SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 23
Descargar para leer sin conexión
RESUMO DO III SIMPÓSIO SOBRE TECNOLOGIAS NO CULTIVO DO CAFEEIRO 
SUMÁRIO 
PALESTRA 1: Doenças e Produção de Cafeeiro – Eng. Agr. Flávia Rodrigues Alves – IB/APTA 
PALESTRA 2: Adubação Organomineral – Eng. Agr. Eduardo Lima de Souza – Faz. Ponto Alegre 
PALESTRA 3: Fertilizante de Liberação Controlada – Eng. Agr. Heitor Cantarella – IAC 
PALESTRA 4: Inovações Tecnológicas na Cafeicultura – Alessando S. de Oliveira – AP Agrícola 
PALESTRA 5: O Que Fazer Para o Café Ser Rentável ? – Eng. Agr. Celso L. Vegro – IEA 
PALESTRA 6: Fertilizantes Via Gotejo – Eng. Agr. José A. Quaggio – IAC 
PALESTRA 7: Viabilidade da Colheita Mecanizada – Eng. Agr. Rogner C. Avelar – SEBRAE 
PALESTRA 8: Fertilidade e Nutrição do Café – Eng. Agr. José Laércio Favarin – ESALQ/USP
PALESTRA 1: Doenças e Produção de Cafeeiro – Eng. Agr. Flávia Rodrigues Alves – IB/APTA 
CONTATO: flavia@biologico.sp.gov.br 
Tendência do mercado de café é a redução de área e aumento na produtividade com redução na bienalidade. Principais doenças do Café: Ferrugem, Cercospora, Mancha Aureolada, Phoma e Colletotrichum. 
FERRUGEM: Condições favoráveis para início do desenvolvimento são temperaturas entre 22 e 24 ◦C e precipitação de 30 mm. Quanto maior a produção (carga alta) mais suscetível à incidência da doença. Início da pressão ocorre em Dezembro e aumenta exponencialmente até Julho/Agosto. Quanto maior a incidência da ferrugem menor a produção no ano seguinte devido ao dano na gema floral e perda de folhas. Quando não controlada, a ferrugem aumenta a bienalidade, com diferença de até 10,5 sc/ha em média segundo alguns ensaios, o que pode representar na prática redução de 20 à 40% da produção na próxima safra. O ciclo varia de 25 à 45 dias. 
Expectativa para a safra 2014/15 é de que haja explosão na ferrugem tardia, devendo-se atenção especial ao controle preventivo, com redução do intervalo de aplicação (maior frequência de aplicação). Recomenda-se usar fungicidas com indutores de resistência e cobre em aplicações foliares. 
CERCOSPORA: Prejudica a qualidade da bebida (gruda no tegumento), além de ser disseminada pelo ácaro da leprose. Relaciona-se com desequilíbrio entre N(baixo)/K(alto). Ocorre com maior frequência em solos arenosos, lavouras irrigadas, cultivos orgânicos e nas condições do Cerrado. Condições favoráveis para o seu desenvolvimento é temperaturas elevadas (> 25◦C) e altas precipitações, o que coincide com os meses de Janeiro e Fevereiro. O ciclo varia de 10 à 30 dias, o que exige maior frequência de aplicação. O fungo penetra no fruto cerca de 3 meses após o florescimento (janeiro/Fevereiro), no entanto a infestação ocorre em Setembro/Outubro. As perdas na qualidade são ocorridas pela lesão nos frutos. Plantas com muita carga apresentam maiores dificuldades para o controle, além de uma desfolha intensa. 
Manejo da Cercospora: Evitar desequilíbrio N/K através de uma adubação balanceada; Utilização de cultivares resistentes (Ouro Verdem Catuaí IAC 85, Catuaí SH3); Maior frequência de aplicações de fungicidas com Triazol + Estrobirulina; Aplicações mensais (parceladas) de cobre foliar em Novembro/Dezembro/Janeiro/Fevereiro. 
MANCHA AUREOLADA: Causada pela bactéria Pseudomonas syringae, com maior ocorrência nos últimos 4 anos, devido a problemas com manejo e qualidade das mudas. Tem relevada importância no sistema Safra Zero, após as podas, pois é favorecida em tecidos jovens. Em geral, sua ocorrência é predominantemente em locais com maiores altitudes e alta velocidade de vento, ocasionando ferimentos por onde ocorre a penetração da bactéria. Quando há chuva de pedras associada a ventos fortes é maior a intensidade da doença. O ciclo é curto (6 à 10 dias) em condições favoráveis. A bactéria consegue penetrar na flôr, porém os frutos pequenos continuam sendo os mais susceptíveis a penetração da bactéria.
A utilização de quebra ventos é de extrema importância em regiões de elevada altitude e 
ventos fortes, e junto com hidróxidos e óxidos de cobre ajudam na redução da infestação na 
planta. O controle químico não é tão eficaz devido ao agente ser bactéria. 
A escolha do cultivar é fundamental para o manejo da doença em áreas com potencial de 
infestação. Mundo Novo, Bourbon Vermelho e Amarelo são considerados cultivares muito 
susceptíveis, enquanto que, Catuaí e Obatã apresentam média susceptibilidade à doença. O 
manejo baseia-se em evitar o contato da bactéria com os tecidos novos (mais suscetíveis) 
através de quebra ventos, plantio em áreas de menor altitude, aplicações de Cobre pós 
colheita/início das brotações novas. A doença está presente na lavoura durante o ano todo, no 
entanto, sua importância ocorre principalmente no estágio de flores alfinetes e brotações. 
Recomenda-se aplicar Cobre na concentração de 1 Kg/ha na calda, além de reduzir o intervalo 
entre aplicações em períodos chuvosos, situação em que o Cobre é lavado. 
MANCHA DE PHOMA: Doença regionalizada em regiões com temperaturas mais baixas (12 à 
22◦C) e menores umidades. Predomina no Brasil a Ascochyta coffea, hoje chamada de Phoma 
tarda. A principal diferença do sintoma em relação a mancha aureolada é que as lesões ocorre 
na ponta dos ramos, enquanto que a aureolada ocorre no ponteiro. Devido a sua 
característica, não aparece Phoma no verão (altas temperaturas). O ciclo para incubação é 
muito curto (6 à 10 dias). 
ÉPOCA DE MAIOR IMPORTÂNCIA DAS DOENÇAS: 
CONCLUSÕES: Na safra 2014/15 deve se atentar à Ferrugem tardia através de 
monitoramentos constantes e controles mais frequentes. Acertar o momento de tratamento e 
equilíbrio da adubação de Nitrogênio e Potássio. 
D J F M A M J J A S O N D 
Época Ideal de Controle 
Época Ideal para desenvolvimento da doença 
FERRUGEM 
CERCOSPORA 
AUREOLADA 
PHOMA
PALESTRA 2: Adubação Organomineral – Eng. Agr. Eduardo Lima Sousa – Faz. Ponto Alegre 
CONTATO: eduardolimadesousa@gmail.com / (35) 9852-6840 – Cabo Verde/MG 
Definição de Organomineral: É a mistura/combinação de fertilizante orgânico humificado, 
turfa ou linito com fertilizante mineral, tendo como produto final um fertilizante de liberação 
lenta ou disponibilidade controlada, melhorando a eficiência agronômica dos minerais para as 
plantas. Na legislação, os organominerais devem obedecer ao seguinte requisito: 
Eficiência dos fertilizantes orgânicos em relação ao mineral: 
Orgânico é condicionador do mineral, o que ocorre em função da maior CTC, maior pH, maior 
superfície específica, maior Capacidade de Retenção de Água e maior formação de quelatos. 
EQUAÇÃO DA NUTRIÇÃO 
M(fertilização) = {[M(vegetação) + M(produção)] – M(disponibilidade no solo)} x f 
Quando f é maior que 1 compensar as perdas devido a volatilização de N, S e Se; Lixiviação de 
N, K, S, B, Cl e Se; Fixação de P, K, N, B, Co, Cu, Fe, Mn, Zn, Mo e Ni; por erosão considerar 
todos os elementos. 
PORQUE ADUBAR ? 
Para repor quantidade de nutrientes exportados pela cultura e recompor perdas e interações 
que ocorrem no sistema (70% do K fica na casca do café). Observação: Para cada 1 sc de café 
beneficiado produz 1 sc de palha (importância do K). 
QUANTO ADUBAR ? 
A quantidade de organomineral será definida pelos critérios técnicos embasados em análises 
de solo, folha, carga e idade da lavoura. Pode se fazer uma redução de 30, 50 e 30% 
respectivamente em N, P e K no balanço nutricional para a cultura. Em média, para uma 
produção de 40 sc/ha são exigidos pela planta cerca de 208 Kg de N, 30 Kg de P e 142 Kg de K. 
Umidade (%) máximo 30% 
C orgânico mínimo 8% 
pH mínimo 6 
Soma NPK > 12 
Margem Tolerância 10% 
Mineral Orgânico 
Nitrogênio 60% 50% 
Fósforo 12% 60% 
Potássio 60% 100%
QUANDO ADUBAR ? 
Por se tratar de fertilizante de liberação lenta, recomenda-se antecipar as aplicações ao início do período das chuvas. Ideal logo após a colheita. Dependendo da fertilidade natural e textura do solo, recomenda-se aplicar em uma única vez ou em até 2 parcelamentos. Solos mais arenosos e com CTC menor fazer o parcelamento em 2x. 
ONDE ADUBAR ? 
Posicionar em ambos os lados da planta. A maneira e localização do fertilizante organomineral é idêntica a recomendada para o fertilizante mineral. Deve-se procurar atingir as radicileas novas, onde há maior eficiência na absorção da solução do solo (com nutrientes). Aplicar organomineral preferencialmente em condições de céu limpo (sem chuvas e muitas nuvens) ou muito orvalho. Evitar aderência da substância na folha, o que pode ocasionar queima. Um bom exemplo de aplicação eficiente desse tipo de composto é a moto com distribuidor, muito utilizado na região de Nova Resende/MG, ao passo que a distribuição através de pessoas (a lanço) é pouco eficiente além de permitir excessos de aplicação em algumas áreas. O rendimento na situação Sul de Minas é de em média 1000 Kg/homem/dia. O custo do fertilizante organomineral é semelhante ao mineral, no entanto sua maior eficiência de utilização pela planta compensa a maior atenção que deve ser dada a esse tipo de aplicação. 
CALAGEM: No sistema organomineral tende a reduzir a necessidade após alguns anos de utilização. No estudo de caso, após 9 safras utilizando-se fertilizante organomineral houve redução de 2/3 do calcário. Para aumentar 1 mg/dm³ de M.O é preciso em média 50 toneladas de esterco de galinha por hectare, considerando a densidade do solo = 1g/cm³. Observou também aumento na CTC do solo, no P lábil, além de maior teor de N na folha. 
VANTAGENS DO ORGANOMINERAL 
Produto de liberação lenta; Redução dos custos de operação; Melhora as propriedades físicas do solo; Contribui para atividade biológica do solo; Reduz fixação de P no solo; Maior enraizamento e resistência à seca; Menor demanda de calcário; Melhor logística de distribuição no campo; Melhor qualidade da bebida;
PALESTRA 3: Fertilizante de Liberação Controlada – Eng. Agr. Heitor Cantarella – IAC 
CONTATO: cantarella@iac.sp.gov.br 
A eficiência do uso do Nitrogênio pelo café depende do manejo do sistema e efeito da 
irrigação. 
Imobilização não é perda, mas sim não disponibilização imediata à planta. O NO3- quando 
presente nesta forma no solo pode sofrer lixiviação, percolando junto com a água através do 
perfil do solo. Dessa forma, recomenda-se parcelar a adubação nitrogenada quando a fonte 
principal for o Nitrato (NO3-). 
O NH4+ (Amônio) pode sofrer volatilização, processo que ocorre principalmente em solos com 
pH alto: NH4+ em solo ácido NH3 + H+: vira amônia que é muito volátil. A utilização de uréia 
promove perdas por volatilização de NH3 em todas as condições de solo. Dessa forma, a 
utilização de Uréia é menos eficiente do ponto de vista agronômico em relação a fontes de 
Nitrato e Sultato de amônio, devido a volatilização da amônia. A desnitrificação (produção de 
N2O) ocorre em condições anaeróbicas (sem oxigênio disponível à bactérias), geralmente em 
solos inundados, o nitrato é consumido de 2 à 7 dias. No entanto, pequena quantidade 
também ocorre durante a nitrificação (condição aeróbica). 
MEDIDAS PARA REDUZIR PERDAS DE NITROGÊNIO 
Utilização de fontes alternativas de N e/ou fertilizantes de eficiência aumentada como: 
A) Fertilizantes de liberação lenta: Recobertos, encapsulados ou insolúveis 
B) Fertilizantes estabilizados: contêm aditivos ou inibidores de reação enzimática 
Os principais objetivos da utilização deste tipo de fertilizantes são: 
-Reduzir problemas com excesso de N (poluição de lençóis freáticos); 
-Fornecer nutrientes acompanhando a necessidade da planta ao longo de seu 
desenvolvimento; 
-Reduzir a necessidade de parcelamento; 
-Reduzir perdas por ineficiência e imobilização; 
A) FERTILIZANTES NITROGENADOS DE LIBERAÇÃO LENTA 
-Uréia Formaldeido (UF) = 38% de N 
-Isobutilidene Diuréia (IBDU) = 31% de N 
Fertirrigação Convencional 
Nitrogênio 80% 50% 
Fósforo 70% 30% 
Potássio 80% 60%
-Crotonilidene Diuréia (CDU) = 32% de N 
FERTILIZANTES NITROGENADOS DE LIBERAÇÃO CONTROLADA 
-Uréia Recoberta com Enxofre e Cera (SCO): para ser liberada a cera deve ser degradada por microorganismos. Fendas na estrutura cristalina do S permite a liberação controlada do N. Falhas na estrutura de cobertura podem danificar o produto quando empilhado em excesso, 
FERTILIZANTES NITROGENADOS DE SOLUBILIDADE CONTROLADA 
-Cobertura com polímeros de resina sintética o que promove a permeabilidade controlada e associação com outros nutrientes no mesmo grânulo: 
I) A água penetra no grânulo pelos poros do polímero 
II) A dissolução dos nutrientes aumenta a pressão osmótica 
III) Liberação dos nutrientes de acordo com as condições de Temperatura (quanto maior mais rápida ocorre) 
Os produtos de liberação controlada estão com muitos resultados positivos na literatura, dentre eles estão a dispensa do parcelamento. No entanto, há casos de falhas no recobrimento dos grânulos e condições de solo/clima que não favorecem a liberação dos nutrientes antes ou depois do pretendido. 
RELAÇÃO DE PREÇOS X CONVENCIONAL 
-Custo do polímero é de 10 à 30 vezes o custo do fertilizante em si. 
-Em geral, a participação de fertilizante liberação lenta comparando com o mercado convencional é de 0,19% do mercado. 
B) FERTILIZANTES ESTABILIZADOS 
Basicamente há dois tipos desse fertilizante: os inibidores de nitrificação e inibidores de urease 
INIBIDORES DE NITRIFICAÇÃO: Visam interromper a transformação do amônio em nitrito, e manter o N na forma amoniacal por um período maior de tempo. São de diversos compostos como Nitropirina, Diacinodiamida, DMPP. Em solos leves (arenoso) possuem efeitos positivos evitando a lixiviação de nitrato, além de oferecer flexibilidade e alternativas no manejo como antecipação, redução e parcelamento das doses. 
INIBIDORES DA UREASE: bloqueiam a reação de hidrólise da uréia. Principais tipos de compostos são as triamidas fosfóricas, CHPT, NBPT e PPDA, com destaque para a NBPT, que foi lançada em 1996 nos EUA. O interesse no produto no Brasil ocorreu devido a importância da Uréia, que representa cerca de 60% de toda a adubação de N no mercado. Possuem estabilidade de 3 à 7 dias nas condições de clima do Brasil. Em temperaturas mais baixas o efeito do NBPT é mais duradouro. O pico de perda da uréia ocorre de 3 à 5 dias após a aplicação. Com esses inibidores há o bloqueio da redução da volatilização por até 10 dias,
