Oscar Wilde nasceu na cidade de Dublin em 16 de outubro de 1854, quando a atual República da
Irlanda ainda pertencia ao Reino Unido,
Oscar Wilde saiu de Oxford em 1878.
Passou a morar em Londres e começou a ter uma vida social bastante agitada, sendo logo
caracterizado pelas atitudes extravagantes.
Defendia, a partir de fundamentos históricos, o belo como antídoto para os horrores da sociedade
industrial.
Em seu único romance, O Retrato de Dorian Gray, considerado por críticos como obra-prima da
literatura inglesa, Oscar Wilde trata da arte, da vaidade e das manipulações humanas. Foi o seu
único romance.
Escreveu também várias novelas, peças de teatro e contos infantis.
É conhecido pela sua linguagem irónica e simbólica.
Em seus contos infantis preocupou-se em deixar lições de moral através do uso de linguagem
simples
Faleceu no ano de 1900.
Considerando este trecho, consideras que a maioria da população da cidade era:
Feliz
Infeliz
Nem uma coisa nem outra
Lá em cima, a olhar para a cidade, de pé sobre uma alta coluna,
encontrava-se a estátua do Príncipe Feliz. Estava revestido de finas folhas
de ouro puro. Os olhos eram duas safiras cintilantes e no punho da
espada brilhava um grande rubi cor de sangue. O príncipe era realmente
muito admirado.
— É mesmo flamejante—observou um vereador, querendo dar-se ares
de grande apreciador de arte... — Só é pena que não tenha utilidade
nenhuma — acrescentou, com medo que o considerassem incompetente,
como realmente era.
— Por que não és como o Príncipe Feliz? — perguntou uma mãe
desesperada ao seu filho que fazia uma birra.
— O Príncipe Feliz nunca chora!
— Fico contente em saber que nesta terra ainda há alguém
verdadeiramente feliz — resmungou um descontente ao contemplar a
sumptuosa estátua.
«Não sabe falar e temo que seja pretensiosa pois está sempre
a namoriscar com o vento» — dizia de si para si a andorinha.
Porque razão achas que a andorinha considerava que a cana do rio
“namoriscava” com o vento?
Porque a cana abanava ao sabor do vento.
Porque o vento e a cana falavam um com outro.
Porque o vento conhecia a cana.
Porque razão chorava o Princípe?
Entristecia-o ver a forma como vivia o povo da cidade.
Tinha saudades da vida que levou durante a sua vida.
Chorava porque se sentia só.
Quem és tu? — perguntou.
Eu sou o Príncipe Feliz.
Então por que choras? Quase me afogavas...
Quando vivia e tinha um coração de homem não sabia o que eram as lágrimas, pois vivia
no Palácio da Despreocupação, onde o sofrimento não pode entrar. De dia divertia-me no
parque de diversões com os meus amigos e, de noite, dirigia as danças no salão nobre. À
volta do parque havia um muro muito alto, mas eu nunca me preocupei em saber o que
existia do outro lado. À minha volta era tudo tão bonito! Os meus cortesãos chamavam-
me «o Príncipe Feliz». E eu era realmente feliz se por acaso ao prazer se pode chamar
«felicidade». Assim vivi, assim morri. Agora que estou morto puseram-me aqui em cima,
num lugar tão alto que me deixa ver todas as coisas feias e todas as desgraças da minha
cidade. Perante tudo isto, embora o meu coração seja de estanho, não posso senão chorar.
“Andorinha, minha andorinha, leva-lhes o rubi do punho da
minha espada. Faço-te este pedido porque tenho os pés
pregados a este pedestal e não me posso mexer.”
O Príncipe Feliz não se pode mexer porque:
Pregaram o príncipe para o castigarem.
Porque é uma estátua, apesar do seu coração viver.
Porque não quer sair do seu pedestal.
“Mas o Príncipe Feliz parecia tão triste e preocupado que a andorinha
não foi capaz de lhe dizer que não,
- Está muito frio — disse — mas fico aqui esta noite e serei o teu
mensageiro.
- Obrigado, querida andorinha — disse o Príncipe.”
Porque necessitaria o Príncipe Feliz de um mensageiro?
Para transmitir ao seu povo uma mensagem de esperança.
Para enviar ajuda a pessoas necessitadas.
Para enviar cartas de amor às donzelas da corte.
“- Espero que o meu vestido esteja pronto a tempo para o poder vestir
no baile de gala — respondeu ela. — Ordenei que lhe bordassem
passifloras, mas as bordadeiras estão tão preguiçosas!”
Como classificarias as declarações desta dama de honor da corte do rei:
Arrogante, desdenhosa e mentirosa.
Vaidosa e invejosa.
Verdadeira, engraçada e caridosa.
“A andorinha entrou e colocou o grande rubi em cima da mesa, ao pé
da mulher. Depois, esvoaçou ligeira à volta da cama de modo a
refrescar, com os batimentos das suas asas, a fronte do rapazinho.
- Que fresquinho! — disse a criança. — Acho que me estou a sentir
melhor... — e mergulhou num profundo sono.
Em seguida, a andorinha regressou para junto do Príncipe Feliz e disse-
lhe o que fizera.
- Que estranho! — observou. — Tenho a impressão de estar com calor.
Contudo, está tanto frio!”
Porque razão se sentia a andorinha com calor?
Porque tinha voado bastante.
Porque ficara doente devido à sua tarefa de mensageiro
do Príncipe.
Porque fizera uma boa ação e o seu coração estava quente.
“Visitou todos os monumentos públicos e permaneceu durante muito
tempo em cima do campanário. Para onde quer que fosse podia-se
ouvir o pipio dos pardais, que diziam uns para os outros:
- Que elegante estrangeiro!
