1. Racismo
Sendo o racismo um fenômeno
ideológico, sua dinâmica é revitalizada e
mantida com a evolução das
sociedades, das conjunturas históricas e
dos interesses dos grupos. São esses
predicados que fazem do racismo um
“fabricante” e multiplicador de
vulnerabilidades.
2. Da perspectiva do conceito de gênero...
...Diferenças e desigualdades entre mulheres e homens são
social e culturalmente construídas .
São os modos pelos quais características femininas e
masculinas são representadas como mais ou menos valorizadas,
as formas pelas quais se reconhece e se distingue feminino de
masculino, aquilo que torna possível pensar e dizer sobre
mulheres e homens que vai constituir, efetivamente, o que
passa a ser definido e vivido como masculinidade e feminilidade,
em uma dada cultura, em um determinado momento.
3. Instalado o “Conselho Nacional das
Mulheres Negras”
Desejamos fazer funcionar
imediatamente um curso de arte
culinária, de corte e costura, de
alfabetização.
Será uma campanha voluntária, para a
elevação do nível educacional da
mulher negra(...)
(Quilombo ano II nº 09 maio de 1950)
4. Mulheres Negras
Piores Salários
Maior Nº
Analfabetismo
Maior dificuldade de
acesso
aos serviços de
saúde.
Base de exclusão
social do país.
5. “ Mulheres negras apesar
das construções
ideológicas concebidas
como mulheres
promiscuas, são mulheres
que em função da
discriminação racial,
apresentam menor índice
de nupcialidade, maior
índice de solidão, e o
maior grau de rejeição no
mercado afetivo”.
Elza Berquó
6. " Toda mulher tem direito a uma vida livre de
violência, tanto na esfera pública como na esfera
privada"..
Art.3 – Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a
Violência contra a Mulher (Convenção de Belém do Pará).
7. Nascer mulher, negro (a),
indígena, cigano, ser jovem
ou homossexual em nossas
sociedades, significa nascer e
viver com menos direitos.
Significa nascer com e em
desvantagens. Necessitamos
de uma mudança cultural de
nossas sociedades, a
mudança simbólica interna
que nos permita uma
democracia real”.
Ana Falú, Diretora regional
do escritório do Unifem
para o Brasil e o Cone Sul.
8. Os maiores percentuais de vulnerabilidade da mulher
negra no universo dos trabalhadores ocupados se
explicam, sobretudo, pela intensidade de sua presença
no emprego doméstico. Esta atividade, tipicamente
feminina, é desvalorizada aos olhos de grande parte da
sociedade, caracterizando –se pelos baixos salários e
elevadas jornadas, além de altos índices de
contratação à margem da legalidade e ausência de
contribuição à previdência.
9. Crianças negras, meninos e meninas, começam a trabalhar
mais cedo que as brancas. Entre 1992 e 2005, houve uma
redução considerável no trabalho infantil. Entre os meninos,
caiu 63%. Para as meninas brancas, 67,3%; para as negras,
66,4%. Mas ainda são os meninos negros que mais trabalham.
10. Entre 10 e 13 anos, faixa etária em que a legislação brasileira
proíbe o trabalho, 8,8% dos meninos negros trabalham. Entre
os brancos, 6%. Das meninas negras nessa idade, 3,4%
trabalham; entre as brancas, 2,4%.
Entre 14 e 15 anos, também são os meninos negros que mais
trabalham: 22,2% deles. Entre os brancos, são 17,7%. Para as
meninas, também as negras trabalham mais. São 11,9% das
crianças nessa idade. Mas, ao contrário dos meninos, de 2004
a 2005 houve um pequeno aumento no índice de meninas
negras empregadas, passando de 10,2% para os 11,9% atuais.
Estado de S.Paulo, seção Vida&, 18/11/06.
Relatório sobre raça e trabalho da Organização Internacional do Trabalho (OIT)
11. Quanto maior a escolaridade do trabalhador, maior a
diferença na renda de pretos e pardos em relação aos
brancos. Um branco ganhava em setembro deste ano
R$ 1.292. É o dobro do rendimento verificado entre
pretos e pardos (R$ 660).
PME – nov.2006
12. Pode-se concluir que o retorno salarial de cada ano a mais na
escolaridade é maior para brancos, ainda que todos os grupos
tenham aumento com mais educação.
13. Dos 10% de pessoas com maior rendimento (R$ 1.785,
em média), 83,3% eram brancas, contra só 14,4% de
pretos ou pardos. Nas faixas de menores rendimentos,
os pretos e pardos eram a maioria -52,3% nos 10%
mais pobres.
14. Dos 2,292 milhões de
despregados em setembro,
1.164 milhão era composto
de trabalhadores pretos ou
pardos.
15. Em todo o mundo...
Minorias étnicas continuam a ser
Desproporcionalmente pobres,
Desproporcionalmente
Afetadas pelo desemprego e desproporcionalmente menos
escolarizadas que os grupos dominantes.
Estão sub- representadas nas estruturas políticas
e super- representadas nas prisões.
Tem menos acesso a serviço de saúde
de qualidade e, conseqüentemente menor expectativa de vida.
Estas, e outras formas de injustiça racial,
são a cruel realidade do nosso tempo,
mas não precisam ser inevitáveis no futuro.
Kofi Annan
(Secretário Geral da ONU, março de 2001}
16. “Intelectual específico”cujo
papel deve se tornar cada vez
mais importante, na medida
que, quer queira quer não, é
obrigado a assumir
responsabilidades políticas;
cujo problema não é mudar a
consciência da pessoas, ou o
que elas tem na cabeça, mas
o regime político, econômico,
institucional de produção da
verdade...”
(FOUCAULT, 1986).