protegendo a liberação. É possível uma maior eficiência de uso, especialmente devido a 
redução das perdas por volatilização. 
CONSIDERAÇÕES GERAIS 
Os produtos de liberação lenta/controlada ainda são considerados produtos de nichos de 
mercado. 
A casca contêm 40% do N e 55% do K do fruto. 
O Nitrogênio é fundamental para a formação de ramos (estimula crescimento). Em plantas 
adultas, ocorre a produção de 2 Kg de Matéria Seca/Planta por ano que normalmente é a 
produção de novos ramos, o que gera em um hectare cerca de 8 toneladas por ano de matéria 
seca. 
Mais de 50% do N da parte aérea da planta vem do solo. Boa parte do N fornecido via 
fertilizante fica no solo na M.O. 
QUANDO É VIÁVEL REDUZIR DOSES DE N ? Quando o aumento da eficiência implica em 
redução de perda para o ambiente (ex: menores perdas por volatilização de amônia e menores 
lixiviações de nitrato). É difícil dimensionar perdas, pois estão geralmente associadas a fatores 
ambientais. 
QUANDO É ARRISCADO REDUZIR DOSES DE N ? Quando os ganhos com redução não são 
apropriados para o agricultor. Redução de doses pode implicar em redução do estoque de 
nutrientes no solo (diminuição da fertilidade em médio prazo). Normalmente as doses 
recomendadas estão próximas a exportação. O fósforo tem longo efeito residual, o potássio 
também é retido com exceção em solos arenosos e bem drenados. O nitrogênio é acumulado 
na fração orgânica e é responsável pelo suprimento das plantas em longo prazo. 
COMO PAGAR PELA TECNOLOGIA DOS FERTILIZANTES DE EFICIÊNCIA AUMENTADA ? 
Considerar o custo extra como seguro contra perdas. O preço não pode ser muito diferente 
das opções de manejo de outras fontes. Compensar com conveniência ou reduções de outros 
custos, além de facilidade na operação e economia com equipamentos, mão de obra e tempo. 
Fruto Todo Casca EXTRAÇÃO 
% do Fruto kg/ton café beneficiado 
N 165 65,5 99,1 60 39,7 
P 10 4,5 5,6 56 2,4 
K 185 103,1 81,4 44 44,5 
Ca 26 16,1 9,6 37 6,3 
Mg 12 3,7 8,2 68 2,9 
S 12 5,6 6,5 54 2,9 
Quantidade Exportada 
Café com 8 anos. Produção 4200 kg/ha; média de 10 cultivares 
CONTEÚDO DE NUTRIENTES 
kg/ha
PALESTRA 4: Inovações Tecnológicas na Cafeicultura – Alessando S. de Oliveira – AP Agrícola 
CONTATO: AP Agricola e CPAP – Piumhí/MG 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Valor do agronegócio: representa 32% dos empregos, 41% das exportações e 23% do PIB. 1 a cada 3 reais gerados no país se deve ao agronegócio. 
PRINCIPAIS DIFICULDADES E DESAFIOS NA CAFEICULTURA 
Leis ambientais e trabalhistas; Escassez e elevados custos com mão de obra qualificada; Maquinário ultrapassado; Produzir qualidade; Gestão da propriedade e venda do produto; Logística pouco eficiente e cara; Água para irrigação e lavouras de sequeiro (Catuaí e Icatu são os piores materiais para resistir a seca); 
PARADIGMA – QUESTÕES ATUAIS 
-ÁGUA: Secas e prejuízos no armazenamento e retenção de água no solo; 
-GESTÃO: Lucro em épocas de crise; Interpretação de dados; Custo da produção; 
-PESSOAS: Treinamento dos colaboradores; Treinamento das lideranças; 
-CONSERVAÇÃO DO SOLO: Preparo para suportar chuvas; Controle de erosão e nutrição; 
-MECANIZAÇÃO: Qualidade das operações de pulverização, colheita; adubação e podas; 
VANTAGENS DO SISTEMA SAFRA ZERO 
-Redução de 50% do uso de máquina no chão e uso de colheita de árvore. Colheita no chão é muito cara. 
-Redução da perda de água evaporada do solo (carreador) com manutenção de vegetação; 
-Maior recuperação do sistema radicular, promovendo maior tolerância a seca e maior renovação de raízes secundárias. 
SISTEMA AP ROMERO 
-Podar cedo e tratos culturais no momento correto; 
-Adubação em área total favorecendo maior produção de M.O pela brachiária entre linha. Parcelar em 3 aplicações sendo a primeira em Agosto, segunda em Outubro e a última em Abril. 
-Plantio de Brachiária na entre linha: maior eficiência no uso da água (economia de 108 mm/mês devido a redução de evaporação) e redução na temperatura do solo devido a cobertura.
-Utilização de maquinário que permite colheita sem retirar a brachiária e evitar derrubar café no chão (alto custo para varrer e colher depois); 
-Redução de 50% do volume de calda nas aplicações: para café usar 150L/ha, para cereais 30L/ha. Utilizar produtos que aumentem a proteção das gotas e melhoram a tecnologia de aplicação; 
-Minimizar efeito do glifosato e teste de compatibilidade de produto (ver reação em um litro) 
-Beneficiar café por Via Seca; 
-Gotejo enterrado com aplicações de trifluralina em doses baixas para evitar penetração de raízes do cafeeiro nos tubos de irrigação; 
PROGRAMA DE SOLUÇÕES PARA GESTÃO 
Foco na formação e engajamento da equipe, desenvolvimento dos processos e regulamentação para cada funcionário além de premiação para os melhores funcionários. Utilização de ferramentas de controle da operação.
PALESTRA 5: O Que Fazer Para o Café Ser Rentável ? – Eng. Agr. Celso L. Vegro – IEA 
CONTATO: celvegro@iea.sp.gov.br 
CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE AGRICULTURA 
É uma atividade que envolve os riscos: Climatológico; Preços de comercialização baixos e Preços de insumos altos. É imprevisível a longo prazo. Considera-se que pode ser projetada apartir do passado e construir um cenário futuro, pois o conhecimento sobre as situações futuras e expectativas podem ser falíveis. 
PROCESSO DECISÓRIO SOBRE INVESTIMENTO NA AGRICULTURA 
Todo investimento possui suas singularidades, devendo-se calcular as probabilidades de sucesso e fracasso, além de possuir relevado conhecimento sobre o negócio e sistema de produção. No entanto o conhecimento é flutuante, vago e incerto. O que é determinante para o sucesso do investimento é a análise do rendimento futuro esperado X custo de produção, o que resultará na rentabilidade do negócio. Portanto a rentabilidade do cafeicultor deve ser obtida apartir da mitigação dos riscos envolvidos ao negócio café (produção, crédito, mercado) + convivência com as incertezas (clima, política econômica, liquidez); 
CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS 
PRODUÇÃO: Clima; Praga; Doenças; 
CRÉDITO: Descumprimento de contratos; 
MERCADO: Volatilidade das cotações; 
OPERACIONAL: Erros humanos / tecnológicos; 
LEGAL: Transações não amparadas por legislação; 
LIQUIDEZ: Transação consumada em razão dos preços e quantidades do comprador; 
RISCO DE PRODUÇÃO 
O principal fator que levou a má formação dos frutos na safra 2014/15 foi a alta temperatura aliada a alta incidência de radiação solar (baixa nebulosidade entre os meses de Janeiro, Fevereiro e Março). Para a Safra 2015/16 espera-se repetir o ciclo de baixa resultando em um déficit no suprimento global e consequente consumo dos estoques. Espera-se uma disputa pelas melhores ofertas (café de qualidade). 
O manejo agronômico adequado de cada talhão, de acordo com sua condição e situação é necessário. Renovação de áreas pouco produtivas, utilização de cultivares mais tolerantes a estresses hídricos e temperaturas elevadas, adequação do adensamento populacional visando reduzir temperatura do solo e melhorando microclima entre os ramos produtivos. Também é
recomendável utilização de quebra ventos, arborização, terraços e subsolagem, manejo do mato entre linha, gessagem e calagem e outras práticas de otimização dos recursos hídricos. 
Cafés de peneira alta (>17) serão cada vez mais disputados no mercado. Nesta safra, a anomalia climática produziu grãos menores. Sabe-se que não foi o déficit hídrico que causou o chochamento dos grãos, mas sim a baixa nebulosidade (alta incidência de radiação solar direta) nos grãos em desenvolvimento; 
RISCO DE MERCADO 
A formação dos preços possui 2 alicerces: 
A) Flutuação nos Preços – Fundamentos: 
 Balanço entre oferta e demanda; 
 Formação ou consumo de estoque; 
 Sazonalidade 
B) Ações de Investidores – Especuladores: 
 Fundos privados; 
 Fundos soberanos (Dinheiro do País); 
 Exportadores e Industrias do setor; 
 Pequenos investidores 
O consumo mundial de café cresce 2,5% ao ano, e o setor passa por alguns desafios nesta safra de 2014/15 como as altas precipitações (monções) no mercado asiático, especialmente Indonésia. Na América Central, em especial Colombia, está havendo altas infestações com ferrugem. O Brasil, maior produtor mundial sofreu com a falta de água nas regiões produtoras, onde choveu apenas 40% do esperado para o ano. Se o mundo parasse de produzir café hoje, haveria estoque para 4 meses de consumo apenas. O estoque hoje é cada vez mais “Just in Time” ou de acordo com a demanda momentânea. 
ALTERNATIVAS PARA MITIGAR O RISCO DE MERCADO 
Contratação de Hedge: Proteção contra oscilação de preços nas commodities devido a variação do dólar; 
Cédula do Produto Rural (CPR) – Física e Financeira; Quando a taxa selic está em alta paga-se mais para ter CPR, pois o desconto é sobre o título. 
Derivativos financeiro (Bolsa de Valor) – Contrato futuro X contrato de opções; 
Especificações de Contratos: 
 Atributos de qualidade do produto a ser entregue; 
 Ajustes diários (mercado futuro); 
 Taxa e emolumentos como certificações e registros dos contratos; 
 Recolhimento do prêmio para quem tem o contrato na mão;
DIMINUIÇÃO DOS RISCOS NA CAFEICULTURA 
-Soluções Agronômicas 
-Soluções Econômicas 
-Organização Social (Participação; Cooperativa; Sociedades) 
-Gestão: 
 Orçamentária 
 Supervisão / Controle 
 Avaliação do cenário e tendências futuras 
 Estratégias comerciais: Vender para produzir e não produzir para vender
PALESTRA 6: Fertilizantes Via Gotejo – Eng. Agr. José A. Quaggio – IAC 
CONTATO: Instituto Agronômico de Campinas - Campinas/SP 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Dificuldade no diagnóstico da fertilidade do solo em café formado devido a enorme 
variabilidade em termo da linha do café (horizontal e vertical). Nota-se também maior 
acidificação no local de aplicação de N, o que sugere-se que a amostra de solo deve ser dentro 
e fora da saia (misturar as duas) do café. Outra observação é a elevada acidificação no bulbo 
de molhamento em lavouras fertirrigadas por gotejo. A utilização de alguns defensivos 
principalmente a base de Cobre em um período muito próximo da análise de folhas estão 
resultando em resíduos deste nutriente o que causa a impressão de falsa disponibilidade. 
CRITÉRIOS PARA RECOMENDAÇÃO DA GESSAGEM 
 Saturação de Alumínio (m > 40%) 
 Saturação por base (V% < 25%) 
 Gesso em Kg/ha = 60 x teor de argila (%) 
PADRÕES PARA INTERPRETAR FERTILIDADE DO SOLO - MACRONUTRIENTES 
PADRÕES PARA INTERPRETAR FERTILIDADE DO SOLO – MICRONUTRIENTES 
Ajustar na classe média os valores dos elementos. 
CLASSES P Resina Potássio Magnésio V% 
mg/dm³ % 
Muito Baixo <6 <0,8 - <26 
Baixo 6 à 12 0,8 à 1,5 <4 26 à 50 
Médio 13 à 30 1,6 à 3,0 4 à 8 51 à 71 
Alto >30 >3,0 >8 >70 
mmolc dm³ 
CLASSES S-SO4 B Cu Mn Zn 
Baixo <10 <0,6 <2 <3 <2 
Médio 10 à 20 0,6 à 1,2 2 à 6 3 à 6 2 à 5 
Alto >20 >1,2 >6 >6 >5 
mg/dm³
CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE NUTRIÇÃO DO CAFEEIRO 
O segundo elemento mais importante para o café é o Zinco, depois do Nitrogênio. Sabe-se que 
há grande relação entre Zn e N. O Zn estica internódio. As recomendações de Boro estão 
sendo revistas devido a alta retenção deste elemento por algumas argilas, além do intervalo 
de sensibilização da planta do ótimo com excesso ser muito curto. Boro tem importância na 
desintoxicação da planta através de oxidases de fenol e carreação de alguns aminoácidos até 
porções superiores e tecidos novos. Zonas de produção com maior altitude e menor 
evapotranspiração exigem solos com > teores de Boro devido a redução na sua absorção pela 
planta, naturalmente pelo menor fluxo de água para a planta. 
Adubação foliar com Magnésio é recomendada em condições de altas adubações de Potássio 
para manter a relação K/Mg adequada. Apenas a Calagem não basta para suprir todo o Mg 
para a planta de café. A extração dos nutrientes por kg de saco de café é na ordem de 2kg/sc 
de N, 3,2 kg/sc de K, 250 g/sc de P e 200 g/sc de S; 
Portanto, a recomendação da adubação deve ser baseada na quantidade de cada nutriente 
extraído + produtividade esperada + nível de fertilidade no solo, considerando ainda as perdas 
naturais por ineficiência na absorção (perdas por lixiviação e volatilização) e imobilização de 
alguns nutrientes por argilas e outros componentes do solo; 
EQUILÍBRIO IÔNICO NAS PLANTAS 
Alguns estudos mostram que o somatório de cátions e ânions dos nutrientes que a planta 
absorve além da forma como o utiliza varia em anos de safra alta e baixa, principalmente para 
alguns elementos como Potássio e Nitrogênio (consumo de luxo em ano de baixa por ambos 
elementos), indicando algumas considerações dentre as quais: 
Em solos tropicais não é recomendável usar fertirrigação em 100% da área devido a 
possibilidade de acidificar demasiadamente o solo; Quando o pH do solo fica muito ácido há 
um aumento nas atividades das bactérias nitrossomonas e Nitrobacter, que reduzem o nitrato 
a nitrito. 
De modo geral, café absorve Nitrogênio principalmente na forma amoniacal resultando em 
uma acidificação natural do solo pela liberação de prótons (H+); Dessa forma, para trabalhar 
com fertirrigação, é preciso mudar as fontes, do contrário, ao se utilizar uma fonte amoniacal 
na fertirrigação, alguns estudos monstraram que com apenas um ano aplicando 450 Kg de N 
uréia) o pH ao redor do bulbo foi de 8 para 3. 
O pico de conteúdo de Nitrogênio na seiva do café ocorre em meados de setembro, época da 
floração. No interior da planta, 23% do N esta na forma mineral (Amoniacal e Nitrato) e 77% 
está na forma de aminoácido. Sabe-se também que existe 70x mais K do que Ca. 
Ca+2 K+ Mg+2 Σ+ N SO4-2 H2PO4- Σ- (C+ -A-)-N 
CARGA ALTA 625 480 481 1586 2279 127 39 2445 -859 
CARGA BAIXA 615 616 337 1568 2586 138 50 2774 -1206 
CATIONS ANIONS 
mmolc kg-1
Há grande sinergia entre irrigação e nutrição (fertirrigação) no cafeeiro. Alguns estudos mostram produtividades que superam 100 sc/ha no sistema safra zero. 
