O documento discute como a formação do autoconceito é influenciada por fatores como a reação dos pais, professores e líderes, assim como a necessidade de aceitação e aprovação. Crianças que vivem em situações de pobreza tendem a desenvolver autoconceitos mais negativos, devido a problemas como falta de recursos, higiene e alimentação. No entanto, elogios e reforços positivos podem ajudar a estimular autoconceitos mais positivos.
3. Está intimamente ligado à necessidade de aprovação e aceitação. Ex.: Uma criança que não consegue aprender “nós” e é censurada pelo líder por causa de sua dificuldade, começa a ver o clube como um lugar desagradável, e a si mesmo como pouco inteligente. Ele passa a temer os gestos mais bem intencionados do professor e rejeita todo novo material, supondo que não poderia aprender, mesmo que tentasse.
4. Para atingir um auto-conceito, a criança é influenciada em grande parte pelos julgamentos dos outros a respeito dela. Ela incorpora todas as afirmações feitas pelos outros. Autoconeito é o que a Pessoa acredita que é
5. “ Você não pode terminar as coisas que começa?” “ Algumas vezes eu acho que você não tem nada na cabeça.” “ Mas você não aprende mesmo, heim?” “ Você não tem nada organizado.” “ Seu irmão é melhor que você.” “ Oh, como você é desajeitado!”
6. Um acumulo dessas mensagens começa a moldar as crenças da criança a respeito de si mesma. Através da censura e da reprovação, os líderes apenas conseguem convencê-la de que é incapaz e não tem valor.
7. “ Muito bem! Você fez tudo certinho” “ Parabéns! Que criança inteligente.” “ Estou tão satisfeito com vocês!” “ Isso mesmo! Você acertou...” Precisamos Acentuar o Positivo
8. No entanto, não se deve ser econômico em elogios, nem tão pouco desperdiçar oportunidades de reforçar positivamente suas crianças. Elogie sempre, nas ocasiões que achar oportunas. O elogio precisa ser feito nas oportunidades adequadas. Se for dado à toa perde o valor de reforço.
10. Você não tem jeito... Fez um papel muito feio! Garanto que seu amiguinho faria melhor...! Nunca mais quero ver você jogar!
11. Este líder espera da criança um desempenho que ele não é capaz de ter. Esse tipo de atitude é muito prejudicial para o auto-conceito da criança, que se sente humilhada e incompetente. Tanto faz se a criança vive num ambiente rico ou pobre; o jeito pelo qual ela é tratada pelos adultos e pelos companheiros exerce um papel marcante na formação de seu auto-conceito. O nível sócio econômico também pesa muito. Mas não é suficiente para determinar, por si só, a formação de uma auto imagem positiva ou negativa.
12. Também quero jogar... CHUIF! CHUIF! CHUIF! CHUIF! ? ? Sujo desse jeito? Você cheira feito bode!
13. A falta de higiene é um problema muito sério para as famílias pobres, que não podem ter boas condições de moradia. Para a mãe não sobra tempo para atender os filhos, há falta de água e de sanitários. Tudo isso muitas vezes obriga a criança a ir ao clube sujo, e os colegas olham para ele com pouco caso. Às vezes até o líder tem uma atitude de desprezo. Essas condições são muito negativas para o desenvolvimento do auto-conceito.
14. O diretor disse que hoje tem que levar a mensalidade ou então ir alguém explicar ... Ah! Este mês não dá ... Também não posso ir ao clube! Não adianta! Ou o dinheiro ou mãe ... Então você não vai ao clube, até eu dar um jeito ...
15. É comum as crianças pobres apresentarem mais dificuldades para desenvolver um bom auto-conceito. Isto ocorre porque, além das dificuldades próprias da pobreza, o clube ainda faz exigências que a família não pode cumprir. A mãe de João não pode atender ao que o clube pede, e não sabe resolver a situação, por isso, faz o menino abandonar o clube. É claro que essa atitude vai influir no auto-conceito do João. Mesmo que ele volte ao clube, é bem possível que se sinta inferior a seus colegas, abandonado e inseguro. O nível sócio-econômico pesa muito no desenvolvimento do auto-conceito da criança. Mas não é suficiente para determinar por si só a formação de um auto-conceito positivo ou negativo. O jeito pelo qual ela é tratada e o ambiente em que vive exercem um papel marcante.
