SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 13
Baixar para ler offline
´
                         Algebra de Boole
                    Jo˜o Paulo Cerquinho Cajueiro
                      a
                           19 de agosto de 2009


    A ´lgebra de Boole foi desenvolvida por George Boole(1815–1864) em seu
       a
livro An Investigation of the Laws of Thought on Which are Founded the Mathe-
matical Theories of Logic and Probabilities de 1854. Ela buscava uma base ma-
tem´tica formal para a l´gica e probabilidade e passou um longo tempo sendo
    a                     o
conhecida apenas por matem´ticos, sem encontrar uma utilidade pr´tica. Foi,
                               a                                      a
de certo modo, descoberta por Claude Shannon(1916–2001), que a utilizou em
sua tese de mestrado A Symbolic Analysis of Relay and Switching Circuits em
1937 para desenvolver circuitos el´tricos que realizassem fun¸˜es l´gicas.
                                  e                          co o


1    Postulados
Pensando em probabilidade, a id´ia b´sica da ´lgebra booleana ´ de utilizar
                                    e     a       a                 e
conceitos de ´lgebra para expressar quest˜es de probabilidade ou de l´gica.
               a                              o                          o
Neste sentido o n´mero 1 expressa o conceito l´gico de verdadeiro ou o conceito
                  u                             o
probabil´ıstico (ou melhor, de teoria de conjuntos) de todo o espa¸o amostral,
                                                                  c
o 0 ´ o equivalente l´gico de falso ou de conjunto nulo, a soma + equivale
     e                o
ao ou l´gico e a uni˜o (∪) de conjuntos e a multiplica¸˜o equivale a opera¸˜o
        o             a                                  ca                ca
l´gica e e a intersec¸˜o (∩) de conjuntos. Os potulados s˜o feitos de modo a
 o                    ca                                     a
garantir esta equivalˆncia.
                     e
Postulado 1 – Opera¸˜es:
                       co
A algebra de Boole tem um conjunto K de 2 ou mais valores e duas opera¸oes:
   ´                                                                  c˜
· e +, de modo que para todo a, b pertencentes a K:

                               (a)     a·b ∈ K
                                                                          (P1)
                               (b)     a+b∈K

Postulado 2 – Valores Neutros:
Existem valores 0 e 1 tais que:

                                (a)    a+0=a
                                                                          (P2)
                                (b)    a·1 = 1

Postulado 3 – comutatividade:

                              (a)     a+b=b+a
                                                                          (P3)
                              (b)      a·b = b·a




                                        1
Postulado 4 – associatividade:

                         (a)     a + (b + c) = (a + b) + c
                                                                                 (P4)
                         (b)        a · (b · c) = (a · b) · c

Postulado 5 – distributividade:

                       (a)     a + (b · c) = (a + b) · (a + c)
                                                                                 (P5)
                       (b)      a · (b + c) = (a · b) + (a · c)

Postulado 6 – existˆncia de complemento:
                     e
Para todo a ∈ K, existe um e apenas um a ∈ K, chamado o complemento de a,
tal que:
                               (a) a + a = 1
                                                                    (P6)
                               (b) a · a = 0

2    Teoremas
V´rias caracter´
  a             ısticas da ´lgebra de Boole n˜o aparecem diretamente nos pos-
                           a                 a
tulados, mas podem ser inferidas a partir deles. Muitas destas caracter´ısticas
ser˜o uteis para n´s, e abaixo descrevemos 10 teoremas, provados a partir dos
   a ´              o
postulados (ou de teoremas j´ provados, o que d´ no mesmo).
                              a                  a
    Dentre os 10 teoremas mostrados, 9 deles tem 2 formas, aqui chamadas de (a)
e (b), que s˜o as formas duais dos teoremas. A dualidade ser´ melhor discutida
            a                                                a
usando o teorema 1 como exemplo.
Teorema 1:
A soma ou o produto de um valor por ele mesmo ´ igual a ele mesmo.
                                              e

                                   (a)   a+a=a
                                                                                 (T1)
                                   (b)   a·a = a

E a prova deste teorema encontra-se abaixo:


          a=a+0                                          a = a·1
Prova:     = a + a·a                                       = a · (a + a)
           = (a + a) · (a + a)                             = (a · a) + (a · a)
           = (a + a) · 1                                   = (a · a) + 0
          a=a+a                                          a = a·a

    Note que a prova de T1(a) ´ idˆntica a de T1(b), ao se trocar as opera¸˜es
                               e e                                          co
de soma por multiplica¸˜o e vice-versa e os 0’s por 1’s e vice-versa. Isto n˜o ´
                          ca                                                a e
uma coincidˆncia, mas vem diretamente do fato de que os postulados tem esta
             e
simetria. Em ´lgebra de Boole isto ´ chamado de dualidade. Diz-se ent˜o que
               a                     e                                    a
uma express˜o ´ o dual da outra quando se trocam os · por + e vice-versa e os
             a e
0’s por 1’s e vice-versa.
    Al´m disso, a simetria dos postulados garante que: se uma express˜o f ´
      e                                                                   a    e
verdadeira, logo a express˜o dual fd tamb´m ´ verdadeira. Por conta disto, para
                            a            e e
todos os teoremas subsequentes que tenham express˜es duais, s´ provaremaos
                                                     o           o
uma delas, j´ que o dual do teorema ´ automaticamente verdadeiro.
             a                        e


                                           2
Teorema 2:

                                  (a)     a+1=1
                                                                         (T2)
                                  (b)     a·0 = 0

Prova:


                             a + 1 = a + (a + a)
                                   = (a + a) + a
                                =a+a
                             a+1=1

Teorema 3:

                                         a=a                             (T3)

Prova:
Seja a = b:
                            b·a = a·b = a·a               0
                          b+a=a+b=a+a                         1
logo:
                                    a       b=a
Teorema 4:

                             (a)         a + a·b = a
                                                                         (T4)
                             (b)        a · (a + b) = a

Prova:


                         a + a·b = a·1 + a·b
                                    = a(b + b + a · b
                                    = a·b + a·b + a·b
                                    = a·b + a·b
                                 = a·1
                         a + a·b = a

   O significado deste teorema ´ melhor visto atrav´s de um diagrama de Venn1 ,
                              e                    e
mostrando a e a · b (lembrando que a multiplica¸˜o equivale ` intersec¸˜o e a
                                                 ca          a        ca
soma ` uni˜o). A figura 1 mostra justamente isto.
     a    a
Teorema 5:

                            (a)    a + a·b = a + b
                                                                         (T5)
                            (b)    a · (a + b) = a · b




                                           3
a        a·b       b




           Figura 1: Diagrama de Venn demostrando o teorema T4.




                                        a             a·b




           Figura 2: Diagrama de Venn demonstrando o teorema T5.

Prova:


                            a + a · b = (a + a · b) + a · b
                                      = a + b(a + a)
                                    = a + b·1
                            a + a·b = a + b

Teorema 6:

                              (a)          a·b + a·b = a
                                                                                 (T6)
                              (b)       (a + b) · (a + b) = a

Prova:


                                a · b + a · b = a(b + b)
                                              = a·1
                                a·b + a·b = a
   1 na verdade, este ´ um diagrama de Johnston. Um diagrama de Venn mostraria todas as
                        e
possibilidades: a · b, a · b, a · b e a · b.