Em clima quente a cultivar Mundo Novo cresce demais, atingido as vezes porte superior a 4m. Os cultivares Catuaí apresentam bom desenvolvimento sendo mais recomendos para áreas quentes fertirrigadas devido a menor intensidade de crescimento que o Mundo Novo, facilitando o manejo e podas. 
O maior problema da fertirrigação é a concentração muito grande de nutrientes em um pequeno espaço, promovendo excesso de sais e acidificação do solo na proximidade do buldo de irrigação e consequentemente raízes. Não é recomendado a utilização de solução com condutividade elétrica (CE) superior à 2,0 mS/cm³. Café é uma planta muito sensível ao ânion cloreto (Cl-), sendo algumas vezes necessário utilizar Ca+² para neutraliza-lo. 
A relação ideal de Nitrato/Amônio na solução de fertirrigação é com a utilização 20% de fonte Amoniacal (NH4+) e 80% de fonte com NO3, sendo que desses 80%, metade com Nitrato de Cálcio e metade com Nitrato de Potássio. 
AMOSTRAGEM DE SOLO EM SISTEMAS COM FERTIRRIGAÇÃO 
Realizar preferencialmente a cada 2 anos na posição 30 cm do gotejo. No entanto realizar todo ano a amostragem tradicional no meio da entre linha. 
RESUMO 
-Não aplicar todo fertilizante via fertirrigação: Recomenda-se aplicar até 50% do N e K via fertirrigação, sendo que desses 50%, 20% seja na forma de Nitrato de Cálcio e 20% seja na forma de Nitrato de Potássio. 
-Aplicar 70% do N e do K até Dezembro; 
-Utilizar adubação sólida antes da floração, sendo 60% antes da primeira e o restante antes da segunda florada; 
-Aplicar calcário debaixo da saia do café; 
-Realizar maior parcelamento possível das doses de fertilizantes; 
-Em anos de baixa produção fazer adubar preferencialmente em uma única parcela, com 60% do valor da adubação do ano de alta produção, ou apenas fazer a fertirrigação; 
-Não é interessante usar mais de 70 Kg de nutriente na adubação ou parcelamento; 
-Não realizar fertirrigação no período das águas (desnecessário), voltar a fertirrigação após fevereiro; 
-Recomenda-se aplicações foliares dos nutrientes Zn, Cu, preferencialmente nas fontes de sulfato de bom grau de moagem. 
-Armazenar nutriente na biomassa e não apenas no solo;
PALESTRA 7: Viabilidade da Colheita Mecanizada – Eng. Agr. Rogner C. Avelar – SEBRAE 
CONTATO: avelarcafe@yahoo.com.br / (34) 9989-2856 – Monte Carmelo/MG 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
O custo de 1cv equivalente a homem é de R$107,00/h, enquanto que o custo de 1cv 
equivalente a um trator de 60cv é de R$ 60,00 ou 1cv = R$ 1,00/h. 
Considerando-se o Cerrado de MG, o custo total por hectare de uma lavoura de café está em 
R$ 11.406,06. O custo total por saca está em R$ 276,66 e a produtividade média 41,23 sc/ha. 
Com relação a distribuição dos gastos operacionais, a colheita representa cerca de 14% do 
custo total; A adubação de solo 30% e o controle de pragas e doenças 13%; 
O custo médio da colheita em Minas Gerais é de R$ 1415,12 e varia dentre as diversas regiões 
produtoras: 
 Cerrado: R$ 1178,12 
 Sul de Minas: R$ 202,91 
 Zona da Mata: R$ 4161,52 
DESAFIOS PARA A NOVA CAFEICULTURA: Redução dos custos operacionais 
COLHEITA 
 Representa de 15 à 40% dos custos operacionais efetivo de uma lavoura de café; 
 Época de maior contratação de temporários; 
 Envolve o máximo de infraestrutura da propriedade; 
 Reflete diretamente a qualidade final da bebida; 
VANTAGENS DA COLHEITA MECÂNICA 
 Redução dos custos operacionais 
 Redução do período de realização da colheita 
DESEMPENHO OPERACIONAL DA COLHEITA MANUAL – 1 MEDIDA = 60 LITROS DE BEBIDA 
TEMPO DERRIÇA 56 min/medida 
TEMPO VARRIÇÃO 9 min/medida 
TEMPO ABANAÇÃO 12 min/medida 
TEMPO TOTAL 77 min/medida 
DESEMPENHO OPERACIONAL 5 medidas/homem/dia
COMPARAÇÃO ENTRE CUSTOS COLHEITA MANUAL E MECÂNIZADA 
MANUAL: 
MECANIZADA: 
Durante a operação da colheita mecanizada, cerca de 85% dos frutos são efetivamente 
colhidos, enquanto que do restante, 5% caem no chão e 10% não é retirado do pé de café, 
ficando para repasse. O custo médio do repasse é de R$ 0,10 por planta. Mesmo com o aluguel 
de máquina, a operação mecanizada ainda é vantajosa, sendo que em média o aluguel da 
máquina por hora está em torno de R$ 200,00/h. 
COMO MEDIR O RENDIMENTO OPERACIONAL 
Capacidade de Campo Teórica (h/ha) 
CT = 1/{Velocidade (m/h) x Espaçamento (m) / 10000} 
Capacidade de Campo Efetiva (h/ha) 
CE = 1/{Área (ha) / Tempo Total de Campo (h)} 
Produção Lavoura 30 sc/ha 35 sc/ha 
Desempenho Operacional 5 med/H/dia 6 med/H/dia 
Volume Colhido 240 med/ha 280 med/ha 
Capacidade Operacional 
Custo Operacional Líquido R$ 60,00/H/dia 
Custo Encargos (43%) R$ 25,80/H/dia 
Custo Operacional R$ 85,80/H/dia 
Custo Total R$ 4.118,40/ha R$ 4.004,00/ha 
Custo Parcial R$ 17,16/med R$ 14,30/med 
48 Homens/dia/ha 
Produção Lavoura 30 sc/ha 35 sc/ha 
Desempenho Operacional 55 med/H/dia 60 med/H/dia 
Volume Colhido 240 med/ha 280 med/ha 
Capacidade Operacional 
Custo Total da Colhedora 
Custo Total R$ 744,00/ha R$ 744,00/ha 
Repasse (15%) 36 med/ha 42 med/ha 
Custo Medida (Repasse) R$ 10,44/med R$ 8,95/med 
Custo Repasse (R$ 0,10/pl) R$ 376,00/ha R$ 376,00/ha 
Custo Final R$ 1120,00/ha R$ 1120,00/ha 
Custo Parcial Mecanização R$ 4,66/med R$ 4,00/med 
Custo Operacional Aluguel Colhedora 
Colhedora Repasse R$ 1176,00/ha R$ 1176,00/ha 
Custo Parcial Mecanizacão Alugada R$ 4,90/med R$ 4,20/med 
4,0 h/ha 
R$ 186,00/h 
R$ 200,00/h
Eficiência de Campo (%) 
EfC = Capacidade Campo Efetiva / Capacidade Campo Teórica 
INFLUÊNCIA SOBRE EFICIÊNCIA 
 Embuchamento 
 Parada para abastecimento 
 Manobras 
 Descarregamento 
 Capacidade de armazenamento 
FATORES QUE INFLUENCIAM NA COLHEITA DO CAFÉ 
- Planta: 
 Material Genético 
 Maturação e Uniformidade de Maturação 
- Máquina: 
 Vibração 
 Velocidade Operação 
 Distribuição da Vareta 
 Regulagem dos Freios 
- Infraestrutura Pós-Colheita: 
 Quantidade de Terreiros 
 Lavadores 
 Descascadores 
 Secadores 
FORÇA DE DESPRENDIMENTO DOS FRUTOS 
O melhor momento (rendimento operacional) para entrar com a colhedora é cerca de 30 dias após o início da maturação. Existe alguns aparelhos no mercado que medem a força do desprendimento do fruto no ramo, o que pode facilitar o gerenciamento do momento de colheita. 
PARÂMETROS DA DERRIÇA MECÂNICA 
Sistema Vibratório da Colhedora: 
 Frequência de vibração (regulável) – Ideal entre 500 à 950 ciclos por minuto 
 Amplitude de vibração (fixo) – depende do fabricante 
 Impacto da vareta no ramo/grão – depende da regulagem do freio
 Tempo da vibração (regulável) – Ideal entre 650 à 1600 m/h (Quanto mais rápido, mais café cai no chão = maior a necessidade de realizar repasse) 
Derriça dos Frutos 
 Verdes – Impacto da vareta 
 Cereja e Passa – Impacto da vareta e vibração 
 Seco – Vibração 
Colheita Seletiva 
 Ideal é andar mais rápido e vibrar menos 
REGULAGEM PARA COLHEITA DE LAVOURA NOVA (PRIMEIRA E SEGUNDA SAFRA): 
 Verificar o aspecto nutricional da lavoura 
 Posicionamento das varetas (onde não tem café não precisa de vareta) 
 Proteção das varetas com mangueira – 10 à 15 cm, não precisa revestir a vareta inteira (redução dos danos aos ramos e frutos) 
 Vibração ideal entre 450 e 700 ciclos/minuto 
 Velocidade operacional ideal entre 1000 e 1600 metros por hora 
 Freios (peso das varetas ao ser tracionada) – 8 Kg 
 Comprimento de varetas – 500 mm espaçadas entre 5 e 10 cm 
 Aonde não tem café não precisa de vareta 
REGULAGENS ADEQUADAS 
FMS = (Vibração / Velocidade) = ciclos por metro 
FMS varia de 0,5 à 1,0 
Recomenda-se: 
 Colheita seletiva quando FMS estiver entre 0,5 e 0,7 
 Colheita plena quando FMS estiver entre 0,8 e 1,0
PALESTRA 8: Fertilidade e Nutrição do Café – Eng. Agr. José Laércio Favarin – ESALQ/USP 
CONTATO: Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – Departamento Produção Vegetal 
CONSIDERAÇÕES SOBRE POTÁSSIO E MAGNÉSIO 
A cada 94 Kg de K2O que se aplica, equivale a 0,1 cmolc/dm³ de K. 
Deficiência de Mg aparece devido a uma base muito baixa de Mg e alta de K. 
ESCOLHA DO CALCÁRIO 
O pH nos primeiros 5 cm é normalmente alto (>6,0), o que provoca a volatilização de uréia e redução da reação do calcário que se encontra em um local com pH alto. Calcário que tem reatividade menor recomenda-se utilizar na implantação da cultura. Já para lavouras em produção, não deve ser utilizado calcário com PRNT baixo, sendo recomendado utilizar calcário com reação imediata. Nas condições de pH em torno de 6,0, ocorre ainda a precipitação de fósforo (Ca3(PO4)2), favorecida pela elevada concentração de Ca+2 e P2O5. 
CONSIDERAÇÕES SOBRE O FÓSFORO 
A partir da adubação de 100 Kg de P2O5/ha, não ocorre o aumento do teor de fósforo na folha, pois não há maior demanda pela planta. O teor máximo encontrado na folha é normalmente em torno de 1,8 mg de P por Kg de MS. 
A absorção de fósforo pela planta depende da concentração de água no solo, pois ocorre por difusão e ainda depende de energia, pois este elemento é mais concentrado no interior da raíz que no solo, de forma que para absorvê-lo a planta demanda o gasto de Energia. A respiração, processo bioquímico que gera Energia, é reduzida quando ocorre a redução da temperatura ambiente. 
CONSIDERAÇÕES SOBRE O NITROGÊNIO 
A falta de água nos períodos entre fevereiro e março compromete a vegetação da lavoura e tem impacto na redução da diferenciação das gemas, que ocorrem neste mesmo período, devido ainda da não absorção adequada de nutrientes na solução do solo, especialmente o K. 
Cerca de 75% do nitrogênio total encontrado na planta vem do solo, da mineralização da matéria orgânica, comparando-se com o N fornecido via fertilizante. 
Nas condições da maioria dos solos brasileiros, existe cerca de 200 Kg/ha de N total no solo, dos quais 98% está imobilizado na matéria orgânica, microrganismos e resíduos que irão se decompor. Alguns estudiosos dão para este fenômeno a denominação de “Mar de Nitrogênio”, pois o N imobilizado na M.O pode ser disponibilizado pouco a pouco. O que faz a liberação dos nutrientes imobilizados no solo são os microrganismos. A água (provida através de irrigação ou chuvas) acelera a mineralização. O nitrogênio aplicado via fertilizantes estimula a multiplicação dos microrganismos, os quais tem em média cerca de 5% de N em sua composição.
O ideal seria a liberação gradativa e constante (pulsos de liberação de N) para estimular a 
mineralização dos nutrientes da M.O por esses microrganismos, desde que tenha água 
disponível. 
EFICIÊNCIA DO APROVEITAMENTO DO NITROGÊNIO E LIXIVIAÇÃO 
A eficiência de recuperação de N do fertilizante diminui com o aumento da dose de N. Em 
condições de solos tropicais, o N não é lixiviado, e sim imobilizados pelos microrganismos no 
solo. Nitrogênio lixivia em países subtropicais em que a atividade microbiana é cessada 
durante o período do inverno devido a temperatura do solo abaixar no inverno. Em um estudo 
de caso, em condição tropical e solo com 15% de argila, foi aplicado 450 Kg de N/ha cuja fonte 
foi Uréia. Neste estudo houve perda por lixiviação de 15 Kg de N/ha, valor menor que 5%. 
Volatilização do N da fonte uréia é mais importante do que lixiviação. 
Em outro estudo, aplicando-se 280 kg/ha de N de fonte uréia, em solo com 50% de argila, 
observou-se o seguinte: 
PERDA DE ÁGUA POR EVAPORAÇÃO 
Em estudo realizado na Bahia, a presença de material vegetal recobrindo o solo (brachiária 
roçada) proporcionou economia de 49% de água não evaporada da superfície do solo, 
equivalente a 108 mm de água por mês. Em um ambiente tropical, deve-se minimizar a 
evaporação de água e evitar o aquecimento do solo via insolação direta da luz solar através da 
utilização de cobertura vegetal é fundamental nas condições da nossa região produtora. 
HÁ COMPETIÇÃO DO NITROGÊNIO PELA COBERTURA VEGETAL ? 
No mesmo estudo em que se avaliou a economia de água no sistema, após marcar o 
Nitrogênio com elementos radioativos, verificou-se que o N aplicado na linha do café, 3,4 kg 
foi absorvido pela brachiária, e que o N aplicado no meio da linha, 1,6 kg foi absorvido pelo 
café, o que dá uma competição líquida de 1,8 kg de N, ou cerca de 1,2% da adubação de N, o 
que é considerado muito baixo, e inferior a lixiviação. O N chega a planta por fluxo de massa, 
logo em condições de solos com maior teor de umidade esse elemento é melhor absorvido. 
Quando não há brachiária na entre linha, a eficiência de absorção do N é em torno de 40%, 
enquanto que, quando se utiliza a palhada de brachiária a eficiência medida foi de 68%. 
N (kg/ha) 
Parte Aérea e Raízes 94,5 
Grãos de Café 19,1 
Resíduos de Café 79,4 
Lixiviação 6,5 
Volatilização 58,1 
TOTAL 257,6 
Imobilizados na M.O 22,4
RELAÇÃO C/N 
C/N = 27: absorção do N por 18 dias de forma rápida 
C/N= 40: absorção do N por 28 dias de forma mais lenta (menor mineralização e imobilização) 
Em cafés jovens, o ideal é roçar a brachiária quando a relação C/N for em torno de 27 ou em média 30 dias após o corte, pois neste estágio, se objetiva o rápido aporte de N. No entanto, em lavoura adulta, quando o interesse é manter água no sistema, fazer o corte quando a relação C/N for em torno de 40, ou cerca de 55 dias após corte, nessa condição a maior concentração de lignina no tecido foliar favorecerá a maior presença da brachiária protegendo o solo por mais tempo. 
ANÁLISE FOLIAR E INTERPRETAÇÃO 
Há relação entre teor de nutriente no solo x produção; teor no solo x teor foliar; e, por lógica, entre produção x teor foliar. Tudo isso vale apenas na deficiência leve. A interpretação deve ser dinâmica, acompanhando o estágio de produção em que o cafeeiro está, considerando que durante o enchimento dos grãos, o dreno principal da planta são os grãos, e os ramos e folhas posterior aos grãos terão deficiência de alguns nutrientes visto que não são prioridades. Os níveis críticos são considerados uma faixa de concentração onde se tem maior produtividade. 
O Nitrogênio deve ser aplicado no início das chuvas, no entanto, aplicar pelo menos 70% da dose recomendada até a granação (meados de dezembro), pois com o início da expansão haverá queda na concentração foliar pela competição forte dos frutos. 
Eng. Agr. Bruno Valentim Gomes (35) 9961-7279 
Promotor Técnico de Vendas Sul de Minas, Zona da Mata, Espírito Santo e Rio de Janeiro 
Acadian Seaplants LTDA

