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Educação Corporativa e EaD
Metodologias na EaD
Pesquisa, Tutoria e Docência na EaD
Saúde e Meio Ambiente: diálogos com a EaD
Dia Nacional
da EaD
27 de novembro de 2012
2
Programação
Dia 27 nov
9h – Abertura – Professor Fernando Arduini Ayres
10h – 12h GTs
1- Educação Corporativa e EaD
2- Metodologias da EaD
3- Pesquisa, Tutoria e Docência na EaD
4- Saúde e Meio Ambiente: diálogos com a EAD
12h – Sessão de Pôsteres
13h - Almoço
14h – 16h
Oficina Web 2.0 na EaD
Oficina de Tutoria
16h – Encerramento
17h – Distribuição de Certificados
3
Sumário 02 Programação
04
Apresentação dos Professores do GT1
Educação Corporativa e EAD
07 “A Educação Corporativa e o e-Learning na Era do Conhecimento” -
Miriam Cesário de Oliveira
14
“Implantação da EAD nos Projetos de Capacitação como Estratégia de
Ampliação de Oferta de Cursos aos Técnicos Administrativos em
Educação: Relato da Experiência da Divisão de Desenvolvimento / Pró-
Reitora de Pessoal da Universidade Federal do Rio de Janeiro / UFRJ” -
Karine de Lima Guedes
21
“A Racionalização do Currículo de Formação do Oficial Intendente da
Marinha do Brasil via EAD” - Hercules Guimarães Honorato
33
“O e-Learning como Ferramenta de Marketing para o Treinamento e o
Desenvolvimento de Pessoas e Organizações” - Patrícia Cunha Fernandes
35
“Gestão de Mídias: Dimensão Pedagógica, Administrativa e Tecnológica” -
Fanni Hamphreis da Silva
37
Apresentação dos Professores do GT2
Metodologias na EAD
40
“Mídias no Curso de Pedagogia: a Apropriação Instrumental e a Leitura
Crítica no Trabalho Docente” - Esther Silva da Costa - Giselle Martins dos
Santos Ferreira
51
“A Formação Docente para a EAD” - Carla Marina Neto das Neves Lobo e
Claudia Toffano Benevento
64
“A Educação a Distância e a Educação Online na Formação/Informação
dos Docentes Contemporâneos” – Alexander Schio e Danusa Massafferri
Rodrigues
77
Apresentação dos Professores do GT3
Pesquisa, Tutoria e Docência na EAD
80 “Quando a Educação Ambiental e a Educação à Distância se Encontram no
Ensino Superior” - Vilson Sérgio de Carvalho
92
“Qualidade dos Cursos de Licenciatura em Pedagogia na Modalidade EAD:
um Estudo sobre duas Instituições no Município do Rio de Janeiro” -
Rosana Cristina da Silva Costa Silva
105 “Planejamento de Formação de Professores para o uso das Mídias” -
Cardoci Paiva de Lima e Fani Hamphreis
115 “EAD, O Ensino Adaptando-se a Tecnologia” - Carla Cristina de Holanda
Barros
136 “Ser Tutor-Educador no Âmbito da Educação à Distância” - Ana Paula da
Silva Conceição Oliveira
145 “A Importância da Presença do Professor-Tutor de EAD no Processo de
Ensino-Aprendizagem do Discente Virtual” - Valéria Moura de Souza
152 “Tutoria e Qualidade na EAD sob a Ótica dos Tutores” - Silvia Regina
Sênos Demarco
164
Apresentação dos Professores do GT4
Saúde e Meio Ambiente: Diálogos com a EAD
167 “A Contribuição da EAD no Enfrentamento da Precarização do Trabalho no
Sistema Único de Saúde” - Renata Nideck; - Paulo Queiroz
177 “Estrutura Didática em Disciplinas na EAD: Relato de uma Experiência” -
Nanci Cardim; Dominique Maciel; Sonia Regina dos Santos
188 “Educação a Distância (EAD): Limites E Possibilidades” - Claudia
Benevento; Vagner Santana
199 Sessão de Pôsteres
4
Apresentação dos
professores do GT 1 –
Educação Corporativa
e EaD
MINI
CURRÍCULOS
MárioLuiz
Trindade
Formado em Ciências Econômicas, atuou durante 25 anos em
empresas públicas e privadas, ocupando cargos de gerência e
diretoria nas áreas de estratégia e marketing. Trabalhou durante
10 anos como consultor de empresas também nas áreas de
marketing e estratégia. Em 1996 concluiu pós-graduação em
Gestão Estratégia e Docência Superior, ocasião em que passou a
lecionar no projeto A Vez do Mestre, como professor das cadeiras
de Gestão Estratégica, Elaboração de Projetos, Estratégia
Empresarial, Marketing de Serviços, Endomarketing e
Fundamentos de MarketingDesde 2001 passou a atuar também
no ensino a distância como orientador, conteudista e palestrante.
Wagner
Salles
Formado em Administração de Empresas pelo Centro Universitário
Celso Lisboa com especialização em Administração, extensão em
Docência Superior e atualização em Gestão e Liderança, todos pela
FGV. Última atividade profissional finalizada em 2009 na LIGHT
SESA como Analista de Recursos, desempenhando papel de
assessoria gerencial e liderando equipes de prevenção jurídica.
Atualmente como Professor-Auxiliar (Tutoria) nos cursos de
graduação EaD da AVM Faculdade Integrada e docente no SENAC-
RIO nos módulos de Administração. A frente da Direção de
Comunicação da Igreja Batista em Cachambi desde 2009 e
atualmente desenvolvendo atividades paralelas com eventos e
palestras sobre Liderança, com dois artigos publicados no Espaço
Opinião do CRA - Conselho Regional de Administração do RJ.
GloriaJesusde
Oliveira
Sou graduada em Administração de Empresas, pós-graduada em
Gestão Estratégica de Recursos Humanos, Docência do Ensino
Superior, Tecnologia Educacional e estou cursando Formação
Pedagógica para o Ensino Médio Profissionalizante (ISERJ).
Ministro alguns cursos livres na área de Recursos Humanos.
Atualmente trabalho na AVM Faculdade Integrada, com a função
de professora tutora nos cursos de pós-graduação: Marketing e
Gestão Estratégica e Qualidade.
5
CleberMoreira
Gonzaga
CLEBER MOREIRA GONZAGA: Mestre em Administração de
Empresas pela UNESA. Leciono no Projeto A Vez do Mestre da
Universidade Cândido Mendes nas modalidades de pós-graduação
presencial e distância. Conteudista do SENAI – CETIQT. Atua em
consultorias nas áreas de administração, marketing de
relacionamento e digital, atacado e varejo e também na indústria
gráfica, onde desenvolve projetos de propaganda cooperativa.
KoffiDjimaAmouzou
Olá me chamo KOFFI DJIMA AMOUZOU e como o nome sugere eu
não sou brasileiro, embora já esteja muitos anos no país. Sou
natural de Togo na África e é um grande prazer trocar idéias com
vocês sobre uma de minhas áreas de predileção: A Administração
Pública. Se eu pudesse resumir minha formação acadêmica eu diria
que esta se iniciou com minha graduação em Ciências de Gestão
pela Faculté des sciences Economiques et de Gestion da
Universidade de Togo (1997). Já no Brasil terminei no ano de 2000
meu mestrado em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio
Vargas e por fim conclui meu doutorado em Engenharia de
Transportes pela UFRJ mais recentemente no ano de 2006. Desde
2001 atuo como professor auxiliar da Universidade Estácio de Sá
onde ministro aulas em diversas disciplinas voltadas para as áreas
de Administração e Gestão de Programas e Políticas Públicas.
Também nessas áreas tenho algumas publicações além de atuar
ainda como pesquisador dos paradigmas organizacionais na esfera
da Administração Pública nas instituições no Instituto A Vez do
Mestre e na Universidade Estácio de Sá.
AnaCristinaGuimarães
Doutoranda em Ciências Políticas pela Universidade Lusófona - Lisboa –
Portugal; MBA em Reestruturação de Processos e Gestão Estratégica
da Qualidade pela University of Tampa, USA; Mestre em Administração
e Desenvolvimento Empresarial pela Universidade Estácio de Sá; pós-
graduada em Reengenharia e Recursos Humanos pela Universidade
Candido Mendes; graduada em Pedagogia pela Universidade Gama
Filho com habilitações em Administração Escolar, Supervisão
Pedagógica e Orientação Educacional. Atuo há seis nos como Gestora
Acadêmica do curso de Licenciatura em Pedagogia - EAD da AVM -
Faculdade Integrada. Participei da elaboração e construção das
ferramentas necessárias à autorização do curso - Regimento
Educacional - Plano de Desenvolvimento Institucional, Projeto Político
Pedagógico. Atuo há oito anos como Gestora Educacional da Escola
Técnica Rezende-Rammel, Instituição de Ensino de nível médio/
técnico. Dez anos como Gestora Pedagógica do Ensino Médio/Técnico.
Três anos como professora responsável pelo eixo de disciplinas de
Teorias da Administração do Curso de Graduação em Administração.
Vinte e cinco anos de experiência na docência de Educação Infantil à
Pós-Graduação. Na Docência, atuo nas áreas pedagógicas e
empresariais. Consultora de Recursos Humanos em empresas privadas
e públicas.
6
VivianWildhagen
Reis
Meu nome é Vivian Wildhagen Reis. Sou Técnica em Administração de
Empresas pelo CEFET/RJ, Graduada em Administração Industrial
(CEFET/RJ), Pós-Graduada em Gestão de Recursos Humanos pela AVM
Faculdade Integrada e Mestranda em Gestão e Tecnologia com
previsão de conclusão do curso para Fevereiro de 2013. Já atuei como
docente nas disciplinas de Logística, Contabilidade e Gestão nos Cursos
Técnicos e Superior do CEFET/RJ, SENAI/RJ, Funcefet, etc. Atualmente
sou Tutora da Pós-Graduação (modalidade EAD) da AVM Faculdade
Integrada. Tenho trabalhos publicados em Congressos na área
Educacional nos âmbitos da Administração e Engenharia.
MarceloOliveira
Olá, meu nome é Marcelo Oliveira, sou mineiro de nascimento e goiano
de coração. Sou formado em Administração pelo Centro Universitário
do Triângulo (Unitri), pós-graduado em Gestão Pública pela AVM
Faculdade Integrada e pós-graduando no MBA em Gestão de Pessoas
pelo Universidade Estácio de Sá. Atualmente, sou Professor/Tutor por
duas instituições: a Pós-graduação modalidade distância do curso de
Gestão Pública da AVM Faculdade Integrada e o Curso Sequencial em
Empreendedorismo e Inovação pela Universidade Federal Fluminense.
7
A Educação
Corporativa e o e-
Learning na Era do
Conhecimento
Miriam Cesário de Oliveira
GT1
MiriamCesário
deOliveira
Formada em pedagogia pela Universidade Estadual do Rio de
Janeiro no ano de 2011 e pós-graduanda em Gestão de
Projetos pela AVM. Com experiência como auxiliar
administrativo do Instituto Nacional de Traumatologia e
Ortopedia. Atualmente Analista de Suporte Acadêmico do
FGV Online.
Resumo:
Com a chegada da globalização na década de 90 o mundo se deparou com as
novas tecnologias de informação e comunicação que proporcionaram algumas
mudanças no cotidiano de cada sujeito. O tempo é competido por diversos
compromissos, como o trabalho, o estudo e a família. Perante isso, essas
relações proporcionam a exigência de novas modalidades de ensino,
estratégias educacionais e profissionais que perpetuem uma educação
continuada, atualizando e aperfeiçoando constantemente as pessoas para o
mundo produtivo. Com esse novo contexto o modelo formal entrou em crise,
pois não há mais tempo para aperfeiçoar e desenvolver os profissionais no
ensino presencial. No presente estudo analisaremos esse novo modo de se
viver que proporciona uma visão positiva ao e-learning, uma modalidade de
Educação à Distância (EaD), perante a Educação Corporativa, de um modo
que se adéqua à realidade do ambiente profissional, suprindo barreiras
geográficas, cronológicas, e de investimento monetário. Este crescimento do e-
learning está diretamente ligado ao desenvolvimento das tecnologias –
informação, comunicação- criando um ambiente –ciberespaço- de Inteligência
8
Coletiva, que proporciona uma troca frenética de conhecimentos e
experiências.
Introdução
Nos anos 90, com a chegada da globalização e da expansão da internet surge
o ciberespaço que tem como característica a rapidez da informação, do
conhecimento e da comunicação. Com isso, o conhecimento e a
competitividade deixam de ser regionais, passando a ser globais, juntamente
com o crescimento da cooperação ao compartilhar conhecimentos que
aumenta consideravelmente o nível de competitividade.
No meio de tanta informação e rápida comunicação, as pessoas buscam se
especializar sem ter um tempo para dedicar-se presencialmente em algum
curso de especialização. Nesse contexto a tecnologia é utilizada a favor da
aprendizagem e se adapta à realidade que busca incessantemente o
conhecimento.
O novo motor da economia que é caracterizado pela capacidade de produzir,
armazenar, processar, recuperar e disseminar informações e conhecimentos é
chamado de Gestão do Conhecimento. Esse motor econômico gerencia toda
informação e conhecimento possuído.
A educação escolar hoje, em geral, não se encontra preparada para suprir as
expectativas e as necessidades do mercado. Ela não consegue antecipar
mudanças, pois precisa adaptar-se primeiro a esse novo mundo do
conhecimento competitivo para depois usufruir do conhecimento coletivo com o
intuito de criar mudanças antecipadamente, enxergando a realidade
competitiva e quebrando os paradigmas tradicionais.
Segundo Jannuzzi e Tálamo (2004) se tratando da gestão de informação nas
empresas, a informação subsidia o processo de decisão e controle nos
diversos níveis da organização, compreendendo as demandas do ambiente
competitivo com suas necessidades individuais e coletivas associadas ao
processo de criação e aprendizado, tendo como auxílio a Educação a Distância
(EaD).
9
Portanto a EaD se tornou um novo paradigma, pois supre a necessidade de
aprendizagem no meio de tanta movimentação de informação e comunicação
global, transformando assim essas novas tecnologias em um espaço virtual de
educação e de produção do conhecimento - e-learning -.
A Educação Corporativa e a EAD
Atualmente se faz necessário adquirir competências educacionais e
profissionais que ultrapassam o ambiente escolar e universitário, pois a
competição, sendo um resultado da globalização valoriza cada vez mais a
produção e troca de conhecimento contínuo.
Pela primeira vez na história da humanidade, a maioria das competências
adquiridas por uma pessoa no inicio de seu percurso profissional estarão
obsoletas no fim de sua carreira (...). Trabalhar quer dizer, cada vez mais,
aprender, transmitir saberes e produzir conhecimentos. (LÉVY, 1999, p 157)
Para que o profissional tenha a capacidade de capturar, produzir e dividir o
conhecimento – inteligência coletiva-, o mesmo precisa ser um sujeito
autônomo, crítico, reflexivo e criativo (competências).
Na Inteligência coletiva os seres humanos estão interligados em tempo real no
ciberespaço. Ela tem como característica a liberdade e o não totalitarismo, que
valoriza e compartilha todos os saberes, criando assim, uma nova maneira de
produção do conhecimento. Participamos de uma sociedade em que todo
contexto, sejam as empresas, as comunidades ou as diferentes relações
econômicas estão destinados ao funcionamento da inteligência coletiva. Nela
todos os diferentes sujeitos podem ser autor, leitor e articulador de saberes,
promovendo uma cooperação mútua para a criação e transmissão do
conhecimento.
Uma das exigências de um profissional na “Era do Conhecimento” é a
competência. Portanto, não se trata mais de uma qualificação formal, onde a
empresa concede um posto de trabalho para desenvolver sua qualificação e
suprir esse posto, mas sim, da qualificação real desse trabalhador, que é
histórica e contextualizada no processo de globalização econômica. A
imprevisibilidade está dentro dessa qualificação real, pela qual o trabalhador
10
deve ter um conjunto de competências que abrangem além das dimensões
cognitivas, intelectuais e técnicas.
A competência depende do conhecimento para ser praticada, mas existe
conhecimento sem a devida competência para usá-lo. É nessa situação que a
educação a distância começa a atuar, ensinando e potencializando também o
profissional para o desenvolvimento de suas competências que resulta na
pratica de seu conhecimento teórico.
Entender essa mudança e incessante busca de um alto nível de
competitividade, que implica na capacitação das competências, transformando
as crenças em valores organizacionais, é saber que a organização precisa ter
inovações capazes de manter a empresa em seu alto nível competitivo para
perpetuar sua existência. Portanto não basta apenas atingir a liderança, mas
sim mantê-la, enxergando e agindo rapidamente perante as mudanças
constantes no mercado global.
Para isso, é importante manter uma comunicação empresarial que favoreça a
interação e a ampliação da quantidade e qualidade –conectividade-, seja essa
interação interna ou externa (fornecedores, distribuidores, clientes,
comunidades, etc), a fim de estar perceptível ao mundo e às demandas do
mercado.
Atualmente, o sucesso profissional do sujeito depende cada vez mais de
oportunidades de ensino-aprendizagem em ambientes favoráveis ao
desenvolvimento das características interessantes para a organização. O
processo de investimento das empresas junto aos colaboradores permite o
desenvolvimento seguro e saudável da organização que, por sua vez, depende
do conhecimento, criatividade, motivação contínua, entre outras competências
de sua força de trabalho.
Neste contexto, em relação às empresas, é preciso todo um trabalho voltado
para o objetivo do cliente, observando o tipo de clientela e o que ela precisa
para que a aprendizagem seja obtida de maneira eficaz. A criação de
estratégias é importante para que permitam o aperfeiçoamento, o
desenvolvimento e a atualização constante dos colaboradores da empresa, que
resultará diretamente no nível de competitividade.
11
É importante entendermos e sabermos as principais vantagens do e-learning;
para que possamos analisar e compreender sua valorização nas empresas. As
vantagens fazem parte do conjunto de inovação do processo de formação que
é caracterizado como tal. Nesse conjunto é presente uma flexibilidade do
ensino, do tempo e do local, ritmo personalizado, fácil interatividade, auto-
formação e acessibilidade para valorização pessoal ou profissional.
Todas essas vantagens são garantidas graças à fácil interatividade que a
internet proporciona, facilitando o sujeito em sua formação profissional e
pessoal, adaptando-se às demandas do mundo globalizado, viabilizando a
formação de quem não tem possibilidade de se ausentar do local de trabalho.
O aluno do e-learning precisa, primeiro, reconhecer a importância da busca
incessante do saber. Mantendo uma atitude participativa com o tutor e seus
colegas de classe (virtual). Além disso, o mesmo deve ser organizado e
autônomo, pois precisará programar seus horários de estudos, afim de que
consiga ter uma boa aprendizagem, tornando-se sujeito crítico, reflexível e
criador de saberes.
Para desenvolver a autonomia precisa-se de alguns reconhecimentos, um
deles é ter a consciência do inacabado. O verbo inacabar se refere ao
conhecimento, enfatizando e tendo como base a contínua obsolescência do
mesmo. O sujeito autônomo deve estar em uma contínua busca do saber, pois
todo conhecimento adquirido e exposto no presente será sempre incompleto
em relação ao futuro. Essa linha contínua é infinita, pelo qual o conhecimento é
superado a cada dia por sujeitos conscientizados de sua característica
inacabada.
Como seres históricos, é a capacidade de, intervindo no mundo, conhecer o
mundo. Mas, histórico como nós, o nosso conhecimento do mundo tem
historicidade. Ao ser produzido, o conhecimento novo supera outro antes que
foi novo e se fez velho e se "dispõe" a ser ultrapassado por outro amanhã.
(FREIRE, 2002. p 15)
Os estudantes autônomos passam a reconhecer a necessidade de estudo,
selecionam conteúdos, projetam estratégias de estudo, arranjam materiais,
organizam, dirigem, controlam e avaliam o processo de aprendizagem e são
essas competências que o e-learning exige de seus alunos. A possibilidade
que essa modalidade de ensino concede aos alunos: a escolha de horários e
12
locais para o desenvolvimento da aprendizagem, instiga o autodidatismo que
desenvolve e aprimora o sujeito como um pesquisador e articulador de
saberes. Essa característica do ensino a distância obtém resultados positivos
quando o aluno consegue desenvolver o que lhe é instigado –autonomia-.
Considerações Finais:
Em primeiro momento, podemos perceber a ligação entre a valorização do e-
learning e o contexto em que a mesma aconteceu. O mundo global e as novas
tecnologias transformaram desde as rotinas, exigências e características de
cada indivíduo até as das grandes empresas –comércio-. Com a internet e o
fácil acesso às informações e conhecimentos, os valores foram transformados,
a cooperação tornou-se uma forte aliada do crescimento, conhecimento e
desenvolvimento global, que aumenta a competição qualitativa e
quantitativamente.
O que ocorre é que devido a Era do conhecimento e da Informação há uma
redução do prazo de validade do conhecimento, pois a regra da
competitividade exige uma educação continuada.
Para atender as exigências da economia e do mercado as organizações
mudam. Surgem então, as universidades corporativas, a fim de oferecer aos
colaboradores uma educação contínua para o desenvolvimento de
competências –pedagogia das competências- e dos conhecimentos
necessários para os objetivos estratégicos nessa incessante competição.
Compreendo que a escola não supre as necessidades do mundo, que no lugar
da qualificação profissional (formação técnica e experiência profissional) surge
a noção de competências com o objetivo de qualificar os profissionais, visando
atender as exigências e especificidades da atualidade, uma vez que os meios
de educação convencionais não oferecem essas vantagens. Deste modo,
pode-se definir Universidade Corporativa ou Educação Corporativa como “um
sistema de desenvolvimento de pessoas pautado pela gestão de pessoas por
competências.” (EBOLI, 2004. p 48)
O e-learning nada mais é do que a adaptação da educação perante esse novo
mundo de informação e comunicação que tem como objetivo capacitar os
sujeitos e desenvolver suas competências. Para a empresa é vantajoso não
13
ter que fazer toda uma estrutura presencial com salas que disponibilizam “x”
quantidades de alunos, agora, com apenas uma sala de vídeo conferência o e-
learning possibilita um encontro virtual com pessoas de todo lugar do mundo,
como se estivessem na mesma sala, fazendo desaparecer custos associados à
deslocação e lugar de atuação presencial.
A educação, assim como todo processo humano, tanto no individual quanto no
coletivo, caminha junto com as mudanças e o desenvolvimento do mundo.
Logo, podemos constatar que o que possibilitou o surgimento desse novo
paradigma chamado de Educação è Distância foi a demanda do seu próprio
contexto. As características globais, desde as micro até as macro, interligam as
necessidades do mercado globalizado, considerando a rotina e possibilidade
de cada indivíduo com a aprendizagem continuada a distância.
Referências:
EBOLI, M. Educação Corporativa no Brasil: Mitos e Verdades. São Paulo:
Editora Gente, 2004.
JANNUZZI, C. A. S. C.; TÁLAMO, M. F. G. M. A empresa e os sistemas
humanos de informação. Transinformação. Campinas, v. 16, n. 2, maio/ago,
2004.
LÉVY, Pierre. Cibercultura São Paulo: Editora 34, 1999.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários para a prática
da autonomia. (falta editora), 2002.
14
Implantação da EAD nos
projetos de capacitação como
estratégia de
Ampliação de oferta de cursos
aos Técnicos Administrativos
emEducação: relato da
experiência da Divisão de
Desenvolvimento/Pró-
Reitoria de Pessoal da
Universidade Federal do Rio de
Janeiro
Karine de Lima
BeatrizVieira
Rita de Cássia Silveira
GT1
KarinedeLima
Guedes
Técnica em Assuntos Educacionais da Divisão de
Desenvolvimento da Pró-reitoria de Pessoal da Universidade
Federal do Rio de Janeiro/UFRJ. Trabalha a 3 anos na UFRJ.