                                              4
a·b         a·b




         Figura 3: Diagrama de Venn demonstrando o teorema T6.




                                         c


                            a·b·c

                                        a·b

                              a                    b




         Figura 4: Diagrama de Venn demostrando o teorema T7.

Teorema 7:

                (a)         a·b + a·b·c = a·b + a·c
                                                                  (T7)
                (b)   (a + b) · (a + b + c) = (a + b) · (a + c)
Prova:


                 a·b + a·b·c = a·b·1 + a·b·c
                                  = a · b · (1 + c) + a · b · c
                                  = a·b·1 + a·b·c + a·b·c
                                  = a · b + a · c(b + b)
                 a·b + a·b·c = a·b + a·c

Teorema 8 – Leis de DeMorgan2 :

                              (a)     a + b = a·b
                                                                  (T8)
                              (b)     a·b = a + b


                                         5
a+b                                              a·b




                          a·b                                             a+b


Figura 5: Diagrama de Venn mostrando que a)a · b ´ o complemento de a + b e
                                                   e
que b)a + b ´ o complemento de a · b para provar as Leis de deMorgan (T8).
            e



Prova:                                                                             (a + b)a · b = a · a · b + b · a · b
Prova-se mostrando que a · b ´ o complemento de a+b:
                             e
                                                                                                =0+0
                                                                                   (a + b)a · b = 0

(a + b) + a · b = (a + b + a)(a + b + b)
                = (1 + b)(1 + a)         Logo:
                = 1·1
(a + b) + a · b = 1

                                            a+b         a·b
´
E poss´ ainda aplicar o teorema repetidas vezes e provar que:
      ıvel

                          f (x1 , x2 , . . . , xn ) = fd (x1 , x2 , . . . , xn )

Teorema 9 – Teorema do consenso:

                    (a)          a·b + a·c + b·c = a·b + a·c
                                                                                                      (T9)
                    (b)    (a + b) · (a + c) · (b + c) = (a + b) · (a + c)

Prova:


  a · b + a · c + b · c = (a · b · c + a · b · c) + (a · b · c + a · b · c) + (a · b · c + a · b · c)
                        = (a · b · c + a · b · c) + a · b · c + (a · b · c + a · b · c) + a · b · c
                        = a·b·c + a·b·c + a·b·c + a·b·c
                        = (a · b · c + a · b · c) + (a · b · c + a · b · c)
  a·b + a·c + b·c = a·b + a·c




                                                    6
a·c




                                                 a·b




      Figura 6: Diagrama de Venn demonstrando o teorema do consenso.


Teorema 10 – Expans˜o de Shannon3 :
                   a


    (a)      f (x1 , x2 , . . . , xn ) = x1 · f (1, x2 , . . . , xn ) + x1 · f (0, x2 , . . . , xn )
    (b)   f (x1 , x2 , . . . , xn ) = [x1 + f (0, x2 , . . . , xn )] · [x1 + f (1, x2 , . . . , xn )]
                                                                                                     (T10)

Prova:
Considerando que x1 · x1 = x1 · 1 e que x1 · x1 = x1 · x1 · x1 = x1 · 0, podemos
afirmar que:
                x1 · f (x1 , x2 , . . . , xn ) = x1 · f (1, x2 , . . . , xn )
E pelo mesmo racioc´
                   ınio chegamos a:

                      x1 · f (x1 , x2 , . . . , xn ) = x1 · f (0, x2 , . . . , xn )

    Podemos ent˜o separar a fun¸ao e aplicar estas igualdades:
               a               c˜

                 f (. . .) = 1 · f (. . .)
                           = x1 · f (. . .) + x1 · f (. . .)
                 f (. . .) = x1 · f (1, x2 , . . . , xn ) + x1 · f (0, x2 , . . . , xn )


3     Aplica¸˜o dos postulados e teoremas
            ca
Podemos aplicar os postulados e teoremas da ´lgebra de Boole para simplificar
                                              a
equa¸˜es booleanas. Como estas equa¸˜es ser˜o ou s˜o implementadas por um
     co                                co    a      a
circuito, isto significa um circuito menor e, consequentemente, mais barato e
mais r´pido. A tabela 1 condensa todas os postulados e teoremas at´ ent˜o
       a                                                             e    a
desenvolvidos para facilitar o acesso.
Exemplo 1:
Minimize o circuito l´gico mostrado na figura 7.
                     o



                                                   7
P1                ∀a, b ∈ K : a · b ∈ K                                      ∀a, b ∈ K : a + b ∈ K
P2                       a+0=a                                                         a·1 = 1
P3                    a+b=b+a                                                        a·b = b·a
P4              a + (b + c) = (a + b) + c                                      a · (b · c) = (a · b) · c
P5            a + (b · c) = (a + b) · (a + c)                             a · (b + c) = (a · b) + (a · c)
P6                       a+a=1                                                         a·a = 0
T1                       a+a=a                                                        a·a = a
T2                       a+1=1                                                        a·0 = 0
T3                          a=a
T4                      a + a·b = a                                                a · (a + b) = a
T5                    a + a·b = a + b                                             a · (a + b) = a · b
T6                     a·b + a·b = a                                            (a + b) · (a + b) = a
T7              a·b + a·b·c = a·b + a·c                            (a + b) · (a + b + c) = (a + b) · (a + c)
T8                      a + b = a·b                                                  a·b = a + b
T9          a·b + a·c + b·c = a·b + a·c                         (a + b) · (a + c) · (b + c) = (a + b) · (a + c)
T10   f (x1 , . . .) = x1 · f (1, . . .) + x1 · f (0, . . .)   f (x1 , . . .) = [x1 + f (0, . . .)] · [x1 + f (1, . . .)]

                            Tabela 1: Resumo dos postulados e Teoremas.


                       a


                       b
                                                                                            z



                        c

                                    Figura 7: Circuito do exemplo 1.

      Resolu¸˜o:
             ca
      Pela an´lise do circuito obtemos z = abc+ac · ab. Aplicamos agora os postulados
             a




                                                          8
e teoremas cab´
              ıveis:

                        z(a, b, c) = abc + ac · ab
                                                   T8

                                 = abc + ac · (a + b)
                                                       T3
                                 = abc + ac(a + b)
                                                  P5
                                 = abc + aca + acb
                                             P3         P3
                                 = abc + aa · c + abc
                                             T1
                                 = abc + ac + abc
                                                P3
                                 = abc + abc +ac
                                        T6
                                 = ab + ac
                                       P5
                        z(a, b, c) = a(b + c)

O circuito simplificado ´ mostrado na figura 8.
                       e
                        a


                        b                                    z




                        c


                Figura 8: Circuito simplificado do exemplo 1.



4    Formas canˆnicas
               o
H´ casos em que ´ necess´rio obter uma equa¸˜o booleana a partir de uma ta-
  a              e        a                   ca
bela verdade. Nestas situa¸˜es s˜o bastante uteis as formas canˆnicas (tamb´m
                            co  a           ´                  o           e
conhecidas de formas padr˜es) de soma de mintermos ou produto de maxtermos.
                           o
Obviamente para entendˆ-las precisamos primeiro saber o que s˜o mintermos e
                         e                                     a
maxtermos. Vamos come¸ar pela defini¸˜o de mintermos e analisar a forma de
                          c            ca
soma de mintermos.