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

Agroecologia por uma agricultura sustentável e lucrativa
Agroecologia por uma agricultura sustentável e lucrativaAgroecologia por uma agricultura sustentável e lucrativa
Agroecologia por uma agricultura sustentável e lucrativaReichard Felipe Kampmann
 
Adubação Nitrogenada Soja
Adubação Nitrogenada SojaAdubação Nitrogenada Soja
Adubação Nitrogenada SojaGustavo Avila
 
Nutrição mineral da soja
Nutrição mineral da sojaNutrição mineral da soja
Nutrição mineral da sojaGeagra UFG
 
Fisiologia do estresse em plantas
Fisiologia do estresse em plantasFisiologia do estresse em plantas
Fisiologia do estresse em plantasAna Carolina Boa
 
4ª apresentação do 5º horti serra gaúcha 24 5-2013 dr. gerônimo
4ª apresentação do 5º horti serra gaúcha 24 5-2013 dr. gerônimo4ª apresentação do 5º horti serra gaúcha 24 5-2013 dr. gerônimo
4ª apresentação do 5º horti serra gaúcha 24 5-2013 dr. gerônimoFattore
 
Revista de engenharia agrícola artigo hans
Revista de engenharia agrícola   artigo hansRevista de engenharia agrícola   artigo hans
Revista de engenharia agrícola artigo hansEmlur
 
Jornal - O movimento
Jornal - O movimentoJornal - O movimento
Jornal - O movimentonancydeborah
 
Ecofisiologia do Estresse Hídrico em C. nucifera
Ecofisiologia do Estresse Hídrico em C. nuciferaEcofisiologia do Estresse Hídrico em C. nucifera
Ecofisiologia do Estresse Hídrico em C. nuciferaDandara Cunha
 
Apresentação do Trabalho a Campo - Horto Florestal
Apresentação do Trabalho a Campo - Horto FlorestalApresentação do Trabalho a Campo - Horto Florestal
Apresentação do Trabalho a Campo - Horto FlorestalMaria Cristina Marques Mota
 
Trilha agroecologica estudantes
Trilha agroecologica estudantesTrilha agroecologica estudantes
Trilha agroecologica estudantesCBH Rio das Velhas
 
13549731 manutencao de_jardins_e_relvados_-_adubacao
13549731 manutencao de_jardins_e_relvados_-_adubacao13549731 manutencao de_jardins_e_relvados_-_adubacao
13549731 manutencao de_jardins_e_relvados_-_adubacaoPelo Siro
 
Cultivo de alface pronto
Cultivo de alface prontoCultivo de alface pronto
Cultivo de alface prontoTayza Taveira
 
Resumo Geografia
Resumo GeografiaResumo Geografia
Resumo GeografiaDanteLopes
 
Curso básico de jardinagem Parte 1/6
Curso básico de jardinagem   Parte 1/6Curso básico de jardinagem   Parte 1/6
Curso básico de jardinagem Parte 1/6ABCursos OnLine
 
Fitoremediacao: jardins filtrantes
Fitoremediacao: jardins filtrantesFitoremediacao: jardins filtrantes
Fitoremediacao: jardins filtrantesLuis Alberti
 
INFILTRAÇÃO DE ÁGUA NO SOLO SOB ESCARIFICAÇÃO E ROTAÇÃO DE CULTURAS
INFILTRAÇÃO DE ÁGUA NO SOLO SOB ESCARIFICAÇÃO E ROTAÇÃO DE CULTURASINFILTRAÇÃO DE ÁGUA NO SOLO SOB ESCARIFICAÇÃO E ROTAÇÃO DE CULTURAS
INFILTRAÇÃO DE ÁGUA NO SOLO SOB ESCARIFICAÇÃO E ROTAÇÃO DE CULTURASLuciana Ramos
 

La actualidad más candente (20)

Agroecologia por uma agricultura sustentável e lucrativa
Agroecologia por uma agricultura sustentável e lucrativaAgroecologia por uma agricultura sustentável e lucrativa
Agroecologia por uma agricultura sustentável e lucrativa
 
Adubação Nitrogenada Soja
Adubação Nitrogenada SojaAdubação Nitrogenada Soja
Adubação Nitrogenada Soja
 
Nutrição mineral da soja
Nutrição mineral da sojaNutrição mineral da soja
Nutrição mineral da soja
 
Fisiologia do estresse em plantas
Fisiologia do estresse em plantasFisiologia do estresse em plantas
Fisiologia do estresse em plantas
 
4ª apresentação do 5º horti serra gaúcha 24 5-2013 dr. gerônimo
4ª apresentação do 5º horti serra gaúcha 24 5-2013 dr. gerônimo4ª apresentação do 5º horti serra gaúcha 24 5-2013 dr. gerônimo
4ª apresentação do 5º horti serra gaúcha 24 5-2013 dr. gerônimo
 
Ecofisiologia Vegetal - Botânica
Ecofisiologia Vegetal - BotânicaEcofisiologia Vegetal - Botânica
Ecofisiologia Vegetal - Botânica
 
Revista de engenharia agrícola artigo hans
Revista de engenharia agrícola   artigo hansRevista de engenharia agrícola   artigo hans
Revista de engenharia agrícola artigo hans
 
Estresses ambientais em vegetais
Estresses ambientais em vegetaisEstresses ambientais em vegetais
Estresses ambientais em vegetais
 
Adubação eucalip
Adubação eucalipAdubação eucalip
Adubação eucalip
 
Jornal - O movimento
Jornal - O movimentoJornal - O movimento
Jornal - O movimento
 
Ecofisiologia do Estresse Hídrico em C. nucifera
Ecofisiologia do Estresse Hídrico em C. nuciferaEcofisiologia do Estresse Hídrico em C. nucifera
Ecofisiologia do Estresse Hídrico em C. nucifera
 
Apresentação do Trabalho a Campo - Horto Florestal
Apresentação do Trabalho a Campo - Horto FlorestalApresentação do Trabalho a Campo - Horto Florestal
Apresentação do Trabalho a Campo - Horto Florestal
 
Trilha agroecologica estudantes
Trilha agroecologica estudantesTrilha agroecologica estudantes
Trilha agroecologica estudantes
 
13549731 manutencao de_jardins_e_relvados_-_adubacao
13549731 manutencao de_jardins_e_relvados_-_adubacao13549731 manutencao de_jardins_e_relvados_-_adubacao
13549731 manutencao de_jardins_e_relvados_-_adubacao
 
Cultivo de alface pronto
Cultivo de alface prontoCultivo de alface pronto
Cultivo de alface pronto
 
Trabalho de Campo - Horto Florestal
Trabalho de Campo - Horto FlorestalTrabalho de Campo - Horto Florestal
Trabalho de Campo - Horto Florestal
 
Resumo Geografia
Resumo GeografiaResumo Geografia
Resumo Geografia
 
Curso básico de jardinagem Parte 1/6
Curso básico de jardinagem   Parte 1/6Curso básico de jardinagem   Parte 1/6
Curso básico de jardinagem Parte 1/6
 
Fitoremediacao: jardins filtrantes
Fitoremediacao: jardins filtrantesFitoremediacao: jardins filtrantes
Fitoremediacao: jardins filtrantes
 
INFILTRAÇÃO DE ÁGUA NO SOLO SOB ESCARIFICAÇÃO E ROTAÇÃO DE CULTURAS
INFILTRAÇÃO DE ÁGUA NO SOLO SOB ESCARIFICAÇÃO E ROTAÇÃO DE CULTURASINFILTRAÇÃO DE ÁGUA NO SOLO SOB ESCARIFICAÇÃO E ROTAÇÃO DE CULTURAS
INFILTRAÇÃO DE ÁGUA NO SOLO SOB ESCARIFICAÇÃO E ROTAÇÃO DE CULTURAS
 

Destacado

Estudo da liberação controlada da Uréia usando Poliuretana
Estudo da liberação controlada da Uréia usando PoliuretanaEstudo da liberação controlada da Uréia usando Poliuretana
Estudo da liberação controlada da Uréia usando PoliuretanaNetNexusBrasil
 
USO DE FERTILIZANTES DE LIBERAÇÃO LENTA NA FORMAÇÃO DE POMARES DE CITROS
USO DE FERTILIZANTES DE LIBERAÇÃO LENTA NA FORMAÇÃO DE POMARES DE CITROSUSO DE FERTILIZANTES DE LIBERAÇÃO LENTA NA FORMAÇÃO DE POMARES DE CITROS
USO DE FERTILIZANTES DE LIBERAÇÃO LENTA NA FORMAÇÃO DE POMARES DE CITROSLeandro Araujo
 
Auto jornal - nº104
Auto jornal - nº104Auto jornal - nº104
Auto jornal - nº104mastermidia
 
Auto Jornal edição 106
Auto Jornal edição 106Auto Jornal edição 106
Auto Jornal edição 106mastermidia
 
diario oficial de garanhuns
diario oficial de garanhunsdiario oficial de garanhuns
diario oficial de garanhunssid barbosa
 
Auto jornal ed. 116
Auto jornal ed. 116Auto jornal ed. 116
Auto jornal ed. 116mastermidia
 
Pva 2011 programacao_resumida
Pva 2011 programacao_resumidaPva 2011 programacao_resumida
Pva 2011 programacao_resumidacmussoi
 
Dia das mães 2011
Dia das mães 2011Dia das mães 2011
Dia das mães 2011Estado do RS
 
Painel 14 - Radiciação de Números Naturais
Painel 14 - Radiciação de Números NaturaisPainel 14 - Radiciação de Números Naturais
Painel 14 - Radiciação de Números NaturaisProf. Materaldo
 

Destacado (20)

( Espiritismo) # - abrade - enderecos espiritas
( Espiritismo)   # - abrade - enderecos espiritas( Espiritismo)   # - abrade - enderecos espiritas
( Espiritismo) # - abrade - enderecos espiritas
 
Estudo da liberação controlada da Uréia usando Poliuretana
Estudo da liberação controlada da Uréia usando PoliuretanaEstudo da liberação controlada da Uréia usando Poliuretana
Estudo da liberação controlada da Uréia usando Poliuretana
 
Fertilizantes de liberação lenta
Fertilizantes de liberação lentaFertilizantes de liberação lenta
Fertilizantes de liberação lenta
 
Fazendo o proprio adubo
Fazendo o proprio aduboFazendo o proprio adubo
Fazendo o proprio adubo
 
USO DE FERTILIZANTES DE LIBERAÇÃO LENTA NA FORMAÇÃO DE POMARES DE CITROS
USO DE FERTILIZANTES DE LIBERAÇÃO LENTA NA FORMAÇÃO DE POMARES DE CITROSUSO DE FERTILIZANTES DE LIBERAÇÃO LENTA NA FORMAÇÃO DE POMARES DE CITROS
USO DE FERTILIZANTES DE LIBERAÇÃO LENTA NA FORMAÇÃO DE POMARES DE CITROS
 