Já foi tutora do curso de Pós Graduação PIGEAD -
Planejamento, Implementação e Gestão da EAD pela UFF, do
curso de Pós Graduação em Gestão Municipal pela Unirio e
atualmente é tutora do curso extensão em Tecnologia
Educacional pela Fundação CECIERJ. A DVDE tem por
responsabilidade oferecer cursos de aperfeiçoamento e
desenvolvimento dos servidores da UFRJ que possui em
torno de 13.000 servidores, entre docentes e técnico-
administrativos em educação. É formada em Pedagogia pela
UFRJ, Pós-graduada em Gestão de Recursos Humanos pela
Universidade Estácio de Sá e atualmente cursa o Mestrado
Acadêmico em Administração pela Unigranrio.
Beatriz
Vieira
Pedagoga da Divisão de Desenvolvimento da Pró-reitoria de
Pessoal da Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ.
Trabalha a 1 anos na UFRJ. A DVDE tem por responsabilidade
oferecer cursos de aperfeiçoamento e desenvolvimento dos
servidores da UFRJ que possui em torno de 13.000
servidores, entre docentes e técnico-administrativos em
educação. É formada em Pedagogia pela UERJ.
Ritade
Cássia
Silveira
Diretora da Divisão de Desenvolvimento da Pró-reitoria de
Pessoal da Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ.
Trabalha a 23 anos na UFRJ e a 9 anos na citada Divisão. A
DVDE tem por responsabilidade oferecer cursos de
aperfeiçoamento e desenvolvimento dos servidores da UFRJ
que possui em torno de 13.000 servidores, entre docentes e
técnico-administrativos em educação. É formada em
Psicologia pela UFRJ, Pós-graduada em Educação e
Desenvolvimento de Recursos Humanos/CFCH e MBA em
Marketing/COPPEAD também pela UFRJ.
15
Resumo
A Educação a Distância se apresenta na atualidade como um excelente
recurso para capacitar, qualificar e atualizar servidores das mais diversas áreas
de conhecimento. A Divisão de Desenvolvimento/DVDE da Pró-reitoria de
Pessoal/PR-4 tem como uma das suas atribuições a responsabilidade em
oferecer ações de capacitação e qualificação aos servidores da UFRJ. A DVDE
assume esta modalidade educacional e inicia, no segundo semestre de 2012,
seu primeiro curso de “Formação de Tutores de Educação à Distância” com a
finalidade de utilizar a EAD em seus cursos. Pretende-se não só atingir um
maior número de servidores, mas também, incentivar o processo de ensino-
aprendizagem corporativo e de inovação.
Palavras-chave: Educação a distância, capacitação, UFRJ, inclusão digital e
inovação.
Apresentação da Instituição
A Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ tem a finalidade que consiste
em proporcionar à sociedade brasileira os meios para dominar, ampliar,
cultivar, aplicar e difundir o patrimônio universal do saber humano, capacitando
todos os seus integrantes a atuar como força transformadora. Mais
especificamente, a universidade destina-se a completar a educação integral do
estudante, preparando-o para:
— exercer profissões de nível superior;
— valorizar as múltiplas formas de conhecimento e expressão, técnicas e
científicas, artísticas e culturais;
— exercer a cidadania;
— refletir criticamente sobre a sociedade em que vive;
— participar do esforço de superação das desigualdades sociais e regionais;
— assumir o compromisso com a construção de uma sociedade socialmente
justa, ambientalmente responsável, respeitadora da diversidade e livre de todas
as formas de opressão ou discriminação de classe, gênero, etnia ou
nacionalidade;
— lutar pela universalização da cidadania e pela consolidação da democracia;
16
— contribuir para a solidariedade nacional e internacional.
A Divisão de Desenvolvimento/DVDE da Pró-reitoria de Pessoal/PR-4 visa,
entre outras iniciativas, implementar políticas de valorização e de incentivo ao
servidor atuando na articulação - análise, acompanhamento, supervisão e
avaliação - e apoio nos eventos de capacitação, como também, adotar
avaliações contínuas e sistemáticas que apontem resultados para atingir os
objetivos estratégicos da instituição. Visamos com isso, o Centro de Formação
Continuada dos trabalhadores da UFRJ, estendendo-se, consequentemente, a
outros Órgãos, com o intuito de produzir conhecimentos significativos para a
melhoria do serviço público.
Justificativa
Primando pelo desenvolvimento profissional, diversas dificuldades se
apresentam entre elas a dispersão geográfica e a diversidade de atuação dos
servidores da UFRJ. Com a implementação do curso, pretende-se: 1- Formar
tutores de processos que contribuirão para realização de eventos de
capacitação através da modalidade de educação a distância, que ampliará o
número de servidores capacitados da UFRJ; 2- Melhorar a interação entre os
servidores e; 3- Atender a Política Nacional de Desenvolvimento de
Pessoas/PNDP estabelecidas através do Decreto n. 5707 de 23 de fevereiro de
2006.
Objetivos
Implementar, analisar e avaliar o processo de implantação da Educação a
Distância nos eventos de capacitação, bem como verificar o nível de satisfação
dos servidores que estão participando do curso.
Metodologia
Para implementação da primeira turma do curso de Formação de Tutores em
Educação a Distância, através da plataforma Moodle, que tem a proposta de
formar tutores para atuarem nos eventos de capacitação foram oferecidas 20
17
(vinte) vagas, destinadas a equipe da Seção de Formação Profissional/DVDE
(responsável pela implementação de cursos de capacitação) e as diversas
unidades e Polos da UFRJ.
Pretende-se fazer um estudo de caso, tendo como base os métodos de
pesquisa: pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e a observação-
participação das autoras.
Público – Alvo
Servidores Técnico-Administrativos em Educação da UFRJ.
Resultados Alcançados
Considerando os métodos de pesquisa apresentados, citamos os autores
Marconi e Lakatos (2002) que mencionam o estudo de caso como uma
modalidade de pesquisa qualitativa que não necessita ser apenas descritiva,
assumindo, também, a forma de um estudo analítico. Os autores apontam
também que o estudo de caso ajuda a conhecer melhor como funciona uma
organização, um setor, enfatizando o conhecimento do particular quando
estabelece uma seleção para o estudo. Já na observação participativa,
conforme Vargas (2002, p.120), descreve que é uma técnica onde: “... o
observador faz parte integrante de um grupo e aproveita essa situação para
observá-lo,...”. E a pesquisa bibliográfica balizou as análises dos dados
colhidos na pesquisa documental, que teve como aliada a experiência das
autoras como participantes ativas do processo descrito.
O objetivo é implementar, analisar e avaliar, como um dos objetos de estudos,
que a educação à distância pode vir a suprir a necessidade em ampliar a
demanda de eventos de capacitação, na busca de atualização dos técnicos
administrativos em educação da UFRJ, pois cursos oferecidos na EAD com
qualidade podem ser uma opção favorável no desenvolvimento profissional.
Destaca-se ainda a inovação na UFRJ no processo de capacitação por meio da
oferta de cursos virtuais possibilitará maior flexibilidade temporal e espacial aos
servidores para realização dos cursos, garantindo uma formação continuada de
qualidade e que alcance maior número de pessoas.
O primeiro passo foi a elaboração do projeto de formação de tutores de
educação a distância iniciado em setembro de 2012, a partir da iniciativa da
18
equipe da Divisão de Desenvolvimento/Pró-reitoria de Pessoal/UFRJ em criar e
implementar novas metodologias de capacitação e desenvolvimento, que
possibilitem o envolvimento de maior número de servidores, por meio do uso
da plataforma Moodle. Esta pesquisa poderá ajudar em novas discussões e
reflexões sobre a inovação no processo de formação continuada apontando
estratégias de como desenvolver a capacitação com maior flexibilidade na
oferta de cursos de aperfeiçoamento.
Considerações Finais
O ensino a distância vem sendo considerado um avanço para a educação, pois
com o advento de todas essas tecnologias disponíveis tem se tornado possível
estudar de acordo com a necessidade e o tempo de cada um. A EAD veio para
ser mais uma das ferramentas que facilitam a conquista de conhecimentos,
aprendizados. Essa modalidade de ensino deve ser feita com qualidade,
proporcionando bons conhecimentos aos interessados; e as instituições, um
retorno que deve ser respondido com a aplicação dos novos aprendizados
durante o tempo de aquisição de conhecimento.
Cada vez mais as instituições públicas estão aderindo a essa modalidade de
ensino, pois atualmente é um importante método que facilita o processo de
ensino-aprendizagem através do uso das tecnologias da informação, como
ferramenta necessária na construção do conhecimento. Reconhecemos ainda
ao fato de que o Plano de Carreira dos Técnicos-Administrativos em
Educação/PCCTAE motivou os servidores em participar de eventos de
capacitação, devido a necessidade de atualização profissional alinhados aos
objetivos estratégicos do seu local de trabalho e da instituição.
Nesse sentido, é importante destacar depoimento de alguns cursistas sobre a
implantação da EAD na capacitação dos servidores e do curso de formação de
tutores oferecido pela Divisão de Desenvolvimento:
“Para mim o importante mesmo é a interação com os companheiros de
trabalho, já conhecidos ou não, ainda mais para alguém lotada no Polo Macaé!
Qual outra oportunidade eu teria para interagir com um servidor do Polo Xerém,
distante uns bons 400 km??? É o "milagre" da EaD, onde não há distância,
horário e sala física, mas mesmo assim, muita interação” .
19
“A humanidade está se desenvolvendo muito rápido, o mundo de tecnologias
exige muito de nós. Acredito que o EaD precisa acompanhar essa evolução, e
por traz da máquina, estão as pessoas, nós, que necessitamos aprimorar dons
e adquirir conhecimentos para manuseá-la, transmitindo ensinamentos de
forma mais eficaz, e com garantia de qualidade”.
“Este curso traz a oportunidade de, através do ambiente virtual, trocarmos
idéias, experiências (e conhecimento!) e, além disso, proporciona uma
formação numa área muito importante (e, portanto, muito explorada
atualmente), que é a Educação à Distância”.
“Certamente o Curso de Formação de Tutores em Educação à Distância me
dará a oportunidade de conhecer esta ferramenta e de agregar novos
conhecimentos através da interação com os participantes nos fóruns.
Conhecimentos que, posteriormente, poderão contribuir para a aceleração da
capacitação profissional dos servidores da universidade”.
“Acredito que este curso me trará a abertura de novos horizontes de atuação,
mais ligados à minha formação, já que o trabalho da minha Seção é
essencialmente burocrático. Por isso estou muito animada e grata pela
oportunidade de participar. Já fiz cursos de EAD, mas hoje especificamente
senti a importância da Educação à Distância, já que tive um dia bastante
atarefado e mesmo assim pude participar do curso, no meu tempo e no meu
horário. Isto é fundamental nos dias de hoje, principalmente para nós mulheres
que temos dupla ou tripla jornada”.
Referências
BELLONI, M. L. Educação, ensino ou aprendizagem à distância? In: Educação
à Distância. Campinas, SP: Editoras Associadas, 2003.
CHOO, C. W. A organização do conhecimento: como as organizações usam a
informação para criar significado, construir conhecimento e tomar decisões.
São Paulo: SENAC, 2003.
COSTA, M. e SANTOS, S. O processo de capacitação pela EAD: Um estudo
de caso de uma unidade de informação. 2011.
20
MARTINS, Herbert Gomes. Educação Corporativa: educação treinamento nas
empresas. In Litto, Fredric Michael e Formiga, Manuel Marcos Maciel (org.)
Educação a distancia: O estado da arte. São Paulo: Pearson education; 2009.
OLIVEIRA, J. e MARQUES, S. EAD na Educação Corporativa – um relato da
experiência na Coordenação de Capacitação e Desenvolvimento de Pessoas
da Pró-Reitoria de Recursos Humanos da Universidade Federal de Juiz de
Fora; 2011.
TACHIZAWA, T. e ANDRADE, R. O. B. Tecnologias da informação aplicadas
às Instituições de Ensino e às Universidades Corporativas. 1. Ed. São Paulo:
Atlas, 2003.
21
A Racionalização do
Currículo de Formação
do Oficial Intendente
da Marinha do Brasil
Via EAD
Hercules Guimarães Honorato
GT1
Hercules
Guimarães
Honorato
Sou Hercules Guimarães Honorato. Oficial da reserva da
Marinha do Brasil (Capitão-de-Mar-e-Guerra). Sou graduado
em Ciências Navais com habilitação em Administração
(Escola Naval), Pós-Graduado em Docência do Ensino
Superior (UCAM/IAVM); Gestão de Relações Internacionais e
MBA-Logística (COPPEAD-UFRJ); e atualmente Mestrando do
PPG em Educação (UNESA) da linha de pesquisa de "Políticas
Públicas e Gestão". Participo de eventos acadêmicos da área
de Educação apresentando trabalhos científicos e a minha
pesquisa, cujo eixo é Educação - Trabalho - Juventude. Sou
professor da Escola Superior de Guerra e Assessor do
Superintendente de Ensino da Escola Naval, onde sou
responsável pelo estudo de reformulação do currículo de
formação dos oficiais da Marinha do Brasil.
Resumo
O objetivo desta pesquisa foi identificar as diferenças das matrizes curriculares
entre a formação acadêmica e a do oficial intendente da Marinha. A pesquisa é
de cunho qualitativo, na qual se buscou estabelecer relações e comparações
entre as disciplinas das IES na graduação em Administração a distância e na
Escola Naval, pelo estudo das respectivas matrizes curriculares. Os
instrumentos de coleta foram questionários encaminhados aos coordenadores
da graduação das IES e entrevista com o Chefe de Departamento do Ensino a
Distância da Diretoria de Ensino da Marinha. Os seguintes tópicos foram
abordados: a perspectiva conceitual de EaD; a legislação pertinente; a EaD na
Marinha e os seus documentos normativos; e uma comparação entre a
Educação presencial e a distância com foco na formação do administrador.
Pode-se verificar que os cursos ministrados on-line pela Marinha têm relação
direta com a melhoria de gestão, trazendo uma ligação com a formação em
22
Administração. Ao final sugere-se complementar a formação do oficial
intendente, habilitado em Administração, via EaD, utilizando-se de os cursos a
distância que já são realizados em substituição das disciplinas da Escola
Naval, racionalizando o seu currículo. Outra sugestão foi estudar um convênio
com IES que tenha cursos a distância para complementação das disciplinas
necessárias e julgadas válidas, visando a suprir a carência daquelas classes
ligadas ao mercado de trabalho e ao bacharelado.
Palavras-Chave: Currículo. Educação a Distância. Escola aval. raduação
em Administração.
Introdução
“Aprender a ensinar e a aprender, integrando ambientes
presenciais e virtuais, é um dos grandes desafios que
estamos enfrentando atualmente na educação no mundo
inteiro.” (José Manuel Moran)
A partir do final do século XX, a profissão do Administrador ganhou traços mais
acadêmicos, saindo do aspecto técnico para a busca da melhor preparação do
profissional para ser o gestor completo da sua organização. A evolução se deu
desde os currículos mínimos até as atuais diretrizes curriculares, da evolução
da educação online com a possibilidade de disciplinas ou mesmo toda a
formação superior a distância.
Na busca por novos conhecimentos, pela melhor preparação profissional e
vivenciando a necessidade de uma compatibilização o mais próxima possível
do meio acadêmico e do reconhecimento de sua formação superior, esse
pesquisador, que tem suas origens no sistema militar de ensino, viu-se
compelido a buscar subsídios no meio acadêmico civil que ratificassem a sua
escolha pela formação na mais antiga e tradicional instituição de ensino
superior, a Escola Naval (EN).
A presente reflexão insere-se em pesquisa mais ampla, cujo objetivo foi
analisar e identificar as diferenças das matrizes curriculares e propor alterações
para o aperfeiçoamento da formação acadêmica do Oficial Intendente egresso
da EN. Assim posto, o objetivo específico deste artigo foi identificar as
diferenças das matrizes curriculares entre a formação acadêmica e a do oficial
intendente da Marinha e sugerir alterações exequíveis no seu currículo via
Educação a Distância.
23
A pesquisa inicialmente bibliográfica exploratória, foi de cunho qualitativo, onde
buscou-se estabelecer relações e comparações entre as disciplinas das IES na
graduação em Administração a distância e a EN, pelo estudo das respectivas
matrizes curriculares. Os instrumentos de coleta foram questionários
encaminhados aos coordenadores da graduação das IES e entrevista com o
Chefe de Departamento do Ensino a Distância da Diretoria de Ensino da
Marinha (DEnsM).
Os seguintes tópicos foram abordados: a perspectiva conceitual de EaD; a
legislação pertinente; a EaD na Marinha e os seus documentos normativos; e
uma comparação entre a Educação presencial e a distância com foco na
formação do administrador. Ao final foram efetuadas algumas sugestões para a
formação do oficial intendente da MB habilitado em administrador pela EN.
A perspectiva conceitual e amplitude de educação a distância
Este artigo não pretende ser um estudo pormenorizado da Educação a
Distância (EaD), já existem diversas pesquisas sobre essa temática. O que é
discutido é a importância que a EaD tem na atualidade, principalmente com o
advento das novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) em uma
sociedade globalizada e informatizada.
Principais conceitos envolvidos e seu marco legal
A definição de Educação a Distância parece, à primeira vista, ser bem simples.
Segundo os autores Maia e Mattar (2007, p. 6) é “uma modalidade de
educação em que os professores e alunos estão separados, planejada por
instituições e que utiliza diversas tecnologias de comunicação.”
A EaD, no Brasil, também conhecida como Ensino a Distância, Treinamento a
Distância, ou mesmo Educação online, um conceito mais restrito da EaD, e que
segundo Moran (2002, p.41) é o “conjunto de ações de ensino-aprendizagem
desenvolvidas por meio de meios telemáticos, como a internet, a
videoconferência e a teleconferência”. Tem-se também a expressão e-learning,
uma forma utilizada para expressar a EaD fora e dentro do país.
Maia e Mattar (2007, p.21-22) explicam que a EaD teve diferentes gerações: a
textual, que seriam os cursos por correspondências (1876 a 1970), com
material impresso, enviados pelo correio; a analógica, novas mídias e
24
universidades abertas (1970 a 1990) onde são introduzidas as transmissões
por televisão aberta, rádio, fitas de áudio e vídeo, com interação por telefone,
satélite e TV a cabo; e a digital, a EaD online (a partir de 1990) baseada em
redes de computadores, recursos de conferências e multimídia.
Ela hoje é caracterizada por inúmeras instituições em vários segmentos de
formação que oferecem cursos a distância, desde disciplinas isoladas até
programas completos de graduação e pós-graduação. Assim exposto, as
seguintes características principais da EaD, segundo Garcia Aretio (apud
Marinha, 2005, p. 1-2), podem ser citadas: separação professor-aluno;
utilização dos meios de comunicação; apoio de tutorial; aprendizagem
independente; e comunicação bidirectional.
Além da massividade espacial, que significa, a princípio, que na educação a
distância não existem limitações geográficas. Alunos que estão em localidades
diferentes podem participar do mesmo curso e interagirem. É possível atender,
com um menor custo, a um maior número de estudantes. Uma atenção mais
eficaz, com um menor custo, para um maior número de estudantes constitui-se,
digamos assim, a fórmula capaz de resolver o problema da democratização do
ensino.
Um fato colocado como vantagem por Gutierrez (apud Marinha, 2005) é a
autodisciplina de estudo, da auto-aprendizagem, da sua organização do
pensamento, melhoria da expressão pessoal, e tudo o que conduz à
autovalorização e segurança de si mesmo. Esta situação, porém, tem que ser
bem avaliada, visto que a EaD é melhor conduzida, por alguns autores, para
pessoas com uma maior experiência de vida.
Algumas desvantagens da EaD podem ser expostas: que a mesma não
proporciona uma relação pessoal e direta aluno/professor, a “face-a-face”,
típica de uma sala de aula. Outra desvantagem é relacionada ao perfil do aluno
e aos problemas como a maturidade, a autodisciplina e o isolamento,
especialmente críticos quando se trata de alunos mais jovens.
A Educação a Distância no Brasil, em seu formato atual, tem como marco legal
na Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (LDB) (BRASIL, 1996), a Lei
no
9.394, de 20 de dezembro de 1996, que pela primeira vez apresentou
incentivo ao desenvolvimento e verificação de programas de EaD. Em seu
texto completo, esta modalidade é citada diretamente em quatro artigos.
25
O Dec.no
5.622, de 19 de dezembro de 2005, regulamenta o art. 80 da LDB. O
seu art. 1o
conceitua EaD, em comum acordo com o que anteriormente foi
discutido, ou seja:
[...] a educação a distância como modalidade educacional
na qual a mediação didático-pedagógica nos processos
de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de
meios e tecnologias de informação e comunicação, com
estudantes e professores desenvolvendo atividades
educativas em lugares ou tempos diversos. (BRASIL,
2005, não paginado).
Um aspecto marcante neste decreto é a garantia de equivalência entre o
ensino presencial e a distância, mencionada em seus artigos 3, 5, 16, 22 e 23.
Pode-se argumentar que é a vantagem existente no ensino a distância, no
nosso caso online, que podem-se obter grandes resultados a um custo menor
de deslocamentos, sem perda de tempo e com maior flexibilização do
gerenciamento da aprendizagem.
A EAD na Marinha do Brasil (MB)
Para a elaboração deste tópico, foi realizada uma entrevista com o Capitão-de-
Mar-e-Guerra (CMG) Luiz Cláudio Biagiotti, Chefe do Departamento de Ensino
a Distância da DEnsM, que respondeu as perguntas formuladas que são
resumidas a seguir.
A média da carga horária dos cursos realizados no Centro de Instrução
Almirante Wandenkolk (CIAW) - instituição de ensino responsável por essa
tarefa na Marinha - gira em torno de 40 horas-aula, o que corresponderia, por
exemplo, a uma disciplina de graduação. Foi informado ainda que a EN realiza
um curso de Inglês Instrumental em convênio com a Cultura Inglesa, além de
possui um curso online de redação para alunos que se encontram com
dificuldades e voluntários.
O CMG Biagiotti disponibilizou a relação dos cursos realizados em 2008 no
CIAW, listados no quadro a seguir:
No CURSO (Sigla) DENOMINAÇÃO
01 (C-EXP-AVG-EAD) Avaliação de Gestão
02 (C-EXP-LIC-EAD) Licitação
03 (C-ESP-GESTOMPS-OF) Gestão de OMPS
04 (C-EXP-O&M) Organização e Métodos
05 (C-EXP-AB) Abastecimento
06 (C-EXP-GECON) Gestão Contemporânea
26
07 (C-EXP-PRE-OF-EAD) Capacitação de Pregoeiros
08 (C-ESP-ADIR) Atualização de Diretores
09 (C-Exp-AMP-OF-EAD) Análise e Melhoria de Processos
10 (C-EXP-AVG-OF-EAD) Avaliação de Gestão
11 (C-ESP-PLE-OF-EAD) Planejamento Estratégico
QUADRO – Relação dos cursos realizados em 2008.
Fonte: DEsnM.
Pode-se verificar, a priori, que os cursos têm relação direta com a melhoria de
gestão e que trazem uma ligação clara com a formação superior em
Administração, e que poderiam ser disciplinas a distância, fazendo parte do
currículo da EN. Como exemplos concretos: o Curso Especial de Planejamento
Estratégico, de Gestão Contemporânea, de Avaliação de Gestão e de
Organização e Métodos.
O respondente comentou também que a MB já realiza a EaD desde 22 de
novembro de 1939, quando a Escola de Guerra Naval criou um curso por
correspondência, com o objetivo de preparar oficiais para a matrícula em curso
de comando. Cabe ainda registrar que esta iniciativa ocorreu apenas dois
meses depois da criação do Instituto Monitor de São Paulo, que junto com o
Instituto Universal Brasileiro, de 1941, são considerados como marco inicial da
EaD no Brasil.