     Um mintermo ´ um produto n˜o barrado de todas as vari´veis da
                    e               a                     a
     fun¸˜o, sejam elas barradas ou n˜o.
        ca                            a

   Considerando uma fun¸˜o de 4 vari´veis, s˜o exemplos de mintermos: abcd,
                       ca           a       a
abcd e abcd.


                                       9
N˜o s˜o mintermos abc (pois n˜o tem todas as vari´veis), ab + cd (pois n˜o ´
  a a                          a                      a                     a e
um produto das 4 vari´veis), ab(cd) (pois as vari´veis tem que ser barradas uma
                      a                          a
a uma) e nem abcdd (pois a vari´vel d est´ repetida).
                                a         a
    Um exemplo de fun¸˜o descrita na forma soma de mintermos (por sim-
                        ca
plicidade referido por sdm- soma de mintermos) ´ a fun¸˜o de 3 vari´veis
                                                      e      ca            a
g = abc + abc + abc. Para entender a utilidade desta forma, observe a ta-
bela 2, que ´ uma tabela verdade da fun¸˜o g e de cada um dos mintermos
             e                             ca
presentes nela.

                       a   b   c    abc    abc   abc   g
                       0   0   0     0      0     0    0
                       0   0   1     0      0     0    0
                       0   1   0     0      0     0    0
                       0   1   1     1      0     0    1
                       1   0   0     0      0     0    0
                       1   0   1     0      0     0    0
                       1   1   0     0      1     0    1
                       1   1   1     0      0     1    1


  Tabela 2: tabela verdade da fun¸˜o g = abc + abc + abc e seus mintermos.
                                 ca

    Um mintermo, sendo um produto de todas as vari´veis presentes, s´ pode
                                                         a               o
ser 1 em um unico caso, o que ´ exemplificado na tabela. Al´m disso mintermos
               ´                e                            e
diferentes representam um 1 em posi¸˜es diferentes da tabela verdade, logo a
                                        co
soma de mintermos indica qual das posi¸˜es da tabela-verdade ´ 1. Com base
                                           co                    e
nisto, ´ poss´ descrever qualquer fun¸˜o l´gica no formato sdm.
       e      ıvel                       ca o
    Fica ent˜o f´cil obter uma tabela verdade a partir de uma equa¸˜o na forma
             a a                                                    ca
sdm ou vice-versa. Dada uma tabela verdade qualquer, cada linha em que a
fun¸˜o ´ 1 corresponde a um mintermo. O mintermo abc s´ ser´ 1 quando a
    ca e                                                       o   a
etrada for abc = 111; abc ser´ 1 quando abc = 011 e assim por diante. Ou seja,
                              a
para uma vari´vel n˜o barrada num mintermo corresponde aquela vari´vel ser
                 a    a                                                 a
1 na tabela verdade e uma vari´vel barrada corresponde a um 0.
                                 a
    A tabela 4 apresenta todos os mintermos de uma fun¸˜o de 4 vari´veis junto
                                                          ca          a
com a respectiva entrada que faz ele ser 1. Obviamente, com 2 vari´veis temos
                                                                     a
4 mintermos poss´  ıveis (ab, ab, ab e ab), com 3 vari´veis temos 8 mintermos
                                                       a
poss´ıveis, com 4 temos 16 e assim por diante.
    ´
    E bastante usual se trabalhar com equa¸˜es na forma sdm. Uma das ra-
                                              co
z˜es para isso ´ que uma sdm ´ uma soma de produtos, obviamente, e estamos
 o               e              e
acostumados a trabalhar com equa¸˜es na forma de soma de produtos devido
                                     co
`s propriedades da ´lgebra convencional. Mas a ´lgebra de Boole abre a opor-
a                    a                            a
tunidade de trabalharmos com uma equa¸˜o na forma produto de somas, o que
                                           ca
leva a uma forma padr˜o alternativa: a forma padr˜o produto de maxtermos
                         a                            a
(ou pdm).

     Um maxtermo ´ uma soma n˜o barrada de todas as vari´veis da
                     e             a                    a
     fun¸˜o, sejam elas barradas ou n˜o.
        ca                           a

   Considerando uma fun¸˜o de 4 vari´veis, s˜o exemplos de maxtermos: a +
                            ca            a a
b + c + d, a + b + c + d e a + b + c + d.
N˜o s˜o maxtermos a + b + c (pois n˜o tem todas as vari´veis), ab + cd (pois
  a a                                   a              a


                                      10
n˜o ´ um produto das 4 vari´veis), a + b + (c + d) (pois as vari´veis tem que ser
 a e                            a                                   a
barradas uma a uma) e nem a + b + c + d + d (pois a vari´vel d est´ repetida).
                                                               a         a
   Da mesma forma que fizemos com mintermos, vamos analisar a fun¸˜o exem-  ca
plo g ′ = (a + b + c) · (a + b + c) · (a + b + c) para entender a utilidade da forma
pdm, observe a tabela 3, que ´ uma tabela verdade da fun¸˜o g e de cada um
                                  e                              ca
dos maxtermos presentes nela.

                a    b   c       a+b+c   a+b+c       a+b+c       g′
                0    0   0         1       1           0         0
                0    0   1         1       0           1         0
                0    1   0         1       1           1         1
                0    1   1         1       1           1         1
                1    0   0         0       1           1         0
                1    0   1         1       1           1         1
                1    1   0         1       1           1         1
                1    1   1         1       1           1         1


Tabela 3: tabela verdade da fun¸˜o g ′ = (a + b + c) · (a + b + c) · (a + b + c) e
                               ca
seus maxtermos.

    Observa-se analisando a tabela que cada maxtermo s´ ´ 0 para um unico
                                                         o e             ´
vetor de entrada e 1 para qualquer outra entrada. Pegando como exemplo o
maxtermo a + b + c, como se trata de uma soma, ele ´ 1 sempre que a = 1, que
                                                    e
b = 1 ou que c = 0 (pois c est´ barrado), logo ele s´ ´ 0 quando a = b = 0
                                 a                   o e
e c = 1. Isto quer dizer que, enquanto cada mintermo representava uma linha
da tabela verdade com sa´ 1, cada maxtermo representa uma linha na tabela
                           ıda
verdade com sa´ 0.
                 ıda
    E para unir diferentes maxtermos, faz-se o produto deles, pois assim os 0’s
se somam na f´rmula final. Da´ a forma ser o produto dos maxtermos. Fica
                o                ı
ent˜o f´cil descrever qualquer fun¸˜o como sdm ou pdm a partir de uma tabela
   a a                             ca
verdade. Ou de uma equa¸˜o em uma das duas forma padr˜es, obter a tabela
                            ca                             o
verdade. A tabela 4 mostra tamb´m os 16 maxtermos equivalentes a cada
                                      e
entrada poss´ com 4 vari´veis.
              ıvel           a
Exemplo 2:
Reanalisando as tabelas 2 e 3, ´ f´cil chegar nas equa¸oes das fun¸oes g na
                               e a                    c˜          c˜
forma pdm e g ′ na forma sdm:

           g = (a + b + c)(a + b + c)(a + b + c)(a + b + c)(a + b + c)          (1)
                             ′
                         g = abc + abc + abc + abc + abc                        (2)