Paginas Para Internet Screen
Paginas Para Internet ScreenPaginas Para Internet Screen
Paginas Para Internet Screen
 
Candomblé
CandombléCandomblé
Candomblé
 
Auto jornal - nº104
Auto jornal - nº104Auto jornal - nº104
Auto jornal - nº104
 
Auto Jornal edição 106
Auto Jornal edição 106Auto Jornal edição 106
Auto Jornal edição 106
 
diario oficial de garanhuns
diario oficial de garanhunsdiario oficial de garanhuns
diario oficial de garanhuns
 
Clipagem asbrav fevereiro 2011
Clipagem asbrav   fevereiro 2011Clipagem asbrav   fevereiro 2011
Clipagem asbrav fevereiro 2011
 
Auto jornal ed. 116
Auto jornal ed. 116Auto jornal ed. 116
Auto jornal ed. 116
 
Pdfs Internet(3)
Pdfs Internet(3)Pdfs Internet(3)
Pdfs Internet(3)
 
Clipagem asbrav outubro de 2010
Clipagem asbrav   outubro de 2010Clipagem asbrav   outubro de 2010
Clipagem asbrav outubro de 2010
 
Pva 2011 programacao_resumida
Pva 2011 programacao_resumidaPva 2011 programacao_resumida
Pva 2011 programacao_resumida
 
Papo Sobre Web Semântica
Papo Sobre Web SemânticaPapo Sobre Web Semântica
Papo Sobre Web Semântica
 
Dia das mães 2011
Dia das mães 2011Dia das mães 2011
Dia das mães 2011
 
PDM San Agustín
PDM San AgustínPDM San Agustín
PDM San Agustín
 
SICOOB CREDIACISA
SICOOB CREDIACISA  SICOOB CREDIACISA
SICOOB CREDIACISA
 
Painel 14 - Radiciação de Números Naturais
Painel 14 - Radiciação de Números NaturaisPainel 14 - Radiciação de Números Naturais
Painel 14 - Radiciação de Números Naturais
 

Similar a Resumo simpósio café esalq

7ª apresentação do 5º horti serra gaúcha 22 5-2013
7ª apresentação do 5º horti serra gaúcha 22 5-20137ª apresentação do 5º horti serra gaúcha 22 5-2013
7ª apresentação do 5º horti serra gaúcha 22 5-2013Fattore
 
Implantação da Cultura do Feijão
Implantação da Cultura do FeijãoImplantação da Cultura do Feijão
Implantação da Cultura do FeijãoKiller Max
 
COBERTURA MORTA NO MANEJO DE PLANTAS DANINHAS EM CEBOLA
COBERTURA MORTA NO MANEJO DE PLANTAS DANINHAS EM CEBOLACOBERTURA MORTA NO MANEJO DE PLANTAS DANINHAS EM CEBOLA
COBERTURA MORTA NO MANEJO DE PLANTAS DANINHAS EM CEBOLARural Pecuária
 
915-Texto do artigo-5296-1-10-20200619.pdf
915-Texto do artigo-5296-1-10-20200619.pdf915-Texto do artigo-5296-1-10-20200619.pdf
915-Texto do artigo-5296-1-10-20200619.pdfMatheus Sena
 
Relatório Técnico - Projeto Soja Brasil 2015/2016
Relatório Técnico - Projeto Soja Brasil 2015/2016Relatório Técnico - Projeto Soja Brasil 2015/2016
Relatório Técnico - Projeto Soja Brasil 2015/2016Rikardy Tooge
 
Plantio e adubação do girassol
Plantio e adubação do girassolPlantio e adubação do girassol
Plantio e adubação do girassolGeagra UFG
 
Cultura do tomate alexandre garcia santaella
Cultura do tomate   alexandre garcia santaellaCultura do tomate   alexandre garcia santaella
Cultura do tomate alexandre garcia santaellaRodrigo Caetano
 
Circ 87 cultura do milho
Circ 87 cultura do milhoCirc 87 cultura do milho
Circ 87 cultura do milhoGabrielen Dias
 
PLANTAS DE COBERTURA E SUA UTILIZAÇÃO
PLANTAS DE COBERTURA E SUA UTILIZAÇÃOPLANTAS DE COBERTURA E SUA UTILIZAÇÃO
PLANTAS DE COBERTURA E SUA UTILIZAÇÃOGeagra UFG
 
Prg aula 2 pragas de pastagens
 Prg aula 2 pragas de pastagens Prg aula 2 pragas de pastagens
Prg aula 2 pragas de pastagensCarol Castro
 
Relatório Técnico Projeto Soja Brasil 2014/2015
Relatório Técnico Projeto Soja Brasil 2014/2015Relatório Técnico Projeto Soja Brasil 2014/2015
Relatório Técnico Projeto Soja Brasil 2014/2015Portal Canal Rural
 
Adubação verde: Girassol
Adubação verde: Girassol Adubação verde: Girassol
Adubação verde: Girassol Az. O.
 
Coberto Vegetal Semeado numa vinha
Coberto Vegetal Semeado numa vinhaCoberto Vegetal Semeado numa vinha
Coberto Vegetal Semeado numa vinhaPedro Tereso
 
Eficiência da adubação da cana-de-açúcar relacionada aos ambientes de produçã...
Eficiência da adubação da cana-de-açúcar relacionada aos ambientes de produçã...Eficiência da adubação da cana-de-açúcar relacionada aos ambientes de produçã...
Eficiência da adubação da cana-de-açúcar relacionada aos ambientes de produçã...Rural Pecuária
 
BRS Capiaçu: cultivar de capim-elefante de alto rendimento para produção de s...
BRS Capiaçu: cultivar de capim-elefante de alto rendimento para produção de s...BRS Capiaçu: cultivar de capim-elefante de alto rendimento para produção de s...
BRS Capiaçu: cultivar de capim-elefante de alto rendimento para produção de s...Rural Pecuária
 

Similar a Resumo simpósio café esalq (20)

7ª apresentação do 5º horti serra gaúcha 22 5-2013
7ª apresentação do 5º horti serra gaúcha 22 5-20137ª apresentação do 5º horti serra gaúcha 22 5-2013
7ª apresentação do 5º horti serra gaúcha 22 5-2013
 
Implantação da Cultura do Feijão
Implantação da Cultura do FeijãoImplantação da Cultura do Feijão
Implantação da Cultura do Feijão
 
CULTURA DO TRIGO.pptx
CULTURA DO TRIGO.pptxCULTURA DO TRIGO.pptx
CULTURA DO TRIGO.pptx
 
COBERTURA MORTA NO MANEJO DE PLANTAS DANINHAS EM CEBOLA
COBERTURA MORTA NO MANEJO DE PLANTAS DANINHAS EM CEBOLACOBERTURA MORTA NO MANEJO DE PLANTAS DANINHAS EM CEBOLA
COBERTURA MORTA NO MANEJO DE PLANTAS DANINHAS EM CEBOLA
 
915-Texto do artigo-5296-1-10-20200619.pdf
915-Texto do artigo-5296-1-10-20200619.pdf915-Texto do artigo-5296-1-10-20200619.pdf
915-Texto do artigo-5296-1-10-20200619.pdf
 
Tripes em cebola: cuidados no manejo
Tripes em cebola: cuidados no manejoTripes em cebola: cuidados no manejo
Tripes em cebola: cuidados no manejo
 
Relatório Técnico - Projeto Soja Brasil 2015/2016
Relatório Técnico - Projeto Soja Brasil 2015/2016Relatório Técnico - Projeto Soja Brasil 2015/2016
Relatório Técnico - Projeto Soja Brasil 2015/2016
 
Palestra Manuel Macedo.pdf
Palestra Manuel Macedo.pdfPalestra Manuel Macedo.pdf
Palestra Manuel Macedo.pdf
 
Plantio e adubação do girassol
Plantio e adubação do girassolPlantio e adubação do girassol
Plantio e adubação do girassol
 
Cultura do tomate alexandre garcia santaella
Cultura do tomate   alexandre garcia santaellaCultura do tomate   alexandre garcia santaella
Cultura do tomate alexandre garcia santaella
 
Circ 87 cultura do milho
Circ 87 cultura do milhoCirc 87 cultura do milho
Circ 87 cultura do milho
 
PLANTAS DE COBERTURA E SUA UTILIZAÇÃO
PLANTAS DE COBERTURA E SUA UTILIZAÇÃOPLANTAS DE COBERTURA E SUA UTILIZAÇÃO
PLANTAS DE COBERTURA E SUA UTILIZAÇÃO
 
Prg aula 2 pragas de pastagens
 Prg aula 2 pragas de pastagens Prg aula 2 pragas de pastagens
Prg aula 2 pragas de pastagens
 
Mandioca
MandiocaMandioca
Mandioca
 
Relatório Técnico Projeto Soja Brasil 2014/2015
Relatório Técnico Projeto Soja Brasil 2014/2015Relatório Técnico Projeto Soja Brasil 2014/2015
Relatório Técnico Projeto Soja Brasil 2014/2015
 
Pimentão apresentação
Pimentão   apresentaçãoPimentão   apresentação
Pimentão apresentação
 
Adubação verde: Girassol
Adubação verde: Girassol Adubação verde: Girassol
Adubação verde: Girassol
 
Coberto Vegetal Semeado numa vinha
Coberto Vegetal Semeado numa vinhaCoberto Vegetal Semeado numa vinha
Coberto Vegetal Semeado numa vinha
 
Eficiência da adubação da cana-de-açúcar relacionada aos ambientes de produçã...
Eficiência da adubação da cana-de-açúcar relacionada aos ambientes de produçã...Eficiência da adubação da cana-de-açúcar relacionada aos ambientes de produçã...
Eficiência da adubação da cana-de-açúcar relacionada aos ambientes de produçã...
 
BRS Capiaçu: cultivar de capim-elefante de alto rendimento para produção de s...
BRS Capiaçu: cultivar de capim-elefante de alto rendimento para produção de s...BRS Capiaçu: cultivar de capim-elefante de alto rendimento para produção de s...
BRS Capiaçu: cultivar de capim-elefante de alto rendimento para produção de s...
 

Más de Carla Pádua Martins

Flyer eletronico 2º barista 2014 programação-conteudo programatico-valores(1)
Flyer eletronico 2º barista 2014   programação-conteudo programatico-valores(1)Flyer eletronico 2º barista 2014   programação-conteudo programatico-valores(1)
Flyer eletronico 2º barista 2014 programação-conteudo programatico-valores(1)Carla Pádua Martins
 
Flyer eletronico 2º barista 2014 programação-conteudo programatico-valores(1)
Flyer eletronico 2º barista 2014   programação-conteudo programatico-valores(1)Flyer eletronico 2º barista 2014   programação-conteudo programatico-valores(1)
Flyer eletronico 2º barista 2014 programação-conteudo programatico-valores(1)Carla Pádua Martins
 
Flyer eletronico 2º barista 2014 programação-conteudo programatico-valores
Flyer eletronico 2º barista 2014   programação-conteudo programatico-valoresFlyer eletronico 2º barista 2014   programação-conteudo programatico-valores
Flyer eletronico 2º barista 2014 programação-conteudo programatico-valoresCarla Pádua Martins
 

Más de Carla Pádua Martins (8)

Flyer eletronico 2º barista 2014 programação-conteudo programatico-valores(1)
Flyer eletronico 2º barista 2014   programação-conteudo programatico-valores(1)Flyer eletronico 2º barista 2014   programação-conteudo programatico-valores(1)
Flyer eletronico 2º barista 2014 programação-conteudo programatico-valores(1)
 
Flyer eletronico 2º barista 2014 programação-conteudo programatico-valores(1)
Flyer eletronico 2º barista 2014   programação-conteudo programatico-valores(1)Flyer eletronico 2º barista 2014   programação-conteudo programatico-valores(1)
Flyer eletronico 2º barista 2014 programação-conteudo programatico-valores(1)
 
Convite e programacao
Convite e programacaoConvite e programacao
Convite e programacao
 
Flyer eletronico 2º barista 2014 programação-conteudo programatico-valores
Flyer eletronico 2º barista 2014   programação-conteudo programatico-valoresFlyer eletronico 2º barista 2014   programação-conteudo programatico-valores
Flyer eletronico 2º barista 2014 programação-conteudo programatico-valores
 
Special coffeereport 10-10-2014
Special coffeereport 10-10-2014Special coffeereport 10-10-2014
Special coffeereport 10-10-2014
 
Special coffee report
Special coffee report Special coffee report
Special coffee report
 