A DEnsM utilizou, inicialmente, o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) E-
Proinfo do MEC. Em 2003, após a realização de estudos, optou-se pelo
TelEduc da Universidade Estadual de Campinas. Nesse ano, criou o curso
Expedito de Capacitação de Autores e Tutores de EaD, com o objetivo de
orientar oficiais, praças e civis assemelhados, que iriam atuar como autores e
tutores, bem como, no desenvolvimento de material didático a ser utilizado em
cursos a distância via web.
Utilizando-se da sua experiência na MB com a EaD, foi perguntado ao CMG
Biagiotti o que ele achava da utilização do ensino online para complementar,
por exemplo, algumas disciplinas da graduação da EN. Ele respondeu que
seria um caso interessante a estudar, porém, teria duas preocupações
principais. A primeira seria garantir que todos tenham o mesmo acesso aos
meios tecnológicos, por exemplo, a banda larga. A outra preocupação seria
que “a garotada não está preparada para a EaD”, foi comentado sobre a
imaturidade do aluno da graduação.
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA VERSUS EDUCAÇÃO PRESENCIAL
27
Segundo Maia e Mattar (2007, p. 84), “o essencial, hoje, não é se encher de
conhecimentos, mas sim a capacidade de pesquisar e avaliar fontes de
informação, transformando-as em conhecimentos”. Por isso mesmo, o que se
pode verificar é que não existe uma diferença acentuada entre educação
presencial e a distância, são metodologias pedagógicas que podem se utilizar
de ferramentas de transmissão e recepção, ensino aprendizagem, de maneira
diferente.
A educação presencial e a EaD tem seus valores e singularidades, mas
considera-se que a principal diferença entre as duas é o potencial colaborativo
da EaD. As pessoas se expõem muito mais porque precisam interagir para se
fazer presente. Seus textos e demais contatos ficam registrados no AVA e, se
privilegiarmos o uso de ambientes coletivos, mesclados à produção individual,
podemos construir uma comunidade de aprendizagem colaborativa. Nessas
comunidades somos co-responsáveis pelo processo individual e do grupo:
alunos, tutores e professores.
A educação recebe os impactos das tecnologias sobre seus métodos de ensino
e formas de aprendizagem. No entanto, o uso de uma tecnologia inovadora não
pode ser considerada uma estratégia. A intenção como ferramenta de apoio ao
ensino precisa estar relacionado à definição de estratégias pedagógicas, para
que possam efetivamente apoiar o processo de construção de novas
competências, gerando novas práticas de ensino e de aprendizagem.
Existem dificuldades sérias na aceitação da EaD, como a sala de aula física,
chão da escola. Moran (2002, p.46) nos deixa claro que “desde sempre
aprender está associado a ir a uma sala de aula, e lá concentrarmos os
esforços dos últimos séculos para o gerenciamento da relação entre ensinar e
aprender.”
Existem diferenças entre a educação presencial e a distância. Maia e Mattar
(2007) entram no tema do uso que vem sendo acentuado das TIC, no caso
específico da educação on-line (internet). Esses autores afirmam que educação
sempre será um processo que aconteceu, acontece e acontecerá em virtude da
interação de seres humanos. Citam ainda o início da história da humanidade,
onde era familiar a transferência da experiência e da vivência dos mais velhos
para os mais novos, inicialmente nas salas de aula, e agora, a qualquer
momento e lugar.
28
A graduação superior a distância no Brasil
Em entrevista ao Jornal O Globo de 30 de novembro de 2008, o ex-Ministro da
Educação, Sr. Fernando Haddad, declarou que a educação a distância está em
construção no Brasil, e simboliza como sendo uma nova fronteira na educação
superior, logo “precisa de paradigmas sólidos para não comprometer a
ampliação do acesso ao próprio ensino superior”. Haddad acredita que a
modalidade a distância ajuda a ampliar e democratizar o acesso à educação
superior em conjunto com outras ações e programas do Ministério da
Educação em curso, como o Programa Universidade Para Todos (ProUni) e o
Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades
Federais (ReUni).
Os cursos à distância são um fenômeno relativamente novo na educação
brasileira. Ocoreu um boom na demanda por graduação e também na pós-
graduação online entre 2004 e 2007, crescendo 356%. Segundo ainda esta
mesma reportagem, atualmente existem cerca de 750 mil alunos fazendo
graduações à distância, em 108 instituições credenciadas pelo MEC (a maioria
privadas), sendo que apenas 12 controlam mais de 70% da oferta de cursos.
Na rede pública, a oferta de cursos superiores à distância está centralizada na
Universidade Aberta do Brasil (UAB), rede que reúne mais de 70 universidades
públicas.
O que podemos concluir é que a formação superior está em franco
desenvolvimento no Brasil por intermédio da educação a distância, fato que
conta com amplo apoio do Governo Federal através dos seus órgãos ligados à
educação.
A graduação superior a distância em administração
Um dos grandes óbices verificados para a implantação de um curso de
graduação a distância, no primeiro momento, é o elevado investimento inicial
para sua montagem. Durante o desenvolvimento das disciplinas de maior
presença física, como as que utilização laboratórios, de interação corporal
(dança, teatro, etc.), também há elevados custos a serem absorvidos pelas
instituições de ensino.
Quanto aos lucros auferidos, não nos cabe avaliar. Mas, segundo Moran (2002,
p. 47), o importante é que sejam focados na construção do conhecimento, pilar
29
da educação, e na interação, no equilíbrio entre o individual e o grupal, entre o
conteúdo e interação (aprendizagem cooperativa), um conteúdo em parte
preparado e em parte construído ao longo do curso.
Existe uma tendência ao aumento dos cursos de MBA e pós-graduação lato
sensu, porque os mesmos não têm uma fiscalização direta do MEC. A
qualidade dos cursos é realizada pelo próprio mercado de trabalho.
Durante o desenvolvimento da pesquisa, em busca pela internet, foi verificado
que a Universidade do Sul de Santa Catarina tem um curso de graduação a
distância de Administração, bacharelado, em convênio com a Academia Militar
das Agulhas egras (AMA ), cujo objetivo expresso é o de ser “um curso
inovador, criado para atender as expectativas dos oficiais dos cursos de
formação de oficiais da AMAN, visando à obtenção do grau de Bacharel em
Administração”. O curso é dirigido aos portadores de diplomas dos cursos de
formação de oficiais daquela academia.
O que se pode inferir do que foi desenvolvido neste capítulo é que existe, e é
corroborado por diversos autores, a relevância da EaD com a possibilidade
bem atual do equilíbrio entre esta modalidade de ensino e a presencial. Assim,
pretende-se obter resultados mais expressivos a um custo menor de
deslocamento e, principalmente, uma flexibilização curricular que permita o
melhor gerenciamento da construção do conhecimento e da aprendizagem pelo
aluno.
Análise do questionário encaminhado aos coordenadores do curso de
administração
Os sujeitos do estudo original foram os coordenadores do curso de
Administração das IES do Brasil. Uma pesquisa preliminar aleatória, por meio
de busca na Internet, identificou e foram encaminhados 81 questionários as
instituições dos 26 estados e do Distrito Federal, independentes se instituições
públicas ou privadas, militar ou civil, com o foco voltado na pedagogia do
ensino presencial e na distância.
Como resultado da negociação, onze coordenadores, incluindo o da EN,
retornaram os seus questionários respondidos. Na avaliação deste
pesquisador, esses questionários constituem uma amostra suficiente visto o
estudo ser de cunho qualitativo, a partir da qual puderam ser elaboradas
30
sugestões consistentes.
O objetivo específico foi estudar a EaD como alternativa para complementação
da formação da graduação em Administração da EN. Assim posto, das dez
perguntas do instrumento de coleta, só foi utiliada neste artigo a sétima, que
procurou ver o posicionamento dos coordenadores em relação a EaD e sobre a
formação plena do Administrador.
Iniciando a análise das respostas, constatou-se que metade dos respondentes
posicionaram-se contra, como exposto nesta fala:
A EaD é uma preciosa ferramenta que pode ser utilizada
nos melhores cursos de Administração do mundo, sem
prejuízo do conteúdo a ser oferecido. Entretanto, isso
deve ser feito com cautela, porque não acredito em um
curso totalmente à distância, mesmo com encontros
presenciais esporádicos. Ainda acredito no conhecimento
que circula entre os alunos, como uma das modalidades
de aprendizado e na interação entre professor-aluno.
Porém, outros coordenadores foram favoráveis a EaD como processo
pedagógico que poderia ser aplicado, como já o é, na formação do profissional
da área de Administração. Como a fala de um respondente que crê que se trata
de uma modalidade que virá a atender a uma população que tenha dificuldades
de acesso ou tempo para a realização de um curso superior, e “com seriedade
pode-se formar um profissional administrador com as mesmas competências
que um formado na modalidade presencial”.
Infere-se que na graduação superior existem prós e contras, como vimos em
uma amostra de onze coordenadores de cursos de graduação em
Administração. Não podemos, portanto, fechar os olhos para esta ferramenta
pedagógica atual e importante para, por exemplo, assegurar a
complementação de uma qualificação, ou mesmo, para ampliar o horizonte e
socializar a educação daqueles que não têm o tempo necessário para ficar
assistindo aulas de corpo presente.
Considerações finais
As Instituições de Ensino Superior não podem se omitir de buscar uma melhor
qualificação para os seus formandos, dando-lhes todo o ferramental necessário
para se tornarem o mais próximo possível do perfil que o mercado de trabalho
e a sociedade assim desejam e esperam. No caso do administrador, um
profissional proativo, com habilidade de negociação, inovador, com uma
31
formação eclética que contemple a visão do todo, com habilidade de
planejamento e capacidade de mobilizar pessoas em equipes, entre outras
capacidades.
A Escola Naval, instituição superior de formação dos oficiais da MB, não pode
e não deve ficar à margem das ações e decisões que são necessárias e atuais,
principalmente quando da procura pela melhor formação do seu alunado. A
tradição é válida, mas a evolução acadêmica tem que continuar, precisamos
formar o oficial intendente habilitado em administração no estado da arte do
que o mercado necessita e com o perfil idealizado.
As análises realizadas na matriz curricular da EN em comparação com diversas
IES que formam bacharéis em administração no Brasil, remete-nos a sugerir
uma reavaliação inicial do currículo atual por parte dos seus responsáveis. São
listadas algumas sugestões para uma melhor preparação do oficial intendente
da Marinha:
- Deslocar a disciplina “Licitações” do último ano para ser ministrada a distância
no CIAW (capacitação de pregoeiros por exemplo);
- Utilizar ainda os cursos a distância do CIAW em substituição a algumas
disciplinas, como Organização e Métodos, Planejamento Estratégico, Análise e
Melhoria de Processos, entre outros.
- Estudar a possibilidade de um convênio com IES para complementação das
disciplinas necessárias e julgadas válidas suprir a carência de conteúdos
ligados ao Mercado, o que proporcionará uma equivalência de diplomas.
A Educação a Distância é antes de tudo Educação, uma união entre o ensino e
a aprendizagem, ou seja, uma “ensinagem” assíncrona, por exemplo, a
qualquer tempo e hora. A idéia principal foi a de sugerir ações possíveis e
exequíveis, que poderão tornar a formação do Oficial Intendente ampla em
relação à formação superior em Administração, com a possibilidade do seu
reconhecimento e de formação continuada.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Lei no
9.394, de 20 de dezembro de 1996.
Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial [da]
República Federativa do Brasil, Brasília, no
248, 23 dez.1996.
______. Presidência da República (2006). Lei no 11.279, de 9 de fevereiro de
2006. Dispõe sobre o Ensino na Marinha. Publicação eletrônica. Brasília, DF,
32
2006. Disponível em
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato20042006/2006/Lei/L11279.htm>.
Acesso em: 08 out. 2008.
______. Presidência da República (2005). Decreto no 5.622 de 19 de
dezembro de 2005. Regulamenta o art. 80 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro
de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
Publicação eletrônica. Brasília, DF, 2005. Disponível em:
<https://www.planalto.gov.br//legislações/leis>. Acesso em: 08 out. 2008.
MAIA, C.; MATTAR, J. ABC da EAD: a educação a distância hoje. São Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2007.
MORAN, J. M. O que é educação à distância. 2002. Disponível em:
<http://www.eca.usp.br/prof/moran/dist.htm>. Acesso em: 22 ago. 2008.
______. Contribuições para uma pedagogia da educação online. In: SILVA,
Marco (Org.) Educação online. 2. ed. São Paulo: Loyola, 2006. p. 41-52.
33
O e-Learning como
Ferramenta de
Marketing para o
Treinamento e o
Desenvolvimento de
Pessoas e
Organizações
Patrícia Cunha Fernandes
GT1
PatríciaCunha
Fernandes
Resumo:
No século XXI, a informação e o conhecimento se tornam cada vez mais
importante para as pessoas, as corporações, os países e para o mundo como
um todo. Hoje, um dos espaços onde a educação mais cresce é nas empresas,
como uma ferramenta estratégica para desenvolver e ampliar o negócio. A
Educação Corporativa se estabeleceu no mercado para atender a alta
expectativa de vencer a concorrência com estratégias sustentáveis e
econômicas. Os prazos para alcançar as metas organizacionais estão mais
curtos, porque as transformações são muito rápidas, às vezes, até
instantâneas. Este trabalho propõe o início de uma pesquisa sobre os impactos
que as novas tecnologias têm refletido quando são aplicadas à educação.
Neste caso, mais especificamente, a Educação Corporativa a Distância, um
34
cenário onde podemos assistir o acelerado crescimento dos cursos e-Learning
por gerar excelentes resultados na gestão e no desenvolvimento de pessoas, e
consequentemente, nas organizações em que elas trabalham.
(Autora não enviou o artigo completo).
35
Gestão de Mídias:
Dimensão Pedagógica,
Administrativa e
Tecnológica
Fanni Hamphreis da Silva
GT1
FanniHamphreisdaSilva
Professora e Fonoaudióloga, especialista em Educação de
Jovens e Adultos e Motricidade Oromoifacial, Mestre em
Ciências da Saúde, Professora da Rede Pública do Rio de
Janeiro, Professora Orientadora do Curso de Pós-Graduação
de Tecnologia em Educação da PUC-RIO(2010), Professora-
tutor do curso de Pós-graduação em Educação Especial,
Gestão Pública Municipal e Saúde da Família da Universidade
Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).Foi supervisora
da clínica escola de fonoaudiologia do Centro Universitário
Moacyr Sreder Bastos e professora de alterações da fala e da
fluência, distúrbios da leitura e da escrita e, afasia. Foi
professora do Centro Universitário Celso Lisboa (
neuropatologias, Patologias da Fala e da Motricidade Oral e
de Alterações da Fala e da Fluência) e professora do Curso
para concursos CPCON (afasia, gagueira e Dislexia) e
Coordenadora Pedagógica e professora docente da Secretaria
Municipal de Educação da Cidade do Rio de Janeiro.
Professora do curso de Pós-graduação em Motricidade Oral
da Faculdade Redentor.Foi fonoaudióloga da SMDS(FUNLAR),
durante 2 anos e Fonoaudióloga do Instituto Helena Antipoff(
lotada no Pólo de Atendimento Extra-Escolar).Tem larga
experiência na área de Fonoaudiologia, com ênfase em
síndromes, atuando principalmente nos seguintes temas:
gagueira, aquisição da linguagem e leitura/escrita, alterações
oromiofacias, dislexia, distúrbio de aprendizagem, alterações
fonéticas/ fonológicas e aleitamento materno. Foi
fonoaudióloga clínica do Centro Fonoaudiológico Araújo Cid
durante 6 anos e supervisora em Fonoaudiologia durante 7
anos desta mesma institução.
RESUMO:
O presente estudo trata de uma proposição de um plano de ação para a Escola
Mu-nicipal de Educação Básica Bom Jardim no município de Sinop/MT, sobre a
gestão das mídias na referida escola abordando suas dimensões pedagógica,
administrativa e tec-nológica. A elaboração do plano de ação tornou-se
possível através da realização de um diagnóstico da escola, por meio de uma
pesquisa de campo. Foram investigados professores e equipe gestora da
escola com o objetivo de identificar suas práticas em relação às mídias, suas
36
concepções, necessidades e possibilidades de mudança. O resultado da
pesquisa demonstrou uma situação delicada tendo em vista que a escola
possui várias mídias, mas não usufrui das tecnologias disponíveis, pelo fato de
não estar conectada a internet e seus professores não estarem capacitados
nesta área. Uma abordagem teórica sobre conceitos de gestão, mídias,
tecnologia, papel do gestor na escola e possibilidades do uso das mídias nas
três dimensões de forma integrada, serviram de apoio à análise do resultado da
pesquisa e nortearam a elaboração do plano.
(Autora não enviou o artigo completo).
37
Apresentação dos
Professores do GT 2 –
Metodologias na EaD
MINI
CURRÍCULOS
MariaEsther
Araújo
Olá! Meu nome e MARIA ESTHER ARAÚJO. Sou graduada em
Fonoaudiologia (UNESA), Pós-Graduada em Docência do Ensino
Superior(UCAM/IAVM)) e Gestão de EaD (UFJF) com formação e
Saúde e Meio Ambiente, Ergonomia e Tecnologia do Trabalho para
Qualidade de Vida (FIOCRUZ). Sou Mestre em Gestão Ambiental e
minha Linha de Pesquisa foi em Saúde e Educação, cujo foco
principal foi a Saúde do Trabalhador Docente e a Relação com o
Ambiente de Trabalho. Costumo participar de eventos relacionados
a Políticas na área de Saúde e Educação buscando um
aperfeiçoamento constante. Atualmente, além de docente em aulas
presenciais, atuo com Educação a Distância (EAD), tanto na pós-
graduação quanto na graduação.
FabianeMunizda
Silva
Meu nome é FABIANE MUNIZ. Sou psicóloga e mestre em
sexologia. Trabalho aqui na AVM FACULDADE INTEGRADA, desde
que era um projeto especial da UCAM chamado Projeto A Vez do
Mestre. Desde, então, 1999, ministro aulas para os cursos
presenciais de pós-graduação das áreas pedagógicas como por
exemplo, psicopedagogia, psicomotricidade, orientação educacional
e pedagógica, arteterapia e docência do ensino superior. Trabalho
também em cursos as área de saúde como terapia se família.
Ainda na AVM sou docente do curso de licenciatura em pedagogia,
oferecido na modalidade a distância onde trabalho com a disciplina
de psicologia da educação. Por fim, também sou responsável pela
gestão do CDE – Coordenação de Desenvolvimento da AVM e
desde 2010 assumi o cargo de adjunta da coordenação geral da
EaD da AVM FACULDADE INTEGRADA. Prazer em Conhecer.
38
MarySue
Sou MARY SUE CARVALHO PEREIRA, mestre em “Tecnologia da
Informação e Comunicação em Educação a Distância (Universidade
Federal do Ceará / UNOPAR), Pós-Graduada em “Psicologia
Pedagógica” pela Fundação Getúlio Vargas, é Pedagoga e
Especialista Técnica em Educação Infantil e em Educação a
Distância (SENAC Nacional). “Fazer” Educação é o que gosto, há
muito tempo: de regente de classe a Coordenadora Pedagógica em
Ed. Infantil, professora de Didática (no antigo curso Normal), de
História da Educação em Graduação de Pedagogia e de disciplinas
nos cursos de Educação Inclusiva, Pedagogia Empresarial,
Docência do Ensino Superior e Docência do Ensino Fundamental e
Médio, entre outros. Psicopedagoga, tem na Musica sua principal
ferramenta, atendendo crianças normais e portadoras de
transtornos invasivos. Livros publicados e colaborações literárias:
(a) A descoberta da criança, uma introdução à Educação Infantil –
RJ, WAK, 2002; (b) BENATHAR, Roberto Levy (org.) Educação
Infantil em debate – RJ, INEPEDEC, 1985; e (c) Apostilas de
Educação Infantil, Pedagogia Empresarial e Psicopedagogia
Institucional para o INSTITUTO A VEZ DO MESTRE., da
Universidade Cândido Mendes (Cursos de Pós Graduação Lato
Sensu). CADERNO DE ESTUDO sobre HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO,
para curso de Pedagogia (Graduação a Distância do IAVM).
Membro do Conselho Científico da Associação Brasileira de
Tecnologia Educacional
NarcisaCastilho
Melo
Meu nome é NARCISA CASTILHO MELO. Sou graduada em
Psicologia e pós-graduada em Psicologia Clínica de Adultos e
também em Tecnologia Educacional. Iniciei minha carreira
realizando atendimentos psicológicos com crianças, adolescentes e
adultos; trabalho que ainda desenvolvo atualmente. Aceitei o
desafio de atuar como psicóloga em processos de Orientação
Vocacional em diferentes escolas do Rio de Janeiro. Fui convidada
para trabalhar na AVM, e aceitei com muito prazer a função de
professora tutora nos cursos de pós-graduação: Arte em Educação
e Saúde; Psicopedagogia Institucional e Sexualidade.
RoseaneSantos
deMoraisNarciso
Olá! Meu nome é Roseane Santos de Morais Narciso. Sou graduada em
Administração de Empresas, pós graduada em Pedagogia Empresarial pela
AVM, atualmente estou fazendo uma Licenciatura em Educação Profissional
pelo ISERJ e matriculada no curso de Gestão em EaD pela UFF. Tendo
participado de diversos eventos na área de educação. No presente
momento, atuo como professora tutora nos cursos de pós graduação: Arte
em educação e Saúde e Pedagogia Empresarial.
39
GiselleBöger
Brand
Olá! Meu nome é GISELLE BÖGER BRAND. Sou Graduada em Pedagogia
(UFSC), Pós-Graduada em Orientação Educacional e Pedagógica (UCAM-
AVM). Realizei o Curso de Capacitação de Professores para EAD (PUC/RS) e
também o Curso de Atendimento Educacional Especializado (UFSM/ MEC).
Atualmente realizo o curso de Formação em EAD (CEDERJ). Participo de
Eventos relacionados a Tecnologias Assistivas, Educação Tecnológica e
Políticas públicas para Pessoas com Deficiência. Já trabalhei no convênio
FAETEC/ ANDEF (Associação Niteroiense dos Deficientes Físicos) com
Projeto Multidisciplinar de Atendimento Especializado para Crianças com
Deficiência. Atualmente trabalho na Secretaria Municipal de Acessibilidade e
Cidadania do Município de Niterói/RJ com projetos voltados as Pessoas com
Deficiência, e atuo como Tutora de Pós-graduação (EAD) na AVM Faculdade
Integrada.
40
Mídias no Curso de
Pedagogia:
A Apropriação
Instrumental e a
Leitura Crítica no
Trabalho Docente
Esther Silva da Costa e
Giselle Martins dos Santos Ferreira
GT2
EstherSilvada
Costa
Mestre em Educação e Cultura Contemporânea pela
Universidade Estácio de Sá, na linha de pesquisa
Tecnologias de Informação e Comunicação nos Processos
Educacionais, Jornalista Especializada em Mídia-Educação
pela PUC-Rio e ex-aluna do curso de Comunicação
Empresarial da AVM. E-mail: esc.esther@oi.com.br
GiselleMartins
dosSantos
Ferreira
Professora Doutora do Curso de Pós-Graduação em Educação
e Cultura Contemporânea da Universidade Estácio de Sá. É
Mestre em Educação pela Open University e possui Pós-
Doutorado em Educação assim como várias especializações
em teoria e métodos de pesquisa nas Ciências Sociais e
Humanas. É Membro da Academia Britânica de Educação
Superior desde 2001. E-mail: giselle.ferreira@sky.com
RESUMO
A necessidade de apropriação das mídias na educação emerge do cenário
sociocultural contemporâneo que está delineado pela presença das mídias nas
diversas esferas sociais. Entretanto, para garantir que os processos
educacionais integrem qualitativamente as mídias, não basta utilizá-las
instrumentalmente em sala de aula. Coloca-se como necessária a consolidação
41
de um lugar na educação para as mídias onde haja a articulação das
dimensões de “ferramenta pedagógica” e “objeto de estudo”. À luz dessa
afirmação este texto apresenta uma pesquisa que investigou como as
graduações em Pedagogia estão se apropriando das mídias, mais
especificamente, como os docentes desses cursos estão utilizando essas
mídias e suas possibilidades de práticas de Educação a Distância na formação
de pedagogos.