Exemplo 3:
Deseja-se implementar um circuito que acione uma sa´ f caso 2 ou mais de
                                                   ıda
suas 3 entradas A, B e C forem 1.
Resolu¸˜o (Usando Mintermos):
      ca
O primeiro passo ´ montar a tabela verdade da fun¸ao f , vide tabela 5
                 e                               c˜
   Analisando a tabela 5, podemos obter a equa¸ao de f na forma sdm.
                                              c˜

                    f (A, B, C) = ABC + ABC + ABC + ABC                         (3)


                                         11
a   b   c   d   mintermo          maxtermo
                  0   0   0   0   abcd              a+b+c+d
                  0   0   0   1   abcd              a+b+c+d
                  0   0   1   0   abcd              a+b+c+d
                  0   0   1   1   abcd              a+b+c+d
                  0   1   0   0   abcd              a+b+c+d
                  0   1   0   1   abcd              a+b+c+d
                  0   1   1   0   abcd              a+b+c+d
                  0   1   1   1   abcd              a+b+c+d
                  1   0   0   0   abcd              a+b+c+d
                  1   0   0   1   abcd              a+b+c+d
                  1   0   1   0   abcd              a+b+c+d
                  1   0   1   1   abcd              a+b+c+d
                  1   1   0   0   abcd              a+b+c+d
                  1   1   0   1   abcd              a+b+c+d
                  1   1   1   0   abcd              a+b+c+d
                  1   1   1   1   abcd              a+b+c+d

Tabela 4: Mintermos e maxtermos equivalentes a cada um dos poss´
                                                               ıveis valores
de entrada de uma fun¸˜o de 4 vari´veis.
                     ca           a


                              A    B        C   f
                              0    0        0   0
                              0    0        1   0
                              0    1        0   0
                              0    1        1   1
                              1    0        0   0
                              1    0        1   1
                              1    1        0   1
                              1    1        1   1

                   Tabela 5: Tabela verdade da fun¸˜o f .
                                                  ca



   E ent˜o basta aplicar os postulados e teoremas cab´
        a                                            ıveis a equa¸ao 3 para
                                                           `     c˜




                                       12
minimizar a fun¸ao.
               c˜

                 f (A, B, C) = ABC + ABC + ABC + ABC
                                                    AB (T 6)

                            = ABC + ABC + AB
                                         AC+AB (T 7)

                            = ABC + AC +AB
                               BC+AC (T 7)

                 f (A, B, C) = BC + AC + AB                                (4)

Resolu¸˜o (Usando maxtermos):
       ca
Reanalisando a tabela 5, obtemos a equa¸ao de f na forma pdm.
                                       c˜

       f (A, B, C) = (A + B + C)(A + B + C)(A + B + C)(A + B + C)          (5)

   E novamente aplicando os postulados e teoremas cab´
                                                     ıveis:

       f (A, B, C) = (A + B + C)(A + B + C)(A + B + C)(A + B + C)
                            A+B (T 6)

                  = (A + B) (A + B + C)(A + B + C)
                              A+C (T 7)

                  = (A + B)(A + C) (A + B + C)
                                        B+C (T 7)

       f (A, B, C) = (A + B)(A + C)(B + C)                                 (6)

    ´ a
   E f´cil mostrar que a equa¸ao 6 ´ equivalente a 4. Para tanto basta aplicar
                              c˜     e             `
repetidas vezes o postulado da distributividade (P5).




                                        13

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados (19)

Calculo1 aula15
Calculo1 aula15Calculo1 aula15
Calculo1 aula15
 
Substituições trigonométricas
Substituições trigonométricasSubstituições trigonométricas
Substituições trigonométricas
 
Resumo - Álgebra Linear
Resumo - Álgebra LinearResumo - Álgebra Linear
Resumo - Álgebra Linear
 
Corpo reais
Corpo reaisCorpo reais
Corpo reais
 
Equações de recorrência - II (Otimização)
Equações de recorrência - II (Otimização)Equações de recorrência - II (Otimização)
Equações de recorrência - II (Otimização)
 
Matemática Discreta - Parte VI funções
Matemática Discreta - Parte VI funçõesMatemática Discreta - Parte VI funções
Matemática Discreta - Parte VI funções
 
57701066 matematica-discreta-exercicios-resolvidos
57701066 matematica-discreta-exercicios-resolvidos57701066 matematica-discreta-exercicios-resolvidos
57701066 matematica-discreta-exercicios-resolvidos
 
Geracao colunas
Geracao colunasGeracao colunas
Geracao colunas
 
Semana 11
Semana 11Semana 11
Semana 11
 
Conjunto1
Conjunto1Conjunto1
Conjunto1
 
P1fmt20141
P1fmt20141P1fmt20141
P1fmt20141
 
Álgebra de Boole
Álgebra de BooleÁlgebra de Boole
Álgebra de Boole
 
Aula 2 profmat - Aplicacoes da Inducao
Aula 2   profmat - Aplicacoes da InducaoAula 2   profmat - Aplicacoes da Inducao
Aula 2 profmat - Aplicacoes da Inducao
 
Semana 10
Semana 10 Semana 10
Semana 10
 
Lista 1 - FUV - Resolução
Lista 1 - FUV - ResoluçãoLista 1 - FUV - Resolução
Lista 1 - FUV - Resolução
 
Semana 9
Semana 9 Semana 9
Semana 9
 
Apostilade precalculodiferencialeintegral(1) (1)
Apostilade precalculodiferencialeintegral(1) (1)Apostilade precalculodiferencialeintegral(1) (1)
Apostilade precalculodiferencialeintegral(1) (1)
 
Intervalos Reais
Intervalos Reais Intervalos Reais
Intervalos Reais
 
Apostila
ApostilaApostila
Apostila
 

Semelhante a Algebra

Teorema do Valor Médio
Teorema do Valor MédioTeorema do Valor Médio
Teorema do Valor MédioFabiano Ferraz
 
Raciocinio logico simplificado_principai
Raciocinio logico simplificado_principaiRaciocinio logico simplificado_principai
Raciocinio logico simplificado_principaiDani Brasil
 
Resumo MA14 - Aritmética - Unidades 1 e 2
Resumo MA14 - Aritmética - Unidades 1 e 2Resumo MA14 - Aritmética - Unidades 1 e 2
Resumo MA14 - Aritmética - Unidades 1 e 2Felipe Cavalcante
 
Intro teoria dos numerros cap3
Intro teoria dos numerros cap3Intro teoria dos numerros cap3
Intro teoria dos numerros cap3Paulo Martins
 
trabalho2 (Logica Computacao).ppt
trabalho2 (Logica Computacao).ppttrabalho2 (Logica Computacao).ppt
trabalho2 (Logica Computacao).pptmsc6272
 
Razão e proporção1
Razão e proporção1Razão e proporção1
Razão e proporção1Luccy Crystal
 
Exercicios resolvidos
Exercicios resolvidosExercicios resolvidos
Exercicios resolvidosBrunna Vilar
 
Parte i – cinemática tópico 5
Parte i – cinemática tópico 5Parte i – cinemática tópico 5
Parte i – cinemática tópico 5Edlas Junior
 
Funções
FunçõesFunções
Funçõesjasf13
 

Semelhante a Algebra (20)