Cocamigiiig
CocamigiiigCocamigiiig
Cocamigiiig
 
COCAMIG
COCAMIGCOCAMIG
COCAMIG
 

Resumo simpósio café esalq

  • 1. RESUMO DO III SIMPÓSIO SOBRE TECNOLOGIAS NO CULTIVO DO CAFEEIRO SUMÁRIO PALESTRA 1: Doenças e Produção de Cafeeiro – Eng. Agr. Flávia Rodrigues Alves – IB/APTA PALESTRA 2: Adubação Organomineral – Eng. Agr. Eduardo Lima de Souza – Faz. Ponto Alegre PALESTRA 3: Fertilizante de Liberação Controlada – Eng. Agr. Heitor Cantarella – IAC PALESTRA 4: Inovações Tecnológicas na Cafeicultura – Alessando S. de Oliveira – AP Agrícola PALESTRA 5: O Que Fazer Para o Café Ser Rentável ? – Eng. Agr. Celso L. Vegro – IEA PALESTRA 6: Fertilizantes Via Gotejo – Eng. Agr. José A. Quaggio – IAC PALESTRA 7: Viabilidade da Colheita Mecanizada – Eng. Agr. Rogner C. Avelar – SEBRAE PALESTRA 8: Fertilidade e Nutrição do Café – Eng. Agr. José Laércio Favarin – ESALQ/USP
  • 2. PALESTRA 1: Doenças e Produção de Cafeeiro – Eng. Agr. Flávia Rodrigues Alves – IB/APTA CONTATO: flavia@biologico.sp.gov.br Tendência do mercado de café é a redução de área e aumento na produtividade com redução na bienalidade. Principais doenças do Café: Ferrugem, Cercospora, Mancha Aureolada, Phoma e Colletotrichum. FERRUGEM: Condições favoráveis para início do desenvolvimento são temperaturas entre 22 e 24 ◦C e precipitação de 30 mm. Quanto maior a produção (carga alta) mais suscetível à incidência da doença. Início da pressão ocorre em Dezembro e aumenta exponencialmente até Julho/Agosto. Quanto maior a incidência da ferrugem menor a produção no ano seguinte devido ao dano na gema floral e perda de folhas. Quando não controlada, a ferrugem aumenta a bienalidade, com diferença de até 10,5 sc/ha em média segundo alguns ensaios, o que pode representar na prática redução de 20 à 40% da produção na próxima safra. O ciclo varia de 25 à 45 dias. Expectativa para a safra 2014/15 é de que haja explosão na ferrugem tardia, devendo-se atenção especial ao controle preventivo, com redução do intervalo de aplicação (maior frequência de aplicação). Recomenda-se usar fungicidas com indutores de resistência e cobre em aplicações foliares. CERCOSPORA: Prejudica a qualidade da bebida (gruda no tegumento), além de ser disseminada pelo ácaro da leprose. Relaciona-se com desequilíbrio entre N(baixo)/K(alto). Ocorre com maior frequência em solos arenosos, lavouras irrigadas, cultivos orgânicos e nas condições do Cerrado. Condições favoráveis para o seu desenvolvimento é temperaturas elevadas (> 25◦C) e altas precipitações, o que coincide com os meses de Janeiro e Fevereiro. O ciclo varia de 10 à 30 dias, o que exige maior frequência de aplicação. O fungo penetra no fruto cerca de 3 meses após o florescimento (janeiro/Fevereiro), no entanto a infestação ocorre em Setembro/Outubro. As perdas na qualidade são ocorridas pela lesão nos frutos. Plantas com muita carga apresentam maiores dificuldades para o controle, além de uma desfolha intensa. Manejo da Cercospora: Evitar desequilíbrio N/K através de uma adubação balanceada; Utilização de cultivares resistentes (Ouro Verdem Catuaí IAC 85, Catuaí SH3); Maior frequência de aplicações de fungicidas com Triazol + Estrobirulina; Aplicações mensais (parceladas) de cobre foliar em Novembro/Dezembro/Janeiro/Fevereiro. MANCHA AUREOLADA: Causada pela bactéria Pseudomonas syringae, com maior ocorrência nos últimos 4 anos, devido a problemas com manejo e qualidade das mudas. Tem relevada importância no sistema Safra Zero, após as podas, pois é favorecida em tecidos jovens. Em geral, sua ocorrência é predominantemente em locais com maiores altitudes e alta velocidade de vento, ocasionando ferimentos por onde ocorre a penetração da bactéria. Quando há chuva de pedras associada a ventos fortes é maior a intensidade da doença. O ciclo é curto (6 à 10 dias) em condições favoráveis. A bactéria consegue penetrar na flôr, porém os frutos pequenos continuam sendo os mais susceptíveis a penetração da bactéria.
  • 3. A utilização de quebra ventos é de extrema importância em regiões de elevada altitude e ventos fortes, e junto com hidróxidos e óxidos de cobre ajudam na redução da infestação na planta. O controle químico não é tão eficaz devido ao agente ser bactéria. A escolha do cultivar é fundamental para o manejo da doença em áreas com potencial de infestação. Mundo Novo, Bourbon Vermelho e Amarelo são considerados cultivares muito susceptíveis, enquanto que, Catuaí e Obatã apresentam média susceptibilidade à doença. O manejo baseia-se em evitar o contato da bactéria com os tecidos novos (mais suscetíveis) através de quebra ventos, plantio em áreas de menor altitude, aplicações de Cobre pós colheita/início das brotações novas. A doença está presente na lavoura durante o ano todo, no entanto, sua importância ocorre principalmente no estágio de flores alfinetes e brotações. Recomenda-se aplicar Cobre na concentração de 1 Kg/ha na calda, além de reduzir o intervalo entre aplicações em períodos chuvosos, situação em que o Cobre é lavado. MANCHA DE PHOMA: Doença regionalizada em regiões com temperaturas mais baixas (12 à 22◦C) e menores umidades. Predomina no Brasil a Ascochyta coffea, hoje chamada de Phoma tarda. A principal diferença do sintoma em relação a mancha aureolada é que as lesões ocorre na ponta dos ramos, enquanto que a aureolada ocorre no ponteiro. Devido a sua característica, não aparece Phoma no verão (altas temperaturas). O ciclo para incubação é muito curto (6 à 10 dias). ÉPOCA DE MAIOR IMPORTÂNCIA DAS DOENÇAS: CONCLUSÕES: Na safra 2014/15 deve se atentar à Ferrugem tardia através de monitoramentos constantes e controles mais frequentes. Acertar o momento de tratamento e equilíbrio da adubação de Nitrogênio e Potássio. D J F M A M J J A S O N D Época Ideal de Controle Época Ideal para desenvolvimento da doença FERRUGEM CERCOSPORA AUREOLADA PHOMA
  • 4. PALESTRA 2: Adubação Organomineral – Eng. Agr. Eduardo Lima Sousa – Faz. Ponto Alegre CONTATO: eduardolimadesousa@gmail.com / (35) 9852-6840 – Cabo Verde/MG Definição de Organomineral: É a mistura/combinação de fertilizante orgânico humificado, turfa ou linito com fertilizante mineral, tendo como produto final um fertilizante de liberação lenta ou disponibilidade controlada, melhorando a eficiência agronômica dos minerais para as plantas. Na legislação, os organominerais devem obedecer ao seguinte requisito: Eficiência dos fertilizantes orgânicos em relação ao mineral: Orgânico é condicionador do mineral, o que ocorre em função da maior CTC, maior pH, maior superfície específica, maior Capacidade de Retenção de Água e maior formação de quelatos. EQUAÇÃO DA NUTRIÇÃO M(fertilização) = {[M(vegetação) + M(produção)] – M(disponibilidade no solo)} x f Quando f é maior que 1 compensar as perdas devido a volatilização de N, S e Se; Lixiviação de N, K, S, B, Cl e Se; Fixação de P, K, N, B, Co, Cu, Fe, Mn, Zn, Mo e Ni; por erosão considerar todos os elementos. PORQUE ADUBAR ? Para repor quantidade de nutrientes exportados pela cultura e recompor perdas e interações que ocorrem no sistema (70% do K fica na casca do café). Observação: Para cada 1 sc de café beneficiado produz 1 sc de palha (importância do K). QUANTO ADUBAR ? A quantidade de organomineral será definida pelos critérios técnicos embasados em análises de solo, folha, carga e idade da lavoura. Pode se fazer uma redução de 30, 50 e 30% respectivamente em N, P e K no balanço nutricional para a cultura. Em média, para uma produção de 40 sc/ha são exigidos pela planta cerca de 208 Kg de N, 30 Kg de P e 142 Kg de K. Umidade (%) máximo 30% C orgânico mínimo 8% pH mínimo 6 Soma NPK > 12 Margem Tolerância 10% Mineral Orgânico Nitrogênio 60% 50% Fósforo 12% 60% Potássio 60% 100%
  • 5. QUANDO ADUBAR ? Por se tratar de fertilizante de liberação lenta, recomenda-se antecipar as aplicações ao início do período das chuvas. Ideal logo após a colheita. Dependendo da fertilidade natural e textura do solo, recomenda-se aplicar em uma única vez ou em até 2 parcelamentos. Solos mais arenosos e com CTC menor fazer o parcelamento em 2x. ONDE ADUBAR ? Posicionar em ambos os lados da planta. A maneira e localização do fertilizante organomineral é idêntica a recomendada para o fertilizante mineral. Deve-se procurar atingir as radicileas novas, onde há maior eficiência na absorção da solução do solo (com nutrientes). Aplicar organomineral preferencialmente em condições de céu limpo (sem chuvas e muitas nuvens) ou muito orvalho. Evitar aderência da substância na folha, o que pode ocasionar queima. Um bom exemplo de aplicação eficiente desse tipo de composto é a moto com distribuidor, muito utilizado na região de Nova Resende/MG, ao passo que a distribuição através de pessoas (a lanço) é pouco eficiente além de permitir excessos de aplicação em algumas áreas. O rendimento na situação Sul de Minas é de em média 1000 Kg/homem/dia. O custo do fertilizante organomineral é semelhante ao mineral, no entanto sua maior eficiência de utilização pela planta compensa a maior atenção que deve ser dada a esse tipo de aplicação. CALAGEM: No sistema organomineral tende a reduzir a necessidade após alguns anos de utilização. No estudo de caso, após 9 safras utilizando-se fertilizante organomineral houve redução de 2/3 do calcário. Para aumentar 1 mg/dm³ de M.O é preciso em média 50 toneladas de esterco de galinha por hectare, considerando a densidade do solo = 1g/cm³. Observou também aumento na CTC do solo, no P lábil, além de maior teor de N na folha. VANTAGENS DO ORGANOMINERAL Produto de liberação lenta; Redução dos custos de operação; Melhora as propriedades físicas do solo; Contribui para atividade biológica do solo; Reduz fixação de P no solo; Maior enraizamento e resistência à seca; Menor demanda de calcário; Melhor logística de distribuição no campo; Melhor qualidade da bebida;
  • 6. PALESTRA 3: Fertilizante de Liberação Controlada – Eng. Agr. Heitor Cantarella – IAC CONTATO: cantarella@iac.sp.gov.br A eficiência do uso do Nitrogênio pelo café depende do manejo do sistema e efeito da irrigação. Imobilização não é perda, mas sim não disponibilização imediata à planta. O NO3- quando presente nesta forma no solo pode sofrer lixiviação, percolando junto com a água através do perfil do solo. Dessa forma, recomenda-se parcelar a adubação nitrogenada quando a fonte principal for o Nitrato (NO3-). O NH4+ (Amônio) pode sofrer volatilização, processo que ocorre principalmente em solos com pH alto: NH4+ em solo ácido NH3 + H+: vira amônia que é muito volátil. A utilização de uréia promove perdas por volatilização de NH3 em todas as condições de solo. Dessa forma, a utilização de Uréia é menos eficiente do ponto de vista agronômico em relação a fontes de Nitrato e Sultato de amônio, devido a volatilização da amônia. A desnitrificação (produção de N2O) ocorre em condições anaeróbicas (sem oxigênio disponível à bactérias), geralmente em solos inundados, o nitrato é consumido de 2 à 7 dias. No entanto, pequena quantidade também ocorre durante a nitrificação (condição aeróbica). MEDIDAS PARA REDUZIR PERDAS DE NITROGÊNIO Utilização de fontes alternativas de N e/ou fertilizantes de eficiência aumentada como: A) Fertilizantes de liberação lenta: Recobertos, encapsulados ou insolúveis B) Fertilizantes estabilizados: contêm aditivos ou inibidores de reação enzimática Os principais objetivos da utilização deste tipo de fertilizantes são: -Reduzir problemas com excesso de N (poluição de lençóis freáticos); -Fornecer nutrientes acompanhando a necessidade da planta ao longo de seu desenvolvimento; -Reduzir a necessidade de parcelamento; -Reduzir perdas por ineficiência e imobilização; A) FERTILIZANTES NITROGENADOS DE LIBERAÇÃO LENTA -Uréia Formaldeido (UF) = 38% de N -Isobutilidene Diuréia (IBDU) = 31% de N Fertirrigação Convencional Nitrogênio 80% 50% Fósforo 70% 30% Potássio 80% 60%
  • 7. -Crotonilidene Diuréia (CDU) = 32% de N FERTILIZANTES NITROGENADOS DE LIBERAÇÃO CONTROLADA -Uréia Recoberta com Enxofre e Cera (SCO): para ser liberada a cera deve ser degradada por microorganismos. Fendas na estrutura cristalina do S permite a liberação controlada do N. Falhas na estrutura de cobertura podem danificar o produto quando empilhado em excesso, FERTILIZANTES NITROGENADOS DE SOLUBILIDADE CONTROLADA -Cobertura com polímeros de resina sintética o que promove a permeabilidade controlada e associação com outros nutrientes no mesmo grânulo: I) A água penetra no grânulo pelos poros do polímero II) A dissolução dos nutrientes aumenta a pressão osmótica III) Liberação dos nutrientes de acordo com as condições de Temperatura (quanto maior mais rápida ocorre) Os produtos de liberação controlada estão com muitos resultados positivos na literatura, dentre eles estão a dispensa do parcelamento. No entanto, há casos de falhas no recobrimento dos grânulos e condições de solo/clima que não favorecem a liberação dos nutrientes antes ou depois do pretendido. RELAÇÃO DE PREÇOS X CONVENCIONAL -Custo do polímero é de 10 à 30 vezes o custo do fertilizante em si. -Em geral, a participação de fertilizante liberação lenta comparando com o mercado convencional é de 0,19% do mercado. B) FERTILIZANTES ESTABILIZADOS Basicamente há dois tipos desse fertilizante: os inibidores de nitrificação e inibidores de urease INIBIDORES DE NITRIFICAÇÃO: Visam interromper a transformação do amônio em nitrito, e manter o N na forma amoniacal por um período maior de tempo. São de diversos compostos como Nitropirina, Diacinodiamida, DMPP. Em solos leves (arenoso) possuem efeitos positivos evitando a lixiviação de nitrato, além de oferecer flexibilidade e alternativas no manejo como antecipação, redução e parcelamento das doses. INIBIDORES DA UREASE: bloqueiam a reação de hidrólise da uréia. Principais tipos de compostos são as triamidas fosfóricas, CHPT, NBPT e PPDA, com destaque para a NBPT, que foi lançada em 1996 nos EUA. O interesse no produto no Brasil ocorreu devido a importância da Uréia, que representa cerca de 60% de toda a adubação de N no mercado. Possuem estabilidade de 3 à 7 dias nas condições de clima do Brasil. Em temperaturas mais baixas o efeito do NBPT é mais duradouro. O pico de perda da uréia ocorre de 3 à 5 dias após a aplicação. Com esses inibidores há o bloqueio da redução da volatilização por até 10 dias,