Palavras-chave: Mídia-Educação; Pedagogia; Leitura Crítica das Mídias.
OS CONTORNOS DO CENÁRIO MIDIÁTICO NA EDUCAÇÃO
O cenário da vida contemporânea caracteriza-se pela significativa presença
das mídias nas diversas dimensões sociais. Por um lado, têm-se as tradicionais
mídias analógicas, como exemplo os impressos, rádio e televisão, e, por outro,
as novas mídias digitais, entre elas, o computador, Internet, celular e tablet. No
cotidiano familiar, por exemplo, é comum que as famílias iniciem conversas a
partir dos temas emergentes das mídias, em especial a televisão. No campo
profissional, as mídias estão potencializando os processos de comunicação e
promovendo a integração global, enquanto que, no lazer, elas estão cada vez
mais presentes e interativas, em especial com o fortalecimento e ampla
disseminação das redes sociais.
Observamos, neste atual contexto sociocultural, a sobreposição dos conceitos
de educação, informação, comunicação e entretenimento (LEITE, 2008).
Inúmeras vezes esses conceitos passam pelas mídias, por meio das quais
grande parte da sociedade se informa, se diverte e, simultaneamente, tem
oportunidades de trabalho. A cibercultura também se consolida a partir do
entrelaçamento desses conceitos em suas novas acepções. A cibercultura
consiste “(n)o conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de
atitudes, de modos de pensamento e de valores, que se desenvolvem
juntamente com o crescimento do ciberespaço”, esse “novo” espaço virtual
onde ocorrem essas práticas e atitudes de comunicação e sociabilidade (LÉVY,
1999, p. 17,32). Dessa maneira, a cibercultura provém de um mundo virtual
repleto de novos significados, que estão transformando, no mundo real, as
linguagens, os espaços e o tempo.
42
O crescente cenário da cibercultura fomenta situações socioculturais que
propõem diariamente ao campo educacional o desafio de ensinar e aprender
com as mídias. Ou seja, faz-se necessária a consolidação de um lugar na
educação para as mídias, onde, nesse processo, a educação se coloca como a
estrutura capaz de sustentar a transformação das mídias e do que é veiculado
nelas em conhecimento, e este, em resultados de aprendizagem, diminuindo
assim, a inquietação.
Nesse sentido, sem perder a sua característica própria de promover a
educação formal, as instituições de ensino necessitam construir e consolidar
propostas pedagógicas que dialoguem com as mídias e suas possibilidades de
práticas de Educação a Distância (EaD). Essa presença das mídias na
educação, mais precisamente em sala de aula, não deve ser entendida
somente como um recurso para dinamizar as aulas e entreter os estudantes. A
inclusão das mídias no processo educativo pressupõe uma mudança para
muitos docentes, uma vez que o verdadeiro professor será aquele que souber
orientar o seu discente na procura e no acesso à informação necessária de
modo que possa encaminhá-lo à construção do conhecimento (LEITE, 2008).
À medida que as instituições de ensino passam a apoiar a integração das
novas mídias em suas aulas e a investir na formação de seus professores para
o uso das mesmas, articulando-as à docência e à aprendizagem, torna-se
possível um aproveitamento mais eficaz, que possibilita transformar informação
em conhecimento.
Para introduzir efetivamente as mídias na educação, as escolas e
universidades precisam dar-se conta de que somos influenciados por elas e,
por isso, tornar-se indispensável incluí-las na formação do professor e discutir o
seu papel no contexto social. De acordo com Moran (2000, p. 58), “passamos
muito rapidamente do livro para a televisão e vídeo e destes para o computador
e a Internet, sem aprender e explorar todas as possibilidades de cada meio.”
Assim entendido, a educação e o professor necessitam de uma “nova
pedagogia” que desmistifique as mídias na dimensão de “objeto de estudo” e
como “ferramenta pedagógica” (BELLO I, 2009, xiv).
Afirmamos que, com a farta disponibilidade das mídias, emerge a urgência de
formar profissionais da educação capazes de se apropriarem delas em sua
prática. Nesse contexto, o uso das mídias para além do uso instrumental é um
43
dos assuntos que norteia os debates sobre as mesmas na esfera educacional.
A “lógica instrumental” é o agir estratégico, essencialmente técnico, voltado
para o sucesso e os fins de controle e dominação. A ação instrumental rege-se
por regras técnicas baseadas no saber prático e “organiza os meios adequados
ou inadequados segundo os critérios de um domínio eficaz da realidade”
(HABERMAS, 1980, p. 320).
Belloni (1998; 2009), Fantin (2010) e Soares (2007), alertam que é comum
encontrar professores que trocam o quadro negro, a pesquisa em livros e a
autoria docente pela exibição de um documentário na televisão, pela pesquisa
na Web ou pela apresentação de slides. Essas ações podem se reduzir à
instrumentalização, quando não há um direcionamento e articulação com a
“leitura crítica das mídias” (BELLO I, 2009 p. 09). a educação com, para, e
através das mídias, isto é, na educação para as mídias ou mídia-educação, é
necessário ultrapassar as “práticas meramente instrumentais, típicas de um
certo tecnicismo redutor ou de um deslumbramento acrítico” (BELLO I, 2009,
p. 13).
São nesses sentidos do uso instrumental e da leitura crítica que se fundamenta
as reflexões trazidas neste texto. Nele apresentamos um recorte de uma
pesquisa que teve como objetivo geral investigar de que modo os cursos de
graduação em Pedagogia estão se apropriando das mídias, mais
especificamente, como os docentes desses cursos estão utilizando essas
mídias na formação de pedagogos. As graduações em Pedagogia são as
grandes responsáveis pela formação de novos educadores que em sua maioria
atuarão com crianças e adolescentes que fazem parte de uma geração que se
constrói e se consolida através das mídias e da cibercultura. Neste cenário,
julgamos pertinente o investimento no estudo sobre como estão as
apropriações das mídias no cotidiano da sala de aula. A pesquisa foi realizada
em duas universidades que oferecem cursos de Pedagogia renomados e que
se apresentam com tendências à inserção transversal das mídias e
consequentemente da EaD em seus respectivos currículos, e o presente texto
oferece uma discussão das práticas observadas em uma disciplina de cada
universidade.
O texto está estruturado de modo a apresentar um sumário da metodologia
adotada, seguido de uma breve apresentação da estrutura de cada disciplina
44
estudada. A seção central discute, à luz das dimensões de objeto de estudo e
ferramenta pedagógica, as práticas docentes observadas.
APORTES METODOLÓGICOS
O objetivo geral que foi apresentado mobilizou a elaboração das seguintes
questões de estudo:
a) Quais são os usos das mídias em sala de aula feitos pelos professores?
b) Como se articula a teoria e prática sobre o uso das mídias nas
disciplinas investigadas?
c) Como o uso das mídias na atuação docente se traduz em formação de
pedagogos para a apropriação das mídias na educação?
d) Quais são as apropriações das mídias feitas pelos estudantes na
construção da comunicação e do conhecimento em sala de aula?
A coleta de dados envolveu questionários, entrevistas e, crucialmente, a
técnica de observação participante. A observação realizada buscou identificar a
apropriação das mídias nas disciplinas estudadas. Neste processo de
observação, adotamos a postura de pesquisador, assistindo as aulas, lendo os
textos e fazendo interferências, como exemplo, a participação na ambiência
midiática (EaD) ou auxílio nas discussões temáticas e elaboração de texto. A
utilização desse procedimento de coleta de dados proporcionou, além da
vivência, o rápido acesso aos documentos, dados das disciplinas e dos
participantes. Foi possível obter informações relevantes para a construção de
um rico diário de campo e, assim, estabelecer uma base para descrição do
cenário estudado.
Para a apreciação dos dados, foi utilizada a análise de conteúdo de Bardin
(2000), revelada como uma técnica essencialmente interpretativa que demanda
um trabalho de observação atento e que ultrapassa a compreensão imediata e
espontânea (RIZZINI, 1999, p. 91).
O grupo de participantes incluiu dois professores doutores, que lecionam as
disciplinas investigadas e também atuam na pós-graduação e pesquisa sobre
temáticas relevantes a pesquisa. Além dos docentes, participaram da pesquisa
16 estudantes e um estagiário docente (doutorando) de uma universidade, bem
como 29 estudantes e uma estagiária docente (mestranda) da outra,
45
totalizando 49 participantes. Para preservar a identidade dos envolvidos na
pesquisa, as Universidades foram tratadas como Universidade A e
Universidade B. Na Universidade A, a investigação foi conduzida na disciplina
Mídia, Tecnologias e Educação, e na Universidade B, a disciplina analisada foi
a Didática, ambas ministradas no segundo semestre de 2011.
DAS DISCIPLINAS E SUA PRÁTICA
Mídia, Tecnologias e Educação
A disciplina analisada na Universidade A é oferecida no 6º período, e seu
nome, Mídia, Tecnologias e Educação, reflete uma proposta de estudo que
contempla a análise das relações entre essas áreas, com ênfase nas mídias e
na EaD enquanto espaço de aprendizagem. A experiência de aprendizagem
oferecida pela disciplina foi organizada em torno de temas propostos
gradualmente ao longo do semestre e explorados através de aulas expositivas,
discussões dirigidas, leitura de textos, vídeos e, crucialmente, atividades
práticas na forma de oficinas. O livro Por que estudar a mídia?
(SILVERSTONE, 2002) ofereceu o principal suporte teórico para os objetivos
da disciplina, tendo sido utilizado como leitura obrigatória.
A disciplina em foco também se apropriou da ambiência midiática Ning, uma
rede social que foi utilizada nos moldes da EaD. Neste ambiente a coletividade
é privilegiada e o discente pode criar o seu perfil, visitar o perfil dos outros
colegas de turma, adicionar “conteúdos”, participar de chats, entre outros. Ao
longo do semestre, a ambiência midiática foi utilizada para diversas atividades,
entre elas: postagem de textos, vídeos e resumos das aulas, compartilhamento
dos slides de seminários e reuniões de pauta para a criação do produto
audiovisual.
Didática
Na Universidade B, investigamos a disciplina Didática, do 4º período. A ementa
define seus dois objetivos centrais: o primeiro é a formação para o
direcionamento e organização do trabalho pedagógico em sala de aula nas
46
dimensões “psicoafetiva, técnica e sociopolítica”; o segundo foco está em
contribuir para reflexão e aprendizado sobre as práticas educativas cotidianas.
Apesar de não destacar como tópico de estudo teórico a apropriação e a
educação para as mídias, discussões e práticas relevantes foram integradas,
ao longo do semestre, de forma transversal.
O ambiente online da disciplina consiste em um Ambiente Virtual de
Aprendizagem (AVA) implementado com o software livre Modular Object-
Oriented Dynamic Learning Environment, Moodle. Utilizado em paralelo com as
aulas presenciais, essa ambiência foi trabalhada como um espaço de autoria,
interatividade e encontro virtual, no qual o professor e os discentes refletiam
acerca dos temas abordados em sala, desenvolveram trabalhos coletivamente
e compartilharam suas produções. No Moodle, os discentes participaram de
fóruns sobre os estudos das aulas, e em uma wiki criaram os textos coletivos
dos seminários. O Moodle também foi usado pelo docente para postar vídeos
com as temáticas cibercultura e educação, informática na educação, Web 2.0 e
wiki.
Da mesma forma observada na disciplina Mídia, Tecnologias e Educação, na
Didática o professor também atuou direcionando e mediando os estudos e
práticas.
Mídias no Trabalho Docente
Os usos das mídias no trabalho docente conduzido na formação de pedagogos
constituem um assunto de muita importância, pois esses profissionais estão
formando os futuros educadores que poderão atuar como professores das
séries iniciais e das disciplinas pedagógicas do curso Normal, como gestores
dos processos educativos escolares e não escolares, bem como na produção e
difusão do conhecimento do campo educacional. A graduação em Pedagogia
é, de fato, o único espaço adequado na universidade para a formação dos
docentes e pesquisadores para esse nível de escolarização (PIMENTA, 2004,
p. 07).
Os professores das disciplinas em foco, Mídia, Tecnologias e Educação e
Didática, apropriaram-se das mídias e da EaD para introduzir assuntos,
centrados nas mídias ou não, relacionar-se com os discentes e para expor e
47
produzir “conteúdos”, abrangendo, assim, diferentes temas, metodologias e
atividades. A regularidade com que os docentes usaram as mídias em sala de
aula, em especial o computador com acesso à Internet, chegou a quase 100%
do tempo durante o qual a pesquisadora esteve no campo.
Ao analisarmos especificamente os usos das mídias feitos pelos docentes, foi
possível perceber que essas utilizações ocorreram de forma relativamente
fluente e isenta de problemas. Entretanto, precisamos considerar que estes
docentes já têm, internalizado através da sua formação uma compreensão de
que as mídias são elementos da cultura contemporânea e, por isso, são
indispensáveis em seu trabalho. O cenário com relação às percepções e
concepções dos discentes pode ser bastante diferente, pois mesmo que
tenham essas mídias já incorporadas em seu cotidiano, podem ter visões
bastante limitadas de sua utilidade em contextos educacionais.
Os usos das mídias em sala de aula realizados pelos professores podem ser
analisados a partir da perspectiva de uso instrumental (HABERMAS, 1980) e
de ferramentas pedagógicas de Belloni (2009). Segundo Habermas (1980, p.
320), essas apropriações das mídias para projetar apresentações em slides,
exibir filmes, acessar a Internet e ambiências midiáticas, entre outros,
ilustrariam o uso instrumental, isto é, de maneira técnica. O autor afirma que a
instrumentalização é necessária e apenas se torna um problema quando essas
regras técnicas, baseadas apenas no saber prático, se tornam os fins, o que
não é o caso das disciplinas em foco (GONÇALVES, 1999, p. 128).
Por isso, sinalizamos que esses diferentes usos feitos pelos docentes, que
precisam de um saber instrumental, são necessários e consistentes com a
concepção de mídia-educação adotada na pesquisa. Essas apropriações das
mídias realizadas pelos docentes corroboram a dimensão dessas enquanto
ferramenta pedagógica que, segundo Belloni (2009, p.09), “são extremamente
ricas e proveitosas para melhoria e expansão do ensino”. Constatamos,
também, que essa utilização das mídias está sujeita a vários fatores, dentre
eles, a fluência que os professores e estudantes têm no uso instrumental das
mídias.
De fato, os docentes propuseram o uso das mídias para os discentes através
de uma perspectiva formativa que contempla as dimensões abordadas por
Belloni (2009). Esses usos propostos pelos docentes fomentaram um exercício
48
e um olhar mais amplo sobre o que é a educação para as mídias, e isso se
traduz em uma formação mídia-educativa que sugere uma pretensão de
equilibrar o uso instrumental e a formação para a leitura crítica das mídias.
Desse modo, enfatizamos que nas duas disciplinas os professores se
preocuparam em direcionar seus usos das mídias para uma forma que as
potencializasse, encorajando os discentes a se tornarem futuros pedagogos
que se apropriarão das mídias com habilidades instrumentais e criativas, de
modo a possibilitar a autoria. Verificamos que os docentes não estavam
preocupados em fazer com que os estudantes aprendessem a usar melhor as
mídias e suas possibilidades de práticas de EaD apenas pelas mídias, mas,
que eles internalizassem em sua formação a concepção de que as mídias são
elementos da cultura contemporânea e, por isso, são indispensáveis na ação e
formação do pedagogo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pode-se, pois, concluir, a par das observações das aulas, que certamente as
dimensão de ferramenta pedagógica e de criação perpassam os usos que os
docentes participantes da pesquisa fazem das mídias em sua sala de aula e
nas ambiências da EaD. Essas perspectivas tornam-se primordiais para os
docentes que têm as mídias como objeto de seu trabalho. Entender as mídias
como ferramentas pedagógicas e estimuladoras de ações criativas e autorais é
fundamental para potencializar a educação. Contudo, o saber prático deve ser
atrelado a uma formação de leitura crítica das mídias, a fim de que o professor
possa alcançar uma educação para as mídias que tenha em sua essência um
direcionamento para as mídias enquanto objeto de estudo (BELLONI, 2009).
Os docentes das disciplinas Mídia, Tecnologias e Educação e Didática
buscaram trazer para o curso de Pedagogia as mídias através dos dois eixos
norteadores que são o uso instrumental e a leitura crítica das mídias. O
primeiro eixo concretizado no trabalho dos docentes se traduz na formação de
pedagogos que sabem do uso das mídias nas mais diversas práticas
pedagógicas. O segundo eixo, também concretizado no trabalho dos docentes,
exprime uma formação de pedagogos com uma visão que ultrapassa o ir contra
ou a favor das mídias na educação. A visão proposta se traduz em uma
49
formação que desafia a subutilização das mídias e da EaD na esfera
educacional, tanto no aspecto instrumental quanto no de leitura crítica.
Frente ao exposto, torna-se relevante, ao final, esclarecer que os resultados
obtidos nesta pesquisa são específicos das Universidades e seus cursos de
Pedagogia estudados, ou seja, particulares do trabalho dos docentes com as
mídias e com a EaD nas disciplinas Mídia, Tecnologias e Educação e Didática.
Em outras disciplinas, de outros contextos, as apropriações das mídias na
educação podem apresentar diferentes práticas. Deste modo, somando-se a
literatura da área, este texto pretende contribuir para os estudos que dão
ênfase à temática mídia, aprendizagem e as experiências metodológicas em
EaD.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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BELLONI, Maria Luiza. O que é mídia-educação. 3.ed. rev. Campinas: Autores
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FANTIN, Mônica. Dos consumos culturais aos usos das mídias e tecnologias
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GONÇALVES, Maria Augusta Salin. Teoria da educação comunicativa de
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processo pedagógico contemporâneo. In: FREIRE, Wendel (Org.). Tecnologia
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RIZZINI, Irma. (Org.). Pesquisando... : guia de metodologias de pesquisa para
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50
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SOARES, Ismar. A mediação tecnológica nos espaços educativos: uma
perspectiva educomunicativa. Comunicação e Educação, São Paulo, ano 12, n.
1, jan/abr, 2007. p. 31-40.
51
A Formação Docente
para a EAD
Carla Marina Neto das Neves Lobo
Claudia Toffano Benevento
GT2
CarlaMarinaNeto
dasNevesLobo
Meu nome é CARLA MARINA NETO DAS NEVES LOBO. Sou
graduada em Pedagogia (UFF), Pós-Graduada em Literatura
Infanto Juvenil (UFF) e Metodologias e Gestão em Educação a
Distância (UniAnhanguera Educional), atualmente aprovado no
Curso de Pós Graduação em Planejamento, Implementação e
Gestão da Educação a Distância (UFF). Sou Mestre em
Educação (UFF) e minha Linha de Pesquisa foi em Políticas
Públicas e Movimentos Sociais, cujo foco principal foi a
formação docente e os Parâmetros Curriculares Nacionais.
Costumo participar de eventos relacionados a Educação
buscando um aperfeiçoamento constante. Atualmente, além
de docente em aulas presenciais na Graduação e na Pós
Graduação Lato Sensu, atuei como tutora presencial na Pós-
Graduação Lato Sensu semi presencial assessorando
professores e alunos no desafio profissional.
ClaudiaToffano
Benevento
Meu nome é Claudia Toffano Benevento. Sou graduada em
Pedagogia (UNIPLI/RJ). Pós Graduada em Raças, Etnias e
Educação no Brasil – UFF/RJ; Informática Educativa – AVM/RJ;
Metodologias e Gestão em Educação a Distância –
UniAnhanguera/RJ. Mestranda em Política Social – UFF/RJ.
Minha experiência profissional é como Professora-tutora na
Universidade Anhanguera/SP na disciplina Tecnologia em
Gestão (graduação) e Professora-tutora presencial da
Universidade UNIPLI/Anhanguera/RJ na disciplina Metodologia
da Pesquisa Científica dos Cursos de Pós Graduação Lato
Sensu.
RESUMO
Como objeto de estudo será discutido a história da Educação a Distância (EaD)
como um processo de ensino-aprendizagem mediado por tecnologias, onde
professores e alunos estão separados geograficamente, separados espacial
e/ou temporalmente, que significa a educação, no sentido amplo de formação;
possibilitando que professores e alunos, por não estarem normalmente juntos,
52
fisicamente, possam estar conectados, interligados por tecnologias,
principalmente as telemáticas, como a Internet. Assim sendo, visando
especificar o assunto a ser tratado neste trabalho delimita-se o objeto de
estudo na área de formação de professores que atuam na modalidade
Educação a Distância. A questão norteadora que motiva nosso estudo é: como
a literatura vem registrando a formação docente na última década para a
modalidade Educação a Distância (EaD)? O presente trabalho objetivou
analisar a formação docente no manejo das novas tecnologias visando
identificar possibilidades de ensino aprendizagem por meio da educação a
distância; identificar as produções científicas na área de formação de
professores para atuarem na modalidade educação a distância; descrever o
papel docente frente as necessidades e habilidades individuais e as de grupo,
de forma presencial e virtual. Caracteriza-se a pesquisa quanto aos objetivos
como um estudo descritivo, que tem como principal objetivo descrever as
características de determinada população ou fenômeno; e exploratório, pois
este, na maioria dos casos, envolve levantamento bibliográfico do problema
pesquisado. Para elaboração deste estudo optamos por uma pesquisa
bibliográfica, pois é desenvolvida com base em material já elaborado,
constituído principalmente de livros e artigos científicos.
Palavras Chave: Educação a distância; Formação de professores; Ensino
aprendizagem; Novas tecnologias; Ensino presencial e a distância.
1. INTRODUÇÃO
As primeiras manifestações que a literatura apresenta como o exercício de
comunicação a distância são os desenhos registrados nas pedras, promovendo
a comunicação entre pessoas presentes, ou não, no mesmo momento e local.
No entanto, a possibilidade de ensino a distância só foi possível no séc. XV
com a invenção da imprensa, facilitando assim a produção e reprodução do
conhecimento além de possibilitar a comunicação e socialização da
documentação para um maior número de pessoas.
A história da Educação a Distância (EaD) definido por Moran (s/a) “como o
processo de ensino-aprendizagem, mediado por tecnologias, no qual
53
professores e alunos estão separados espacial e/ou temporalmente”, localiza a
educação no sentido amplo de formação: professores e alunos, por não
estarem normalmente juntos, fisicamente, “podem estar conectados,
interligados por tecnologias, principalmente as telemáticas, como a Internet.
Mas também podem ser utilizados o correio, o rádio, a televisão, o vídeo, o CD-
ROM, o telefone, o fax e tecnologias semelhantes”. Assim sendo, visando
especificar o assunto a ser tratado neste artigo delimita-se o objeto de estudo
na área de formação de professores que atuam na modalidade Educação a
Distância.
A Educação a Distância após sua Regulamentação em 1996, com a
promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB nº
9394/96, deixou de ser Projeto Experimental e passou a ser vista como
estratégia de ampliação democrática do acesso à educação de qualidade.