Algebra Boole
Algebra BooleAlgebra Boole
Algebra Boole
 
Apostila de Algebra Linear.pdf
Apostila de Algebra Linear.pdfApostila de Algebra Linear.pdf
Apostila de Algebra Linear.pdf
 
Teorema do Valor Médio
Teorema do Valor MédioTeorema do Valor Médio
Teorema do Valor Médio
 
Raciocinio logico simplificado_principai
Raciocinio logico simplificado_principaiRaciocinio logico simplificado_principai
Raciocinio logico simplificado_principai
 
Mat regra de sinais
Mat regra de sinaisMat regra de sinais
Mat regra de sinais
 
Apostila
ApostilaApostila
Apostila
 
Apostila 1 calculo i
Apostila 1 calculo iApostila 1 calculo i
Apostila 1 calculo i
 
Resumo MA14 - Aritmética - Unidades 1 e 2
Resumo MA14 - Aritmética - Unidades 1 e 2Resumo MA14 - Aritmética - Unidades 1 e 2
Resumo MA14 - Aritmética - Unidades 1 e 2
 
Intro teoria dos numerros cap3
Intro teoria dos numerros cap3Intro teoria dos numerros cap3
Intro teoria dos numerros cap3
 
Exercsolv1
Exercsolv1Exercsolv1
Exercsolv1
 
Calculo1 aula15
Calculo1 aula15Calculo1 aula15
Calculo1 aula15
 
trabalho2 (Logica Computacao).ppt
trabalho2 (Logica Computacao).ppttrabalho2 (Logica Computacao).ppt
trabalho2 (Logica Computacao).ppt
 
Razão e proporção1
Razão e proporção1Razão e proporção1
Razão e proporção1
 
Exercicios resolvidos
Exercicios resolvidosExercicios resolvidos
Exercicios resolvidos
 
Parte i – cinemática tópico 5
Parte i – cinemática tópico 5Parte i – cinemática tópico 5
Parte i – cinemática tópico 5
 
Funções
FunçõesFunções
Funções
 
Apostila 3 funções
Apostila 3 funçõesApostila 3 funções
Apostila 3 funções
 
10
1010
10
 
Funções trigonométricas
Funções trigonométricasFunções trigonométricas
Funções trigonométricas
 
Ex algebra (14)
Ex algebra  (14)Ex algebra  (14)
Ex algebra (14)
 

Mais de Celi Jandy Moraes Gomes

O impacto das novas tecnologias na sociedade
O impacto das novas tecnologias na sociedadeO impacto das novas tecnologias na sociedade
O impacto das novas tecnologias na sociedadeCeli Jandy Moraes Gomes
 
Dispositivos de entrada e saída de dados
Dispositivos de entrada e saída de dadosDispositivos de entrada e saída de dados
Dispositivos de entrada e saída de dadosCeli Jandy Moraes Gomes
 
Saberes docentes e formação profissional
Saberes docentes e formação profissionalSaberes docentes e formação profissional
Saberes docentes e formação profissionalCeli Jandy Moraes Gomes
 
Resolução nº 2 conselho nacional de educação câmara de educação superior
Resolução nº 2 conselho nacional de educação câmara de educação superiorResolução nº 2 conselho nacional de educação câmara de educação superior
Resolução nº 2 conselho nacional de educação câmara de educação superiorCeli Jandy Moraes Gomes
 
Resolução conselho nacional de educação câmara de educação básica (ceb) nº 1
Resolução conselho nacional de educação   câmara de educação básica (ceb) nº 1Resolução conselho nacional de educação   câmara de educação básica (ceb) nº 1
Resolução conselho nacional de educação câmara de educação básica (ceb) nº 1Celi Jandy Moraes Gomes
 
Resolução ceb nº 3, de 26 de junho de 1998
Resolução ceb nº 3, de 26 de junho de 1998Resolução ceb nº 3, de 26 de junho de 1998
Resolução ceb nº 3, de 26 de junho de 1998Celi Jandy Moraes Gomes
 
Resolução câmara de educação básica, nº 2, de 7 de abril de 1998
Resolução câmara de educação básica, nº 2, de 7 de abril de 1998Resolução câmara de educação básica, nº 2, de 7 de abril de 1998
Resolução câmara de educação básica, nº 2, de 7 de abril de 1998Celi Jandy Moraes Gomes
 

Mais de Celi Jandy Moraes Gomes (20)

Como instalar tudo em ubuntu
Como instalar tudo em ubuntuComo instalar tudo em ubuntu
Como instalar tudo em ubuntu
 
Conjuntos numéricos
Conjuntos numéricosConjuntos numéricos
Conjuntos numéricos
 
0106 gs3 introducaoaoimpress-ptbr
0106 gs3 introducaoaoimpress-ptbr0106 gs3 introducaoaoimpress-ptbr
0106 gs3 introducaoaoimpress-ptbr
 
0105 gs3 introducaoaocalc-ptbr
0105 gs3 introducaoaocalc-ptbr0105 gs3 introducaoaocalc-ptbr
0105 gs3 introducaoaocalc-ptbr
 
0104 gs3 introducaoaowriter-ptbr
0104 gs3 introducaoaowriter-ptbr0104 gs3 introducaoaowriter-ptbr
0104 gs3 introducaoaowriter-ptbr
 
0101 gs3 introducaoaolibo-ptbr
0101 gs3 introducaoaolibo-ptbr0101 gs3 introducaoaolibo-ptbr
0101 gs3 introducaoaolibo-ptbr
 
O impacto das novas tecnologias na sociedade
O impacto das novas tecnologias na sociedadeO impacto das novas tecnologias na sociedade
O impacto das novas tecnologias na sociedade
 
áLgebra booleana e circuitos lógicos
áLgebra booleana e circuitos lógicosáLgebra booleana e circuitos lógicos
áLgebra booleana e circuitos lógicos
 
Entrada e saida
Entrada e saidaEntrada e saida
Entrada e saida
 
Dispositivos de entrada e saída de dados
Dispositivos de entrada e saída de dadosDispositivos de entrada e saída de dados
Dispositivos de entrada e saída de dados
 
Lei 10.639 2003
Lei 10.639 2003Lei 10.639 2003
Lei 10.639 2003
 
Constituição do estado do pará
Constituição do estado do paráConstituição do estado do pará
Constituição do estado do pará
 
Formação social da mente
Formação social da menteFormação social da mente
Formação social da mente
 
Saberes docentes e formação profissional
Saberes docentes e formação profissionalSaberes docentes e formação profissional
Saberes docentes e formação profissional
 
Resolução nº 2 conselho nacional de educação câmara de educação superior
Resolução nº 2 conselho nacional de educação câmara de educação superiorResolução nº 2 conselho nacional de educação câmara de educação superior
Resolução nº 2 conselho nacional de educação câmara de educação superior
 
Resolução conselho nacional de educação câmara de educação básica (ceb) nº 1
Resolução conselho nacional de educação   câmara de educação básica (ceb) nº 1Resolução conselho nacional de educação   câmara de educação básica (ceb) nº 1
Resolução conselho nacional de educação câmara de educação básica (ceb) nº 1
 
Resolução ceb nº 3, de 26 de junho de 1998
Resolução ceb nº 3, de 26 de junho de 1998Resolução ceb nº 3, de 26 de junho de 1998
Resolução ceb nº 3, de 26 de junho de 1998
 
