberais e cercada pelo exército de D. Miguel. Os
liberais resistiram um ano. Numa tentativa de provocar a divisão das tropas de D.
Miguel, uma , uma parte do exército liberal saiu do Porto e dirigiu-se ao Algarve. Dali
marchou para Lisboa, tendo ocupado a capital do reino em 1833. O Exército
miguelista saiu do Porto e dirigiu-se a Lisboa. Em 1834 ocorreram as batalhas de
Almoster e Asseiceira, ganhas pelos liberais. D. Miguel assinou então a Paz na
Convenção de Évoramonte em 1834. Foi o fim da Guerra Civil e a Monarquia Liberal
saiu vencedora.
CRONOLOGIA
1822 - APROVAÇÃO DA 1ª CONSTITUIÇÃO PORTUGUESA
- INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
1828 - D. MIGUEL FAZ-SE ACLAMAR COMO REI DE
PORTUGAL,PASSANDO A GOVERNAR COMO REI ABSOLUTO
- LIBERAIS SÃO PERSEGUIDOS PELOS ABSOLUTISTAS
1831 - D. PEDRO ABDICA DO TRONO BRASILEIRO, REGRESSA À EUROPA
E JUNTA-SE AOS LIBERAIS NOS AÇORES
1832 - DESEMBARQUE DOS LIBERAIS PERTO DO PORTO, SEGUE-SE A
OCUPAÇÃO DA CIDADE. CERCO DESTA CIDADE EPLOS
ABSOLUTISTAS E DÁ-SE O INÍCIO DA GUERRA CIVIL.
1833 - LISBOA É OCUPADA PELAS TROPAS LIBERAIS
1834 - CONVENÇÃO DE ÉVORAMONTE FIM DA GUERRA CIVIL COM A
VITÓRIA DOS LIBERAIS.
6