16. E você Edna? O que é isso? Que trabalho imundo, cheio de gordura Parabéns! Tudo certinho Muito bem! Que trabalho bem feito!
17. A família de Edna é pobre. A casa, de um só cômodo, não possui um lugar adequado para ela fazer o trabalho. O número de pessoas é grande. Além disso, os pais não podem comprar todo o material que ela precisa. Em meio a tudo isso, é bem difícil manter. Quando o líder chama atenção para as más condições do material, diante dos colegas, a criança sente-se envergonhado e diminuída. Situações desse tipo influem negativamente na formação de seu auto-conceito.
18. Já é tarde... Passe logo seu uniforme, você está atrasada! Vá rapidamente à padaria comprar leite e pão. Seu irmão está chorando, veja o que foi! Ai! Você não poderá ir ao clube... Queimou seu uniforme!
19. Enquanto muitas crianças dessa idade ocupam seu tempo em brincadeiras, Joaninha precisa assumir responsabilidades. Deve cuidar de sua roupa, tomar conta do irmãozinho e ajudar em tarefas da casa. A menina só tem um uniforme. Se ele estiver sujo, molhado ou estragado, não poderá ir ao clube, porque o uniforme é obrigatório. Talvez pudesse ir com outra roupa e tentar conversar com o líder. Mas isso significa também ficar numa posição desagradável e humilhante. Situações desse tipo influem sobre sua auto-imagem de forma bem negativa.
20. Hora de fazer especialidades. Ploft! Antônio, você não presta atenção? Parece que vive no mundo da lua!
21. A fome, muito comum em nossos dias, é a causadora dos mais variados problemas entre as crianças. Muitas que passam fome não conseguem manter-se atentos nem interessados, sentem-se cansados e mal dispostos durante a maior parte do tempo. Nessas condições, o fracasso é um resultado bem comum. A criança não consegue sair-se bem no clube e por isso passa a ter uma imagem negativa de si mesma.
22. Você se lembra das cenas desta página? Nelas aparecem crianças cujas famílias apresentam problemas de... ... Falta de condições econômicas para pagar a mensalidade ... Falta de tempo dos pais. Eles não podem ir ao clube, nem atender às necessidades de seus filhos
23. ... Falta de recursos para garantir boas condições de higiene nas casas. ... Falta de espaço para a criança fazer suas lições de casa, guardar e manter bem cuidado seu material do clube. Sujo desse jeito? Você cheira feito bode! E você Edna?
24. ... Fome ou falta de alimentação suficiente e adequada.
25. Todos esses problemas costumam acontecer em situações de pobreza. A criança que vive nesse meio, que enfrenta tudo isso em sua casa, em geral não se sente bem sucedida, vencedora. Ao contrário: mostra-se insegura, com medo de situações novas. Não tem uma boa imagem de si mesma. Além disso, se ela também for mal sucedida no clube, seu auto-conceito ficará ainda mais baixo.
26. Reforço Positivo: Uma Arma Valiosa Muito bem! Você fez tudo certinho! Parabéns! Que criança inteligente Estou satisfeito com vocês... Isso mesmo! Você acertou!
27. Essas são algumas das frases que você deve usar. São elogios que estimulam e incentivam a criança, atuando como reforço positivo. Como você já viu, o reforço positivo é excelente para desenvolver o auto-conceito da criança. Mas você precisa saber usá-lo, nas situações adequadas. Veja algumas condições:
28. Só diga muito bem quando você achar que a criança está se esforçando de verdade, fazendo o melhor que pode. Está quase certo... Mas você pode melhorar, tente fazer de novo. Agora sim! Parabéns! E agora? Está bom? Acertei?
29. O elogio precisa ser pensado e feito em relação a cada criança individualmente. A mesma tarefa pode ser bem fácil para uma criança e muito complicada para outra. Já acabei! Fui a primeira, está bom? Muito bem, Rosa. Agora pode fazer o seu desenho
30. O elogio precisa ser feito nas oportunidades adequadas. Se for dado à toa perde o valor de reforço. No entanto, você não deve ser econômico em elogios, nem tampouco desperdiçar oportunidades de reforçar positivamente suas crianças. Elogie sempre, nas ocasiões que achar oportunas.