(LOBO NETO, 2000). Como estratégia de ampliação democrática visa
“recuperar” a história de muitos no âmbito da educação. Vista como direito do
cidadão e dever do Estado e da sociedade os textos oficiais possibilitam a uma
parcela significativa da população oportunidades educativas por meio de uma
sofisticada tecnologia. Quanto a oferta o Art. 80, no Título VIII: Das Disposições
Gerais, estabelece:
 a educação a distância será oferecida por instituições
especificamente credenciadas pela União;
 caberá à União regulamentar requisito para realização
de exames, para registro de diplomas relativos a cursos
de educação a distância. (BRASIL, 1996).
A mesma lei em outros artigos refere-se a EaD como no art. 32, parág. 4º
determina que o ensino fundamental deva ser presencial, limitando a utilização
do ensino a distância, nesse nível, a dois casos: complementação de
aprendizagem e situações emergenciais; art. 47 parág. 3º trata do ensino
superior isentando professores e alunos da frequência obrigatória nos
programas de educação a distância; art. 87 parág. 3º quando trata da década
da educação estabelecendo que devem ser providos cursos a distância para
jovens e adultos insuficientemente escolarizados (item II), além de determinar a
realização de programas de capacitação a todos os professores em exercício
utilizando os recursos da EaD (item III).
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  • 1. Educação Corporativa e EaD Metodologias na EaD Pesquisa, Tutoria e Docência na EaD Saúde e Meio Ambiente: diálogos com a EaD Dia Nacional da EaD 27 de novembro de 2012
  • 2. 2 Programação Dia 27 nov 9h – Abertura – Professor Fernando Arduini Ayres 10h – 12h GTs 1- Educação Corporativa e EaD 2- Metodologias da EaD 3- Pesquisa, Tutoria e Docência na EaD 4- Saúde e Meio Ambiente: diálogos com a EAD 12h – Sessão de Pôsteres 13h - Almoço 14h – 16h Oficina Web 2.0 na EaD Oficina de Tutoria 16h – Encerramento 17h – Distribuição de Certificados
  • 3. 3 Sumário 02 Programação 04 Apresentação dos Professores do GT1 Educação Corporativa e EAD 07 “A Educação Corporativa e o e-Learning na Era do Conhecimento” - Miriam Cesário de Oliveira 14 “Implantação da EAD nos Projetos de Capacitação como Estratégia de Ampliação de Oferta de Cursos aos Técnicos Administrativos em Educação: Relato da Experiência da Divisão de Desenvolvimento / Pró- Reitora de Pessoal da Universidade Federal do Rio de Janeiro / UFRJ” - Karine de Lima Guedes 21 “A Racionalização do Currículo de Formação do Oficial Intendente da Marinha do Brasil via EAD” - Hercules Guimarães Honorato 33 “O e-Learning como Ferramenta de Marketing para o Treinamento e o Desenvolvimento de Pessoas e Organizações” - Patrícia Cunha Fernandes 35 “Gestão de Mídias: Dimensão Pedagógica, Administrativa e Tecnológica” - Fanni Hamphreis da Silva 37 Apresentação dos Professores do GT2 Metodologias na EAD 40 “Mídias no Curso de Pedagogia: a Apropriação Instrumental e a Leitura Crítica no Trabalho Docente” - Esther Silva da Costa - Giselle Martins dos Santos Ferreira 51 “A Formação Docente para a EAD” - Carla Marina Neto das Neves Lobo e Claudia Toffano Benevento 64 “A Educação a Distância e a Educação Online na Formação/Informação dos Docentes Contemporâneos” – Alexander Schio e Danusa Massafferri Rodrigues 77 Apresentação dos Professores do GT3 Pesquisa, Tutoria e Docência na EAD 80 “Quando a Educação Ambiental e a Educação à Distância se Encontram no Ensino Superior” - Vilson Sérgio de Carvalho 92 “Qualidade dos Cursos de Licenciatura em Pedagogia na Modalidade EAD: um Estudo sobre duas Instituições no Município do Rio de Janeiro” - Rosana Cristina da Silva Costa Silva 105 “Planejamento de Formação de Professores para o uso das Mídias” - Cardoci Paiva de Lima e Fani Hamphreis 115 “EAD, O Ensino Adaptando-se a Tecnologia” - Carla Cristina de Holanda Barros 136 “Ser Tutor-Educador no Âmbito da Educação à Distância” - Ana Paula da Silva Conceição Oliveira 145 “A Importância da Presença do Professor-Tutor de EAD no Processo de Ensino-Aprendizagem do Discente Virtual” - Valéria Moura de Souza 152 “Tutoria e Qualidade na EAD sob a Ótica dos Tutores” - Silvia Regina Sênos Demarco 164 Apresentação dos Professores do GT4 Saúde e Meio Ambiente: Diálogos com a EAD 167 “A Contribuição da EAD no Enfrentamento da Precarização do Trabalho no Sistema Único de Saúde” - Renata Nideck; - Paulo Queiroz 177 “Estrutura Didática em Disciplinas na EAD: Relato de uma Experiência” - Nanci Cardim; Dominique Maciel; Sonia Regina dos Santos 188 “Educação a Distância (EAD): Limites E Possibilidades” - Claudia Benevento; Vagner Santana 199 Sessão de Pôsteres
  • 4. 4 Apresentação dos professores do GT 1 – Educação Corporativa e EaD MINI CURRÍCULOS MárioLuiz Trindade Formado em Ciências Econômicas, atuou durante 25 anos em empresas públicas e privadas, ocupando cargos de gerência e diretoria nas áreas de estratégia e marketing. Trabalhou durante 10 anos como consultor de empresas também nas áreas de marketing e estratégia. Em 1996 concluiu pós-graduação em Gestão Estratégia e Docência Superior, ocasião em que passou a lecionar no projeto A Vez do Mestre, como professor das cadeiras de Gestão Estratégica, Elaboração de Projetos, Estratégia Empresarial, Marketing de Serviços, Endomarketing e Fundamentos de MarketingDesde 2001 passou a atuar também no ensino a distância como orientador, conteudista e palestrante. Wagner Salles Formado em Administração de Empresas pelo Centro Universitário Celso Lisboa com especialização em Administração, extensão em Docência Superior e atualização em Gestão e Liderança, todos pela FGV. Última atividade profissional finalizada em 2009 na LIGHT SESA como Analista de Recursos, desempenhando papel de assessoria gerencial e liderando equipes de prevenção jurídica. Atualmente como Professor-Auxiliar (Tutoria) nos cursos de graduação EaD da AVM Faculdade Integrada e docente no SENAC- RIO nos módulos de Administração. A frente da Direção de Comunicação da Igreja Batista em Cachambi desde 2009 e atualmente desenvolvendo atividades paralelas com eventos e palestras sobre Liderança, com dois artigos publicados no Espaço Opinião do CRA - Conselho Regional de Administração do RJ. GloriaJesusde Oliveira Sou graduada em Administração de Empresas, pós-graduada em Gestão Estratégica de Recursos Humanos, Docência do Ensino Superior, Tecnologia Educacional e estou cursando Formação Pedagógica para o Ensino Médio Profissionalizante (ISERJ). Ministro alguns cursos livres na área de Recursos Humanos. Atualmente trabalho na AVM Faculdade Integrada, com a função de professora tutora nos cursos de pós-graduação: Marketing e Gestão Estratégica e Qualidade.
  • 5. 5 CleberMoreira Gonzaga CLEBER MOREIRA GONZAGA: Mestre em Administração de Empresas pela UNESA. Leciono no Projeto A Vez do Mestre da Universidade Cândido Mendes nas modalidades de pós-graduação presencial e distância. Conteudista do SENAI – CETIQT. Atua em consultorias nas áreas de administração, marketing de relacionamento e digital, atacado e varejo e também na indústria gráfica, onde desenvolve projetos de propaganda cooperativa. KoffiDjimaAmouzou Olá me chamo KOFFI DJIMA AMOUZOU e como o nome sugere eu não sou brasileiro, embora já esteja muitos anos no país. Sou natural de Togo na África e é um grande prazer trocar idéias com vocês sobre uma de minhas áreas de predileção: A Administração Pública. Se eu pudesse resumir minha formação acadêmica eu diria que esta se iniciou com minha graduação em Ciências de Gestão pela Faculté des sciences Economiques et de Gestion da Universidade de Togo (1997). Já no Brasil terminei no ano de 2000 meu mestrado em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas e por fim conclui meu doutorado em Engenharia de Transportes pela UFRJ mais recentemente no ano de 2006. Desde 2001 atuo como professor auxiliar da Universidade Estácio de Sá onde ministro aulas em diversas disciplinas voltadas para as áreas de Administração e Gestão de Programas e Políticas Públicas. Também nessas áreas tenho algumas publicações além de atuar ainda como pesquisador dos paradigmas organizacionais na esfera da Administração Pública nas instituições no Instituto A Vez do Mestre e na Universidade Estácio de Sá. AnaCristinaGuimarães Doutoranda em Ciências Políticas pela Universidade Lusófona - Lisboa – Portugal; MBA em Reestruturação de Processos e Gestão Estratégica da Qualidade pela University of Tampa, USA; Mestre em Administração e Desenvolvimento Empresarial pela Universidade Estácio de Sá; pós- graduada em Reengenharia e Recursos Humanos pela Universidade Candido Mendes; graduada em Pedagogia pela Universidade Gama Filho com habilitações em Administração Escolar, Supervisão Pedagógica e Orientação Educacional. Atuo há seis nos como Gestora Acadêmica do curso de Licenciatura em Pedagogia - EAD da AVM - Faculdade Integrada. Participei da elaboração e construção das ferramentas necessárias à autorização do curso - Regimento Educacional - Plano de Desenvolvimento Institucional, Projeto Político Pedagógico. Atuo há oito anos como Gestora Educacional da Escola Técnica Rezende-Rammel, Instituição de Ensino de nível médio/ técnico. Dez anos como Gestora Pedagógica do Ensino Médio/Técnico. Três anos como professora responsável pelo eixo de disciplinas de Teorias da Administração do Curso de Graduação em Administração. Vinte e cinco anos de experiência na docência de Educação Infantil à Pós-Graduação. Na Docência, atuo nas áreas pedagógicas e empresariais. Consultora de Recursos Humanos em empresas privadas e públicas.
  • 6. 6 VivianWildhagen Reis Meu nome é Vivian Wildhagen Reis. Sou Técnica em Administração de Empresas pelo CEFET/RJ, Graduada em Administração Industrial (CEFET/RJ), Pós-Graduada em Gestão de Recursos Humanos pela AVM Faculdade Integrada e Mestranda em Gestão e Tecnologia com previsão de conclusão do curso para Fevereiro de 2013. Já atuei como docente nas disciplinas de Logística, Contabilidade e Gestão nos Cursos Técnicos e Superior do CEFET/RJ, SENAI/RJ, Funcefet, etc. Atualmente sou Tutora da Pós-Graduação (modalidade EAD) da AVM Faculdade Integrada. Tenho trabalhos publicados em Congressos na área Educacional nos âmbitos da Administração e Engenharia. MarceloOliveira Olá, meu nome é Marcelo Oliveira, sou mineiro de nascimento e goiano de coração. Sou formado em Administração pelo Centro Universitário do Triângulo (Unitri), pós-graduado em Gestão Pública pela AVM Faculdade Integrada e pós-graduando no MBA em Gestão de Pessoas pelo Universidade Estácio de Sá. Atualmente, sou Professor/Tutor por duas instituições: a Pós-graduação modalidade distância do curso de Gestão Pública da AVM Faculdade Integrada e o Curso Sequencial em Empreendedorismo e Inovação pela Universidade Federal Fluminense.
  • 7. 7 A Educação Corporativa e o e- Learning na Era do Conhecimento Miriam Cesário de Oliveira GT1 MiriamCesário deOliveira Formada em pedagogia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro no ano de 2011 e pós-graduanda em Gestão de Projetos pela AVM. Com experiência como auxiliar administrativo do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia. Atualmente Analista de Suporte Acadêmico do FGV Online. Resumo: Com a chegada da globalização na década de 90 o mundo se deparou com as novas tecnologias de informação e comunicação que proporcionaram algumas mudanças no cotidiano de cada sujeito. O tempo é competido por diversos compromissos, como o trabalho, o estudo e a família. Perante isso, essas relações proporcionam a exigência de novas modalidades de ensino, estratégias educacionais e profissionais que perpetuem uma educação continuada, atualizando e aperfeiçoando constantemente as pessoas para o mundo produtivo. Com esse novo contexto o modelo formal entrou em crise, pois não há mais tempo para aperfeiçoar e desenvolver os profissionais no ensino presencial. No presente estudo analisaremos esse novo modo de se viver que proporciona uma visão positiva ao e-learning, uma modalidade de Educação à Distância (EaD), perante a Educação Corporativa, de um modo que se adéqua à realidade do ambiente profissional, suprindo barreiras geográficas, cronológicas, e de investimento monetário. Este crescimento do e- learning está diretamente ligado ao desenvolvimento das tecnologias – informação, comunicação- criando um ambiente –ciberespaço- de Inteligência
  • 8. 8 Coletiva, que proporciona uma troca frenética de conhecimentos e experiências. Introdução Nos anos 90, com a chegada da globalização e da expansão da internet surge o ciberespaço que tem como característica a rapidez da informação, do conhecimento e da comunicação. Com isso, o conhecimento e a competitividade deixam de ser regionais, passando a ser globais, juntamente com o crescimento da cooperação ao compartilhar conhecimentos que aumenta consideravelmente o nível de competitividade. No meio de tanta informação e rápida comunicação, as pessoas buscam se especializar sem ter um tempo para dedicar-se presencialmente em algum curso de especialização. Nesse contexto a tecnologia é utilizada a favor da aprendizagem e se adapta à realidade que busca incessantemente o conhecimento. O novo motor da economia que é caracterizado pela capacidade de produzir, armazenar, processar, recuperar e disseminar informações e conhecimentos é chamado de Gestão do Conhecimento. Esse motor econômico gerencia toda informação e conhecimento possuído. A educação escolar hoje, em geral, não se encontra preparada para suprir as expectativas e as necessidades do mercado. Ela não consegue antecipar mudanças, pois precisa adaptar-se primeiro a esse novo mundo do conhecimento competitivo para depois usufruir do conhecimento coletivo com o intuito de criar mudanças antecipadamente, enxergando a realidade competitiva e quebrando os paradigmas tradicionais. Segundo Jannuzzi e Tálamo (2004) se tratando da gestão de informação nas empresas, a informação subsidia o processo de decisão e controle nos diversos níveis da organização, compreendendo as demandas do ambiente competitivo com suas necessidades individuais e coletivas associadas ao processo de criação e aprendizado, tendo como auxílio a Educação a Distância (EaD).
  • 9. 9 Portanto a EaD se tornou um novo paradigma, pois supre a necessidade de aprendizagem no meio de tanta movimentação de informação e comunicação global, transformando assim essas novas tecnologias em um espaço virtual de educação e de produção do conhecimento - e-learning -. A Educação Corporativa e a EAD Atualmente se faz necessário adquirir competências educacionais e profissionais que ultrapassam o ambiente escolar e universitário, pois a competição, sendo um resultado da globalização valoriza cada vez mais a produção e troca de conhecimento contínuo. Pela primeira vez na história da humanidade, a maioria das competências adquiridas por uma pessoa no inicio de seu percurso profissional estarão obsoletas no fim de sua carreira (...). Trabalhar quer dizer, cada vez mais, aprender, transmitir saberes e produzir conhecimentos. (LÉVY, 1999, p 157) Para que o profissional tenha a capacidade de capturar, produzir e dividir o conhecimento – inteligência coletiva-, o mesmo precisa ser um sujeito autônomo, crítico, reflexivo e criativo (competências). Na Inteligência coletiva os seres humanos estão interligados em tempo real no ciberespaço. Ela tem como característica a liberdade e o não totalitarismo, que valoriza e compartilha todos os saberes, criando assim, uma nova maneira de produção do conhecimento. Participamos de uma sociedade em que todo contexto, sejam as empresas, as comunidades ou as diferentes relações econômicas estão destinados ao funcionamento da inteligência coletiva. Nela todos os diferentes sujeitos podem ser autor, leitor e articulador de saberes, promovendo uma cooperação mútua para a criação e transmissão do conhecimento. Uma das exigências de um profissional na “Era do Conhecimento” é a competência. Portanto, não se trata mais de uma qualificação formal, onde a empresa concede um posto de trabalho para desenvolver sua qualificação e suprir esse posto, mas sim, da qualificação real desse trabalhador, que é histórica e contextualizada no processo de globalização econômica. A imprevisibilidade está dentro dessa qualificação real, pela qual o trabalhador
  • 10. 10 deve ter um conjunto de competências que abrangem além das dimensões cognitivas, intelectuais e técnicas. A competência depende do conhecimento para ser praticada, mas existe conhecimento sem a devida competência para usá-lo. É nessa situação que a educação a distância começa a atuar, ensinando e potencializando também o profissional para o desenvolvimento de suas competências que resulta na pratica de seu conhecimento teórico. Entender essa mudança e incessante busca de um alto nível de competitividade, que implica na capacitação das competências, transformando as crenças em valores organizacionais, é saber que a organização precisa ter inovações capazes de manter a empresa em seu alto nível competitivo para perpetuar sua existência. Portanto não basta apenas atingir a liderança, mas sim mantê-la, enxergando e agindo rapidamente perante as mudanças constantes no mercado global. Para isso, é importante manter uma comunicação empresarial que favoreça a interação e a ampliação da quantidade e qualidade –conectividade-, seja essa interação interna ou externa (fornecedores, distribuidores, clientes, comunidades, etc), a fim de estar perceptível ao mundo e às demandas do mercado. Atualmente, o sucesso profissional do sujeito depende cada vez mais de oportunidades de ensino-aprendizagem em ambientes favoráveis ao desenvolvimento das características interessantes para a organização. O processo de investimento das empresas junto aos colaboradores permite o desenvolvimento seguro e saudável da organização que, por sua vez, depende do conhecimento, criatividade, motivação contínua, entre outras competências de sua força de trabalho. Neste contexto, em relação às empresas, é preciso todo um trabalho voltado para o objetivo do cliente, observando o tipo de clientela e o que ela precisa para que a aprendizagem seja obtida de maneira eficaz. A criação de estratégias é importante para que permitam o aperfeiçoamento, o desenvolvimento e a atualização constante dos colaboradores da empresa, que resultará diretamente no nível de competitividade.
  • 11. 11 É importante entendermos e sabermos as principais vantagens do e-learning; para que possamos analisar e compreender sua valorização nas empresas. As vantagens fazem parte do conjunto de inovação do processo de formação que é caracterizado como tal. Nesse conjunto é presente uma flexibilidade do ensino, do tempo e do local, ritmo personalizado, fácil interatividade, auto- formação e acessibilidade para valorização pessoal ou profissional. Todas essas vantagens são garantidas graças à fácil interatividade que a internet proporciona, facilitando o sujeito em sua formação profissional e pessoal, adaptando-se às demandas do mundo globalizado, viabilizando a formação de quem não tem possibilidade de se ausentar do local de trabalho. O aluno do e-learning precisa, primeiro, reconhecer a importância da busca incessante do saber. Mantendo uma atitude participativa com o tutor e seus colegas de classe (virtual). Além disso, o mesmo deve ser organizado e autônomo, pois precisará programar seus horários de estudos, afim de que consiga ter uma boa aprendizagem, tornando-se sujeito crítico, reflexível e criador de saberes. Para desenvolver a autonomia precisa-se de alguns reconhecimentos, um deles é ter a consciência do inacabado. O verbo inacabar se refere ao conhecimento, enfatizando e tendo como base a contínua obsolescência do mesmo. O sujeito autônomo deve estar em uma contínua busca do saber, pois todo conhecimento adquirido e exposto no presente será sempre incompleto em relação ao futuro. Essa linha contínua é infinita, pelo qual o conhecimento é superado a cada dia por sujeitos conscientizados de sua característica inacabada. Como seres históricos, é a capacidade de, intervindo no mundo, conhecer o mundo. Mas, histórico como nós, o nosso conhecimento do mundo tem historicidade. Ao ser produzido, o conhecimento novo supera outro antes que foi novo e se fez velho e se "dispõe" a ser ultrapassado por outro amanhã. (FREIRE, 2002. p 15) Os estudantes autônomos passam a reconhecer a necessidade de estudo, selecionam conteúdos, projetam estratégias de estudo, arranjam materiais, organizam, dirigem, controlam e avaliam o processo de aprendizagem e são essas competências que o e-learning exige de seus alunos. A possibilidade que essa modalidade de ensino concede aos alunos: a escolha de horários e
  • 12. 12 locais para o desenvolvimento da aprendizagem, instiga o autodidatismo que desenvolve e aprimora o sujeito como um pesquisador e articulador de saberes. Essa característica do ensino a distância obtém resultados positivos quando o aluno consegue desenvolver o que lhe é instigado –autonomia-. Considerações Finais: Em primeiro momento, podemos perceber a ligação entre a valorização do e- learning e o contexto em que a mesma aconteceu. O mundo global e as novas tecnologias transformaram desde as rotinas, exigências e características de cada indivíduo até as das grandes empresas –comércio-. Com a internet e o fácil acesso às informações e conhecimentos, os valores foram transformados, a cooperação tornou-se uma forte aliada do crescimento, conhecimento e desenvolvimento global, que aumenta a competição qualitativa e quantitativamente. O que ocorre é que devido a Era do conhecimento e da Informação há uma redução do prazo de validade do conhecimento, pois a regra da competitividade exige uma educação continuada. Para atender as exigências da economia e do mercado as organizações mudam. Surgem então, as universidades corporativas, a fim de oferecer aos colaboradores uma educação contínua para o desenvolvimento de competências –pedagogia das competências- e dos conhecimentos necessários para os objetivos estratégicos nessa incessante competição. Compreendo que a escola não supre as necessidades do mundo, que no lugar da qualificação profissional (formação técnica e experiência profissional) surge a noção de competências com o objetivo de qualificar os profissionais, visando atender as exigências e especificidades da atualidade, uma vez que os meios de educação convencionais não oferecem essas vantagens. Deste modo, pode-se definir Universidade Corporativa ou Educação Corporativa como “um sistema de desenvolvimento de pessoas pautado pela gestão de pessoas por competências.” (EBOLI, 2004. p 48) O e-learning nada mais é do que a adaptação da educação perante esse novo mundo de informação e comunicação que tem como objetivo capacitar os sujeitos e desenvolver suas competências. Para a empresa é vantajoso não
  • 13. 13 ter que fazer toda uma estrutura presencial com salas que disponibilizam “x” quantidades de alunos, agora, com apenas uma sala de vídeo conferência o e- learning possibilita um encontro virtual com pessoas de todo lugar do mundo, como se estivessem na mesma sala, fazendo desaparecer custos associados à deslocação e lugar de atuação presencial. A educação, assim como todo processo humano, tanto no individual quanto no coletivo, caminha junto com as mudanças e o desenvolvimento do mundo. Logo, podemos constatar que o que possibilitou o surgimento desse novo paradigma chamado de Educação è Distância foi a demanda do seu próprio contexto. As características globais, desde as micro até as macro, interligam as necessidades do mercado globalizado, considerando a rotina e possibilidade de cada indivíduo com a aprendizagem continuada a distância. Referências: EBOLI, M. Educação Corporativa no Brasil: Mitos e Verdades. São Paulo: Editora Gente, 2004. JANNUZZI, C. A. S. C.; TÁLAMO, M. F. G. M. A empresa e os sistemas humanos de informação. Transinformação. Campinas, v. 16, n. 2, maio/ago, 2004. LÉVY, Pierre. Cibercultura São Paulo: Editora 34, 1999. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários para a prática da autonomia. (falta editora), 2002.