  • 8. protegendo a liberação. É possível uma maior eficiência de uso, especialmente devido a redução das perdas por volatilização. CONSIDERAÇÕES GERAIS Os produtos de liberação lenta/controlada ainda são considerados produtos de nichos de mercado. A casca contêm 40% do N e 55% do K do fruto. O Nitrogênio é fundamental para a formação de ramos (estimula crescimento). Em plantas adultas, ocorre a produção de 2 Kg de Matéria Seca/Planta por ano que normalmente é a produção de novos ramos, o que gera em um hectare cerca de 8 toneladas por ano de matéria seca. Mais de 50% do N da parte aérea da planta vem do solo. Boa parte do N fornecido via fertilizante fica no solo na M.O. QUANDO É VIÁVEL REDUZIR DOSES DE N ? Quando o aumento da eficiência implica em redução de perda para o ambiente (ex: menores perdas por volatilização de amônia e menores lixiviações de nitrato). É difícil dimensionar perdas, pois estão geralmente associadas a fatores ambientais. QUANDO É ARRISCADO REDUZIR DOSES DE N ? Quando os ganhos com redução não são apropriados para o agricultor. Redução de doses pode implicar em redução do estoque de nutrientes no solo (diminuição da fertilidade em médio prazo). Normalmente as doses recomendadas estão próximas a exportação. O fósforo tem longo efeito residual, o potássio também é retido com exceção em solos arenosos e bem drenados. O nitrogênio é acumulado na fração orgânica e é responsável pelo suprimento das plantas em longo prazo. COMO PAGAR PELA TECNOLOGIA DOS FERTILIZANTES DE EFICIÊNCIA AUMENTADA ? Considerar o custo extra como seguro contra perdas. O preço não pode ser muito diferente das opções de manejo de outras fontes. Compensar com conveniência ou reduções de outros custos, além de facilidade na operação e economia com equipamentos, mão de obra e tempo. Fruto Todo Casca EXTRAÇÃO % do Fruto kg/ton café beneficiado N 165 65,5 99,1 60 39,7 P 10 4,5 5,6 56 2,4 K 185 103,1 81,4 44 44,5 Ca 26 16,1 9,6 37 6,3 Mg 12 3,7 8,2 68 2,9 S 12 5,6 6,5 54 2,9 Quantidade Exportada Café com 8 anos. Produção 4200 kg/ha; média de 10 cultivares CONTEÚDO DE NUTRIENTES kg/ha
  • 9. PALESTRA 4: Inovações Tecnológicas na Cafeicultura – Alessando S. de Oliveira – AP Agrícola CONTATO: AP Agricola e CPAP – Piumhí/MG CONSIDERAÇÕES INICIAIS Valor do agronegócio: representa 32% dos empregos, 41% das exportações e 23% do PIB. 1 a cada 3 reais gerados no país se deve ao agronegócio. PRINCIPAIS DIFICULDADES E DESAFIOS NA CAFEICULTURA Leis ambientais e trabalhistas; Escassez e elevados custos com mão de obra qualificada; Maquinário ultrapassado; Produzir qualidade; Gestão da propriedade e venda do produto; Logística pouco eficiente e cara; Água para irrigação e lavouras de sequeiro (Catuaí e Icatu são os piores materiais para resistir a seca); PARADIGMA – QUESTÕES ATUAIS -ÁGUA: Secas e prejuízos no armazenamento e retenção de água no solo; -GESTÃO: Lucro em épocas de crise; Interpretação de dados; Custo da produção; -PESSOAS: Treinamento dos colaboradores; Treinamento das lideranças; -CONSERVAÇÃO DO SOLO: Preparo para suportar chuvas; Controle de erosão e nutrição; -MECANIZAÇÃO: Qualidade das operações de pulverização, colheita; adubação e podas; VANTAGENS DO SISTEMA SAFRA ZERO -Redução de 50% do uso de máquina no chão e uso de colheita de árvore. Colheita no chão é muito cara. -Redução da perda de água evaporada do solo (carreador) com manutenção de vegetação; -Maior recuperação do sistema radicular, promovendo maior tolerância a seca e maior renovação de raízes secundárias. SISTEMA AP ROMERO -Podar cedo e tratos culturais no momento correto; -Adubação em área total favorecendo maior produção de M.O pela brachiária entre linha. Parcelar em 3 aplicações sendo a primeira em Agosto, segunda em Outubro e a última em Abril. -Plantio de Brachiária na entre linha: maior eficiência no uso da água (economia de 108 mm/mês devido a redução de evaporação) e redução na temperatura do solo devido a cobertura.
  • 10. -Utilização de maquinário que permite colheita sem retirar a brachiária e evitar derrubar café no chão (alto custo para varrer e colher depois); -Redução de 50% do volume de calda nas aplicações: para café usar 150L/ha, para cereais 30L/ha. Utilizar produtos que aumentem a proteção das gotas e melhoram a tecnologia de aplicação; -Minimizar efeito do glifosato e teste de compatibilidade de produto (ver reação em um litro) -Beneficiar café por Via Seca; -Gotejo enterrado com aplicações de trifluralina em doses baixas para evitar penetração de raízes do cafeeiro nos tubos de irrigação; PROGRAMA DE SOLUÇÕES PARA GESTÃO Foco na formação e engajamento da equipe, desenvolvimento dos processos e regulamentação para cada funcionário além de premiação para os melhores funcionários. Utilização de ferramentas de controle da operação.
  • 11. PALESTRA 5: O Que Fazer Para o Café Ser Rentável ? – Eng. Agr. Celso L. Vegro – IEA CONTATO: celvegro@iea.sp.gov.br CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE AGRICULTURA É uma atividade que envolve os riscos: Climatológico; Preços de comercialização baixos e Preços de insumos altos. É imprevisível a longo prazo. Considera-se que pode ser projetada apartir do passado e construir um cenário futuro, pois o conhecimento sobre as situações futuras e expectativas podem ser falíveis. PROCESSO DECISÓRIO SOBRE INVESTIMENTO NA AGRICULTURA Todo investimento possui suas singularidades, devendo-se calcular as probabilidades de sucesso e fracasso, além de possuir relevado conhecimento sobre o negócio e sistema de produção. No entanto o conhecimento é flutuante, vago e incerto. O que é determinante para o sucesso do investimento é a análise do rendimento futuro esperado X custo de produção, o que resultará na rentabilidade do negócio. Portanto a rentabilidade do cafeicultor deve ser obtida apartir da mitigação dos riscos envolvidos ao negócio café (produção, crédito, mercado) + convivência com as incertezas (clima, política econômica, liquidez); CLASSIFICAÇÃO DOS RISCOS PRODUÇÃO: Clima; Praga; Doenças; CRÉDITO: Descumprimento de contratos; MERCADO: Volatilidade das cotações; OPERACIONAL: Erros humanos / tecnológicos; LEGAL: Transações não amparadas por legislação; LIQUIDEZ: Transação consumada em razão dos preços e quantidades do comprador; RISCO DE PRODUÇÃO O principal fator que levou a má formação dos frutos na safra 2014/15 foi a alta temperatura aliada a alta incidência de radiação solar (baixa nebulosidade entre os meses de Janeiro, Fevereiro e Março). Para a Safra 2015/16 espera-se repetir o ciclo de baixa resultando em um déficit no suprimento global e consequente consumo dos estoques. Espera-se uma disputa pelas melhores ofertas (café de qualidade). O manejo agronômico adequado de cada talhão, de acordo com sua condição e situação é necessário. Renovação de áreas pouco produtivas, utilização de cultivares mais tolerantes a estresses hídricos e temperaturas elevadas, adequação do adensamento populacional visando reduzir temperatura do solo e melhorando microclima entre os ramos produtivos. Também é
  • 12. recomendável utilização de quebra ventos, arborização, terraços e subsolagem, manejo do mato entre linha, gessagem e calagem e outras práticas de otimização dos recursos hídricos. Cafés de peneira alta (>17) serão cada vez mais disputados no mercado. Nesta safra, a anomalia climática produziu grãos menores. Sabe-se que não foi o déficit hídrico que causou o chochamento dos grãos, mas sim a baixa nebulosidade (alta incidência de radiação solar direta) nos grãos em desenvolvimento; RISCO DE MERCADO A formação dos preços possui 2 alicerces: A) Flutuação nos Preços – Fundamentos:  Balanço entre oferta e demanda;  Formação ou consumo de estoque;  Sazonalidade B) Ações de Investidores – Especuladores:  Fundos privados;  Fundos soberanos (Dinheiro do País);  Exportadores e Industrias do setor;  Pequenos investidores O consumo mundial de café cresce 2,5% ao ano, e o setor passa por alguns desafios nesta safra de 2014/15 como as altas precipitações (monções) no mercado asiático, especialmente Indonésia. Na América Central, em especial Colombia, está havendo altas infestações com ferrugem. O Brasil, maior produtor mundial sofreu com a falta de água nas regiões produtoras, onde choveu apenas 40% do esperado para o ano. Se o mundo parasse de produzir café hoje, haveria estoque para 4 meses de consumo apenas. O estoque hoje é cada vez mais “Just in Time” ou de acordo com a demanda momentânea. ALTERNATIVAS PARA MITIGAR O RISCO DE MERCADO Contratação de Hedge: Proteção contra oscilação de preços nas commodities devido a variação do dólar; Cédula do Produto Rural (CPR) – Física e Financeira; Quando a taxa selic está em alta paga-se mais para ter CPR, pois o desconto é sobre o título. Derivativos financeiro (Bolsa de Valor) – Contrato futuro X contrato de opções; Especificações de Contratos:  Atributos de qualidade do produto a ser entregue;  Ajustes diários (mercado futuro);  Taxa e emolumentos como certificações e registros dos contratos;  Recolhimento do prêmio para quem tem o contrato na mão;
  • 13. DIMINUIÇÃO DOS RISCOS NA CAFEICULTURA -Soluções Agronômicas -Soluções Econômicas -Organização Social (Participação; Cooperativa; Sociedades) -Gestão:  Orçamentária  Supervisão / Controle  Avaliação do cenário e tendências futuras  Estratégias comerciais: Vender para produzir e não produzir para vender
  • 14. PALESTRA 6: Fertilizantes Via Gotejo – Eng. Agr. José A. Quaggio – IAC CONTATO: Instituto Agronômico de Campinas - Campinas/SP CONSIDERAÇÕES INICIAIS Dificuldade no diagnóstico da fertilidade do solo em café formado devido a enorme variabilidade em termo da linha do café (horizontal e vertical). Nota-se também maior acidificação no local de aplicação de N, o que sugere-se que a amostra de solo deve ser dentro e fora da saia (misturar as duas) do café. Outra observação é a elevada acidificação no bulbo de molhamento em lavouras fertirrigadas por gotejo. A utilização de alguns defensivos principalmente a base de Cobre em um período muito próximo da análise de folhas estão resultando em resíduos deste nutriente o que causa a impressão de falsa disponibilidade. CRITÉRIOS PARA RECOMENDAÇÃO DA GESSAGEM  Saturação de Alumínio (m > 40%)  Saturação por base (V% < 25%)  Gesso em Kg/ha = 60 x teor de argila (%) PADRÕES PARA INTERPRETAR FERTILIDADE DO SOLO - MACRONUTRIENTES PADRÕES PARA INTERPRETAR FERTILIDADE DO SOLO – MICRONUTRIENTES Ajustar na classe média os valores dos elementos. CLASSES P Resina Potássio Magnésio V% mg/dm³ % Muito Baixo <6 <0,8 - <26 Baixo 6 à 12 0,8 à 1,5 <4 26 à 50 Médio 13 à 30 1,6 à 3,0 4 à 8 51 à 71 Alto >30 >3,0 >8 >70 mmolc dm³ CLASSES S-SO4 B Cu Mn Zn Baixo <10 <0,6 <2 <3 <2 Médio 10 à 20 0,6 à 1,2 2 à 6 3 à 6 2 à 5 Alto >20 >1,2 >6 >6 >5 mg/dm³
  • 15. CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE NUTRIÇÃO DO CAFEEIRO O segundo elemento mais importante para o café é o Zinco, depois do Nitrogênio. Sabe-se que há grande relação entre Zn e N. O Zn estica internódio. As recomendações de Boro estão sendo revistas devido a alta retenção deste elemento por algumas argilas, além do intervalo de sensibilização da planta do ótimo com excesso ser muito curto. Boro tem importância na desintoxicação da planta através de oxidases de fenol e carreação de alguns aminoácidos até porções superiores e tecidos novos. Zonas de produção com maior altitude e menor evapotranspiração exigem solos com > teores de Boro devido a redução na sua absorção pela planta, naturalmente pelo menor fluxo de água para a planta. Adubação foliar com Magnésio é recomendada em condições de altas adubações de Potássio para manter a relação K/Mg adequada. Apenas a Calagem não basta para suprir todo o Mg para a planta de café. A extração dos nutrientes por kg de saco de café é na ordem de 2kg/sc de N, 3,2 kg/sc de K, 250 g/sc de P e 200 g/sc de S; Portanto, a recomendação da adubação deve ser baseada na quantidade de cada nutriente extraído + produtividade esperada + nível de fertilidade no solo, considerando ainda as perdas naturais por ineficiência na absorção (perdas por lixiviação e volatilização) e imobilização de alguns nutrientes por argilas e outros componentes do solo; EQUILÍBRIO IÔNICO NAS PLANTAS Alguns estudos mostram que o somatório de cátions e ânions dos nutrientes que a planta absorve além da forma como o utiliza varia em anos de safra alta e baixa, principalmente para alguns elementos como Potássio e Nitrogênio (consumo de luxo em ano de baixa por ambos elementos), indicando algumas considerações dentre as quais: Em solos tropicais não é recomendável usar fertirrigação em 100% da área devido a possibilidade de acidificar demasiadamente o solo; Quando o pH do solo fica muito ácido há um aumento nas atividades das bactérias nitrossomonas e Nitrobacter, que reduzem o nitrato a nitrito. De modo geral, café absorve Nitrogênio principalmente na forma amoniacal resultando em uma acidificação natural do solo pela liberação de prótons (H+); Dessa forma, para trabalhar com fertirrigação, é preciso mudar as fontes, do contrário, ao se utilizar uma fonte amoniacal na fertirrigação, alguns estudos monstraram que com apenas um ano aplicando 450 Kg de N uréia) o pH ao redor do bulbo foi de 8 para 3. O pico de conteúdo de Nitrogênio na seiva do café ocorre em meados de setembro, época da floração. No interior da planta, 23% do N esta na forma mineral (Amoniacal e Nitrato) e 77% está na forma de aminoácido. Sabe-se também que existe 70x mais K do que Ca. Ca+2 K+ Mg+2 Σ+ N SO4-2 H2PO4- Σ- (C+ -A-)-N CARGA ALTA 625 480 481 1586 2279 127 39 2445 -859 CARGA BAIXA 615 616 337 1568 2586 138 50 2774 -1206 CATIONS ANIONS mmolc kg-1