Resolução câmara de educação básica, nº 2, de 7 de abril de 1998
Resolução câmara de educação básica, nº 2, de 7 de abril de 1998Resolução câmara de educação básica, nº 2, de 7 de abril de 1998
Resolução câmara de educação básica, nº 2, de 7 de abril de 1998
 
Pedagogia do oprimido
Pedagogia do oprimidoPedagogia do oprimido
Pedagogia do oprimido
 
Pedagogia da autonomia
Pedagogia da autonomiaPedagogia da autonomia
Pedagogia da autonomia
 

Algebra

  • 1. ´ Algebra de Boole Jo˜o Paulo Cerquinho Cajueiro a 19 de agosto de 2009 A ´lgebra de Boole foi desenvolvida por George Boole(1815–1864) em seu a livro An Investigation of the Laws of Thought on Which are Founded the Mathe- matical Theories of Logic and Probabilities de 1854. Ela buscava uma base ma- tem´tica formal para a l´gica e probabilidade e passou um longo tempo sendo a o conhecida apenas por matem´ticos, sem encontrar uma utilidade pr´tica. Foi, a a de certo modo, descoberta por Claude Shannon(1916–2001), que a utilizou em sua tese de mestrado A Symbolic Analysis of Relay and Switching Circuits em 1937 para desenvolver circuitos el´tricos que realizassem fun¸˜es l´gicas. e co o 1 Postulados Pensando em probabilidade, a id´ia b´sica da ´lgebra booleana ´ de utilizar e a a e conceitos de ´lgebra para expressar quest˜es de probabilidade ou de l´gica. a o o Neste sentido o n´mero 1 expressa o conceito l´gico de verdadeiro ou o conceito u o probabil´ıstico (ou melhor, de teoria de conjuntos) de todo o espa¸o amostral, c o 0 ´ o equivalente l´gico de falso ou de conjunto nulo, a soma + equivale e o ao ou l´gico e a uni˜o (∪) de conjuntos e a multiplica¸˜o equivale a opera¸˜o o a ca ca l´gica e e a intersec¸˜o (∩) de conjuntos. Os potulados s˜o feitos de modo a o ca a garantir esta equivalˆncia. e Postulado 1 – Opera¸˜es: co A algebra de Boole tem um conjunto K de 2 ou mais valores e duas opera¸oes: ´ c˜ · e +, de modo que para todo a, b pertencentes a K: (a) a·b ∈ K (P1) (b) a+b∈K Postulado 2 – Valores Neutros: Existem valores 0 e 1 tais que: (a) a+0=a (P2) (b) a·1 = 1 Postulado 3 – comutatividade: (a) a+b=b+a (P3) (b) a·b = b·a 1
  • 2. Postulado 4 – associatividade: (a) a + (b + c) = (a + b) + c (P4) (b) a · (b · c) = (a · b) · c Postulado 5 – distributividade: (a) a + (b · c) = (a + b) · (a + c) (P5) (b) a · (b + c) = (a · b) + (a · c) Postulado 6 – existˆncia de complemento: e Para todo a ∈ K, existe um e apenas um a ∈ K, chamado o complemento de a, tal que: (a) a + a = 1 (P6) (b) a · a = 0 2 Teoremas V´rias caracter´ a ısticas da ´lgebra de Boole n˜o aparecem diretamente nos pos- a a tulados, mas podem ser inferidas a partir deles. Muitas destas caracter´ısticas ser˜o uteis para n´s, e abaixo descrevemos 10 teoremas, provados a partir dos a ´ o postulados (ou de teoremas j´ provados, o que d´ no mesmo). a a Dentre os 10 teoremas mostrados, 9 deles tem 2 formas, aqui chamadas de (a) e (b), que s˜o as formas duais dos teoremas. A dualidade ser´ melhor discutida a a usando o teorema 1 como exemplo. Teorema 1: A soma ou o produto de um valor por ele mesmo ´ igual a ele mesmo. e (a) a+a=a (T1) (b) a·a = a E a prova deste teorema encontra-se abaixo: a=a+0 a = a·1 Prova: = a + a·a = a · (a + a) = (a + a) · (a + a) = (a · a) + (a · a) = (a + a) · 1 = (a · a) + 0 a=a+a a = a·a Note que a prova de T1(a) ´ idˆntica a de T1(b), ao se trocar as opera¸˜es e e co de soma por multiplica¸˜o e vice-versa e os 0’s por 1’s e vice-versa. Isto n˜o ´ ca a e uma coincidˆncia, mas vem diretamente do fato de que os postulados tem esta e simetria. Em ´lgebra de Boole isto ´ chamado de dualidade. Diz-se ent˜o que a e a uma express˜o ´ o dual da outra quando se trocam os · por + e vice-versa e os a e 0’s por 1’s e vice-versa. Al´m disso, a simetria dos postulados garante que: se uma express˜o f ´ e a e verdadeira, logo a express˜o dual fd tamb´m ´ verdadeira. Por conta disto, para a e e todos os teoremas subsequentes que tenham express˜es duais, s´ provaremaos o o uma delas, j´ que o dual do teorema ´ automaticamente verdadeiro. a e 2
  • 3. Teorema 2: (a) a+1=1 (T2) (b) a·0 = 0 Prova: a + 1 = a + (a + a) = (a + a) + a =a+a a+1=1 Teorema 3: a=a (T3) Prova: Seja a = b: b·a = a·b = a·a 0 b+a=a+b=a+a 1 logo: a b=a Teorema 4: (a) a + a·b = a (T4) (b) a · (a + b) = a Prova: a + a·b = a·1 + a·b = a(b + b + a · b = a·b + a·b + a·b = a·b + a·b = a·1 a + a·b = a O significado deste teorema ´ melhor visto atrav´s de um diagrama de Venn1 , e e mostrando a e a · b (lembrando que a multiplica¸˜o equivale ` intersec¸˜o e a ca a ca soma ` uni˜o). A figura 1 mostra justamente isto. a a Teorema 5: (a) a + a·b = a + b (T5) (b) a · (a + b) = a · b 3
  • 4. a a·b b Figura 1: Diagrama de Venn demostrando o teorema T4. a a·b Figura 2: Diagrama de Venn demonstrando o teorema T5. Prova: a + a · b = (a + a · b) + a · b = a + b(a + a) = a + b·1 a + a·b = a + b Teorema 6: (a) a·b + a·b = a (T6) (b) (a + b) · (a + b) = a Prova: a · b + a · b = a(b + b) = a·1 a·b + a·b = a 1 na verdade, este ´ um diagrama de Johnston. Um diagrama de Venn mostraria todas as e possibilidades: a · b, a · b, a · b e a · b. 4