  • 14. 14 Implantação da EAD nos projetos de capacitação como estratégia de Ampliação de oferta de cursos aos Técnicos Administrativos emEducação: relato da experiência da Divisão de Desenvolvimento/Pró- Reitoria de Pessoal da Universidade Federal do Rio de Janeiro Karine de Lima BeatrizVieira Rita de Cássia Silveira GT1 KarinedeLima Guedes Técnica em Assuntos Educacionais da Divisão de Desenvolvimento da Pró-reitoria de Pessoal da Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ. Trabalha a 3 anos na UFRJ. Já foi tutora do curso de Pós Graduação PIGEAD - Planejamento, Implementação e Gestão da EAD pela UFF, do curso de Pós Graduação em Gestão Municipal pela Unirio e atualmente é tutora do curso extensão em Tecnologia Educacional pela Fundação CECIERJ. A DVDE tem por responsabilidade oferecer cursos de aperfeiçoamento e desenvolvimento dos servidores da UFRJ que possui em torno de 13.000 servidores, entre docentes e técnico- administrativos em educação. É formada em Pedagogia pela UFRJ, Pós-graduada em Gestão de Recursos Humanos pela Universidade Estácio de Sá e atualmente cursa o Mestrado Acadêmico em Administração pela Unigranrio. Beatriz Vieira Pedagoga da Divisão de Desenvolvimento da Pró-reitoria de Pessoal da Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ. Trabalha a 1 anos na UFRJ. A DVDE tem por responsabilidade oferecer cursos de aperfeiçoamento e desenvolvimento dos servidores da UFRJ que possui em torno de 13.000 servidores, entre docentes e técnico-administrativos em educação. É formada em Pedagogia pela UERJ. Ritade Cássia Silveira Diretora da Divisão de Desenvolvimento da Pró-reitoria de Pessoal da Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ. Trabalha a 23 anos na UFRJ e a 9 anos na citada Divisão. A DVDE tem por responsabilidade oferecer cursos de aperfeiçoamento e desenvolvimento dos servidores da UFRJ que possui em torno de 13.000 servidores, entre docentes e técnico-administrativos em educação. É formada em Psicologia pela UFRJ, Pós-graduada em Educação e Desenvolvimento de Recursos Humanos/CFCH e MBA em Marketing/COPPEAD também pela UFRJ.
  • 15. 15 Resumo A Educação a Distância se apresenta na atualidade como um excelente recurso para capacitar, qualificar e atualizar servidores das mais diversas áreas de conhecimento. A Divisão de Desenvolvimento/DVDE da Pró-reitoria de Pessoal/PR-4 tem como uma das suas atribuições a responsabilidade em oferecer ações de capacitação e qualificação aos servidores da UFRJ. A DVDE assume esta modalidade educacional e inicia, no segundo semestre de 2012, seu primeiro curso de “Formação de Tutores de Educação à Distância” com a finalidade de utilizar a EAD em seus cursos. Pretende-se não só atingir um maior número de servidores, mas também, incentivar o processo de ensino- aprendizagem corporativo e de inovação. Palavras-chave: Educação a distância, capacitação, UFRJ, inclusão digital e inovação. Apresentação da Instituição A Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ tem a finalidade que consiste em proporcionar à sociedade brasileira os meios para dominar, ampliar, cultivar, aplicar e difundir o patrimônio universal do saber humano, capacitando todos os seus integrantes a atuar como força transformadora. Mais especificamente, a universidade destina-se a completar a educação integral do estudante, preparando-o para: — exercer profissões de nível superior; — valorizar as múltiplas formas de conhecimento e expressão, técnicas e científicas, artísticas e culturais; — exercer a cidadania; — refletir criticamente sobre a sociedade em que vive; — participar do esforço de superação das desigualdades sociais e regionais; — assumir o compromisso com a construção de uma sociedade socialmente justa, ambientalmente responsável, respeitadora da diversidade e livre de todas as formas de opressão ou discriminação de classe, gênero, etnia ou nacionalidade; — lutar pela universalização da cidadania e pela consolidação da democracia;
  • 16. 16 — contribuir para a solidariedade nacional e internacional. A Divisão de Desenvolvimento/DVDE da Pró-reitoria de Pessoal/PR-4 visa, entre outras iniciativas, implementar políticas de valorização e de incentivo ao servidor atuando na articulação - análise, acompanhamento, supervisão e avaliação - e apoio nos eventos de capacitação, como também, adotar avaliações contínuas e sistemáticas que apontem resultados para atingir os objetivos estratégicos da instituição. Visamos com isso, o Centro de Formação Continuada dos trabalhadores da UFRJ, estendendo-se, consequentemente, a outros Órgãos, com o intuito de produzir conhecimentos significativos para a melhoria do serviço público. Justificativa Primando pelo desenvolvimento profissional, diversas dificuldades se apresentam entre elas a dispersão geográfica e a diversidade de atuação dos servidores da UFRJ. Com a implementação do curso, pretende-se: 1- Formar tutores de processos que contribuirão para realização de eventos de capacitação através da modalidade de educação a distância, que ampliará o número de servidores capacitados da UFRJ; 2- Melhorar a interação entre os servidores e; 3- Atender a Política Nacional de Desenvolvimento de Pessoas/PNDP estabelecidas através do Decreto n. 5707 de 23 de fevereiro de 2006. Objetivos Implementar, analisar e avaliar o processo de implantação da Educação a Distância nos eventos de capacitação, bem como verificar o nível de satisfação dos servidores que estão participando do curso. Metodologia Para implementação da primeira turma do curso de Formação de Tutores em Educação a Distância, através da plataforma Moodle, que tem a proposta de formar tutores para atuarem nos eventos de capacitação foram oferecidas 20
  • 17. 17 (vinte) vagas, destinadas a equipe da Seção de Formação Profissional/DVDE (responsável pela implementação de cursos de capacitação) e as diversas unidades e Polos da UFRJ. Pretende-se fazer um estudo de caso, tendo como base os métodos de pesquisa: pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e a observação- participação das autoras. Público – Alvo Servidores Técnico-Administrativos em Educação da UFRJ. Resultados Alcançados Considerando os métodos de pesquisa apresentados, citamos os autores Marconi e Lakatos (2002) que mencionam o estudo de caso como uma modalidade de pesquisa qualitativa que não necessita ser apenas descritiva, assumindo, também, a forma de um estudo analítico. Os autores apontam também que o estudo de caso ajuda a conhecer melhor como funciona uma organização, um setor, enfatizando o conhecimento do particular quando estabelece uma seleção para o estudo. Já na observação participativa, conforme Vargas (2002, p.120), descreve que é uma técnica onde: “... o observador faz parte integrante de um grupo e aproveita essa situação para observá-lo,...”. E a pesquisa bibliográfica balizou as análises dos dados colhidos na pesquisa documental, que teve como aliada a experiência das autoras como participantes ativas do processo descrito. O objetivo é implementar, analisar e avaliar, como um dos objetos de estudos, que a educação à distância pode vir a suprir a necessidade em ampliar a demanda de eventos de capacitação, na busca de atualização dos técnicos administrativos em educação da UFRJ, pois cursos oferecidos na EAD com qualidade podem ser uma opção favorável no desenvolvimento profissional. Destaca-se ainda a inovação na UFRJ no processo de capacitação por meio da oferta de cursos virtuais possibilitará maior flexibilidade temporal e espacial aos servidores para realização dos cursos, garantindo uma formação continuada de qualidade e que alcance maior número de pessoas. O primeiro passo foi a elaboração do projeto de formação de tutores de educação a distância iniciado em setembro de 2012, a partir da iniciativa da
  • 18. 18 equipe da Divisão de Desenvolvimento/Pró-reitoria de Pessoal/UFRJ em criar e implementar novas metodologias de capacitação e desenvolvimento, que possibilitem o envolvimento de maior número de servidores, por meio do uso da plataforma Moodle. Esta pesquisa poderá ajudar em novas discussões e reflexões sobre a inovação no processo de formação continuada apontando estratégias de como desenvolver a capacitação com maior flexibilidade na oferta de cursos de aperfeiçoamento. Considerações Finais O ensino a distância vem sendo considerado um avanço para a educação, pois com o advento de todas essas tecnologias disponíveis tem se tornado possível estudar de acordo com a necessidade e o tempo de cada um. A EAD veio para ser mais uma das ferramentas que facilitam a conquista de conhecimentos, aprendizados. Essa modalidade de ensino deve ser feita com qualidade, proporcionando bons conhecimentos aos interessados; e as instituições, um retorno que deve ser respondido com a aplicação dos novos aprendizados durante o tempo de aquisição de conhecimento. Cada vez mais as instituições públicas estão aderindo a essa modalidade de ensino, pois atualmente é um importante método que facilita o processo de ensino-aprendizagem através do uso das tecnologias da informação, como ferramenta necessária na construção do conhecimento. Reconhecemos ainda ao fato de que o Plano de Carreira dos Técnicos-Administrativos em Educação/PCCTAE motivou os servidores em participar de eventos de capacitação, devido a necessidade de atualização profissional alinhados aos objetivos estratégicos do seu local de trabalho e da instituição. Nesse sentido, é importante destacar depoimento de alguns cursistas sobre a implantação da EAD na capacitação dos servidores e do curso de formação de tutores oferecido pela Divisão de Desenvolvimento: “Para mim o importante mesmo é a interação com os companheiros de trabalho, já conhecidos ou não, ainda mais para alguém lotada no Polo Macaé! Qual outra oportunidade eu teria para interagir com um servidor do Polo Xerém, distante uns bons 400 km??? É o "milagre" da EaD, onde não há distância, horário e sala física, mas mesmo assim, muita interação” .
  • 19. 19 “A humanidade está se desenvolvendo muito rápido, o mundo de tecnologias exige muito de nós. Acredito que o EaD precisa acompanhar essa evolução, e por traz da máquina, estão as pessoas, nós, que necessitamos aprimorar dons e adquirir conhecimentos para manuseá-la, transmitindo ensinamentos de forma mais eficaz, e com garantia de qualidade”. “Este curso traz a oportunidade de, através do ambiente virtual, trocarmos idéias, experiências (e conhecimento!) e, além disso, proporciona uma formação numa área muito importante (e, portanto, muito explorada atualmente), que é a Educação à Distância”. “Certamente o Curso de Formação de Tutores em Educação à Distância me dará a oportunidade de conhecer esta ferramenta e de agregar novos conhecimentos através da interação com os participantes nos fóruns. Conhecimentos que, posteriormente, poderão contribuir para a aceleração da capacitação profissional dos servidores da universidade”. “Acredito que este curso me trará a abertura de novos horizontes de atuação, mais ligados à minha formação, já que o trabalho da minha Seção é essencialmente burocrático. Por isso estou muito animada e grata pela oportunidade de participar. Já fiz cursos de EAD, mas hoje especificamente senti a importância da Educação à Distância, já que tive um dia bastante atarefado e mesmo assim pude participar do curso, no meu tempo e no meu horário. Isto é fundamental nos dias de hoje, principalmente para nós mulheres que temos dupla ou tripla jornada”. Referências BELLONI, M. L. Educação, ensino ou aprendizagem à distância? In: Educação à Distância. Campinas, SP: Editoras Associadas, 2003. CHOO, C. W. A organização do conhecimento: como as organizações usam a informação para criar significado, construir conhecimento e tomar decisões. São Paulo: SENAC, 2003. COSTA, M. e SANTOS, S. O processo de capacitação pela EAD: Um estudo de caso de uma unidade de informação. 2011.
  • 20. 20 MARTINS, Herbert Gomes. Educação Corporativa: educação treinamento nas empresas. In Litto, Fredric Michael e Formiga, Manuel Marcos Maciel (org.) Educação a distancia: O estado da arte. São Paulo: Pearson education; 2009. OLIVEIRA, J. e MARQUES, S. EAD na Educação Corporativa – um relato da experiência na Coordenação de Capacitação e Desenvolvimento de Pessoas da Pró-Reitoria de Recursos Humanos da Universidade Federal de Juiz de Fora; 2011. TACHIZAWA, T. e ANDRADE, R. O. B. Tecnologias da informação aplicadas às Instituições de Ensino e às Universidades Corporativas. 1. Ed. São Paulo: Atlas, 2003.
  • 21. 21 A Racionalização do Currículo de Formação do Oficial Intendente da Marinha do Brasil Via EAD Hercules Guimarães Honorato GT1 Hercules Guimarães Honorato Sou Hercules Guimarães Honorato. Oficial da reserva da Marinha do Brasil (Capitão-de-Mar-e-Guerra). Sou graduado em Ciências Navais com habilitação em Administração (Escola Naval), Pós-Graduado em Docência do Ensino Superior (UCAM/IAVM); Gestão de Relações Internacionais e MBA-Logística (COPPEAD-UFRJ); e atualmente Mestrando do PPG em Educação (UNESA) da linha de pesquisa de "Políticas Públicas e Gestão". Participo de eventos acadêmicos da área de Educação apresentando trabalhos científicos e a minha pesquisa, cujo eixo é Educação - Trabalho - Juventude. Sou professor da Escola Superior de Guerra e Assessor do Superintendente de Ensino da Escola Naval, onde sou responsável pelo estudo de reformulação do currículo de formação dos oficiais da Marinha do Brasil. Resumo O objetivo desta pesquisa foi identificar as diferenças das matrizes curriculares entre a formação acadêmica e a do oficial intendente da Marinha. A pesquisa é de cunho qualitativo, na qual se buscou estabelecer relações e comparações entre as disciplinas das IES na graduação em Administração a distância e na Escola Naval, pelo estudo das respectivas matrizes curriculares. Os instrumentos de coleta foram questionários encaminhados aos coordenadores da graduação das IES e entrevista com o Chefe de Departamento do Ensino a Distância da Diretoria de Ensino da Marinha. Os seguintes tópicos foram abordados: a perspectiva conceitual de EaD; a legislação pertinente; a EaD na Marinha e os seus documentos normativos; e uma comparação entre a Educação presencial e a distância com foco na formação do administrador. Pode-se verificar que os cursos ministrados on-line pela Marinha têm relação direta com a melhoria de gestão, trazendo uma ligação com a formação em
  • 22. 22 Administração. Ao final sugere-se complementar a formação do oficial intendente, habilitado em Administração, via EaD, utilizando-se de os cursos a distância que já são realizados em substituição das disciplinas da Escola Naval, racionalizando o seu currículo. Outra sugestão foi estudar um convênio com IES que tenha cursos a distância para complementação das disciplinas necessárias e julgadas válidas, visando a suprir a carência daquelas classes ligadas ao mercado de trabalho e ao bacharelado. Palavras-Chave: Currículo. Educação a Distância. Escola aval. raduação em Administração. Introdução “Aprender a ensinar e a aprender, integrando ambientes presenciais e virtuais, é um dos grandes desafios que estamos enfrentando atualmente na educação no mundo inteiro.” (José Manuel Moran) A partir do final do século XX, a profissão do Administrador ganhou traços mais acadêmicos, saindo do aspecto técnico para a busca da melhor preparação do profissional para ser o gestor completo da sua organização. A evolução se deu desde os currículos mínimos até as atuais diretrizes curriculares, da evolução da educação online com a possibilidade de disciplinas ou mesmo toda a formação superior a distância. Na busca por novos conhecimentos, pela melhor preparação profissional e vivenciando a necessidade de uma compatibilização o mais próxima possível do meio acadêmico e do reconhecimento de sua formação superior, esse pesquisador, que tem suas origens no sistema militar de ensino, viu-se compelido a buscar subsídios no meio acadêmico civil que ratificassem a sua escolha pela formação na mais antiga e tradicional instituição de ensino superior, a Escola Naval (EN). A presente reflexão insere-se em pesquisa mais ampla, cujo objetivo foi analisar e identificar as diferenças das matrizes curriculares e propor alterações para o aperfeiçoamento da formação acadêmica do Oficial Intendente egresso da EN. Assim posto, o objetivo específico deste artigo foi identificar as diferenças das matrizes curriculares entre a formação acadêmica e a do oficial intendente da Marinha e sugerir alterações exequíveis no seu currículo via Educação a Distância.
  • 23. 23 A pesquisa inicialmente bibliográfica exploratória, foi de cunho qualitativo, onde buscou-se estabelecer relações e comparações entre as disciplinas das IES na graduação em Administração a distância e a EN, pelo estudo das respectivas matrizes curriculares. Os instrumentos de coleta foram questionários encaminhados aos coordenadores da graduação das IES e entrevista com o Chefe de Departamento do Ensino a Distância da Diretoria de Ensino da Marinha (DEnsM). Os seguintes tópicos foram abordados: a perspectiva conceitual de EaD; a legislação pertinente; a EaD na Marinha e os seus documentos normativos; e uma comparação entre a Educação presencial e a distância com foco na formação do administrador. Ao final foram efetuadas algumas sugestões para a formação do oficial intendente da MB habilitado em administrador pela EN. A perspectiva conceitual e amplitude de educação a distância Este artigo não pretende ser um estudo pormenorizado da Educação a Distância (EaD), já existem diversas pesquisas sobre essa temática. O que é discutido é a importância que a EaD tem na atualidade, principalmente com o advento das novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) em uma sociedade globalizada e informatizada. Principais conceitos envolvidos e seu marco legal A definição de Educação a Distância parece, à primeira vista, ser bem simples. Segundo os autores Maia e Mattar (2007, p. 6) é “uma modalidade de educação em que os professores e alunos estão separados, planejada por instituições e que utiliza diversas tecnologias de comunicação.” A EaD, no Brasil, também conhecida como Ensino a Distância, Treinamento a Distância, ou mesmo Educação online, um conceito mais restrito da EaD, e que segundo Moran (2002, p.41) é o “conjunto de ações de ensino-aprendizagem desenvolvidas por meio de meios telemáticos, como a internet, a videoconferência e a teleconferência”. Tem-se também a expressão e-learning, uma forma utilizada para expressar a EaD fora e dentro do país. Maia e Mattar (2007, p.21-22) explicam que a EaD teve diferentes gerações: a textual, que seriam os cursos por correspondências (1876 a 1970), com material impresso, enviados pelo correio; a analógica, novas mídias e
  • 24. 24 universidades abertas (1970 a 1990) onde são introduzidas as transmissões por televisão aberta, rádio, fitas de áudio e vídeo, com interação por telefone, satélite e TV a cabo; e a digital, a EaD online (a partir de 1990) baseada em redes de computadores, recursos de conferências e multimídia. Ela hoje é caracterizada por inúmeras instituições em vários segmentos de formação que oferecem cursos a distância, desde disciplinas isoladas até programas completos de graduação e pós-graduação. Assim exposto, as seguintes características principais da EaD, segundo Garcia Aretio (apud Marinha, 2005, p. 1-2), podem ser citadas: separação professor-aluno; utilização dos meios de comunicação; apoio de tutorial; aprendizagem independente; e comunicação bidirectional. Além da massividade espacial, que significa, a princípio, que na educação a distância não existem limitações geográficas. Alunos que estão em localidades diferentes podem participar do mesmo curso e interagirem. É possível atender, com um menor custo, a um maior número de estudantes. Uma atenção mais eficaz, com um menor custo, para um maior número de estudantes constitui-se, digamos assim, a fórmula capaz de resolver o problema da democratização do ensino. Um fato colocado como vantagem por Gutierrez (apud Marinha, 2005) é a autodisciplina de estudo, da auto-aprendizagem, da sua organização do pensamento, melhoria da expressão pessoal, e tudo o que conduz à autovalorização e segurança de si mesmo. Esta situação, porém, tem que ser bem avaliada, visto que a EaD é melhor conduzida, por alguns autores, para pessoas com uma maior experiência de vida. Algumas desvantagens da EaD podem ser expostas: que a mesma não proporciona uma relação pessoal e direta aluno/professor, a “face-a-face”, típica de uma sala de aula. Outra desvantagem é relacionada ao perfil do aluno e aos problemas como a maturidade, a autodisciplina e o isolamento, especialmente críticos quando se trata de alunos mais jovens. A Educação a Distância no Brasil, em seu formato atual, tem como marco legal na Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (LDB) (BRASIL, 1996), a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que pela primeira vez apresentou incentivo ao desenvolvimento e verificação de programas de EaD. Em seu texto completo, esta modalidade é citada diretamente em quatro artigos.
  • 25. 25 O Dec.no 5.622, de 19 de dezembro de 2005, regulamenta o art. 80 da LDB. O seu art. 1o conceitua EaD, em comum acordo com o que anteriormente foi discutido, ou seja: [...] a educação a distância como modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos. (BRASIL, 2005, não paginado). Um aspecto marcante neste decreto é a garantia de equivalência entre o ensino presencial e a distância, mencionada em seus artigos 3, 5, 16, 22 e 23. Pode-se argumentar que é a vantagem existente no ensino a distância, no nosso caso online, que podem-se obter grandes resultados a um custo menor de deslocamentos, sem perda de tempo e com maior flexibilização do gerenciamento da aprendizagem. A EAD na Marinha do Brasil (MB) Para a elaboração deste tópico, foi realizada uma entrevista com o Capitão-de- Mar-e-Guerra (CMG) Luiz Cláudio Biagiotti, Chefe do Departamento de Ensino a Distância da DEnsM, que respondeu as perguntas formuladas que são resumidas a seguir. A média da carga horária dos cursos realizados no Centro de Instrução Almirante Wandenkolk (CIAW) - instituição de ensino responsável por essa tarefa na Marinha - gira em torno de 40 horas-aula, o que corresponderia, por exemplo, a uma disciplina de graduação. Foi informado ainda que a EN realiza um curso de Inglês Instrumental em convênio com a Cultura Inglesa, além de possui um curso online de redação para alunos que se encontram com dificuldades e voluntários. O CMG Biagiotti disponibilizou a relação dos cursos realizados em 2008 no CIAW, listados no quadro a seguir: No CURSO (Sigla) DENOMINAÇÃO 01 (C-EXP-AVG-EAD) Avaliação de Gestão 02 (C-EXP-LIC-EAD) Licitação 03 (C-ESP-GESTOMPS-OF) Gestão de OMPS 04 (C-EXP-O&M) Organização e Métodos 05 (C-EXP-AB) Abastecimento 06 (C-EXP-GECON) Gestão Contemporânea
  • 26. 26 07 (C-EXP-PRE-OF-EAD) Capacitação de Pregoeiros 08 (C-ESP-ADIR) Atualização de Diretores 09 (C-Exp-AMP-OF-EAD) Análise e Melhoria de Processos 10 (C-EXP-AVG-OF-EAD) Avaliação de Gestão 11 (C-ESP-PLE-OF-EAD) Planejamento Estratégico QUADRO – Relação dos cursos realizados em 2008. Fonte: DEsnM. Pode-se verificar, a priori, que os cursos têm relação direta com a melhoria de gestão e que trazem uma ligação clara com a formação superior em Administração, e que poderiam ser disciplinas a distância, fazendo parte do currículo da EN. Como exemplos concretos: o Curso Especial de Planejamento Estratégico, de Gestão Contemporânea, de Avaliação de Gestão e de Organização e Métodos. O respondente comentou também que a MB já realiza a EaD desde 22 de novembro de 1939, quando a Escola de Guerra Naval criou um curso por correspondência, com o objetivo de preparar oficiais para a matrícula em curso de comando. Cabe ainda registrar que esta iniciativa ocorreu apenas dois meses depois da criação do Instituto Monitor de São Paulo, que junto com o Instituto Universal Brasileiro, de 1941, são considerados como marco inicial da EaD no Brasil. A DEnsM utilizou, inicialmente, o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) E- Proinfo do MEC. Em 2003, após a realização de estudos, optou-se pelo TelEduc da Universidade Estadual de Campinas. Nesse ano, criou o curso Expedito de Capacitação de Autores e Tutores de EaD, com o objetivo de orientar oficiais, praças e civis assemelhados, que iriam atuar como autores e tutores, bem como, no desenvolvimento de material didático a ser utilizado em cursos a distância via web. Utilizando-se da sua experiência na MB com a EaD, foi perguntado ao CMG Biagiotti o que ele achava da utilização do ensino online para complementar, por exemplo, algumas disciplinas da graduação da EN. Ele respondeu que seria um caso interessante a estudar, porém, teria duas preocupações principais. A primeira seria garantir que todos tenham o mesmo acesso aos meios tecnológicos, por exemplo, a banda larga. A outra preocupação seria que “a garotada não está preparada para a EaD”, foi comentado sobre a imaturidade do aluno da graduação. EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA VERSUS EDUCAÇÃO PRESENCIAL
  • 27. 27 Segundo Maia e Mattar (2007, p. 84), “o essencial, hoje, não é se encher de conhecimentos, mas sim a capacidade de pesquisar e avaliar fontes de informação, transformando-as em conhecimentos”. Por isso mesmo, o que se pode verificar é que não existe uma diferença acentuada entre educação presencial e a distância, são metodologias pedagógicas que podem se utilizar de ferramentas de transmissão e recepção, ensino aprendizagem, de maneira diferente. A educação presencial e a EaD tem seus valores e singularidades, mas considera-se que a principal diferença entre as duas é o potencial colaborativo da EaD. As pessoas se expõem muito mais porque precisam interagir para se fazer presente. Seus textos e demais contatos ficam registrados no AVA e, se privilegiarmos o uso de ambientes coletivos, mesclados à produção individual, podemos construir uma comunidade de aprendizagem colaborativa. Nessas comunidades somos co-responsáveis pelo processo individual e do grupo: alunos, tutores e professores. A educação recebe os impactos das tecnologias sobre seus métodos de ensino e formas de aprendizagem. No entanto, o uso de uma tecnologia inovadora não pode ser considerada uma estratégia. A intenção como ferramenta de apoio ao ensino precisa estar relacionado à definição de estratégias pedagógicas, para que possam efetivamente apoiar o processo de construção de novas competências, gerando novas práticas de ensino e de aprendizagem. Existem dificuldades sérias na aceitação da EaD, como a sala de aula física, chão da escola. Moran (2002, p.46) nos deixa claro que “desde sempre aprender está associado a ir a uma sala de aula, e lá concentrarmos os esforços dos últimos séculos para o gerenciamento da relação entre ensinar e aprender.” Existem diferenças entre a educação presencial e a distância. Maia e Mattar (2007) entram no tema do uso que vem sendo acentuado das TIC, no caso específico da educação on-line (internet). Esses autores afirmam que educação sempre será um processo que aconteceu, acontece e acontecerá em virtude da interação de seres humanos. Citam ainda o início da história da humanidade, onde era familiar a transferência da experiência e da vivência dos mais velhos para os mais novos, inicialmente nas salas de aula, e agora, a qualquer momento e lugar.