E a andorinha sentia-se muito envaidecida.”
Porque consideravam os pardais “um elegante estrangeiro” aquela andorinha?
Porque a andorinha naquele inverno já não devia estar ali, mas sim num
país do sul.
Porque a andorinha teria voado tresmalhada do seu bando, para aquela cidade.
Porque aquela andorinha tinha uma pio diferente.
“- Ficarei contigo mais uma noite - declarou a andorinha, que, na
verdade, tinha um bom coração.
- Queres que lhe leve um rubi?”
A andorinha tinha bom coração porque:
Aguentava bastante esforço para enviar as mensagens do Príncipe.
Sentia também como o Príncipe, bastante pena por aqueles que
necessitavam de ajuda.
Tinha bom coração porque ela era alegre e divertida.
“- Lá em baixo, na praça há uma pequena vendedora de fósforos. Os
fósforos caíram no ribeiro e estragaram- -se. O pai dela bater-lhe-á se
chegar a casa sem dinheiro e, por isso, está a chorar. É muito, muito
pobre e traz a cabeça descoberta. Arranca de mim o outro olho e dá- -
lho para que o pai não lhe bata.”
Porque seria que o Príncipe queria que a sua amiga andorinha lhe retirasse os olhos?
Porque não queria ver a miséria do seu povo.
Porque não podia parar de chorar, e isso doía-lhe muito.
Porque os seus olhos eram safiras valiosas que poderiam ajudar
pessoas muito necessitadas.
“- Querida, pequena andorinha, contas-me coisas extraordinárias, mas não há nada mais
assombroso do que o sofrimento de homens e de mulheres. Não há mistério maior do que a
miséria. Voa pela minha cidade, andorinha, e diz-me o que vês lá em baixo.
Então, a andorinha começou a voar, a percorrer a cidade e viu os ricos divertirem-se nas suas
casas, enquanto os mendigos se sentavam diante das cancelas. Voou por becos escuros e viu as
carinhas pálidas das crianças esfomeadas que contemplavam as ruas negras. Depois viu duas
outras crianças que se abraçavam para se aquecerem e que diziam, tremendo:
- Temos tanta fome!
-Não podem estar aqui! — admoestava-as o polícia.
E as crianças começaram a vaguear à chuva.
A andorinha saiu dali e foi contar ao Príncipe tudo o que vira.”
Escolhe a frase que mais se aproxima do que a andorinha viu sobre a cidade
Naquela cidade, o sofrimento e a miséria da população, eram generalizados.
A maioria da população da cidade era feliz, no entanto alguns sofriam com a sua
situação de pobreza.
Enquanto alguns habitantes daquela cidade viviam na abundância, a maioria vivia
na miséria.
“Em seguida chegou a neve e depois da neve o gelo. As ruas
pareciam de prata, de tão lisas e brilhantes. Longos pedaços de gelo,
semelhantes a estiletes de cristal, pendiam das goteiras das casas. Todas
as pessoas usavam agasalhos de pele e as crianças vestiam roupas
pesadas e patinavam no gelo.
A pobre andorinha tinha cada vez mais frio mas não queria
abandonar o Príncipe, pois gostava muito dele. Quando o padeiro se
distraía, aproveitava para bicar as migalhas da padaria e aquecer-se,
batendo as asas.”
Segundo esta descrição do clima daquela região, qual das afirmações em baixo consideras mais adequada:
O inverno na cidade do Príncipe Feliz chegava brando e suave.
Era um inverno rigoroso, difícil de suportar por aves que
normalmente naquela época já teriam viajado para lugares
mais quentes.
O clima naquele lugar era semelhante à região em que residimos.
“Apenas teve forças para pousar uma última vez nos ombros do
Príncipe.
- Adeus, querido Príncipe. Posso beijar a tua mão? -
murmurou.”
Porque se despedia a andorinha do Príncipe?
A andorinha despedia-se do Príncipe porque estava falecer.
A andorinha despedia-se do Príncipe porque iria viajar
finalmente para o Egito.
A andorinha despedia-se do Príncipe porque o seu trabalho
como mensageira tinha acabado.
“Nesse preciso momento ouviu-se um estranho estalido na estátua, como se, no seu
interior, se tivesse quebrado alguma coisa. Na verdade, o coração de estanho partira-se
exatamente ao meio. Certamente por culpa daquela tremenda geada!
Na manhã seguinte, o presidente da Câmara foi passear muito cedo para a praça,
acompanhado pelos vereadores. Quando passaram diante da coluna, o presidente levantou o
olhar em direção à estátua:
- Meu Deus! Como está estragado o Príncipe Feliz! — exclamou.”
“Então, a estátua do Príncipe Feliz foi retirada cimo da coluna.
- A partir do momento em que deixou de ser bonita, também deixou de ser útil — disse o
professor de História da Arte da Universidade.”
Qual das frases em baixo se aproxima do significado da afirmação do professor:
Sem beleza uma estátua não pode ser útil.
Tudo o que é útil, é belo.
A estátua continua bela, mas inútil porque está estragada.
“Traz-me as duas coisas mais preciosas da cidade — ordenou Deus a um
dos seus anjos.
E o anjo levou-lhe o coração quebrado e a andorinha morta.
- Escolheste bem — aprovou Deus — porque no meu jardim do Paraíso
este passarinho cantará para sempre, e na minha cidade de ouro o
Príncipe Feliz louvar-me-á.”
Porque considerou Deus as coisas mais preciosas da cidade , o coração quebrado do Príncipe e andorinha?
Naquele inverno foram as duas “coisas”, mais generosas
da cidade.
Porque eram duas coisas bonitas.
Porque estavam mortas.
FIM