  • 16. Há grande sinergia entre irrigação e nutrição (fertirrigação) no cafeeiro. Alguns estudos mostram produtividades que superam 100 sc/ha no sistema safra zero. Em clima quente a cultivar Mundo Novo cresce demais, atingido as vezes porte superior a 4m. Os cultivares Catuaí apresentam bom desenvolvimento sendo mais recomendos para áreas quentes fertirrigadas devido a menor intensidade de crescimento que o Mundo Novo, facilitando o manejo e podas. O maior problema da fertirrigação é a concentração muito grande de nutrientes em um pequeno espaço, promovendo excesso de sais e acidificação do solo na proximidade do buldo de irrigação e consequentemente raízes. Não é recomendado a utilização de solução com condutividade elétrica (CE) superior à 2,0 mS/cm³. Café é uma planta muito sensível ao ânion cloreto (Cl-), sendo algumas vezes necessário utilizar Ca+² para neutraliza-lo. A relação ideal de Nitrato/Amônio na solução de fertirrigação é com a utilização 20% de fonte Amoniacal (NH4+) e 80% de fonte com NO3, sendo que desses 80%, metade com Nitrato de Cálcio e metade com Nitrato de Potássio. AMOSTRAGEM DE SOLO EM SISTEMAS COM FERTIRRIGAÇÃO Realizar preferencialmente a cada 2 anos na posição 30 cm do gotejo. No entanto realizar todo ano a amostragem tradicional no meio da entre linha. RESUMO -Não aplicar todo fertilizante via fertirrigação: Recomenda-se aplicar até 50% do N e K via fertirrigação, sendo que desses 50%, 20% seja na forma de Nitrato de Cálcio e 20% seja na forma de Nitrato de Potássio. -Aplicar 70% do N e do K até Dezembro; -Utilizar adubação sólida antes da floração, sendo 60% antes da primeira e o restante antes da segunda florada; -Aplicar calcário debaixo da saia do café; -Realizar maior parcelamento possível das doses de fertilizantes; -Em anos de baixa produção fazer adubar preferencialmente em uma única parcela, com 60% do valor da adubação do ano de alta produção, ou apenas fazer a fertirrigação; -Não é interessante usar mais de 70 Kg de nutriente na adubação ou parcelamento; -Não realizar fertirrigação no período das águas (desnecessário), voltar a fertirrigação após fevereiro; -Recomenda-se aplicações foliares dos nutrientes Zn, Cu, preferencialmente nas fontes de sulfato de bom grau de moagem. -Armazenar nutriente na biomassa e não apenas no solo;
  • 17. PALESTRA 7: Viabilidade da Colheita Mecanizada – Eng. Agr. Rogner C. Avelar – SEBRAE CONTATO: avelarcafe@yahoo.com.br / (34) 9989-2856 – Monte Carmelo/MG CONSIDERAÇÕES INICIAIS O custo de 1cv equivalente a homem é de R$107,00/h, enquanto que o custo de 1cv equivalente a um trator de 60cv é de R$ 60,00 ou 1cv = R$ 1,00/h. Considerando-se o Cerrado de MG, o custo total por hectare de uma lavoura de café está em R$ 11.406,06. O custo total por saca está em R$ 276,66 e a produtividade média 41,23 sc/ha. Com relação a distribuição dos gastos operacionais, a colheita representa cerca de 14% do custo total; A adubação de solo 30% e o controle de pragas e doenças 13%; O custo médio da colheita em Minas Gerais é de R$ 1415,12 e varia dentre as diversas regiões produtoras:  Cerrado: R$ 1178,12  Sul de Minas: R$ 202,91  Zona da Mata: R$ 4161,52 DESAFIOS PARA A NOVA CAFEICULTURA: Redução dos custos operacionais COLHEITA  Representa de 15 à 40% dos custos operacionais efetivo de uma lavoura de café;  Época de maior contratação de temporários;  Envolve o máximo de infraestrutura da propriedade;  Reflete diretamente a qualidade final da bebida; VANTAGENS DA COLHEITA MECÂNICA  Redução dos custos operacionais  Redução do período de realização da colheita DESEMPENHO OPERACIONAL DA COLHEITA MANUAL – 1 MEDIDA = 60 LITROS DE BEBIDA TEMPO DERRIÇA 56 min/medida TEMPO VARRIÇÃO 9 min/medida TEMPO ABANAÇÃO 12 min/medida TEMPO TOTAL 77 min/medida DESEMPENHO OPERACIONAL 5 medidas/homem/dia
  • 18. COMPARAÇÃO ENTRE CUSTOS COLHEITA MANUAL E MECÂNIZADA MANUAL: MECANIZADA: Durante a operação da colheita mecanizada, cerca de 85% dos frutos são efetivamente colhidos, enquanto que do restante, 5% caem no chão e 10% não é retirado do pé de café, ficando para repasse. O custo médio do repasse é de R$ 0,10 por planta. Mesmo com o aluguel de máquina, a operação mecanizada ainda é vantajosa, sendo que em média o aluguel da máquina por hora está em torno de R$ 200,00/h. COMO MEDIR O RENDIMENTO OPERACIONAL Capacidade de Campo Teórica (h/ha) CT = 1/{Velocidade (m/h) x Espaçamento (m) / 10000} Capacidade de Campo Efetiva (h/ha) CE = 1/{Área (ha) / Tempo Total de Campo (h)} Produção Lavoura 30 sc/ha 35 sc/ha Desempenho Operacional 5 med/H/dia 6 med/H/dia Volume Colhido 240 med/ha 280 med/ha Capacidade Operacional Custo Operacional Líquido R$ 60,00/H/dia Custo Encargos (43%) R$ 25,80/H/dia Custo Operacional R$ 85,80/H/dia Custo Total R$ 4.118,40/ha R$ 4.004,00/ha Custo Parcial R$ 17,16/med R$ 14,30/med 48 Homens/dia/ha Produção Lavoura 30 sc/ha 35 sc/ha Desempenho Operacional 55 med/H/dia 60 med/H/dia Volume Colhido 240 med/ha 280 med/ha Capacidade Operacional Custo Total da Colhedora Custo Total R$ 744,00/ha R$ 744,00/ha Repasse (15%) 36 med/ha 42 med/ha Custo Medida (Repasse) R$ 10,44/med R$ 8,95/med Custo Repasse (R$ 0,10/pl) R$ 376,00/ha R$ 376,00/ha Custo Final R$ 1120,00/ha R$ 1120,00/ha Custo Parcial Mecanização R$ 4,66/med R$ 4,00/med Custo Operacional Aluguel Colhedora Colhedora Repasse R$ 1176,00/ha R$ 1176,00/ha Custo Parcial Mecanizacão Alugada R$ 4,90/med R$ 4,20/med 4,0 h/ha R$ 186,00/h R$ 200,00/h
  • 19. Eficiência de Campo (%) EfC = Capacidade Campo Efetiva / Capacidade Campo Teórica INFLUÊNCIA SOBRE EFICIÊNCIA  Embuchamento  Parada para abastecimento  Manobras  Descarregamento  Capacidade de armazenamento FATORES QUE INFLUENCIAM NA COLHEITA DO CAFÉ - Planta:  Material Genético  Maturação e Uniformidade de Maturação - Máquina:  Vibração  Velocidade Operação  Distribuição da Vareta  Regulagem dos Freios - Infraestrutura Pós-Colheita:  Quantidade de Terreiros  Lavadores  Descascadores  Secadores FORÇA DE DESPRENDIMENTO DOS FRUTOS O melhor momento (rendimento operacional) para entrar com a colhedora é cerca de 30 dias após o início da maturação. Existe alguns aparelhos no mercado que medem a força do desprendimento do fruto no ramo, o que pode facilitar o gerenciamento do momento de colheita. PARÂMETROS DA DERRIÇA MECÂNICA Sistema Vibratório da Colhedora:  Frequência de vibração (regulável) – Ideal entre 500 à 950 ciclos por minuto  Amplitude de vibração (fixo) – depende do fabricante  Impacto da vareta no ramo/grão – depende da regulagem do freio
  • 20.  Tempo da vibração (regulável) – Ideal entre 650 à 1600 m/h (Quanto mais rápido, mais café cai no chão = maior a necessidade de realizar repasse) Derriça dos Frutos  Verdes – Impacto da vareta  Cereja e Passa – Impacto da vareta e vibração  Seco – Vibração Colheita Seletiva  Ideal é andar mais rápido e vibrar menos REGULAGEM PARA COLHEITA DE LAVOURA NOVA (PRIMEIRA E SEGUNDA SAFRA):  Verificar o aspecto nutricional da lavoura  Posicionamento das varetas (onde não tem café não precisa de vareta)  Proteção das varetas com mangueira – 10 à 15 cm, não precisa revestir a vareta inteira (redução dos danos aos ramos e frutos)  Vibração ideal entre 450 e 700 ciclos/minuto  Velocidade operacional ideal entre 1000 e 1600 metros por hora  Freios (peso das varetas ao ser tracionada) – 8 Kg  Comprimento de varetas – 500 mm espaçadas entre 5 e 10 cm  Aonde não tem café não precisa de vareta REGULAGENS ADEQUADAS FMS = (Vibração / Velocidade) = ciclos por metro FMS varia de 0,5 à 1,0 Recomenda-se:  Colheita seletiva quando FMS estiver entre 0,5 e 0,7  Colheita plena quando FMS estiver entre 0,8 e 1,0
  • 21. PALESTRA 8: Fertilidade e Nutrição do Café – Eng. Agr. José Laércio Favarin – ESALQ/USP CONTATO: Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – Departamento Produção Vegetal CONSIDERAÇÕES SOBRE POTÁSSIO E MAGNÉSIO A cada 94 Kg de K2O que se aplica, equivale a 0,1 cmolc/dm³ de K. Deficiência de Mg aparece devido a uma base muito baixa de Mg e alta de K. ESCOLHA DO CALCÁRIO O pH nos primeiros 5 cm é normalmente alto (>6,0), o que provoca a volatilização de uréia e redução da reação do calcário que se encontra em um local com pH alto. Calcário que tem reatividade menor recomenda-se utilizar na implantação da cultura. Já para lavouras em produção, não deve ser utilizado calcário com PRNT baixo, sendo recomendado utilizar calcário com reação imediata. Nas condições de pH em torno de 6,0, ocorre ainda a precipitação de fósforo (Ca3(PO4)2), favorecida pela elevada concentração de Ca+2 e P2O5. CONSIDERAÇÕES SOBRE O FÓSFORO A partir da adubação de 100 Kg de P2O5/ha, não ocorre o aumento do teor de fósforo na folha, pois não há maior demanda pela planta. O teor máximo encontrado na folha é normalmente em torno de 1,8 mg de P por Kg de MS. A absorção de fósforo pela planta depende da concentração de água no solo, pois ocorre por difusão e ainda depende de energia, pois este elemento é mais concentrado no interior da raíz que no solo, de forma que para absorvê-lo a planta demanda o gasto de Energia. A respiração, processo bioquímico que gera Energia, é reduzida quando ocorre a redução da temperatura ambiente. CONSIDERAÇÕES SOBRE O NITROGÊNIO A falta de água nos períodos entre fevereiro e março compromete a vegetação da lavoura e tem impacto na redução da diferenciação das gemas, que ocorrem neste mesmo período, devido ainda da não absorção adequada de nutrientes na solução do solo, especialmente o K. Cerca de 75% do nitrogênio total encontrado na planta vem do solo, da mineralização da matéria orgânica, comparando-se com o N fornecido via fertilizante. Nas condições da maioria dos solos brasileiros, existe cerca de 200 Kg/ha de N total no solo, dos quais 98% está imobilizado na matéria orgânica, microrganismos e resíduos que irão se decompor. Alguns estudiosos dão para este fenômeno a denominação de “Mar de Nitrogênio”, pois o N imobilizado na M.O pode ser disponibilizado pouco a pouco. O que faz a liberação dos nutrientes imobilizados no solo são os microrganismos. A água (provida através de irrigação ou chuvas) acelera a mineralização. O nitrogênio aplicado via fertilizantes estimula a multiplicação dos microrganismos, os quais tem em média cerca de 5% de N em sua composição.
  • 22. O ideal seria a liberação gradativa e constante (pulsos de liberação de N) para estimular a mineralização dos nutrientes da M.O por esses microrganismos, desde que tenha água disponível. EFICIÊNCIA DO APROVEITAMENTO DO NITROGÊNIO E LIXIVIAÇÃO A eficiência de recuperação de N do fertilizante diminui com o aumento da dose de N. Em condições de solos tropicais, o N não é lixiviado, e sim imobilizados pelos microrganismos no solo. Nitrogênio lixivia em países subtropicais em que a atividade microbiana é cessada durante o período do inverno devido a temperatura do solo abaixar no inverno. Em um estudo de caso, em condição tropical e solo com 15% de argila, foi aplicado 450 Kg de N/ha cuja fonte foi Uréia. Neste estudo houve perda por lixiviação de 15 Kg de N/ha, valor menor que 5%. Volatilização do N da fonte uréia é mais importante do que lixiviação. Em outro estudo, aplicando-se 280 kg/ha de N de fonte uréia, em solo com 50% de argila, observou-se o seguinte: PERDA DE ÁGUA POR EVAPORAÇÃO Em estudo realizado na Bahia, a presença de material vegetal recobrindo o solo (brachiária roçada) proporcionou economia de 49% de água não evaporada da superfície do solo, equivalente a 108 mm de água por mês. Em um ambiente tropical, deve-se minimizar a evaporação de água e evitar o aquecimento do solo via insolação direta da luz solar através da utilização de cobertura vegetal é fundamental nas condições da nossa região produtora. HÁ COMPETIÇÃO DO NITROGÊNIO PELA COBERTURA VEGETAL ? No mesmo estudo em que se avaliou a economia de água no sistema, após marcar o Nitrogênio com elementos radioativos, verificou-se que o N aplicado na linha do café, 3,4 kg foi absorvido pela brachiária, e que o N aplicado no meio da linha, 1,6 kg foi absorvido pelo café, o que dá uma competição líquida de 1,8 kg de N, ou cerca de 1,2% da adubação de N, o que é considerado muito baixo, e inferior a lixiviação. O N chega a planta por fluxo de massa, logo em condições de solos com maior teor de umidade esse elemento é melhor absorvido. Quando não há brachiária na entre linha, a eficiência de absorção do N é em torno de 40%, enquanto que, quando se utiliza a palhada de brachiária a eficiência medida foi de 68%. N (kg/ha) Parte Aérea e Raízes 94,5 Grãos de Café 19,1 Resíduos de Café 79,4 Lixiviação 6,5 Volatilização 58,1 TOTAL 257,6 Imobilizados na M.O 22,4
  • 23. RELAÇÃO C/N C/N = 27: absorção do N por 18 dias de forma rápida C/N= 40: absorção do N por 28 dias de forma mais lenta (menor mineralização e imobilização) Em cafés jovens, o ideal é roçar a brachiária quando a relação C/N for em torno de 27 ou em média 30 dias após o corte, pois neste estágio, se objetiva o rápido aporte de N. No entanto, em lavoura adulta, quando o interesse é manter água no sistema, fazer o corte quando a relação C/N for em torno de 40, ou cerca de 55 dias após corte, nessa condição a maior concentração de lignina no tecido foliar favorecerá a maior presença da brachiária protegendo o solo por mais tempo. ANÁLISE FOLIAR E INTERPRETAÇÃO Há relação entre teor de nutriente no solo x produção; teor no solo x teor foliar; e, por lógica, entre produção x teor foliar. Tudo isso vale apenas na deficiência leve. A interpretação deve ser dinâmica, acompanhando o estágio de produção em que o cafeeiro está, considerando que durante o enchimento dos grãos, o dreno principal da planta são os grãos, e os ramos e folhas posterior aos grãos terão deficiência de alguns nutrientes visto que não são prioridades. Os níveis críticos são considerados uma faixa de concentração onde se tem maior produtividade. O Nitrogênio deve ser aplicado no início das chuvas, no entanto, aplicar pelo menos 70% da dose recomendada até a granação (meados de dezembro), pois com o início da expansão haverá queda na concentração foliar pela competição forte dos frutos. Eng. Agr. Bruno Valentim Gomes (35) 9961-7279 Promotor Técnico de Vendas Sul de Minas, Zona da Mata, Espírito Santo e Rio de Janeiro Acadian Seaplants LTDA