  • 28. 28 A graduação superior a distância no Brasil Em entrevista ao Jornal O Globo de 30 de novembro de 2008, o ex-Ministro da Educação, Sr. Fernando Haddad, declarou que a educação a distância está em construção no Brasil, e simboliza como sendo uma nova fronteira na educação superior, logo “precisa de paradigmas sólidos para não comprometer a ampliação do acesso ao próprio ensino superior”. Haddad acredita que a modalidade a distância ajuda a ampliar e democratizar o acesso à educação superior em conjunto com outras ações e programas do Ministério da Educação em curso, como o Programa Universidade Para Todos (ProUni) e o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (ReUni). Os cursos à distância são um fenômeno relativamente novo na educação brasileira. Ocoreu um boom na demanda por graduação e também na pós- graduação online entre 2004 e 2007, crescendo 356%. Segundo ainda esta mesma reportagem, atualmente existem cerca de 750 mil alunos fazendo graduações à distância, em 108 instituições credenciadas pelo MEC (a maioria privadas), sendo que apenas 12 controlam mais de 70% da oferta de cursos. Na rede pública, a oferta de cursos superiores à distância está centralizada na Universidade Aberta do Brasil (UAB), rede que reúne mais de 70 universidades públicas. O que podemos concluir é que a formação superior está em franco desenvolvimento no Brasil por intermédio da educação a distância, fato que conta com amplo apoio do Governo Federal através dos seus órgãos ligados à educação. A graduação superior a distância em administração Um dos grandes óbices verificados para a implantação de um curso de graduação a distância, no primeiro momento, é o elevado investimento inicial para sua montagem. Durante o desenvolvimento das disciplinas de maior presença física, como as que utilização laboratórios, de interação corporal (dança, teatro, etc.), também há elevados custos a serem absorvidos pelas instituições de ensino. Quanto aos lucros auferidos, não nos cabe avaliar. Mas, segundo Moran (2002, p. 47), o importante é que sejam focados na construção do conhecimento, pilar
  • 29. 29 da educação, e na interação, no equilíbrio entre o individual e o grupal, entre o conteúdo e interação (aprendizagem cooperativa), um conteúdo em parte preparado e em parte construído ao longo do curso. Existe uma tendência ao aumento dos cursos de MBA e pós-graduação lato sensu, porque os mesmos não têm uma fiscalização direta do MEC. A qualidade dos cursos é realizada pelo próprio mercado de trabalho. Durante o desenvolvimento da pesquisa, em busca pela internet, foi verificado que a Universidade do Sul de Santa Catarina tem um curso de graduação a distância de Administração, bacharelado, em convênio com a Academia Militar das Agulhas egras (AMA ), cujo objetivo expresso é o de ser “um curso inovador, criado para atender as expectativas dos oficiais dos cursos de formação de oficiais da AMAN, visando à obtenção do grau de Bacharel em Administração”. O curso é dirigido aos portadores de diplomas dos cursos de formação de oficiais daquela academia. O que se pode inferir do que foi desenvolvido neste capítulo é que existe, e é corroborado por diversos autores, a relevância da EaD com a possibilidade bem atual do equilíbrio entre esta modalidade de ensino e a presencial. Assim, pretende-se obter resultados mais expressivos a um custo menor de deslocamento e, principalmente, uma flexibilização curricular que permita o melhor gerenciamento da construção do conhecimento e da aprendizagem pelo aluno. Análise do questionário encaminhado aos coordenadores do curso de administração Os sujeitos do estudo original foram os coordenadores do curso de Administração das IES do Brasil. Uma pesquisa preliminar aleatória, por meio de busca na Internet, identificou e foram encaminhados 81 questionários as instituições dos 26 estados e do Distrito Federal, independentes se instituições públicas ou privadas, militar ou civil, com o foco voltado na pedagogia do ensino presencial e na distância. Como resultado da negociação, onze coordenadores, incluindo o da EN, retornaram os seus questionários respondidos. Na avaliação deste pesquisador, esses questionários constituem uma amostra suficiente visto o estudo ser de cunho qualitativo, a partir da qual puderam ser elaboradas
  • 30. 30 sugestões consistentes. O objetivo específico foi estudar a EaD como alternativa para complementação da formação da graduação em Administração da EN. Assim posto, das dez perguntas do instrumento de coleta, só foi utiliada neste artigo a sétima, que procurou ver o posicionamento dos coordenadores em relação a EaD e sobre a formação plena do Administrador. Iniciando a análise das respostas, constatou-se que metade dos respondentes posicionaram-se contra, como exposto nesta fala: A EaD é uma preciosa ferramenta que pode ser utilizada nos melhores cursos de Administração do mundo, sem prejuízo do conteúdo a ser oferecido. Entretanto, isso deve ser feito com cautela, porque não acredito em um curso totalmente à distância, mesmo com encontros presenciais esporádicos. Ainda acredito no conhecimento que circula entre os alunos, como uma das modalidades de aprendizado e na interação entre professor-aluno. Porém, outros coordenadores foram favoráveis a EaD como processo pedagógico que poderia ser aplicado, como já o é, na formação do profissional da área de Administração. Como a fala de um respondente que crê que se trata de uma modalidade que virá a atender a uma população que tenha dificuldades de acesso ou tempo para a realização de um curso superior, e “com seriedade pode-se formar um profissional administrador com as mesmas competências que um formado na modalidade presencial”. Infere-se que na graduação superior existem prós e contras, como vimos em uma amostra de onze coordenadores de cursos de graduação em Administração. Não podemos, portanto, fechar os olhos para esta ferramenta pedagógica atual e importante para, por exemplo, assegurar a complementação de uma qualificação, ou mesmo, para ampliar o horizonte e socializar a educação daqueles que não têm o tempo necessário para ficar assistindo aulas de corpo presente. Considerações finais As Instituições de Ensino Superior não podem se omitir de buscar uma melhor qualificação para os seus formandos, dando-lhes todo o ferramental necessário para se tornarem o mais próximo possível do perfil que o mercado de trabalho e a sociedade assim desejam e esperam. No caso do administrador, um profissional proativo, com habilidade de negociação, inovador, com uma
  • 31. 31 formação eclética que contemple a visão do todo, com habilidade de planejamento e capacidade de mobilizar pessoas em equipes, entre outras capacidades. A Escola Naval, instituição superior de formação dos oficiais da MB, não pode e não deve ficar à margem das ações e decisões que são necessárias e atuais, principalmente quando da procura pela melhor formação do seu alunado. A tradição é válida, mas a evolução acadêmica tem que continuar, precisamos formar o oficial intendente habilitado em administração no estado da arte do que o mercado necessita e com o perfil idealizado. As análises realizadas na matriz curricular da EN em comparação com diversas IES que formam bacharéis em administração no Brasil, remete-nos a sugerir uma reavaliação inicial do currículo atual por parte dos seus responsáveis. São listadas algumas sugestões para uma melhor preparação do oficial intendente da Marinha: - Deslocar a disciplina “Licitações” do último ano para ser ministrada a distância no CIAW (capacitação de pregoeiros por exemplo); - Utilizar ainda os cursos a distância do CIAW em substituição a algumas disciplinas, como Organização e Métodos, Planejamento Estratégico, Análise e Melhoria de Processos, entre outros. - Estudar a possibilidade de um convênio com IES para complementação das disciplinas necessárias e julgadas válidas suprir a carência de conteúdos ligados ao Mercado, o que proporcionará uma equivalência de diplomas. A Educação a Distância é antes de tudo Educação, uma união entre o ensino e a aprendizagem, ou seja, uma “ensinagem” assíncrona, por exemplo, a qualquer tempo e hora. A idéia principal foi a de sugerir ações possíveis e exequíveis, que poderão tornar a formação do Oficial Intendente ampla em relação à formação superior em Administração, com a possibilidade do seu reconhecimento e de formação continuada. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Educação. Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, no 248, 23 dez.1996. ______. Presidência da República (2006). Lei no 11.279, de 9 de fevereiro de 2006. Dispõe sobre o Ensino na Marinha. Publicação eletrônica. Brasília, DF,
  • 32. 32 2006. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato20042006/2006/Lei/L11279.htm>. Acesso em: 08 out. 2008. ______. Presidência da República (2005). Decreto no 5.622 de 19 de dezembro de 2005. Regulamenta o art. 80 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Publicação eletrônica. Brasília, DF, 2005. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br//legislações/leis>. Acesso em: 08 out. 2008. MAIA, C.; MATTAR, J. ABC da EAD: a educação a distância hoje. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. MORAN, J. M. O que é educação à distância. 2002. Disponível em: <http://www.eca.usp.br/prof/moran/dist.htm>. Acesso em: 22 ago. 2008. ______. Contribuições para uma pedagogia da educação online. In: SILVA, Marco (Org.) Educação online. 2. ed. São Paulo: Loyola, 2006. p. 41-52.
  • 33. 33 O e-Learning como Ferramenta de Marketing para o Treinamento e o Desenvolvimento de Pessoas e Organizações Patrícia Cunha Fernandes GT1 PatríciaCunha Fernandes Resumo: No século XXI, a informação e o conhecimento se tornam cada vez mais importante para as pessoas, as corporações, os países e para o mundo como um todo. Hoje, um dos espaços onde a educação mais cresce é nas empresas, como uma ferramenta estratégica para desenvolver e ampliar o negócio. A Educação Corporativa se estabeleceu no mercado para atender a alta expectativa de vencer a concorrência com estratégias sustentáveis e econômicas. Os prazos para alcançar as metas organizacionais estão mais curtos, porque as transformações são muito rápidas, às vezes, até instantâneas. Este trabalho propõe o início de uma pesquisa sobre os impactos que as novas tecnologias têm refletido quando são aplicadas à educação. Neste caso, mais especificamente, a Educação Corporativa a Distância, um
  • 34. 34 cenário onde podemos assistir o acelerado crescimento dos cursos e-Learning por gerar excelentes resultados na gestão e no desenvolvimento de pessoas, e consequentemente, nas organizações em que elas trabalham. (Autora não enviou o artigo completo).
  • 35. 35 Gestão de Mídias: Dimensão Pedagógica, Administrativa e Tecnológica Fanni Hamphreis da Silva GT1 FanniHamphreisdaSilva Professora e Fonoaudióloga, especialista em Educação de Jovens e Adultos e Motricidade Oromoifacial, Mestre em Ciências da Saúde, Professora da Rede Pública do Rio de Janeiro, Professora Orientadora do Curso de Pós-Graduação de Tecnologia em Educação da PUC-RIO(2010), Professora- tutor do curso de Pós-graduação em Educação Especial, Gestão Pública Municipal e Saúde da Família da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).Foi supervisora da clínica escola de fonoaudiologia do Centro Universitário Moacyr Sreder Bastos e professora de alterações da fala e da fluência, distúrbios da leitura e da escrita e, afasia. Foi professora do Centro Universitário Celso Lisboa ( neuropatologias, Patologias da Fala e da Motricidade Oral e de Alterações da Fala e da Fluência) e professora do Curso para concursos CPCON (afasia, gagueira e Dislexia) e Coordenadora Pedagógica e professora docente da Secretaria Municipal de Educação da Cidade do Rio de Janeiro. Professora do curso de Pós-graduação em Motricidade Oral da Faculdade Redentor.Foi fonoaudióloga da SMDS(FUNLAR), durante 2 anos e Fonoaudióloga do Instituto Helena Antipoff( lotada no Pólo de Atendimento Extra-Escolar).Tem larga experiência na área de Fonoaudiologia, com ênfase em síndromes, atuando principalmente nos seguintes temas: gagueira, aquisição da linguagem e leitura/escrita, alterações oromiofacias, dislexia, distúrbio de aprendizagem, alterações fonéticas/ fonológicas e aleitamento materno. Foi fonoaudióloga clínica do Centro Fonoaudiológico Araújo Cid durante 6 anos e supervisora em Fonoaudiologia durante 7 anos desta mesma institução. RESUMO: O presente estudo trata de uma proposição de um plano de ação para a Escola Mu-nicipal de Educação Básica Bom Jardim no município de Sinop/MT, sobre a gestão das mídias na referida escola abordando suas dimensões pedagógica, administrativa e tec-nológica. A elaboração do plano de ação tornou-se possível através da realização de um diagnóstico da escola, por meio de uma pesquisa de campo. Foram investigados professores e equipe gestora da escola com o objetivo de identificar suas práticas em relação às mídias, suas
  • 36. 36 concepções, necessidades e possibilidades de mudança. O resultado da pesquisa demonstrou uma situação delicada tendo em vista que a escola possui várias mídias, mas não usufrui das tecnologias disponíveis, pelo fato de não estar conectada a internet e seus professores não estarem capacitados nesta área. Uma abordagem teórica sobre conceitos de gestão, mídias, tecnologia, papel do gestor na escola e possibilidades do uso das mídias nas três dimensões de forma integrada, serviram de apoio à análise do resultado da pesquisa e nortearam a elaboração do plano. (Autora não enviou o artigo completo).
  • 37. 37 Apresentação dos Professores do GT 2 – Metodologias na EaD MINI CURRÍCULOS MariaEsther Araújo Olá! Meu nome e MARIA ESTHER ARAÚJO. Sou graduada em Fonoaudiologia (UNESA), Pós-Graduada em Docência do Ensino Superior(UCAM/IAVM)) e Gestão de EaD (UFJF) com formação e Saúde e Meio Ambiente, Ergonomia e Tecnologia do Trabalho para Qualidade de Vida (FIOCRUZ). Sou Mestre em Gestão Ambiental e minha Linha de Pesquisa foi em Saúde e Educação, cujo foco principal foi a Saúde do Trabalhador Docente e a Relação com o Ambiente de Trabalho. Costumo participar de eventos relacionados a Políticas na área de Saúde e Educação buscando um aperfeiçoamento constante. Atualmente, além de docente em aulas presenciais, atuo com Educação a Distância (EAD), tanto na pós- graduação quanto na graduação. FabianeMunizda Silva Meu nome é FABIANE MUNIZ. Sou psicóloga e mestre em sexologia. Trabalho aqui na AVM FACULDADE INTEGRADA, desde que era um projeto especial da UCAM chamado Projeto A Vez do Mestre. Desde, então, 1999, ministro aulas para os cursos presenciais de pós-graduação das áreas pedagógicas como por exemplo, psicopedagogia, psicomotricidade, orientação educacional e pedagógica, arteterapia e docência do ensino superior. Trabalho também em cursos as área de saúde como terapia se família. Ainda na AVM sou docente do curso de licenciatura em pedagogia, oferecido na modalidade a distância onde trabalho com a disciplina de psicologia da educação. Por fim, também sou responsável pela gestão do CDE – Coordenação de Desenvolvimento da AVM e desde 2010 assumi o cargo de adjunta da coordenação geral da EaD da AVM FACULDADE INTEGRADA. Prazer em Conhecer.
  • 38. 38 MarySue Sou MARY SUE CARVALHO PEREIRA, mestre em “Tecnologia da Informação e Comunicação em Educação a Distância (Universidade Federal do Ceará / UNOPAR), Pós-Graduada em “Psicologia Pedagógica” pela Fundação Getúlio Vargas, é Pedagoga e Especialista Técnica em Educação Infantil e em Educação a Distância (SENAC Nacional). “Fazer” Educação é o que gosto, há muito tempo: de regente de classe a Coordenadora Pedagógica em Ed. Infantil, professora de Didática (no antigo curso Normal), de História da Educação em Graduação de Pedagogia e de disciplinas nos cursos de Educação Inclusiva, Pedagogia Empresarial, Docência do Ensino Superior e Docência do Ensino Fundamental e Médio, entre outros. Psicopedagoga, tem na Musica sua principal ferramenta, atendendo crianças normais e portadoras de transtornos invasivos. Livros publicados e colaborações literárias: (a) A descoberta da criança, uma introdução à Educação Infantil – RJ, WAK, 2002; (b) BENATHAR, Roberto Levy (org.) Educação Infantil em debate – RJ, INEPEDEC, 1985; e (c) Apostilas de Educação Infantil, Pedagogia Empresarial e Psicopedagogia Institucional para o INSTITUTO A VEZ DO MESTRE., da Universidade Cândido Mendes (Cursos de Pós Graduação Lato Sensu). CADERNO DE ESTUDO sobre HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO, para curso de Pedagogia (Graduação a Distância do IAVM). Membro do Conselho Científico da Associação Brasileira de Tecnologia Educacional NarcisaCastilho Melo Meu nome é NARCISA CASTILHO MELO. Sou graduada em Psicologia e pós-graduada em Psicologia Clínica de Adultos e também em Tecnologia Educacional. Iniciei minha carreira realizando atendimentos psicológicos com crianças, adolescentes e adultos; trabalho que ainda desenvolvo atualmente. Aceitei o desafio de atuar como psicóloga em processos de Orientação Vocacional em diferentes escolas do Rio de Janeiro. Fui convidada para trabalhar na AVM, e aceitei com muito prazer a função de professora tutora nos cursos de pós-graduação: Arte em Educação e Saúde; Psicopedagogia Institucional e Sexualidade. RoseaneSantos deMoraisNarciso Olá! Meu nome é Roseane Santos de Morais Narciso. Sou graduada em Administração de Empresas, pós graduada em Pedagogia Empresarial pela AVM, atualmente estou fazendo uma Licenciatura em Educação Profissional pelo ISERJ e matriculada no curso de Gestão em EaD pela UFF. Tendo participado de diversos eventos na área de educação. No presente momento, atuo como professora tutora nos cursos de pós graduação: Arte em educação e Saúde e Pedagogia Empresarial.
  • 39. 39 GiselleBöger Brand Olá! Meu nome é GISELLE BÖGER BRAND. Sou Graduada em Pedagogia (UFSC), Pós-Graduada em Orientação Educacional e Pedagógica (UCAM- AVM). Realizei o Curso de Capacitação de Professores para EAD (PUC/RS) e também o Curso de Atendimento Educacional Especializado (UFSM/ MEC). Atualmente realizo o curso de Formação em EAD (CEDERJ). Participo de Eventos relacionados a Tecnologias Assistivas, Educação Tecnológica e Políticas públicas para Pessoas com Deficiência. Já trabalhei no convênio FAETEC/ ANDEF (Associação Niteroiense dos Deficientes Físicos) com Projeto Multidisciplinar de Atendimento Especializado para Crianças com Deficiência. Atualmente trabalho na Secretaria Municipal de Acessibilidade e Cidadania do Município de Niterói/RJ com projetos voltados as Pessoas com Deficiência, e atuo como Tutora de Pós-graduação (EAD) na AVM Faculdade Integrada.
  • 40. 40 Mídias no Curso de Pedagogia: A Apropriação Instrumental e a Leitura Crítica no Trabalho Docente Esther Silva da Costa e Giselle Martins dos Santos Ferreira GT2 EstherSilvada Costa Mestre em Educação e Cultura Contemporânea pela Universidade Estácio de Sá, na linha de pesquisa Tecnologias de Informação e Comunicação nos Processos Educacionais, Jornalista Especializada em Mídia-Educação pela PUC-Rio e ex-aluna do curso de Comunicação Empresarial da AVM. E-mail: esc.esther@oi.com.br GiselleMartins dosSantos Ferreira Professora Doutora do Curso de Pós-Graduação em Educação e Cultura Contemporânea da Universidade Estácio de Sá. É Mestre em Educação pela Open University e possui Pós- Doutorado em Educação assim como várias especializações em teoria e métodos de pesquisa nas Ciências Sociais e Humanas. É Membro da Academia Britânica de Educação Superior desde 2001. E-mail: giselle.ferreira@sky.com RESUMO A necessidade de apropriação das mídias na educação emerge do cenário sociocultural contemporâneo que está delineado pela presença das mídias nas diversas esferas sociais. Entretanto, para garantir que os processos educacionais integrem qualitativamente as mídias, não basta utilizá-las instrumentalmente em sala de aula. Coloca-se como necessária a consolidação
  • 41. 41 de um lugar na educação para as mídias onde haja a articulação das dimensões de “ferramenta pedagógica” e “objeto de estudo”. À luz dessa afirmação este texto apresenta uma pesquisa que investigou como as graduações em Pedagogia estão se apropriando das mídias, mais especificamente, como os docentes desses cursos estão utilizando essas mídias e suas possibilidades de práticas de Educação a Distância na formação de pedagogos. Palavras-chave: Mídia-Educação; Pedagogia; Leitura Crítica das Mídias. OS CONTORNOS DO CENÁRIO MIDIÁTICO NA EDUCAÇÃO O cenário da vida contemporânea caracteriza-se pela significativa presença das mídias nas diversas dimensões sociais. Por um lado, têm-se as tradicionais mídias analógicas, como exemplo os impressos, rádio e televisão, e, por outro, as novas mídias digitais, entre elas, o computador, Internet, celular e tablet. No cotidiano familiar, por exemplo, é comum que as famílias iniciem conversas a partir dos temas emergentes das mídias, em especial a televisão. No campo profissional, as mídias estão potencializando os processos de comunicação e promovendo a integração global, enquanto que, no lazer, elas estão cada vez mais presentes e interativas, em especial com o fortalecimento e ampla disseminação das redes sociais. Observamos, neste atual contexto sociocultural, a sobreposição dos conceitos de educação, informação, comunicação e entretenimento (LEITE, 2008). Inúmeras vezes esses conceitos passam pelas mídias, por meio das quais grande parte da sociedade se informa, se diverte e, simultaneamente, tem oportunidades de trabalho. A cibercultura também se consolida a partir do entrelaçamento desses conceitos em suas novas acepções. A cibercultura consiste “(n)o conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de modos de pensamento e de valores, que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço”, esse “novo” espaço virtual onde ocorrem essas práticas e atitudes de comunicação e sociabilidade (LÉVY, 1999, p. 17,32). Dessa maneira, a cibercultura provém de um mundo virtual repleto de novos significados, que estão transformando, no mundo real, as linguagens, os espaços e o tempo.