  • 5. a·b a·b Figura 3: Diagrama de Venn demonstrando o teorema T6. c a·b·c a·b a b Figura 4: Diagrama de Venn demostrando o teorema T7. Teorema 7: (a) a·b + a·b·c = a·b + a·c (T7) (b) (a + b) · (a + b + c) = (a + b) · (a + c) Prova: a·b + a·b·c = a·b·1 + a·b·c = a · b · (1 + c) + a · b · c = a·b·1 + a·b·c + a·b·c = a · b + a · c(b + b) a·b + a·b·c = a·b + a·c Teorema 8 – Leis de DeMorgan2 : (a) a + b = a·b (T8) (b) a·b = a + b 5
  • 6. a+b a·b a·b a+b Figura 5: Diagrama de Venn mostrando que a)a · b ´ o complemento de a + b e e que b)a + b ´ o complemento de a · b para provar as Leis de deMorgan (T8). e Prova: (a + b)a · b = a · a · b + b · a · b Prova-se mostrando que a · b ´ o complemento de a+b: e =0+0 (a + b)a · b = 0 (a + b) + a · b = (a + b + a)(a + b + b) = (1 + b)(1 + a) Logo: = 1·1 (a + b) + a · b = 1 a+b a·b ´ E poss´ ainda aplicar o teorema repetidas vezes e provar que: ıvel f (x1 , x2 , . . . , xn ) = fd (x1 , x2 , . . . , xn ) Teorema 9 – Teorema do consenso: (a) a·b + a·c + b·c = a·b + a·c (T9) (b) (a + b) · (a + c) · (b + c) = (a + b) · (a + c) Prova: a · b + a · c + b · c = (a · b · c + a · b · c) + (a · b · c + a · b · c) + (a · b · c + a · b · c) = (a · b · c + a · b · c) + a · b · c + (a · b · c + a · b · c) + a · b · c = a·b·c + a·b·c + a·b·c + a·b·c = (a · b · c + a · b · c) + (a · b · c + a · b · c) a·b + a·c + b·c = a·b + a·c 6
  • 7. a·c a·b Figura 6: Diagrama de Venn demonstrando o teorema do consenso. Teorema 10 – Expans˜o de Shannon3 : a (a) f (x1 , x2 , . . . , xn ) = x1 · f (1, x2 , . . . , xn ) + x1 · f (0, x2 , . . . , xn ) (b) f (x1 , x2 , . . . , xn ) = [x1 + f (0, x2 , . . . , xn )] · [x1 + f (1, x2 , . . . , xn )] (T10) Prova: Considerando que x1 · x1 = x1 · 1 e que x1 · x1 = x1 · x1 · x1 = x1 · 0, podemos afirmar que: x1 · f (x1 , x2 , . . . , xn ) = x1 · f (1, x2 , . . . , xn ) E pelo mesmo racioc´ ınio chegamos a: x1 · f (x1 , x2 , . . . , xn ) = x1 · f (0, x2 , . . . , xn ) Podemos ent˜o separar a fun¸ao e aplicar estas igualdades: a c˜ f (. . .) = 1 · f (. . .) = x1 · f (. . .) + x1 · f (. . .) f (. . .) = x1 · f (1, x2 , . . . , xn ) + x1 · f (0, x2 , . . . , xn ) 3 Aplica¸˜o dos postulados e teoremas ca Podemos aplicar os postulados e teoremas da ´lgebra de Boole para simplificar a equa¸˜es booleanas. Como estas equa¸˜es ser˜o ou s˜o implementadas por um co co a a circuito, isto significa um circuito menor e, consequentemente, mais barato e mais r´pido. A tabela 1 condensa todas os postulados e teoremas at´ ent˜o a e a desenvolvidos para facilitar o acesso. Exemplo 1: Minimize o circuito l´gico mostrado na figura 7. o 7
  • 8. P1 ∀a, b ∈ K : a · b ∈ K ∀a, b ∈ K : a + b ∈ K P2 a+0=a a·1 = 1 P3 a+b=b+a a·b = b·a P4 a + (b + c) = (a + b) + c a · (b · c) = (a · b) · c P5 a + (b · c) = (a + b) · (a + c) a · (b + c) = (a · b) + (a · c) P6 a+a=1 a·a = 0 T1 a+a=a a·a = a T2 a+1=1 a·0 = 0 T3 a=a T4 a + a·b = a a · (a + b) = a T5 a + a·b = a + b a · (a + b) = a · b T6 a·b + a·b = a (a + b) · (a + b) = a T7 a·b + a·b·c = a·b + a·c (a + b) · (a + b + c) = (a + b) · (a + c) T8 a + b = a·b a·b = a + b T9 a·b + a·c + b·c = a·b + a·c (a + b) · (a + c) · (b + c) = (a + b) · (a + c) T10 f (x1 , . . .) = x1 · f (1, . . .) + x1 · f (0, . . .) f (x1 , . . .) = [x1 + f (0, . . .)] · [x1 + f (1, . . .)] Tabela 1: Resumo dos postulados e Teoremas. a b z c Figura 7: Circuito do exemplo 1. Resolu¸˜o: ca Pela an´lise do circuito obtemos z = abc+ac · ab. Aplicamos agora os postulados a 8
  • 9. e teoremas cab´ ıveis: z(a, b, c) = abc + ac · ab T8 = abc + ac · (a + b) T3 = abc + ac(a + b) P5 = abc + aca + acb P3 P3 = abc + aa · c + abc T1 = abc + ac + abc P3 = abc + abc +ac T6 = ab + ac P5 z(a, b, c) = a(b + c) O circuito simplificado ´ mostrado na figura 8. e a b z c Figura 8: Circuito simplificado do exemplo 1. 4 Formas canˆnicas o H´ casos em que ´ necess´rio obter uma equa¸˜o booleana a partir de uma ta- a e a ca bela verdade. Nestas situa¸˜es s˜o bastante uteis as formas canˆnicas (tamb´m co a ´ o e conhecidas de formas padr˜es) de soma de mintermos ou produto de maxtermos. o Obviamente para entendˆ-las precisamos primeiro saber o que s˜o mintermos e e a maxtermos. Vamos come¸ar pela defini¸˜o de mintermos e analisar a forma de c ca soma de mintermos. Um mintermo ´ um produto n˜o barrado de todas as vari´veis da e a a fun¸˜o, sejam elas barradas ou n˜o. ca a Considerando uma fun¸˜o de 4 vari´veis, s˜o exemplos de mintermos: abcd, ca a a abcd e abcd. 9
  • 10. N˜o s˜o mintermos abc (pois n˜o tem todas as vari´veis), ab + cd (pois n˜o ´ a a a a a e um produto das 4 vari´veis), ab(cd) (pois as vari´veis tem que ser barradas uma a a a uma) e nem abcdd (pois a vari´vel d est´ repetida). a a Um exemplo de fun¸˜o descrita na forma soma de mintermos (por sim- ca plicidade referido por sdm- soma de mintermos) ´ a fun¸˜o de 3 vari´veis e ca a g = abc + abc + abc. Para entender a utilidade desta forma, observe a ta- bela 2, que ´ uma tabela verdade da fun¸˜o g e de cada um dos mintermos e ca presentes nela. a b c abc abc abc g 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 0 1 1 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 0 0 0 1 1 0 0 1 0 1 1 1 1 0 0 1 1 Tabela 2: tabela verdade da fun¸˜o g = abc + abc + abc e seus mintermos. ca Um mintermo, sendo um produto de todas as vari´veis presentes, s´ pode a o ser 1 em um unico caso, o que ´ exemplificado na tabela. Al´m disso mintermos ´ e e diferentes representam um 1 em posi¸˜es diferentes da tabela verdade, logo a co soma de mintermos indica qual das