  • 42. 42 O crescente cenário da cibercultura fomenta situações socioculturais que propõem diariamente ao campo educacional o desafio de ensinar e aprender com as mídias. Ou seja, faz-se necessária a consolidação de um lugar na educação para as mídias, onde, nesse processo, a educação se coloca como a estrutura capaz de sustentar a transformação das mídias e do que é veiculado nelas em conhecimento, e este, em resultados de aprendizagem, diminuindo assim, a inquietação. Nesse sentido, sem perder a sua característica própria de promover a educação formal, as instituições de ensino necessitam construir e consolidar propostas pedagógicas que dialoguem com as mídias e suas possibilidades de práticas de Educação a Distância (EaD). Essa presença das mídias na educação, mais precisamente em sala de aula, não deve ser entendida somente como um recurso para dinamizar as aulas e entreter os estudantes. A inclusão das mídias no processo educativo pressupõe uma mudança para muitos docentes, uma vez que o verdadeiro professor será aquele que souber orientar o seu discente na procura e no acesso à informação necessária de modo que possa encaminhá-lo à construção do conhecimento (LEITE, 2008). À medida que as instituições de ensino passam a apoiar a integração das novas mídias em suas aulas e a investir na formação de seus professores para o uso das mesmas, articulando-as à docência e à aprendizagem, torna-se possível um aproveitamento mais eficaz, que possibilita transformar informação em conhecimento. Para introduzir efetivamente as mídias na educação, as escolas e universidades precisam dar-se conta de que somos influenciados por elas e, por isso, tornar-se indispensável incluí-las na formação do professor e discutir o seu papel no contexto social. De acordo com Moran (2000, p. 58), “passamos muito rapidamente do livro para a televisão e vídeo e destes para o computador e a Internet, sem aprender e explorar todas as possibilidades de cada meio.” Assim entendido, a educação e o professor necessitam de uma “nova pedagogia” que desmistifique as mídias na dimensão de “objeto de estudo” e como “ferramenta pedagógica” (BELLO I, 2009, xiv). Afirmamos que, com a farta disponibilidade das mídias, emerge a urgência de formar profissionais da educação capazes de se apropriarem delas em sua prática. Nesse contexto, o uso das mídias para além do uso instrumental é um
  • 43. 43 dos assuntos que norteia os debates sobre as mesmas na esfera educacional. A “lógica instrumental” é o agir estratégico, essencialmente técnico, voltado para o sucesso e os fins de controle e dominação. A ação instrumental rege-se por regras técnicas baseadas no saber prático e “organiza os meios adequados ou inadequados segundo os critérios de um domínio eficaz da realidade” (HABERMAS, 1980, p. 320). Belloni (1998; 2009), Fantin (2010) e Soares (2007), alertam que é comum encontrar professores que trocam o quadro negro, a pesquisa em livros e a autoria docente pela exibição de um documentário na televisão, pela pesquisa na Web ou pela apresentação de slides. Essas ações podem se reduzir à instrumentalização, quando não há um direcionamento e articulação com a “leitura crítica das mídias” (BELLO I, 2009 p. 09). a educação com, para, e através das mídias, isto é, na educação para as mídias ou mídia-educação, é necessário ultrapassar as “práticas meramente instrumentais, típicas de um certo tecnicismo redutor ou de um deslumbramento acrítico” (BELLO I, 2009, p. 13). São nesses sentidos do uso instrumental e da leitura crítica que se fundamenta as reflexões trazidas neste texto. Nele apresentamos um recorte de uma pesquisa que teve como objetivo geral investigar de que modo os cursos de graduação em Pedagogia estão se apropriando das mídias, mais especificamente, como os docentes desses cursos estão utilizando essas mídias na formação de pedagogos. As graduações em Pedagogia são as grandes responsáveis pela formação de novos educadores que em sua maioria atuarão com crianças e adolescentes que fazem parte de uma geração que se constrói e se consolida através das mídias e da cibercultura. Neste cenário, julgamos pertinente o investimento no estudo sobre como estão as apropriações das mídias no cotidiano da sala de aula. A pesquisa foi realizada em duas universidades que oferecem cursos de Pedagogia renomados e que se apresentam com tendências à inserção transversal das mídias e consequentemente da EaD em seus respectivos currículos, e o presente texto oferece uma discussão das práticas observadas em uma disciplina de cada universidade. O texto está estruturado de modo a apresentar um sumário da metodologia adotada, seguido de uma breve apresentação da estrutura de cada disciplina
  • 44. 44 estudada. A seção central discute, à luz das dimensões de objeto de estudo e ferramenta pedagógica, as práticas docentes observadas. APORTES METODOLÓGICOS O objetivo geral que foi apresentado mobilizou a elaboração das seguintes questões de estudo: a) Quais são os usos das mídias em sala de aula feitos pelos professores? b) Como se articula a teoria e prática sobre o uso das mídias nas disciplinas investigadas? c) Como o uso das mídias na atuação docente se traduz em formação de pedagogos para a apropriação das mídias na educação? d) Quais são as apropriações das mídias feitas pelos estudantes na construção da comunicação e do conhecimento em sala de aula? A coleta de dados envolveu questionários, entrevistas e, crucialmente, a técnica de observação participante. A observação realizada buscou identificar a apropriação das mídias nas disciplinas estudadas. Neste processo de observação, adotamos a postura de pesquisador, assistindo as aulas, lendo os textos e fazendo interferências, como exemplo, a participação na ambiência midiática (EaD) ou auxílio nas discussões temáticas e elaboração de texto. A utilização desse procedimento de coleta de dados proporcionou, além da vivência, o rápido acesso aos documentos, dados das disciplinas e dos participantes. Foi possível obter informações relevantes para a construção de um rico diário de campo e, assim, estabelecer uma base para descrição do cenário estudado. Para a apreciação dos dados, foi utilizada a análise de conteúdo de Bardin (2000), revelada como uma técnica essencialmente interpretativa que demanda um trabalho de observação atento e que ultrapassa a compreensão imediata e espontânea (RIZZINI, 1999, p. 91). O grupo de participantes incluiu dois professores doutores, que lecionam as disciplinas investigadas e também atuam na pós-graduação e pesquisa sobre temáticas relevantes a pesquisa. Além dos docentes, participaram da pesquisa 16 estudantes e um estagiário docente (doutorando) de uma universidade, bem como 29 estudantes e uma estagiária docente (mestranda) da outra,
  • 45. 45 totalizando 49 participantes. Para preservar a identidade dos envolvidos na pesquisa, as Universidades foram tratadas como Universidade A e Universidade B. Na Universidade A, a investigação foi conduzida na disciplina Mídia, Tecnologias e Educação, e na Universidade B, a disciplina analisada foi a Didática, ambas ministradas no segundo semestre de 2011. DAS DISCIPLINAS E SUA PRÁTICA Mídia, Tecnologias e Educação A disciplina analisada na Universidade A é oferecida no 6º período, e seu nome, Mídia, Tecnologias e Educação, reflete uma proposta de estudo que contempla a análise das relações entre essas áreas, com ênfase nas mídias e na EaD enquanto espaço de aprendizagem. A experiência de aprendizagem oferecida pela disciplina foi organizada em torno de temas propostos gradualmente ao longo do semestre e explorados através de aulas expositivas, discussões dirigidas, leitura de textos, vídeos e, crucialmente, atividades práticas na forma de oficinas. O livro Por que estudar a mídia? (SILVERSTONE, 2002) ofereceu o principal suporte teórico para os objetivos da disciplina, tendo sido utilizado como leitura obrigatória. A disciplina em foco também se apropriou da ambiência midiática Ning, uma rede social que foi utilizada nos moldes da EaD. Neste ambiente a coletividade é privilegiada e o discente pode criar o seu perfil, visitar o perfil dos outros colegas de turma, adicionar “conteúdos”, participar de chats, entre outros. Ao longo do semestre, a ambiência midiática foi utilizada para diversas atividades, entre elas: postagem de textos, vídeos e resumos das aulas, compartilhamento dos slides de seminários e reuniões de pauta para a criação do produto audiovisual. Didática Na Universidade B, investigamos a disciplina Didática, do 4º período. A ementa define seus dois objetivos centrais: o primeiro é a formação para o direcionamento e organização do trabalho pedagógico em sala de aula nas
  • 46. 46 dimensões “psicoafetiva, técnica e sociopolítica”; o segundo foco está em contribuir para reflexão e aprendizado sobre as práticas educativas cotidianas. Apesar de não destacar como tópico de estudo teórico a apropriação e a educação para as mídias, discussões e práticas relevantes foram integradas, ao longo do semestre, de forma transversal. O ambiente online da disciplina consiste em um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) implementado com o software livre Modular Object- Oriented Dynamic Learning Environment, Moodle. Utilizado em paralelo com as aulas presenciais, essa ambiência foi trabalhada como um espaço de autoria, interatividade e encontro virtual, no qual o professor e os discentes refletiam acerca dos temas abordados em sala, desenvolveram trabalhos coletivamente e compartilharam suas produções. No Moodle, os discentes participaram de fóruns sobre os estudos das aulas, e em uma wiki criaram os textos coletivos dos seminários. O Moodle também foi usado pelo docente para postar vídeos com as temáticas cibercultura e educação, informática na educação, Web 2.0 e wiki. Da mesma forma observada na disciplina Mídia, Tecnologias e Educação, na Didática o professor também atuou direcionando e mediando os estudos e práticas. Mídias no Trabalho Docente Os usos das mídias no trabalho docente conduzido na formação de pedagogos constituem um assunto de muita importância, pois esses profissionais estão formando os futuros educadores que poderão atuar como professores das séries iniciais e das disciplinas pedagógicas do curso Normal, como gestores dos processos educativos escolares e não escolares, bem como na produção e difusão do conhecimento do campo educacional. A graduação em Pedagogia é, de fato, o único espaço adequado na universidade para a formação dos docentes e pesquisadores para esse nível de escolarização (PIMENTA, 2004, p. 07). Os professores das disciplinas em foco, Mídia, Tecnologias e Educação e Didática, apropriaram-se das mídias e da EaD para introduzir assuntos, centrados nas mídias ou não, relacionar-se com os discentes e para expor e
  • 47. 47 produzir “conteúdos”, abrangendo, assim, diferentes temas, metodologias e atividades. A regularidade com que os docentes usaram as mídias em sala de aula, em especial o computador com acesso à Internet, chegou a quase 100% do tempo durante o qual a pesquisadora esteve no campo. Ao analisarmos especificamente os usos das mídias feitos pelos docentes, foi possível perceber que essas utilizações ocorreram de forma relativamente fluente e isenta de problemas. Entretanto, precisamos considerar que estes docentes já têm, internalizado através da sua formação uma compreensão de que as mídias são elementos da cultura contemporânea e, por isso, são indispensáveis em seu trabalho. O cenário com relação às percepções e concepções dos discentes pode ser bastante diferente, pois mesmo que tenham essas mídias já incorporadas em seu cotidiano, podem ter visões bastante limitadas de sua utilidade em contextos educacionais. Os usos das mídias em sala de aula realizados pelos professores podem ser analisados a partir da perspectiva de uso instrumental (HABERMAS, 1980) e de ferramentas pedagógicas de Belloni (2009). Segundo Habermas (1980, p. 320), essas apropriações das mídias para projetar apresentações em slides, exibir filmes, acessar a Internet e ambiências midiáticas, entre outros, ilustrariam o uso instrumental, isto é, de maneira técnica. O autor afirma que a instrumentalização é necessária e apenas se torna um problema quando essas regras técnicas, baseadas apenas no saber prático, se tornam os fins, o que não é o caso das disciplinas em foco (GONÇALVES, 1999, p. 128). Por isso, sinalizamos que esses diferentes usos feitos pelos docentes, que precisam de um saber instrumental, são necessários e consistentes com a concepção de mídia-educação adotada na pesquisa. Essas apropriações das mídias realizadas pelos docentes corroboram a dimensão dessas enquanto ferramenta pedagógica que, segundo Belloni (2009, p.09), “são extremamente ricas e proveitosas para melhoria e expansão do ensino”. Constatamos, também, que essa utilização das mídias está sujeita a vários fatores, dentre eles, a fluência que os professores e estudantes têm no uso instrumental das mídias. De fato, os docentes propuseram o uso das mídias para os discentes através de uma perspectiva formativa que contempla as dimensões abordadas por Belloni (2009). Esses usos propostos pelos docentes fomentaram um exercício
  • 48. 48 e um olhar mais amplo sobre o que é a educação para as mídias, e isso se traduz em uma formação mídia-educativa que sugere uma pretensão de equilibrar o uso instrumental e a formação para a leitura crítica das mídias. Desse modo, enfatizamos que nas duas disciplinas os professores se preocuparam em direcionar seus usos das mídias para uma forma que as potencializasse, encorajando os discentes a se tornarem futuros pedagogos que se apropriarão das mídias com habilidades instrumentais e criativas, de modo a possibilitar a autoria. Verificamos que os docentes não estavam preocupados em fazer com que os estudantes aprendessem a usar melhor as mídias e suas possibilidades de práticas de EaD apenas pelas mídias, mas, que eles internalizassem em sua formação a concepção de que as mídias são elementos da cultura contemporânea e, por isso, são indispensáveis na ação e formação do pedagogo. CONSIDERAÇÕES FINAIS Pode-se, pois, concluir, a par das observações das aulas, que certamente as dimensão de ferramenta pedagógica e de criação perpassam os usos que os docentes participantes da pesquisa fazem das mídias em sua sala de aula e nas ambiências da EaD. Essas perspectivas tornam-se primordiais para os docentes que têm as mídias como objeto de seu trabalho. Entender as mídias como ferramentas pedagógicas e estimuladoras de ações criativas e autorais é fundamental para potencializar a educação. Contudo, o saber prático deve ser atrelado a uma formação de leitura crítica das mídias, a fim de que o professor possa alcançar uma educação para as mídias que tenha em sua essência um direcionamento para as mídias enquanto objeto de estudo (BELLONI, 2009). Os docentes das disciplinas Mídia, Tecnologias e Educação e Didática buscaram trazer para o curso de Pedagogia as mídias através dos dois eixos norteadores que são o uso instrumental e a leitura crítica das mídias. O primeiro eixo concretizado no trabalho dos docentes se traduz na formação de pedagogos que sabem do uso das mídias nas mais diversas práticas pedagógicas. O segundo eixo, também concretizado no trabalho dos docentes, exprime uma formação de pedagogos com uma visão que ultrapassa o ir contra ou a favor das mídias na educação. A visão proposta se traduz em uma
  • 49. 49 formação que desafia a subutilização das mídias e da EaD na esfera educacional, tanto no aspecto instrumental quanto no de leitura crítica. Frente ao exposto, torna-se relevante, ao final, esclarecer que os resultados obtidos nesta pesquisa são específicos das Universidades e seus cursos de Pedagogia estudados, ou seja, particulares do trabalho dos docentes com as mídias e com a EaD nas disciplinas Mídia, Tecnologias e Educação e Didática. Em outras disciplinas, de outros contextos, as apropriações das mídias na educação podem apresentar diferentes práticas. Deste modo, somando-se a literatura da área, este texto pretende contribuir para os estudos que dão ênfase à temática mídia, aprendizagem e as experiências metodológicas em EaD. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2000. BELLONI, Maria Luiza. O que é mídia-educação. 3.ed. rev. Campinas: Autores Associados, 2009. FANTIN, Mônica. Dos consumos culturais aos usos das mídias e tecnologias na prática docente. Motrivivência, Santa Catarina, n. 34, jun. 2010. p. 12-24. GONÇALVES, Maria Augusta Salin. Teoria da educação comunicativa de Habermas: possibilidades de uma ação educativa de cunho interdisciplinar na escola. Educação e Sociedade, Campinas, v. 20, n. 66, abr. 1999. p. 125-140. HABERMAS, Jürgen..Técnica e ciência enquanto ideologia. In: BENJAMIN, Walter; HORKHEIMER, Max; ADORNO, Theodor; HABERMAS, Jürgen. Textos escolhidos. Trad. Zeljiko Loparic e Andréa Maria Altino de Campo Loparic. São Paulo: Abril Cultural, 1980. p. 313 – 343. (Coleção Os pensadores). LEITE, Lígia Silva. Mídia e a perspectiva da tecnologia educacional no processo pedagógico contemporâneo. In: FREIRE, Wendel (Org.). Tecnologia e educação: as mídias na prática docente. Rio de Janeiro, Wak, 2008. p. 61-77. LÉVY, Pierre. Cibercultura. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1999. MORAN, José Manuel. Mudar a forma de ensinar e aprender com as tecnologias. Interações, v. 5, n. 9, jan/jun, 2000. p. 57-72. PIMENTA, Selma Garrido. Pedagogia: sobre Diretrizes Curriculares. In: Fórum Nacional de Pedagogia, Belo Horizonte, 2004. RIZZINI, Irma. (Org.). Pesquisando... : guia de metodologias de pesquisa para programas sociais. Rio de Janeiro: USU Ed. Universitária, 1999.
  • 50. 50 SILVERSTONE, Roger. Por que estudar a mídia?. São Paulo: Loyola, 2002. SOARES, Ismar. A mediação tecnológica nos espaços educativos: uma perspectiva educomunicativa. Comunicação e Educação, São Paulo, ano 12, n. 1, jan/abr, 2007. p. 31-40.
  • 51. 51 A Formação Docente para a EAD Carla Marina Neto das Neves Lobo Claudia Toffano Benevento GT2 CarlaMarinaNeto dasNevesLobo Meu nome é CARLA MARINA NETO DAS NEVES LOBO. Sou graduada em Pedagogia (UFF), Pós-Graduada em Literatura Infanto Juvenil (UFF) e Metodologias e Gestão em Educação a Distância (UniAnhanguera Educional), atualmente aprovado no Curso de Pós Graduação em Planejamento, Implementação e Gestão da Educação a Distância (UFF). Sou Mestre em Educação (UFF) e minha Linha de Pesquisa foi em Políticas Públicas e Movimentos Sociais, cujo foco principal foi a formação docente e os Parâmetros Curriculares Nacionais. Costumo participar de eventos relacionados a Educação buscando um aperfeiçoamento constante. Atualmente, além de docente em aulas presenciais na Graduação e na Pós Graduação Lato Sensu, atuei como tutora presencial na Pós- Graduação Lato Sensu semi presencial assessorando professores e alunos no desafio profissional. ClaudiaToffano Benevento Meu nome é Claudia Toffano Benevento. Sou graduada em Pedagogia (UNIPLI/RJ). Pós Graduada em Raças, Etnias e Educação no Brasil – UFF/RJ; Informática Educativa – AVM/RJ; Metodologias e Gestão em Educação a Distância – UniAnhanguera/RJ. Mestranda em Política Social – UFF/RJ. Minha experiência profissional é como Professora-tutora na Universidade Anhanguera/SP na disciplina Tecnologia em Gestão (graduação) e Professora-tutora presencial da Universidade UNIPLI/Anhanguera/RJ na disciplina Metodologia da Pesquisa Científica dos Cursos de Pós Graduação Lato Sensu. RESUMO Como objeto de estudo será discutido a história da Educação a Distância (EaD) como um processo de ensino-aprendizagem mediado por tecnologias, onde professores e alunos estão separados geograficamente, separados espacial e/ou temporalmente, que significa a educação, no sentido amplo de formação; possibilitando que professores e alunos, por não estarem normalmente juntos,
  • 52. 52 fisicamente, possam estar conectados, interligados por tecnologias, principalmente as telemáticas, como a Internet. Assim sendo, visando especificar o assunto a ser tratado neste trabalho delimita-se o objeto de estudo na área de formação de professores que atuam na modalidade Educação a Distância. A questão norteadora que motiva nosso estudo é: como a literatura vem registrando a formação docente na última década para a modalidade Educação a Distância (EaD)? O presente trabalho objetivou analisar a formação docente no manejo das novas tecnologias visando identificar possibilidades de ensino aprendizagem por meio da educação a distância; identificar as produções científicas na área de formação de professores para atuarem na modalidade educação a distância; descrever o papel docente frente as necessidades e habilidades individuais e as de grupo, de forma presencial e virtual. Caracteriza-se a pesquisa quanto aos objetivos como um estudo descritivo, que tem como principal objetivo descrever as características de determinada população ou fenômeno; e exploratório, pois este, na maioria dos casos, envolve levantamento bibliográfico do problema pesquisado. Para elaboração deste estudo optamos por uma pesquisa bibliográfica, pois é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Palavras Chave: Educação a distância; Formação de professores; Ensino aprendizagem; Novas tecnologias; Ensino presencial e a distância. 1. INTRODUÇÃO As primeiras manifestações que a literatura apresenta como o exercício de comunicação a distância são os desenhos registrados nas pedras, promovendo a comunicação entre pessoas presentes, ou não, no mesmo momento e local. No entanto, a possibilidade de ensino a distância só foi possível no séc. XV com a invenção da imprensa, facilitando assim a produção e reprodução do conhecimento além de possibilitar a comunicação e socialização da documentação para um maior número de pessoas. A história da Educação a Distância (EaD) definido por Moran (s/a) “como o processo de ensino-aprendizagem, mediado por tecnologias, no qual
  • 53. 53 professores e alunos estão separados espacial e/ou temporalmente”, localiza a educação no sentido amplo de formação: professores e alunos, por não estarem normalmente juntos, fisicamente, “podem estar conectados, interligados por tecnologias, principalmente as telemáticas, como a Internet. Mas também podem ser utilizados o correio, o rádio, a televisão, o vídeo, o CD- ROM, o telefone, o fax e tecnologias semelhantes”. Assim sendo, visando especificar o assunto a ser tratado neste artigo delimita-se o objeto de estudo na área de formação de professores que atuam na modalidade Educação a Distância. A Educação a Distância após sua Regulamentação em 1996, com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB nº 9394/96, deixou de ser Projeto Experimental e passou a ser vista como estratégia de ampliação democrática do acesso à educação de qualidade. (LOBO NETO, 2000). Como estratégia de ampliação democrática visa “recuperar” a história de muitos no âmbito da educação. Vista como direito do cidadão e dever do Estado e da sociedade os textos oficiais possibilitam a uma parcela significativa da população oportunidades educativas por meio de uma sofisticada tecnologia. Quanto a oferta o Art. 80, no Título VIII: Das Disposições Gerais, estabelece:  a educação a distância será oferecida por instituições especificamente credenciadas pela União;  caberá à União regulamentar requisito para realização de exames, para registro de diplomas relativos a cursos de educação a distância. (BRASIL, 1996). A mesma lei em outros artigos refere-se a EaD como no art. 32, parág. 4º determina que o ensino fundamental deva ser presencial, limitando a utilização do ensino a distância, nesse nível, a dois casos: complementação de aprendizagem e situações emergenciais; art. 47 parág. 3º trata do ensino superior isentando professores e alunos da frequência obrigatória nos programas de educação a distância; art. 87 parág. 3º quando trata da década da educação estabelecendo que devem ser providos cursos a distância para jovens e adultos insuficientemente escolarizados (item II), além de determinar a realização de programas de capacitação a todos os professores em exercício utilizando os recursos da EaD (item III).