posi¸˜es da tabela-verdade ´ 1. Com base co e nisto, ´ poss´ descrever qualquer fun¸˜o l´gica no formato sdm. e ıvel ca o Fica ent˜o f´cil obter uma tabela verdade a partir de uma equa¸˜o na forma a a ca sdm ou vice-versa. Dada uma tabela verdade qualquer, cada linha em que a fun¸˜o ´ 1 corresponde a um mintermo. O mintermo abc s´ ser´ 1 quando a ca e o a etrada for abc = 111; abc ser´ 1 quando abc = 011 e assim por diante. Ou seja, a para uma vari´vel n˜o barrada num mintermo corresponde aquela vari´vel ser a a a 1 na tabela verdade e uma vari´vel barrada corresponde a um 0. a A tabela 4 apresenta todos os mintermos de uma fun¸˜o de 4 vari´veis junto ca a com a respectiva entrada que faz ele ser 1. Obviamente, com 2 vari´veis temos a 4 mintermos poss´ ıveis (ab, ab, ab e ab), com 3 vari´veis temos 8 mintermos a poss´ıveis, com 4 temos 16 e assim por diante. ´ E bastante usual se trabalhar com equa¸˜es na forma sdm. Uma das ra- co z˜es para isso ´ que uma sdm ´ uma soma de produtos, obviamente, e estamos o e e acostumados a trabalhar com equa¸˜es na forma de soma de produtos devido co `s propriedades da ´lgebra convencional. Mas a ´lgebra de Boole abre a opor- a a a tunidade de trabalharmos com uma equa¸˜o na forma produto de somas, o que ca leva a uma forma padr˜o alternativa: a forma padr˜o produto de maxtermos a a (ou pdm). Um maxtermo ´ uma soma n˜o barrada de todas as vari´veis da e a a fun¸˜o, sejam elas barradas ou n˜o. ca a Considerando uma fun¸˜o de 4 vari´veis, s˜o exemplos de maxtermos: a + ca a a b + c + d, a + b + c + d e a + b + c + d. N˜o s˜o maxtermos a + b + c (pois n˜o tem todas as vari´veis), ab + cd (pois a a a a 10
  • 11. n˜o ´ um produto das 4 vari´veis), a + b + (c + d) (pois as vari´veis tem que ser a e a a barradas uma a uma) e nem a + b + c + d + d (pois a vari´vel d est´ repetida). a a Da mesma forma que fizemos com mintermos, vamos analisar a fun¸˜o exem- ca plo g ′ = (a + b + c) · (a + b + c) · (a + b + c) para entender a utilidade da forma pdm, observe a tabela 3, que ´ uma tabela verdade da fun¸˜o g e de cada um e ca dos maxtermos presentes nela. a b c a+b+c a+b+c a+b+c g′ 0 0 0 1 1 0 0 0 0 1 1 0 1 0 0 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0 0 0 1 1 0 1 0 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 Tabela 3: tabela verdade da fun¸˜o g ′ = (a + b + c) · (a + b + c) · (a + b + c) e ca seus maxtermos. Observa-se analisando a tabela que cada maxtermo s´ ´ 0 para um unico o e ´ vetor de entrada e 1 para qualquer outra entrada. Pegando como exemplo o maxtermo a + b + c, como se trata de uma soma, ele ´ 1 sempre que a = 1, que e b = 1 ou que c = 0 (pois c est´ barrado), logo ele s´ ´ 0 quando a = b = 0 a o e e c = 1. Isto quer dizer que, enquanto cada mintermo representava uma linha da tabela verdade com sa´ 1, cada maxtermo representa uma linha na tabela ıda verdade com sa´ 0. ıda E para unir diferentes maxtermos, faz-se o produto deles, pois assim os 0’s se somam na f´rmula final. Da´ a forma ser o produto dos maxtermos. Fica o ı ent˜o f´cil descrever qualquer fun¸˜o como sdm ou pdm a partir de uma tabela a a ca verdade. Ou de uma equa¸˜o em uma das duas forma padr˜es, obter a tabela ca o verdade. A tabela 4 mostra tamb´m os 16 maxtermos equivalentes a cada e entrada poss´ com 4 vari´veis. ıvel a Exemplo 2: Reanalisando as tabelas 2 e 3, ´ f´cil chegar nas equa¸oes das fun¸oes g na e a c˜ c˜ forma pdm e g ′ na forma sdm: g = (a + b + c)(a + b + c)(a + b + c)(a + b + c)(a + b + c) (1) ′ g = abc + abc + abc + abc + abc (2) Exemplo 3: Deseja-se implementar um circuito que acione uma sa´ f caso 2 ou mais de ıda suas 3 entradas A, B e C forem 1. Resolu¸˜o (Usando Mintermos): ca O primeiro passo ´ montar a tabela verdade da fun¸ao f , vide tabela 5 e c˜ Analisando a tabela 5, podemos obter a equa¸ao de f na forma sdm. c˜ f (A, B, C) = ABC + ABC + ABC + ABC (3) 11
  • 12. a b c d mintermo maxtermo 0 0 0 0 abcd a+b+c+d 0 0 0 1 abcd a+b+c+d 0 0 1 0 abcd a+b+c+d 0 0 1 1 abcd a+b+c+d 0 1 0 0 abcd a+b+c+d 0 1 0 1 abcd a+b+c+d 0 1 1 0 abcd a+b+c+d 0 1 1 1 abcd a+b+c+d 1 0 0 0 abcd a+b+c+d 1 0 0 1 abcd a+b+c+d 1 0 1 0 abcd a+b+c+d 1 0 1 1 abcd a+b+c+d 1 1 0 0 abcd a+b+c+d 1 1 0 1 abcd a+b+c+d 1 1 1 0 abcd a+b+c+d 1 1 1 1 abcd a+b+c+d Tabela 4: Mintermos e maxtermos equivalentes a cada um dos poss´ ıveis valores de entrada de uma fun¸˜o de 4 vari´veis. ca a A B C f 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 1 1 1 1 0 0 0 1 0 1 1 1 1 0 1 1 1 1 1 Tabela 5: Tabela verdade da fun¸˜o f . ca E ent˜o basta aplicar os postulados e teoremas cab´ a ıveis a equa¸ao 3 para ` c˜ 12
  • 13. minimizar a fun¸ao. c˜ f (A, B, C) = ABC + ABC + ABC + ABC AB (T 6) = ABC + ABC + AB AC+AB (T 7) = ABC + AC +AB BC+AC (T 7) f (A, B, C) = BC + AC + AB (4) Resolu¸˜o (Usando maxtermos): ca Reanalisando a tabela 5, obtemos a equa¸ao de f na forma pdm. c˜ f (A, B, C) = (A + B + C)(A + B + C)(A + B + C)(A + B + C) (5) E novamente aplicando os postulados e teoremas cab´ ıveis: f (A, B, C) = (A + B + C)(A + B + C)(A + B + C)(A + B + C) A+B (T 6) = (A + B) (A + B + C)(A + B + C) A+C (T 7) = (A + B)(A + C) (A + B + C) B+C (T 7) f (A, B, C) = (A + B)(A + C)(B + C) (6) ´ a E f´cil mostrar que a equa¸ao 6 ´ equivalente a 4. Para tanto basta aplicar c˜ e ` repetidas vezes o postulado da distributividade (P5). 13